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Insuficiência cardíaca

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Insuficiência cardíaca 1
Insuficiência cardíaca
Tags Insuficiência cardíaca.pdf
Definição
A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome clínica caracterizada pela incapacidade 
do coração de fornecer débito cardíaco (DC) suficiente para atender à demanda 
metabólica dos tecidos ou pela capacidade de fazê-los à custa de elevação das 
pressões de enchimento.
O paciente com IC, irá relatar que a dispneia piora quando ele deita.
O edema se inicia em MMII, podendo subir para o restante do corpo, mas geralmente 
poupa face e MMII
Epidemiologia
Estima-se que mais de 23 milhões de pessoas no mundo sejam portadora de IC, e 
a prevalência da doença aumenta com a idade (em maiores de 70 anos pode 
chegar a 10%). 
Insuficiência cardíaca 2
Segundo alguns estudos, dos pacientes internados por IC descompensada, a idade 
mediana foi de 64 anos, sendo 40% do sexo masculino.
Pacientes com diagnósticos de IC têm, reconhecidamente, mortalidade aumentada 
em relação à população geral; estimativas são de que a sobrevida de pacientes 
com essa doença seja de 50% em 5 anos e 10% em 10 anos.
Etiologia
IC com fração de ejeção reduzida (ICFEr): + comum em homens com antecedente 
de isquemia coronária. 
IC com fração de ejeção preservada(ICFEp): + comum em mulheres idosas com 
comorbidades, como , fibrilação atrial (FA), HAS e sobrepeso.
Existem dois tipos de insuficiência cardíaca: 
1.Insuficiência cardíaca fração de ejeção reduzida (sistólica): neste caso, o coração 
não consegue bombear ou ejetar o sangue para fora das cavidades corretamente, ou 
seja, tem-se o que se denomina fração de ejeção reduzida. Neste caso, o coração 
contrai menos ou de forma mais fraca, o que causa acúmulo de sangue. 
2.Insuficiência cardíaca fração de ejeção preservada (diastólica): ocorre quando o 
coração não se enche de sangue com facilidade, porque seus músculos estão mais 
rígidos. Aqui, ao contrário do que ocorre na insuficiência cardíaca sistólica, o coração 
não relaxa para se encher de sangue adequadamente (fração de ejeção preservada).
O prognóstico da ICFEr é pior que a ICFEp, enquanto a IC com fração de ejeção 
intermediária (ICFEi) é o grupo mais heterogêneo, com características e prognósticos 
que ficam no meio termo entre os dois grandes grupos.
Insuficiência cardíaca 3
Fatores de risco
Isquemia cardíaca (principal FR no mundo) → se desenvolve em pacientes com 
HAS, DM, dislipidemia, tabagismo, e HF de história de doença cardiovascular.
HAS (2ª causa no mundo)
Consumo de álcool 
Exposição à drogas quimioterápicas cardiotóxicas (doxirrubicina, ciclofosfamida, 
trastuzumabe)
Doença de Chagas
Valvopatia reumática
Cardiomiopatia dilata idiopática
Fisiopatologia
Os ventrículos funcionam como uma bomba capaz de deslocar um determinado volume 
de sangue para a circulação. Enquanto o ventrículo direito (VD) impulsiona o sangue 
para a circulação pulmonar, o ventrículo esquerdo (VE) é responsável pela ejeção 
sanguínea para a circulação sistêmica. 
Insuficiência cardíaca 4
Há 3 variáveis que têm grande influência sobre o desempenho ventricular sendo:
Pré-carga: reflete o retorno venoso e o volume diastólico final. Causa estiramento 
das fibras miocárdicas do VE no final da diástole, que tem relação direta com o 
retorno venoso e o volume diastólico final.
Pós-carga: corresponde à força que se opõe à contração cardíaca determinado 
pela resistência vascular periférica, complacência da aorta e a resistência da valva 
aórtica. Ou seja, resistência durante a ejeção determinada pelo volume ventricular, 
espessura da parede e resistência vascular periférica. 
