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Introdução à Microbiologia

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Microbiologia 
2º Semestre - 2018 
FAMINAS - Prof. Beatriz Borelli 
Introdução e história 
A microbiologia é muito importante, principalmente para a medicina humana e veterinária, mas é 
constantemente usada na indústria de alimentos, na microbiologia ambiental, na indústria farmacêutica e 
na biotecnologia. 
 
Nomes importantes da microbiologia: 
 - R. Hooke: 1º a observar células. 
 - Antonie Van Leweenhoek: 1º a observar microrganismo vivos com uso do microscópio. 
 - Francisco Redi: fez experimentos para derrubar a teoria da abiogênese (surgimento de moscas em um 
pote com carne). Ar fresco é essencial para ocorrer a geração espontânea. 
 - John Needham: fortaleceu a abiogênese aquecendo caldos nutrientes e antes de colocar as soluções 
resfriadas em frascos fechados, os micróbios se desenvolviam espontaneamente. 
 - Edward Jenner: inoculou raspados de varíola bovina em seu filho, que desenvolveu a doença de forma 
branda e nunca mais contraiu a doença. Vacinação. 
 - Alexander Fleming: descoberta da penicilina. 
 
A teoria da abiogênese, baseada na ideologia de geração espontânea, caiu por terra quando em 1861 
Pasteur realizou experimentos que comprovaram a teoria da biogênese. Também houve o 
desenvolvimento de técnicas de assepsia, fermentação, pasteurização. A teoria de Pasteur é conhecida 
como a teoria verme-doença que ressalta que toda doença é causada por um microrganismo. 
 
Koch contribui para a microbiologia com postulados, sendo eles que o mesmo patógeno deve estar 
presente em todos os casos da doença; deve ser isolado do hospedeiro doente e cultivado em cultura pura; 
todo patógeno obtido da cultura pura deve causar a doença quando inoculado em um animal saudável e o 
deve ser isolado do animal inoculado e deve ser, necessariamente, o organismo original. 
 
Em 1969 foi criado um sistema de classificação em 5 reinos – considera procariotos ancestrais de 
todos os eucariotos, sendo esses o Reino Monera (bactérias), o Reino Protista (protozoários e algas), o 
Reino Fungi (bolores e leveduras), o Reino Plantae e o Reino Animalia. Esses foram separados pelo tipo de 
célula, pela organização celular e por modo de nutrição. 
 - Os vírus são pequenos organismos acelulares. 
 
Em 1978 foram criados três domínios a partir da análise do RNAr, as células se diferem na estrutura lipídica 
da membrana, nas moléculas de RNA de transferência e na sensibilidade aos antibióticos. 
 - Archeobactérias: sua parede celular não possui PG; vivem em ambientes extremos; halófilas (ambientes 
salinos), metanogênicas e termófilas (ambientes de alta temperatura). 
 - Procariotos: bactérias; possuem alça do RNA e são sensíveis a antibióticos. 
 - Eucariotos: protozoários, fungos, plantas e animais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Procariotos X eucariotos 
Procariotos 
Os procariotos são seres unicelulares que não possuem membrana nuclear. O 
seu cromossomo é único e circular, com exceção do Vibrio cholarae que possui 
dois cromossomos e algumas bactérias de cromossomo linear. O seu DNA não 
está associada às histonas; não possuem organelas revestidas por membranas; 
possuem parede celular composta de peptídeoglicano; e sua divisão celular é 
por meio de fissão binária. 
 - Glicocálice ou cápsula: é uma Substância Polimérica Extracelular (SPE) de 
polímero viscoso e gelatinoso, externo a parede celular, composto por 
polissacarídeos, polipeptídios ou ambos. Possui de função de proteção à fagocitose, de aderência 
(biofilme), de reserva nutritiva (água e nutrientes), de proteção à dessecação e de fator de virulência 
(protege a bactéria do nosso sistema imune. 
 # Pode ser organizado e fracamente aderido à parede celular, sendo uma camada viscosa, ou organizada 
e firmemente aderida a parede, sendo chamada de cápsula. 
 - Flagelo: são apêndices filamentosos semirrígidos com 
função de motilidade e de antígeno H (sorovars). É 
constituído da proteína flagelina e pode ser encontrado 
em vários arranjos. 
 # OBS: células atríqueas são células sem flagelo e as 
cocos não possuem flagelos. 
 # Filamentos axiais ou endoflagelos: uma parte do 
flagelo; são feixes de fibrila que se origina na 
extremidade das células formando uma espiral em 
torno da mesma. Acontece na espiroqueta do 
Treponem pallidum, que leva a célula a realizar um movimento tipo saca-rolhas, de rotação. 
 - Fímbrias e Pili (pelos): são apêndices curto e retilíneos. São comuns em Gram-negativas. É composto 
pela proteína pilina e tem função de aderência da bactéria a célula hospedeira – permite colonização sem 
fácil remoção –, de transferência de DNA (pili sexual ou fímbrila F) e de sítio de receptores para 
bacteriófagos. 
 # Conjugação bacteriana: é quando um pilus (singular) ou alguns pili (plural) unem bactérias para que 
ocorra transferência de DNA. São mais longos que o normal e pode ser 1 a 2 por célula. A bactéria com o 
plasmídeo conjugativo é chamada de F+ e a que não o possui é chamada de F-. 
 - Parede celular: é uma estrutura complexa, semirrígida, que dá forma à célula bacteriana localizada logo 
abaixo da membrana citoplasmática. Tem como 
função forma celular, rigidez, proteção osmótica 
e mecânica e ancoragem dos flagelos. A 
penicilina, entre outros antibióticos, impede a 
formação das ligações cruzadas, levando a lise. 
Sua composição é de peptídeoglicano (dissacarídeo 
+ polipeptídio) ou mureína (polímero rígido, 
resistente, poroso e insolúvel). As diferenças na 
parede celular diferenciam as células em Gram 
positivas CONSTITUÍDA MAJOTARIAMENTE POR PEPTIDEOGLICANO, 
ÁCIDOS TEICÓICOS – POSSUEM CARGA NEGATIVA E FAZEM O TRANSPORTE DE ÍONS POSITIVOS 
PARA DENTRO DA CÉLULA E COOPERA NA ESPECIFICIDADE ANTIGÊNICA – E ÁCIDOS 
LIPOTEICÓICOS – FAZEM A ANCORAGEM DA PAREDE CELULAR NA MEMBRANA 
CITOPLASMÁTICA – e Gram negativas CONSTITUÍDA DE 
PEPTÍDEOGLICANO (ENCONTRA-SE NO ESPAÇO PERIPLASMÁTICO – ENZIMAS DE 
DEGRADAÇÃO E PROT. DE TRANSPORTE – LIGADO A MEMBRANA EXTERNA POR LIPOPROTEÍNAS), 
ALÉM DO PEPETÍDEO GLICANO, HÁ UM PERIPLASMA E UMA MEMBRANA EXTERNA (COMPOSTA POR LIPOPROTEÍNA + PG, FOSFOLIPÍDEOS E 
LIPOPOLISSACARÍDEO – LPS; LPS: LIPÍDEO A [ENDOTOXINA QUE PODE CAUSA FEBRE, DIARRÉIA, CHOQUE] + ANTÍGENO O [PROPRIEDADE SOROLÓGICA DE 
ALGUMAS BACTÉRIA, QUE REAGE COM ANTICORPOS, QUE DIFERE AS BACTÉRIAS GRAM NEGATIVAS – É O QUE PERMITE A IDENTIFICAÇÃO –; BARREIRA 
SELETIVA, ANTIGÊNICA E EVASÃO DA FAGOCITOSE E AÇÃO DO COMPLEMENTO). 
 # Na imagem ao lado pode ser 
observado que a gram-positiva é 
constituída majoritariamente por 
peptídeoglicanos e a negativa ainda possui pouco 
peptídeoglicano, periplasma e uma membrana 
externa. 
Algumas bactérias possuem enzimas 
que no seu periplasma que degradam o 
antibiótico, de forma que ele precisa não somente 
passar pela membrana externa, mas não ser degrado 
no interior da célula. 
A membrana externa possui proteínas, que se assemelham a constituição da membrana 
citoplasmática, e LPS, que são seu diferencial – Lipídeo A e antígeno O – e já foram explicadas antes. 
 # Lipídeo A: liberado quando a bactéria for ser fagocitada → vai estimular por meio de mediadores 
químicos interleucinas, protroglandinas, e determinar o quadro de febre no hospedeiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 # Processo de coloração de Gram: Exemplificado com uma amostra de urina, centrifugada ou não → 
alça de inoculação → movimentos circulares na superfície da lâmina → fixar na chama (processo chamado 
de esfregaço – passa 3 vezes) → técnica de coloração (4 etapas) → adicionar na superfície da lâmina o 
Cristal Violeta (penetra nas duas células) → contato por 1 
minuto com a superfície celular → lavar as lâminas com 
água → adição de lugol (mistura de iodo e iodeto de 
potássio) após lavagem (é absorvido pela célula e forma 
um complexo com o cristal violeta, essas moléculas que 
se juntam ficam grande e dificilmente consegue sair de 
dentro da célula) → contato por 1 minuto → lavagem 
com água → aplicação dodescolorante (solução de 
héteroacetona, álcool-eter, álcool 96%; na gram-negativa 
há o rompimento da estrutura dos fosfolipídios, muito 
presentes em sua membrana externa, de forma que o 
cortante cristal violeta sai na lavagem seguinte deixando 
a célula incolor; na gram-positiva não há o rompimento, 
somente a desidratação, que leva ao fechamento dos 
poros de membrana e o cristal violeta é retido no interior 
da célula) → 5 segundos → uso do contra-corante (para 
facilitar visualização; safranina; coloração vermelha) → 
30 segundos → lavagem com água → observação da 
lâmina. 
 # Parede celulares atípicas: O Mycoplasma, responsável por vários quadros de pneumonia (antibiograma 
é caro, de modo que o médico deve saber que tipo de remédio vai ser receitado e saber que tipo de 
remédio passar), não possuem parede celular; as arquiobactérias possuem parede celular de 
pseudomureína e com pouco peptídeoglicano (pH, temperatura, salinidade extremos), de forma que, 
geralmente, não se coram pelo Gram; e há o Mycobacterium e Nocardia que são parede álcool-ácido 
resistentes, sendo que o Mycobacteruim tuberculosis e leprae tem parede celular rica em ácido micólico, 
não corado por Gram, que altera o processo de multiplicação celular – mais lento –, a deixa mais resistente, 
sendo necessária uma associação a antimicrobianos – penicilina não está inclusa –. 
 - Membrana plasmática: bicamada lipídica contendo proteínas que fazem o transporte de substâncias 
para dentro e fora da célula; ela é fluída o que permite a 
movimentação das proteínas e a capacidade de absorver ou 
não certas substâncias as proporções dos componentes são 
variáveis – dependem das bactérias e condições de cultivo –. 
 # Composição: fosfolipídios e proteínas (periféricas e 
transmembranas – modelo mosaico fluido –). 
 # As dos procariotos são menos rígidas por não possuírem 
esteróis. Exceção: Mycoplasma. 
 # Funções: transporte de solutos – permeabilidade seletiva –, 
produção de energia (enzimas que degradam nutrientes e 
produzem ATP), mesossomos – invaginações da MP que pode 
estar relacionado ao processo de divisão celular e ao fomento 
da respiração celular. 
 - Citoplasma: substância aquosa e viscosa presente no interior da MP dos procariotos. Sua constituição é 
majoritariamente de água e possui também proteínas, carboidratos, ácidos nucleicos, entre outros. Há 
presença de DNA, ribossomos, inclusões – depósitos de reserva –, entre outros. 
 # A perda excessiva de água desacelera o metabolismo da célula. 
 - Nucleóide: uma região onde se concentra o material 
genético; uma estrutura enovelada dispersa no citoplasma. 
É uma única molécula de DNA circular e de fita dupla 
condensado no interior celular (cromossomo bacteriano); 
não há membrana nuclear nem histonas. 
 # Função: armazenamento de informação genética. 
 # Na imagem mais a direita se observa uma célula 
bacteriana rompida e o seu material disperso. 
 - Plasmídeo, não é presente em toda bactéria; molécula de DNA dupla fita circular 
que tem replicação independente; carregam muitos genes não essenciais – célula 
sobrevive sem –. 
 # Vantagens: possuem genes de resistência à antibiótico, tolerância à metais, 
produção de toxinas e síntese de enzimas. 
 - Ribossomos: É composto por proteínas + RNA ribossômico (rRNA); se diferencia na 
célula procariota e no eucariota; no procariota é 70S, formado por uma subunidade maior, 
50S (2 moléculas de RNA), e uma menor, 30S (1 molécula de RNA); no eucariota é 80S. 
 # S (unidade de Svedberg): coeficiente de sedimentação; quando essas subunidades, 
separadas ou unidas, são submetidas a centrifugação elas vão se separar em um gradiente 
(50S, 30S e ou 70S – representam posições – que depende do tamanho, peso e forma de uma 
partícula). 
 - Inclusões: funciona como depósito de reserva de substâncias. 
 # Grânulos metacromáticos: ricos em fosfato inorgânico que fazem a síntese de ATP; coram-se em azul 
de metileno – volutina –; 
 # Grânulos polissacarídeos: coram-se com iodo; possuem glicogênio e amido. 
 # Inclusões lipídicas: armazenam lipídeos. 
 - Endósporos: são estruturas de resistência sendo metabolicamente inativos; são células desidratadas 
altamente resistentes às condições adversas, de forma que em condições ambientes favoráveis ocorre a 
germinação e se transformam em células vegetativas – metabolicamente ativas –; possuem paredes 
espessas e camadas adicionais com presença de ácido dipicolínico combinado com cálcio; 
 # Dois exemplos são o Bacillus e o Clostridium (ambos bastonetes); o Clostridium tetani entra no corpo 
com cortes profundos – lugar onde há uma baixa omissão de oxigênio, possível condição que favorece a 
ativação metabólica deste por ser anaeróbico estrito –. 
 # Formação por duplicação do 
material genético → condensação 
→ cada um vai para um polo da 
célula → formação de uma 
membrana protetora (há uma 
pequena quantidade de 
citoplasma, poucas enzimas, 
alguns ribossomos) → deposição 
de várias camadas de parede 
celular → morte celular para que 
ocorra a liberação do endósporo 
→ endósporo é liberado para o 
meio extracelular → 
sobrevivência mesmo na escassez 
de nutrientes, de umidade, em altas 
temperaturas, altas ondas/doses de 
radiação → permanência no 
ambiente → encontra um ambiente 
propício → célula é ativada → 
divisão celular (ativação 
metabólica) → células viáveis. 
OBS: A diferença do endósporo para os esporos fúngicos são que 
este tem função, principalmente, de reprodução e sua dispersão permite disseminação. 
 
