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Tutoria - ansiedade

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1) Definir os transtornos dentro do espectro da ansiedade: 
Primeiro, vamos diferenciar a ansiedade do medo: 
A ansiedade é um sinal de alerta, indica um perigo iminente e, dessa forma, ela capacita a pessoa a tomar medidas para 
lidar com a ameaça. 
Já o medo, ele é um sinal de alerta semelhante, porém ele deve ser diferenciado da ansiedade. O medo vai ser uma 
resposta a uma ameaça conhecida, externa, definida ou não conflituosa. Já na ansiedade é diferente! Ela vai ser uma 
resposta a uma ameaça desconhecida, interna, vaga ou conflituosa. 
• Transtorno do pânico: 
Um ataque intenso agudo de ansiedade, acompanhado por sentimentos de desgraça iminente. A ansiedade é 
caracterizada por períodos distintos de medo intenso que podem variar de vários ataques durante um dia a apenas 
poucos ataques durante um ano. Pacientes com esse transtorno, apresentam-se com uma série de condições 
comórbidas, mais comumente a agorafobia, que se refere ao medo ou ansiedade em relação a lugares dos quais a saída 
poderia ser difícil. 
• Agorafobia: 
Medo ou ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil. 
• Fobia específica: 
O termo fobia refere-se a um medo intenso de um objeto, situação ou circunstância específica. 
• Transtorno de ansiedade social: 
Envolve o medo de situações sociais, incluindo aquelas que envolvem contato com estranhos. As pessoas que 
apresentam esse transtorno temem se embaraçar em situações sociais (reuniões, apresentações orais). 
• Transtorno de ansiedade generalizada: 
Pessoas que aparentam ser ansiosas com tudo. É definido como ansiedade e preocupação com vários eventos ou 
atividades na maior parte dos dias durante um período de pelo menos 6 meses. 
2) Caracterizar a fisiopatologia da ansiedade: 
Existem diversas regiões cerebrais associadas ao transtorno de ansiedade, especialmente as relacionadas ao medo, a 
autopreservação e os processos de luta e fuga. Essas regiões são relacionadas ao estado de alerta e responsividade. 
Quais são essas regiões? 
- Locus ceruleus, amigdala, sistema de inibição comportamental septo-hipocampal (SICS), áreas anterior e medial do 
hipotálamo, entre outras. 
Todas essas regiões têm muitas vias serotoninérgicas. 
Todo processo de ansiedade vai ser desencadeado pela ameaça, podendo ser real ou potencial. 
A amígdala cerebral recebe esse estímulo e ela direciona o mesmo para a glândula suprarrenal. A suprarrenal vai 
produzir o hormônio da adrenalina e do cortisol, tendo ações no corpo. 
Quais os três principais neurotransmissores associados a ansiedade? Norepinefrina, serotonina e o GABA. 
 tutoria tutoria Aline Lessa – P6 
Norepinefrina: os sintomas crônicos vivenciados por pacientes com transtorno de ansiedade, como ataques de pânico, 
insônia, sobressalto e hiperexcitação autonômica, são características da função noradrenérgica. A teoria é que os 
pacientes com transtorno de ansiedade podem ter um sistema noradrenérgico com problemas de regulação, com 
surtos ocasionais de atividade. Os corpos celulares desse sistema estão localizados principalmente no locus cereleus na 
ponte rostral e projetam seus axônios para o córtex cerebral, sistema límbico, tronco cerebral e medula espinhal. 
Alguns estudos demonstram que a estimulação do locus cereleus produz uma resposta de medo e que a ablação da 
mesma inibe ou bloqueia completamente a capacidade dos animais de formar uma resposta de medo. 
GABA: o papel desse neurotransmissor nos transtornos de ansiedade é apoiado com mais força pela eficácia 
incontestável dos benzodiazepínicos, que aumento sua atividade no receptor tipo A de GABA, no tratamento de alguns 
tipos de transtorno de ansiedade. 
O sistema nervoso autônomo de alguns pacientes exibe aumento do tônus simpático, adapta-se lentamente a estímulos 
repetidos e responde de maneira excessiva a estímulos moderados. Os principais sistemas de neurotransmissores 
implicados são os da norepinefrina, da serotonina e do GABA. A disfunção serotonérgica é bem evidente no transtorno 
de pânico. Essas respostas podem ser causadas por hipersensibilidade pós-sináptica a serotonina. Evidências sugerem 
que a atenuação da transmissão GABAérgica inibidora local na amígdala basolateral, no mesencéfalo e no hipotálamo 
pode desencadear respostas fisiológicas semelhantes a ansiedade. Pacientes com transtorno de pânico são sensíveis aos 
efeitos ansiogênicos da ioimbina, além de terem respostas exageradas a MHPG e cortisol e cardiovasculares. Dióxido de 
carbono, lactato de sódio e bicarbonato são substâncias respiratórias indutoras do pânico em pacientes que possuem o 
transtorno; as substâncias neuroquímicas incluem a ioimbina, um antagonista dos receptores alfa2-adrenérgicos, a 
mCPP, medicamentos m-Carolines, agonistas inversos dos receptores GABA, flumazenil e cafeína. Os lobos temporais 
estão envolvidos na fisiopatologia da doença, em particular o hipocampo e a amígdala – HIPERREATIVA 
(IDENTIFICADORA DE MEDO E FUGA). Associados a vasoconstrição cerebral. 