Contratilidade miocárdica: que é a força de contração cardíaca.
Pela lei de Frank Starling, o aumento do volume diastólico final permite o aumento da 
contratilidade cardíaca. Do ponto de vista celular, há aumento do comprimento do 
sarcômero, gerando sobreposição entre os filamentos de actina e miosina, permitindo o 
aumento da força de contração miocárdica. Contudo, em determinado momento esse 
mecanismo muda de direção e a sobrecarga volumétrica excedente leva à perda da 
capacidade contrátil compensatória. Dá-se início ao quadro de insuficiência cardíaca.
Qualquer elemento que prejudique a pré e pós carga e contratilidade cardíaca (como a 
isquemia miocárdica, que reduz contratilidade, ou HAS, que aumenta a pós carga),leva 
a uma redução no volume sistólico , o que leva à ativação de uma cascata neuro-
hormonal de compensação.
Sistema simpático é ativado, levando ao aumento da frequência cardíaca, da 
contratilidade e vasoconstrição periférica, que inicialmente aumenta o retorno venoso 
e a pré-carga.
O sistema renina angiotensina aldosterona (SRAA) e o hormônio antidiurético 
(ADH) levam à retenção de água e sódio, aumentando o volume circulante e, 
portanto, pré carga e o volume sistólico. 
Essa resposta compensatória no médio e longo prazo ocasiona diversas alterações 
patológicas: 
Aumento significativo da resistência vascular periférica (pós carga).
Hipervolemia
Fibrose e remodelamento cardíaco que pode ser:
 → Concêntrico, por sobrecarga de pressão (como HAS e estenose aórtica).
Insuficiência cardíaca 5
 → Excêntrico, por sobrecarga de volume (como insuficiência aórtica e mitral). 
Por fim, isso gera um ciclo vicioso de disfunção sistólica e/ou diastólica. 
Insuficiência cardíaca 6
Quadro clínico
Os sinais e sintomas estão relacionados ao baixo débito cardíaco e à congestão 
pulmonar ou sistêmica, aos esforços e ao repouso (em casos mais graves). Existem 
sinais (B3, estase jugular, refluxo hepatojugular) e sintomas (ortopneia e dispnéia 
paroxística noturna - DPN) mais específicos. A ausculta de B4 está relacionada a 
déficit de relaxamento do VE (disfunção diastólica). A presença de terceira bulha 
cardíaca é sinal de disfunção sistólica de VE.
Em pacientes crônicos, a presença de sinais clínicos de congestão pode estar reduzida 
ou ausente, por processos adaptativos e pela grande capacidade do sistema linfático 
em lidar com a congestão. Por esse motivo, a ausência de crepitações na ausculta 
cardíaca, em pacientes crônicos, não afasta o diagnóstico de IC. Quando há líquidos 
no interstício pulmonar, podem ocorrer sibilos, fenômeno conhecido como asma 
cardíaca.
Insuficiência cardíaca 7
A respiração de Cheyne-Stokes é descrita como em "crescendo e decrescendo" . São 
movimentos cíclicos de apneia seguida por aumento progressivo na frequência na 
frequência respiratória e no volume corrente e logo após nova redução gradual e 
apneia. Tem relação com baixo fluxo sanguíneo que ocorre na IC e a demora no fluxo 
sanguíneo dos pulmões para o cérebro. 
No exame físico deve-se diferenciar: 
→ Ortopneia x Dispneia paroxística noturna
Ortopneia: Ocorre dispneia de imediato quando o paciente deita
Dispneia Paroxística Noturna: Ocorre dispneia horas depois, ou seja o paciente deita 
para dormir e horas depois acorda com dispneia. Ele precisa sentar ou ficar em pé para 
melhorar, porque assim diminui o retorno venoso e ele melhora.