 Eucariotas 
Os eucariotas são uni ou multicelulares com presença de membrana nuclear, organelas envolvidas por 
membrana, nucléolo, material genético linear, entre outros. O DNA se encontra associado a histonas e 
proteínas não histonas, e possui organelas revestidas por membrana. Seu cromossomo é linear e sua 
parede celular constituída de quitina (fungos). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 - Parede celular: não possui peptídeoglicano. As paredes vegetais possuem celulose, os fungos 
filamentosos, principalmente, possuem quitina – que forma o exoesqueleto de insetos e crustáceos –, e as 
leveduras possuem glicanas e mananas. 
 # Glicocálice: presentes em alguns fungos; são carboidratos adesivos que tem função a adesão célula-
célula, reforçamento da superfície celular e ao reconhecimento entre as células. 
 Pode ajudar no diagnóstico. 
 - Flagelos e cílios: somente presente nos fungos aquáticos; função de locomoção ou movimentação de 
substâncias ao longo da superfície celular. 
 # Flagelos: poucos e longos; contém citoplasma e são revestidos por membrana plasmática. 
 # Cílios: projeções curtas e numerosas. 
 - Membrana plasmática: similar a dos procariotos; função de regulação do transporte de substâncias e de 
estruturação (bicamada lipídica). 
 # As proteínas de membranas podem conter esteróis – lipídeos complexos que são associados à 
capacidade da célula em resistir à lise devido ao aumento da pressão osmótica – e carboidratos. 
 As membranas dos fungos possuem um esterol chamado de ergosterol que da mais resistência a 
pressão osmótica. 
 - Citoplasma: inclui substâncias no interior da MP e externa ao núcleo; a presença de microfilamentos de 
actina e miosina e microtúbulos/tubulinas forma o citoesqueleto e permite o transporte de substâncias 
através da célula, processo chamado de fluxo citoplasmático. 
 - Ribossomos: tem função de síntese proteica; são maiores e mais densos por serem 80S (60S + 40S), 
sendo encontrados como 70S em cloroplastos e mitocôndrias – DNA circular, teoria endossimbiótica –; 
podem ser encontrados ligados ao RER ou livres; 
 - Núcleo: possui informação hereditária (DNA); é circundado por envelope nuclear; possui nucléolos – 
região condensada de cromossomos –, histonas, nucleossoma – DNA + histonas – e poros nucleares. 
 - Retículo endoplasmático: é uma rede de sacos membranososachatados ou tubos 
(cisternas) contínuo com o envelope nuclear. 
 # Rugoso: possui ribossomos na membrana externa responsáveis pela 
síntese de proteínas que penetram nas cisternas para posterior processamento. 
 # Liso: Se estende a partir do RER; não possui ribossomos aderidos, 
responsável pela síntese e armazenamento de fosfolipídios. 
 - Complexo de Golgi: sacos membranosos achatados com vesículas esféricas na extremidade. Tem função 
de empacotamento de substâncias e transporte para o exterior da célula. Protege a célula do ataque de 
suas próprias enzimas. 
 - Lisossomos: Formados a partir do Complexo de Golgi, são esferas revestidas por uma única membrana 
que contém enzimas digestivas. 
 - Vacúolos: espaço no citoplasma revestido por membra, derivados do Complexo de Golgi, responsável 
pelo armazenamento de substâncias ou acúmulo de gás – permite que o microrganismo se movimente ao 
longo de um acúmulo de água, por exemplo –. 
 - Mitocôndrias: Possuem membrana dupla, uma externa lisa e uma interna com cristas, 
onde ocorrem reações químicas; possui uma matriz de substância semifluida onde estão 
presentes várias enzimas. Sua função é associada a função de respiração celular – onde 
ocorre a síntese de ATP –; contém DNA e ribossomos 70S próprios e maquinaria 
responsável pela replicação, acreditando assim que ela tenha vida própria. 
 - Centrossomo: localizado próximo ao núcleo; constituí uma área pericentriolar e os centríolos – 
importantes na formação do fuso mitótico no processo de divisão celular –. 
 
Diferenças entre organismos eucariontes e procariontes 
 
Organismo Procarioto (pré-núcleo) Organismo Eucarioto 
Organismos unicelulares Organismos unicelulares (leveduras) e 
pluricelulares (bolores ou fungos filamentosos) 
Cromossomo único e circular Cromossomo linear 
Não possuem organelas revestidas por membranas Possuem organelas revestidas por membranas 
Tem como única organela o ribossomo (não possui 
organelas revestidas por membranas) 
Presença de variadas organelas citoplasmáticas 
Ribossomos 70S Ribossomos 80S 
Parede celular constituída de peptideoglicano 
(mureína) 
Presença de parede celular nos fungos constituída 
por quitina 
Ausência da membrana nuclear Presença da membrana nuclear 
DNA não está associado à histonas DNA associado à histonas e proteínas não 
histonas 
Divisão celular: fissão binária Mitose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Morfologia bacteriana 
São três formas básicas: 
 - Cocos (esféricas ou ovoides). 
 - Cilíndricas (em bastão): podem ser chamados de bacilo (bacilo se 
refere a forma, Bacillus se refere ao gênero da bactéria) ou bastonetes. 
 - Espiraladas ou helicoidais: espirilos (possui forma helicoidal rígida; 
seu flagelo está em um dos polos), vibrios (bastões curvos) e 
espiroquetas (forma helicoidal flexível; seu flagelo contorna a 
estrutura do corpo da célula). 
 - Outras formas: formato de estrala, retangulares eplanas. 
 
As monomórficas mantêm forma única e as pleomórficas possuem 
muitas formas. 
 
A bactéria pode ter vários arranjos celulares que auxiliam na classificação das 
bactérias em diferentes espécies: 
 - Estreptococos: células se dividem e permanecem ligadas em forma de cadeia; está 
presente na boca. 
 - Diplococos: células se dividem e permanecem ligadas. Ex: Neisseria (Gonorréia). 
 - Tétrades: células se dividem em dois planos e permanecem em grupos de quatro. 
 - Sarcinas: as células se dividem em três planos e permanem unidas em forma de 
cubo com oito bactérias. Ex: Sarcina. 
 - Estafilococos: as células se dividem em múltiplos planos e formam agrupamentos 
tipo cacho de uva. Ex: Staphylococcus. 
 
