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Práticas Médicas 1 – 4º período Cardiologia Denise Matos – Turma 108 MIOCARDIOPATIA HIPERTRÓFICA CONCEITO • Doença complexa, de grande heterogeneidade clínica. • Hipertrofia ventricular esquerda inexplicável, sem causa aparente. • Cardiomiopatia Hipertrófica (CMH): doença primária do miocárdio; hipertrofia ventricular concêntrica (normalmente esquerda), associada a uma função sistólica hiperdinâmica. Hipertrofia concêntrica: redução da cavidade ventricular, com importante aumento da espessura da parede. Mais comum: cardiopatia hipertrófica septal assimétrica Grande heterogeneidade clínica. É a cardiopatia genética mais comum QUANDO SUSPEITAR? • HVE identificada sem sobrecarga de pressão ou volume • Septo interventricular pode estar acometido de modo desproporcional (hipertrofia septal assimétrica – mas não é obrigatório o acometimento do septo PATOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO PATOLOGIA • Pode acometer átrios e/ou ventrículos. • Mais comum: ventrículo esquerdo, com hipertrofia concêntrica assimétrica. • O caráter assimétrico da hipertrofia, mais prevalente, é importante para determinar diagnóstico. CLASSIFICAÇÃO (ASPECTO MACROSCÓPICO) • Hipertrofia simétrica: distribui por todo miocárdio; mais proeminente no septo interventricular e na parede anterolateral. • Hipertrofia septal assimétrica: mais comum. Hipertrofia no septo interventricular de caráter assimétrico. Pode acometer: todo septo, porção anterior, posterior ou trato de saída do VE. • Apical assimétrica (Yamagushi): indivíduos de origem japonesa; apenas região apical do VE hipertrófica; aspecto naipe de espadas. • Outras: segmentares, ex: parede anterolateral ou posterior. • CMH Obstrutiva: presença em 70% dos pacientes. É uma obstrução dinâmica à ejeção sistólica. • Histopatologia: hipertrofia das células (aumento do volume celular) e desarranjo celular. Desarranjo da estrutura do tecido miocárdico: miócitos dispostos desordenadamente em meio a áreas de fibrose. Pode gerar distúrbios elétricos. CMH normal Espessamento da parede de ramos coronarianos intramurais: favorece isquemia ETIOLOGIA. • Ainda não é muito bem esclarecida; evidências apontam para etiologia genética. • Doença genética CV mais comum. ETIOLOGIA GENÉTICA • Herança autossômica dominante. • 50% dos pacientes com CMH tem história familiar. • Mutações em 11 genes diferentes estão relacionadas à CMH. • Genes: relacionados à troponina T, tropomiosina, b-miosina, troponina-I (moléculas de atuação no mecanismo de contração muscular). • Um mesmo genótipo familiar pode apresentar diferentes fenótipos, devido a sua penetração variável • Variadas expressões fenotípicas: cada padrão, aparentemente, está relacionado a um gene. HISTÓRIA CLÍNICA • Manifestações clinicas de CMH associada à histórico familiar. • Fazer heredograma da família • Estudo genético: entender gravidade da mutação e relação com MS. • Identificada uma mutação de maior gravidade: fazer rastreio populacional na família (screening familiar). Indicação para CDI: quando a mutação gênica é identificada (conhecida) como mais grave e com maior risco para MS; mesmo em casos assintomáticos. História familiar cuidadosa até a 3ª geração; Considerar teste genético em familiares pré-sintomáticos. Fazer aconselhamento genético. Não há terapia gênica. • Algumas doenças genéticas causam cardiomiopatia de padrão hipertrófico, ex: ataxia de Friederich, doença de Fabry e doença de deposito de glicogênio. Indicação para CDI Arritmia ventricular complexa (extrassístole frequentes e taquicardia ventricular não sustentada) Síncope inexplicada Antecedentes familiares de morte súbita Queda da PA ao esforço Septo > 30mm Práticas Médicas 1 – 4º período Cardiologia Denise Matos – Turma 108 FISIOPATOLOGIA • É determinada por 3 condições que podem ser desencadeadas pela CMH: obstrução (CMH Obstrutiva), disfunção diastólica e isquemia. Decorrente das alterações anatômicas e de da histopatologia. CMH OBSTRUTIVA • Devido a alterações na anatomia ventricular, o aparelho mitral (cúspide anterior) é “aderido” ao septo no trato de saída do VE, obstruindo a via aórtica. Presente em 70% dos CMH. • Movimento Sistólico Anterior (MAS) da valva mitral: fenômeno de obstrução decorrente de uma CMH VE. • Fenômeno de Venturi: hiperfluxo sistólico inerente da CMH produz um fenômeno aspirativo intracavitário, fazendo com que o aparelho mitral seja puxado em direção ao septo. • Obstrução transitória: obstrução se dá geralmente no meio da sístole; depois é revertida. • Principal causa de ICC na CMH: a obstrução provoca um gradiente intraventricular sistólico (diferença de pressão entre o VE e seu trato de saída). Gradiente dinâmico: pode aparecer/desaparecer; melhorar/piorar; de acordo com mudanças na atividade CV do paciente; diferença de pressão entre VE e trato de saída maior que o normal. Pode gerar discreto refluxo mitral (“insuficiência mitral”). DISFUNÇÃO DIASTÓLICA • Hipertrofia massiva, desarranjo e fibrose das células geram um déficit de relaxamento no VE, gerando também uma redução de sua complacência. O VE mais rígido promove aumento da pressão intracavitária, dificultando o esvaziamento do átrio durante a diástole (fase rápida, enchimento passivo). Sobrecarga atrial: o enchimento efetivo do VE passa a depender da fase de contração do átrio, que se sobrecarrega (aumento da sua pressão). • Aumento da pressão atrial é transmitido retrogradamente à circulação pulmonar, podendo gerar sintomas de congestão. • Principal mecanismo de ICC nas CMH não obstrutivas. ISQUEMIA MIOCÁRDICA • A CMH é uma condição que predispõe a isquemia, pois: há aumento da demanda metabólica, considerando maior massa e contratilidade do miocárdio; há aumento das pressões de enchimento do VE, reduzindo a perfusão coronariana subendocárdica na diástole; há alteração na morfologia das coronárias intramurais (pequenas e espessas), maior distância das arteríolas em relação ao miócito. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS SINTOMAS: • A maioria dos pacientes com CMH é assintomática. Quando presentes, os principais sintomas são: Dispneia aos esforços: desencadeada pelo esforço físico, em consequência da disfunção diastólica (congestão pulmonar). • OBS: não costuma ser dispneia progressiva aos esforços, como na ICC. • Angina pectoris: 70% dos pcts sintomáticos. Desencadeada por esforço, decorrente da isquemia miocárdica da CMH. • Síncope/pré-síncope: fenômeno de baixo débito cardíaco súbito, normalmente em esforço físico. Mecanismo: queda abrupta do enchimento ventricular (disfunção diastólica), aumento do fenômeno obstrutivo sistólica (CMH obstrutiva), e arritmias miocárdica (isquemia e fibrose). • Fadiga muscular: decorrente do baixo débito. • Palpitações, arritmias e morte súbita • Fatores que pioram os sintomas Estímulo simpático, digoxina, manobra de Valsalva e vasodilatadores periféricos EXAME FÍSICO • Pode ser completamente normal ou não (mais comum) • Palpação: ictus propulsivo (VÊ), localizado e sustentado (típico de HVE concêntrica). • Ausculta: alteração mais comum é a presença de B4 nítida. B4: decorrente de vigorosa contração atrial, pela dificuldade de enchimento. Portanto, é pré-sistólica/ telediastólica Desdobramento paradoxal da B2: pode ocorrer quando ocorre prolongamento da sístole ventricular esquerda em relação à direita. Sopro Sistólico: auscutável no foco aórtico acessório, foco tricúspide ou na ponta (foco mitral). Pode ser decorrente da hipercontratilidade do V (aumento de fluxo intracavitário sistólico) ou pode ser expressão auscultatória da CMH Obstrutiva. Expressão auscultatória da CMH Obstrutiva: sopro com características especificas: sopro auscultado rude crescendo-decrescendo logo após B1 melhor audível no foco mitral e na borda esternalesquerda baixa • Diminuído: paciente agachado ou em esforço assimétrico • Aumentado: paciente levanta ou na manobra de Valsalva Deslocamento anterior da mitral: promove obstrução e mantêm a valva mitral