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FARMACOLOGIA PARA ESTUDANTES Carlos Herrero Carcedo carlosherrerocarcedo.com 1 FARMACOLOGIA PARA ESTUDANTES Carlos Herrero Carcedo carlosherrerocarcedo.com Copyright© 2020 por Carlos Herrero Carcedo Todos os Direitos Reservados AVISO LEGAL Fica rigorosamente proibido, sem a autorização escrita do titular do copyright, a reprodução desta obra por qualquer médio ou procedimento, incluídos a reprografía e o tratamento informático. 2 Índice SEÇÃO 1: MEDIADORES QUÍMICOS 1) SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO. 1. Anatomia e fisiologia básicas https://www.carlosherrerocarcedo.com/ https://www.carlosherrerocarcedo.com/ 2. Sistemas de neurotransmissão 3. Principais efeitos do sistema nervoso autônomo 4. Modulação pré-sináptica e pós-sináptica 2) TRANSMISSÃO COLINÉRGICA. 1. Ações da acetilcolina 2. Receptores colinérgicos 3. Agonistas muscarínicos (parassimpaticomiméticos) 4. Antagonistas muscarínicos (parassimpaticolíticos) 5. Drogas que influenciam os gânglios autônomos 6. Bloqueadores neuromusculares 7. Drogas de ação pré-sináptica 8. Medicamentos inibidores da colinesterase 3) TRANSMISSÃO NORADRENÉRGICA. 1. Catecolaminas e receptores adrenérgicos 2. Síntese, armazenamento e liberação de noradrenalina 3. Recaptação e degradação de catecolaminas 4. Drogas que atuam sobre os receptores adrenérgicos 5. Drogas que atuam sobre os neurônios noradrenérgicos 4) FARMACOLOGIA DOS MEDIADORES 5-HIDROXITRIPTAMINA E PURINAS. 1. Localização, biossíntese e degradação da 5-HT 2. Efeitos farmacológicos 3. Drogas que atuam sobre os receptores de 5-HT 4. Medicamentos anti-enxaqueca 5. Purinas como mediadores 5) INFLAMAÇÃO E RESPOSTA IMUNITÁRIA. 1. Reação inflamatória aguda 2. Resposta imunitária inata (não específica) 3. Resposta imunitária adaptativa (específica) 4. Mediadores da inflamação e reações imunitárias 3 6) ANTI-INFLAMATÓRIOS NÃO ESTERÓIDES. 1. Características gerais 2. Reações adversas 3. Salicilatos 4. Paraaminofenóis 5. Pirazolonas 6. Derivados do ácido propiônico 7. Derivados do ácido acético 8. Oxicams 9. Derivados do ácido antranílico 10. Outros AINE 11. Medicamentos seletivos para a COX-2 (coxib) 7) ANTI-INFLAMATÓRIOS E IMUNOSSUPRESSORES. 1. Anti-histamínicos H1 2. Tratamento de gota e hiperuricemia 3. Drogas anti-reumáticas modificadoras da doença (DMARD) 8) MEDIADORES PEPTÍDICOS E PROTÉICOS. 1. Tipos de mediadores peptídicos 2. Síntese e secreção de peptídeos 3. Antagonistas peptídicos 4. Peptídeos e proteínas. Tratamento farmacológico SEÇÃO 2: SISTEMA NERVOSO CENTRAL 9) NEUROTRANSMISSÃO E AÇÃO FARMACOLÓGICA NO SISTEMA NERVOSO CENTRAL. 1. Introdução 2. Aminoácidos transmissores/excitadores no SNC 3. Aminoácidos transmissores/inibidores no SNC 4. Noradrenalina 5. Dopamina 6. 5-hidroxitriptamina (serotonina) 7. Acetilcolina 8. Purinas 9. Histamina 10. Melatonina 11. Óxido Nítrico 12. Mediadores lipídicos 4 10) DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS. 1. Neurotoxicidade e mecanismos de morte neuronal 2. Acidente vascular cerebral (AVC) 3. Doença de Alzheimer 4. Doença de Parkinson 11) ANESTÉSICOS GERAIS. 1. Introdução 2. Mecanismo de ação dos anestésicos 3. Efeitos nos sistemas nervoso, cardiovascular e respiratório 4. Anestésicos gerais por inalação 5. Anestésicos gerais por via intravenosa 12) ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS. 1. Definição de ansiedade e insônia 2. Benzodiazepinas 3. Buspirona 4. Outros ansiolíticos e hipnóticos 13) ANTIDEPRESSIVOS. 1. Natureza da depressão 2. Mecanismos patogênicos da depressão 3. Tipos de antidepressivos 4. Antidepressivos tricíclicos 5. Outros inibidores não seletivos da recaptação de NA e 5-HT 6. Inibidores seletivos da recaptação de 5-HT (SSRI) 7. Inibidores seletivos da recaptação de NA 8. Inibidores da monoaminoxidase (IMAO) 9. Bloqueadores de receptores, antagonistas não seletivos 10. Medicamentos anti-maníacos 14) ANTIPSICÓTICOS. 1. Natureza da esquizofrenia 2. Mecanismos patogênicos da esquizofrenia 3. Classificação dos antipsicóticos 4. Efeitos farmacológicos e reações adversas gerais 5. Propriedades diferenciais e aplicações dos antipsicóticos de primeira e segunda geração 15) ANTIEPILÉPTICOS. 1. Natureza e tipos de epilepsia 2. Bases fisiopatológicas da epilepsia 5 3. Mecanismos de ação dos antiepilépticos 4. Principais drogas antiepilépticas 5. Escolha de um antiepiléptico 6. Descrição dos anticonvulsivantes mais utilizados 16) ANALGÉSICOS OPIÁCEOS. 1. A dor 2. Drogas de morfina 3. Receptores opióides 4. Agonistas e antagonistas 5. Ações farmacológicas 6. Tolerância e dependência 7. Características farmacocinéticas 8. Analgésicos opiáceos 17) ANESTÉSICOS LOCAIS. 1. Características físico-químicas 2. Mecanismo de ação 3. Características farmacocinéticas 4. Reações adversas 5. Propriedades dos anestésicos locais SEÇÃO 3: AÇÕES E PROPRIEDADES DAS DROGAS QUE ATUAM NOS PRINCIPAIS SISTEMAS ORGÂNICOS 18) CORAÇÃO. 1. Freqüência e ritmos cardíacos 2. Contração cardíaca 3. Fluxo sanguíneo coronário 4. Regulação autonômica do coração 5. Peptídeos natriuréticos cardíacos 6. Doença isquêmica do coração 19) MEDICAMENTOS ANTIARRÍTMICOS. 1. Classificação e mecanismos de ação 2. Quinidina, procainamida e disopiramida (classe Ia) 3. Lidocaína e mexiletina (classe Ib) 4. Propafenona e flecainida (classe Ic) 5. Beta-bloqueadores (classe II) 6 6. Amiodarona e sotalol (classe III) 7. Verapamil e diltiazem (classe IV) 8. Adenosina 9. Digoxina 10. Outros antiarrítmicos 20) DROGAS QUE AUMENTAM A CONTRAÇÃO MIOCÁRDICA. 1. Características químicas dos glicosídeos digitálicos 2. Mecanismo de ação da digoxina 3. Efeitos cardiovasculares da digoxina 4. Propriedades farmacocinéticas e intoxicação digitálica 5. Aplicações terapêuticas da digoxina 6. Outros medicamentos inotrópicos positivos 21) DROGAS ANTIANGINOSAS. 1. Angina 2. Nitratos orgânicos 3. Bloqueadores β-adrenérgicos 4. Bloqueadores dos canais de cálcio 5. Outros antianginosos 22) SISTEMA VASCULAR E DROGAS VASOATIVA S. 1. Os vasos sanguíneos 2. Endotélio vascular 3. Sistema renina-angiotensina 4. Drogas vasoconstritoras 5. Drogas vasodilatadoras de ação direta 6. Drogas vasodilatadoras de ação indireta 23) FARMACOLOGIA DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA. 1. Conceitos fundamentais 2. Aumento da excreção de sal e água 3. Inibição do sistema renina-angiotensina-aldosterona 4. Beta- bloqueadores na insuficiência cardíaca 5. Inibição do hormônio antidiurético 6. Relaxamento do músculo liso vascular 7. Aumento da força de contração cardíaca 8. Vasodilatadores 7 24) ANTI-HIPERTENSIVOS. 1. Hipertensão arterial (HBP) 2. Classificação dos medicamentos anti-hipertensivos 3. Diuréticos 4. Beta-bloqueadores adrenérgicos 5. Bloqueadores α1-adrenérgicos 6. Inibidores da enzima conversora da angiotensina (ECA) 7. Antagonistas dos receptores da angiotensina II (sartanes) 8. Bloqueadores dos canais de cálcio 9. Inibidores da ação simpática de ação central 10. Vasodilatadores diretos 11. Outros medicamentos anti-hipertensivos 12. Escolha do medicamento anti-hipertensivo 25) PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS D OS BLOQUEADORES DOS CANAIS DE CÁLCIO, IECA E BETA-BLOQUEADORES. 1. Bloqueadores dos canais de cálcio 2. IECA 3. Beta-bloqueadores 26) RIM. 1. Estrutura e função do néfron 2. Diuréticos de alça 3. Tiazidas 4. Diuréticos poupadores de potássio 5. Inibidores da anidrase carbônica 6. Diuréticos osmóticos 7. Aplicações terapêuticas 27) ATEROSCLEROSE E DROGAS HIPOLIPEMIANTES. 1. Doença ateromatosa 2. Lipoproteínas 3. Estatinas 4. Fibratos 5. Drogas hipolipemiantes que inibem a absorção de colesterol 6. Ácido nicotínico e derivados 7. Outras drogas hipolipemiantes 8 28) FARMACOLOGIA DA HEMOSTASIA E TROMBOSE. 1. Introdução 2. Farmacologia da função plaquetária 3. Farmacologia da coagulação 4. Farmacologia da fibrinólise 29) APARELHO RESPIRATÓRIO. 1. Regulação da respiração 2. Asma brônquica 3. Medicamentos anti-asmáticos 4. Agonistas dos receptores β2-adrenérgicos5. Xantinas 6. Anticolinérgicos 7. Antagonistas dos receptores de cisteinil-leucotrienos 8. Anti- histamínicos H1 9. Glicocorticóides 10. Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) 11. Tosse 12. Hipertensão pulmonar 13. Surfactantes pulmonares 30) APARELHO DIGESTIVO. 1. Controle neuronal e hormonal 2. Secreção gástrica 3. Antiácidos 4. Antagonistas do receptor H2 da histamina 5. Inibidores da bomba de prótons 6. Outras drogas que inibem a secreção de ácido gástrico 7. Erradicação da infecção por Helicobacter pylori 8. Drogas protetoras da mucosa 9. Farmacologia de vômito 10. Medicamentos procinéticos 11. Laxantes 12. Medicamentos antidiarreicos 13. Farmacologia da doença inflamatória intestinal crônica 14. Farmacologia da secreção biliar 31) TRATAMENTO DO DIABETES MELLITUS. 1. Hormônios das ilhotas pancreáticas 2. Diabetes Mellitus 3. Insulinas 4. Sulfoniluréias 9 5. Biguanidas 6. Tiazolidinedionas (glitazonas) 7. Outros antidiabéticos orais 8. Adjuvantes de insulina 32) GLÂNDULA PITUITÁRIA E CÓRTEX AD RENAL. 1. Hipófise anterior (adeno-hipófise) 2. Corticoliberina (CRH) e corticotropina (ACTH) 3. Tireoliberina (TRH) e tireotropina (TSH) 4. Somatoliberina (GHRH), somatostatina (GHRIH) e somatotropina (GH) 5. Prolactina 6. Hipófise posterior (neuro-hipófise) 7. Córtex adrenal 8. Glicocorticóides 9. Mineralocorticóides 33) TIREÓIDE. 1. Hormônios tireoidianos 2. Anomalias da função tireoidiana 3. Farmacologia do hipertireoidismo 4. Farmacologia do hipotireoidismo 34) METABOLISMO ÓSSEO. 1. Remodelação óssea 2. Doenças ósseas 3. Bisfosfonatos 4. Raloxifeno 5. Hormônio da paratireoide (PTH) 6. Ranelato de estrôncio 7. Calcitonina 8. Preparações de vitamina D 9. Sais de cálcio 10. Outros compostos 35) APARELHO REPRODUTOR. 