 
 
3) Conceituar a etiologia, epidemiologia, fatores de risco e quadro clínico do TP e agorafobia: 
o Epidemiologia do TP: as mulheres apresentam três vezes mais probabilidade de serem afetadas do que os 
homens. São poucas as diferenças entre hispânicos, brancos e negros. O transtorno costuma surgir na idade 
adulta jovem (em média 25 anos). 
o Fatores de risco: genética (parentes em primeiro grau de pacientes com TP têm um risco de 4 a 8 vezes maior 
para o transtorno), casos de abuso físico, emocional e sexual na infância também constituem fatores de risco 
para o TP, além de perdas de entes queridos. Tabagismo também se enquadra nos fatores de risco. 
o Clínica: os principais sintomas mentais são medo extremo e uma sensação de morte e tragédia iminentes. 
Normalmente os pacientes não podem designar a fonte de seu medo, além de que podem se sentir confusos e 
ter problemas de concentração. Sintomas físicos: taquicardia, palpitações, dispneia e sudorese. Os sintomas 
tendem a durar em média, de 20 a 30 minutos e raramente mais de uma hora. 
AGORAFOBIA: 
o Epidemiologia: pessoas com mais de 65 anos tem prevalência equivalente a 0,4% e pelo menos ¾ dos pacientes 
afetados também apresentam transtorno de pânico. Pessoas do sexo feminino têm probabilidade duas vezes 
maior do que as do masculino. 
o Etiologia: refere-se a um medo ou uma ansiedade em relação a lugares dos quais a fuga possa ser difícil e é 
considerada a mais incapacitante das fobias, pois interfere de maneira significativa na capacidade de uma 
pessoa funcionar no trabalho e em situações sociais fora de casa. 
o Clínica: taquicardia, sudorese, tremores, dispneia, náuseas, vertigem. Os pacientes com essa fobia temem estar 
em uma situação em que ajuda ou fuga não serão possíveis, além de temer estar sozinho em lugares lotados ou 
espaços abertos. Outra característica é o medo de perder o controle e, dessa forma, chamar a atenção de 
outras pessoas (normalmente nessa fobia o paciente também apresenta dificuldades sociais). 
o Fatores de risco: o próprio transtorno do pânico é um fator de risco para o desenvolvimento da agorafobia. 
Além de fatores ambientais como: eventos negativos na infância (separação, morte de um dos pais) e outros 
eventos estressantes como ser atacado ou assaltado. A herdabilidade da agorafobia é de 61% (é a que tem 
associação mais forte e mais específica com o fator genético que representa a predisposição a fobias). 
4) Elucidar os critérios da DSM-5: 
- Fobia específica: 
A) medo ou ansiedade acentuados acerca de um objeto ou situação. 
B) O objeto ou situação fóbica quase invariavelmente provoca uma resposta imediata de medo ou ansiedade. 
C) O objeto ou situação fóbica é ativamente evitado ou suportado com intensa ansiedade ou sofrimento. 
D) O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica e ao 
contexto sociocultural. 
E) O medo, ansiedade ou esquiva persistente, geralmente comduração mínima de seis meses. 
F) O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
G) A perturbação não é mais bem explicada pelos sintomas de outro transtorno mental, incluindo medo, ansiedade e 
esquiva de situações associadas a sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes, objetos ou situações 
relacionadas a obsessões. 
- Fobia social: 
A) Medo ou ansiedade acentuados acerca de uma ou mais situações sociais em que o indivíduo é exposto a possível 
avaliação por outras pessoas. Ex: interações sociais, ser observado e situações de desempenho diante de outros. 
B) O indivíduo teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade que serão avaliados negativamente (ex: será 
humilhante, constrangedor). 
C) As situações sociais sempre provocam medo ou ansiedade. 
D) As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade. 
E) O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação social e o contexto sociocultural. 
F) O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de 6 meses. 
G) O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 
H) O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos fisiológicos de uma substância (ex: drogas de abuso, 
medicamentos). 
- Transtorno do pânico: 
A) Ataques de pânico recorrentes e inesperados, durante os quais ocorrem quatro ou mais dos seguintes sintomas: 
- Palpitações, taquicardia, sudorese, tremores, sensação de falta de ar ou sufocamento, sensação de asfixia, dor 
torácica, náusea ou desconforto abdominal, sensação de tontura, instabilidade, calafrios ou ondas de calor, parestesias, 
desrealização ou despersonalização, medo de perder o controle e medo de morrer. 
B) Pelo menos um dos ataques foi seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as seguintes características: 
- Apreensão ou preocupação persistente acerca de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências. 
- Uma mudança desadaptativa significativa no comportamento relacionada aos ataques. 
