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Lúpus Eritematoso Sistêmico

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
CURSO DE ENFERMAGEM
DISCIPLINA: SAÚDE DO ADULTO I
DOCENTES: PROFª. Ms. CAMILA EVANGELISTA CARNIB NASCIMENTO, PROFº. Dr. LEONEL LUCAS SMITH DE MESQUITA, PROFª. Drª. ROSILDA SILVA DIAS
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UMA REVISÃO LITERÁRIA
SÃO LUÍS - MA
2021
DISCENTES: ANDREYNA SOUSA DE SOUSA, MARIANA LOUISE BARROS DUARTE, RAFYSA SILVA BARROS, SAMUEL REBOUÇAS DA COSTA.
	
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UMA REVISÃO LITERÁRIA
Trabalho apresentado à disciplina de Saúde do Adulto I, do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Maranhão para obtenção de nota parcial da segunda unidade didática.
	
SÃO LUÍS – MA
2021
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	04
2. OBJETIVOS	05
2.1. GERAIS	05
2.2. ESPECÍFICOS	05
3. METODOLOGIA	05
4. DEFINIÇÃO	05
5. EPIDEMIOLOGIA	05
6. FISIOPATOLOGIA	06
7. QUADRO CLÍNICO	06
8. DIAGNÓSTICO	08
9. TRATAMENTO	09
10. CUIDADOS E O PAPEL DA ENFERMAGEM	12
11. CONCLUSÃO	15
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	16
13. APÊNDICE A: FOLDER	18
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
1. INTRODUÇÃO
	O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença crônica inflamatória, de natureza autoimune, que pode atingir múltiplos órgãos e sistemas do organismo humano. Seus fatores etiológicos são desconhecidos, entretanto, associa-se essa patologia a aspectos não só biológicos, mas também ambientais, podendo ser desenvolvida em qualquer fase da vida com o desencadeamento de algum de tais fatores (BITTENCOURT, BESERRA, NÓBREGA, 2008).
Apesar de ser rara e de limitado saber pela população, essa doença acomete uma parcela considerável da população mundial, sendo, portanto, fundamental adquirir conhecimento sobre suas formas de manifestação clínica, assim como combater preconceitos e mitos acerca do LES, já que, com o avanço da Medicina e estudos aprofundados sobre o assunto, o diagnóstico e tratamento deste tornam possível uma boa qualidade de vida.
Nesse determinado contexto, a aplicação do processo de enfermagem, fundamentado na Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Horta, é entendida como uma forma sistemática e dinâmica de prestar cuidados de enfermagem direcionados e menos custosos, além de favorecer a avaliação da própria prática pelo profissional e promover aspectos positivos, visando a independência do indivíduo ao lidar com alterações relacionadas ao distúrbio e a minimização do comprometimento do sistema imune através de um sistema que identifica problemas, prediz resultados e guia a ação de enfermagem (BITTENCOURT, BESERRA, NÓBREGA, 2008).
A Sistematização da Assistência de Enfermagem no cuidado dos pacientes com LES busca a melhora dos sintomas apresentados, bem como elaborar e organizar ações para promoção da saúde dessas pessoas, a fim de individualizar e humanizar a assistência prestada pela equipe de Enfermagem para garantir uma melhor qualidade de vida e a continuidade e integralidade desses cuidados de acordo com as necessidades de cada um (ALMEIDA et al, 2013).
Diante do exposto, o presente estudo objetiva discutir as ações de enfermagem frente ao lúpus eritematoso sistêmico considerando a relevância de reunir e levantar dados sobre uma doença tão abstrusa e igualmente danosa, manifestando-se e afetando a qualidade de vida dos pacientes acometidos de diferentes modos.
2. OBJETIVOS
2.1. Geral
· Discutir as ações de enfermagem frente ao lúpus eritematoso sistêmico.
2.2. Específicos
· Descrever fisiopatologia e implicações clínicas do lúpus eritematoso sistêmico (LES).
· Pontuar condutas de enfermagem no atendimento ao cliente com LES, com base no modelo teórico das necessidades humanas básicas de Wanda Aguiar Horta.
3. METODOLOGIA
Trata-se de uma revisão de literatura, realizada no mês de julho de 2021, com artigos selecionados aleatoriamente pelos professores da disciplina de Saúde do Adulto I e pelos alunos do grupo I do Curso de Enfermagem da Universidade Federal Maranhão – Campus Dom Delgado.