1. Controle hormonal do sistema reprodutor feminino 2. Estrogênios 3. Moduladores seletivos dos receptores estrogênicos 4. Progestágenos 5. Antiprogestágenos 6. Controle hormonal do aparelho reprodutor masculino 10 7. Andrógenos 8. Antiandrógenos 9. Inibidores da aromatase 10. Secreção com influência gonadal 11. Contraceptivos orais 12. Útero 13. Disfunção erétil SEÇÃO 4: FARMACOLOGIA DE DOENÇAS INFECCIOSAS E CÂNCER 36) BASES MOLECULARES DA QUIMIOTERAPIA. 1. Introdução 2. Reações bioquímicas como possíveis alvos 3. Resistência bacteriana aos antibióticos 4. Mecanismos bioquímicos da resistência aos antibióticos 37) ANTIBIÓTICOS β-LACTÂMICOS. 1. Penicilinas 2. Cefalosporinas 3. Outros antibióticos β-lactâmicos 38) ANTIBIÓTICOS AMINOGLICOSÍDEOS, MACROLÍDEOS E GLICOPEPTÍDEOS . 1. Aminoglicosídeos 2. Macrolídeos 3. Antibióticos glicopeptídeos 4. Outras alternativas às infecções por germes Gram positivos 39) TETRACICLINAS, CLORANFENICOL, LINCOSAMIDAS E OUTROS ANTIBIÓTICOS. 1. Tetraciclinas 2. Cloranfenicol 3. Lincosamidas 4. Outros antibióticos 40) QUINOLONAS, SULFONAMIDAS, TRIMETOPRIM, COTRIMOXAZOL E NITROFURANTOÍNA. 11 1. Quinolonas 2. Sulfonamidas 3. Trimetoprim 4. Cotrimoxazol 5. Nitrofurantoína 41) ANTIMICOBACTERIANOS. 1. Quimioterapia antituberculose 2. Quimioterapia anti-lepra 42) ANTIVIRAIS. 1. Vírus patogênicos 2. Inibidores nucleósidos da transcriptase reversa 3. Inibidores não nucleósidos da transcriptase reversa 4. Inibidores de protease 5. Inibidores da DNA polimerase viral 6. Inibidores da ligação do HIV nas células do hospedeiro 7. Inibidores da neuraminidase e inibidores do desmantelamento da cobertura viral 8. Medicamentos biológicos e imunomoduladores 9. Tratamento combinado do HIV 43) ANTIFÚNGICOS. 1. Infecções fúngicas 2. Antibióticos antifúngicos 3. Antifúngicos sintéticos 44) DROGAS ANTIPARASITÁRIAS. 1. Principais infecções por protozoários 2. Amebíase 3. Tripanossomíase 4. Leishmaniose 5. Outras infecções por protozoários flagelados 6. Malária 7. Toxoplasmose 8. Pneumocistose 9. Principais infecções por helmintos 10. Benzoimidazoles 11. Praziquantel 12. Niclosamida 13. Outros anti-helmínticos 12 45) QUIMIOTERAPIA ANTINEOPLÁSICA. 1. Célula cancerosa 2. Drogas alquilantes e compostos relacionados 3. Medicamentos antimetabólitos 4. Antibióticos citotóxicos 5. Derivados de plantas 6. Hormônios 7. Antagonistas hormonais 8. Outras drogas antineoplásicas 9. Estratégias futuras 13 SEÇÃO 1 14 SISTEMA NERVOSO 1 AUTÔNOMO 1. ANATOMIA E FISIOLOGIA BÁSICA. O sistema nervoso periférico possui os seguintes elementos: • Sistema nervoso autônomo. • Nervos eferentes somáticos que inervam o músculo esquelético. • Nervos aferentes somáticos e viscerais. O sistema nervoso autônomo é constituído morfologicamente por: a) O sistema nervoso simpático, cujos centros nervosos estão localizados no corno intermediolateral da medula espinal a partir de onde saem as eferências simpáticas ou fibras pré-ganglionares para os gânglios pré-vertebrais e paravertebrais simpáticos para finalmente inervar os órgãos e tecidos as fibras pós-ganglionares de longo alcance. b) O sistema nervoso parassimpático, cujos nervos emergem de duas regiões: os nervos cranianos III, VII, IX e X e os segmentos 2, 3 e 4 da medula sacral. As fibras eferentes pré-ganglionares são longas e os gânglios parassimpáticos são geralmente localizados perto ou dentro do órgão efetor inervado pelas fibras pós- ganglionares. c) O sistema nervoso entérico, que consiste em neurónios localizados em plexos intramurais do tracto intestinal, pode agir por conta própria para controlar as funções motoras e secretoras do intestino, mas recebe aferências a partir dos sistemas simpático e parassimpático. O sistema nervoso autônomo, inconscientemente, regula muitas funções viscerais: metabolismo energético, contração e relaxamento da musculatura lisa vascular e visceral, frequência cardíaca, secreções... A principal diferença entre as vias eferentes autônomas e somáticas é que as vias autônomas têm dois neurónios em série, e as vias somáticas só um neurónio motor que liga o SNC com a fibra do músculo esquelético. 15 2. SISTEMAS DE NEUROTRANSMISSÃO. Todas as fibras motoras que saem do SNC, ou seja, todas as fibras pré- ganglionares simpáticas e parassimpáticas, liberam o neurotransmissor acetilcolina, que age nos receptores colinérgicos nicotínicos. Todas as fibras pós-ganglionares parassimpáticas liberam acetilcolina, que realiza a transmissão por interação com receptores colinérgicos muscarínicos. A maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas liberam noradrenalina, que atua nos receptores adrenérgicos α ou β. A exceção são as glândulas sudoríparas onde a acetilcolina atua nos receptores colinérgicos muscarínicos. 3. PRINCIPAIS EFEITOS DO SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO. EFEITO SIMPÁTICO EFEITO PARASSIMPÁTICO ÓRGÃO (ADRENÉRGICO) (COLINÉRGICO) CORAÇÃO Nodo sinusal ↑ frequência cardíaca (β1) ↓ frequência cardíaca Aurícula ↑ contratilidade (β1) ↓ contratilidade Nó ↑ automaticidade e ↓ velocidade de condução e atrioventricular velocidade de condução (β1) bloqueio AV ↑ automaticidade, contratilidade e Ventrículo sem efeito velocidade de condução (β1) ARTERÍOLAS constrição (α) sem efeito Coronárias Músculo dilatação (β2) sem efeito Vísceras, pele e constrição (α) sem efeito membranas mucosas Glândulas salivares constrição (α) dilatação Renais constrição (α) sem efeito Tecido erétil constrição (α) dilatação VEIAS constrição (α) / dilatação (β2) sem efeito VÍSCERAS broncodilatação (β broncoconstrição e ↑ secreção Brônquios 2) ↓ motilidade, ↑ motilidade, dilatação de esfíncteres e Tubo digestivo contração de esfíncteres (α1) estimulação da secreção relaxamento (β contração (detrusor) e relaxamento do Bexiga 2), contração do esfíncter (α1) (retenção urinária) esfíncter (incontinência urinária) ÓRGÃOS SEXUAIS ejaculação (α1) ereção MASCULINOS OLHO Aluno dilatação (midríase) contração (miose) Músculo ciliar relaxamento leve contração 16 PELE (EFEITO SIMPÁTICO) (EFEITO PARASSIMPÁTICO) Músculo pilomotorpilo-ereção (α1) sem efeito Glândulas sudoríparas secreção localizada (α1) secreção generalizada Glândulas lacrimais e sem efeito secreção nasofaríngeas Glândulas salivares secreção secreção Os sistemas nervosos simpático e parassimpático exercem efeitos opostos no controle da freqüência cardíaca, no músculo liso gastrointestinal..., mas não em outras situações como a secreção das glândulas salivares. A atividade simpática é aumentada em casos extremos de estresse (luta, fuga...), aumentando a freqüência e a contratilidade cardíaca, enquanto a atividade parassimpática predomina durante o repouso. Ambas exercem um controle fisiológico contínuo de órgãos e processos metabólicos em condições usuais. 4. MODULAÇÃO PRÉ-SINÁPTICA E PÓS-SINÁPTICA. A base da resposta efetora está na interação com os receptores pós-sinápticos, embora a interação com os receptores pré- sinápticos também seja importante e pode causar uma modulação positiva ou negativa sobre a atividade do neurónio. Os efeitos opostos dos sistemas simpático e parassimpático não se devem apenas aos efeitos opostos dos dois transmissores, mas também à inibição da liberação de acetilcolina pela noradrenalina agindo sobre as terminações parassimpáticas ou à inibição da liberação de noradrenalina pela acetilcolina. O antagonista de um dos dois sistemas, adrenérgico (simpático) ou colinérgico (parassimpático), favorecerá a expressão do outro no órgão que recebe a inervação dos dois sistemas com ações opostas. Existem drogas que atuam seletivamente como agonistas ou antagonistas nos receptores pré-sinápticos e pós-sinápticos dos sistemas noradrenérgico e colinérgico. As terminações colinérgicas e noradrenérgicas respondem à acetilcolina e noradrenalina, bem como outras substâncias liberadas como cotransmissores, sintetizadas e armazenadas nos neurónios do sistema nervoso autónomo que estão localizados no sistema nervoso central e nos gânglios. Se mais de um neurotransmissor ou neuromodulador é liberado em conjunto, cada um dos quais interage com receptores específicos, o efeito obtido é o resultado das ações de cada um deles em seu receptor pré- sináptico ou pós-sináptico. Os cotransmissores mais proeminentes são o óxido nítrico e o peptídeo intestinal vasoativo (parassimpáticos), o ATP e o neuropeptídeo Y (simpáticos). Além destes, há muitas outras substâncias: prostaglandinas, adenosina, dopamina, GABA, 5-hidroxitriptamina, peptídeos opióides, endocanabinóides... Os mediadores químicos agem diretamente como neurotransmissores e podem também regular a liberação pré- sináptica do transmissor e a excitabilidade neuronal (ambas as ações são exemplos de neuromodulação onde o mediador aumenta ou diminui a eficiência da transmissão sináptica sem participar diretamente como transmissor). 