 - Cocobacilo: bacilos ovais e parecidos com os cocos. 
 - Diplobacilos: se apresentam em pares após a divisão. 
 - Estreptobacilos: se organizam em cadeias; mais bagunçado. 
 - Paliçada: bastonetes dispostos lado a lado; mais organizada. Ex: Corynebacterium. 
 
Metabolismo microbiano – nutrição e cultivo de microrganismos 
 Metabolismo 
Conjunto de todas as reações químicas dentro de uma célula. Pode ser dividido em catabolismo e 
anabolismo. 
 - Catabolismo: conjunto de processos de degradação de moléculas e nutrientes que liberam energia. 
Fornecem energia para as reações anabólicas. 
 - Anabolismo: Conjunto de processos biossintéticos que requerem energia e que formam os componentes 
celular a partir de moléculas menores. 
 - A energia das reações catabólicas é utilizada para conduzir as reações anabólicas. A energia para as 
reações químicas é armazenada em ATP. 
 - De acordo com o tipo de nutrição pode-se classificar um organismo, alguns usam compostos químicos – 
quimiotróficos –, que são nosso foco de estudo, e outros que utilizam a luz – fototrópicos – como fonte de 
energia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Processo de obtenção de energia 
Os principais compostos usados para os processos são os açúcares (glicose), as proteínas ou os lipídeos 
(gorduras) → quebra da molécula → ATP. 
Os processos podem ser a respiração aeróbica e anaeróbica e a fermentação, nos quais há produção de 
energia a partir da glicose – ambos processos tem início na glicólise (glicose em ác. pirúvico), mas seguem 
vias diferentes posteriormente –. 
 - O que diferencia esses processos é a 
disposição de oxigênio, o rendimento 
enérgico que cai na fermentação – seu 
produto ainda apresenta um alto 
conteúdo de energia. 
 
Respiração anaeróbica: ocorre na 
ausência de O2; a energia é gerada a 
partir da CTE-; o aceptor final de e- são 
compostos inorgânicos; o rendimento 
varia de acordo com o microrganismo 
(menor que a aeróbica). 
 
Fermentação: ocorre na ausência de O2; 
não há CTE- ou clico de Krebs; apenas 2 
moléculas de ATP são produzidas; e o 
aceptor final de elétrons é orgânico. 
 - São produtos da fermentação queijo 
cheddar e suíço, cerveja, vinho, vinagre, 
acetona, iogurte, entre outros. 
 - Não significa a ausência de O2, mas 
sim que o MO não vai usá-lo no 
metabolismo. 
 
 
 Fatores necessário ao crescimento microbiano 
Fatores físico ou abióticos (ambientais) 
 - Temperatura: é limitante ao crescimento do MO, a temperatura mínima é onde o crescimento é 
possível, a ótima é onde há o melhor crescimento microbiano e a temperatura máxima é onde ainda é 
possível o crescimento. Na temperatura mínima a membrana se encontra com gel, com processo de 
transporte lento e sem crescimento; na ótima as reações enzimáticas ocorrem em velocidade máxima; e 
na máxima há desnaturação proteica, colapso da membrana e lise térmica. 
 # Psicrófilos: crescem em baixas 
temperaturas – 0° a 20°C (ótima 
15°C), não crescem a 25°C; presentes 
nos polos e fundo dos oceanos. 
 # Psicrotróficos: 0° a 30°C (ótima 
20° a 30°C), não crescem a 40°C 
(deteriorantes de alimentos em 
baixas temperaturas). 
 # Mesófilos: crescem em 
temperaturas moderadas de 10 a 50°C 
(ótima 25° a 40°C) – patogênicos (TO 37°C) e deteriorantes de alimentos. 
 # Termófilos: crescem em altas temperaturas 40° a 85°C (ótima 50° a 60°C). Encontrados em solos 
quentes e águas termais. 
 # Termófilos extremos ou Hipertermófilos: Arquibactérias (ótima 68° a 110°C) encontradas em fontes de 
água quente associadas à atividade vulcânica. 
 - pH: refere-se a acidez ou alcalinidade de uma solução. 
 # Bactérias: próximo a neutralidade com o pH de 6,5 a 7,5. Poucas bactérias são capazes de crescer em 
pH ácido (pH 4,0); As acidófilas tem alto grau de tolerância (pH 0,5 a 6,0, com ótimo entre 2,0 e 3,5); as 
alcalifílicas – Bacillus e Archaea – funcionam entre pH 10,0 e 11,0. 
 # Fungos filamentosos e leveduras: tendem a ser mais acidófilos com pH 5,0 a 6,0. 
OBS: Em laboratórios durante a multiplicação a produção de ácidos interferem no crescimento, sendo 
necessário o uso de tampões. 
 - Pressão osmótica: MO obtêm a maioria dos nutrientes necessários 
daágua presente no ambiente. A célula pode ser encontrada em 
ambiente isotônico, hipotônico (há a entrada de água) ou 
hipertônico (plasmólise – parede celular protege/evita). 
 # Halófilos extremos e obrigatórios: requerem altas concentrações 
de sais para o crescimento. 
 # Halófilos facultativos ou halotolerantes: não requerem 
altas concentrações de sais para crescer, mas são capazes de 
tolerar (até 2%-15% de sal). 
 - Atmosfera gasosa. 
 
Fatores químicos: 
 - Água: é essencial aos MO; disponibilidade é variável no ambiente. Em ambientes com baixa 
concentração desta costuma-se haver o desenvolvimento de mecanismos para obtenção de água através 
do aumento da concentração de solutos internos, pelo, por exemplo, bombeamento de íons ou síntese de 
solutos orgânicos – açúcares, álcoois ou aminoácidos –. 
 - Carbono: essencial para síntese de todos os compostos 
estruturais básicos dos seres vivos. Os organismos 
quimio-heterotróficos obtêm a C a partir de materiais 
orgânicos como proteínas, lipídeos e carboidratos e os 
quimio-autotróficos e fotoautotróficos a partir de CO2. 
 - Nitrogênio: utilizado para sintetizar aa (DNA e RNA) e 
proteínas. Tem como fonte a amônia, nitrato e a 
decomposição de proteínas. 
 - Enxofre: utilizado na síntese de aa contendo enxofre, 
de vitaminas (tiamina e biotina), e tem como fonte aa que 
contêm S, como o íon sulfato. 
 - Fósforo: utilizado na síntese de ác. Nucléicos (DNA e RNA), de ATP, de fosfolipídios componentes da 
MP, tendo como fonte o íon fosfato, DNA, RNA e ATP. 
 - Elementos traço. 
 - Fatores de crescimento: compostos orgânicos necessários em pequenas quantidades devido à 
incapacidade das células os sintetizarem, sendo esses vitaminas, aminoácidos, purinas e pirimidinas – 
muitas vezes esses são fornecidos pelo meio de cultura –. 
 - Oxigênio: extremamente importante no desenvolvimento microbiano, mas pode ser tóxico a alguns 
MO. 
 # Aeróbios estritos ou obrigatórios: necessitam de O2. 
 # Aeróbio microaerófilo: necessitam de O2, mas em níveis menores. 
 # Anaeróbio facultativo: não necessitam de O2, mas crescem melhor na presença de O2. 
 # Anaeróbio aerotolerante: não utilizam o O2, mas toleram bem a presença deste. 
 # Anaeróbio estritos ou obrigatórios: não toleram o O2 (letal). 
 # Por que o oxigênio é tóxico para os anaeróbios: O 
oxigênio é oxidativo, pode se combinar a elétrons e 
ficar na forma de peróxido de hidrogênio (H2O2) ou de 
radical livre, superóxido, (O2). As bactérias necessitam 
de pelo menos duas enzimas para utilizar o oxigênio, 
a superóxido dismutase, a peroxidase e a catalase. As 
bactérias anaeróbias obrigatórias, como Clostridium 
tetani, não possui uma delas ou ambas. Algumas 
conseguem sobreviver, enquanto outras são 
rapidamente mortas. 
 # Teste da catalase: adicionasse peróxido de 
Nitrogênio, se há produção de O2, oticamente 
percebido por bolhas, sabe-se que é positivo. 
 # O teste respiratório pode ser realizado por 
um meio de cultura líquido para se saber a 
caracterização dos MO quanto ao metabolismo. 
Nesse se adiciona uma substância que remove 
o Oxigênio dissolvido no líquido de modo que na 
superfície há maior difusão de O2 e no fundo há 
menos → a substância índica onde há mais O2 – 
porção rosa –. Dependendo da proliferação do 
organismo em algumas das extremidades ou em 
ambas, se sabe sua classificação. 
 # Para o cultivo de bactérias que não toleram a presença de O2 tenta-se criar uma 
atmosfera na qual elas possam viver: 
O cultivo de bactérias microaerófilas e/ou capnofílicas (métodos de 
produção de CO2): recipiente de vidro com tampa → colocar o material (placas de 
Petri) dentro deste → acender uma vela → tampar o recipiente → quando acabar 
o O2 a vela vai apagar → grande concentração de CO2 → bactéria que gostam de 
CO2, como a Neisseria gonorrhoeae, que gosta de alta tensão CO2 e baixa concentração de O2. 
Cultivo de bactérias anaeróbicas: as anaeróbicas estritas conseguem crescer 
na Jarra de anaerobiose (representada na imagem ao lado). Por meio de um 
recipiente de acrílico + material de cultivo + envelope gerador de anaerobiose que 
tem substâncias que combinam com o O2 e o transformam em CO2 e H2 → ausência 
de O2. 
 Câmara de anaeróbios: onde há o cultivo de anaeróbios estritos; ela é 
preenchida com gases inertes como o N2, H2 e CO2 livre de O2 onde há a criação de 
um vácuo. 
 
