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Mári� Sale� Patologia� Benigna� d� Vesícul� Biliar � da� Via� Biliare� Inervação da vesícula: Simpática: Plexo hepático (tronco do plexo celíaco) Parassimpática: Ramos do vago e frênico direito: Trato Biliar Humano: - Anatomía: • Ductos hepáticos | • Ducto cístico | • Ducto biliar comum | • Esfíncter de Oddi - Fisiologia: • Baixa pressão | • Baixo fluxo hidráulico de excreção de substâncias insolúveis em água | - Vulnerabilidade à precipitações e formação de concreções Colelitíase: ● Termo utilizado para descrever a presença de cálculos na vesícula. ● A Litíase Vesicular (colelitíase) está entre as afecções mais frequentes na raça humana, sendo que sua patogênese permanece obscura por grande parte do século 20 Epidemiologia: ● A Litíase Biliar é a segunda maior causa de morbidade no mundo, sendo que a colecistectomia é a cirurgia eletiva realizada com maior frequência nos EUA. ● 8-10% da população possui litíase | ● A colelitíase pode se apresentar em qualquer grupo populacional, mas é mais frequente em mulheres (3:1) e entre os 50-60 anos de idade. Fatores de Risco associados: ● Idade maior de 40 anos | ● Dieta rica em calorias ● Obesidade | ● Uso de anticoncepcionais | ● Má absorção dos ácidos biliares ● Fatores genéticos | ● Multiparidade | ● Ingesta excessiva de gorduras ● Fat ● Fourty ● Fertility ● Female = 4F História Natural: ● 70 a 80% dos portadores são assintomáticos ● Portador assintomático: ● Risco anual de cólica biliar: 1 a 4 % ● Risco anual de complicações: 0,1 a 0,4% ● 50% permanece assintomático em um ano de “follow up”pós crise ● 30% ausência de recidiva de crises em 10 anos ● 30% não apresenta novo episódio de cólica biliar Patologia Biliar: ● Cólica Biliar | ● Colecistite Aguda | ● Coledocolitíase |● Colangite Aguda Cólica Biliar - Características: ● História de dispepsia a alimentação gordurosa ● Dor tipo cólica(pontada?) Situado no HD ou epigastro que pode irradiar-se para o dorso ou região subescapular, dura menos de 6 hs e pode se acompanhar de náuseas e/ou vômitos | ● EF: dor a palpação do HD. Murphy - ● Dor cede com medicação analgésiaca e antiespasmódica ● Causa:obstrução transitória do conduto cístico por um cálculo ● Laboratório normal | ● Imagens: ● US abdominal evidência litíase ● Na presença de leucocitose aventar possibilidade de colecistite aguda ● Enzimas hepáticas e canaliculares normais Mári� Sale� Cólica Biliar: Diagnóstico diferencial: ● Processos torácicos | ● Lesões raquidianas ● Dispepsia funcional ● Cólica nefrética | ● Apendicite aguda subhepática | ● Pancreatite aguda Conduta: ● Analgesia + antiespasmódico | ● Não requer hospitalização ● Iniciar avaliação ambulatorial com realização de US abdominal Colecistite Aguda: ● Inflamação da parede da vesícula biliar ● É a complicação mais comum dos cálculos biliares ● Aproximadamente 30% dos pacientes que tiveram cólica biliar desenvolveram colecistite aguda em 2 anos | ● Obstrução crônica do ducto cístico em 90% dos casos Sinais e Sintomas: ● Cólica biliar que não cede, podendo durar vários dias ● Febre baixa (37,5 a 38,5ºC) | ● Massa ou vesícula palpável ● Murphy positivo | ● Icterícia (10 a 20%) Colecistite Aguda: ● LITIÁSICA 95 % | ✶Não litiásica 5% Fisiopatologia: - Em 