17 Sistema Nervoso Autônomo Não é um elemento do sistema nervoso periférico: (3) Sistema nervoso autônomo Nervos aferentes somáticos e viscerais Sistema muscular esquelético A acetilcolina não é um neurotransmissor específico em: (2) Todas as fibras pré-ganglionares simpáticas e parassimpáticas A maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas Todas as fibras pós-ganglionares parassimpáticas Os receptores muscarínicos são encontrados em: (1) Células efetoras vegetativas ou autônomas Gânglios autônomos Junções neuromusculares do músculo esquelético A maioria das fibras pós-ganglionares simpáticas liberam: (2) Acetilcolina Noradrenalina Adenosina Indique a afirmação incorreta: (3) As vias eferentes autônomas possuem dois neurônios em série As vias eferentes somáticas só apresentam um neurônio motor As vias eferentes autônomas e somáticas são iguais A atividade simpática é incrementada por: (1) Situações de estresse Repouso Condições habituais Dos cinco subtipos de receptores muscarínicos, o M2 é abundante em: (3) Glândulas Endotélio Coração O efeito parassimpático (colinérgico) nos brônquios é: (2) Broncodilatação 18 Broncoconstrição e aumento da secreção Baixa atividade da musculatura brônquica O efeito simpático (adrenérgico) no coração é: (3) Redução da atividade do músculo cardíaco Diminuição da frequência cardíaca Aumento da frequência cardíaca M1, M2 e M3 são os três subtipos de receptores muscarínicos presentes nos pulmões. Uma das seguintes afirmações é a correta: (2) O tratamento broncodilatador com anticolinérgicos não seletivos não provoca efeitos adversos no coração É aconselhável o tratamento broncodilatador com um antagonista muscarínico com atividade seletiva para o receptor M3 O anticolinérgico ideal para reverter a broncoconstrição é aquele com alta afinidade pelos receptores M2 e baixa afinidade para os M1 e M3 Indique a afirmação incorreta: (3) O efeito parassimpático (colinérgico) provoca incontinência urinária O efeito simpático (adrenérgico) induz retenção urinária O efeito colinérgico produz relaxamento do músculo detrusor Uma das seguintes afirmações é correta: (3) O efeito parassimpático (colinérgico) induz a ejaculação O efeito simpático (adrenérgico) estimula a ereção A ejaculação ocorre devido ao incremento da atividade simpática no pênis Os receptores muscarínicos M1, M4 e M5 estão envolvidos em: (1) Esquizofrenia Doença pulmonar obstrutiva crônica Cólon irritável Os sistemas nervosos simpático e parassimpático não exercem efeitos opostos no controle de: (2) Frequência cardíaca Glândulas salivares Músculo liso gastrointestinal Não é um neuropeptídeo cotransmissor: (3) Óxido nítrico Peptídeo intestinal vasoativo 19 Teofilina Nas células musculares lisas, o efeito parassimpático (colinérgico) induz a contração muscular, exceto: (1) Músculo liso vascular Músculo ciliar Músculo liso brônquico O efeito simpático (adrenérgico) não provoca no trato digestivo: (2) Diminuição da motilidade Estimulação da secreção Contração de esfíncteres Se vários neuromoduladores são liberados ao mesmo tempo, o efeito obtido é: (1) Resultado das ações da cada um deles em seu receptor A atividade resultante do sistema simpático A atividade resultante do sistema parassimpático Indique a afirmação incorreta: (3) Os receptores muscarínicos M3 são encontrados nas células secretoras, nas células musculares lisas e nas células do endotelio vascular Os receptores muscarínicos M2 predominam no coração Os receptores muscarínicos M5 são os mais numerosos Uma das seguintes afirmações não é correta: (3) Existem drogas que agem seletivamente como agonistas ou antagonistas nos receptores pré-sinápticos e pós-sinápticos dos sistemas simpático e parassimpático O antagonismo de um dos dois sistemas simpático ou parassimpático favorece a expressão do outro no órgão que recebe a inervação Os efeitos opostos dos sistemas simpático e parassimpático devem- se apenas aos efeitos contrários dos dois transmissores 20 TRANSMISSÃO COLINÉRGICA 2 1. AÇÕES DA ACETILCOLINA. As ações muscarínicas da acetilcolina (ACh) são devidas à sua liberação nas terminações parassimpáticas pós-ganglionares com duas exceções: 1. ACh reduz a pressão arterial indiretamente por meio de vasodilatação generalizada, embora a maioria dos vasos sanguíneos não tenha inervação parassimpática. ACh age nas células endoteliais vasculares através da liberação de óxido nítrico, sendo este responsável pelo relaxamento da musculatura lisa. 2. ACh estimula a secreção das glândulas sudoríparas inervadas por fibras colinérgicas simpáticas. Os efeitos muscarínicos produzidos por uma dose pequena ou média de ACh (diminuição da pressão sanguínea, desaceleração do coração...) são cancelados após a administração de uma pequena dose de atropina (antagonista muscarinico). Uma dose mais elevada de ACh, ainda sob a influência da atropina, induz um aumento na pressão sanguínea por estimulação dos gânglios simpáticos (vasoconstrição), seguido de um aumento secundário pela liberação de adrenalina na glândula adrenal (efeitos nicotínicos muito semelhantes aos produzidos pela nicotina). 2. RECEPTORES COLINÉRGICOS. Os receptores colinérgicossão de dois tipos: a) Nicotínicos (receptores nicotínicos de ACh ou nAChR): são parte de um canal iônico cuja abertura eles controlam. Existem três subtipos: - aqueles encontrados na junção neuromuscular esquelética. - aqueles da membrana celular ganglionar. - aqueles do SNC (muitas regiões do cérebro). b) Muscarínicos (receptores muscarínicos de ACh ou mAChR): associados a proteínas G. Existem cinco subtipos: M1 (nervosos), M2 (cardíacos), M3 (glandulares / músculo liso), M4 (SNC), M5 (SNC: localizados na substância negra mesencefálica, glândulas salivares e músculo ciliar). 21 3. AGONISTAS MUSCARÍNICOS (Parassimpaticomiméticos). a) Medicamentos. Entre os ésteres da colina, temos acetilcolina, metacolina, carbacol e betanecol. Como alcalóides naturais muscarina, arecolina e pilocarpina e de síntese oxotremorina e xanomelina. b) Efeitos. - Redução da frequência cardíaca e da velocidade de condução, redução da força de contracção cardíaca (auricular), diminuição do débito cardíaco, diminuição notável da pressão arterial, dilatação arteriolar (mediada pelo óxido nítrico). - Aumento da atividade secretora e peristáltica do trato digestivo e relaxamento esfincteriano (aparecem diarréia e dores cólicas). - Favorecendo a micção, contraindo seletivamente o detrusor e relaxando o esfíncter da bexiga. - Broncoconstrição aguda e aumento da secreção. - Miose. A ativação do músculo constritor da pupila reduz a pressão intraocular (secundária ao glaucoma), uma vez que facilita a drenagem do humor aquoso que é interrompido quando a pupila se dilata. - Estimulação da secreção glandular (sudorese, salivação e lacrimação). c) Aplicações clínicas. O cloreto de betanecol é usado na retenção urinária (inclusive após a cirurgia), retenção gástrica e distensão abdominal pós- operatória. O cloridrato de pilocarpina seria indicado no tratamento da xerostomia (boca seca) alertando para uma possível diminuição da acuidade visual. Como um efeito colateral provoca sudorese profusa. Este miótico também é usado no glaucoma crônico e agudo. 4. ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS (Parassimpaticolíticos). a) Medicamentos. A atropina e a hioscina (escopolamina) são alcaloides naturais que atravessam a barreira hematoencefálica. O metonitrato de atropina tem efeitos periféricos semelhantes à atropina, mas carece de ação central (exclusão do cérebro). O brometo de ipratrópio é utilizado por inalação, ciclopentolato, homatropina e tropicamida por via oftálmica. Como antagonistas seletivos, temos: pirenzepina e telenzepina (M1), tripitamina (M2) e oxibutinina, tolterodina, tróspio, solifenazina e darifenazina (M3). 22 b) Efeitos. - Redução intensa da secreção salivar (boca seca). Eles inibem as glândulas salivares, lacrimais, brônquicas e sudoríparas. - Eles produzem dilatação pupilar ou midríase (parar de responder à luz) e paralisação da acomodação ou cicloplegia devido ao relaxamento do músculo ciliar, impedindo a visão de perto. - Altas doses de atropina inibem a motilidade gastrointestinal incompletamente (drogas seletivas M3 na fase de desenvolvimento). A pirenzepina inibe a secreção gástrica sem afetar outros sistemas (seletividade M1). - Relaxamento da musculatura brônquica e redução da secreção das glândulas mucosas nasal, faringolaríngea, traqueal e brônquica. Eles evitam a broncoconstrição reflexa (anestesia), mas não a induzida por mediadores locais (asma). - Ação fraca sobre o músculo liso das vias biliares e do trato urinário (precaução nos idosos com hipertrofia prostática porque eles tendem a precipitar retenção urinária). - Atropina produz excitação do SNC (nervosismo, irritabilidade, desorientação, alucinações, delírio...) e em caso de intoxicação, esses efeitos centrais são neutralizados com fisostigmina (anticolinesterásico que cancela o bloqueio mAChR). - Hioscina (escopolamina), em dose baixa, produz sedação notável e ao bloquear a transmissão colinérgica nos núcleos vestibulares é utilizada como anticinético e antiemético. - Eles afetam o sistema extrapiramidal reduzindo os efeitos colaterais de muitos antipsicóticos, aplicando-se na terapia antiparkinsoniana. c) Aplicações clínicas. Na incontinência urinária provocada por instabilidade do músculo detrusor neurogênico no adulto são utilizados oxibutinina, tolterodina, tróspio, solifenazina e darifenazina (seletivos para os receptores M3). A prevenção de tontura e vômito devido ao movimento (doença de movimento) executa-se com escopolamina (hioscina). A fim de produzir midríase, cicloplegia ou ambos os efeitos (irite aguda, iridociclite, queratite, exame da retina e fundo do olho), tropicamida (de curta duração) e ciclopentolato (ação prolongada) são usadas. Em pacientes com predisposição podem desencadear um ataque de glaucoma agudo. Tanto a atropina quanto a escopolamina são usadas em medicação pré- anestésica (broncodilatação, redução de secreções...). A atropina é útil na bradicardia sinusal e como um antídoto para os inibidores da colinesterase. Cada vez menos pirenzepina e telenzepina são usadas na úlcera péptica como um supressor da secreção de ácido gástrico (antagonista seletivo de M1). Os antagonistas muscarínicos são indicados em espasmos da musculatura lisa gastrointestinal, para facilitar a endoscopia e radiologia gastrointestinal, e como espasmolíticos na síndrome do intestino irritável ou na diverticulose do cólon. 