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DIREITO PENAL DO TRÂNSITO 1 1 Sumário INTRODUÇÃO..........................................................................................3 ARTIGO 306. CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE.........................4 HOMICÍDIO E LESÃO CORPORAL NO TRÂNSITO................................7 AS DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS................................11 PRIMEIRA DIMENSÃO DE DIREITOS: LIBERDADES PÚBLICAS........13 VISÃO INDIVIDUALISTA SOBRE O CONCEITO DE TRÂNSITO...........16 CNH NÃO CONSTITUI UM DIREITO INDIVIDUAL.................................17 O TRÂNSITO SEGURO COMO GARANTIA CONSTITUCIONAL...........20 ACIDENTE DE TRÂNSITO E LEIS.........................................................22 REFERÊNCIAS......................................................................................32 2 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 3 INTRODUÇÃO O trânsito de todas as vias brasileiras abertas à circulação é regido pelo Código de Transito Brasileiro, mais conhecido como “CTB” (Lei nº 9.503/97); tal código prevê, dentro de suas limitações jurídicas, infrações de transito e crimes de transito cujas infrações são de natureza administrativa e penal, respectivamente. Dentro da esfera contextual previsto no CTB, infrações de transito são definidas como um desrespeito aos preceitos administrativos da regulação de transito previsto no código, em resoluções adicionais do CONTRAN e na legislação complementar, onde o sujeito infrator poderá sofrer certas penalidades administrativas. Adicionalmente, e possível que uma infração de transito também seja uma infração penal, resultando nas consequências descritas na seara penal. O objetivo deste trabalho é o estudo do ato de conduzir um veículo automotor com sua capacidade psicomotora alterada em consequência do uso de drogas lícitas e/ou ilícitas que sejam causadoras de dependência física e psicológica. Tal ação é crime, cuja pena é detenção pelo período de seis meses a três anos, pagamento de multa e proibição da permissão de dirigir um veiculo automotor (art. 306 do CTB). Em 19 de junho de 2008, o crime de embriaguez ao volante foi alterado pela Lei Federal no. 11.708 com objetivo de aumentar o rigor penal ao eliminar a tolerância de álcool no sangue, existente antes da mudança, de forma a desconsiderar a necessidade de perigo concreto para determinar a pratica delitiva. Alguns anos mais tarde, o artigo 306 sofreu uma serie de críticas devido a possíveis falhas na construção legislativa do mesmo, sendo alterado pela Lei Federal Nº 12.760, de 20 de dezembro de 2012. 4 4 ARTIGO 306. CRIME DE EMBRIAGUEZ AO VOLANTE A primeira alteração foi mudar a característica de contravenção penal (art. 34, do D.L. 3.688/41), em crime. A segunda mudança teve o objetivo de corrigir a omissão do Art. 306 § 2, uma vez que não estava previsto de forma clara que haveria possibilidade de realizar um exame toxicológico no condutor do veiculo automotor. Por causa disso, se houvesse suspeita de embriaguez estar dirigindo sob efeito de álcool, era previsto o teste para checar se o condutor estava apto para dirigir, porem caso houvesse suspeita de um consumo de alguma droga considerada perante o código penal, ilícita, não haveria previsão para aplicar o teste toxicológico no condutor. Com a mudança hoje e possível que o sujeito, suspeito de dirigir sob efeitos de drogas ilícitas seja submetido a exames toxicológicos mesmo sem ter ingerido álcool. Desta forma e possível garantir a segurança viária e dos cidadãos que nela circulam, fato que o CTB determina definindo que a condição segura do trânsito é direito inerente a todos, também protegido pela Constituição Federal. Sendo assim, o funcionamento eficiente do transito este diretamente relacionado ao interesse do Estado de garantir segurança em suas vias e transformando-o como responsável pela tutela do mesmo. Dentro do contexto dos delitos de transito, a objetividade jurídica referente ao assunto pertence unicamente à segurança no transito, levando anorma penal a tutelar o interesse social da segurança nas vias. Portanto apesar da segurança das vias serem um assunto jurídico tutelado pelas normas penais de transito, elas na realidade estão a serviço de outros fatores jurídicos, onde protege o coletivo resulta na proteção do bem particular. O Anexo I do CTB define como veiculo automotor todo veiculo a motor de propulsão que circule por meios próprios. Outros veículos que não sejam 5 5 automotores, como bicicletas e/ou lanchas, por exemplo, pode caracterizar subsidiariamente uma contravenção penal, se o condutor estiver embriagado e colocar a segurança de terceiros em risco, conforme prevê o artigo 34, do Decreto-Lei nº 3.688/1941 (“Lei das Contravenções Penais”) ou, ainda, quando se tratar de aeronave ou embarcação e o agente tiver ingerido drogas ilícitas, como descreve o artigo 39, da Lei Federal nº 11.343/2006 (“Lei Antidrogas”). Nas palavras do professor e doutrinador Flavio Tartuce, “Antinomia é a presença de duas normas conflitantes, válidas e emanadas de autoridade competente, sem que se possa dizer qual delas merecerá aplicação em determinado caso concreto (lacunas de colisão)”. Conforme a redação do §2º do artigo 302, do Código Penal, descrita a seguir: “§ 2º Se o agente conduz veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência ou participa, em via, de corrida, disputa ou competição automobilística ou ainda de exibição ou demonstração de perícia em manobra de veículo automotor, não autorizada pela autoridade competente: Penas - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.” Nota-se que a qualificadora apresenta um problema de antinomia no âmbito do direito penal, pelo fato de a redação não mencionar o resultado “morte”. Nesse sentido, a antinomia ocorre ao dizer que o agente que pratica homicídio culposo ao dirigir um veículo automotor durante um “racha”, deveria ser punido na forma do §2º do