Meios de cultura para o cultivo de MO 
O meio de cultura é o material nutriente preparado em laboratório para o crescimento de MOs. Contém C, 
N, S, P e outros componentes. A finalidade deste é simular o ambiente natural. 
Os meios de cultura podem ser classificados quanto: 
 - A consistência: 
 # Meio de cultura líquido: sem agente solidificador; crescimento avaliado pela taxa de turvação do meio. 
 # Meio de cultura semi-rígido: com 0,75% de ágar; usado para saber, por exemplo, se a bactéria é móvel 
(a inocula somente em um ponto, se ela crescer somente nesse lugar, ela não é, se ela crescer em vários 
lugares, sabe-se que, por meio de flagelo, ela conseguiu se movimentar). 
 # Meio de cultura sólidos: com agente solidificador (ágar – funde-se à 100ºC e solidifica-se à`40ºC); 
crescimento ocorre em colônias. 
 Etapas do preparo de um meio sólido: pesar os reagentes que compõe o meio → adicionar o 
volume de ágar necessário → fundir (recomendado é fundir antes de colocar na autoclave) → colocar o 
meio do frasco → levá-lo a autoclave (esterilização) → distribuição do líquido nas placas de Petri → após 
poucos minutos atinge-se uns 40ºC → consistência sólida. 
 - A fórmula: 
 # Meio quimicamente definido: cuja a composição exata é conhecida. 
 # Meio complexo: composição química é desconhecida; pode ser desconhecido pela adição de 
nutrientes como extrato de leveduras, extrato de carne, peptonas, não se sabendo exatamente a 
quantidade de Nitrogênio, entre outros, por exemplo. 
 - A finalidade 
 # Meio redutor: são adicionados de agentes redutores, como a cisteína e o tioglicolato de sódio, que se 
combina com o O2 eliminando-o do meio de cultivo. 
 Incubação em anaerobiose (atmosfera em ausência e meio de cultura também). 
 # Meio seletivo: impede o crescimento de MO indesejáveis e favorecer o crescimento dos MO de 
interesse. 
 Como o àgar Sabouraud, de pH ácido e alta concentração de glicose que vai selecionar/favorecer o 
crescimento dos fungos e inibir o de MO que não toleram essas condições; e o ágar com antibióticos, que 
seleciona os resistentes. 
 # Meio diferencial: diferenciação das colônias do MO 
desejado em relação aos outros que crescem na mesma placa. 
O sangue não pode ir na autoclave, de modo que ele é 
adicionado após a esterilização quando a temperatura do 
meio está em torno de 50ºC. 
 O ágar sangue difere as bactérias hemolíticas e as não 
hemolíticas, ou seja, que atacam as hemácias/causam hemólise ou não. 
A gama hemolítica não causa hemólise, a alfa hidrolisa parcialmente e a beta levam a hemólise total. 
 # Meio seletivo e diferencial: pode ser ágar hipertônica (Staphylococcus aureus), Cled (urina) ou de 
eosina azul de metileno (só cresce bactérias gram-negativas). 
 - De transporte: isento de nutriente, utilizado para o transporte e 
conservação de um material biológico a partir do qual se propõe 
isolar um ou mais MO. Função de manter os MOs vivos, como o 
meio de Stuart ou de Cary-Blair. 
 - De enriquecimento: são líquidos, que favorecem o crescimento de determinadas espécies aumentando a 
sua quantidade em relação a outras, facilitando o isolamento de um MO de interesse. Exemplo: caldo de 
selenito de sódio, que permite o enriquecimento de Salmonella e Shigella nas fezes. 
 
Técnicas de semeadura e isolamento de MOs 
 Semeadura ou inoculação 
Para transferir MO de um meio de cultura para outro, introduzindo o MO em um meio de cultura. Deve-se 
ter cuidado e ser feito em uma determinada sequência: Flamba a alça→ abre o tubo → flamba a abertura 
do tubo → inoculação → flamba a abertura do tubo → fechar o tubo → estriar o MO no meio de cultura. 
 
 Técnica de esgotamento por estrias 
Tem a finalidade de obter colônias puras ou isoladas. 
Ajuda a contar as colônias, a distingui-las – saber se a mais de 
um tipo de bactéria, por exemplo –. 
 
 Métodos de conservação de MO 
Refrigeração: curtos período de tempo (meio de cultura em 
placas ou tubos de ensaio); protege por algumas semanas. 
Congelamento: há adição de crioprotetor à cultura microbiana (glicerol) em tubos de plástico e coloca em: 
 - Um ultrafreezer (-86ºC); protege por anos. 
 - Nitrogênio líquido (-196ºC) que protege por mais tempo ainda, e é de rápido congelamento. Usado para 
espermas, células tronco, órgãos. 
Liofilização: processo de desidratação até que a amostra esteja na forma de pó, por meio de um 
equipamento chamado liofilizador, no qual ocorre a sublimação, ou seja, uma perda da água e forma um 
sólido. Esse representa os microrganismos desidratados, que em seguida sofre congelamento rápido a -
60ºC e, em seguida. 
 # Pode ser usado como arma biológica. 
 
Crescimento microbiano 
É o aumento do número de células e não ao aumento das dimensões celulares. 
Colônia: proveniente de um único esporo ou uma única célula vegetativa. 
 - Por meio de uma raspagem de uma única colônia se consegue ver milhares de células em uma colônia. 
 
 Reprodução bacteriana 
A maioria das bactérias se múltipla pelo processo de reprodução assexuada 
ou fissão binária. 
 - Células se dividem individualmente em duas células-filhas de tamanho 
aproximadamente igual. 
 - Duplicação do material genético → elongação celular → invaginação da 
MP → septo → formação de paredes distintas → separação das células. 
 - Tempo de geração: tempo necessário para que uma população microbiana 
dobre em número; varia de acordo com sua constituição genética, ou seja, 
para cada espécie de microrganismo, e condições do meio. 
 # Exemplo: Escherichia coli se divide a cada 20 minutos em condições ideais, 
tendo seu tempo de geração curto (em 10 horas se tem 1 bilhão de células), e 
o Mycobacterim tuberculosis a cada 13-15 horas, tempo de crescimento longo. 
 # Maioria das bactérias tem tempo de geração de 1 a 3 horas. 
 - Toda bactéria passa por um momento de adaptação 
 
Cálculo do crescimento de uma cultura bacteriana 
 - Cálculo do nº de células a cada geração por notação exponencial → número de células é expresso na 
potência de 2, o exponente reflete o número de gerações. 
 - 2n, sendo n o número de gerações (duplicações), é igual ao número total de células em uma cultura 
bacteriana. 
 
Fatores de crescimento 
Curva de crescimento: representação gráfica do crescimento das células bacteriana durante um período de 
tempo. 
Fases do crescimento: 
 - Fase lag ou de adaptação: não corre divisão celular, 
intensa atividade metabólica. 
 - Fase log ou exponencial: divisão celular exponencial. 
 - Fase estacionária: parada do crescimento, estabilização 
da população; há o acúmulo de produtos tóxicos do 
metabolismo. 
 - Fase de morte celular. 
Exemplo de uso: indústria farmacêutica para saber o 
ponto que deve manter o MO para maior produção da substância que eles querem; o antibiótico é um 
produto secundário do metabolismo, de forma que não é essencial a sobrevivência do MO. 
 
 Métodos para quantificação do crescimento microbiano 
Medidas diretas: contagem do nº de células (ml ou g), 
contagem em placas (pode ser manual ou eletrônica; possui dois 
métodos), diluição seriada (imagem ao lado), filtração (MO ficam 
retiros nos poros e são transferidos para o meio; indústria de 
água mineral), técnica do número mais provável, contagem 
direta ao microscópio. 
 - A contagem em placas pode ser feita pelo método de 
incorporação em placa, coloca-se a amostra em uma placa de 
Petri vazia, adiciona o meio de cultura fundido, agita em círculos 
para misturar, as colônias crescem na superfície e dentro do meio 
solidificado. Ou pode ser feito pelo método de espalhamento em placa, onde há meio sólido na placa de 
Petri, com uma alça se faz o espalhamento e a colônia cresce apenas na superfície do meio. 
 - Na contagem microscópica um volume conhecido de suspensão bacteriana é colocado em uma área da 
lâmina, sendo a amostra corada ou analisada afresco, utilizando câmaras de contagem. Como 
desvantagem se tem a difícil contagem de bactérias móveis e não separação de células mortas e vivas – 
podendo haver erros de contagem; pelo corante azul de metileno de sabe que a azul está morta e a incolor 
se encontra viva –. 
 # Câmara de Neubauer: uma lâmina especial de vidro grossa que é toda quadriculada. Se 
conta as bactérias no quadradinho e usa uma fórmula que se leva em conta o volume de 
líquido que cabe na lâmina, a área de cada quadradinho, entre outros. 
 
Medidas indiretas: 
 - Turbidimetria (observar a imagem ao lado): é uma maneira de monitorar o 
crescimento bacteriano em meio líquido → o crescimento bacteriano leva a 
turvação do meio → espectrofotômetro (tem um detector sensível a luz e 
pela porcentagem de luz transmitida ou absorvida se sabe como está a 
suspensão bacteriana e a quantidade de bactérias no meio). 
 - Atividade metabólica: maneira indireta de estimar o número de células 
através dos produtos das reações metabólicas de uma população. 
 - Peso seco: mais utilizada para fungos filamentosos – as colônias de fungo 
não crescem de forma delimitada, mas de forma expansiva –; o fungo é seco e então pesado. 
 
Controle do crescimento microbiano – métodos físicos e químicos 
O controle é importante para estimular o crescimento destes, para ver se eles estão presentes no meio ou 
não, ou inibição, em um instrumento cirúrgico, por exemplo. 
 
 Conceitos 
Esterilização: é o processo pela qual os MO são mortos a tal ponto que não seja mais possível detectá-los 
no meio de cultura-padrão onde previamente haviam proliferado; em um objeto inanimado e superfícies; 
isento de bactérias, fungos, vírus e endósporos – todas as formas de vida –. 
 - Convencionalmente considera que em um objeto esterilizado quando a probabilidade de sobrevivência 
dos MO que o contaminavam seja menos que 1:10-6. 
 - Esterilização comercial: matar os endósporos de Clostridium botulinum nos alimentos. 
Desinfecção: inativação ou redução dos MO presentes em um material inanimado ou em superfícies. 
 - Pode ser afetado por diferentes fatores como limpeza prévia do material, período de exposição ao 
germicida, concentração de solução germicida e temperatura e pH do processo de desinfecção. 
 - Desinfecção de baixo nível: processo físico ou químico que elimina bactéria vegetativas, alguns vírus e 
fungos, de objetos inanimados e superfícies. 
 # M. tuberculosis, fungos, vírus da Hepatite B morrem dependendo da exposição e concentração do 
agente. 
 # Mycobacterium intracelular, endósporos bacterianos e alguns vírus sobrevivem. 
 # Exemplo: álcool etílico e isopropílico 70 a 90%, fenólicos e hipoclorito. 
 - Desinfecção de alto nível: processo físico ou químico que destrói a maioria dos MO de artigos 
semicríticos, inclusive micobactérias e fungos, exceto um número elevado de endósporos bacterianos; 
tempo de contato deve ser de 20 a 30 minutos. 
 # Endosporos bacterianos resistentes e vírus sobrevivem. 
 # Exemplo: Gluteraldeído 2%, hipoclorito de sódio, cloro e compostos clorados. 
Assepsia: conjunto de procedimentos para prevenir qualquer tipo de contaminação. 
 - Exemplo: “Uma cirurgia realizada em condições assépticas” → quando todos os parâmetros que 
poderiam levar a qualquer tipo de contaminação estão sendo controlados para evitar qualquer tipo de 
problema associada a infecção. 
Antissepsia: processos de redução da contaminação na superfície da pele. 
 - Álcool 70%, lavagem adequada das mãos – água e sabão –. 
 - Assepsia é o conjunto de procedimentos e a antissepsia éna pele. 
Degerminação: processo que envolve mais a ação mecânica; sinônimo de antissepsia. 
 - Processo realizado quando se vai tirar sangue (álcool + força). 
Sanitização: termo usado na indústria de alimentos; sinônimo de desinfecção. 
Microbicida: bactericida, fungicida, viricida, esporicida. 
Microbiostático: bacteriostático, fungistático. 
 