4. DEFINIÇÃO
O LES é uma doença inflamatória, auto-imune, que pode atingir múltiplas partes do corpo, principalmente a pele, as juntas, o sangue e os rins, e pode causar sérios problemas ao longo da vida. O sistema imunológico produz anticorpos para proteger o organismo de antígenos (corpos estranhos). Havendo uma desorganização imunológica, o sistema defensivo deixa de distinguir entre os antígenos e as células e tecidos do próprio corpo, direcionando anticorpos contra si mesmo, os quais reagem formando complexos imunológicos que crescem nos tecidos e podem causar inflamação, lesões e dores (Zerbini & Fidelix, 1989).
5. EPIDEMIOLOGIA
	O lúpus pode ocorrer em qualquer faixa etária, incluindo crianças e gestantes, mas é mais frequente em mulheres jovens – especialmente entre 15 e 45 anos. Nesta faixa etária a razão de mulheres acometidas com relação aos homens se situa entre 6:1 e 9:1. Pessoas da raça negra têm quatro vezes mais chances de desenvolver a doença quando comparados com pessoas da raça branca (SBR).
6. FISIOPATOLOGIA
O LES é multicausal, tem como principal característica um desequilíbrio do sistema imunológico, e tem etiologia relacionada à fatores genéticos, hormonais e ambientais. Mesmo com a interação desses fatores, o que mais influencia a gênese da doença é uma produção anormal de autoanticorpos pelas células B. Alguns anticorpos são bem específicos pra LES, como anti-DNA, o anti-smith e o anti-P.
Fatores genéticos: deficiência dos componentes da cascata de complemento (C1q, C2 e C4), e tem-se que o C1q é o fator mais associado mesmo que a alteração genética este seja menos frequente.
Fatores hormonais: estrogênio (responsável pela diminuição da apoptose do linfócito B e sua ação no organismo). Com a ausência da morte de linfócitos B, eles produzem ininterruptamente auto anticorpos. Mulheres que fazem o uso de anticoncepcionais orais combinados e suplementação de TSH apresentam maior risco de desenvolvimento do LES.
Fatores ambientais: exposição solar (apoptose dos queratinócitos que gera resposta macrofitica e desencadeia um processo inflamatório, aumentando a liberação de interleucinas e fator de necrose tumoral, favorecendo assim a produção de anticorpos por linfócitos B autorreativos); medicamentos que aumentam a possibilidade de desenvolvimento de LES, tais como hidralazina, isoniazida, procainamida entre outros.
7. QUADRO CLÍNICO
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, Os sintomas do LES são diversos e variam em intensidade de acordo com a fase de atividade ou remissão da doença. Manifestações gerais como cansaço, desânimo, febre baixa, emagrecimento e perda de apetite são comuns. Podem acontecer devido à inflamação na pele, articulações, rins, nervos, cérebro e membranas que recobrem o pulmão (pleura) e o coração (pericárdio).
· Lesões de pele: ocorrem em cerca de 80% dos casos, ao longo da evolução da doença. As lesões mais características são manchas avermelhadas nas maçãs do rosto e dorso do nariz, denominadas lesões em asa de borboleta. As lesões discoides, que também ocorrem mais frequentemente em áreas expostas à luz, são bem delimitadas e podem deixar cicatrizes com atrofia e alterações na cor da pele. Na pele também pode ocorrer vasculite (inflamação de pequenos vasos), causando manchas vermelhas ou vinhosas, dolorosas em  pontas dos dedos das mãos ou dos pés. Outra manifestação muito característica no LES é o que se chama de fotossensibilidade, podendo surgir tanto manchas na pele como sintomas gerais (cansaço) ou febre apenas com a exposição à luz solar. A queda de cabelos é muito frequente quando a fase ativa da doença se instala.
· Articulares: a dor com ou sem inchaço nas juntas ocorre e envolve principalmente nas juntas das mãos, punhos, joelhos e pés, tendem a ser bastante dolorosas e ocorrem de forma intermitente, com períodos de remissão e atividade.