artigo 308, do Código de Trânsito Brasileiro, no qual é prevista pena de 5 a 10 anos. Entretanto, o artigo 302, §2º, expressamente descreve que aquele que participar de “racha” e ocasionar morte de forma culposa responde pela pena de 2 a 4 anos. Assim, a contradição contida nos dispositivos mencionados acima faz com que seja incorreta a aplicação das normas.6 6 Para solucionar esse problema, encontram-se algumas interpretações possíveis, sendo elas: (a) Aplicação da interpretação mais favorável ao réu: no caso de homicídio culposo derivado de direção de veículo automotor participando de “racha”, será o condutor, punido na forma do §2º do art. 302 do CTB. (b) Considerando o § 2º do art. 308 do CTB e tendo em vista que a interpretação entre os dispositivos de uma mesma lei deve ser sistêmica, será possível construir a seguinte distinção: 1. Se o condutor, durante o “racha”, causou a morte de outrem agindo com culpa inconsciente: aplica-se o § 2º do art. 302 do CTB; 2. Se o condutor, durante o “racha”, causou a morte de outrem agindo com culpa consciente: aplica-se o § 2º do art. 308 do CTB. Após apresentação, nota-se que possíveis erros técnicos cometidos pelo Legislador dificultam a aplicação da norma penal de maneira correta. Sendo assim, as atualizações penais se fazem necessárias a fim de sanar possíveis problemas decorrentes de contradições apresentadas pelo Direito Penal. HOMICÍDIO E LESÃO CORPORAL NO TRÂNSITO A lei 13.546/17, publicada no Diário Oficial da União no dia 20/12/17, promoveu importantes alterações no capítulo destinado aos crimes de trânsito, previstos no Código de Trânsito Brasileiro. Logo após a publicação da referida lei, passaram a circular nas redes sociais e aplicativos de bate papo, como o WhatsApp, informações no sentido de que a pena aplicada ao crime de embriaguez ao volante (artigo 306, do Código de Trânsito Brasileiro) havia sido majorada. O vazamento da notícia trouxe alarde à sociedade, afinal de contas, as informações davam conta de que o simples fato de dirigir embriagado poderia 7 7 render uma condenação à pena de cinco a oito anos de prisão. Pois bem. Pena sobre o crime de embriaguez ao volante A verdade é que o artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro não sofreu nenhuma alteração. A pena correspondente ao crime de embriaguez ao volante ainda continua a mesma: Art. 306. Conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência: Penas – detenção, de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Ao contrário do que foi divulgado nas redes sociais e aplicativos de bate- papo, as alterações introduzidas pela Lei 13.546/17 referem-se apenas aos crimes de homicídio culposo e lesão corporal culposa, quando praticados na direção de veículo automotor (artigos 302 e 303, do Código de Trânsito Brasileiro, respectivamente). Artigo 302 A partir de agora, esses tipos penais passam a contemplar as hipóteses em que o agente pratica o crime conduzindo o veículo sob influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas – detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (…) § 3º Se o agente conduz veículo automotor sob a influência de álcool ou de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência: Penas – reclusão, de cinco a oito anos, e suspensão ou proibição do direito de https://blog.sajadv.com.br/carreira-advogado-criminalista/ https://blog.sajadv.com.br/jogo-baleia-azul/ 8 8 se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor Art. 303. Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas – detenção, de seis meses a dois anos e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. (…) § 2º A pena privativa de liberdade é de reclusão de dois a cinco anos, sem prejuízo das outras penas previstas neste artigo, se o agente conduz o veículo com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência, e se do crime resultar lesão corporal de natureza grave ou gravíssima. Clamor popular e proteção ao bem jurídico tutelado A alteração legislativa veio em boa hora, pois a majoração da pena nas hipóteses em que o indivíduo pratica os crimes de homicídio ou lesão corporal na direção de veículo automotor, sob a influência de álcool e/ou outra substância psicoativa que determine dependência, atenderá aos anseios da sociedade, que vem clamando por uma punição mais rígida para aqueles que não se importam em dirigir após o consumo de álcool e/ou outras substâncias psicoativas. Além de reforçar a proteção ao bem jurídico tutelado, a alteração veio para suprir uma lacuna e servir de baliza para a interpretação (bastante perigosa) que vinha sendo aplicada indiscriminadamente pelos tribunais pátrios, no sentido de que os crimes de homicídio ou lesão corporal, quando praticados na direção de veículo automotor, sob a influência de álcool e/ou outra substância psicoativa, devem ser analisados sob o prisma do dolo eventual. Basta examinarmos os processos dessa natureza para percebermos que na grande maioria dos casos, a conclusão acerca do dolo eventual é automática, ou seja, a presunção de que o agente assumiu o risco de produzir o 9 9 resultado (morte ou lesão corporal) decorre do simples fato de ele estar embriagado no momento do acidente. Até então, tem prevalecido a ideia de que ao ingerir álcool ou outra substância psicoativa, o agente automaticamente assume o risco de produzir o resultado (dolo eventual). O grande problema, é que na maioria das vezes essa análise é feita sem levar consideração as demais circunstâncias do caso. Posicionamento do STJ É necessário destacar que antes da publicação da Lei 13.546/17, o Superior Tribunal de Justiça já vinha manifestando o entendimento de que a embriaguez (considerada de forma isolada) não seria suficiente para se presumir a existência do dolo eventual nos crimes praticados sob a direção de veículo automotor. Ao relatar o Recurso Especial 1.689.173 – SC (2017/0199915-2), o ministro Rogério Schietti, do Superior Tribunal de Justiça, teceu críticas em relação à interpretação dada