 Classificação dos artigos segundo o risco potencial de infecção 
Artigo crítico: aquele utilizado em procedimentos de alto risco para o desenvolvimento de infecções, 
destinados aos procedimentos invasivos em pele, mucosas e adjacentes, nos tecidos subepiteliais e no 
sistema vascular. Requer esterilização para uso. 
 - Instrumental cirúrgico, agulhar hipodérmicas, cateteres vasculares, pinças de biópsia. 
Artigo semi-crítico: aquele que entra em contato com a pele não íntegra ou com mucosa integras 
colonizadas. Requer desinfecção de alto nível ou esterilização para uso. 
 - Equipamentos de terapia respiratória e de anestesia, endoscopia. 
Artigo não-crítico: utilizado em procedimento com baixíssimo risco de desenvolvimento de infecções 
associadas ou que entra em contato apenas com pele íntegra. Requer limpeza apenas ou desinfecção de 
baixou ou médio nível. 
 - Roupas de cama e banho e mobiliário de paciente, paredes e pisos, termômetro, diafragma de 
estetoscópio, aparelhos de pressão. 
 
 Taxa de morte de uma população microbiana 
Morte microbiana: perda da capacidade de reprodução; morte exponencial e 
constante. Morte por contato com o a gente antimicrobiano. 
 - Quando se aplica um processo físico ou se usa uma substância química 
(quanto maior a concentração desta, maior a taxa de morte dos MO), a taxa 
de morte segue a mesma curva. 
 - A cada 1 minuto se tem morte de 90% dos MO. 
 
 Fatores que influenciam a atividade antimicrobiana 
Tamanho da população microbiana: mais tempo é necessário para eliminação da população. 
Natureza do material que contém os MO (influências ambientais): a presença de matéria orgânica torna 
mais difícil a eliminação (a matéria orgânica desvia a ação da substância química e pode proteger a célula 
da substância); limpe o objeto primeiro e em seguida esterilize. 
Intensidade ou concentração do agente microbicida: quanto maior a concentração ou intensidade (calor) 
maior a chance de eliminação. 
Tempo de exposição ao agente: maior o tempo, maior a chance de 
eliminação. 
Características dos MO presentes: os príons – proteína infecciosa; 
resiste a elevadas temperaturas e a ação de várias substâncias 
químicas; doença da vaca louca; correto é incinerar – e os endósporos 
são os mais resistentes → micobactérias (Mycobacterium tuberculosis, 
lepreae; extremamente resistentes as condições ambientais) → bactérias 
gram-positivas (a membrana externa vai prevenir a entrada de várias 
substâncias dentro da célula) → Vírus não-envelopados (capsídeo) → vírus 
envelopados (são mais sensíveis as condições ambientes, pois o envelope 
veio da membrana plasmática da célula infectada – constituído de 
fosfolipídios, o qual o álcool consegue desestabilizar –). 
 - Vírus encontrado no esgoto: não-envelopado, pois não sofreu 
interferência dos agentes químicos encontrados no local. 
 
 Ações dos agentes de controle nas células microbianas 
Alteram a permeabilidade da membrana: através de danos aos constituintes 
celulares (lipídeos, proteínas) levando ao extravasamento celular. 
 - Desnaturação: quando há danos às enzimas e ácidos nucléicos. 
 
 Métodos físicos do controle microbiano 
Altas temperaturas: alta eficiência/muito utilizado. 
 - Esterilização: calor úmido ou seco. 
 # Calor úmido (vapor saturado sob pressão): mecanismo de ação como desnaturação e coagulação de 
proteínas. 
 Água fervente elimina as células vegetativas – metabolicamente ativas; não elimina os endósporos 
e não é considerada esterilização por isso –. 
Pasteurização para leite 62,8ºC/30’; 72ºC/15’; o 
leite de saquinho é exposto a uma temperatura mais 
baixa (uma das duas opções citadas anteriormente) que 
o leite em caixinha (UHT = 140ºC/<4’’ – esterilização). 
 Vapor d’água sobre pressão: altas temperaturas; autoclave é mais eficiente sendo necessário 121-
135ºC por 20 a 30 minutos; autoclave gravitacional (vapor na câmara força a saída do ar frio por uma 
válvula); autoclave pré-vácuo (bomba de vácuo). 
 O uso papel alumínio deve ser evitado no preparo de materiais que serão esterilizados, uma vez 
que, os mesmos são impermeáveis ao vapor. 
 Esterilização flash: esterilização de materiais não embalados para o uso imediatos. Ajustada para 
efetuar o processo em tempo reduzido diante de situação de urgência, como contaminação acidental de 
instrumental cirúrgico do procedimento em curso; 132-135ºC por 3 a 10 minutos; a embalagem adequada 
para instrumentos esterilizados são papel crepado, papel de grau cirúrgico, TNT-wrap. 
 # Calor seco: oxidação dos constituintes celulares, queima lenta da célula, de forma que é necessária 
uma maior temperatura; indicado para esterilizar instrumentos de corte, pós, óleos e vidraria. 
 Tempo-temperatura: 140ºC/3h; 160ºC/2h; 170ºC/1h 
 Incineração: queima de materiais; como a alça de platina, bandagens, entre outros. 
 - Controle dos processos de esterilização 
 # Indicadores físicos: testes de desempenho do equipamento (temperatura e pressão), dosagem de 
radiação. 
 # Indicadores químicos: isso de tiras de papel impregnadas com tinta termocrômica que mudam de cor 
quando expostas aos parâmetros de esterilização, como tempo temperatura. 
 Fita de autoclave: só indica se o material está estéril ou não, não indica eficiência do processo. 
 Teste de Bowie-Dick: verificação da presença de bolsões de ar no interior da autoclave; testa a 
eficácia do sistema de vácuo da autoclave pré-vácuo; procedimento feito rotineiramente. 
 Teste biológico: utilizados para monitorar o processo de esterilização, consistindo em uma 
população padronizada de MO viáveis (usualmente esporulados) conhecidos como resistentes ao modo de 
esterilização a ser monitorado. 
x Indicadores de 1ª geração: tiras de papel impregnadas com esporo (Bacillus stearothermophillus), 
sensível só a temperatura de esterilização -121ºC/15’, contido em envelope ou ampola. Após uso é enviado 
ao laboratório para ser inoculada em meio de cultura → se a bactéria sobreviver ao processo → 
multiplicação → meio que contém a bactéria fica turvo. 
 x Indicadores de 2ª geração. 
 x Indicadores de 3ª geração: combinação de esporos bacterianos, meio de cultura e uma enzima 
alfa-D-glucosidade. Após a esterilização há a incubação por 1-3 horas, observação de fluorescência sob luz 
ultravioleta. Crescimento com leitura após 48h para confirmação. 
 
Baixas temperaturas: Congelamento e liofilização (congelamento → sublimação → pó) 
 
Radiações: ondas eletromagnéticas; esteriliza. 
 - Classificadas de acordo com o comprimento de onda, intensidade e duração. 
 - A quantidade de energia é inversamente proporcional ao comprimento de onda, ou seja, quanto menor 
o comprimento da onda, maior a quantidade de energia. 
 - Radiações ionizantes: raio gama; feixes de elétrons de alta energia; são penetrantes – cateteres, 
equipamentos médicos, luvas, seringas – causando a ionização de moléculas (OH- que reage com 
componentes orgânicos principalmente o DNA (H2O → OH- + H+) sendo tóxico e reativo para a célula. 
 - Radiações não ionizantes – luz ultravioleta –: causam a excitação de e- atingindo várias moléculas, 
principalmente o DNA, apesar do seu baixo poder de penetração, sendo usada para esterilização de 
superfícies e salas cirúrgicas; pode causar lesão nos olhos e na pele. Há a formação de dímeros de timina – 
incide no pareamento de timinas em seguidas em uma mesma fita, causando uma desestruturação da 
dupla hélice e um erro quando a DNAPOLIMERASE vai fazer a replicação do DNA. 
 # Bronzeamento artificial. 
 
Filtração: separação de bactérias do líquido em suspensãopor membranas filtrantes (ésteres de celulose) 
ou substâncias termolábeis – que não suportam altas temperaturas – como vacinas, antibióticos, meio de 
cultura de modo que o líquido não está contaminado e os MO retidos. 
 - Filtro HEPA para partículas de ar de alta eficiência que retém os MO e faz com que o ar seja de 
baixíssima contaminação. 
 
 Métodos químicos de controle microbiano 
Agentes microbianos: substância químicas utilizadas para matar ou inibir o crescimento de 
microrganismos. 
 - Características de um agente químico ideal: atividade antimicrobiana; solubilidade/homogeneidade; 
estabilidade; ausência de toxicidade; inativação mínima por material estranho; atividade em T ambiente 
ou corporal; poder de penetração; ausência de poderes corrosivos e tintoriais; disponibilidade e baixo 
custo e poder desodorizante/capacidade detergente. 
 # O álcool não é estável, por ser volátil, e não é tintorial, preenchendo quase todos quesitos. 
Dificilmente haverá uma substância que satisfaz todos. 
 