23 5. DROGAS QUE INFLUENCIAM OS GÂNGLIOS AUTÔNOMOS. a) Estimulantes ganglionares. Atuam seletivamente nos receptores nicotínicos e podem ser de origem natural, como nicotina e lobelina ou epibatidina, ou de origem sintética, como dimetilfenilpiperazínio (DMPP) e tetrametilamônio (TMA). A nicotina inicialmente produz uma estimulação dos gânglios que gera uma mistura complexa de ações simpáticas e parassimpáticas (aumento da pressão arterial, aumento das secreções brônquicas, salivares e de suor, taquicardia, tremores, estimulação da respiração e náuseas...), no entanto, estes efeitos são frequentemente seguidos por depressão ou inibição da transmissão ganglionar. Apenas nicotina e lobelina são usados na cessação do tabagismo. b) Bloqueadores ganglionares. O bloqueio ganglionar pode ocorrer devido à interferência na liberação de ACh, continuação da despolarização ou interferência na ação pós-sináptica da ACh. Os efeitos são numerosos e complexos: hipotensão, inibição das secreções, redução do tônus e da motilidade gastrointestinal, problemas na micção... Foram utilizados fármacos bloqueadores ganglionares hexametônio (sem aplicação clínica), trimetafan (hipotensão controlada em cirurgias e emergências hipertensivas) e mecamilamina, embora atualmente eles não são usados. 6. BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES. a) Bloqueadores não-despolarizantes. Eles atuam como antagonistas competitivos, uma vez que o bloqueio neuromuscular que produzem é revertido após o aumento da ACh na placa motora (pela adição direta de ACh ou indiretamente pela administração de agentes anticolinesterásicos). Os primeiros músculos a serem paralisados são os músculos extrínsecos do olho e os músculos faciais; membros, faringe e músculos respiratórios os acompanham mais tarde, sendo estes últimos músculos os primeiros a se recuperar. Os bloqueadores não-despolarizantes são usados na indução do relaxamento muscular em longo prazo na anestesia, nas crises presentes no tétano ou para facilitar a ventilação mecânica quando necessário. 24 Velocidade Duração MEDICAMENTO Efeitos adversos de indução da ação Hipotensão,broncoconstrição Tubocurarina Lenta Prolongada (liberação de histamina) Atracúrio Intermediária Intermediária Hipotensión transitória Mivacúrio Rápida Curta Hipotensión transitória Poucos efeitos colaterais (sem Vecurônio Intermediária Intermediária liberação de histamina) Pancurônio Intermediária Prolongada Taquicardia Cisatracúrio, doxacúrio, pipecurônio e vecurônio carecem de efeitos cardiovasculares e não aumentam a liberação de histamina. Galamina (em desuso), pancurônioe rocurônio produzem taquicardia. A maioria é eliminada pelo rim sem alterações ou é metabolizada no fígado com duas exceções: o atracúrio (indicado em insuficiência renal ou hepática) que se degrada espontaneamente no plasma e o mivacúrio, hidrolisado pela colinesterase plasmática. b) Bloqueadores despolarizantes. Eles agem, de forma semelhante à ACh, como agonistas dos receptores da placa motora terminal. A diferença é que decametónio (obsoleto devido ao seu efeito prolongado) e suxametónio (succinilcolina) permanecem na placa terminal o tempo suficiente para que a despolarização induz uma perda da excitabilidade eléctrica e ocorre o bloqueio enquanto ACh alcança a placa terminal mais rapido do que estes e é hidrolisada pela colinesterase no plasma sem atingir a despolarização prolongada. Suxametónio (succinilcolina) produz relaxamento intenso de 3-5 minutos de duração e recuperação espontânea, e é usado em intubação endotraqueal, procedimentos de curto prazo, convulsões induzidas por medicamentos ou por electrochoque e tétano. Os efeitos adversos mais importantes são: - Bradicardia - Perda de potássio muscular que induz hipercalemia. O aumento do potássio extracelular pode causar parada cardíaca em situações de doença hepática, queimaduras, lesões com denervação muscular... - Aumento da pressão intraocular. - Paralisia prolongada em pacientes com deficiência de colinesterases plasmáticas ou uso de anticolinesterásicos. - Hipertermia maligna (espasmo muscular intenso com um aumento elevado da temperatura corporal que pode causar a morte). Esta desordem idiossincrática é comum com suxametónio e halotano (drogas anestésicas por inalação) e é combatida com dantroleno, uma vez que inibe a contracção muscular, impedindo a saída de Ca2+ do retículo sarcoplasmático. 25 7. DROGAS DE AÇÃO PRÉ-SINÁPTICA. a) Inibem a síntese de acetilcolina. Hemicolinio inibe o transporte de colina para o interior da terminação nervosa e, portanto, a síntese de ACh. Não tem aplicação clínica e o bloqueio que produz é lento em seu estabelecimento (de acordo com o esgotamento das reservas de ACh) e revertido pela colina. b) Inibem a liberação de acetilcolina. Vesamicol interfere com o transporte de ACh para as vesículas sinápticas, não estando disponível para sua liberação. Para a liberação de ACh é necessária a entrada de Ca2+ na terminação nervosa após um impulso nervoso. O Mg2+ e certos antibióticos aminoglicosídeos inibem a entrada de Ca2+ e a liberação de ACh. Várias toxinas, como toxina botulínica, β-bungarotoxina ou toxina tetânica, inibem a liberação de ACh em concentrações muito pequenas. A toxina botulínica é usada no tratamento do blefaroespasmo, espasmo hemifacial, estrabismo e torcicolo espasmódico. 8. MEDICAMENTOS INIBIDORES DA COLINESTERASE. Eles são drogas que promovem a transmissão colinérgica ao inibir a inactivação da acetilcolina, ou seja, através da inibição da ação dos dois tipos de colinesterases que hidrolisam a acetilcolina: a AChE (acetilcolinesterase) e a BuChE (butiril colinesterase). Os efeitos mais importantes dos medicamentos anticolinesterásicos são: - Aumentam e prolongam a ação da ACh liberada nas terminações motoras, aumentando a força de contração. - Miose (constrição pupilar), contração do músculo ciliar (bloqueio da acomodação e dificuldade em se concentrar na visão de perto) e diminuição da pressão intraocular. - Aumento da atividade peristáltica. - Estimulação das secreções das glândulas salivares, lacrimais, brônquicas e gastrointestinais. - Bradicardia e hipotensão. - Broncoconstrição. O edrofônio é uma anticolinesterásico de ação rápida (segundos) e curta duração (menos de 15 minutos). Ele é usado no diagnóstico de miastenia gravis, uma doença caracterizada por fraqueza acentuada do músculo estriado (no caso em que fosse, a melhora seria repentina), e para resolver a dúvida entre crise miastênica e crise colinérgica (vai resolver uma crise e agravar fugazmente a segunda). 26 Os inibidores da colinesterase de ação intermediária são: • Fisostigmina (30 a 60 minutos): usado em envenenamentos graves por anticolinérgicos (efeitos adversos importantes). • Neostigmina (2-3 horas): usado no tratamento e diagnóstico de miastenia gravis. • Brometo de piridostigmina (4-6 horas): também indicado no tratamento da miastenia gravis. Droga com efeito prolongado e poucos efeitos colaterais, embora em altas doses produza bromismo (reação psicótica aguda). O terceiro grupo é formado por os anticolinesterásicos irreversíveis de longa duração: diflos (altamente tóxico), paratião (inseticida) e ecotiopato (como colírio no glaucoma). Em caso de envenenamento com inseticidas ou com compostos organofosforados, usamos pralidoxima ou obidoxime como um antídoto o mais cedo possível para reativar a atividade da colinesterase plasmática. O donepezil, utilizado na doença de Alzheimer, é um inibidor da acetilcolinesterase com seletividade cerebral. A rivastigmina é também um inibidor da acetilcolinesterase que é utilizado na doença de Alzheimer, uma vez que aumenta os níveis de ACh no cérebro. 27 Transmissão Colinérgica Os efeitos muscarínicos que produz uma dose pequena ou média de acetilcolina (redução da pressão arterial e lentidão do coração) são neutralizados pela administração de uma pequena dose de: (2) Betanecol Atropina Arecolina Não é um agonista muscarínico (parassimpaticomimético): (3) Betanecol Pilocarpina Pirenzepina Indique a afirmação incorreta sobre o carbacol: (3) É um agonista muscarínico empregado no glaucoma, já que diminui a pressão intraocular Estimula diretamente os receptores muscarínicos ou também pode atuar, de forma indireta, favorecendo a liberação de acetilcolina Provoca midríase Eles não são receptores colinérgicos: (1) Receptores beta Receptores nicotínicos Receptores muscarínicos A acetilcolina não é utilizada na prática clínica porque: (3) São necessárias altas doses É muito tóxica Apresenta um tempo de vida muito curto e se degrada rapidamente Os agonistas muscarínicos (parassimpaticomiméticos) causam: (2) Midríase Bradicardia Broncodilatação Parassimpaticomimético de ação direta seletivo dos receptores muscarínicos do sistema nervoso parassimpático: (1) Betanecol 28 Acetilcolina Carbacol Indique a afirmação incorreta sobre o cloridrato de pilocarpina: (3) Indicado no tratamento da boca seca (xerostomia), advertindo de uma possível diminuição da acuidade visual Como efeito secundário provoca transpiração profusa Produz dilatação da pupila (midríase) Indique a afirmação correta sobre o betanecol: (2) De ação direta sobre receptores muscarínicos e nicotínicos É Utilizado na retenção urinária e na retenção gástrica É pouco resistente à hidrólise Não é um antagonista muscarínico (parassimpaticolítico): (3) Escopolamina (hioscina) Tolterodina Oxotremorina Não é um parassimpaticolítico seletivo nos receptores muscarínicos M1: (1) Oxibutinina Pirenzepina Telenzepina Na incontinencia urinária causada pela instabilidade do músculo detrusor neurogênico em adultos, os seguintes parassimpaticolíticos seletivos nos receptores muscarínicos M3 são usados, com exceção de: (3) Tolterodina Darifenazina Tripitamina Com o fim de produzir midríase (dilatação pupilar), cicloplegia (paralisação da acomodação) ou ambos os efeitos se empregam os seguintes antagonistas muscarínicos, com exceção de: (2) Tropicamida Pirenzepina Ciclopentolato Não é um estimulante ganglionar que atua seletivamente nos receptores nicotínicos: (3) Lobelina 29 Dimetilfenilpiperazínio Solifenazina São medicamentos bloqueadores ganglionares, com exceção de: (2) Hexametônio Tetrametilamônio Trimetafan São bloqueadores neuromusculares não despolarizantes, com exceção de: (1) Decametônio Vecurônio Pipecurônio São bloqueadores neuromusculares despolarizantes, com