parcialmente aberta. Pode gerar 2 sopros. Sopro de ejeção (deslocamento anterior): foco aórtico acessório ou tricúspide. Simula estenose aórtica. Crescente- decrescente. Práticas Médicas 1 – 4º período Cardiologia Denise Matos – Turma 108 Sopro de regurgitação (mitral parcialmente aberta): foco mitral. Simula insuf. mitral. Manobras que reduzem o retorno venoso: reduzem o volume intraventricular (Valsalva, posição ortostática), aumentam a intensidade do sopro, pois aproximam o septo interventricular EXAMES COMPLEMENTARES E DIAGNÓSTICO ELETROCARDIOGRAMA • Critérios para HVE (sobrecarga do VE) • Sobrecarga também é percebida na HAS. • Aumento da amplitude das ondas R nas precordiais esquerdas (V1) • Aumento das ondas S nas precordiais direitas • Padrão “Strain”: precordiais esquerdas, D1 e VL. Onda T invertida. • ECG normal: 25% dos indivíduos; HVE localizada • Ondas patológicas: 40%; decorrentes da hipertrofia septal. Ondas de grande amplitude e não alargadas (derivações inferiores, precordiais, e de V2 a V6). • Pode ocorrer sobrecarga atrial esquerda também. • Outras alterações: bloqueio do ramo, extrassístoles, fibrilação atrial e outras arritmias. • Alteração da reporalização ventricular: onda T invertida HOLTER 24H • Utilizado para avaliar queixas de palpitações e arritmias atriais ou ventricular (não sustentada). • Dependendo do resultado, pode-se encontrar uma arritmia de risco -> maior risco de MS. RADIOGRAFIA DO TÓRAX Pode apresentar aumento do diâmetro torácico e silhueta cardíaca aumentada, com lado esquerdo arredondado. ECOCARDIOGRAMA • Exame principal; confirma diagnostico, estima gravidade, classifica o tipo morfológico, avalia presença de obstrução. • Achados: HVE concêntrica Diagnóstico: observação de parede aumentada em qualquer segmento (>15mm) sem outra causa aparente ou >13mm quando há histórico familiar de CMH. Diâmetros do VE reduzido: diastólico < 4,5 Espessura do septo aumentada: maior que a parede posterior (PP) • Relação septo/PP > 1,5 é muito sugestiva da doença. • Pode atingir até 5 cm em casos mais graves (normal é 1,2cm) Função sistólica aumentada: hipercontratilidade do VE. Diâmetro do AE: geralmente aumentado (>4cm) Coração direito: o VD pode apresentar sinais de hipertrofia eventualmente e o AD pode estar aumentado Obstrução subaórtica sistólica: quando presente, diagnosticada pelo ecocardiograma bidimensional. Feito também para screening Limitações: janela acústica limitada (obesos, grandes mamas...) exame operador-dependente; limitação na observação de algumas áreas cardíacas. ECO-DOPPLER • Ecografia com doppler ou eco-doppler colorido; permite avaliar a circulação dos vasos sanguíneos e o fluxo de sangue nas câmaras cardíacas. • Função diastólica: avaliada pela curva de fluxo mitral. Na CMH apresenta déficit de relaxamento. • Avaliar presença de insuficiência mitral • Obstrução subaórtica sistólica: a presença do gradiente é percebida/avaliada pelo doppler (pode atingir valores acima de 60mmHg). Quando presente, diagnosticada pelo ecocardiograma bidimensional. RESSONÂNCIA • Padrão-ouro para diagnostico. • Não limitações na janela acústica; medições mais fáceis e mais precisas; permite avaliar bem todo coração (todas áreas cardíacas podem ser avaliadas). • Permite avaliar a presença de fibrose e quantificar (grau de fibrose). >15% de fibrose: maiores chances de MS. Contraste: gadolínio • Permite maior avaliação da forma apical de CMH. • Permite identificar aneurisma na ponta: dados de pior prognóstico • Desvantagens: preço (é um exame mais caro); pouco acessível; exame demorado. DIAGNOSTICO DIFERENCIAL • Maior parte dos pacientes é assintomáticas, outra parte é olissintomática (sintomas muito específicos). Sintomáticos fazem diagnostico diferencial com diversas outras doenças. • Diagnóstico de CMH é diagnóstico de exclusão: deve-se descartar outras causas antes de fechar o diagnóstico. • Hipertensão arterial e estenose aórtica: causa mais comuns de HVE. Achado ecocardiográfico de HVE: descartar Hipertensão