Principais grupos de desinfetantes e antissépticos 
 - Fenol e compostos fenólicos (ácido carbólico): o fenol puro é irritante para a pele e de odor 
desagradável, bacteriostático (impede crescimento) ou bactericida (mata); o seu mecanismo de ação é de 
lesão na MP lipídica. 
 # Limpeza de assoalhos, paredes e superfícies. 
 # Compostos fenólicos: molécula de fenol + sabão de forma estável que persistem por longos períodos, 
ativos na presença de compostos orgânicos para desinfecção para pus, saliva e fezes – não o inativa –. 
 Hexaclorofenol: encontrado em shampoos e sabonetes para crianças/recém-nascidos com 
infeções na pele – efetivo contra bactérias Gram-positivas (Staphylococcus) –. 
 Triclosan: sabonetes antibacterianos e pasta de dente. 
Lysol: pastilhas para garganta (anestésico local). 
 - Biaguanidas: mecanismo de ação por lesão na MP. 
 # Clorexidina: é usado no controle microbiano da pele e mucosas (escovação de mãos e preparo pré-
operatório da pele); efetivo contra Gram-positivas; alternativa para pessoas alérgicas a iodo; presente em 
enxaguantes bucais como o Periogarde → reduz a microbiota oral → diminui o risco de infecção em 
processos invasivos. 
 - Halogênios 
 # Iodo: é um antisséptico – pele – de excelente ação; efetivo contra bactérias, fungos, vários vírus e 
alguns endósporos; tem seu mecanismo de ação como agente oxidante e inibição da função de proteínas; 
disponível como tintura (solução alcóolica) ou como iodóforo (combinação do iodo com molécula 
orgânica) – não mancham e são menos irritantes para a pele. 
 Betadine e Isodine: desinfecção de pele e tratamento de feridas. 
 Iodol: iodo + molécula orgânica + sabão; menos irritante; 
 # Cloro: é um agente oxidante que interfere no sistema enzimático; usado mais no ambiente. 
 Hipoclorito de sódio (NaOCl): alvejante e desinfetante. 
 Cloro gasoso: desinfecção de água potável. 
 Cloraminas (Cl + NH3): desinfetantes e sanitizantes. 
 - Álcoois: pode agir como desinfetante e antisséptico; são efetivos contra bactérias e fungos, mas não 
matam vírus não-envelopados e endósporos; mecanismo de ação de desnaturação de proteína e 
dissolução de lipídeos da membrana plasmática. 
 # Degerminação da pele: remoção de sujidades e microrganismos. 
 # Desinfecção de termômetros: evapora rapidamente e não deixa resíduo. 
 # Sempre 70%. 
 - Metais pesados e seus compostos: mercúrio, parta, cobre e zinco que se combinam com os grupos 
sulfridila das proteínas celulares levando à desnaturação. 
 # Prata: nitrato de prata é usado em recém-nascidos para prevenir a oftalmia neonatal gonocócicas – 
infecção que pode levar a cegueira pré-natal –; evita a infecção. 
 Bandagens de carvão ativado impregnada com prata: efetivas contra bactérias resistentes a 
antibióticos. 
 # Mercúrio: amplo espectro de atividade; tóxico; controle de mofo em tintas. 
 # Cobre: sulfato de cobre; algicida – ação contra algas –. 
 # Zinco: solução para bochechos e shampoo anticaspa. 
 - Detergentes e sabões: ação germicida limitada – remoção dos MO por ação mecânica –. 
 - Compostos quaternários de amônio (Quats): altera a permeabilidade celular. 
 # Detergente catiônicos. 
 # Bactericida para Gram-positiva e pouco efetivo contra Gram-negativo e viricida. Não eliminam 
endósporos e nem microbactérias. 
 # Cepacol – enxaguante bucal. 
 # Zephiran: cloreto de benzalcônio. 
 - Aldeídos: inativa proteínas pela formação de ligações cruzadas covalentes com vários grupos funcionais 
orgânicos nas proteínas. 
 # Formaldeído: gás incolor, tóxico e irritante a pele e mucosas; sendo que a formalina ou formol é uma 
solução aquosa com 37% de gás formaldeído. 
 A esterilização com vapor saturado a baixa temperatura e formaldeído gasoso → como uma 
autoclave → 2 horas a 65ºC (aumenta temperatura, diminui o tempo de duração do processo) → indicado 
a materiais termosensíveis, como equipamentos elétricos e endoscópios. 
 # Glutaraldeído: menos irritante e mais efetivo que o formaldeído. Desinfecção de instrumentos 
hospitalares como endoscópios e equipamentos de terapia respiratória. 
 Usado como esterilizante químico (10h) mas é muito tóxico → reações adversas. 
 - Esterilizante gasoso: Óxido de etileno – gasoso a 50-60ºC por 1 a 6 horas – que promove a desnaturação 
de proteínas. É altamente penetrante, sendo usado para esterilizar cobertores, equipamentos cirúrgicos, 
componentes de naves espaciais, entre outros. É carcinogênico. 
 # Vantagens: são danifica os materiais. 
 # Desvantagens: danos ao meio ambiente quando manipulado erroneamente, alto custo, tóxico para o 
manipulador (irritação no nariz, olhos e pele; se digerido leva a depressão no SNC). 
 - Agentes oxidantes – peroxigênios – 
 # Peróxido de hidrogênio (3 a 6%): não é um bom antisséptico (catalase quebra esse em O2 e H2O) sendo 
usado para a desinfecção de objetos inanimados. 
 Plasma de peróxido de H2: vapor da substância + ondas de rádio. Temperatura de esterilização 45-
50ºC e tempo variável de 45 a 72 minutos. 
 É um processo rápido, eficaz, em baixa temperatura e não deixa resíduo tóxico. Entretanto tem 
equipamento e processo de alto custo e incompatibilidade de embalagens. 
 - Ácido peracético: desinfecção de alto nível; biodegradável; age por desnaturação das proteínas, 
alterando a permeabilidade da parede celular, oxidando as ligações sulfidril e sulfúricas em proteínas e 
enzimas. 
 # É de ação rápida sobre MO, inclusive os endósporos bacterianos quando em baixas concentrações 
(0,2%). 
 # Desvantagens: é instável, principalmente quando diluído, corrosivo para metais e sua atividade é 
reduzida pela modificação do pH. Causa irritação para os olhos e para o trato respiratório. 
 
Microbiota normal do corpo humano 
Microbiota: o corpo humano é habitado por vários microrganismos que 
em condições normais e em um indivíduo sadio são inofensivos – 
comensais – ou benéficos – mutualístico –. 
 - Da boca ao ânus há a presença desses. 
 - Espécies e número variam de acordo com o sítio (disponibilização de 
nutrientes, de O2, CO2, pH, defesa do hospedeiro, suor, urina, entre outros), 
idade, estado emocional, hábitos de higiene, dieta e sexo. 
 - Sítios livres de microrganismos: órgãos, bexiga, rins, seios paranasais 
(quando há, sinusite), meninges (meningite), pulmões (pneumonia), sangue 
(bacteremia; sepse – multiplicação de microrganismos na corrente sanguínea), coração (endocardite). 
 
Microbiota residente, indígena, autóctene ou “normal” 
Grupo de microrganismo que colonizam, com frequência variável, uma ou mais regiões anatômicas de um 
hospedeiro saudável sem causar doenças. 
 - Mantém a integridade do hospedeiro, quando em equilíbrio em um sítio específico. 
Há vários benefícios como uma barreira contra colonização por patógenos (antagonista microbiano), 
produzem vitaminas B e K úteis ao hospedeiro, degradam produtos tóxicos, auxiliam na digestão e na 
absorçãode nutrientes, além de participar da modulação do sistema imune dos hospedeiros. 
 - Bacteriocina: Substância produzida por um microrganismo que combate outros microrganismos. Por 
exemplo a nisina, um conservante natural de alimentos. 
OBS: Estudos mostram que obesos possuem maior quantidade de determinados grupos de microrganismo 
que vão degradar mais esses açúcares, aumentando a glicemia sanguínea. 
 
 Microbiota transitória ou transiente 
São microrganismos não patógenos ou potencialmente patogênicos, encontrados em superfícies externa 
e/ou internas, por um curto período de tempo. No entanto, alguns podem provocar infecções relacionadas 
à assistência à saúde. 
Geralmente a microbiota residente permanece intacta, mas, caso haja uma alteração no equilíbrio, os 
organismos transitórios podem se proliferar, se instalar e produzir doença. 
 - A microbiota transitória costuma ser eliminada por mecanismos de competição, por nutrientes, por 
receptores, mas podem vir a causar algum dano no hospedeiro. 
 
Algumas bactérias, chamadas de patógenos primários, são aquelas que não fazem parte da nossa 
microbiota normal e, sempre que isolados do hospedeiro, estão associados a quadros de infecção. Um 
exemplo é a Salmonella. 
 
Quando patógenos da microbiota normal são capazes de causar um quadro infeccioso são chamados de 
patógenos oportunistas por causa de uma situação de desequilíbrio ou por serem introduzidos em sítios 
estéreis ou não específicos. 
 - Pode ocorrer por esta estar em um ambiente o qual não é considerada um MO comum. 
 - Um exemplo é a Candida, uma levedura encontrada na microbiota normal que se manifesta com uma 
queda do sistema imune do indivíduo. 
 
 Origem da microbiota normal 
O feto se apresenta livre de microrganismo e, no momento do parto, com o contato com a mãe, o 
ambiente, a equipe médica e, nem sempre, o canal vaginal ele adquire uma microbiota normal. 
 - Canal vaginal: lactobacilos. 
 
 Animais “germ free” 
Podem ser classificados, de acordo com o status sanitários, como: 
 - Convencionais: animais com microbiota indefinida. 
 - Axênicos: animais isentos de germes. 
 - Gnotobióticos: animais com microbiota conhecida. 
 - Specific Patogen Free (SPF): animais isentos de Agente Patogênicos Específicos. 
 
 Distribuição e ocorrência da microbiota normal 
Sangue, fluidos corporais e tecidos: 
 - Livres de microrganismo. 
 - Bacteremia transitória: em momentos de traumas como a extração de dente ou parto. Geralmente não 
há problema, mas caso a pessoa tenho um problema nas válvulas cardíacas ou má formações, podem 
desenvolver quadros de endocardite. 
 
Pele: 1ª linha de defesa, abriga muito microrganismos transitórios: exposição ao ambiente. 
 - É de difícil colonização pela sua baixa umidade (quanto mais úmido maior a quantidade de bactérias), 
baixo pH e possuir substâncias inibitórias, como glândulas sudoríparas e sebáceas (lisozimas e ácidos 
graxos, respectivamente, diminuem a presença de microrganismo. 
 - A microbiota transitória das mãos normalmente é formada por bactérias Gram negativas e possui maior 
potencial patogênico. 
 
Olhos 
 - Há microbiota associada, porém essa é escassa – lágrimas possuem lisozima. Há microbiota transitória 
na conjuntiva. 
 
Trato respiratório superior: nariz e garganta 
 - Microbiota rica controlado pelos cílios, pela produção de lisozima pela mucosa. 
 
Trato respiratório inferior: laringe, traqueia e bronquíolos 
 - Não apresenta microbiota normal associada. 
 
Boca 
 - Microbiota rica e vasta que tem como dificuldade a alimentação, o fluxo contínuo de saliva e a 
descamação das células epiteliais. 
 - Os principais ecossistemas ali encontrados estão na superfície bucal (biofilme – placa bacteriana –), no 
sulco gengival, no dorso da língua e na mucosa palatal. 
 