exceção de: (3) Suxametônio Decametônio Atracúrio Os bloqueadores neuromusculares não despolarizantes agem como antagonistas competitivos reversíveis, impedindoa ligação do neurotransmissor ao receptor nicotínico e seu efeito é revertido após o aumento da acetilcolina na placa motora graças às seguintes ações, com exceção de: (2) Adição direta de acetilcolina Administração de tubocurarina Administração de anticolinesterásicos O bloqueador neuromuscular despolarizante suxametônio (succinilcolina) produz relaxamento intenso de quatro minutos de duração com recuperação espontânea e é utilizado na intubação endotraqueal. Indique qual não é um possível efeito adverso da sua administração: (1) Hipocalemia Bradicardia Hipertermia maligna O intenso espasmo muscular com alto aumento da temperatura corporal que pode até causar a morte (hipertermia maligna) é combatido com: (3) Halotano Mivacúrio Dantrolene A toxina botulínica inibe a liberação de acetilcolina em concentrações muito pequenas, sendo usada nos seguintes tratamentos, com exceção de: (1) 30 Incontinência urinária Blefarospasmo Espasmo hemifacial Indique a afirmação correta dos inibidores da colinesterase: (3) Impedem a ação da acetilcolina liberada nas terminações motoras, diminuindo a força de contração Reduzem a atividade peristáltica Favorecem a transmissão colinérgica, isto é, inibem a inativação da acetilcolina, inhibindo a ação dos dois tipos de colinesterase que a hidrolizam Não é um efeito dos agentes anticolinesterásicos (inibidores da colinesterase): (3) Estimulação das secreções salivar, lacrimal, brônquica e gástrica Bradicardia e hipotensão Broncodilatação Um dos seguintes inibidores da colinesterase é de ação rápida: (2) Fisostigmina Edrofônio Brometo de piridostigmina É um agente anticolinesterásico irreversível de ação prolongada: (1) Ecotiopato Neostigmina Fisostigmina É usado no envenenamento com inseticidas ou compostos organofosforados como antídoto para reativar a atividade da colinesterase plasmática: (3) Diflos Edrofônio Pralidoxima É um agente anticolinesterásico reversível de ação intermediária: (1) Fisostigmina Paratião Ecotiopato É um parassimpaticomimético, inibidor reversível da colinesterase, que atua como agonista indireto dos receptores muscarínicos e nicotínicos: (3) Edrofônio 31 Brometo de piridostigmina Neostigmina É um agonista muscarínico (parassimpaticomimético) empregado no glaucoma crônico e agudo: (2) Lobelina Cloridrato de pilocarpina Fisostigmina É um agente anticolinesterásico irreversível organofosforado de ação prolongada usado no glaucoma: (1) Ecotiopato Neostigmina Edrofônio Inibidor da colinesterase empregado no íleo paralítico e na atonia da bexiga urinária: (1) Neostigmina Ecotiopato Lobelina Agente anticolinesterásico usado no tratamento a longo prazo da miastenia gravis: (2) Lobelina Neostigmina Ecotiopato Medicamento de escolha para reverter o bloqueio neuromuscular provocado pelos bloqueadores não despolarizantes: (3) Cloridrato de pilocarpina Fisostigmina Edrofônio Inibidor da colinesterase de ação intermediária que atravessa a barreira hematoencefálica com importantes efeitos adversos: (1) Fisostigmina Neostigmina Brometo de piridostigmina Parasimpaticomimético utilizado no tratamento de envenenamento por anticolinérgicos ou antagonistas muscarínicos: (3) Neostigmina 32 Lobelina Fisostigmina Antagonista muscarínico (parassimpaticolítico) empregado como antídoto no envenenamento por inibidores da colinesterase: (1) Atropina Pralidoxima Ecotiopato Não é empregado no tratamento da miastenia gravis: (3) Brometo de piridostigmina Neostigmina Hioscina (escopolamina) São inibidores da acetilcolinesterase que se empregam na doença de Alzheimer, com exceção de: (2) Donepezil Obidoxima Rivastigmina É um antagonista muscarínico (parassimpaticolítico): (2) Cloridrato de pilocarpina Hioscina (escopolamina) Pancurônio São medicamentos bloqueadores ganglionares, com exceção de: (3) Hexametônio Trimetafan Vecurônio É um bloqueador neuromuscular despolarizante: (2) Atracúrio Suxametônio (succinilcolina) Pancurônio Droga que é rápida e completamente distribuída no SNC e tem um efeito maior do que o restante dos antagonistas muscarínicos: (1) Hioscina (escopolamina) Brometo de ipratrópio Homatropina 33 O efeito dos agonistas muscarínicos diminui rapidamente em todos os órgãos, com exceção de: (2) Coração Olho Glândulas O mecanismo de ação da atropina é: (3) Bloqueio ganglionar Bloqueio neuromuscular Bloqueio competitivo dos receptores muscarínicos Parassimpaticolítico empregado na prevenção de tonturas e vômitos devido ao movimento (enjoo de movimento): (2) Brometo de ipratrópio Escopolamina (hioscina) Oxibutinina A atropina produz: (3) Miose e redução da pressão intraocular Midríase e redução da pressão intraocular Midríase e aumento da pressão intraocular Olhos secos ocorrem com a administração de altas doses de: (1) Atropina Hexametônio Cloridrato de pilocarpina A atropina produz: (3) Bradicardia, hipotensão e broncoconstrição Crise hipertensiva e broncoconstrição Taquicardia, nervosismo, irritabilidade e broncodilatação É um efeito das altas doses de atropina: (1) Inibição da motilidade intestinal de forma incompleta Hipermotilidade intestinal Estimulação da atividade secretora Indique a afirmação incorreta da escopolamina em comparação com a atropina: (3) É mais potente na produção de midríase e cicloplegia Efeitos menores no coração e na musculatura brônquica e intestinal 34 Menos potente na diminuição da secreção brônquica, salivar e das glândulas sudoríparas Antagonista muscarínico (parassimpaticolítico) usado como midriático: (1) Homatropina Brometo de ipratrópio Pirenzepina Parassimpaticolítico empregado de forma inalada na asma: (3) Atropina Tropicamida Brometo de ipratrópio Os antagonistas muscarínicos (parassimpaticolíticos) são empregados nos seguintes transtornos, com exceção de: (1) Glaucoma Tonturas e vômitos Medicação pré-anestésica Os agentes parassimpaticolíticos estão contraindicados nas seguintes doenças, com exceção de: (3) Miastenia gravis Íleo paralítico e atonia da bexiga urinária Asma O hexametônio é um: (2) Bloqueador neuromuscular não despolarizante Bloqueador ganglionar Inibidor da colinesterase Os efeitos dos bloqueadores ganglionares são numerosos e complexos. Indique qual não é um deles: (3) Hipotensão Redução do tônus e a motilidade gastrointestinal Estimulação das secreções Os bloqueadores ganglionares son utilizados nos seguintes transtornos, com exceção de: (1) Colapso cardiovascular Urgências hipertensivas Hipotensão controlada em cirurgia 35 Bloqueador neuromuscular não despolarizante de ação prolongada: (3) Rocurônio Mivacúrio Tubocurarina Bloqueador neuromuscular não despolarizante de ação intermediária: (1) Vecurônio Pancurônio Mivacúrio Os bloqueadores neuromusculares não despolarizantes são removidos por via renal sem mudanças ou metabolizados no fígado, com exceção de: (2) Pancurônio Atracúrio Vecurônio Bloqueador neuromuscular não despolarizante indicado em pacientes com insuficiência renal: (1) Atracúrio Pipecurônio Doxacúrio Bloqueador neuromuscular não despolarizante de ação curta: (3) Pancurônio Tubocurarina Mivacúrio Bloqueador neuromuscular que pode causar fasciculações musculares transitórias: (2) Tubocurarina Suxametônio (succinilcolina) Mivacúrio Bloqueador neuromuscular não despolarizante que libera maior quantidade de histamina, podendo provocar hipotensão e broncoconstrição: (3) Pancurônio Mivacúrio Tubocurarina Bloqueador neuromuscular não despolarizante que causa taquicardia como efeito adverso: (1) 36 Pancurônio Atracúrio Mivacúrio Bloqueador neuromuscular contraindicado em pacientes com glaucoma: (3) Tubocurarina Pancurônio Suxametônio (succinilcolina) Bloqueador neuromuscular contra-indicado em pacientes com insuficiência renal: (1) Pipecurônio Atracúrio Suxametônio (succinilcolina) Os seguintes grupos de medicamentos aumentam os efeitos dos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes, com exceção de:(3) Aminoglicosídeos Anestésicos locais Anticoagulantes orais Doença que pode aumentar o bloqueio neuromuscular dos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes: (2) Asma Miastenia gravis Alzheimer Inibidor da colinesterase empregado no tratamento e diagnóstico da miastenia gravis, o qual pode antagonizar de forma efetiva o bloqueio neuromuscular provocado pelos bloqueadores neuromusculares não despolarizantes: (3) Pralidoxima Atropina Neostigmina 37 TRANSMISSÃO 3 NORADRENÉRGICA 1.CATECOLAMINAS E RECEPTORES ADRENÉRGICOS. As catecolaminas mais usadas são: • Adrenalina (epinefrina): secretada pela medula adrenal. • Dopamina: transmissor / neuromodulador no SNC. • Isoproterenol (isoprenalina): não natural, ausente no corpo. • Noradrenalina (norepinefrina): transmissor liberado pelas terminações nervosas simpáticas. Os receptores adrenérgicos são de dois tipos, α e β, com dois subtipos α1, α2 (cada um com três subtipos adicionais) e três subtipos β1, β2 e β3, classificados de acordó com a ordem de potência dos agonistas ou a existência de antagonistas seletivos. Os efeitos mais importantes da ativação desses receptores são: a) Receptores α1-adrenérgicos (NA> A >> ISO): vasoconstrição, aumento da pressão arterial, a contracção do músculo radial do íris (midríase) e dos esfíncteres digestivos e da bexiga, a glicogenólise (hiperglicemia) e a secreção das glândulas salivares e sudoríparas. b) Receptores α2-adrenérgico (A> NA >> ISO): a inibição da liberação de neurotransmissores (hipotensão arterial), agregação plaquetária e inibição da secreção de insulina (hiperglicemia). c) Receptores β1-adrenérgicos (ISO> NA> A): aumento da frequência e contratilidade cardíaca, aumento da automaticidade e velocidade de condução. d) Receptores β2-adrenérgicos (ISO> A> NA): broncodilatação, a vasodilatação, o relaxamento do músculo liso visceral (digestivo, do útero, do detrusor da bexiga...), tremores musculares e glicogenólise hepática. e) Receptores β3-adrenérgicos (ISO> NA = A): termogênese e lipólise. A seletividade não é absoluta e embora se pretenda encontrar agonistas β2-seletivos broncodilatadores que não afetam o coração ou antagonistas β1-seletivos que exercem um bloqueio cardíaco eficaz sem os efeitos broncoconstritores indesejados sempre haverá uma seletividade relativa. 