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Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. APG 12 – “BATATA FRIA.” Abertura: 12/03/2021 Devolutiva: 16/03/2021. Objetivos: 1. REVER A MORFOFISIOLOGIA DOS VASOS SAGUÍNEOS DOS MMII. -> estruturas básicas dos vasos sanguíneos (túnicas íntima, média, externa); artérias (elásticas, musculares); Arteríolas, capilates, vênulas, veias; Distribuição do sangue; Artérias e veias dos mmii. 2. ESTUDAR OS FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA. -> epidemiologia; fatores de risco; fisiopatologia; manifestações clínicas. 3. DISCUTIR A RESPEITO DAS DIFICULDADES DE ADESÃO AO TRATAMENTO DEVIDO ÀS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS. -> de que forma as condições socioeconômicas interferem na adesão ao tratamento farmacológico e não farmacológico. ESTRUTURA BÁSICA DOS VASOS SANGUÍNEOS: ➔ TÚNICA ÍNTIMA: A íntima apresenta uma camada de células endoteliais apoiada em uma camada de tecido conjuntivo frouxo, a camada subendotelial, a qual pode conter, ocasionalmente, células musculares lisas. Em artérias, a túnica íntima está separada da túnica média por uma lâmina elástica interna, a qual é o componente mais externo da íntima. Esta lâmina, composta principalmente de elastina, contém aberturas (fenestras) que possibilitam a difusão de substâncias para nutrir células situadas mais profundamente na parede do vaso. Como resultado da ausência de pressão sanguínea e da contração do vaso por ocasião da morte, a lâmina elástica interna das artérias geralmente apresenta um aspecto ondulado nos cortes histológicos. ➔ TÚNICA MÉDIA: A média consiste principalmente de camadas concêntricas de células musculares lisas organizadas helicoidalmente. Interpostas entre as células musculares lisas existem quantidades variáveis de matriz extracelular composta de fibras e lamelas elásticas, fibras reticulares (colágeno do tipo III), proteoglicanos e glicoproteínas. As células musculares lisas são as responsáveis pela produção dessas moléculas da matriz extracelular. Nas artérias do tipo elástico a maior parte da túnica média é ocupada por lâminas de material elástico. Em artérias musculares menos calibrosas, a túnica média contém uma lâmina elástica externa no limite com a túnica adventícia. ➔ TÚNICA ADVENTÍCIA: A adventícia consiste principalmente em colágeno do tipo 1 e fibras elásticas. A camada adventícia toma-se gradualmente contínua com o tecido conjuntivo do órgão pelo qual o vaso sanguíneo está passando. ➔ VASO VASORUM: Vasos grandes normalmente contêm vaso vasorum (vasos dos vasos) que são arteríolas, capilares e vênulas que se ramificam profusamente na adventícia e, em menor quantidade, na porção externa da média. Os vasa vasorum proveem a adventícia e a média de metabólitos, uma vez que, em vasos maiores, as camadas são muito espessas para serem nutridas somente por difusão a partir do sangue que circula no lúmen do vaso. Vasa vasorum são mais frequentes em veias que em artérias. Em artérias de diâmetro intermediário e grande, a íntima e a região mais interna da média são destituídas de vasa vasorum. Essas camadas recebem oxigênio e nutrição por difusão do sangue que circula no lúmen do vaso. ➔ INERVAÇÃO: A maioria dos vasos sanguíneos que contêm músculo liso nas suas paredes é provida por uma rede profusa de fibras não mielínicas da inervação simpática (nervos vasomotores) cujo neurotransmissor é a norepinefrina. Descarga de norepinefrina por essas terminações nervosas resulta em vasoconstrição. Uma vez Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. que as terminações nervosas eferentes geralmente não penetram a túnica média das artérias, o neurotransmissor precisa difundir-se por uma distância de vários micrômetros para poder atingir as células musculares lisas da túnica média. ESSES NEUROTRANSMISSORES ATUAM ABRINDO ESPAÇOS ENTRE AS JUNÇÕES INTERCELULARES DAS CÉLULAS MUSCULARES LISAS DA MÉDIA, E DESSA MANEIRA A RESPOSTA AO NEUROTRANSMISSOR PROPAGA-SE PARA AS CÉLULAS MUSCULARES DAS CAMADAS MAIS INTERNAS DESSA TÚNICA. Em veias, as terminações nervosas alcançam as túnicas adventícia e média, mas a densidade total das terminações nervosas é menor do que aquela encontrada nas artérias. As artérias de músculos esqueléticos também recebem urna provisão de terminações nervosas vasodilatadoras do tipo colinérgico. A liberação de acetilcolina por essas terminações colinérgicas leva as células endoteliais a produzir óxido nítrico, o qual se difunde através das células musculares lisas e vai ativar o sistema de mensageiros intracelulares, GMP delico. As células musculares então relaxam, e o lúmen do vaso é dilatado. AS TERMINAÇÕES NERVOSAS AFERENTES (SENSORIAIS) DAS ARTÉRIAS INCLUEM OS BARORRECEPTORES (RECEPTORES DE PRESSÃO), O SEIO CAROTÍDEO E O ARCO DA AORTA, COMO TAMBÉM QUIMIORRECEPTORES DA CARÓTIDA E CORPOS AÓRTICOS. ➔ ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS VASOS SANGUÍNEOS: Para fins didáticos, os vasos sanguíneos arteriais são classificados de acordo com o seu diâmetro em grandes artérias elásticas, artérias de diâmetro médio ou artérias musculares e arteríolas. ➔ GRANDES ARTÉRIAS ELÁSTICAS: As grandes artérias elásticas contribuem para estabilizar o fluxo sanguíneo. As artérias elásticas incluem a aorta e seus grandes ramos. ESTES VASOS TÊM COR AMARELADA DECORRENTE DO ACÚMULO DE ELASTINA NA TÚNICA MÉDIA. A íntima, rica em fibras elásticas, é mais espessa que a túnica correspondente de uma artéria muscular. Uma lâmina elástica interna, embora presente, não pode ser facilmente distinguida das demais lâminas elásticas existentes entre as camadas musculares que se seguem. A TÚNICA MÉDIA CONSISTE EM UMA SÉRIE DE LÂMINAS ELÁSTICAS PERFURADAS, CONCENTRICAMENTE ORGANIZADAS, CUJO NÚMERO AUMENTA COM A IDADE (HÁ EM TORNO DE 40 LÂMINAS NO RECÉM-NASCIDO E 70 NO ADULTO). Entre as lâminas elásticas situam-se células musculares lisas, fibras de colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. A túnica adventícia é relativamente pouco desenvolvida. A túnica média das grandes artérias contém várias lâminas elásticas que contribuem para a importante função de tornar o fluxo de sangue mais uniforme. Durante a contração ventricular (sístole), a lâmina elástica das grandes artérias está distendida e reduz a variação da pressão. Durante relaxamento ventricular (diástole), a pressão no ventrículo cai para níveis muito baixos, mas a propriedade elástica das grandes artérias ajuda a manter a pressão arterial. Como consequência, a pressão arterial e a velocidade do sangue diminuem e se tornam menos variáveis à medida que se distanciam do coração. ➔ ARTÉRIAS MUSCULARES MÉDIAS: Artérias musculares de diâmetro médio contêm a túnica média formada essencialmente por células musculares lisas. Nas artérias musculares a íntima tem uma camada subendotelial um pouco mais espessa do que a das arteríolas. A lâmina elástica interna, o componente mais externo da íntima, é proeminente, e a túnica média pode conter até 40 camadas de células musculares lisas. Essas células são entremeadas por um número variado de lamelas elásticas (dependendo do tamanho do vaso), como também por fibras reticulares e proteoglicanos, todos sintetizados pela própria célula muscular lisa. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. A lâmina elástica externa, o último componente da túnica média, só é encontrada nas artériasmusculares maiores. A adventícia consiste em tecido conjuntivo frouxo. Nesta túnica também são encontrados vasos capilares linfáticos, vaso vasorium e nervos da adventícia, podendo essas estruturas penetrar até a porção mais externa da média. As artérias musculares podem controlar o fluxo de sangue para os vários órgãos, contraindo ou relaxando as células musculares lisas de sua túnica média. Nos ramos mais delgados, as túnicas são mais delgadas. ANATOMIA MACROSCÓPICA DA VASCULARIZAÇÃO DOS MEMBROS INFERIORES: ARTÉRIAS: artéria femoral (a continuação da artéria ilíaca externa) fornece o principal suprimento arterial para o membro inferior, distalmente ao ligamento inguinal e ao sulco infraglúteo. A artéria femoral passa por dentro da face anteromedial da coxa, transforma-se na artéria poplítea ao entrar no compartimento posterior do quadril e divide-se em seus dois ramos terminais no compartimento posterior da perna. As artérias obturatória e glútea inferior também contribuem para Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. o suprimento da parte proximal do membro. No embrião, a artéria glútea inferior supria a principal artéria axial do membro; no adulto ela é representada pela artéria acompanhante do nervo isquiático. Os ossos do membro inferior recebem seu suprimento arterial através de vasos nutrícios, ramos arteriais metafi sários de anastomoses periarticulares, bem como das artérias que suprem os músculos que se inserem no periósteo. O padrão do suprimento arterial é particularmente relevante para o reparo de fraturas, para a expansão de infecções e malignidades e para o planejamento de procedimentos cirúrgicos reconstrutivos. ARTÉRIAS PERFURANTES DOS MMII: Conseguir retalhos de pele e tecidos moles adequados e satisfatoriamente estéticos para cobrir grandes defeitos teciduais superficiais é um desafio no campo da cirurgia plástica e reconstrutiva, e responde por uma parte substancial da carga de trabalho do cirurgião plástico. Geralmente, enxertos de pele de espessura parcial ou total são apropriados somente para defeitos muito superficiais. Para conseguir uma cobertura de tecido para defeitos teciduais extensos e profundos, o cirurgião plástico emprega um dentre uma variedade de retalhos (flaps) de tecido autólogos. A viabilidade de um retalho transplantado de uma parte do corpo para a outra é crucialmente dependente do seu suprimento sanguíneo. Uma avaliação do conceito do angiosoma, utilizada juntamente com os avanços tecnológicos em microcirurgia reconstrutiva, estimulou o desenvolvimento e o uso de retalhos com base em vasos perfurantes. São retalhos de pele ou tecido subcutâneo, supridos por um ou mais vasos perfurantes; por exemplo, artérias que alcançam o plexo suprafascial diretamente (por um vaso que as alimenta) ou indiretamente (através de tecidos vizinhos). Os retalhos baseados em vasos perfurantes são tipicamente coletados com a dispensa do tecido muscular subjacente, com mínimo trauma: seu uso reduz a dor no pós- operatório, a morbidade do sítio doador e a perda funcional. O membro inferior é o maior sítio doador no corpo para este tipo de técnica de retalho com base nas perfurantes. Os retalhos usados mais comumente são os da porção anteromedial da coxa que oferecem uma grande quantidade de pele: retalhos obtidos a partir da artéria glútea inferior para reconstrução de mama; retalhos vascularizados da fíbula para reconstrução de osso defi ciente; retalhos vascularizados do músculo tensor da fáscia lata para reconstituição de tendão; retalhos vascularizados do nervo sural para reconstrução de nervo; retalho do músculo grácil, utilizado na reanimação de músculos paralisados. No contexto da cirurgia de retalho com base nas perfurantes o membro inferior pode ser considerado conforme quatro regiões anatômicas: glútea; quadril e coxa (anterior); joelho e perna; tornozelo e pé. Cada membro inferior contribui para aproximadamente 23% da área total de superfície corporal (coxa 10,5%; perna 6,5%; nádega 2,5%; pé 3,5%) e contém uma média de 90 artérias perfurantes. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. DRENAGEM VENOSA: Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. As veias do membro inferior podem ser subdivididas, como as do membro superior, em grupos superficial e profundo. AS VEIAS SUPERFICIAIS SÃO SUBCUTÂNEAS E REPOUSAM NA FÁSCIA SUPERFICIAL; Os principais, denominados veias superficiais, são as veias safenas magna e parva; suas numerosas tributárias, em sua maioria, não são nomeadas. AS VEIAS PROFUNDAS (ABAIXO DA FÁSCIA PROFUNDA) ACOMPANHAM AS GRANDES ARTÉRIAS. Veias profundas dos membros inferiores acompanham as artérias e seus ramos. As válvulas estão presentes nos dois grupos, mas são mais numerosas nas veias profundas. (Válvulas são mais numerosas nas veias do membro inferior que nas veias do membro superior.) Os plexos venosos ocorrem no interior e entre alguns músculos do membro inferior. As veias digitais plantares se originam a partir de plexos nas regiões plantares dos dedos, conectam-se às veias digitais dorsais e se unem para formar quatro veias metatarsais plantares. Estas seguem pelos espaços intermetatarsais e se conectam às veias dorsais, através de veias perfurantes. Depois, conectam-se umas às outras para formar o arco venoso plantar profundo. A partir deste arco, veias plantares mediais e laterais seguem próximas das suas artérias correspondentes: essas veias se comunicam com as veias safenas magna e parva (antes de formar as veias tibiais posteriores, atrás do maléolo medial). As veias tibiais posteriores acompanham a artéria tibial posterior. Elas recebem veias dos músculos da panturrilha, especialmente do plexo venoso no músculo sóleo, e se unem às veias superficiais e às veias fibulares. Estas últimas, que seguem juntamente com suas artérias, recebem tributárias do músculo sóleo e das veias superficiais As veias tibiais anteriores são continuações das veias satélites da artéria dorsal do pé. Elas deixam a região extensora entre a tíbia e a fíbula, passam através da extremidade proximal da membrana interóssea e unem-se às veias tibiais posteriores, na borda distal do músculo poplíteo, para formar a veia poplítea. BOMBA VENOSA (MUSCULAR): Na posição de pé, o retorno venoso do membro inferior depende amplamente da atividade muscular, especialmente da contração dos músculos da panturrilha e do pé. Isso é conhecido como “bomba muscular”, cuja eficiência é auxiliada pela fáscia profunda, firme. Veias perfurantes conectam a veia safena magna às veias profundas (particularmente próximo ao tornozelo, à parte distal da panturrilha e ao joelho). Suas válvulas são organizadas de modo a prevenir o refluxo sanguíneo das veias profundas para as superficiais. Em repouso, a pressão em uma veia superficial é igual à altura da coluna de sangue que se estende daquela veia até o coração. Quando os músculos da panturrilha se contraem, o sangue é bombeado em direção proximal nas veias profundas e é normalmente impedido de dirigir-se às veias superficiais pelas válvulas nas veias perfurantes. Durante o relaxamento muscular, o sangue é direcionado para dentro das veias profundas pelas veias superficiais. SE AS VÁLVULAS DAS VEIAS PERFURANTES TORNAREM-SE INCOMPETENTES, ESSAS VEIAS TORNAM-SE LUGARES DE “VAZAMENTOS DE ALTA PRESSÃO” DURANTE A CONTRAÇÃOMUSCULAR, E AS VEIAS SUPERFICIAIS TORNAM-SE DILATADAS E VARICOSAS. Conexões perfurantes similares ocorrem na região anterolateral, em que varicosidades também podem ocorrer. A incompetência das válvulas nas veias de conexão entre a veia safena magna e a veia femoral no canal dos adutores podem predispor ao aparecimento de varicosidades superficiais na face medial da coxa. PLEXOS VENOSOS: Os plexos venosos podem ser intramusculares (sóleo) ou intermusculares (pé e região glútea). Os plexos se comunicam com as veias profundas que seguem axialmente e são componentes do mecanismo de “bomba muscular”. HISTOLOGIA / FISIOLOGIA VASCULAR: Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. 2º OBJETIVO: ➔ ESTUDAR OS FATORES DE RISCO, FISIOPATOLOGIA E MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS DA DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA. DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA (DAP) REFERE-SE, EM GERAL, A UMA DOENÇA NA QUAL O FLUXO SANGUÍNEO PARA AS EXTREMIDADES INFERIORES OU SUPERIORES ESTÁ OBSTRUÍDO. Mais frequentemente causada por aterosclerose, a DAP pode também resultar de trombose, embolia, vasculite, displasia fibromuscular ou aprisionamento. O TERMO DOENÇA VASCULAR PERIFÉRICA É MENOS ESPECÍFICO PORQUE ENGLOBA UM GRUPO DE DOENÇAS QUE AFETA OS VASOS SANGUÍNEOS QUE INCLUEM OUTRAS CONDIÇÕES ATEROSCLERÓTICAS, TAIS COMO A DOENÇA DA ARTÉRIA RENAL E DOENÇA CAROTÍDEA, BEM COMO AS VASCULITES, VASOESPASMO, TROMBOSE VENOSA, INSUFICIÊNCIA VENOSA E DOENÇAS DO SISTEMA LINFÁTICO. A DAP correlaciona-se fortemente com o risco de eventos cardiovasculares maiores, já que ela, em muitos casos, associa- se às ateroscleroses coronariana e cerebral. Além do mais, os sintomas da DAP, como a claudicação intermitente, prejudicam a qualidade de vida e a independência da maioria dos pacientes. A DAP comumente é subdiagnosticada e subtratada; portanto, os cardiologistas clínicos têm aumentado o seu interesse no seu diagnóstico e tratamento. ➔ EPIDEMIOLOGIA: A prevalência da DAP varia de acordo com a população estudada, com o método diagnóstico empregado e com a inclusão ou não dos sintomas para realizar as estimativas. A maior parte dos estudos epidemiológicos tem empregado uma medida não invasiva, o índice tornozelo-braquial (ITB), para diagnosticar