arterial e estenose aórtica. A HVE dessas afecções costuma ser simétrica, enquanto que na CMH a assimétrica septal é mais comum. Grandes hipertrofias ocorrem geralmente em fases mais severas de EA ou HAS: desse modo, o achado de HVE importante em um indivíduo com HAS leve sugere quadro de CMH associada. Práticas Médicas 1 – 4º período Cardiologia Denise Matos – Turma 108 • Coração de atleta: assim como na CMH, acomete indivíduos mais jovens. História familiar positiva: sugere CMH Importância do diagnóstico: a falha em diagnosticar CMH em um atleta e a liberação do mesmo para atividades esportivas é perigosa pois expõe o indivíduo a um grande risco de morte súbito, quando esse não é tratado adequadamente. Além disso, um diagnóstico errado de CMH em um atleta saudável pode comprometer sua carreira. Limites da HVE fisiológica em atletas (“coração de atleta”): baseado em critérios ecocardiográficos. • Espessura do septo ou parede posterior: até 1,4 cm (normal: até 1,2 cm); • Diâmetro cavitário do VE: geralmente normal ou pouco aumentado (> 5,5 cm na diástole). OBS: Na CMH, o diâmetro do VE está reduzido (< 4,5 cm na diástole); • A hipertrofia normalmente é simétrica; • Regressão da hipertrofia após algumas semanas sem atividade física. PROGNÓSTICO • Morte súbita por CMH: principal problemática do prognóstico. • Mortalidade anual: 1% (pct com 1 fator de risco) / 3-6% (pct com mais de 1 fator de risco). • Principal causa de morte: fibrilação ventricular espontânea; pode ser desencadeada por esforço ou pode não estar relacionada a nenhum evento. • Mais comum em crianças e adolescentes • Mecanismo: não é totalmente conhecido; supõe-se que, na criança, a causa é isquêmica, levando a taquicardia e fibrilação ventricular, geralmente desencadeadas por esforço físico extenuante. No adulto, está relacionada ao desarranjo miocárdico que pré-dispõe a taquiarritmias ventriculares, culminando em fibrilação ventricular. • Atletas com morte súbita: nas autopsias, a causa mais comumente encontrada é a CMH em atletas que tiveram MS durante atividade esportiva. FATORES PREDIT IVOS DE MS EM CMH (FATORES DE RISCO): MAIOR CHANCE DE MS • Paciente que passou por reanimação: MS abortada • História familiar de MS: em parentes de 1º grau com menos de 50 anos • Síncope recente, inexplicável e de repetição; história de síncope em indivíduos < 30 anos. • Espessura da parede ventricular (septo) > 30 mm; • Múltiplas TV não sustentadas ao Holter; • Teste ergométrico: resposta inadequada ao teste; diminuição da PA • Hipotensão relacionada ao exercício; • Idade < 35 anos; CARDIOMIOPATIA DILATADA • Indivíduos com CMH grave que ultrapassam os 65 anos podem evoluir com cardiopatia dilatada, uma fase tardia da doença, ocorrendo em cerca de 15% dos casos. O prognóstico desses pacientes é muito ruim • Insuficiência cardíaca • AVC • Screening familiar: devido ao elevado risco de morte súbita inerente a essa patologia, atualmente, recomenda- se a realização de ecocardiogramas em intervalos de um ou dois anos, entre os doze e vinte anos, nos familiares de portadores de CMH. Alguns autores recomendam estender esse screening até a idade adulta, com exames a cada cinco anos. TRATAMENTO OBJETIVOS Controle dos sintomas e prevenção de morte súbita (avaliação de risco). INDICAÇÃO Pacientes sintomático (controle de sintomas). OBS: pacientes assintomáticos não tem tratamento específico. CRITÉRIOS • Riscos de morte súbita: indicações de CDI • Presença ou não de obstrução/gradiente(avaliação com eco- dopler): critério: > 40-50 mmHg de gradiente. Pacientes assintomáticos e s/ gradiente: não há tratamento; repete-se eco em 1 ano; avaliado a cada ano. Paciente sintomáticos que não apresentam gradiente: avalia- se fração de ejeção. Se for normal: paciente é tratado clinicamente. Se for reduzida (<50%): tratamento de ICC (IECA, BRA, sarcubitril, antagonistas da aldosterona, diuréticos). Pcts sintomáticos que apresentam gradiente no repouso e pcts que apresentam gradiente apenas sob esforço ou