38 2.SÍNTESE, ARMAZENAMENTO E LIBERAÇÃO DE NORADRENALINA. As vesículas sinápticas contidas nas varicosidades dos neurônios noradrenérgicos periféricos (simpáticos pós-ganglionares) são o local de síntese, armazenamento e liberação de NA, e de co- lançamento de outros mediadores como ATP e neuropeptídeo Y. A síntese de catecolaminas requer quatro enzimas: • Tirosina hidroxilase: tirosina → dopa. • Dopa-descarboxilase: dopa → dopamina. • Dopamina-β-hidroxilase (DBH): dopamina → noradrenalina. • Feniletanolamina-N-metiltransferase: noradrenalina → adrenalina. A concentração de NA nas vesículas é muito alta e é mantida graças ao transportador vesicular de monoaminas e à formação do complexo NA-ATP-cromogranina A que impede sua saída. O estímulo nervoso provoca a despolarização da membrana da terminação nervosa, abrindo seus canais de cálcio. Como conseqüência da entrada de Ca2+, inicia-se a liberação de NA (se houver), DBH, ATP e cromogranina A. 3.RECAPTAÇÃO E DEGRADAÇÃO DE CATECOLAMINAS. As duas primeiras enzimas que metabolizam as catecolaminas são localizadas intracelularmente (a recaptação na célula é necessária para sua degradação) e são: • Catecol-O-metiltransferase (COMT): ausente nos neurônios noradrenérgicos. • Monoaminoxidase (MAO): muito distribuída em neurônios e células não neuronais. A captação celular do transmissor pode ser: - Captação 1 (neuronal): as terminações nervosas capturam 75% do NA recém-liberado, reciclando-o e podendo ser liberado novamente pelo estímulo nervoso. - Captação 2 (extraneuronal): as células vizinhas não neuronais capturam catecolaminas que não são armazenadas, mas eles são subsequentemente metabolizadas pela MAO ou pela COMT (a adrenalina depende mais da captação 2 do que a NA). 39 4.DROGAS QUE ATUAM SOBRE OS RECEPTORES ADRENÉRGICOS. a) Agonistas dos receptores adrenérgicos. * Adrenalina (ação β predominante e α), também chamada epinefrina. Os efeitos farmacológicos mais notáveis da adrenalina são: - Aumenta a freqüência cardíaca (efeito cronotrópico) e a força de contração (efeito inotrópico). - Em doses baixas, produz vasodilatação (ação β2), mas em doses mais altas prevalece a vasoconstrição (devido à ativação α vascular), aumentando a pressão arterial e aparecendo taquicardia. - Broncodilatação (ação β2). - Contração do músculo radial da íris causando midríase (ação α). - Relaxamento do músculo liso visceral (digestivo, útero, detrusor da bexiga). - Diminui a secreção de insulina, favorecendo a hiperglicemia (ação α2). Entre as reações adversas mais freqüentes da adrenalina estão: taquicardia, ansiedade, tremor, palidez, hiperglicemia... É de escolha no choque anafilático. É usada na parada cardíaca e também associada a anestésicos locais para aumentar seu efeito. * Noradrenalina ou norepinefrina (potente ativador α1, com atividade β1 cardíaca e sem ação β2). Produz uma vasoconstrição intensa, aumentando a resistência periférica, e um aumento da frequência e contratilidade cardíaca. A hipertensão gerada frequentemente causa bradicardia reflexa. É usada em choque refratário à dopamina e em hipotensão após extirpação de feocromocitoma. * Isoproterenol ou isoprenalina (baixa ação α, ativação β1 e β2 exclusiva). Esta catecolamina estimula o coração e causa vasodilatação, elevando a pressão sistólica e diminuindo a pressão diastólica. Como resultado, há uma queda na pressão arterial que pode ser grave se o estado circulatório não for satisfatório ou se o volume minuto estiver baixo. Produz dilatação brônquica, redução do tônus e da motilidade gastrointestinal e inibição da contração uterina. Usada em choque com vasoconstrição. * Dobutamina e prenaterol (estimulantes cardíacos β1-seletivos). Usados em choque cardiogênico e séptico sem hipotensão como estimulantes cardíacos (agentes inotrópicos). * Dopamina (efeito vasoconstritor α1 em altas doses). Produz hipotensão em doses baixas e hipertensão em doses mais altas. É usado em choque refratário à expansão de volume e em choque séptico. 40 * Outros agonistas adrenérgicos pouco usados são a ibopamina (agonista dopaminérgico) e a metoxamina (ação α exclusiva). * A fenilefrina, nafazolina, fenilpropanolamina, etilefrina, cirazolina, oximetazolina, tetrizolina, fenoxazolina, tramazolina e xilometazolina. Simpaticomiméticos de ação preferencial α1 que causam intensa vasoconstrição e aumento da pressão arterial. Usados no congestionamento nasal topicamente por não mais do que três dias seguidos para evitar o possível congestionamento de rebote como um efeito colateral. A fenilefrina também é usada como midriático para a exploração da retina. * A midodrina e a droxidropa são dois pró-fármacos com ação agonista preferencial α1 que são geralmente usados na hipotensão ortostática. * Clonidina (ação α2 agonista seletivo). Droga hipotensora central utilizada na hipertensão, no diagnóstico de feocromocitoma, para reduzir a pressão intraocular (apraclonidina e brimonidina), para o tratamento de sintomas de abstinência em viciados e na redução de ondas de calor na menopausa e da frequência dos ataques de enxaqueca. * Medetomidina e xilazina (ação α2 agonista seletivo). Eles são usados como adjuvantes em anestesia devido ao seu importante efeito sedativo sem indução da depressão respiratória. * Fenoterol, salbutamol, terbutalina, bambuterol, formoterol, procaterol, indacaterol e salmeterol (β2-agonistas seletivos). Eles induzem broncodilatação e são usados no tratamento de asma e DPOC e em ataques de broncoespasmo. * Ritodrina (β2-estimulante). Droga de escolha como inibidor do parto prematuro (salbutamol e terbutalina também são usados). * Clenbuterol (atividade preferencialβ2). Broncodilatador em desuso, utilizado pelos atletas como anabolizante, pois aumenta a frequência e força de contração do músculo esquelético. * Efedrina (β-agonista não seletivo). Broncodilatador estimulante β1 e β2 adrenérgico utilizado na congestão nasal. * Metilfenidato e dextroanfetamina (adrenérgicos de ação mista). Psicoestimulantes utilizados no transtorno de déficit de atenção em crianças com ou sem hiperatividade. 41 b) Antagonistas dos receptores α-adrenérgicos. O bloqueio da atividade α1-adrenérgica causa hipotensão e taquicardia reflexa. Os antagonistas α1 produzem o fenómeno chamado inversão da resposta à adrenalina, pois bloqueando a ação α1, a atividade β2 vasodilatadora da adrenalina permanece (com noradrenalina, o efeito hipertensivo não é revertido, mas é reduzido ou inibido). O antagonismo α2 provoca um aumento da liberação de noradrenalina e serotonina (potencial efeito antidepressivo) e promove a vasodilatação (ação anti-hipertensiva). * Fenoxibenzamina (bloqueia os receptores α1 e α2-adrenérgicos). Antagonista não seletivo (α1, α2) que também antagoniza a ACh, histamina e 5-HT. Utilizado no tratamento de sintomas de feocromocitoma e nas crises hipertensivas por simpaticomiméticos. * Fentolamina (antagonista não seletivo dos receptores α1 e α2). Ele é usado na prevenção e controle das crises hipertensivas por feocromocitoma, embora a ação vasodilatação é acompanhada de taquicardia. * Doxazosina, prazosina e terazosina (antagonistas α1-seletivos). Induzem vasodilatação e diminuição da pressão arterial com menos taquicardia do que os não seletivos. Todos produzem um efeito hipotensor acentuado "primeira dose" e são utilizados em pacientes hipertensos com diabetes e dislipidemia, uma vez que melhoram essas alterações metabólicas. Eles reduzem os sintomas obstrutivos e irritativos da hipertrofia benigna da próstata. * Alfuzosina, silodosina e tamsulosina (antagonistas dos receptores α1A prostáticos). Eles são de escolha em pacientes com adenoma prostático e hipertensão. Eles também produzem hipotensão de "primeira dose" e melhoram os sintomas obstrutivos da hipertrofia benigna da próstata. * Yohimbina e seu derivado sintético idazoxan (antagonistas α2- seletivos). Usados para analisar os subtipos de receptores α-adrenérgicos. * Mirtazapina (antagonistas α2-seletivos). Usado como antidepressivo. * Di-hidroergotamina e ergotamina. Usados em crises agudas de enxaqueca que não diminuem com analgésicos menores devido ao seu efeito vasoconstritor. A ergotamina exibe atividade agonista parcial nos receptores α- adrenérgicos dos vasos sanguíneos e antagonista naqueles de outros locais. A di-hidroergotamina é um antagonista α- adrenérgico. * Labetalol e carvedilol (inibem os receptores α1 e β- adrenérgicos). Labetalol é útil nas crises hipertensivas e Carvedilol na insuficiência cardíaca. 