a DAP. O ITB é a razão entre a pressão arterial sistólica no tornozelo com relação à braquial. A PREVALÊNCIA DA DAP COM BASE EM UM ITB ANORMAL VARIA DE APROXIMADAMENTE 6% ENTRE INDIVÍDUOS COM IDADE MAIOR OU IGUAL A 40 ANOS A 15% A 20% ENTRE AQUELES COM 65 ANOS OU MAIS. A prevalência de DAP é maior em homens do que em mulheres na maioria dos estudos. No entanto, tendo em conta o número total de homens e mulheres na população do Estados Unidos, há mais mulheres do que homens com DAP. Os indivíduos de raça negra têm uma prevalência maior de DAP do que os indivíduos de raça caucasiana não hispânicos. No estudo Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA), os indivíduos de raça negra tiveram uma probabilidade de desenvolver DAP 1,47 vezes maior do que os indivíduos de raça caucasiana não hispânicos, enquanto em hispânicos e chineses esta era inferior a 0,5 vezes a dos indivíduos brancos não hispânicos. Estes dados agregados indicam que cerca de oito a dez milhões de indivíduos nos Estados Unidos têm DAP. Questionários especificamente projetados para detectar sintomas de claudicação intermitente puderam avaliar a prevalência da doença sintomática nessas populações. Estimativas variaram por idade e sexo, mas em geral indicam que apenas 10% a 30% dos pacientes com DAP têm claudicação. Globalmente, a prevalência estimada de claudicação varia de 1% a 4,5% nas populações com mais de 40 anos. A prevalência e a incidência de claudicação aumentam com o envelhecimento e são mais elevadas em homens do que em mulheres na maioria dos estudos. Há menos informação disponível quanto à prevalência e incidência da isquemia crítica dos membros. A incidência estimada é de 500 a 1.000 por milhão de pessoas por ano e afeta 1% a 2% dos pacientes com DAP. A incidência de amputação varia de 112 a 250 por milhão de pessoas por ano. ➔ FATORES DE RISCO: Os conhecidos fatores de risco modificáveis associados à aterosclerose coronariana também contribuem para a aterosclerose da circulação periférica. TABAGISMO, DIABETES MELITO, DISLIPIDEMIA E HIPERTENSÃO AUMENTAM O RISCO DE DAP. Dados de vários estudos observacionais indicam um aumento de duas a quatro vezes na prevalência de DAP em fumantes atuais em comparação com indivíduos que nunca fumaram. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Há uma relação dose-dependente entre o tempo de exposição ao tabaco e a incidência de DAP sintomática. O risco relativo de DAP sintomática em fumantes de mais de 15 cigarros por dia foi 17 (intervalo de confiança [IC] a 95%, 11 a 27); o risco diminui após a cessação tabágica. OS PACIENTES COM DIABETES MELITO MUITAS VEZES TÊM DAP EXTENSA E GRAVE E TÊM UMA MAIOR PROPENSÃO PARA CALCIFICAÇÃO ARTERIAL. O envolvimento da artéria femoral e poplítea assemelha-se àquele dos indivíduos não diabéticos, mas a doença distal que afeta a artéria tibial e fibular ocorre com mais frequência nos indivíduos com diabetes. O risco de desenvolvimento de DAP aumenta duas a quatro vezes em pacientes com diabetes melito. Entre os pacientes com DAP, os diabéticos têm maior probabilidade que os não diabéticos de sofrerem amputação e o diabetes aumenta o risco de isquemia crítica do membro . No estudo NHANES (National Health and Nutritional Examination Survey), a resistência à insulina foi associada a maior prevalência de DAP, e os pacientes com síndrome metabólica tiveram um maior risco de desenvolverem DAP sintomática. Alterações no metabolismo dos lipídeos também se associam a uma prevalência aumentada de DAP. Elevações no colesterol total ou da lipoproteína de baixa densidade (LDL) aumentam o risco de desenvolvimento de DAP e claudicação na maioria dos estudos. A hipertrigliceridemia prediz o risco de DAP quando considerada como variável independente, mas o seu fator contribuinte diminui quando considerado no contexto de avaliação de outras frações de lipídeos. 4 Adicionalmente, a hipertensão aumenta o risco de DAP de 1,3 a 2,2 vezes. No Women’s Health Study, a DAP sintomática relacionou-se com a gravidade da hipertensão. A doença renal crônica também aumenta a DAP. O risco de desenvolvimento de DAP e claudicação intermitente aumenta progressivamente com o peso dos fatores contribuintes. A PATOBIOLOGIA DA DAP ENVOLVE INFLAMAÇÃO, TAL COMO NA ATEROSCLEROSE EM OUTROS LEITOS. ALTOS NÍVEIS DE FIBRINOGÊNIO ASSOCIAM-SE A RISCO NÃO SÓ DE EVENTOS CORONÁRIOS COMO TAMBÉM DE DESENVOLVIMENTO DE DAP. Análises atuais, no entanto, sugerem que após ajuste para marcadores inflamatórios como a proteína C reativa elimina-se o risco para DAP associada ao fibrinogênio. Dessa forma, os níveis elevados de fibrinogênio em pacientes com DAP podem refletir um processo inflamatório tanto quanto ou mais do que um efeito pró-coagulante. Evidências importantes fazem uma ligação entre os leucócitos, os mediadores celulares da resposta inflamatória, com o desenvolvimento de DAP. Os níveis das formas solúveis de moléculas de adesão de leucócitos correlacionam-se com o desenvolvimento e a extensão da DAP e com o risco de complicações. Os níveis deproteína C reativa e de monócitos no sangue periférico estão associados de maneira independente à DAP, consistentes com um papel da imunidade inata e da inflamação crônica em sua patogenia. De modo inverso, a bilirrubina sérica, um antioxidante endógeno com propriedades anti-inflamatórias, se associa a uma menor prevalência de DAP. A inflamação fornece a ligação entre muitos dos fatores de risco comuns para a aterosclerose e os processos fisiopatológicos da parede arterial que levam à DAP. ➔ FISIOPATOLOGIA AS CONSIDERAÇÕES FISIOPATOLÓGICAS EM PACIENTES COM DAP PRECISAM LEVAR EM CONTA O EQUILÍBRIO ENTRE O SUPRIMENTO CIRCULATÓRIO DE NUTRIENTES PARA O MÚSCULO ESQUELÉTICO E A SUA DEMANDA DE OXIGÊNIO E DE NUTRIENTES. A CLAUDICAÇÃO INTERMITENTE OCORRE QUANDO A DEMANDA DE OXIGÊNIO DO MÚSCULO ESQUELÉTICO DURANTE O ESFORÇO FÍSICO SUPERA O FORNECIMENTO DE OXIGÊNIO PELO SANGUE, E RESULTA DA ATIVAÇÃO DE RECEPTORES SENSORIAIS LOCAIS PELO ACÚMULO DE LACTATO E DE OUTROS METABÓLITOS. Pacientes com claudicação intermitente podem ter uma única ou múltiplas lesões oclusivas nas artérias que irrigam os membros inferiores. O fluxo sanguíneo e o consumo de oxigênio da perna são normais em repouso, mas as lesões obstrutivas limitam o fluxo de sangue e o aporte de oxigênio durante o exercício, de forma que as necessidades metabólicas de oxigênio do músculo envolvido ultrapassam a quantidade disponível do mesmo e de nutrientes. Pacientes com grave isquemia de membros inferiores tipicamente apresentam múltiplas lesões oclusivas que frequentemente envolvem as artérias proximais e distais do membro. Com isso, mesmo em estado de repouso, o suprimento de sangue diminui e não mais consegue atender as necessidades nutricionais do membro. - FATORES QUE REGULAM O FLUXO SANGUÍNEO: O fluxo através de uma artéria relaciona-se diretamente com a pressão de perfusão e inversamente com a resistência vascular. As estenoses reduzem o fluxo através da artéria, tal como descrito na equação de Poiseuille: em que ΔP é o gradiente de pressão através da estenose, r é o raio do lúmen residual, η é a viscosidade sanguínea e l é o comprimento do vaso afetado pela estenose. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. À medida que a gravidade da lesão aterosclerótica aumenta, o fluxo torna-se progressivamente menor. O gradiente de pressão através da estenose aumenta de maneira não linear, enfatizando a importância da estenose em altas taxas de fluxo sanguíneo. Normalmente, existe um gradiente de pressão arterial em repouso caso a estenose diminua o diâmetro da luz do vaso em mais de 50%, pois à medida que se desenvolve uma perturbação do fluxo, a energia cinética é perdida. Uma estenose que não causa gradiente de pressão em repouso pode provocar um durante o exercício, quando o fluxo sanguíneo aumenta a partir da elevação do débito cardíaco e da redução da resistência vascular periférica. Dessa forma, à medida que o fluxo através da estenose aumenta, a pressão de perfusão distal cai. À medida que a demanda metabólica muscular durante o exercício supera o aporte sanguíneo, metabólitos locais (como adenosina, óxido nítrico, potássio e íons hidrogênio) acumulam-se e os vasos periféricos de resistência dilatam-se. A pressão de perfusão cai mais por causa da limitação imposta pela estenose. Além disso, a pressão intramuscular eleva-se durante o exercício e pode exceder a pressão arterial distal a uma oclusão e parar o fluxo. O fluxo através de