C) A perturbação não é consequência dos efeitos psicológicos de uma substância ou de outra condição médica. 
D) A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental. 
- Agorafobia: 
A) Medo ou ansiedade marcantes acerca de duas (ou mais) das cinco situações seguintes: 
- Uso de transporte público; 
- Permanecer em espaços abertos; 
- Permanecer em locais fechados; 
- Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão; 
- Sair de casa sozinho; 
B) O indivíduo tem medo ou evita essas situações devido a pensamentos de que pode ser difícil escapar ou de que o 
auxílio pode não estar disponível no caso de desenvolver sintomas do tipo pânico ou outros sintomas incapacitantes ou 
constrangedores; 
C) As situações agorafóbicas quase sempre provocam medo ou ansiedade; 
D) As situações agorafóbicas são ativamente evitadas, requerem presença de uma companhia ou são suportadas com 
intenso medo ou ansiedade; 
E) O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações agorafóbicas e ao contexto 
sociocultural; 
F) O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses; 
G) O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, 
profissional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo; 
H) Se outra condição médica está presente, o medo, ansiedade ou esquiva é claramente excessivo; 
I) O medo, ansiedade ou esquiva não é mais bem explicado pelos sintomas de outro transtorno mental; 
- Transtorno de ansiedade generalizada: 
A) Ansiedade e preocupação excessivas, ocorrendo na maioria dos dias por pelo menos seis meses, com diversos 
eventos ou atividades (ex: desempenho escolar ou profissional); 
B) O indivíduo considera difícil controlar a preocupação; 
C) A ansiedade e a preocupação estão associadas com três (ou mais) dos seguintes seis sintomas (com pelo menos 
alguns deles presentes na maioria dos dias nos últimos seis meses): 
- A inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele; 
- Fatigabilidade; 
- Dificuldade em concentrar-se ou sensações de branco na mente; 
- Irritabilidade; 
- Tensão muscular; 
- Perturbação do sono; 
D) A ansiedade, a preocupação ou os sintomas físicos causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no 
funcionamento social, profissional ou em outras áreas; 
E) A perturbação não se deve aos efeitos fisiológicos de uma substância ou outra condição médica; 
F) A perturbação não é mais bem explicada por outro transtorno mental; 
5) Entender os princípios dos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos para TP e agorafobia: 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: 
1° linha de tratamento: ISRS. É considerado primeira linha por ter maior eficácia e melhor tolerabilidade. No entanto, 
tendem a demorar (em torno de 2 a 4 semanas) para começar os efeitos devido as doses iniciais prescritas que são 
mais baixas. 
BENZODIAZEPÍNICOS: são evitados por gerar dependência, causam uma descontinuação dificultosa. 
Sobre a monoterapia dos BZD´s: não é utilizada, pois eles acabam se tornando potencializadores em crises altas, por 
dose única e por tempo limitado (8-12 semanas). Ex: alprazolam. 
Uma abordagem conservadora é começar o tratamento com paroxetina, sertralina, citalopram ou fluvoxamina no TP 
isolado. Se o controle rápido de sintomas graves for desejado, um tratamento breve com alprazolam deve ser iniciado 
junto com o ISRS, seguido pela redução gradativa do BZD. Na utilização de longo prazo, a fluoxetina é um agente 
eficiente para o transtorno de pânico com depressão comórbida, embora suas propriedades ativadoras iniciais possam 
imitar os sintomas de pânico nas primeiras semanas de tratamento. 
Caso o tratamento farmacológico seja eficaz ele deve ser continuado por 8 a 12 meses. 
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: 
TCC – TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL: os dois focos principais são a instrução sobre as falsas crenças do 
paciente e a informação sobre os ataques de pânico. O primeiro ponto trabalha a tendência do paciente a interpretar de 
forma equivocada sensações corporais leves como indicativos iminentes de ataques de pânico, tragédia ou morte. 
Mudanças no estilo de vida: retirar estimulantes, cafeína, nicotina. Orientar também a prática de atividades físicas, 
regulação do sono e alimentação saudável. 
6) Reconhecer os impactos psicossociais e funcionais provocados pelo transtorno de ansiedade: 
Estudos populacionais evidenciam uma associação entre transtorno de ansiedade social e pior desempenho no trabalho, 
interação social reduzida e maiores problemas durante a adolescência. Quando comparado ao grupo de controle, o 
grupo TAS apresentou diminuição na qualidade de vida de pelo menos 50%, enquanto no grupo controle esta foi de 
apenas 4,6%. Além disto, observou-se que os pacientes utilizavam mais serviços de saúde em comparação aos controles. 
A probabilidade de se formar na faculdade era 10% menor em pessoas com TAS. 
Esses pacientes reportaram-se como mais prejudicados pelo abuso de álcool, apresentaram maiores limitações em suas 
relações familiares, relações românticas e sociais, assim como menor qualidade de vida. Também foi encontrado nesses 
pacientes maior ideação suicida e menor desejo de viver nesses pacientes.

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