42 c)Antagonistas dos receptores β-adrenérgicos (Betabloqueadores). Os efeitos mais importantes do bloqueio β-adrenérgico são: - Redução da frequência cardíaca e velocidade de condução do nó AV. - Diminuição da força de contração e débito cardíaco. - As pessoas hipertensas vêem sua pressão arterial reduzida (não é o caso com normotensos) graças principalmente aos efeitos cronotrópico e inotrópico negativos que implicam uma diminuição do débito cardíaco. - Ação antiarrítmica. - Broncoconstrição. - Em pacientes diabéticos, eles atrasam a recuperação da glicose no sangue após uma injeção de insulina e aumentam a probabilidade de hipoglicemia com o exercício (a adrenalina libera níveis mais baixos de glicose hepática). - Redução da pressão intraocular. - Ação anti-tremor. As reacções adversas do bloqueio β1 adrenérgico são bradicardia, bloqueios de condução e insuficiência cardíaca. O bloqueio β 2-adrenérgico induz: • Broncoconstrição intensa. • Claudicação muscular, cãibras e sensação de frio, e fadiga dos membros (aumento do tônus dos vasos musculares). • Resposta à hipoglicemia reduzida (os sintomas são atenuados e menos glicose hepática é mobilizada). • Hipertrigliceridemia e diminuição do HDL. Os β -bloqueadores produzem efeitos centrais como distúrbios do sono, sonhos vívidos, fadiga, depressão... Os efeitos secundários menos comuns são distúrbios sexuais, gastrointestinais e cutâneos. Propranolol é um antagonista competitivo com afinidade pelos receptores β1 e β2 sem atividade agonista parcial (β agonista), ou seja, sem atividade simpatomimética intrínseca (ASI) e com efeitos notáveis sobre o SNC. Outros β-bloqueadores não cardiosseletivos são carteolol, nadolol, oxprenolol, alprenolol, penbutolol, propanolol, pindolol, sotalol e timolol. Os β-bloqueadores cardiosseletivos (acebutolol, atenolol, betaxolol, bisoprolol, celiprolol, esmolol, metoprolol e nebivolol) bloqueiam os receptores β1 com maior seletividade para estes do que para os β2, sendo aconselháveis em pacientes asmáticos e diabéticos. 43 A meia-vida A meia-vida Efeitos β1-bloqueadores aumenta na aumenta na marcados ASI Vasodilatação cardiosseletivos insuficiência insuficiência sobre o renal hepática SNC Acebutolol √ √ Atenolol √ Bisoprolol √ Celiprolol √ √ √ Esmolol Metoprolol √ √ Nebivolol √ √ √ β A meia-vida A meia-vida Efeitos -bloqueadores aumenta na aumenta na marcados não ASI Vasodilatação insuficiência insuficiência sobre o cardiosseletivos renal hepática SNC Carteolol √ √ Nadolol √ Oxprenolol √ √ √ Propanolol √ √ Sotalol √ β-bloqueadores A meia-vida A meia-vida Efeitos não aumenta na aumenta na marcados cardiosseletivos e ASI Vasodilatação insuficiência insuficiência sobre o antagonistas α renal hepática SNC 1-adrenérgicos Carvedilol √ Labetalol √ Alguns β-bloqueadores apresentam actividade agonista parcial (β- agonista) ou actividade simpatomimética intrínseca (ASI), isto é, durante o repouso (situação de baixa atividade simpática) não reduzem a freqüência cardíaca, ou até aumentá-la, enquanto sob condições de exercício eles reduzem a função cardíaca. Acebutolol, celiprolol, carteolol e oxprenolol são β-bloqueadores com atividade agonista parcial úteis em doentes onde a bradicardia grave pode limitar o uso de beta-bloqueadores. Celiprolol é um β1-bloqueador (reduz o débito cardíaco) e um agonista β2-adrenérgico (induz vasodilatação periférica e broncodilatação) utilizado como hipotensor em doentes com asma ou doença vasospástica. 44 As aplicações terapêuticas dos β-bloqueadores são numerosos: hipertensão, doença isquémica do coração, insuficiência cardíaca, arritmias, glaucoma, tireotoxicose (controlam a hiperatividade adrenérgica das crises hipertiróideas), a profilaxia da enxaqueca, tremor essencial, ansiedade patológica... Profilaxia β 1-bloqueadores Profilaxia HBP Angina Arritmias IAM do Tireo- Tremor IC cardiosseletivos reinfarto enxaqueca toxicose essencial Acebutolol √ √ √ Atenolol √ √ √ √ √ Bisoprolol √ √ Celiprolol √ √ Esmolol √ √ √ √ Metoprolol √ √ √ √ √ √ √ Nebivolol √ Profilaxia β-bloqueadores do Profilaxia Tireo- Tremor não HBP Angina Arritmias IAM reinfarto IC enxaqueca toxicose essencial cardiosseletivos do miocárdio Carteolol √ √ √ Nadolol √ √ √ √ Oxprenolol √ √ √ Propanolol √ √ √ √ √ √ √ √ Sotalol √ √ √ √ β -bloqueadores Profilaxia não do Profilaxia cardiosseletivos HBP Tireo- Tremor Angina Arritmias IAM reinfarto IC enxaqueca toxicose essencial e antagonistas do α miocárdio 1-adrenérgicos Carvedilol √ √ √ Labetalol √crise 5. DROGAS QUE ATUAM SOBRE OS NEURÔNIOS NORADRENÉRGICOS. a) Agem na síntese de noradrenalina. • α-metil-tirosina (inibe a tirosina hidroxilase): usada no feocromocitoma. • Carbidopa (inibe a dopa descarboxilase): usado na doença de Parkinson. 45 • Metildopa (falso transmissor α-metilnoradrenalina): usado na hipertensão durante a gravidez. • 6-hidroxidopamina (produz simpatectomia temporária) e MPTP (neurotoxina que destróiirreversivelmente os neurônios dopaminérgicos nigrostriatais). b) Agem no armazenamento de noradrenalina. A reserpina bloqueia o transportador vesicular de aminas, impedindo a entrada destas nas vesículas sinápticas, sendo posteriormente degradadas pela MAO (anti-hipertensivo obsoleto). c) Agem na liberação de noradrenalina. - A guanetidina, a betanidina, o bretilio (antiarrítmico) e a debrisoquina bloqueiam diretamente a liberação de noradrenalina das terminações nervosas simpáticas. Esses bloqueadores dos neurônios noradrenérgicos são anti-hipertensivos pouco utilizados debido aos seus efeitos colaterais graves. - As aminas simpaticomiméticas de ação indireta (tiramina, anfetamina e efedrina) deslocam a NA das vesículas permitindo sua liberação e posterior degradação. A inibição da MAO pode intensificar a ação simpaticomimética dessas aminas, causando uma grave hipertensão arterial. Metilfenidato e atomoxetina são outras aminas de ação indireta utilizadas no transtorno do déficit de atenção com/sem hiperatividade devido à estimulação que produzem no SNC. d) Inibidores da recaptação de noradrenalina. Cocaína e antidepressivos tricíclicos (imipramina, reboxetina, desipramina...) inibem a recaptação neuronal da NA liberada, intensificando os efeitos simpáticos. 46 Transmissão Noradrenérgica Indique a afirmação incorreta sobre a adrenalina (epinefrina): (2) Secretada pela medula adrenal Sintetizada nas terminações nervosas É transportada no sangue para os tecidos-alvo e interage diretamente com os receptores adrenérgicos, ativando-os Indique o simpaticomimético que age indiretamente: (3) Adrenalina (epinefrina) Noradrenalina (norepinefrina) Efedrina São catecolaminas, com exceção de: (2) Isoproterenol (isoprenalina) Efedrina Dopamina A adrenalina (epinefrina) diminui os níveis intracelulares de adenosina monofosfato cíclico, segundo mensageiro envolvido em vários processos biológicos, atuando nos receptores adrenérgicos: (1) Receptores α-2 adrenérgicos Receptores α-1 adrenérgicos Receptores β-1 adrenérgicos Os efeitos diretos no coração encontram-se mediados em grande parte pelos receptores adrenérgicos: (3) Receptores α-1 adrenérgicos Receptores α-2 adrenérgicos Receptores β-1 adrenérgicos Efeito relacionado à estimulação direta dos receptores β-1 adrenérgicos: (2) Bradicardia Taquicardia Vasodilatação Os dois subtipos de receptores α adrenérgicos estão associados aos seguintes órgãos, com exceção de: (3) Próstata 47 Músculo radial da íris Coração Não é um efeito da ativação dos receptores β-2 adrenérgicos: (1) Broncoconstrição Vasodilatação Relaxamento do músculo liso visceral Os três subtipos de receptores β adrenérgicos estão associados aos seguintes órgãos, com exceção de :(2) Coração Músculo radial da íris Músculos brônquicos Um agonista não seletivo dos receptores β adrenérgicos provoca os seguintes efeitos, com exceção de :(1) Aumento da pressão arterial Diminuição da pressão arterial Aumento da frequência cardíaca Indique a afirmação incorreta: (3) Os agonistas α adrenérgicos causam midríase Os agonistas α adrenérgicos aumentam a pressão arterial Os agonistas α adrenérgicos causam miose No músculo liso brônquico predominam os: (2) Receptores α-2 adrenérgicos Receptores β-2 adrenérgicos Receptores β-1 adrenérgicos São agonistas dos receptores β adrenérgicos, com exceção de :(3) Adrenalina (epinefrina) Isoproterenol (isoprenalina) Metoxamina Agonista dos receptores adrenérgicos que produz broncodilatação sem estimulação cardíaca significativa: (1) Terbutalina Fenilefrina Clonidina 48 Efeitos da ativação dos receptores α adrenérgicos, com exceção de :(2) Contração da bexiga, útero e próstata Estimulação da secreção de insulina Estimulação da agregação plaquetária Efeitos da ativação dos receptores β-1 adrenérgicos, com exceção de :(3) Aumento da frequência e contratilidade cardíaca Taquicardia Broncodilatação Efeitos da ativação dos receptores β-2 adrenérgicos, com exceção de :(1) Taquicardia Broncodilatação Relaxamento do músculo liso visceral Os efeitos farmacológicos mais destacados da adrenalina (epinefrina) são os seguintes, com exceção de: (2) Incrementa a frequência cardíaca e a força de contração Broncoconstrição Diminui a secreção de insulina, favorecendo a hiperglicemia Efeito relacionado à ativação dos receptores β-3 adrenérgicos: (3) Agregação plaquetária Broncoconstrição Lipólise Indique a afirmação incorreta: (2) A adrenalina atua nos receptores α e β adrenérgicos A noradrenalina atua principalmente nos receptores β adrenérgicos A metoxamina atua exclusivamente em receptores α adrenérgicos Agonista dos receptores adrenérgicos com ação β (predominante) e α: (3) Noradrenalina (norepinefrina) Metoxamina Adrenalina (epinefrina) Agonista dos receptores adrenérgicos com ação α-1, α-2 e β-1: (1) Noradrenalina (norepinefrina) Isoproterenol 49 Dobutamina Agonista não seletivo dos receptores β adrenérgicos: (2) Terbutalina Isoproterenol (isoprenalina) Dobutamina Agonista seletivo dos receptores β-1 adrenérgicos: (3) Adrenalina (epinefrina) Isoproterenol (isoprenalina) Dobutamina Agonista seletivo dos receptores β-2 adrenérgicos: (1) Terbutalina Fenilefrina Oximetazolina Indique a afirmação incorreta sobre a adrenalina (epinefrina): (2) Empregada no choque anafilático Utilizada nas arritmias cardíaca Usada na parada cardíaca A noradrenalina (norepinefrina) provoca os seguintes efeitos, com exceção de: (1) Vasodilatação Vasoconstrição Incremento da frequência e contratilidade cardíaca Simpaticomimético que atua preferencialmente nos receptores α-1 adrenérgicos empregado como descongestionante nasal e como midriático: (2) Adrenalina (epinefrina) Fenilefrina Efedrina Indique a afirmação incorreta sobre a metoxamina: (3) É um agonista seletivo dos receptores α-1 adrenérgicos Causa bradicardia reflexa Incrementa a frequência e contractilidade cardíaca São os efeitos do isoproterenol (isoprenalina), com exceção