vasos sanguíneos colaterais pode usualmente atender as necessidades metabólicas do tecido muscular esquelético em repouso, mas pode não ser suficiente durante o exercício. As anormalidades funcionais na reatividade vascular também podem interferir no fluxo sanguíneo. A CAPACIDADE VASODILATADORA TANTO DOS VASOS DE CONDUÇÃO QUANTO DE RESISTÊNCIA ESTÁ REDUZIDA EM PACIENTES COM ATEROSCLEROSE PERIFÉRICA. Normalmente, as artérias dilatam-se em resposta a estímulos farmacológicos e bioquímicos, como a acetilcolina, a serotonina, a trombina e a bradicinina, assim como em resposta à força de cisalhamento induzida por aumentos no fluxo sanguíneo. Esta resposta vasodilatadora resulta da liberação de substâncias biologicamente ativas a partir do endotélio, sobretudo do óxido nítrico. O relaxamento vascular de um vaso de condução que ocorre após um estímulo de fluxo, como o induzido pelo exercício, pode facilitar a oferta de sangue aos músculos em exercício em indivíduos saudáveis. A vasodilatação dependente do endotélio subsequente aos estímulos de fluxo ou farmacológicos fica prejudicada nas artérias femorais ateroscleróticas e nos vasos de resistência das panturrilhas em pacientes com DAP. Esta falha na vasodilatação pode impedir um aumento no suprimento sanguíneo nutricional ao músculo em exercício, já que o óxido nítrico derivado do endotélio pode contribuir para o fluxo sanguíneo hiperêmico após um estímulo isquêmico. Anormalidades na microcirculação também contribuem para a fisiopatologia da isquemia crítica dos membros inferiores. Pacientes com isquemia grave dos membros inferiores têm um número reduzido de capilares perfundidos na pele. OUTRAS CAUSAS POTENCIAIS PARA A REDUÇÃO NA PERFUSÃO CAPILAR NESSA CONDIÇÃO INCLUEM UMA REDUÇÃO DA DEFORMABILIDADE DOS ERITRÓCITOS, AUMENTO NA ADESIVIDADE DE LEUCÓCITOS, AGREGADOS DE PLAQUETAS, FIBRINOGÊNIO, TROMBOSE MICROVASCULAR, VASOCONSTRIÇÃO EXCESSIVA E EDEMA INTERSTICIAL. A pressão intravascular pode também diminuir, por causa da dilatação da arteríola pré-capilar, em virtude da liberação local de metabólitos vasoativos. - ESTRUTURA E FUNÇÃO METABOLICA DO MÚSCULO ESQUELÉTICO: Os exames eletrofisiológico e histopatológico encontraram evidências de desnervação axonal parcial do músculo esquelético em pernas afetadas pela DAP. Há preservação das fibras contráteis lentas tipo I oxidativas, mas ocorre perda das fibras contráteis rápidas tipo II ou glicolíticas no músculo esquelético dos pacientes com DAP. A perda das fibras tipo II correlaciona-se com uma força muscular reduzida e uma capacidade reduzida de exercício. No músculo esquelético distal à DAP, ocorre um desvio para o metabolismo anaeróbico mais precocemente durante o exercício e isto persiste durante mais tempo após a interrupção do exercício. Os pacientes com claudicação apresentam um aumento na liberação do lactato e acúmulo de acilcarnitinas durante o exercício e reduzida cinética de dessaturação de oxigênio, indicativo de um metabolismo oxidativo ineficaz. Além do mais, a atividade respiratória mitocondrial e o tempo de recuperação da fosfocreatina e do trifosfato de adenosina diminuem nos músculos da panturrilha dos pacientes com DAP, conforme avaliado após o exercício submáximo pela espectroscopia por ressonância magnética. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ➔ CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS: SINTOMATOLOGIA: Os sintomas cardinais de DAP incluem a claudicação intermitente e a dor em repouso. O termo claudicação é derivado da palavra latina claudicare, “mancar”. A claudicação intermitente caracteriza-se por dor, sofrimento, sensação de fadiga ou outros desconfortos que ocorrem no grupo muscular afetado pelo exercício, sobretudo em caminhadas, e que cessam com o repouso. A localização do sintoma muitas vezes se relaciona com o sítio da estenose mais proximal. A claudicação das nádegas, dos quadris ou das coxas tipicamente ocorre em pacientes com obstrução da aorta e das artérias ilíacas. A claudicação da panturrilha é causada pelas estenoses dasartérias femorais e poplíteas. O músculo gastrocnêmio consome mais oxigênio durante a caminhada do que os outros grupos musculares na perna e, portanto, causa o sintoma mais frequentemente relatado pelos pacientes. A claudicação do tornozelo ou pé ocorre em pacientes com doença das artérias tibiais e fibulares. De maneira similar, as estenoses das artérias subclávias, axilares ou braquiais podem causar claudicação do ombro, do bíceps ou do antebraço, respectivamente. Os sintomas se resolvem alguns minutos após a interrupção do esforço. A dor na panturrilha e na coxa que ocorre em repouso, como a cãibra noturna, não deve ser confundida com a claudicação e não é um sintoma de DAP. Na história obtida das pessoas que relatam claudicação, devem ser registradas a distância, a velocidade e a inclinação da caminhada que precipitam a claudicação. Esta avaliação basal é utilizada para avaliar a incapacitação e proporciona uma medida qualitativa inicial com a qual se determina a estabilidade, a melhora ou a deterioração durante as visitas subsequentes ao paciente. Outros sintomas além da claudicação podem também limitar a capacidade funcional. Os pacientes com DAP caminham com mais lentidão e apresentam menor resistência à caminhada do que os pacientes que não têm DAP Diversos questionários podem ser utilizados para avaliar a presença e a gravidade da claudicação. O Rose Questionnaire foi desenvolvido inicialmente para diagnosticar angina e claudicação intermitente em estudos epidemiológicos. Ele questiona se a dor ocorre em uma das panturrilhas com a caminhada e se ocorre em repouso, durante a caminhada em ritmo habitual ou acelerado, ou na subida de ladeira. Foram feitas diversas modificações nesse questionário, incluindo o Edinburgh Claudication Questionnaire e o San Diego Claudication Questionnaire, ambos mais sensíveis e específicos que o diagnóstico médico de claudicação intermitente baseado na distância percorrida, velocidade da caminhada e natureza dos sintomas. Outro instrumento validado, o Walking Impairment Questionnaire, faz uma série de perguntas e desenvolve um escore de pontos baseado na distância percorrida, velocidade da caminhada e natureza dos sintomas. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Sintomas semelhantes aos da claudicação de membros inferiores ocasionalmente resultam de causas não ateroscleróticas de doença arterial oclusiva, como embolia arterial; vasculites como a tromboangeíte obliterante, arterite de Takayasu e arterite de células gigantes; coarctação da aorta, displasia fibromuscular; irradiação; endofibrose da artéria ilíaca externa; e compressão extravascular devido a aprisionamento arterial ou por cistos de camada adventícia. Várias causas não vasculares de dor na perna com o esforço entram no diagnóstico diferencial de claudicação intermitente. A radiculopatia lombossacra resultante da doença articular degenerativa, a estenose espinhal e a hérnia de disco podem causar dor nas nádegas, nos quadris, nas coxas, nas panturrilhas ou nos pés com a caminhada, e geralmente depois de distâncias muito curtas ou mesmo ao ficar em pé. Este sintoma tem sido chamado pseudoclaudicação neurogênica. A doença da coluna lombossacra e a DAP afetam os idosos mais comumente e, portanto, podem coexistir no mesmo indivíduo. A artrite dos quadris e dos joelhos também provoca dor nas pernas com a caminhada. Tipicamente, a dor localiza-se na articulação afetada e pode ser desencadeada no exame físico pela palpação e por manobras de movimentação. A síndrome compartimental associada ao esforço físico é mais frequentemente observada em atletas com músculos da panturrilha grandes; o aumento da pressão durante o exercício limita o fluxo microvascular e resulta em dor e tensão na panturrilha. Os sintomas melhoram após a interrupção do exercício. Raramente, os distúrbios do músculo esquelético, como a miosite, podem causar dor na perna com os esforços. Dor muscular, alteração no exame físico neuromuscular, níveis elevados de enzimas do músculo esquelético e a avaliação do pulso normal devem distinguir a miosite da DAP. A doença de armazenamento do glicogênio tipo V, também conhecida como síndrome de McArdle, na qual há um déficit da fosforilase do músculo esquelético, pode causar sintomas que mimetizam a claudicação da DAP. Os pacientes com insuficiência venosa crônica algumas vezes relatam desconforto nas pernas com o esforço, o que é denominado claudicação venosa. A hipertensão