· A inflamação das membranas que recobrem o pulmão (pleuris) e coração (pericardite) é relativamente comum, podendo ser leves e assintomáticas, ou, se manifestar como dor no peito. Caracteristicamente nocaso do pleuris, a dor ocorre ao respirar, podendo  causar também tosse seca e falta de ar. Na pericardite, além da dor no peito, pode haver palpitações e falta de ar.
· Inflamação nos rins (nefrite): é uma das que mais preocupam e ocorrem em cerca de 50% das pessoas com LES. No início pode não haver qualquer sintoma, apenas alterações nos exames de sangue e/ou urina. Nas formas mais graves, surge pressão alta, inchaço nas pernas, a urina fica espumosa, podendo haver diminuição da quantidade de urina. Quando não tratada rapidamente e adequadamente o rim deixa de funcionar (insuficiência renal) e o paciente pode precisar fazer diálise ou transplante renal.
· Alterações neuropsiquiátricas: essas manifestações são menos frequentes, mas podem causar convulsões, alterações de humor ou comportamento (psicoses), depressão e alterações dos nervos periféricos e da medula espinhal.
· Sangue: as alterações nas células do sangue são devido aos anticorpos contra estas células, causando sua destruição. Assim, se os anticorpos forem contra os glóbulos vermelhos (hemácias) vai causar anemia, contra os glóbulos brancos vai causar diminuição de células brancas (leucopenia ou linfopenia) e se forem contra as plaquetas causará diminuição de plaquetas (plaquetopenia). Os sintomas causados pelas alterações nas células do sangue são muito variáveis. A anemia pode causar palidez da pele e mucosas e cansaço e a plaquetopenia poderá causar aumento do sangramento menstrual, hematomas e sangramento gengival. Geralmente a diminuição dos glóbulos brancos é assintomática.
8. DIAGNÓSTICO 
As inúmeras combinações e manifestações clínicas do LES torna difícil o diagnóstico desta enfermidade (GUERREIRO, et al., 2019). O diagnóstico de LES leva em conta os critérios clínicos, manifestado ao longo do tempo, e exames laboratoriais. O amplo diagnóstico diferencial, especialmente na fase inicial da doença, é um dos fatores que mais complicam o correto diagnóstico (ENDERLE, et al., 2019). Os exames laboratoriais podem indicar alterações relacionadas à presença de alterações hematológicas observadas pelas anemias hemolíticas, plaquetopenias e linfopenia. Já a urina vai mostrar se há comprometimento dos rins, com a perda de proteínas. Ainda que não sejam específicos, os testes laboratoriais são de extrema importância, pois servem como métodos de triagem (SANDRI, et al., 2019).
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, exames comuns de sangue e urina são úteis não só para o diagnóstico da doença, mas também são muito importantes para definir se há atividade do LES. Embora não exista um exame que seja exclusivo do LES (100% específico), a presença do exame chamado FAN (fator antinuclear), em uma pessoa com sinais e sintomas característicos de LES, permite o diagnóstico com muita certeza. Outros testes laboratoriais como os anticorpos anti-Sm e anti-DNA são muito específicos, mas ocorrem em apenas 40% a 50% das pessoas com LES. Existem critérios desenvolvidos pelo Colégio Americano de Reumatologia, que podem ser úteis para auxiliar no diagnóstico, mas não é obrigatório que a pessoa com LES seja enquadrada nesses critérios para que o diagnóstico seja feito e o tratamento iniciado.
Tais critérios podem ser relacionados à pele ou serem sistêmicos. Entre os critérios relacionados à pele, estão a erupção malar (vermelhidão característica no nariz e no resto do rosto); a fotossensibilidade (reações a exposição à luz); a lesão discoide (lesões na pele); e as úlceras orais (normalmente indolores). Entre os critérios sistêmicos estão à artrite (com presença de dor e edema geralmente atingindo duas articulações); a presença de serosite, caracterizada por inflamação envolta do pulmão e coração; o comprometimento renal; e as alterações neurológicas (SANDRI, et al., 2019). 
9. TRATAMENTO