Trato gastrointestinal 
 - A medida que se distancia do estômago aumenta-se a concentração de bactérias, pois diminui a 
concentração do ácido e das enzimas digestivas. 
 - Estômago: a acidez deste o protege de microrganismos. 
 # Helycobacter pylori: consegue colonizar; algumas pessoas são portadoras na mucosa do estômago e 
podem vir a ter episódios de gastrite; ela tem estratégias para atravessar rapidamente o muco que recobre 
o estômago e diminuir ao máximo seu contato com o suco gástrico (ao atingir o epitélio). 
 - Intestino delgado: a medida que se afasta aumenta a quantidade de bactérias (duodeno < jejuno < íleo), 
pois diminui a quantidade de enzimas protetoras e são regiões de maior absorção. 
 - Intestino grosso: possui a maior população bacteriana do corpo (25% das fezes é constituído de 
bactérias) 
 # Há modificação da flora com o crescimento do indivíduo. A adaptação da microbiota ao trato intestinal 
pode ser uma causa da cólica do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
A importância da microbiota intestinal: atua na modulação do sistema imune, degrada componentes 
não digeríveis da dieta, produz ácidos graxos de cadeia curta, protege o epitélio intestinal contra 
patógenos e sintetiza vitaminas – a tiamina, riboflavina, B12 e K –. Ou seja, coopera para a 
manutenção do hospedeiro, tendo forte impacto na fisiologia e na nutrição deste e sendo crucial para 
a vida humana 
Trato geniturinário: rins, ureteres e bexiga 
 - Ausência de microrganismos; quando há se sabe que há infecção. 
 - A uretra anterior possui microrganismos não presentes no órgão, pois ela está perto de uma porta de 
entrada de MO. 
 # Em exame de urina se a pessoa somente urinar no potinho, toda a contaminação dessa uretra vai para 
a amostra de urina. Dispersando o primeiro jato, há a eliminação microbiota presente ali – não há ausência 
completa – → Na prática se tem o colhimento correto, pegada com uma alça especial, estriamento na 
superfície de desejo, e observação → Se faz uma seleção dos MO ali presentes. 
 - A vagina possui uma microbiota associada que varia com o ciclo menstrual. Antes da primeira 
menstruação e na menopausa, o pH é mais alcalino – MO encontrados normalmente na pele –, e quando a 
mulher está no período em que há o clico, o pH da vagina é ácido por causa da presença de grande 
quantidade de lactobacilos que usam os nutrientes, por meio de enzimas, para produzir ácido lático – 
mantendo o pH vaginal e não permitindo a presença de outros MO colonizando o trato vaginal –. 
 
Interação microrganismos X hospedeiro 
Os MO têm várias estratégias de fixação, lembrando que para a colonização deve ocorrer, primeiramente, 
a adesão da bactéria a células hospedeira. 
 
 Relação entre a microbiota normal e o hospedeiro. 
Comensalismo: Um organismo se beneficia e o outro não é afetado (+, 0); como as corinebactérias – olhos 
–, micobactérias – ouvidos e genitália externa –. 
Mutualismo: Ambos os organismos se beneficiam (+, +); como os probióticos no intestino grosso para 
obtenção de nutrientes. 
Parasitismo: Um organismo se beneficia com prejuízo ao outro (+, -); bactérias causadoras de doenças, que 
são os patógenos e os oportunitas. 
 
 Microrganismos como patógenos 
Patogenicidade: capacidade de provocar doença 
Patógeno: agente capaz de causar a doença, podendo ser um patógeno primário (que geralmente está 
associado a infecção e não faz parte da microbiota normal) ou oportunista (quando o sistema imune se 
encontra comprometido). 
Toxigenicidade: capacidade dos MO de produzir toxinas. 
Virulência: capacidade quantitativa de um agente provocar doença. 
 
 
 
 
 
 
 Requisitos para doença 
Entrada do hospedeiro (epitélio, mucosas) → Associação frouxa → Adesão (glicocálice, cápsula, fimbrias) 
→ Invasão (colonização) → Multiplicação → Resistir aos mecanismos de defesa (não será fagocitado, por 
exemplo) → Causar danos aos tecidos (aparecimento dos sinais da infecção). 
Portas de entrada: Pode ser a pele, membranas mucosas dos tratos respiratório, gastrointestinal e 
geniturinário e a via parenteral. 
 
 A ocorrência de doenças depende de vários fatores 
Esses fatores são a vida de entrada preferencial,fatores de patogenicidade e virulência, número de 
microrganismos invasores, fatores predisponentes do hospedeiro (fatores celulares, como a cápsula – 
proteção –, fimbria – ligação a superfície –). 
 - Salmonella inalada, há problema? Provavelmente não, pois não é a porta de entrada preferencial dela; 
entretanto, se você a ingerir, provavelmente haverá desenvolvimento da doença. 
 - Alguém ser infectado depende da imunidade, integridade de microbiota normal, quantidade ingerida, 
etc. 
 
Fatores de virulência microbianos: 
Intoxicação alimentar: toxina que o microrganismo produziu e a pessoa ingeriu. 
Infecção alimentar: é quando há o microrganismo dentro do trato intestinal se multiplicando. 
Tóxico infecção: é o pior caso; há a bactéria produzindo toxina e se multiplicando no trato intestinal. 
Algumas bactérias de gastroenterite. 
 - São estruturas, produtos ou estratégias que contribuem para o aumento da capacidade da bacteriana de 
causar a doença. 
 - Toxinas 
 # Exotoxinas: produzidas dentro das células lançada no meio extracelular; são termolábeis, exceto a 
enterotoxina estafilocócica, não causam febre, neutralizado por antitoxina (bloqueador de ação). 
Bactérias gram negativas e negativas. 
Age em neurotransmissores: Botulismo – impede o impulso nervoso muscular, paralisia flácida, 
intoxicação – e tétano – bloqueia a via de relaxamento muscular; convulsões –. 
Enterotoxinas: Difteria – inibe a síntese de proteína no hospedeiro, infecção –, cólera – diarreia, 
infecção – e Staphylococcus aureus – náusea, vômito em jato, diarreia; intoxicação alimentar –. 
 # Endotoxinas: são componentes da porção externa da parede celular das bactérias Gram-negativas. 
São produzidas nas células e permanecem nela até a morte celular. Elas são termoestáveis (121ºC por uma 
hora), de baixa toxicidade, possui efeito generalizado – leva a uma série de produção de substâncias que 
levam a febre e podem levar ao choque –, não é efetivamente neutralizada por antitoxina. 
 Parede celular (LPS): lipídeo A é a endotoxina. 
 Salmonella tythi, Proteus sp. Neisseria meningitidis. 
 Na imagem ao lado pode 
ser observado uma bactéria 
Gram-negativa sendo fagocitada 
por um macrófago, formando 
um fagolisossomo e havendo a 
destruição a bactéria. Com isso, 
o lipídeo A é liberado e induz a 
produção da interleucina → corrente sanguínea → 
hipotálamo → liberação de prostaglandinas → aumento da temperatura corporal → quadro de febre. A 
febre pode ser um bom sinal por indicar a a resposta do organismo a um ser infeccioso. 
 
 
 
 - Enzimas extracelulares (exoenzimas): 
 # Leucocidinas: causa a destruição de neutrófilos, macrófago e leucócitos aumentando a probabilidade 
de as células sobreviverem no ambiente. Estão presentes nos Staphylococcus e Streptococcus. 
 # Hialuronidase: aumenta a invasividade da bactéria no tecido. Estão presentes nos Staphyloccocus, 
Streptococcus e C. perfringens. 
 # Colagenas: aumenta a invasividade. Presente no Clostridium perfringens. 
 # Coagulase: transforma o fibrinogênio em fibrina como forma de proteção contra à fagocitose. 
Presente no Staphylococcus aureaus. 
 # Hemosilina: acarreta a lise de hemácia. Presente no Streptococcus. 
 - Fatores celulares 
 # Cápsula, fimbrias, pili, proteínas de aderência, ácido lipoteicóico → aumentar a capacidade de 
aderência – mediada por estruturas da superfície celular bacteriana – e interações macromoleculares entre 
as superfícies das células do patógeno e do hospedeiro. 
 Streptococcus pneumonie – quando capsulado ele é virulento, quando não, ele não causa 
patogenicidade – e Neisseria gonorrhaea e Escherichia colo – fimbrias –. 
 
 Estágios de uma doença infecciosa 
Período de incubação: período entre o contato com o agente 
causador da infecção e o início dos primeiros sintomas → 
MO se adaptando ao hospedeiro, se multiplicando no 
organismo. 
Fase prodrômica: sintomas indefinidos (doença pode ser 
confundida com outra). 
Período da doença: Quando o MO está multiplicando, 
produzindo fatores de virulência e causando sinais e 
sintomas mais severos; 
 - Fase de sinais: evidência objetiva da doença observados 
pelo médico – lesões, febre, paralisia. 
 - Fase de sintomas: evidência da doença sentida pelo paciente 
– indisposição, dores. 
Período de declínio: pode se observar a atuação do sistema imune; lenta recuperação do hospedeiro. 
 - Fase aguda: desenvolve rapidamente e têm período curto – gripe. 
 - Fase crônica: desenvolve lentamente, pode apresentar recorrências por longos períodos; Hepatite B, 
tuberculose. 
Período de convalescença: período de reestabelecimento do equilíbrio do organismo do hospedeiro. 
OBS: O hospedeiro pode disseminar a doença em qualquer período ou fase, depende da doença. 
 
 Disseminação da doença 
Reservatórios: fonte contínua do organismo causador da doença. 
Transmissão por contato: contato direto (pessoa-pessoa), indireto (fômites), gotículas (perdigotos). 
Transmissão por veículos: ar, água e alimentos. 
Transmissão por vetores: passivo (de forma mecânica; E. coli, salmonella, tracoma) e ativo (de forma 
biológica; peste, malária, febre amarela, Chagas). 
 
 
 
Genética de microrganismos 
 Genoma 
É o conjunto de toda informação genética contida em uma célula. 
Cromossomos: são uma estrutura que transporta fisicamente a informação hereditária, contém os genes – 
segmentos de DNA que codificam para os produtos finais. 
Genótipo: toda a composição genética de um organismo. 
Fenótipos: expressão do genótipo. Sofre a influência do ambiente. 
 