pela maioria dos tribunais, fazendo a seguinte observação: “Aparentemente em razão da insuficiência da resposta punitiva para os crimes de trânsito, que, invariavelmente, não importam em supressão da liberdade de seus autores, tem-se notado perigosa tendência de, mediante 1 0 10 insólita interpretação de institutos que compõem a teoria do crime, forçar uma conclusão desajustada à realidade dos fatos”. “(…) é possível identificar hipóteses em que as circunstâncias do caso analisado permitem concluir pela ocorrência de dolo eventual em delitos viários. Entretanto, não se há de aceitar a matematização do direito penal, sugerindo a presença de excepcional elemento subjetivo do tipo pela simples verificação de um fato isolado, qual seja, a embriaguez do agente causador do resultado”. Não há dúvida de que a interpretação adotada pelos tribunais em contribuído para a banalização do dolo eventual e a consequente responsabilização do agente de forma objetiva. Mudança de cenário com a atualização da legislação em relação aos crimes de trânsito Com a alteração promovida pela Lei 13.546/17, o cenário tende a mudar de forma positiva, pois a partir de agora, os crimes de homicídio ou lesão corporal praticados na direção de veículo automotor, ainda que sob a influência de álcool e/ou outra substância psicoativa que determine dependência, serão, a priori, considerados culposos. Mas veja bem: isso não quer dizer que o agente não poderá responder por esses crimes de trânsito na formadolosa. A figura do dolo eventual continuará sendo possível, desde que fique comprovado que o agente assumiu o risco de produzir o resultado (lesão corporal ou morte). Desta forma, caberá ao Ministério Público demonstrar, com base nas circunstâncias de cada caso, que a assunção do risco realmente existiu, não havendo mais que se falar em presunção de dolo pelo simples fato de o agente estar embriagado. 1 1 11 AS DIMENSÕES DE DIREITOS FUNDAMENTAIS Um dos maiores filósofos do século XX, o Italiano NORBERTO BOBBIO afirmou que: “[...], o problema que temos diante de nós não é filosófico, mas jurídico e, num sentido mais amplo, político. Não se trata de saber quais e quantos são esses direitos, qual é sua natureza e seu fundamento, se são direitos naturais ou históricos, absolutos ou relativos, mas sim qual é o modo mais seguro de garanti-los, para impedir que, apesar das solenes declarações, eles sejam continuamente violados.” Embora essa afirmação não se aplique integralmente ao fenômeno trânsito (que ainda precisa ser reconhecido e afirmado pelas solenes declarações de Direitos), faz-se necessário conhecer e distinguir as diferentes gerações, ou melhor, dimensões de Direitos Humanos, suas origens, fundamentos e objetivos, para então perceber o longo caminho a ser trilhado nessa Década. Em relação às origens, “os direitos do homem são direitos históricos, que emergem gradualmente das lutas que o homem trava por sua própria emancipação e das transformações das condições de vida que essas lutas produzem”. O ideal cristão de igualdade entre todos os “irmãos enquanto filhos de Deus” , a democracia Grega e a famosa Magna Charta Libertatum, de 1215, imposta pelos Barões Ingleses ao Rei João (conhecido como João Sem-Terra) constituem referência segura à primeira fase de afirmação histórica dos Direitos Humanos, sob o lema: “Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos.” Os Direitos do Homem, portanto, constituem “direitos comuns a toda a espécie humana, a todo homem enquanto homem, os quais, portanto, resultam da sua própria natureza, não sendo meras criações políticas. Sob o estandarte da Liberdade (considerada “uma das principais (senão a principal) exigência da dignidade da pessoa humana”) surgem, no século XVIII, duas Grandes Revoluções (a Americana, de 1776, e a Francesa, de1789) trazendo a positivação dos Direitos Humanos e a Primeira Dimensão de Direitos Fundamentais, conhecida como Liberdades Públicas 1 2 12 PRIMEIRA DIMENSÃO DE DIREITOS: LIBERDADES PÚBLICAS A positivação dos Direitos Humanos em declarações solenes e em normas constitucionais traduz certeza de existência e necessidade “que sejam desempenhadas do modo prescrito pela lei”, como “antídoto contra o arbítrio governamental”. Nesse sentido, destaca-se a exposição de FÁBIO KONDER COMPARATO: “A lei escrita alcançou entre os judeus uma posição sagrada, como manifestação da própria divindade. Mas foi na Grécia, mais particularmente em Atenas, que a preeminência da lei escrita tornou-se, pela primeira vez, o fundamento da sociedade política. Na democracia ateniense, a autoridade ou força moral das leis escritas suplantou, desde logo, a soberania de um indivíduo ou de um grupo ou classe social, soberania esta tida doravante como ofensiva ao sentimento de liberdade do cidadão. Para os atenienses, a lei escrita é o grande antídoto contra o arbítrio governamental, pois, como escreveu Eurípides na peça As Suplicantes (versos 434-437), ‘uma vez escritas as leis, o fraco e o rico gozam de um direito igual; o fraco pode responder ao insulto do forte, e o pequeno, caso esteja com a razão, vencer o grande’.” As primeiras declarações (edificadas pelo “bom povo da Virgínia”, em 12.06.1776, e junto à Declaração francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789) “eram principalmente exigências de liberdade em face das Igrejas e dos Estados, [visando a] redução, aos seus mínimos termos, do espaço ocupado por tais poderes, e ampliar os espaços de liberdade dos indivíduos.” Essa liberdade era “definida como o direito de poder fazer tudo o que não prejudique os outros” e somente poderia ser alcançada pela não intervenção do Estado. Surgia, então, o Estado Mínimo, Liberal ou Não Intervencionista. Destaca-se no artigo 4º, da Declaração de Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, o culto à liberdade individual: 1 3 13 “Art. 4. A liberdade consiste em poder fazer tudo o que não prejudique a outrem: em conseqüência, o exercício dos direitos naturais de cada