Atualmente, não existe cura definitiva para o LES. O tratamento ajudará a controlar os sinais e sintomas, e a prevenir complicações da doença, incluindo danos permanentes nos órgãos e tecidos. Em 1950, cerca de 50% dos pacientes acometidos pela doença morriam após quatro anos do diagnóstico. Atualmente, 80% sobrevivem até 15 anos após. Atribui-se o aumento das taxas de sobrevida a diversos fatores, como o diagnóstico precoce, às melhores opções terapêuticas e ao controle das condições mórbidas associadas, além do conhecimento mais amplo da doença (CORRÊA, et al., 2015). 
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, quando o LES é diagnosticado pela primeira vez, encontra-se geralmente muito ativo. O tratamento depende do tipo de manifestação apresentada e deve, portanto, ser individualizado. Dessa forma a pessoa com LES pode necessitar de um, dois ou mais medicamentos em uma fase (ativa da doença) e, pouco ou nenhum medicamento em outras fases (não ativa ou em remissão). Ao mesmo tempo, o tratamento sempre inclui remédios para regular as alterações imunológicas do LES e de medicamentos gerais para regular quaisquer alterações que a pessoa apresente em consequência da inflamação causada pelo LES. O tratamento do lúpus depende dos órgãos afetados e do nível de atividade da inflamação. 
No lúpus, a gravidade da lesão nos órgãos não é necessariamente a mesma que a atividade inflamatória. O objetivo do tratamento consiste em reduzir a atividade do lúpus; ou seja, diminuir a inflamação, o que, deve evitar novas lesões ou uma lesão maior (NEVARES, 2020). Os medicamentos que agem na modulação do sistema imunológico incluem os corticoides (cortisona), antimaláricos e imunossupressores, em especial a azatioprina, ciclofosfamida e micofenolato de mofetila (SBR, 2020). A utilização dos glicocorticoides se dá, sobretudo, no início de um surto agudo, em virtude de rápida ação. Suas doses variam conforme o grau e o tipo de órgão acometido (SKARE, et al., 2016). 
Os imunossupressores se constituem uma importante classe de medicamentos para o tratamento do LES grave, sobretudo em pacientes que apresentem complicações renais. Os imunossupressores, como metotrexato (indicado para o tratamento de artrites, lesões cutâneas e miosite); e a azatioprina (utilizada na manutenção de remissão de uma nefrite e nas manifestações hematológicas). O micofenolato de mofetila e a ciclofosfamida são utilizados nas manifestações mais graves, como vasculites maiores e acometimento dos rins e do sistema nervoso (SKARE, et al., 2016).
Na vigência de manifestações mais graves do LES, as doses dos corticoides podem ser bem mais elevadas. Geralmente, quando há envolvimento dos rins, do sistema nervoso, pulmões ou vasculite são necessários o emprego dos imunossupressores em doses variáveis de acordo com a gravidade do acometimento. Um aspecto importante no uso desses medicamentos é a atenção necessária quanto ao risco aumentado de infecções, já que eles diminuem a capacidade do indivíduo de defender-se contra infecções, incluindo a tuberculose (SBR, 2020).
O uso da cloroquina (ou hidroxicloroquina) está indicado tanto para as formas mais leves quanto nas mais graves e deve ser mantido mesmo que a doença esteja controlada. A pulsoterapia que consiste na terapia ministrada por via endovenosa, durante curto período de tempo, em sessões, com doses elevadas de corticosteroide, podendo haver associação com imunossupressor antineoplásico (REIS, et al., 2007). No LES é utilizada quando há comprometimento multivisceral, lesões em órgãos nobres como rins, pulmões, cérebro e lesões cutâneas (SATO, 2002).
A fisioterapia também se constitui em importante fator no tratamento do paciente com LES, tendo em vista que por meio de exercícios e manobras específicas, é possível obter manutenção e melhora das funções cardiorrespiratórias e musculares. Os exercícios fisioterápicos devem sempre visar à melhora da funcionalidade dos pacientes, minimizando os sintomas apresentados pela doença (ENDERLE, et al., 2019). 