→ B3 X B4
B3: Está relacionada com a IC sistólica, com déficit de função ventricular <40%. B3 é 
um ruído de baixa frequência que ocorre pela vibração do sangue proveniente da fase 
de enchimento rápido da diástole, em uma parede ventricular dilatada e fina.
B4: Está relacionada com a IC diastólica, com IC com fração de ejeção preservada, 
FEVE>50%. B4 é um ruído débil que ocorre na última fase de enchimento ventricular, 
representada pela contração atrial. A B4 ocorre pela vibração de sangue durante a 
contração atrial em um ventrículo pouco complacente. A baixa complacência do 
ventrículo pode estar presente em diversas situações, mas a que mais importa para a 
gente agora é a hipertrofia concêntrica
A congestão pulmonar é o mecanismo mais importante para o surgimento da 
dispneia, principalmente pelo acúmulo de fluido intersticial ou intra-alveolar.
A fadiga está associada à diminuição do débito cardíaco, mas outros fatores tais 
como anormalidades musculoesqueléticas eanemia devem ser considerados.
A tosse noturna está relacionada ao aumento da pressão nas artérias brônquicas e 
ao edema pulmonar que geram compressão e resistência das vias aéreas, 
respectivamente.
Os sintomas, por sua vez, variam entre típicos e atípicos. No primeiro grupo, tem-
se: dispneia, ortopneia, dispneia paroxística noturna, fadiga/cansaço e intolerância 
ao exercício. Já no segundo grupo, tem-se tosse noturna, ganho de peso, dor 
abdominal, perda de apetite e noctúria e oligúria. O ecocardiograma transtorácico é 
Insuficiência cardíaca 8
exame de imagem de escolha para o diagnóstico e o seguimento de pacientes com 
suspeita de IC.
Com a redução do débito cardíaco, menos sangue é enviado para todo o 
organismo, retendo-se no ventrículo esquerdo, posteriormente no átrio, e 
consequentemente, no pulmão, gerando congestão pulmonar. Não há hematose 
adequada, e não há oxigenação adequada nos tecidos, acarretando em dispneia.
A dispneia ocorre em virtude do aumento das pressões venosas pulmonares e 
baixo débito cardíaco. Em geral, ela ocorre com exercícios, atenuando-se com 
repouso. Com o agravar da doença, a dispneia torna-se mais frequente a noite, 
acarretando em tosse noturna, e até mesmo em repouso. É comum o relato de 
dispneia após assumir posição supina, melhorando quando em ortopneia. A 
falência do ventrículo direito cursa, em geral, com edema e fadiga.
Com a redução da fração de ejeção, o organismo não recebe a oxigenação 
adequada para manter sua atividade habitual, acarretando em fadiga.
A tosse noturna é manifestação um pouco mais tardia da dispneia, gerada pelo 
aumento das pressões venosas pulmonares e baixo débito cardíaco.
Insuficiência cardíaca 9
Insuficiência cardíaca 10
Diagnóstico 
É baseado no achado dos sinais e sintomas típicos em pacientes com fatores de 
risco, associado a exames complementares que corroboram a hipótese 
diagnóstica, principalmente raio x, ecg e ecocardiograma. 
O critério de Framinghan é utilizado para auxiliar o diagnóstico. 
Insuficiência cardíaca 11
Insuficiência cardíaca 12
Critérios maiores
A→ Aumento da jugular (turgência jugular e refluxo hepatojugular)
B→ B3 - Terceira Bulha (Galope)
C→ Cardiomegalia (raio x de tórax)
D→ Dispneia paroxística noturna e ortopneia
E→ Edema agudo de pulmão (EAP)/Estertores (crepitações pulmonares)
F→ Furosemida (Perda de 4,5kg em 5 dias)
Critérios menores
Edema de MMII
Tosse noturna
Dispneia
Derrame pleural
Hepatomegalia
FC>120bpm
Diagnóstico usa-se: 2 critérios maiores OU 1 maior + 2 menores
Insuficiência cardíaca 13
Obs: o diagnóstico da IC é essencialmente clínico, baseado nos critérios de 
Framinghan. Os exames complementares auxiliam na investigação etiológica e na 
classificação do tipo de IC.