venosa durante o exercício aumenta a resistência arterial no membro afetado e limita o fluxo sanguíneo. No caso da insuficiência venosa, a pressão extravascular elevada causada pelo edema intersticial diminui ainda mais a perfusão capilar. Exame físico demonstrando edema periférico, dermatite pigmentar e, às vezes, varicosidades venosas identificará esta causa incomum de dor na perna ao esforço. Sintomas podem ocorrer em repouso em pacientes com isquemia crítica do membro. Tipicamente, os pacientes queixam-se de dor ou de parestesias no pé ou nos dedos do pé da extremidade afetada. Este desconforto piora com a elevação da perna e melhora com a perna para baixo, como pode ser antecipado pelos efeitos respectivos da gravidade sobre a pressão de perfusão. A dor pode ser intensa, sobretudo em locais de fissura da pele, ulceração ou necrose. Geralmente, a pele é sensível demais e até mesmo o peso das roupas de cama ou dos lençóis desencadeia dor. Os pacientes podem sentar-se na borda da cama e deixar as pernas pendentes para aliviar o desconforto. Pelo contrário, os pacientes com neuropatia isquêmica ou diabética podem experimentar pouca ou nenhuma dor, apesar da presença de isquemia acentuada. A isquemia crítica do membro e do dedo pode resultar de oclusões arteriais além da aterosclerose. Elas incluem as vasculites, como a tromboangeíte obliterante; distúrbios do tecido conjuntivo, como o lúpus eritematoso sistêmico e a esclerodermia; o vasoespasmo; a embolia ateromatosa; e a oclusão arterial aguda causada pela trombose ou embolismo. A artrite gotosa aguda, o trauma e a neuropatia sensorial, como a provocada pelo diabetes melito, as radiculopatias lombossacras e a síndrome dolorosa complexa regional (previamente denominada distrofia simpática reflexa) podem causar dores no pé. As úlceras nas pernas também ocorrem em pacientes com insuficiência venosa ou neuropatia sensorial, sobretudo a relacionada ao diabetes. Essas úlceras parecem ser diferentes daquelas causadas pelas doenças arteriais. A úlcera da insuficiência venosa em geral está localizada próxima ao maléolo medial e tem uma borda irregular e uma base rósea com tecido de granulação. As úlceras causadas por doença venosa produzem uma dor mais leve do que aquelas causadas pela doença arterial. As úlceras neurotróficas ocorrem onde há pressão ou trauma, em geral na sola do pé. Essas úlceras são profundas, frequentemente infectadas e não costumam ser dolorosas devido à perda da sensação. ACHADOS DO EXAME FÍSICO: Um exame cardiovascular cuidadoso inclui a palpação dos pulsos periféricos e a ausculta das artérias acessíveis pesquisando-se sopros. Alterações de pulso e sopros aumentam a probabilidade de DAP. Os pulsos palpáveis em indivíduos saudáveis incluem as artérias braquiais, radiais e ulnares nas extremidades superiores e as artérias femorais, poplíteas, Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. pediosas dorsais e tibiais posteriores das extremidades inferiores. A aorta também pode ser palpável em pessoas magras. Um pulso diminuído ou ausentefornece um indício da localização das estenoses arteriais. POR EXEMPLO, UM PULSO FEMORAL DIREITO NORMAL, MAS UM PULSO FEMORAL ESQUERDO AUSENTE SUGEREM A PRESENÇA DE ESTENOSE ARTERIAL ILIOFEMORAL ESQUERDA. Um pulso normal da artéria femoral, mas um pulso da artéria poplítea ausente indicariam uma estenose na artéria femoral superficial ou na artéria poplítea proximal. Um pulso arterial poplíteo palpável com pulso pedioso dorsal ou tibial posterior ausente indicam doença da artéria tibial anterior ou posterior, respectivamente. Os sopros são muitas vezes um sinal de velocidade aumentada do fluxo arterial e distúrbios do fluxo em locais de estenose. Deve ser usado um estetoscópio para auscultar as fossas supraclavicular e infraclavicular na procura de evidência de estenose da artéria subclávia; o abdome, flanco e pelve para evidência de estenose da aorta ou de seus ramos; e a região inguinal para evidência de estenoses da artéria femoral. Realiza- se uma manobra na qual os pés são elevados acima do nível do coração e os músculos das panturrilhas são exercitados pela dorsiflexão e pela flexão plantar repetidas dos tornozelos, desencadeando palidez sobre as solas dos pés de alguns pacientes com DAP. As pernas, então, são colocadas na posição para baixo e se mede o tempo até o início da hiperemia e a distensão venosa. Cada uma dessas variáveis depende da velocidade do fluxo sanguíneo que, por sua vez, reflete a gravidade da estenose e a adequação dos vasos colaterais. As pernas dos pacientes com doença aortoilíaca crônica podem mostrar atrofia muscular. Sinais adicionais de isquemia crônica de baixo grau incluem a perda de pelos, unhas dos dedos dos pés espessadas e quebradiças, pele lisa e brilhante e atrofia da gordura subcutânea das polpas digitais. OS PACIENTES COM ISQUEMIA GRAVE DOS MEMBROS TÊM PELE FRIA E TAMBÉM PODEM APRESENTAR PETÉQUIAS, CIANOSE PERSISTENTE OU PALIDEZ, RUBOR DEPENDENTE, EDEMA DO PÉ RESULTANTE DE UMA POSIÇÃO PROLONGADA COM AS PERNAS PARA BAIXO, FISSURAS CUTÂNEAS, ULCERAÇÕES OU GANGRENA. As úlceras causadas por DAP tipicamente têm uma base pálida com bordas irregulares e costumam envolver as pontas dos dedos dos pés ou o calcanhar, ou desenvolvem- se nos locais de pressão. Essas úlceras variam em tamanho e podem ter de 3 a 5 mm. ➔ CLASSIFICAÇÃO: A classificação dos pacientes com DAP depende da gravidade dos sintomas e das anormalidades detectadas ao exame físico. A classificação das manifestações clínicas da DAP melhora a comunicação entre os profissionais que cuidam desses pacientes e fornece uma estrutura para definir as diretrizes para as intervenções terapêuticas. Fontaine descreveu um esquema amplamente empregado que classificava os pacientes em um dos quatro estágios que progredia desde o assintomático até a isquemia crítica do membro. Várias sociedades vasculares profissionais adotaram uma classificação mais contemporânea e descritiva, que inclui pacientes assintomáticos, três graus de claudicação e três Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. graus de isquemia crítica dos membros, variando da dor em repouso isolada até uma perda tissular menor e maior. ➔ TESTES NA DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA: MEDIDAS DA PRESSÃO SEGMENTAR: A medição da pressão sistólica nos segmentos selecionados de cada extremidade é uma das avaliações não invasivas mais simples e úteis para determinar a presença e gravidade de estenoses nas artérias periféricas. Nas extremidades inferiores, os manguitos pneumáticos são colocados nas porções superiores e inferiores da coxa, da panturrilha, acima do tornozelo e, muitas vezes, sobre a área do metatarso do pé. Da mesma maneira, na extremidade superior, os manguitos pneumáticos são colocados na parte superior do braço sobre o bíceps, no antebraço abaixo do cotovelo e no punho. A pressão arterial sistólica em cada segmento do membro respectivo é medida primeiramente inflandose o manguito pneumático até uma pressão suprassistólica, então determinando-se a pressão na qual ocorre o fluxo sanguíneo durante a deflação do manguito. O início do fluxo é avaliado colocando-se um transdutor Doppler sobre uma artéria distal ao manguito. Nas extremidades inferiores, é mais conveniente colocar o transdutor no pé sobre a artéria tibial posterior, conforme ela faz um trajeto inferior e posterior ao maléolo medial ou sobre a artéria pediosa dorsal no dorso do arco do metatarso. Nas extremidades superiores, o transdutor Doppler pode ser colocado sobre a artéria braquial na fossa antecubital ou sobre as artérias radial e ulnar no punho. A contração ventricular esquerda proporciona energia cinética ao sangue, que é mantida através dos vasos de grande e médio calibres. A pressão arterial sistólica pode ser maior nos vasos mais distais do que na aorta e nos vasos proximais em virtude da reflexão das ondas de pulso. Uma estenose pode causar uma perda de energia pressórica como resultado de forças friccionais aumentadas e distúrbios do fluxo no local da estenose. Cerca de 90% da área de corte transversal da aorta precisam estar estreitados antes que se desenvolva um gradiente pressórico. Em vasos menores, como as artérias ilíacas e femorais, uma redução de 70% a 90% na área de corte transversal provocará um gradiente pressórico em repouso suficiente para reduzir a pressão arterial sistólica distal à estenose. LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO A PRECISÃO DESSE MÉTODO NÃO