No que se refere ao tratamento não farmacológico, a sociedade brasileira de reumatologia indica que, as pessoas com LES devem ter cuidado especiais com a saúde incluindo atenção com a alimentação, repouso adequado,evitar condições que provoquem estresse e atenção rigorosa com medidas de higiene. Idealmente devem-se evitar alimentos ricos em gorduras e o álcool. Outra medida de ordem geral é evitar os anticoncepcionais com estrogênio e o cigarro (tabagismo), ambas as condições claramente relacionadas à piora dos sintomas. É necessário enfatizar a importância do uso dos fotoprotetores que devem ser aplicados diariamente em todas as áreas expostas à claridade. O produto deve ser reaplicado, ao longo do dia, para assegurar o seu efeito protetor. Em alguns casos podem ser usados cremes com corticosteroides ou com tacrolimus aplicados nas lesões de pele (SBR, 2020).
Os procedimentos cirúrgicos e a gravidez podem ser mais complicados e tais pessoas precisam de supervisão médica atenta. As mulheres devem evitar engravidar durante uma crise. Como o micofenolato de mofetila e outros medicamentos causam defeitos congênitos, as mulheres devem esperar até que a doença esteja controlada por seis meses ou mais. De uma forma geral, quando o tratamento é feito de forma adequada, incluindo o uso correto dos medicamentos em suas doses e horários, com a realização dos exames necessários nas épocas certas, comparecimento às consultas nos períodos recomendados, é possível obter um bom controle da doença e melhorar a qualidade de vida das pessoas com LES (NEVARES, 2020).
10. CUIDADOS E O PAPEL DA ENFERMAGEM 
A necessidade de conhecer o cliente de outra perspectiva, e não apenas um integrante do processo saúde-doença, faz com que destaque-se a importância de individualizar o cuidado, assim tratando-o como sujeito, cidadão. Assim como, a assistência seja prestada de forma sistemática, holística e humanizada de acordo com a necessidade de cada um, colocando-o no centro das ações, principalmente quando se trata de pessoas com doenças crônicas que necessitam de um acompanhamento especial de supervisão, observação e cuidados (ALMEIDA, et al., 2013). 
O Processo de Enfermagem é a essência da assistência em enfermagem e consiste em um conjunto de ações que buscam a identificação e resolução de problemas de saúde do cliente, em que este passa a ser observado e cuidado de forma integral através de ações sistematizadas cuidados (ALMEIDA, et al., 2013). A enfermagem é referenciada quando se trata de sistematizar e humanizar o cuidado, devido às relações interpessoais criadas, propiciando uma aproximação entre cliente-profissional.
Nos pacientes com LES as ações de enfermagem devem promover estratégias para diminuir os danos decorrentes da doença e redução da morbidade induzida pelo tratamento. Embora o tratamento deva ser feito individualmente para cada paciente, conforme gravidade da doença e necessidades de cada organismo; há diversos aspectos envolvidos (COSTA, et al., 2018). 
Os longos períodos de internação a que tais pessoas estão propensas que, em muitos casos, causam dependência física e emocional, favorecem a aplicação de um instrumento de sistematização da assistência de enfermagem, que permita uma visão global do ser humano assistido (REIS, et al., 2007). Os cuidados e ações de enfermagem se baseiam no diagnóstico de enfermagem, estes, são encontrados através da coleta de dados na entrevista e exame físico. Os problemas comuns nos pacientes com LES incluem:
Quadro 1 – Aplicação do diagnóstico de enfermagaem segundo Wanda Horta.
	PROBLEMA DE ENFERMAGEM
	NECESSIDADES HUMANAS BÁSICAS
	PLANO ASSISTENCIAL
	Lesões cutâneas
	Integridade cutaneomucosa
	F: Verificar os SSVV, examinar diariamente a pele, controle hídrico, administração da medicação prescrita.
A: quanto à limpeza das lesões com sabonete antibacteriano e na movimentação do paciente.
O: Orientar sobre a doença e a terapêutica; quanto ao uso de proteção durante exposição ao sol; sobre a hidratação efetiva da pele; explicar das possíveis reações adversas da farmacoterapia; sobre a nutrição adequada para o funcionamento do sistema imune.
S: supervisionar a resposta ao tratamento, a terapêutica e o autocuidado; acessos venosos e outros dispositivos invasivos quanto a sinais flogísticos Assim como, os fatores de risco.
E: Reumatologista. Nutricionista. Fisioterapeuta.
	Problemas na autoestima;
	Autoestima
	