95% obstrução do ducto cístico por um cálculo - A obstrução causa edema da parede vesicular como resultado da obstrução do fluxo venoso e linfático | - Ocorre isquemia, principalmente do fundo vesicular - Inicialmente ocorre um evento inflamatório através de mediadores e posteriormente se associa um evento infeccioso | - Identificou-se um número importante de mediadores que iniciam o processo: lisolecitina, fosfolipase-A, prostaglandinas Mári� Sale� Colecistite Aguda: Quadro Clínico: ● Cólica biliar (duração prolongada) ● Náuseas e vômitos | ● Febre | ● Icterícia | ● Anorexia ● Vesícula ou massa palpável | ● Sinal de Murphy + Métodos Auxiliares no Diagnóstico: ● Ultrassonografia Abdominal ● Colecistograma Oral | ● Cintilografia Colecistograma Oral: ● Cálculos aparecem como defeitos de enchimentos móveis na VB opacificada | ● Sensibilidade e Especificidade > 90% quando a VB é opacificada, mas isto não ocorre em 25% dos casos | ● Necessária que o ducto cístico esteja pérvio Cintilografia: ● Resultado normal: demonstra radioatividade da VB, colédoco e delgado em 30 a 60min | ● Resultado positivo: não visualização da vesícula com com excreção preservada no colédoco e delgado | ● Sensibilidade e especificidade de 95% Tratamento: ● Cirúrgico nas primeiras 48-72 hs (fase aguda) ● Conservador (fase subaguda) | ● Líquidos e eletrólitos EV ● Antibióticos e analgésicos | ● Cirurgia após 3 semanas INDICAÇÕES DE CIRURGIA NA FASE SUBAGUDA: ● Deterioração da condição geral do paciente | ● Evidência de peritonite generalizada ● Desenvolvimento de massa inflamatória em HD ● Gás na luz, parede vesicular ou ductos biliares ● Sintomas de obstrução intestinal (íleo biliar) Complicações: ● Empiema | ● Gangrena | ● Perfuração | ● Íleo Biliar Colecistite Aguda em Idosos: ● Condição séria | ● Mortalidade: 10 – 40 % ● Comorbidades: coronariopatias, distúrbios pulmonares, HAS, DM ● Cirurgia: Gangrena ou perfuração 10 – 15% | ● Cultivo de bile : Positivo 80 % ● Cirurgia de urgência ou programada Mári� Sale� Colecistite Enfisematosa Aguda: ● Presença de microorganismos formadores de gás ● Incidência aumentada em diabéticos | ● Rx simples de abdome: Gás na luz vesicular ● Perfuração e peritonite: 15 % | ● Cultivo de bile : Positivo 90 % Clostridium : 50 % ● Mortalidade: > 20 % Colecistite Aguda Alitiásica: Fatores de Risco: ● Queimaduras graves ● Traumatismos maiores | ● Na vigência ou após NPT ● Imunodeprimidos e Imunossuprimidos | ● Íleo prolongado | ● DM Quadro Clínico: ● Dor em QSD | ● Febre |● Icterícia | ● Náuseas | ● Vômitos | ● Anorexia Dados Laboratoriais: ● Leucocitose | ● Hiperbilirrubinemia | ● Hiperamilasemia ● Elevação transaminases | ● Elevação fosfatase alcalina Estudos Diagnósticos: ● Ultrassonografia | ● Cintilografia com HIDA Colecistite Crônica: ● Associada à cálculos ou alitiásica ● Anatomopatológico: inflamação crônica da mucosa e parede vesicular ● Crise recorrente de dor no QSD | ● Dispepsia a gorduras ● Se há icterícia, associação com patologia de vias biliares Diagnóstico e Tratamento: ● US abdominal ● Se há icterícia: ColangioRNM (CPRE) prévia a cir. ● Colecistectomia laparoscópica é superior à convencional. ● Riscos do tratamento não cirúrgico: Complicações da via biliar, Ca de vesícula Síndrome de Mirizzi:● Obstrução