Classificação
Pode ser:
Quanto ao débito cardíaco
→ Baixo débito cardíaco, que representa a maioria das etiologias 
→ Alto débito cardíaco, que ocorre na tireotoxicose, sepse, anemia, fístulas 
arteriovenosas e beribéri).
Local da congestão.
→ Sintomas de IC direita, em que há congestão sistêmica, em que há edema de MMII, 
hepatomegalia, ascite, turgência jugular, refluxo hepatojugular
→ Sintomas de IC esquerda (congestão pulmonar), em que há crepitações, ortopneia, 
dispneia paroxística noturna, edema agudo de pulmão.
Insuficiência cardíaca 14
As classificações mais usadas na prática clínica utilizam os seguintes critérios: 
 → Gravidade dos sintomas (classificação funcional NYHA)
Insuficiência cardíaca 15
A classificação é dinâmica, ou seja, o paciente pode mudar de classificação de acordo 
com sua melhora ou piora da doença.
 → Tempo e progressão da doença (diferentes estágios AHA). 
Insuficiência cardíaca 16
Insuficiência cardíaca 17
Uma vez que o indivíduo passou de um estágio para outro, ele não volta mais ao 
estágio anterior. 
→ Fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE).
Exames complementares
Exames laboratoriais gerais estão indicados para avaliação de comorbidades e 
prognóstico (hemograma, perfil lipídico, função tireoidiana, hepática e renal). Anemia, 
Insuficiência cardíaca 18
hiponatremia e insuficiência renal e hepática são marcadores de pior prognóstico.
A avaliação de biomarcadores tornou-se ferramenta de grande valia para diagnóstico e 
prognóstico da IC. Tanto o BNP (peptídeo natriurético tipo B), quanto o NT-proBNP 
(fração N-terminal do BNO) são liberados na presença de distensão da parede do 
miocárdio ventricular e têm função oposta ao SRAA, causando vasodilatação e 
natriurese. Valores elevados aumentam a probabilidade de IC. Nos pacientes em tto 
ambulatorial, quanto menores os valores do BNP/NT-proBNP, melhor prognóstico. 
Insuficiência cardíaca 19
OBS: BNP/NTproBNP serve para diagnóstico diferencial de dispneia e prognóstico dA 
IC.
O ECG é um dos exames fundamentais para o diagnóstico, e a presença de exame 
normal tem alto valor preditivo negativo para excluir a IC. Achados mais comuns são 
Insuficiência cardíaca 20
sobrecargas de câmaras esquerdas, onda Q patológica, bloqueio de ramo direito ou 
esquerdo (implica pior prognóstico), extrassístoles, bradicardia ou taquiarritmias.
A radiografia de tórax pode apresentar cardiomegalia (índice cardiotorácico >O,5) e 
sinais de congestão pulmonar (cefalização de trauma, linhas B de Kerley, congestão 
hilar, derrame pleural).
Insuficiência cardíaca 21
Insuficiência cardíaca 22
Insuficiência cardíaca 23
O ecocardiograma é fundamental para o diagnóstico e classificação da IC. Os achados 
mais importante são quantificação da FEVE, tamanho das câmaras cardíacas, 
avaliação das valvas, pericárdio e função diastólica.Alterações segmentares da 
contração sugerem etiologia isquêmica. 