homem só tem por limites os que assegurem aos demais membros da sociedade a fruição desses mesmos direitos. Tais limites só podem ser determinados pela lei.” As revoluções liberais do século XVIII implantaram unicamente um dos ideais da Revolução Francesa: a Liberdade (esquecendo-se da Igualdade e da Fraternidade, ou Solidariedade), e trouxeram consigo o reconhecimento da Primeira Dimensão de Direitos Humanos, as denominadas Liberdades Públicas, sob o lema laissez faire, laissez passer (ou seja, "deixai fazer, deixai passar"). Merece destaque a bem lançada crítica de FÁBIO KONDER COMPARATO: “A Confederação dos Estados Unidos da América do Norte nasce sob a invocação da liberdade, sobretudo da liberdade de opinião e religião, e da igualdade de todos perante a lei. No tocante, porém, ao terceiro elemento da tríade democrática da Revolução Francesa – a fraternidade ou solidariedade – os norte-americanos não chegaram a admiti-lo nem mesmo retoricamente. A isto se opôs, desde as origens, o profundo individualismo, vigorante em todas as camadas sociais; um individualismo que não constitui obstáculo ao desenvolvimento da prática associativa na vida privada, [...] mas que sempre se mostrou incompatível com a adoção de políticas corretivas das grandes desigualdades socioeconômicas.” Os Direitos de Primeira Dimensão, em razão de suas características (i.e., Liberdades Públicas, consistentes em um conjunto de direitos e liberdades individuais, “demarcando uma zona de não-intervenção e uma esfera de autonomia individual”), são “apresentados como direitos de cunho ‘negativo’, vez que dirigidos a uma abstenção, e não uma conduta por parte dos poderes públicos”. Para PAULO BONAVIDES, “o Estado é armadura de defesa e proteção da liberdade. [...] Sua essência há de esgotar-se numa missão de inteiro alheamento e ausência de iniciativa social.” Daí falar-se em Estado Mínimo e de não intervenção, pois “quanto menos palpável a presença do Estado nos atos da 1 4 14 vida humana, mais larga e generosa a esfera de liberdade outorgada ao indivíduo. Assim, caberia a este fazer ou deixar de fazer o que lhe aprouvesse. Os resultados econômicos desse modelo não-intervencionista de Estado foram rapidamente sentidos, com a implantação do sistema capitalista de produção (“cuja lógica consiste em atribuir aos bens de capital um valor muito superior aos das pessoas”) e a “brutal pauperização das massas proletárias, já na primeira metade do século XIX”. A gravidade da situação veio à tona com a Revolução Russa de 1917, a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, de 1918, e o surgimento dos Estados Sociais (decorrentes da Constituição do México, de 1917, e da Constituição Alemã, do pós-guerra, conhecida como Constituição de Weimar, de 1919), que reconheceram a existência e passaram a garantir os Direitos Humanos de Segunda Dimensão, denominados Direitos Sociais. Diversamente do que ocorreu com os resultados econômicos, nem todos os efeitos sociais (decorrentes do Estado não-intervencionista) foram percebidos de imediato. Há algumas consequências dessa ampla liberdade e do profundoindividualismo incorporados pelo sistema capitalista que, ainda hoje, tem-se dificuldade para compreender. O individualismo e o desrespeito às normas de circulação e de segurança no trânsito constituem exemplo bem característico dessa influência e precisam, com urgência, ser desmistificados se, de fato, o objetivo da Década de Ações para a Segurança Viária for “estabilizar e, posteriormente, reduzir os índices de vítimas fatais no trânsito. VISÃO INDIVIDUALISTA SOBRE O CONCEITO DE TRÂNSITO A legislação de trânsito também vem colaborando para distorcer a imagem e dificultar a compreensão do Trânsito Seguro, (i) ao apresentar (em seu artigo 1º) um conceito individualista e expropriatório da “utilização das vias”, e 1 5 15 (ii) ao referir-se à penalidade imposta sobre a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) como “suspensão do direito de dirigir” (art. 256, inc. III, do CTB); quando, em verdade, tem-se a suspensão da licença para dirigir, como sanção administrativa que recai sobre um ato administrativo, e não sobre um direito subjetivo individual e absoluto (como muitos ainda imaginam). O equivocado conceito de trânsito encontra-se inserto no art. 1º, §1º, do CTB: “Considera-se trânsito a utilização das vias por pessoas, veículos e animais, isolados ou em grupos, conduzidos ou não, para fins de circulação, parada, estacionamento e operação de carga ou descarga.” O verbo utilizar, em uma visão individualista, pode ser compreendido como “fazer uso de, tirar utilidade de, ganhar, lucrar, servir-se”; afastando-se dos conceitos solidários de “tornar útil, empregar com utilidade”. Tem-se, então, uma perigosa combinação de liberdade individual, propriedade privada e o direito de servir-se das vias terrestres do território nacional. O Trânsito Seguro, como dever coletivo decorrente da necessidade de “defesa do Estado e das instituições democráticas” , impõe uma nova forma de perceber e realizar a circulação em vias terrestres. Essa “nova filosofia consiste em mudança de atitude, incorporando-se comportamentos mais seguros e comprometidos com este ideal. Mudanças que não são impostas verticalmente, mas que passam a ser concretizadas com a exteriorização de novas condutas mais adequadas e seguras, de modo a incentivar os demais, de forma horizontal. O trânsito em condições seguras não consiste em uma filosofia vertical, imposta de soberano a súdito, mas de comportamentos de concidadãos, como usuários das mesmas vias terrestres”, compartilhando o mesmo espaço, em igualdade de condições e mediante respeito às normas gerais de circulação e de segurança. Daí afirmar-se que o espaço coletivo do Trânsito Seguro não pode ceder ao individualismo, tampouco subordinar-se a direitos absolutos ou ao “estilo aristocráticofascista” de dirigir. Ao Estado (todos nós) compete a busca do 1 6 16 princípio da igualdade e a realização da segurança