	Dificuldade de movimento;
	Mobilidade 
	
	Dor aguda;
	Percepção dolorosa
	
	Déficit de conhecimento;
	Educação em Saúde
	
	Problemas no autocuidado;
	Cuidado corporal
	
	Riscos de infecção relacionados à imunossupressão;
	Integridade Física
	
Quadro 2 – Principais cuidados de Enfermagem em pacientes diagnosticados com Lúpus Eritematoso Sistêmico.
	PLANO DE CUIDADOS
	· Avaliar sinais vitais 3x ao dia;
· Avaliar nível de edema de 6/6 horas;
· Realizar controle Hídrico; 
· Avaliar a integridade da pele continuamente; 
· Avaliar a melhora e a aceitação da pele com a prescrição medicamentosa diariamente; 
· Promover ambiente calmo para sono e repouso;
· Avaliar estado geral e nutricional continuamente;
· Avaliar acessos venosos e outros dispositivos quanto a sinais flogísticos diariamente;
· Avaliar a dor e promover ambiente tranquilo diariamente;
· Evitar leitos com incidência direta de luz solar;
· Oferecer cremes à base de ureia para hidratação da pele;
· Incentivar e orientar sobre o autocuidado;
· Fornecer informações suficientes sobre a doença e a terapêutica;
· Oferecer apoio emocional para enfrentamento das mudanças corporais.
Sendo que a assistência de enfermagem deve ser voltada ao fornecimento de informações sobre a doença, os cuidados de controle diário e suporte social, além de atentar para a exposição solar ou ultravioleta pela capacidade de aumentar ou exacerbar a atividade da doença (SMELTZER, et al., 2005). As orientações de enfermagem, assim como a sistematização do cuidado são essenciais para o tratamento e a melhora da condição clinica desse cliente. O ensino do autocuidado ao paciente portador de LES é um aspecto essencial da assistência de enfermagem por promover maior independência ao individuo no momento de lidar com alterações relacionadas ao distúrbio, ao regime terapêutico, às reações adversas de medicamentos e à sua segurança em casa (SMELTZER, et al., 2005). 
O portador de LES necessita de constante vigilância na tentativa de manter a remissão da doença. Difere-se de outras doenças crônicas por apresentar fases assintomáticas, existindo a tendência, por parte do paciente, de negligenciar nos cuidados com a saúde frente às medidas de prevenção secundária (MATTJE, et al., 2006). As intervenções de enfermagem são a voltada para o cuidado das necessidades básicas afetadas, assim como para prevenção das complicações advindas da doença e para a promoção da qualidade de vida. 
11. CONCLUSÃO
O presente trabalho buscou abordar o que há de mais relevante na literatura acerca do Lúpus Eritematoso Sistêmico, reunindo informações necessárias para o estudo e compreensão dessa patologia, bem como seu diagnóstico e os cuidados a serem prestados pela equipe multiprofissional, especialmente a Enfermagem para promoção e manutenção da saúde desses pacientes. 
Por seu caráter raro, crônico, multissistêmica, de natureza autoimune e a ausência de cura, a abordagem terapêutica do LES foca em medidas relacionada à mudança de hábitos/estilo de vida, apoio psicológico, educação em saúde, controle de fatores de risco e exige um tratamento humanizado e individualizado, que conduza ao conhecimento das suas necessidades e à melhora da qualidade de vida.
Fica claro, portanto, a necessidade e importância da equipe de Enfermagem no cuidado ao paciente com LES, tendo em vista que é responsável pelo acompanhamento e orientação do paciente e suas famílias, ensinando sobre a prática do autocuidado para que tenha autonomia e participação ativa no próprio tratamento, e oferecendo um ambiente acolhedor e apoio quando necessário. Assim, será construído um vínculo entre profissionais e pacientes, garantindo a integralidade da assistência.
12. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ALMEIDA, R. A. de; PEQUENO, G. A.; ALMEIDA, F. das C. A. de; BASTOS, R. A. A.; BARROS, M. E. S. Aplicandoo Processo de Enfermagem no Cuidar de um Paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico. Revista Brasileira de Ciências da Saúde, João Pessoa, v. 17, n. 2, p. 121–126, 2013.
2. AYACHE, D. C; COSTA, I. P. Alterações da personalidade no lúpus eritematoso sistêmico. Revista Brasileira de Reumatologia. 2005, v. 45, n. 5.