Em relação à etiologia caso seja: 
→ isquêmica: o eco mostrará alteração segmentar 
→HAS: o eco mostrará hipertrofia concêntrica 
→ doença valvar
→Chagas : eco mostrará um aneurisma apical
O ultrassom pulmonar é um exame rápido que pode ser realizado à beira do leito e tem 
se mostrado mais sensível e específico para a avaliação da cama congestão pulmonar 
que o exame físico e a radiografia de tórax. Os achados do US pulmonar no edema 
pulmonar são mais de três linhas B (linhas verticais, em rabo de cometa) por campo 
avaliado, que interrompem as linhas A (horizontais) presentes no parênquima normal e 
a presença de derrame pleural.
Insuficiência cardíaca 24
Diagnóstico diferencial
Qualquer patologia que cause dispneia entra no diagnóstico diferencial, com destaque 
para causas pulmonares, como TEP, DPOC e asma. 
Tratamento
O tratamento da IC começa pela prevenção em pacientes no estágio A (cessação de 
tabagismo, controle da HAS) e engloba medidas comportamentais e tratamento 
farmacológico específico a partir dos pacientes em estágio B (com disfunção ventricular 
assintomática).
Tratamento não farmacológico
Restrição de sódio
É prudente que evite o consumo excessivo de sódio (>7g de sal por dia) em pacientes 
com IC crônica. 
Insuficiência cardíaca 25
Restrição hídrica
Pacientes que estejam descompensados e hipervolêmicos devem ser orientados a 
realizar restrição de 1000 a 1500ml, a depender da gravidade do caso. 
Tabagismo e bebidas alcoólicas
Todos os pacientes devem ser aconselhados a parar de fumar e reduzir ou cessar o 
consumo de álcool (principalmente aqueles com cardiomiopatia dilatada de etiologia 
alcoólica).
Reabilitação cardiovascular
Atividade física regular melhora a qualidade de vida e reduz internações. Devem ser 
associados exercícios aeróbicos e resistivos para grupos musculares. 
Vacinação
Está indicada a vacinação contra influenza (anual) e pneumococo. Uma vez que as 
infecções são causas de descompensação.
Tratamento farmacológico
IC com fração de ejeção reduzida (ICFER) e estágio B: IECA OU BRA+ 
Betabloqueador + Espironolactona ( adicona a espironolactona em pacientes que 
evolui para estágio C)
→ IECA ou BRA
Insuficiência cardíaca 26
Os IECA têm benefícios comprovado na redução de morbimortalidadedos pacientes 
com ICFEr e devem ser utilizados em todos os pacientes com FEVE < 40% , sejam 
sintomáticos (estágio C) ou assintomáticos (estágio B). 
OBS: em caso de tosse seca (efeito colateral comum) devem ser substituído por BRA 
(Bloqueador do receptor AT1 da angiotensina II), que apresentam benefícios 
semelhantes. 
OBS: esses fármacos podem causar piora da função renal e hipercalemia; portanto não 
devem ser utilizados em pacientes com TFG < 20 ou potássio > 5,5. 
OBS: Não deve associar IECA e BRA pelo aumento nos efeitos colaterais.
OBS: Durante a gestação, o uso de IECA e BRA é contraindicado devido à 
fetotoxicidade, e os vasodilatadores preferenciais são hidralazina e nitrato.
→ Betabloqueadores
Tbm são fármacos de primeira linha no tto da ICFEr, com benefícios de mortalidade e 
melhora de sintomas, e devem ser utilizados em pacientes sintomáticos (estágio C) 
quanto assintomáticos (estágio B). 
Medicamentos com benefícios comprovados são: carvedilol, bisoprolol, e 
succinato de metoprolol.
OBS: Devem ser evitados em pacientes com bradiarritmias e usados com cautela em 
pacientes com broncoespasmo (priorizar nesses pacientes, cardioseletivos como 
bisoprolol). 
Se o paciente fica congesto após o início do betabloqueador, deve-se fazer ajuste com 
diurético.
→Antagonistas dos receptores mineralocorticoides (Espironolactona). 
Indicada para pacientes com ICFEr e sintomáticos (estágio C e classe funcional II a IV) 
para redução de mortalidade e internações, associado ao tto padrão (IECA ou BRA e 
betabloqueador).