viária a favor de todos os usuários das vias terrestres. CNH NÃO CONSTITUI UM DIREITO INDIVIDUAL Como acima mencionado, a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) não constitui um direito subjetivo, e sim um ato administrativo favorável, denominado licença, que será concedido a todo aquele que preencher os requisitos legais (art. 140, do CTB), realizar com aproveitamento todas as etapas do procedimento de habilitação (previsto na Resolução n. 168, do Conselho Nacional de Trânsito, e suas alterações) e submeter-se ao cumprimento das regras de circulação e de segurança (previstas na legislação de trânsito). Sobre as características da licença, leciona CELSO ANTONIO BANDEIRA DE MELLO que constitui “ato [administrativo] vinculado, unilateral, pelo qual a Administração faculta a alguém o exercício de uma atividade, uma vez demonstrado pelo interessado o preenchimento dos requisitos legais exigidos”. A denominação (ou rótulo) constante do art. 256, inc. III, do CTB (i.e., penalidade de suspensão do direito de dirigir), constitui “herança equivocada, pois advém erroneamente do art. 96, da Lei n. 5.108/66 (que instituiu o 3º Código Nacional de Trânsito), ao referir-se à penalidade decorrente da apreensão do documento de habilitação. Entende-se que a expressão mais adequada, a designar essa penalidade administrativa de trânsito, é suspensão da licença para dirigir.”Permitir que sejam associados os conceitos de propriedade privada, liberdades públicas e (a falsa noção de) direito de dirigir, constitui grave prejuízo à segurança do trânsito e incentivo ao individualismo. 1 7 17 NECESSIDADE DE NOVO TERMO TÉCNICO EM SUBSTITUIÇÃO A ACIDENTE DE TRÂNSITO Para arrematar essa perigosa combinação de conceitos equivocados e interpretados exclusivamente à luz das liberdades individuais, tem-se a nomenclatura empregada para identificar os graves fatos que ocorrem diariamente nas vias terrestres, e que tem violado os direitos fundamentais à vida e à felicidade de mais de 35.000 famílias anualmente no território nacional: acidente de trânsito. A substituição desse termo é uma necessidade já reconhecida por estudiosos de diferentes áreas do conhecimento. Segundo escólio de HARTMUT GÜNTHER, “a caracterização do evento como acidente, como acaso, como inevitável, dá margem a desculpas e justificativas do tipo ‘não sabia’, ‘não quis’, ‘foi o outro’, algo que somente aumenta os sofrimentos dos inocentes e alivia a consciência daqueles que se comportaram de maneira danosa.” Ainda sob o aspecto psicológico, MARIA HELENA HOFFMANN sustenta que “o acidente sempre esteve associado a uma imagem de azar, de geração espontânea e imprevisão implícitas na sua própria definição. [...]. Tanto o otimismo irrealista como a aceitação fatalista contribuem perigosamente para que não adotemos os meios para evitar a probabilidade de nos envolver num acidente.” Ao discorrer sobre o “equívoco da palavra acidente”, a sugestão oferecida por ALBERI ESPÍNDULA volta-se ao emprego da expressão “ocorrência de trânsito”, para evitar que preconceitos e julgamentos prévios dos peritos que, por vezes, são requisitos “para atender um acidente de trânsito que, na realidade, após os peritos examinarem o local, constataram que se tratava de um homicídio intencional e em outros um suicídio. Assim, os peritos já adotam o procedimento de chegar num local de ocorrência de trânsito sem qualquer prejulgamento dos fatos.” O termo acidente de trânsito, não obstante o fato de encontrar-se previsto em norma da ABNT (NBR 10.697/89), precisa ser revisto e substituído com urgência, de modo a afastar “a falsa noção de mera fatalidade [...]; 1 8 18 atribuindo-se à conduta humana que gerou o evento juridicamente relevante o devido grau de responsabilidade” , pois, como bem observou GERALD WILDE, o termo acidente contém a noção de perdão. Desse modo, e na ausência de denominação mais adequada, a doutrina defende o “uso das expressões ‘evento culposo de trânsito’ e ‘evento doloso no trânsito’ até que novos conceitos sejam cientificamente desenvolvidos”. A partir das considerações acima realizadas já é possível perceber que o individualismo imoderado das Declarações do século XVIII ainda produz graves e negativos efeitos sobre o fenômeno trânsito. Remover alguns desses preconceitos (em especial, o conceito individualista de trânsito e a falsa noção da CNH como direito de dirigir) e substituir a expressão “acidente de trânsito” constituem as primeiras ações a serem desenvolvidas (durante a Década de Ações para a Segurança Viária) por aqueles que compreendem o fenômeno trânsito como um conjunto de deveres coletivos, relacionado aos Direitos Humanos de Segunda Dimensão. O TRÂNSITO SEGURO COMO GARANTIA CONSTITUCIONAL Se de fato somosum Estado Democrático de Direito que tem por fundamento a dignidade da pessoa humana (como afirmado no art. 1º, inc. III, da Constituição da República de 1988), o fenômeno trânsito não pode ser visto apenas como o exercício de liberdades individuais, pois “onde não houver respeito pela vida e pela integridade física e moral do ser humano, [...] não haverá espaço para a dignidade da pessoa humana” . No Estado de Direito democrático, portanto, não basta a Liberdade de Circulação, faz-se necessário que o trânsito seja realizado em condições seguras, mediante sujeição de todos às normas de circulação e de segurança (previstas no Capítulo III e seguintes, do CTB). 