INVASIVO E A VARIABILIDADE DA PRESSÃO ARTERIAL DURANTE ATÉ MESMO PERÍODOS MUITO CURTOS, UM GRADIENTE DE PRESSÃO ARTERIAL QUE EXCEDA 20 MMHG ENTRE OS MANGUITOS SUCESSIVOS EM GERAL É USADO COMO UMA EVIDÊNCIA DE ESTENOSE ARTERIAL NA EXTREMIDADE INFERIOR, ENQUANTO UM GRADIENTE DE 10 MMHG É INDICATIVO DE ESTENOSE ENTRE MANGUITOS SEQUENCIAIS NA EXTREMIDADE SUPERIOR. A pressão arterial sistólica nos dedos dos pés e das mãos aproxima-se de 60% da pressão arterial sistólica no tornozelo e no punho, respectivamente, à medida que a pressão diminui ainda mais nos vasos distais menores. Na perna direita, não existem gradientes pressóricos entre as partes superior e inferior da coxa e entre a panturrilha e o tornozelo. Na perna esquerda, ocorrem gradientes pressóricos entre a parte superior e inferior da coxa, entre a parte inferior da coxa e da panturrilha e entre a panturrilha e o tornozelo. Eles são indicativos de estenoses nas artérias femorais superficiais e poplíteas e nas artérias tíbio-fibulares. TESTE ERGOMÉTRICO: O teste ergométrico pode avaliar a significância clínica das estenoses arteriais periféricas e fornece evidências objetivas da capacidade de caminhada do paciente. O tempo do início de claudicação é definido como o tempo no qual os sintomas de claudicação se desenvolvem inicialmente e o tempo de pico de caminhada é quando o paciente não é mais capaz de continuar caminhando devido ao intenso desconforto na perna. Esta medida padronizada e mais objetiva da capacidade de caminhada suplementa a história do paciente e fornece uma avaliação quantitativa da incapacidade do paciente, assim como uma variável que pode ser monitorada após intervenções terapêuticas. O teste ergométrico pode determinar se as estenoses arteriais contribuem para os sintomas do paciente de dor na perna ao Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. exercício. Durante o exercício, o fluxo sanguíneo através da estenose aumenta conforme a resistência vascular cai no músculo em exercício. De acordo com a equação de Poiseuille, descrita previamente, o gradiente pressórico através da estenose aumentaem proporção direta ao fluxo. Portanto, as pressões arteriais sistólicas no tornozelo e braquial são medidas em condições de repouso antes do teste ergométrico, um minuto após o exercício e repetidamente após os valores basais terem sido restabelecidos. Normalmente, os aumentos na pressão arterial que ocorrem durante o exercício devem ser os mesmos tanto nas extremidades superiores quanto nas inferiores, mantendo-se um ITB constante de 1 ou maior. Na presença de estenoses arteriais periféricas, no entanto, o ITB reduz-se, pois o aumento na pressão arterial observado no braço não se correlaciona com um aumento na pressão arterial do tornozelo. Uma redução de 25% ou mais no ITB após o exercício em um paciente cuja capacidade de caminhada é limitada pela claudicação é considerada diagnóstica, implicando a DAP como causa dos sintomas do paciente. Muitos pacientes com DAP também têm aterosclerose coronariana. O acréscimo de uma monitoração cardíaca ao protocolo de exercício pode fornecer informações adicionais concernentes à presença de isquemia miocárdica. A claudicação pode limitar a obtenção de um nível de exercício suficiente para aumentar a necessidade miocárdica de oxigênio e provocar isquemia miocárdica. Ainda assim, alterações eletrocardiográficas, particularmente durante os níveis mais inferiores da prova de esforço, podem fornecer evidência de doença arterial coronariana (DAC) grave. REGISTRO DO VOLUME DE PULSO: O registro do volume de pulso ilustra graficamente as alterações volumétricas em um segmento do membro que ocorrem em cada pulso. Instrumentos pletismográficos, que tipicamente utilizam strain gauges ou manguitos pneumáticos, podem transmitir as alterações volumétricas no membro, as quais podem ser mostradas em um registrador gráfico. Esses transdutores são estrategicamente posicionados ao longo do membro, a fim de detectar o volume de pulso em seus segmentos diferentes, como coxa, panturrilha, tornozelo, região metatársica e dedos do pé, ou na parte superior do braço, antebraço e dedos das mãos. O contorno do volume de pulso normal depende tanto da pressão arterial local como da distensibilidade da parede vascular e assemelha-se à forma da onda da pressão arterial. É constituído por uma ascensão sistólica acentuada, que atinge um pico rapidamente, uma incisura dicrótica e uma concavidade descendente que cai progressivamente em direção ao valor de momento basal. O contorno da onda de pulso muda distalmente a uma estenose, com perda da incisura dicrótica, uma taxa mais lenta de aumento, um pico mais arredondado e um descenso mais lento. A amplitude torna-se menor com o aumento da gravidade da doença e a onda de pulso pode não pode ser registrada no membro criticamente isquêmico. A análise segmentar da onda de pulso pode indicar a localização de uma estenose arterial, que mais provavelmente estará situada na artéria entre um registro de volume de pulso normal e um anormal. A onda de volume de pulso também fornece informações sobre a integridade do fluxo sanguíneo quando as mensurações da pressão arterial não podem ser obtidas com precisão devido à presença de vasos não compressíveis. ULTRASSONOGRAFIA COM DOPPLER: Sistemas de Doppler com onda contínua ou onda pulsada transmitem e recebem sinais de ultrassom de alta frequência. A movimentação dos eritrócitos varia diretamente com a velocidade do fluxo sanguíneo, provocando desvio na frequência do Doppler. Tipicamente, o desvio de frequência detectado está entre 1 e 20 kHz, que está dentro da faixa audível pelo ouvido humano. Logo, o posicionamento de um sensor de Doppler ao longo de uma artéria permite ao examinador ouvir se o fluxo sanguíneo está presente e se o vaso está patente. O processamento e a reprodução gráfica do sinal do Doppler possibilitam uma análise mais detalhada dos componentes da frequência. Instrumentos de Doppler podem ser utilizados com ou sem imagem em escala de cinza para avaliar a presença de estenoses em determinada artéria. O sensor do Doppler é posicionado em um ângulo de aproximadamente 60 graus sobre a artéria femoral comum, femoral superficial, poplítea, dorsal do pé e artérias tibiais posteriores. A FORMA NORMAL DA ONDA DO DOPPLER TEM TRÊS COMPONENTES: UM COMPONENTE RÁPIDO COM FLUXO DIRECIONADO PARA FRENTE DURANTE A SÍSTOLE, UMA REVERSÃO DO FLUXO DURANTE O INÍCIO DA DIÁSTOLE E UM COMPONENTE LENTO ANTERÓGRADO DURANTE O FIM DA DIÁSTOLE. A onda do Doppler torna-se alterada se o sensor for colocado distalmente a uma estenose arterial e é caracterizada pela desaceleração do fluxo sistólico, perda da reversão do início da diástole e diminuição das frequências de pico. As artérias de um membro com isquemia grave podem não mostrar qualquer desvio na frequência do Doppler. Como ocorre com a avaliação do volume de pulso, uma mudança de uma onda de Doppler de normal para alterada conforme a artéria é avaliada mais distalmente sugere a localização da estenose. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. ANGIOGRAFIA POR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA: A angiografia por ressonância magnética (ARM) pode ser usada para visualizar de forma não invasiva a aorta e as artérias periféricas. A resolução da anatomia vascular com a ARM com contraste de gadolínio aproxima-se daquela da angiografia contrastada convencional por subtração digital. Uma metanálise de 32 estudos comparando a ARM com a angiografia intra-arterial por subtração digital encontrou uma sensibilidade combinada para a ARM de 94,7% (IC 95%, 92,1% a 96,4%) e uma especificidade combinada de 95,6% (IC 95%, 94,0% a 96,8%) para a detecção de estenoses segmentares e lesões oclusivas. 37 A ARM tem atualmente sua maior utilidade na avaliação de pacientes sintomáticos para ajudar na tomada de decisão antes de intervenção endovascular ou cirúrgica ou em pacientes em risco de complicações renais, alérgicas ou outras durante a angiografia convencional. ANGIOGRAFIA POR TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA: Os novos aparelhos de tomografia computadorizada usam tecnologia com múltiplos detectores para obter imagens em cortes transversais. Esse avanço permite obter imagens das artérias periféricas com uma resolução espacial excelente em um período relativamente curto e com uma quantidade reduzida de material de radiocontraste. As reconstruções de imagem em três dimensões permitem a rotação para otimizar a visualização das estenoses arteriais. Quando comparada com a angiografia convencional contrastada, a sensibilidade e a especificidade para estenoses maiores que 50% ou oclusão obtidas para a angiografia por tomografia computadorizada (ATC) usando tecnologia com múltiplos detectores foram de 95% (IC 95%, 92% a 97%) e 96% (IC 95%, 93% a 97%), respectivamente. 