OBS: esses fármacos estão contraindicados em insuficiência renal e hipercalemia; 
portanto não devem ser utilizados em pacientes com TFG < 20 ou potássio > 6,0.
OBS: Tem como efeito colateral a ginecomastia
→ Inibidores da neprilisina e dos receptores da angiotensina 
(sacubitril/valsartana)
Insuficiência cardíaca 27
O sacubitril/valsartana representa uma nova classe terapêutica que inibe 
simultaneamente o SRAA (BRA) e a neprilisina (enzima responsável pela degradação 
dos peptídeos natriuréticos, inibindo tal enzima, haverá aumento dos peptídeos 
natriuréticos), tendo assim, uma dupla ação. 
→ As diretrizes recomendam seu uso em substituição do IECA ou BRA, para disfunção 
de VE sintomática, já em uso de terapêutica otimizada com terapia tripla para reduzir 
morbidade e mortalidade
→ O IECA deve ser suspenso pelo menos 36 horas antes de iniciar o 
sacubitril/valsartana (pelo risco de angioedema), e o tratamento combinado de IECA ou 
BRA e sacubitril/valsartana está contraindicado.
Contraindicação: TFG: <30 e K+> 5,5
Efeitos colaterais mais comuns: hipotensão e angioedema
Reduz mortalidade
→ Nitrato e hidralazina 
São drogas vasodilatadoras direta. 
São inferiores ao IECA/BRA
A associação de hidralazina e nitrato está indicada para a ICFEr sintomática em classe 
funcional II-IV (NYHA), em que há contraindicação à IECA ou BRA (por 
insuficiência renal/hipercalemia).
Essa associação tb pode ser utilizada em associação com IECA ou BRA em pacientes 
que estejam em terapia otimizada, com melhora no grau de evidência para 
pacientes negros. 
O uso dessa associação é limitado devido à posologia incoveniente (3vzs ao dia ) e por 
efeitos colaterais frequentes, como hipotensão e cefaleia.
Diminui a mortalidade
→ Ivabradina
A ivabradina inibe seletivamente a corrente de If no tecido do nó sinoatrial, reduzindo a 
frequência cardíaca. Está indicada para ICFEr sintomática, em paciente com 
terapêutica otimizada (isto é, maior dose de betabloqueador tolerada), em ritmo 
sinusal e FC >ou= 70bpm, para redução de hospitalização, morte vascular e 
morte por IC. 
Insuficiência cardíaca 28
OBS: Devido ao seu mecanismo de ação, está contraindicada em pacientes com 
fibrilação atrial e bradiarritmias.
Embora seja pequeno o efeito, tem efeito em diminuir a mortalidade.
→ Digoxina
Está indicada na disfunção ventricular sintomática, apesar de terapêutica otimizada 
com terapia tripla para reduzir sintomas e hospitalizações. Em pacientes com 
fibrilação atrial, pode ajudar no controle da frequência cardíaca.
Cuidados devem ser tomados em pacientes idosos e com insuficiência renal, pelo risco 
de intoxicação(náusea, vômitos, arritmias e xantopsia -visão amarelada). O nível 
sérico da digoxina deve ser monitorizada nesses pacientes, com valores entre 0,5 e 0,8 
ng/ml 
OS digitálicos não estão associados ao aumento da sobrevida dos pacientes com IC. 
Não reduz mortalidade!!
Os digitálicos podem ser usados em pacientes com IC com sintomas refratários à 
terapia padrão ou para controle da FC quando fibrilação atrial associada, no entanto 
são drogas que não aumentam sobrevida dos pacientes com IC.
→ Diuréticos
Insuficiência cardíaca 29
Diuréticos de alça como furosemida, não demonstraram benefícios na mortalidade dos 
pacientes com IC e devem ser utilizados para o controle dos sintomas de 
congestão.