Cromossomo procarioto X cromossomo eucarioto 
Procarioto Eucarioto 
Não é envolto por membrana celular Envolto por membrana celular 
1 cromossomo por célula Mais de 1 cromossomo por célula 
Pequeno Grande (10x maior) 
Plasmídeos – não é exclusivo das bactérias, 
algumas leveduras podem ter 
Na maioria o plasmídeo é ausente 
Histonas-like; proteínas com a mesma função da 
histona, mas não a mesma constituição 
Histonas 
 
 Plasmídeo 
Moléculas de DNA de dupla fita, autorreplicante, circular. 
 - Confere vantagens a um MO no ambiente pelo fato de carrear 
genes de resistência a antibiótico. 
Outros tipos de plasmídeo: 
 - Com o fator F: plasmídeo conjugativo (associado ao pili sexual); 
 - Alguns carregam genes de produção de toxinas e de bacteriocinas. 
 - Com fatores R: fatores de resistência 
 
Na imagem se observa o ponto onde se inicia a origem da replicação do 
material genético, sabendo-se que há a formação da forquilha de replicação. 
 
 Replicação do DNA 
1º Há um desenovelamento do DNA 
por meio da enzima topoisomerase. 
2º A enzima helicase quebra a dupla 
fita de DNA. 
3º Proteínas estabilizadoras se 
juntam ao DNA parental desenovelado. 
4º DNA-polimerase começa a 
duplicação (sintetiza a fita líder). 
5º O iniciador de RNA (primer) 
constrói uma sequência para que a 
RNA-polimerase a identifique e 
inicie a replicação. 
6º A RNA-polimerase começa a 
sintetizar um RNA curto → fragmentos de Nagasaki → 5’-3’. 
7º O RNA é degradado e substituído, por meio da DNA-polimerase, por DNA. 
8º O DNA ligase une os fragmentos descontínuos de DNA – RNA já foi substituído – da fita atrasada. 
 
Transcrição 
 - Quando o DNA é transcrito em um 
RNA mensageiro para que ocorra a 
síntese de proteína – molde –. 
 - RNA-polimerase se liga a região 
chamada de promotora, onde há o 
início da sequência do DNA que será 
transcrito. 
 - Nas bactérias, a medida que o RNAm 
é sintetizado, já se inicia a tradução. Na 
célula procariota esse saí do núcleo e vai 
para o citoplasma. 
 
Tradução 
 - Os ribossomos se ligam ao códon iniciador 
(AUG) e em bactéria no aa fornil-metionina → 
sítio no ribossomo onde se liga o anticódon → 
o anticódon é carregado pelo RNA transportador junto 
a um aa → ligação desses → síntese de proteína. 
 - Quando entra na região um RNA com códon de 
terminação sem nenhum aminoácido, há o fim da 
sínteseproteica. 
 
A transcrição e tradução é simultânea em bactérias. 
 
Variabilidade genética em microrganismos 
Alterações fenotípicas 
Alterações genotípicas 
 
A recombinação genética pode ser ocasionada por transferência de genes ou por mutações. 
 - Mutação 
 # Geralmente resultante de deleção, inserção ou substituição de um ou mais nucleotídeos → Pequenas 
alterações genéticas. Sendo que, alterações espontâneas são raras, o que ocorre é a ação de agentes 
mutagênicos – químicos ou físicos – que aumentam a frequência de mutações. 
 # Gene alterado = proteína/enzima alterada 
 # A vantagem é que as características podem beneficiar a célula, a desvantagem é que a enzima inativa 
pode ser letal para a célula. 
 # Tipos de mutação: 
Mutação de ponto (substituição de bases): pode ser neutra, aa igual – código degenerado –; 
errônea, aa diferente; ou sem sentido, proteína incompleta – stop códon –. Um exemplo é a anemia 
falciforme, uma mutação errônea com alteração no gene da globina. 
Mutação de deslocamento do quadro de leitura (tradução): 
no qual há a adição ou perda de um ou mais nucleotídeos, gerando 
proteínas não funcionais. Leva a uma sequência de aa alterados e 
consequentemente uma proteína inativa; alteração funcional; 
podem ocorrer por acaso, espontaneamente. 
 - Recombinação: troca de genes entre duas moléculas de DNA, provoca alterações mais significativas. 
 # Recombinação gênica → mutações 
 → transferência gênica 
 
 Agentes mutagênicos 
É todo agente químico ou físico que torne a frequência de mutação maior que a espontânea, ou seja, que 
induzem a mutação. 
 - Químico: substâncias que reagem com o DNA, como o nitrato de sódio, fenol e 
compostos fenólicos, glutaraldeído, óxido de etileno, formaldeído, ácido nítrico. 
 - Físico: Radiações (Luz UV – leva formação de dímeros de timinas de uma mesma 
fita e não com a adenina da fita adjacente –), raios X, sol, entre outros. 
 
 Recombinação gênica 
É a troca de genes entre duas moléculas de DNA, para formas novas combinações de genes em um 
cromossomo. 
 - Eucariotos: ocorre entre dois cromossomos homólogos no processo de meiose na etapa do crossing-
over, entre as cromátides não irmãs, permitindo alteração gênica –. 
 - Procariotos: transformação, conjugação e transdução. 
 - Transferência gênica vertical: descendentes. 
 - Transferência gênica horizontal: bactérias. 
 - Experimento de Griffith: 
 # Processo de transformação: uma célula receptora adquire o DNA solúvel no meio de foi decorrente da 
lise celular, havendo recombinação genética entre o DNA doador e DNA receptor, dando origem a uma 
célula geneticamente transformada. A célula competente sofreu alterações que as tornaram permeáveis a 
grandes moléculas de DNA 
 # Processo de conjugação: processo de 
transferência de genes que requer o 
contato célula-célula, por meio do 
plasmídeo F –. O DNA é transferido 
diretamente de uma célula doadora – forma 
o pili e tem seu plasmídeo duplicado – (F+) 
para uma receptora – recebe o plasmídeo 
e passa a ser F+ após a conjugação – (F-). 
No processo há a formação da ponte, 
duplicação do plasmídeo, não tem grande 
estabilidade – as vezes a interação não é 
por tempo suficiente, de modo que a 
bactéria F menos continua F menos por não ter recebido o plasmídeo conjugativo por completo –. 
 Nas Gram-negativas os plasmídeos transportam 
genes que codificam para a síntese de pili sexuais. Nas Gram-positivas há a produção de moléculas 
aderentes de superfície que fazem as células entrarem em contato direto umas com as outras – não há pili 
sexual, mas sim essa aproximação celular e a formação de uma ponte só de moléculas aderentes, não 
associada a formação do pili –; mesmo se a positiva tiver o plasmídeo, se ela não tiver o gene codificante 
da pili, ele não a produz. 
 # Processo de transdução: DNA bacteriano é transferido de uma célula doadora para uma célula 
receptora através de um vírus; há um fago transdutor, vírus que infectam 
bactérias – bacteriófago –; há duplicação do genoma virótico e formação de novas 
partículas virais; o vírus produz ne célula uma enzima que degrada o 
cromossomo da célula bacteriana. 
 Transdução especializada: o profago existe em uma bactéria hospedeira 
que utiliza galactose (que possui o gene gal); o genoma do fago é removido 
levando com o ele o gene gal da bactéria hospedeira, que está adjacente; o fago 
amadurece e a célula é lisada, liberando fagos contendo o gene gal; o fago infecta 
uma célula que não utiliza a galactose porque não possui o gene gal; o gene gal 
bacteriano, juntamente com o profago, se integra ao DNA do novo hospedeiro; a 
célula lisogênica poderá agora metabolizar a galactose. 
 Transdução generalizada: ciclo lítico – adsorção, penetração, replicação, 
montagem e liberação –; pode haver o empacotamento de fragmentos de DNA da 
célula hospedeira, gerando partículas denominadas “partículas transdutoras”, que 
correspondem ao capsídeo viral contendo em seu interior DNA bacteriano. O fago 
transdutor é o bacteriófago. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Transposons 
 - Também podem ser chamados de “genes saltadores” 
por serem elementos que mudam de posição dentro do 
genoma, logo eles podem afetar a expressão de outros 
genes; são uma sequência de poucos nucleotídeos que 
têm a capacidade de se movimentar no cromossomo. 
 - Podem ser inseridos no meio da expressão de um 
gene, interrompendo essa. Podendo estar presentes no 
cromossomo ou no plasmídeo. 
 - É diferente do plasmídeo pois não se auto-duplica e são de dupla fita com extremidades repetidas e 
invertidas. 
 
Microbiologia clínica para o controle de infecção relacionada à assistência à saúde 
Módulo 4: Procedimentos Laboratoriais: da Requisição do Exame à Análise Microbiológica e Laudo Final 
 
Apresentação 
A resistência microbiana é um problema mundial associada ao aumento do tempo de internação, 
dos custos de tratamento e das taxas de morbidade e mortalidade dos pacientes. O uso indiscriminado de 
antimicrobianos é um importante fator de risco para o aparecimento e a disseminação da resistência 
microbiana. 
O laboratório tem como objetivo apontar o responsável pelo estado infeccioso, monitorar 
populações microbiana e qual perfil dos micro-organismos estão interagindo com o organismo humano → 
melhor tratamento. 
 
Capítulo 1: Requisição de Exames Microbiológicos 
 Envolvimento médico com o laboratório propicia melhor orientação técnica e maior objetividade, 
facilita a interpretação e aproxima o resultado do exame às necessidades clínicas. 
 Muitas vezes o exame possui etapas interpretativas: análise da microbiota residente ou transitória 
→ escolha do meio seletivo ou enriquecedor → escolha do tempo de cultivo e temperatura de incubação 
→ realização de novos testes comprobatórios. 
 O preenchimento da requisição do exame deve ser feito corretamente e é necessário a verificação 
de das informações que podem ser úteis e valorizadas em diferentes etapas do exame. Deve-se haver o 
preenchimento de modelos de requisição de exames microbiológicos, sendo esses: a identificação clara do 
paciente (M1) → informações relevantes desse para o diagnóstico (M2) → descrição da amostra (M3) → 
natureza do teste solicitado (M4) → testes de sensibilidade aos antimicrobianos (M5) → testes especiais 
(M6). 
 Os exames especiais são os de controle de contaminação de medicamentos, bolsas de sangue, 
frascos de soror e hemoderivados; portadores de microrganismos multirresistentes; contaminação de 
equipamentos, ambiente, etc; teste de sensibilidade a antimicrobianos não padronizados no Hospital. 
 Além de solicitações de exames incompletos/mal formulados, falhas técnicas, o 
comprometimento do material pode ocorrer por hipótese diagnóstica mal elaborada; informações mal 
colhidas ou erroneamente interpretadas; coleta, conservação e transportes inadequados; demora na 
liberação do resultado; e interpretação

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