38 A ATC oferece vantagens sobre a ARM no sentido que pode ser usada em pacientes com stents, clipes metálicos e marca-passos, embora tenha a desvantagem de necessitar de material de radiocontraste e radiação ionizante. ANGIOGRAFIA APRIMORADA POR CONTRASTE: A angiografia convencional é indicada na avaliação da anatomia arterial antes do procedimento de revascularização. Ainda apresenta uma utilidade ocasional quando o diagnóstico estiver em dúvida. A maioria dos laboratórios de angiografia contemporâneos utiliza as técnicas por subtração digital após a administração intra-arterial de contraste para intensificar a resolução. A injeção do material de radiocontraste dentro da aorta possibilita a visualização da aorta e das artérias ilíacas, e a injeção de material de contraste dentro do segmento iliofemoral da perna envolvida permite uma excelente visualização das artérias femorais, poplíteas, tibiais e fibulares . Em pacientes com oclusão aórtica, o cateterismodas artérias femorais não é exequível. A aorta pode ser abordada pela canulação arterial braquial ou axilar ou, se necessário, diretamente por uma abordagem translombar. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. 3º OBJETIVO: DISCUTIR A RESPEITO DAS DIFICULDADES DE ADESÃO AO TRATAMENTO DEVIDO ÀS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS. As doenças crônicas são as principais causas de morte em todo mundo e representam um dos desafios do século XXI, particularmente nos países de baixa e média rendas. Em 2016, as doenças não transmissíveis foram responsáveis por 41 das 57 milhões de mortes no mundo. No mesmo ano, no Brasil, essas doenças foram responsáveis por 76% das mortes. Dessa forma, as doenças crônicas não transmissíveis são alvo de diversas ações de prevenção e tratamento, sendo a farmacoterapia usada para o controle da doença e a melhoria da qualidade de vida dos pacientes. Nesse contexto, um desafio para o sucesso da farmacoterapia é a adesão ao tratamento recomendado. Adesão pode ser definida como a medida em que o comportamento de uma pessoa — tomar medicamento, seguir dieta ou executar mudanças no estilo de vida — corresponde às recomendações acordadas com um profissional de saúde. É fator essencial à eficácia de todas as terapias farmacológicas, mas é particularmente crítica em casos de doenças crônicas. A NÃO ADESÃO À FARMACOTERAPIA CONDUZ A RESULTADOS CLÍNICOS RUINS E ELEVA OS CUSTOS DO CUIDADO, COMPROMETENDO A EFICÁCIA DO TRATAMENTO. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a prevalência da não adesão à farmacoterapia é tão alarmante que a implementação de melhorias na adesão aos tratamentos existentes pode resultar em mais benefícios para a saúde que o desenvolvimento de novos tratamentos. AS TAXAS DE ADESÃO À FARMACOTERAPIA SÃO GERALMENTE MAIS BAIXAS ENTRE PACIENTES COM CONDIÇÕES CRÔNICAS, EM COMPARAÇÃO COM AQUELES COM CONDIÇÕES AGUDAS, E SÃO AFETADAS PELA CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA DO INDIVÍDUO. Pobreza, escolaridade e custo dos medicamentos estão entre os fatores socioeconômicos associados à adesão à terapia. Alguns estudos nacionais e internacionais apontam maior probabilidade de adesão à farmacoterapia de doenças crônicas entre as pessoas com melhores condições de renda e de escolaridade, revelando desigualdades entre subgrupos populacionais. No entanto, a investigação das desigualdades em pesquisas relacionadas à não adesão à farmacoterapia não é frequente. No Brasil, faltam evidências quanto à magnitude da desigualdade na adesão à farmacoterapia, em relação à condição socioeconômica do indivíduo. O monitoramento das desigualdades socioeconômicas em saúde ao longo do tempo é essencial para o aperfeiçoamento das políticas públicas destinadas a reduzi-las. Nesse sentido, os dados da Pesquisa Nacional sobre Acesso, Utilização e Promoção do Uso Racional de Medicamentos (PNAUM) de 2014 — primeiro e mais recente inquérito domiciliar de base populacional realizado no Brasil com o objetivo de avaliar o acesso e uso racional de medicamentos — permitem a investigação das desigualdades na adesão à farmacoterapia de forma a construir um primeiro panorama, que poderá ser acompanhado ao longo do tempo, com a continuidade da PNAUM. ANÁLISE ESTATÍSTICA: o índice absoluto da desigualdade (SII) e o índice relativo da desigualdade (RII). Assim, classificaram-se os indivíduos de 0 a 1 conforme a posição socioeconômica, com “0” representando o grupo de menor poder aquisitivo e “1” representando o grupo de maior poder de compra. RESULTADOS: A amostra compôs-se em sua maioria de mulheres, pessoas com idade superior a 40 anos e indivíduos pertencentes ao estrato socioeconômico C. No total, observaram- -se 11.307 indivíduos. A prevalência de não adesão à farmacoterapia no Brasil foi de 20,2% e, para as regiões Nordeste 27,8, Norte 24,2, Centro- Oeste 21,5, Sudeste 17,5 e Sul foi de 17% e, com diferenças estatisticamente significantes. A Figura 2 apresenta a distribuição da prevalência da não adesão, para o Brasil e regiões, por categorias de classificação socioeconômica. Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. Neste gráfico, o estrato socioeconômico varia de 1 a 4, correspondendo a pessoas de menor a maior poder aquisitivo. Observou-se maior gradiente de desigualdade nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, sendo esta a única que apresentou significância estatística. A probabilidade de não adesão à farmacoterapia para a maior categoria de estrato socioeconômico entre as regiões foi de 23% (16,7; 30,8%) para a Região Norte, 22,2% (16; 29,8%) para a Região Nordeste, 19,3% (14,6; 25,1%) para a Região Sudeste, 15% (11,4; 19,5%) para a Região Sul e 16,5% (12,4; 21,7%) para a Região Centro- Oeste. Observaram-se maiores prevalências de não adesão à farmacoterapia entre as regiões nos indivíduos de menor categoria de estrato socioeconômico, sendo de 35,6% (24; 49,2%) para a Região Norte, 33,5% (20,4; 39,7%) para a Região Nordeste, 20,3% (13; 30,4%) para a Região Sudeste, 16,9% (8,3; 31;3%) para a Região Sul e 37,9% (22,5; 56,3%) para a Região Centro-Oeste. A Tabela 3 apresenta a magnitude das desigualdades socioeconômicas absolutas (SII) e relativas (RII) ajustadas, relacionadas à não adesão à farmacoterapia, as quais foram significativas para o Brasil [SII = -7,4 (intervalo de confiança de 95% — IC95% -12,9; -1,8); RII = 0,69 (IC95% 0,50; 0,89)]. Quanto às regiões que apresentaram resultados significativos, observaram-se desigualdades absolutas para as regiões Nordeste e Centro-Oeste [Nordeste: SII = -14 (IC95% -25,2; - 2,9); Centro-Oeste: SII = -20,8 (IC95% -30,5; -11,1)]. Identificaram-se desigualdades relativas nas regiões Nordeste, Sul e Centro-Oeste [Nordeste: RII = 0,59 (IC95% 0,35; 0,84); Sul: RII = 0,67 (IC95% 0,35; 0,99); Centro-Oeste: RII = 0,38 (IC95% 0,20; 0,56)]. DISCUSSÃO: O presente estudo estimou a prevalência de não adesão à farmacoterapia de doenças crônicas na população brasileira e quantificou a magnitude das desigualdades socioeconômicas relacionadas a esse desfecho, demonstrando que a prevalência de não adesão se distribui de forma desigual entre os estratos socioeconômicos e entre as regiões geográficas brasileiras. A PROBABILIDADE DE NÃO ADESÃO À FARMACOTERAPIA, NO BRASIL, FOI MAIOR ENTRE OS INDIVÍDUOS DE PIOR CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA. As desigualdades não foram encontradas em todas as regiões do país. A prevalência de não adesão à farmacoterapia de 20,2% (IC95% 18,6; 22) encontrada para o Brasil foi semelhante ao resultado observado em revisão sistemática de estudos internacionais sobre esse tema ao longo de 50 anos. Estudos nacionais prévios apresentaram prevalências de não adesão à farmacoterapia variando de 33 a 63,5%. Apesar da distinção entre as populações de estudo e metodologias de análises, o que demanda cautela na comparação desses resultados, tais estudos mostram taxas relevantes de não adesão à farmacoterapia. As diferenças significativas observadas para as prevalências de não adesão à farmacoterapia entre as regiões brasileiras denotam as desigualdades regionais existentes no país. As maiores taxas de não adesão