1 9 19 Por se tratar de Direito Fundamental de Segunda Dimensão, o Trânsito Seguro exige que o Estado (por meio dos representantes legislativos) crie normas reguladoras do uso das vias terrestres, visando “tornar útil” e “empregar com utilidade” esse espaço coletivo; exige que o Estado (por meio dos órgãos e entidades do Sistema Nacional de Trânsito) fiscalize e faça cumprir a legislação de trânsito; e exige do Estado (de cada um de nós) o fiel cumprimento das normas de circulação e de segurança no trânsito. Eis os papeis do Estado Social (e Intervencionista) para a realização do Trânsito Seguro: regulamentar o uso das vias, realizar diuturnamente o policiamento ostensivo e a fiscalização do cumprimento das normas, e promover ações visando proteger todos os Direitos Humanos relacionados ao fenômeno trânsito. O Trânsito Seguro é um direito, disso ninguém tem dúvida! O que poucos já haviam percebido é sua dignidade constitucional, como garantia fundamental e indispensável à proteção da vida e à segurança de todos os usuários das vias terrestres. Em sua essência, o Trânsito Seguro tem por finalidade assegurar as diferentes dimensões de direitos fundamentais que são colocados em risco, diariamente, no espaço coletivo do trânsito. Essa garantia precisa ser reconhecida e exigida diariamente pelo Estado, por meio de ações que promovam a realização da liberdade de circulação em condições seguras, proporcionando paz social e libertação do medo (relacionado à insegurança no trânsito). Constitui, assim, instrumento de promoção da vida, fundamental para que a República Federativa do Brasil, como Estado legitimamente democrático, possa, no futuro, vivenciar um trânsito mais humano e seguro. Da fusão entre a Liberdade de Circulação e o dever de o Estado proporcionar Segurança Viária extrai-se o verdadeiro conteúdo (ou significado) do Trânsito Seguro: Direito Fundamental de Segunda Dimensão, implícito na Constituição da República de 1988 por decorrer do regime e dos princípios por ela adotados, que assume no Estado Democrático de Direito a função de 2 0 20 garantia constitucional, com o objetivo de assegurar segurança viária e proteger a vida dos usuários das vias terrestres. Reconhecer, revelar e promover o trânsito em condições seguras, como Direito Fundamental de Segunda Dimensão e como o exercício de deveres coletivos (e não apenas um direito individual), são os desafios que a Década de Ações para a Segurança Viária propõe à Nação brasileira. Além desses três grandes desafios à segurança viária, em nível nacional, também se faz necessário especificar (em nível internacional) o Trânsito Seguro como Direito Humano indispensável à segurança de todos e à promoção da vida, proporcionando um sistema de proteção em nível internacional; bem como implantar um sistema homogêneo de sinais viários, que ofereça informações seguras aos usuários das vias terrestres nos diferentes territórios e continentes. Sem dúvida, o despertar das Nações Unidas para a grave crise mundial de segurança viária e a convocação da OMS para coordenar as atividades da ONU sobre segurança viária (a partir de 2003) representaram mudanças significativas na forma de tratar o fenômeno trânsito em nível internacional: afastando-o do aspecto predominantemente econômico e individualista da liberdade de circulação, para evidenciar o aspecto coletivo e a necessidade de proporcionar segurança viária em favor de um bem maior, denominado vida. Definido o rumo a ser seguida no século XXI, o próximo passo consiste na especificação do Trânsito Seguro (Road Safety) como Direito Humano a ser consagrado em tratados e convenções internacionais, impondo-se aos Estados, como compromisso assumido perante a comunidade internacional, o dever de promover ações visando a melhoria da segurança viária e a redução dos índices de mortes no trânsito. Para tanto foi proclamado o período de 2011 a 2020 como a Década de Ações para a Segurança Viária, período em que os Estados deverão assumir seus papéis de garante e assegurar, por meio de ações, a realização do trânsito em condições seguras. 2 1 21 ACIDENTE DE TRÂNSITO E LEIS Em nosso ordenamento jurídico, em regra, o ônus da prova incumbe a quem alega determinado fato, ou seja, se você alega que aconteceu determinado evento que acarretou um dano, você precisará comprovar o que está alegando. Essa regra geral está prevista no artigo 373, I do CPC. Nas demandas envolvendo acidente de trânsito não é diferente. A pessoa que se sentiu lesada em uma batida, por exemplo, deverá comprovar que a culpa pelo acidente foi de um terceiro, que ocasionou dano no veículo danificado. Entretanto, a 3ª Turma do STJ no julgamento do REsp 1.749.954-RO, de relatoria do Minsitro Marco Aurélio Bellizze, entendeu que em ação destinada a apurar a responsabilidade civil decorrente de acidente de trânsito, presume-se culpado o condutor de veículo automotor que se encontra em estado de embriaguez, cabendo-lhe o ônus de comprovar a ocorrência de alguma excludente do nexo de causalidade (culpa ou fato exclusivo da vítima, a culpa ou fato exclusivo de terceiro, o caso fortuito ou a força maior). A principal tese utilizada para fundamentar a decisão foi a denominada "tese da culpa contra a legalidade". Segundo essa tese, deve-se reconhecer a culpa presumida do agente que violar dever jurídico imposto em norma jurídica regulamentar. Assim, por exemplo, o condutor que tiver descumprido uma norma de trânsito será considerado presumivelmente culpado pelo acidente, devendo indenizar a vítima, salvo se comprovar uma causa excludente do nexo causal. Vale ressaltar que se trata de uma presunção relativa (presunção iuris tantum). Há, portanto, uma inversão do ônus da prova, considerando que ele (agente que descumpriu a norma) é quem terá que comprovar a causa excludente. Se não conseguir isso, será condenado a indenizar. https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893055/artigo-373-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/topicos/28893050/inciso-i-do-artigo-373-da-lei-n-13105-de-16-de-marco-de-2015 https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/174788361/lei-13105-15 2 2 22 O Brasil é o campeão mundial de violência no trânsito, por isso foi criado o CTB, com o intuito de minimizar os acidentes. Encontram-se no código artigos que tipificam crimes (Art. 291 a 391 e parte especial), expressam sanções administrativas, regulamentação e padronização de placas, avisos e orientações de tráfego. Crimes de Trânsito – Parte Geral Art. 291 á 391 Conceito de veiculo automotor: A lei 9.503/97 só trata de