3. BITTENCOURT, G. K. G. D.; BESERRA, P. J. F.; NÓBREGA, M. M. L. da. Assistência de enfermagem a paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico utilizando a CIPE. Revista Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 29, n. 1, p. 26-32, mar. 2008.
4. BORBA, E. F.; LATORRE, L. C.; BRENOL, J. C. T.; KAYSER, C.; SILVA, N. A. da; ZIMMERMANN, A. F.; PÁDUA, P. M. de; COSTALLAT, L. T. L.; BONFÁ, E.; SATO, E. I. Consenso de Lúpus Eritematoso Sistêmico. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 48, n. 4, pg. 196-207, jul-ago. 2008.
5. CORRÊA, R. D; et al. “O que você sempre quis saber sobre lúpus e nunca teve coragem de perguntar”: proposta de programa de educação do paciente. Rev. Med. Minas Gerais. 2015; 2.
6. COSTA, L. M. et al. Lúpus eritematoso sistêmico: incidência e tratamento em mulheres. Revista Uningá Rewiel, 2018; 20 (1): 81-86.
7. ENDERLE, D. C. et al. Manifestações clínicas do lúpus eritematoso sistêmico (LES). Facider Revista Científica, Colider. 2019; (12): 1-9.
8. GUERREIRO, M. G. U. et al. Qualidade de vida e sofrimento psíquico em mulheres com lúpus eritematoso sistêmico. Revista Saúde e Desenvolvimento. 2019.
9. MATTJE G. D; et. al. Experiências de vida com Lúpus Eritematoso Sistêmico como relatados na perspectiva de pacientes ambulatoriais no Brasil: um estudo clínico-qualitativo. Revista Latino-Americana de Enfermagem, 2007; 14 (4): 475-82.
10. NEVARES, A. M. Lúpus eritematoso sistêmico (LES). Manual MSD. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/disttúrbios-ósseos,-articulares-e-musculares/doenças-autoimunes-do-tecido-conjuntivo/lúous-eritematoso-sistêmico-les> Acesso em: 20 de jul. de 2021.
11. REIS, M. G. dos; LOUREIRO, M. D. R.; SILVA, M. da G. da. Aplicação da metodologia da assistência a pacientes com Lúpus Eritematoso Sistêmico em pulsoterapia: uma experiência docente. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 60, n. 2, p. 229-232, mar-abr. 2007.
12. REIS, T. S. dos. A enfermagem no tratamento dos lúpus eritematoso sistêmico: a modernização da terapia. Brazilian Journal of Health Review, Curitiba, v. 6, n. 6, p. 6710-6726, jun. 2020.
13. SANDRI, J. B. et al. Aspectos gerais do lúpus eritematoso sistêmico. Caderno Saúde e Desenvolvimento. 2019.
14. SATO E. I. Consenso Brasileiro para o Tratamento do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). Rev Bras Reumatol, 2002; 42(6): 355-61.
15. SANTOS, L. M. O. et al. Mulheres com lúpus eritematoso sistêmico, sintomas depressivos e apoio social. Psicologia, Saúde & Doenças. 2017;
16. SKARE, T. L. et al. Infecções e lúpus eritematoso sistêmico. Einstein. 2016.
17. Sociedade Brasileira de Reumatologia. Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) – Cartilha da SBR. Disponível em: <https://www.reumatologia.org.br/orientacoes-ao-paciente/lupus-eritematoso-sistemico-les-cartilha-da-sbr/>. Acesso em: 20 de jul. 2021.
18. SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA: Lúpus Eritematoso Sistêmico: acometimento cutâneo/articular. Revista da Associação Médica Brasileira, 2006.
19. SMELTZER, S. C. et al. Brunner & Suddarth: tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
13. 
APÊNDICE A: FOLDER
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO
 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM
 
CURSO DE ENFERMAGEM
 
DISCIPLINA: 
SAÚDE DO ADULTO I
 
DOCENTE
S
: 
PROFª. Ms. 
CAMILA EVANGELISTA CARNIB NASCIMENTO
, 
PROF
º. Dr. LEONEL 
LUCAS SMITH DE MESQUITA
, 
PROFª. Drª. 
ROSILDA SILVA DIAS
 
 
 
 
 
 
 
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UMA REVISÃO LITERÁRIA
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS 
-
 
MA
 
2021
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO 
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE 
DEPARTAMENTO DE ENFERMAGEM 
CURSO DE ENFERMAGEM 
DISCIPLINA: SAÚDE DO ADULTO I 
DOCENTES: PROFª. Ms. CAMILA EVANGELISTA CARNIB NASCIMENTO, 
PROFº. Dr. LEONEL LUCAS SMITH DE MESQUITA, PROFª. Drª. 
ROSILDA SILVA DIAS 
 
 
 
 
 
 
 
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO: UMA REVISÃO LITERÁRIA 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO LUÍS - MA 
2021

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