de: (1) Broncoconstrição 50 Estimula o coração Vasodilatação Indique a afirmação incorreta sobre a dobutamina: (2) Agonista seletivo dos receptores β-1 adrenérgicos Emprega-se no broncoespasmo Emprega-se no choque cardiogênico e séptico sem hipotensão como estimulante cardíaco (agente inotrópico) São os efeitos do salmeterol, com exceção de: (3) Potente agonista seletivo sobre os receptores β-2 adrenérgicos Empregado no tratamento de asma e DPOC Estimula a frequência e contractilidade cardíaca A efedrina, agonista não seletivo dos receptores β adrenérgicos, provoca: (2) Hipotensão Broncodilatação Miose Simpaticomimético empregado na hipotensão ortostática crônica: (3) Salmeterol Adrenalina (epinefrina) Efedrina Simpaticomimético empregado na hipotensão grave: (1) Fenilefrina Efedrina Terbutalina Simpaticomimético empregado em conjunto com anestésicos locais para incrementar seu efeito: (3) Xilometazolina Salmeterol Adrenalina (epinefrina) Simpaticomimético que age preferencialmente nos receptores α-2 adrenérgicos e que é empregado como descongestionante nasal: (2) Fenilefrina Oximetazolina Efedrina 51 Agonista seletivo dos receptores β-2 adrenérgicos empregado no tratamento da asma: (3) Metoxamina Dobutamina Formoterol São efeitos adversos dos agonistas dos receptores adrenérgicos, com exceção de: (1) Parkinsonismo induzido por drogas Hemorragia cerebral e edema pulmonar Hipertensão Antagonista não seletivo dos receptores α-1 e α-2 adrenérgicos: (2) Reserpina Fentolamina Metoprolol Antagonista seletivo dos receptores α-1 adrenérgicos: (3) Labetalol Fenoxibenzamina Prazosina Antagonista seletivo dos receptores α-2 adrenérgicos: (1) Iohimbina Tamsulosina Fentolamina Antagonista não seletivo dos receptores α-1 e α-2 adrenérgicos: (2) Alfuzosina Fenoxibenzamina Labetalol Antagonista não seletivo dos receptores β-1 e β-2 adrenérgicos: (3) Atenolol Acebutolol Propanolol Antagonista seletivo dos receptores β-1 adrenérgicos:(2) Sotalol Metoprolol 52 Carteolol Antagonista não seletivo dos receptores β-1 e β-2 adrenérgicos que apresenta atividade agonista parcial ou atividade simpaticomimética intrínseca: (1) Pindolol Propanolol Sotalol Os efeitos da doxazosina, antagonista seletivo dos receptores α-1 adrenérgicos, são detalhados abaixo, com exceção de :(2) Produz um marcado efeito hipotensor de “primeira dose” Induz vasoconstrição Reduz os sintomas obstructivos e irritativos da hipertrofia benigna da próstata Medicamento antagonista não seletivo dos receptores β-1 e β-2 adrenérgicos e, além disso, antagonista dos receptores α-1 adrenérgicos: (3) Metoprolol Sotalol Labetalol Antagonista dos receptores adrenérgicos α-1A prostáticos de escolha em pacientes com adenoma prostático e hipertensão: (2) Propanolol Alfuzosina Fentolamina Droga que atua, de forma indireta, no armazenamento da noradrenalina nos neurônios noradrenérgicos, bloqueando o transporte vesicular de aminas e impedindo a entrada destas ao interior das vesículas sinápticas: (2) Atenolol Reserpina Prazosina São medicamentos que apresentam o efeito hipotensor de “primeira dose”, com exceção de: (1) Reserpina Prazosina Tamsulosina São efeitos dos antagonistas dos receptores α-1 adrenérgicos os seguintes, com exceção de :(3) Hipotensão e taquicardia 53 Invertem a resposta à adrenalina, já que ao bloquear a ação α-1, a atividade β-2 vasodilatadora da epinefrina é mantida, convertendo sua resposta pressora numa resposta depressora Broncoespasmo São efeitos da fentolamina os seguintes, com exceção de: (1) Vasoconstricção Redução da resistência periférica Ação vasodilatadora acompanhada de taquicardia Os antagonistas não seletivos dos receptores α adrenérgicos são mais úteis no seguinte transtorno: (1) Feocromocitoma Asma Arritmias cardíacas Antagonista não seletivo dos receptores α adrenérgicos empregado na prevenção e controle das crises hipertensivas por feocromocitoma: (2) Propanolol Fentolamina Reserpina São efeitos adversos da fentolamina os seguintes, com exceção de: (3) Arritmias Isquemia miocárdica Bradicardia Antagonista não seletivo e reversível dos receptores α adrenérgicos que é um derivado do ergot de centeio: (2) Metoprolol Ergotamina Fenoxibenzamina Antagonista não seletivo e irreversível dos receptores α adrenérgicos: (1) Fenoxibenzamina Ergotamina Carvedilol Indique a afirmação incorreta sobre a prazosina: (3) Antagonista muito seletivo nos receptores α-1 adrenérgicos Provoca menos taquicardia do que os antagonistas α não seletivos 54 Induz um bloqueio irreversível dos receptores α adrenérgicos Antagonistas dos receptores α-1 adrenérgicos e β adrenérgicos: (1) Labetalol e carvedilol Atenolol e esmolol Nadolol e oxprenolol Indique a afirmação incorreta: (2) O subtipo de receptores adrenérgicos α-1A medeia a contração do músculo liso da próstata O subtipo de receptores adrenérgicos α-1A medeia a contração do músculo liso vascular e da próstata O subtipo de receptores adrenérgicos α-1B medeia a contração do músculo liso vascular Indique a afirmação incorreta sobre a ergotamina: (3) Empregada nos ataques agudos de enxaqueca Apresenta atividade agonista parcial nos receptores α adrenérgicos dos vasos sanguíneos e antagonista nos de outras localizações Efeito vasodilatador Indique a afirmação incorreta sobre a tamsulosina: (2) Antagonista com grande seletividade nos receptores α-1A Produz hipertensão Eficaz na hipertrofia benigna da próstata Antagonista seletivo dos receptores α-1 adrenérgicos que é um medicamento eficaz no tratamento da hipertensão leve a moderada: (2) Fentolamina Prazosina Ergotamina Antagonista não seletivo dos receptores α-1 e α-2 adrenérgicos empregado para reverter a intensa vasoconstrição local causada pela infiltração acidental de noradrenalina no tecido subcutâneo durante a administração intravenosa: (3) Alfuzosina Terazosina Fentolamina Indique a afirmação incorreta sobre os antagonistas dos receptores β adrenérgicos (beta-bloqueadores): (2) Reduzem a frequência cardíaca 55 Provocam broncodilatação Diminuem a resposta à hipoglicemia São efeitos importantes dos antagonistas dos receptores β adrenérgicos (betabloqueadores), com exceção de: (1) Provocam arritmias Os hipertensos veem sua pressão arterial reduzida, embora o mesmo não aconteça com os normotensos Reduzem a pressão intraocular São efeitos adversos dos antagonistas dos receptores β adrenérgicos (betabloqueadores), com exceção de: (3) Bradicardia Insuficiência cardíaca Broncodilatação Indique a afirmação incorreta sobre os antagonistas dos receptores β adrenérgicos (beta-bloqueadores): (2) Produzem hipertrigliceridemia e diminuição das concentrações plasmáticas de HDL Estimulam a gliconeogênese Reduzem a resposta à hipoglicemia (os sintomas são atenuados e menos glicose hepática é mobilizada) São efeitos cardiovasculares do propanolol (beta-bloqueador não cardiosseletivo) os seguintes, com exceção de :(2) Diminui o trabalho cardíaco e a demanda de oxigênio Reduz o fluxo sanguíneo ao cérebro Aumenta o período refratário do átrio ventricular São efeitos adversos do propanolol (beta-bloqueador não cardiosseletivo) os seguintes, com exceção de :(3) Intensa broncoconstrição Alterações do sonho, cansaço e depressão Hiperglicemia O propanolol (beta-bloqueador não cardiosseletivo) é utilizado nos seguintes transtornos, com exceção de :(2) Profilaxia da enxaqueca Asma Tirotoxicose (controla a hiperatividade adrenérgica das crises hipertireoidianas) São β-1 bloqueadores cardiosseletivos: (1) 56 Metoprolol e nebivolol Carteolol e nadolol Carvedilol e labetalol São β bloqueadores não cardiosseletivos: (1) Propanolol e nadolol Celiprolol e esmolol Carvedilol e labetalol Antagonista dos receptores β adrenérgicos empregado em pacientes com asma, diabetes ou doenças vasculares periféricas: (3) Propanolol Carteolol Metoprolol β bloqueador não cardiosseletivo, sem atividade simpaticomimética intrínseca, empregado no tratamento das arritmias ventriculares graves: (1) Sotalol Acebutolol Oxprenolol β bloqueador com atividade simpaticomimética intrínseca ou atividade agonista parcial (β agonista), isto é, medicamento que durante o repouso (situação de baixa atividade simpática) não reduz a frequência cardíaca, ou inclusive a incrementa, enquanto em condições de exercício reduz a função cardíaca: (3) Propanolol Atenolol Carteolol Indique a afirmação incorreta sobre o celiprolol, β-1 bloqueante cardioselectivo e agonista dos receptores β-2 adrenérgicos: (1) Aumenta a despesa cardíaca Induz vasodilatação periférica Provoca broncodilatação β bloqueador não cardiosseletivo, sem atividade simpaticomimética intrínseca: (1) Nadolol Carteolol Oxprenolol β-1 bloqueador cardiosseletivo, sem atividade simpaticomimética intrínseca: (3) 57 Acebutolol Celiprolol Bisoprolol 58 FARMACOLOGIA DOS 4 MEDIADORES 5-HIDROXITRIPTAMINA E PURINAS 1. LOCALIZAÇÃO, BIOSSÍNTESE E DEGRADAÇÃO DA 5-HT. A serotonina (5-hidroxitriptamina ou 5-HT) está localizada em maior concentração nas células enterocromafins do intestino, no sangue (plaquetas) e no SNC (neurônios). A síntese é produzida a partir do aminoácido L-triptofano na dieta por uma via semelhante à da NA. A degradação de 5-HT dá origem ao metabólito 5-hidroxiindolacético que é excretado na urina e serve como diagnóstico da síndrome carcinóide (tumor maligno das células enterocromafins do intestino delgado). 2. EFEITOS FARMACOLÓGICOS. • A 5-HT atua nos receptores 5-HT1B, produzindo atividade procinética e secretora (nos 5-HT4 aumenta esta atividade e nos 5- HT3 diminui a motilidade e participa na percepção sensorial do intestino). • No músculo liso brônquico produz contração por estimulação dos receptores 5-HT2. • A 5-HT causa vasoconstrição direta mediada por receptores 5- HT2A ou vasodilatação dependente do endotélio (libera óxido nítrico). • A serotonina causa agregação plaquetária (5-HT2A). • Estimula
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