veículos terrestres, portanto excluindo as embarcações, aeronaves e veículos puxados por tração animal. Existem crimes que só podem ocorrer em via pública, sendo este descrito no tipo. Caso a ação se adeque ao tipo e tenha ocorrido em outro local que não seja via pública, como em um estacionamento de shopping, fazenda ou garagem, não será um crime do CTB. Diferença entre suspensão e proibiçãodo direito de dirigir: Suspensão; já tem a carteira de habilitação, e será suspenso do seu direito de dirigir, proibição; Não possui a carteira, e fica proibido de obter a carteira de habilitação. Diferença entre suspensão judicial e administrativa do direito de dirigir: Em relação á suspensão judicial, a competência é do juiz de direito, na suspensão administrativa, compete á autoridade de trânsito. Quanto á aplicação na suspensão judicial pode ser pena principal isolada, ou de forma cumulada (CTB art. 292), na administrativa é pena cumulativa (CTB, art. 256). Referente á forma, a suspensão judicial é oriunda de processo penal após o trânsito em julgado da sentença condenatória (CTB, art. 293, parágrafo 1º), na administrativa, vem de processo administrativo com decisão fundamentada transitada em julgado (CTB, art. 265). http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589840/artigo-292-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10596294/artigo-256-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589803/artigo-293-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589767/par%C3%A1grafo-1-artigo-293-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589767/par%C3%A1grafo-1-artigo-293-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594212/artigo-265-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 2 3 23 No tocante ao prazo, a decisão judicial é de dois meses a cinco anos (CTB, art. 293), na administrativa, de um mês a um ano, e se reincidente em doze meses, passará a ser de seis meses a dois anos (CTB, art. 261). Quanto ao cumprimento, na suspensão judicial é condicionado, sendo cumprido após o cumprimento da pena privativa de liberdade (CTB, art. 293 Parágrafo 2º), enquanto na administrativa é imediato (CTB, art. 261). A devolução do direito de dirigir, na suspensão judicial, submente a novos exames, conforme o CTB, art. 160. Já na suspensão administrativa, há curso de reciclagem (CTB, art. 261, parágrafo 2º). Por fim, na suspensão judicial, a publicidade se dá através de comunicação ao conselho nacional e conselho estadual de trânsito (CTB, art. 295). Na administrativa, será publicada do Diário oficial do Estado. Suspensão e proibição de dirigir (Art. 292 do CTB) e do Art. 72, III do CP. A pena do CP, art. 47 III é pena restritiva de direitos na modalidade de interdição temporária. Não alcança a proibição de obter permissão ou habilitação, tem caráter substitutivo e, por isso, não pode ser aplicada cumulativamente á pena privativa de liberdade. A duração é a mesma aplicada á pena privativa de liberdade. A pena do CTB, art. 292, além da suspensão, alcança a proibição do direito de dirigir e não é substitutiva da pena privativa de liberdade, é pena principal isolada ou cumulativamente aplicada. Sua duração é de dois nesses a cinco anos. O art. 47 está tacitamente revogado pelo CTB, mas pode ser aplicada ainda a autorização (art. 141CTB) para dirigir, mas para a permissão e autorização não. Há previsão expressa de suspensão ou proibição em que crimes? Arts. 302, 303, 306, 307, 309. Todos os crimes podem suspender ou proibir, desde que o motorista seja reincidente no mesmo crime de trânsito cometido anteriormente, conforme prevê o art. 296 doCTB. http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589803/artigo-293-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594799/artigo-261-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589803/artigo-293-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589729/par%C3%A1grafo-2-artigo-293-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594799/artigo-261-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10607496/artigo-160-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594799/artigo-261-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10594734/par%C3%A1grafo-2-artigo-261-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589612/artigo-295-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589840/artigo-292-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631338/artigo-72-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634339/artigo-47-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634228/inciso-iii-do-artigo-47-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589840/artigo-292-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 2 4 24 Como se dá a cumulação de penas de suspensão ou proibição com as privativas de liberdade? O art. 292 do CTB responde a indagação, a suspensão ou proibição será iniciada após o termino pena privativa de liberdade. Diferença entre prestação pecuniária do CP e a multa reparatória CTB: A prestação pecuniária do CP, art. 45, § 1º, é pena restritiva de direitos, que deve ser paga em direito á vítima e seus dependentes entre um e 360 salários mínimos. O valor pago será abatido do valor de condenação para reparação civil se coincidirem os beneficiários. Por sua vez, a multa a reparatória do CTB, art. 297, é feita mediante depósito judicial, para a vítima e seus sucessores, no valor a ser arbitrado com base nos dias-multa do CP, art. 49. Só será aplicada se houver prejuízo material decorrente do crime de trânsito e o valor não poderá ser superior ao do prejuízo demonstrado no processo. Se houver condenação no cível, o valor da multa reparatória será descontado. Em relação a multa reparatória do art. 297 do CTB, é importante frisarmos que aplicasse o disposto aos arts. 50,51,52 do CP. O que seria?, é que esta multa reparatória pode ser paga de forma parcelada e, também, uma vez inadimplente não pode ser convertida em pena privativa de liberdade,mas