Devido aos efeitos colaterais (piora da função renal e distúrbios hidroeletrolíticos) 
devem ser usados na menor dose e menor tempo possível.
A associação com diurético tiazídico (hidroclorotiazida e clortalidona) pode ajudar no 
controle dos sintomas de pacientes que utilizam doses elevadas de furosemida.
→ Novos hipoglicemiantes
Duas classes de hipoglicemiantes provaram redução de mortalidade em pacientes 
diabéticos com doença cardiovascular estabelecida
Inibidores de SGLT-2: Inibem o cotransportador de sódio e glicose dos néfrons, 
induzindo glicosúria. Representantes: empaglifozina, dapaglifozina, 
canaglifozina.
Análogos do GLP-1: Aumentam a secreção de insulina, reduzem glucagon e 
aumentam o tempo de esvaziamento gástrico. São drogas de uso subcutâneo. 
Representantes: liraglutida, semaglutida e dulaglutida.
Insuficiência cardíaca 30
Insuficiência cardíaca 31
IC com fração de ejeção preservada
Definição: Sintomas da IC e FEVE> 50%
Apresenta BNP e NT-proBNP elevados. 
Alteração estrutural e/ou disfunção diastólica no ECO
No exame físico encontra-se B4
Epidemiologia: Ocorre principalmente em mulheres idosas
Prevalência e prognóstico é = a ICFER
Comorbidades: HAS, FA, obesidade
Exames complentares: BNP >50 e NT-proBNP>125; ECO: FEVE >50%, pode 
encontrar disfunção diastólica, aumento do átrio esquerdo, hipertrofia concêntrica, 
aumento da pressão pulmonar.
Tratamento:
Insuficiência cardíaca 32
→ Controle das comorbidades
→ Hipertrofia concêntrica + HAS → IECA/BRA (controla remodelamento cardíaco)
→ Reduzir internações → espironolactona (antagonista da aldosterona)
→ Congestão → diuréticos
OBS: Na ICFEP não há tto para redução da mortalidade
IC Descompensada
Paciente que chega no PS com queixa de dispneia deve-se fazer exames 
complentares para afastar outras causas de dispneia.
Deve-se fazer exames complementares sendo:
ECG para avaliar: sobrecargas, arritmias. O ECG tem alto valor preditivo negativo, 
então se um paciente não tem alteração em ECG, provável que não tenha IC, 
sendo que nesta situação a causa de dispneia dele é outra.
Raio X para avaliar: cardiomegalia, cefalização de trama, linhas B de Kerley
USG pulmonar: O normal do USG são as linhas A, que são paralelas e horizontais. 
Se o paciente tiver congestão ele terá as linhas B, que são verticais e são 
chamadas de rabo de cometa.
Deve-se fazer tbm BNP ou NT-proBNP
Insuficiência cardíaca 33
Classificação da IC descompensada
Insuficiência cardíaca 34
Sinais de congestão: Crepitações pulmonares, turgência jugular, hepatomegalia, ascite, 
edema de extremidades.
Sinais de má perfusão/baixo débito cardíaco: hipotensão, tontura, lentificação do 
enchimento capilar, oligúria, redução da pressão de pulso, ou seja aproximação entre 
PAS e PAD.
Insuficiência cardíaca 35
PERFIL A (QUENTE E SECO)
São pacientes normais, não tem congestão e nem sinais de baixo débito cardíaco. Eles 
não estão descompensados. Em geral, procuram o pronto-socorro por queixas não 
relacionadas à IC.Devem ser estimulados a manter o uso das medicações com impacto 
na mortalidade e seguimentoambulatorial.
PERFIL B (QUENTE E ÚMIDO)
Pacientes em perfil B estão congesto com crepitações pulmonares, refluxo 
hepatojugular e estase jugular a 45°, contudo sem sinais de baixo débito cardíaco. 