encontradas para as regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste coadunam com o observado, e podem ser explicadas pelo fato de que, nessas áreas, há menor utilização e acesso a serviços de saúde, com menores proporções de acesso a medicamentos em comparação às demais regiões. Os achados da presente investigação revelaram maiores probabilidades de não adesão à farmacoterapia de doenças crônicas entre os indivíduoscom piores condições Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. socioeconômicas. Os índices absolutos e relativos de desigualdade foram significativos para o Brasil, como um todo, e para as regiões Nordeste e Centro-Oeste, destacando a importância de se investigarem as particularidades de cada região brasileira. De forma geral, as pesquisas têm apontado desigualdades na adesão à farmacoterapia entre as regiões brasileiras, no entanto a magnitude das desigualdades intrarregionais não tem sido explorada. AO COMPARAR OS RESULTADOS DESTE TRABALHO AOS DE OUTROS QUE INVESTIGARAM DESIGUALDADES NA ADESÃO À FARMACOTERAPIA INDEPENDENTEMENTE DE UMA MEDIDA SÍNTESE DE DESIGUALDADE, OBSERVA-SE QUE, NA PESQUISA DE NAPOLITANO ET AL.13, REALIZADA NA ITÁLIA, A ADESÃO À FARMACOTERAPIA DE DOENÇAS CRÔNICAS FOI SIGNIFICATIVAMENTE MAIOR ENTRE PACIENTES COM MAIOR NÍVEL DE ESCOLARIDADE QUANDO COMPARADOS COM PACIENTES MENOS ESCOLARIZADOS. De maneira análoga, no Brasil, a baixa adesão à farmacoterapia para doenças crônicas foi maior entre indivíduos com menor escolaridade, porém estudos que avaliaram doenças crônicas específicas apresentaram resultados divergentes. Por exemplo, na Suécia não se observou associação entre a renda e a adesão à terapia com estatinas, porém a adesão foi menor entre pacientes com nível de educação universitário em comparação àqueles com nível primário. Revisão sistemática realizada por Pasma et al.35 não encontrou resultados conclusivos sobre a influência do status socioeconômico na adesão à farmacoterapia da artrite inflamatória. A inconsistência nas associações também foi verificada em revisão sistemática relacionada à não adesão aos medicamentos para o tratamento de hipertensão arterial, o que aponta a necessidade de aprofundamento das pesquisas com o uso de diferentes medidas de posição socioeconômica. A maioria dos estudos incluídos na revisão sistemátic a verificou que o maior nível socioeconômico reduziu a estimativa de risco de não adesão, porém houve estudos que demostraram efeito contrário ou inexistência dessa associação. A desigualdade na não adesão à farmacoterapia de doenças crônicas baseada em diferenças socioeconômicas pode ser explicada por diferentes vias. A ESCOLARIDADE É FORTE DETERMINANTE DE EMPREGO E RENDA, QUE REFLETE OS RECURSOS MATERIAIS E INTELECTUAIS DO INDIVÍDUO E CONTRIBUI PARA A UTILIZAÇÃO MAIS FREQUENTE DOS SERVIÇOS DE SAÚDE. AINDA, AS PESSOAS COM MELHORES NÍVEIS DE ESCOLARIDADE ESTÃO MENOS PROPENSAS ÀS DIFICULDADES DE INTERPRETAÇÃO DAS INFORMAÇÕES DE SAÚDE QUE SÃO APONTADAS COMO PREDITORAS DE NÃO ADESÃO À FARMACOTERAPIA. NESSA PERSPECTIVA, CHEHUEN NETO ET AL. DESTACARAM QUE MENORES NÍVEIS DE ESCOLARIDADE LEVAM AO MENOR CONHECIMENTO SOBRE A DOENÇA E REDUZEM A CAPACIDADE DE COMPREENDER AS INSTRUÇÕES MÉDICAS, O QUE AFETA A ADESÃO À FARMACOTERAPIA NA MEDIDA EM QUE INTERFERE NA COMPREENSÃO DA NECESSIDADE DO MEDICAMENTO E DA FORMA CORRETA DE UTILIZÁ-LO. Já a medida de posse de bens contempla informações sobre uma variedade de ativos duráveis, características do domicílio e acesso a serviços básicos. Ela surgiu como tentativa de facilitar a medição do bem-estar familiar em pesquisas domiciliares nos países de baixa e média renda, considerando-se a hipótese de que esse conjunto de variáveis possa ser usado como indicador geral dos padrões de vida material. • ANTE O EXPOSTO, A DISTRIBUIÇÃO GRATUITA DE MEDICAMENTOS PARA O TRATAMENTO DE DOENÇAS CRÔNICAS PELO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) É ESSENCIAL PARA A REDUÇÃO DAS DESIGUALDADES, POIS REPRESENTA A ÚNICA FORMA DE ACESSO ÀQUELES INSUMOS PARA FAMÍLIAS DE MENOR RENDA. • Além disso, a criação do Programa Farmácia Popular do Brasil (PFPB) foi importante por ser mais uma alternativa de acesso aos medicamentos essenciais. Ambas as formas de dispensação reduzem as barreiras financeiras relacionadas a esse acesso, porém sua ampliação sem considerar os entraves relacionados à educação pode aumentar as desigualdades, como proposto pelo princípio da equidade inversa. Dessa forma, as novas intervenções em saúde pública, inicialmente, seriam incorporadas por indivíduos com melhores condições socioeconômicas, até que fossem incorporadas por aqueles com piores condições. Assim, a disponibilidade do medicamento sem assistência farmacêutica adequada, sendo esta pautada no cuidado, com a promoção do uso adequado e acompanhamento farmacoterapêutico, características nem sempre identificadas no PFPB e nas farmácias dos serviços públicos de saúde, não contribui de forma efetiva para a redução das desigualdades na adesão. Apesar dos avanços obtidos desde a implantação da política de assistência farmacêutica e do desenvolvimento dos diferentes programas para ampliação do acesso, a oferta ainda é inadequada. Recentemente, verificou-se que a oferta de medicamentos pelas unidades de atenção primária à saúde do país foi comprometida em decorrência da falta desses insumos por problemas de infraestrutura das unidades dispensadoras e de deficiências na logística de suprimentos. Além disso, considerando-se a conjuntura política e econômica atual e a relevância do financiamento público para a provisão gratuita de medicamentos, destaca-se a preocupação com a ampliação das Carlos Caique Araujo Mendes Curso de Medicina 3º Período Faculdade Santo Agostinho de Itabuna – Fasai, Afya Educacional Sistemas Orgânicos Integrados – SOI III. Prof. Tutor Henrique Lanza Salmos 23. desigualdades, tendo em vista as medidas de ajuste fiscal implementadas recentemente. • O não acesso gratuito aos medicamentos pode levar ao comprometimento da renda familiar ou favorecer a não adesão ao tratamento, pela incapacidade de aquisição por desembolso direto. Além disso, a mensuração da magnitude da desigualdade com o emprego de medidas complexas servirá como parâmetro para a comparação direta dos resultados de estudos futuros. Como limitações, deve-se considerar que as medidas complexas de desigualdades são afetadas pela prevalência do evento analisado. Além disso, a adoção do autorrelato como medida de adesão é susceptível a superestimação, em virtude do risco de falso positivo por problemas de memória, mas que pode ser amenizado pelo emprego de curto período recordatório. Vale ressaltar que a avaliação sobre a necessidade de utilização do medicamento foi feita com base em autorrelato, podendo haver viés quanto à real indicação da farmacoterapia. Ademais, o Critério Brasil possui a limitação de ter sido desenvolvido para a classificação de populações residentes em áreas urbanas. Porém, como a investigação desse tipo de desigualdade em estudos sobre não adesão à farmacoterapia ainda é limitada, não foi possível realizar comparações detalhadas dos resultados. OS RESULTADOS REVELAM IMPORTANTES DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS E REGIONAIS NA NÃO ADESÃO À FARMACOTERAPIA DE DOENÇAS CRÔNICAS NO BRASIL, QUE DEMANDAM INTERLOCUÇÃO ESTRUTURADA ENTRE PESQUISADORES, PROFISSIONAIS DE SAÚDE E GESTORES EM SAÚDE, COM O INTUITO DE PROMOVER A EQUIDADE E FOMENTAR A ADESÃO À FARMACOTERAPIA . Além disso, o trabalho evidencia a necessidade de estudos futuros que investiguem as causas da não adesão à farmacoterapia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 1. PRINCÍPIOS DE ANATOMIA E FISIOLOGIA DE TORTORA 12ª EDIÇÃO; 2. ANATOMIA DE GRAY’S 40º EDIÇÃO; 3. FISIOLOGIA HUMANA DE SILVERTHORN 7ª EDIÇÃO; 4. HISTOLOGIA BÁSICA DE JUNQUEIRA E CARNEIRO 12ª EDIÇÃO; 5. CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO DE DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA DE MEMBROS INFERIORES. NESCHIS. ET AL. 2021; 6. VISÃO GERAL DA DOENÇA ARTERIAL PERIFÉRICA DE MEMBROS INFERIORES. BERGER. ET AL. 2021. 7. FATORES ASSOCIADOS À BAIXA ADESÃO AO TRATAMENTOFARMACOLÓGICO DE DOENÇAS CRÔNICAS NO BRASIL. TAVARES L. U. NOEMIA. ET AL. REVISTA DE SAÚDE PÚBLICA. 2016; 8. AVALIAÇÃO DA NÃO ADESÃO À FARMACOTERAPIA DE DOENÇAS CRÔNICAS E DESIGUALDADES SOCIOECONÔMICAS NO BRASIL. DRUMMOND D. E. ET AL. REVISTA BRASILEIRA DE EPIDEMIOLOGIA. 2020.
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