do ducto hepático comum por um cálculo impactado na Bolsa de Hartmann ou infundíbulo com reação inflamatória secundária. ● Clínica: Dor, febre e icterícia | ● Laboratório: Leucocitose, FA, GGT, TGO, TGP ● Diagnóstico: Ecografia, ColangioRNM. | ● Tratamento: de acordo com a classificação CLASSIFICAÇÃO: ● TIPO I : compressão extrínseca da via biliar ● TIPO II : presença de fístula biliar que não causa erosão de mais de 2/3 do diâmetro da via biliar ● TIPO III : presença de fístula colecistobiliar que compromete mais de 2/3 da luz biliar ● Tipo IV : destruição da via biliar Mári� Sale� Coledocolitíase: ● 10-15% dos pacientes com colelitíase ● A maioria são de origem vesicular (primárias) | ● As secundárias são raras ● Até 50 % pode permanecer assintomático ● As complicações compreendem: Colangite, pancreatite e estenose Diagnóstico: 1. História: 1. Dor em QSD e dispepsia | 2. Exame físico: icterícia, dor em HD 3. Laboratório: perfil de icterícia obstrutiva | 4. Ecografia: dilatação da VB (>7mm), 25% das coledocolitiases tem VB normal | 5. Colangiografia: Intraoperatória, transhepática, CPRE | 6. Colangioressonância. | 7. US endoscópico Duodenoscopia: Cálculo Aparecendo Em Ampula De Váter Tratamento: Extrair os cálculos da VB Coledocostomia : Aberta ou Laparoscópica Transcístico: na Lx | CPRE: Cirurgia endoscópica ● Coledocolitíase pós-colecistectomia: 1. Residual: Não detectada no pré ou intra-operatório e descoberta antes de 1 ano da colecistectomia | 2. Neoformação: Constituídos debilirrubinato de Ca+2, se desenvolvem devido a estase, estenose cicatricial ou papilite (?), descoberta após 1 ano da colecistectomia | Tratamento: 1. CPRE | 2. Transparieto-hepático | 3. Reoperação Colangite aguda: ● Definição: Sd clínica caracterizada por febre, icterícia e dor abdominal, que se desenvolve como consequência da estase ou infecção da VB Fisiopatologia: Obstrução do Fluxo + bactibilia | Obstrução: Coledocolitiase (80%) Estenose benigna | Estenose maligna | Obstruções parasitárias Bactibilia: Canalicular (o mais provável) | Linfática | Hematogénica Bacteriologia: Escherichia coli + Klebsiella pneumoniae (80%) Enterococcus (10-20%) 1/3 dos casos coexiste anaerobio (Bacteroides fragilis) Pseudomona aeruginosa, 50% dos casos devido a instrumentação Patogenia: Potencializama patogenidade: a) Os pilis externos das bactérias Gram negativas | b) A matriz de glicocalix de exopolisacarideos produzidos pela bactéria para proteger-las das defesas do hospedeiro Clínica: Febre (95%) | Icterícia (70%) | Calafrios (50%) | Dor abdominal (40%) Choque e confusão mental (5-10%) | “A tríade de Charcot só se observa em 1/3 dos casos” Diagnóstico: 1. História e exame físico | 2. Ecografia abdominal dilatação da VB, cálculo, engrossamento do colédoco 3. CPRE (diagnóstico e terapêutico) 4. Leucocitose, hiperbilirrubinemia, FA aumentadas | 5. Colangioressonância Conduta: 1. Hospitalizar: hidratação, analgesia | 2. Antibioticoterapia: Ceftriaxona + Metronidazol | 2. Descompressão urgente da via biliar: a) CPRE (90-95% de êxito), ideal nos pacientes de risco | b) Coledocostomia e dreno de Kehr, realizada na impossibilidade da CPRE ou quando esta não tem êxito | Mortalidade: CPRE = 4,7-10% Coledocostomia = 10-50% (a mortalidade é > após 60 anos)