Esse é o perfil mais comum de descompensação e, felizmente, com melhor 
prognóstico. 
O tto é baseado no uso de diuréticos de alça endovenosos como furosemida, já que 
absorção oral das medicações pode estar prejudicada pelo edema de alças intestinais.
Em casos refratários a doses elevadas de furosemida, pode-se associar diuréticos 
tiazidicos e poupadores de potássio (Espironolactona). Nesses pacientes, a função 
renal e os eletrólitos devem ser monitorizados (risco de distúrbios hidroeletrolíticos), 
assim como débito urinário e o peso diário, para guiar o tto nos pacientes que 
necessitam de internação. 
Insuficiência cardíaca 36
Além disso, vasodilatadores devem ser utilizados para redução da resistência 
vascular periférica e pós carga. Podem ser utilizados desde vasodilatadores orais 
(nitratos, IECA ou BRA), para casos com congestão menos intensa, até 
vasodilatadores endovenosos (nitroglicerina e nitroprussiato), para casos mais graves. 
Pacientes com congestão importante, hipoxemia e taquipnéia se beneficiam do uso de 
ventilação com pressão positiva (CPAP ou BiPAP). 
Como os betabloqueadores são medicações com efeitos inotrópico negativo (reduzem 
a contratilidade) , seu uso durante a descompensação em perfil B deve seguir os 
seguintes princípios:
Em pacientes que já utilizam: devem ser mantidos ou a dose reduzida pela metade, 
mas não devem ser suspensos, pois são benéficos e a suspensão pode causar efeito 
rebote (taquicardia).
Em pacientes que não estão em uso: só devem ser introduzidos após a 
compensação, quando não houver mais sinais de congestão, preferencialmente antes 
da alta hospitalar. 
OBS: Perfil B → NÃO suspender betabloqueador do paciente que já está em uso. 
PERFIL C (FRIO E ÚMIDO)
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Aqueles em perfil C estão congestos e com baixo débito, o que confere o pior 
prognóstico entre os perfis de descompensação.
O tratamendo deve incluir o uso de furosemida endovenosa e medicações com 
efeito inotrópico positivo, em que se destacam 3 categorias:
Agonistas beta-adrenérgicos: dobutamina, dopamina
Inibidores da fosfodiesterase: milrinona
Sensibilizadores de cálcio: levosimendana
Dentre os inotrópicos, a dobutamina é a droga mais utilizada, pois não é 
contraindicada em pacientes hipotensos como as demais. A dobutamina age nos 
receptores beta1-adrenérgico, aumentando o cálcio, e vai melhorar a interação do 
cálcio com as fibras de actina e miosina.
Em pacientes com baixo débito cardíaco, os betabloqueadores devem ter a dose 
reduzida pela metade naqueles que já utilizam e nunca podem ser introduzidos 
nos virgens de tto com esse medicamento. Nos pacientes em choque cardiogênico 
franco (baixo débito cardíaco com insuficiência em múltiplos órgãos), o betabloqueador 
deve ser suspenso.
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PERFIL L (FRIO E SECO)
Pacientes com sinais de baixo débito cardíaco e sem congestão estão hipovolêmicos, 
seja por causas patológicas (diarreia e vômito) ou iatrogênicas (excesso de diuréticos).
Inicialmente, esses pacientes devem ser submetidos à prova volêmica com alíquotas 
de cristaloides (soro fisiológico 0,9% ou ringer lactato 250ml) e reavaliações 
frequentes.
Existem 3 respostas possíveis após a prova volêmica:
1. Melhora do baixo débito sem congestão (perfil A): paciente pode ter alta com 
redução da dose do diurético.
2. Melhora do baixo débito, mas evoluindo com congestão (perfil B): paciente deve 
receber diurético com parcimônia e vasodilatadores.
3. Sem melhora do baixo débito cardíaco e evolução com congestão (perfil C): devem 
ser introduzidos diuréticos com parcimônia e inotrópico.
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