sim deverá ser executada na esfera civil como divida de valor. Exceção: Violação da suspensão ou proibição de dirigir (art. 307 CTB), Além da pena privativa de liberdade, vai receber uma pena idêntica a interior imposta (a que foi descumprida). A suspensão ou proibição cautelar é recorrível? Sim, porque na realidade no art. 294 o legislador prevê que sempre que for imprescindível para a garantia da ordem pública, seja nas investigações policiais por crime de trânsito, o juiz pode decretar cautelarmente a suspenção ou proibição, e neste caso cabe recurso em sentido estrito, sem efeito extintivo. http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589840/artigo-292-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634729/artigo-45-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634690/par%C3%A1grafo-1-artigo-45-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589529/artigo-297-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10634094/artigo-49-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10589529/artigo-297-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10588419/artigo-307-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 2 5 25 Perdão judicial em crime de trânsito: Verificar Art. 291 (aplicam-se subsidiariamente as regras gerais do código penal), portanto é possível (CP art. 107, causas extintivas da punibilidade). Prisão em flagrante em crime de trânsito: Art. 301 é possível se o autor do delito não prestar imediato socorro a vitima. Parte Especial – Os crimes em espécie Homicídio culposo da direção de veículo automotor (CTB, art. 302): Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor: Penas – detenção, de 2 a 4 anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Não requisito o motorista estar dirigindo em via pública para se amoldar ao tipo. Não comporta modalidade tentada do tipo. Parágrafo único: causa especial de aumento de pena: No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 á metade, se o agente: I – não possuir Permissão para dirigir ou Carteira de habilitação; (não possuir habilitação, ou não estar portando no momento do crime); II- praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada (maior reprovabilidade da conduta em relação a inobservância das regras de tráfego); III – deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a vítima do acidente; IV – no exercício de sua profissão ou atividade estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros (os tribunais divergem sobre o tema, mas a principio este inciso é inconstitucional). http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10627547/artigo-107-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10588942/artigo-302-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 2 6 26 Lesão corporal culposa (CTB, art. 303) Praticar lesão corporal culposa na direção de veículo automotor: Penas – detenção de 6 meses a dois anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor. Mesmas observações do crime de homicídio culposo, porém os resultados são menos gravosos. Consumação e tentativa: Consumação com a adequação do resultado ao tipo, a tentativa não é aplicada em nenhuma hipótese de crime culposo. Se houver mais de uma vitima, será aplicado o disposto ao artigo 70 do CP (concurso formal), ou seja, vai aumentar a pena de 1/6 até a metade. Causas de aumento: aplicam-se as causas de aumento do parágrafo único do artigo anterior (1/3 até metade). Crime de omissão de socorro (art. 304 do CTB): Deixar o condutor do veículo, na ocasião acidente, de prestar imediato socorro á vitima ou, não podendo fazê-lo diretamente, por justa causa, deixar de solicitar auxílio da autoridade competente: Penas – Detenção, de 6 meses a 1 ano, ou multa, se o fato não constituir elemento de crime mais grave. Parágrafo único – Incide nas penas previstas neste artigo o condutor do veículo, ainda que a sua omissão seja suprida por terceiros, ou se trate de vitima com morte instantânea ou com ferimentos leves. Embriaguez no volante (CTB, art. 306) Conduzir veículo automotor, na via pública, sob a influência de álcool ou substância de efeitos análogos, expondo a dano potencial a incolumidade de outrem: Penas – detenção, de 6 meses a 3 anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou habilitação para dirigir veículo automotor. Requisitos: I - estar na direção de veículo automotor terrestre, II - na via pública, III – conduzindo o volante com substancia análoga ou embriagada http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10631510/artigo-70-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40 http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10588593/artigo-304-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997 http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97 2 7 27 (maconha, crack, cocaína) Obs: O limite máximo de substancia permitido será definido na resolução do ente administrativo, IV – Dirigindo de forma anormal e perigosa. Dirigir sem Habilitação (CTB, art. 309) Conduzir veículo automotor, na via pública sem a devida Permissão para Dirigir ou Habilitação ou, ainda, se cassado o direito de dirigir, gerando perigo de dano: Requisitos: Dirigir veículo automotor terrestre na via pública, sem habilitação ou permissão para dirigir causando perigo de dano concreto. 2 8 28 2 9 29 3 0 30 REFERÊNCIAS BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Trad. Carlos Nelson Coutinho. 9. ed., 16. tirag., Rio de Janeiro: Campus, 1992. 217 p. _____. O positivismo jurídico: lições de filosofia do direito. Compiladas por Nello Morra. Trad. e notas de Márcio Pugliesi, Edson Bini, Carlos E. Rodrigues. São Paulo: Ícone, 1995. 239 p. BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1972. 258 p. _____. Teoria do Estado. 3. ed., 3. tirag. São Paulo: Malheiros, 2001. 379 p. CAETANO, Marcello. Manual de Direito Administrativo. 10. ed., 6. reimp., rev. e actual., por Diogo Freitas do Amaral. 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