sob manobra de valsava: paciente é tratado como CMH obstrutiva. Práticas Médicas 1 – 4º período Cardiologia Denise Matos – Turma 108 TRATAMENTO CLÍNICO MEDICAMENTOSO (NÃO INVASIVO) • Para pacientes sintomáticos sem gradiente e sem FER. Apesar de o paciente não apresentar disfunção ventricular, ele tem sinais e sintomas de IC (por disfunção diastólica), os quais serão tratados • Pode-se iniciar tratamento com betabloqueador ou com Verapamil. • B-bloqueadores: efeito inotrópico (força) e cronotrópico (ritmo) negativo. Reduzem sintomas em 2/3 dos pcts, principalmente a angina de esforço (pela diminuição da demanda metabólica). Qualquer betabloqueador pode ser utilizado: não se busca reduzir mortalidade; busca reduzir FC. Redução da FC: aumenta o tempo de enchimento ventricular e melhora função diastólica. Potencial antiarrítmico, mas, não há estudos que comprovem efetividade contra MS. Reduzem a obstrução dinâmica pelo efeito inotrópico negativo. • Verapamil (BCC): inotrópico negativo e bradicardizante (cronotropismo negativo). Promove grande alivio sintomático nos pct com CMH. Eficácia: 2/3 dos pcts e em pacientes refratários ao B- bloqueador. Melhora relaxamento ventricular, melhorando o enchimento na diástole. Diminui assincronismo. Não há estudos que confirmem efeito preventivo da MS. Pode utilizar no lugar o Diltiazem • Fase avançada da doença: ocorre também disfunção sistólica (FER). Logo, o tratamento medicamentoso seguirá a terapia proposta para ICC sistólica (IECA, espironolactona, diuréticos, etc) TRATAMENTO CLÍNICO: PARA PACIENTES OBSTRUTIVOS • Evitar substâncias vasodilatadores e diuréticos em excesso: podem exacerbar o problema do enchimento ventricular. • Sinais e sintomas de ICC ou angina: betabloqueador (desde que não tenha ação vasodilatadora); Verapamil ou Diltiazem; disopiramida (não tem no Brasil), utilizada quando pct não responde aos medicamentos anteriores. TRATAMENTO INTERVENCIONISTA • Em pacientes que já passaram por tratamento clínico, mas continuam assintomáticos). • Cirurgia (Ventriculomiectomia/miomectomia): consiste em ressecar uma “fatia” do septo interventricular, em sua parte mais hipertrofiada. O cirurgião pode acessar o septo por via transaórtica. Nos melhores centros, realiza-se esta cirurgia com uma mortalidade operatória < 5%. Indicações: pacientes com CMH obstrutiva muito sintomáticos e refratários aos medicamentos. Os resultados: melhora importante do gradiente intraventricular (em 95% das vezes) e dos sintomas. A mortalidade anual, em alguns estudos não randomizados, reduziu-se de 3% para menos de 1%. Problemas: técnica de difícil padronização Melhor que ablação para pcts com menos que 65 anos. • Embolização alcoólica do septo (alcoolização): utilizado em alguns casos de CMH obstrutiva sintomática refratária; é feita através da infusão de solução alcoólica pela artéria septal com necrose de miocárdio hipertrofiado. Há relatos de melhora sintomática importante em alguns casos. Procedimento de hemodinâmica O álcool promove fechamento das artérias do septo, levando a infarto e fibrose (reduzindo a espessura do septo). Utilizada em pacientes que são maus candidatos para cirurgia, mas suportariam ablação com álcool. (risco cirúrgico aumentado). • Transplante: opção para pacientes contraindicados para miomectomia e para ablação com álcool. MORTE SÚBITA: Fazer avaliação de fatores de risco para implantação de CDI. TRATAMENTO DE ARRITMIAS • Fibrilação atrial: antiarrítmicos, cardioversõo elétrica eletiva, quinidina, amiodarona. • Manutenção do ritmo sinusal: deve ser feita preferencialmente com amiodarona • FA com mais de 48h de instalação, é mandatória a anticoagulação plena prévia • FA crônica: anticoagulação com warfarin deve ser feita para o resto da vida. • Paciente que apresentou TV Sustentada (TVS), morte súbita abortada ou TVS induzida no EEF deve receber tratamento antiarrítmico (amiodarona). • Marca-passo DDD: atualmente, não há mais indicação.
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