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1 Gestação Ectópica Rota e Doença Inflamatória Pélvica Professor: Canuto – Aula: II Letícia Moreira Batista Gestação Ectópica Rota: Gestação ectópica: Óvulo fecundado que vai parar em outro lugar, que não seja a cavidade uterina Tuba uterina – 80 a 90% Normalmente se rompe em até 7s Clínica: Dor em fossa ilíaca (D/E) – Faz diagnóstico diferencial com apendicite Atraso ou irregularidade menstrual Sangramento vaginal Perguntar: DUM e qual o método contraceptivo utilizado – NÃO perguntar qual a possibilidade de gestação. Sangramento vaginal (Produz menos HCG do que o normal) – Normalmente em borra de café Fatores de risco: DIP Infecções genitais Uso de DIU Cirurgia tubária prévia Gravidez ectópica anterior Endometriose Reprodução assistida Contracepção de emergência Exame físico: Sinais vitais – A paciente pode chegar chocada, caso seja uma Gravidez Ectópica Rota Abdome: Se sangramento intracavitário, pode haver sinais de peritonite Especular Toque (colo arroxeado e amolecido) Massa anexial dolorosa pode ser palpada Diagnóstico: BHC: >2000 - 3000 mUI/ml Obs: Gestação ectópica significa valores menores do que os comumente observados na gestação normal em mesma IG. Em gestação normal, BHCG costuma duplicar entre 37-72h e se em 2 dosagens consecutivas o aumento for menor que 54%, trata-se de gestação ectópica em 85% das vezes USG TV o Cavidade uterina vazia o Saco gestacional extrauterino o Presença de anel tubário o Halo ecogênico Diagnóstico diferencial: Ameaça de aborto | Aborto – Dificilmente dá instabilidade hemodinãmica DIP (Lembrando que não se aplica na obstétricia) Rotura de cisto folicular e rotura de corpo lúteo Torção de ovário Apendicite Litíase renal, etc Tratamento: Depende do estado hemodinâmico da paciente, integridade tubária e desejo de ter filhos 1. Paciente instável: Gestação ectópica rota Ressuscitação volêmica Laparotomia | Lavagem com soro | Identifica trompa | Salpingectomia ou salpingostomia Se a mulher ainda queira ter filhos, prefere-se a via laparoscópica, pois evita manipulações excessivas e diminui as aderências aos órgãos pélvicos Casos Duvidosos: Massa anexal indefinida Beta HCG a cima de 1.500, com útero vazio – Pensar em gravidez ectópica Se beta HCG <1500 e útero vazio: Repetir o beta HCG em 48h – Se diminuir, aborto. Se aumentou, mas aumentou pouco (<50%), provável gravidez ectópica. 2 2. Paciente estável: Ectópica íntegra Laparoscopia x metotrexato – Quimioterápico que degrada o produto conceptual (Tem critérios) IMPORTANTE: Isoimunização em qualquer condição que haja sangramento, até a alta a imunoglobulina deve ser administrada Doença Inflamatória Pélvica – DIP: Definição: É uma infecção do trato genital feminino superior, ou seja, acima do orifício interno do colo do útero, envolvendo útero, tubas e ovários. Pode afetar também o peritônio e os órgãos abdominais adjacentes. A DIP pode incluir quadros de endometrite, miometrite, salpingite, ooforite, abcesso tubo-ovariano e peritonite pélvica. Infecção POLIMICROBIANA: Clamídia e gonorreia só iniciam a infecção, com gram +, - e germes anaeróbicos (provenientes da vagina) Epidemiologia: Frequentemente em mulheres jovens com atividade sexual desprotegida Maior prevalência em pacientes com baixo nível socioeconâmico, multiplicidade de parceiros sexuais e antecedentes de outras IST’s Subdiagnosticada Quadro clínico: Dor pélvica aguda ou insidiosa Corrimento vaginal purulento, com ou sem odor fétido Disuria e dispareunia Náuseas e vômitos – Surgem quando há acomentimento peritoneal (abcessos tubo-ovarianos) Febre e calafrios Metrorragia: Quando há envolvimento endometrial Astenia Dor a mobilização uterina e palpação dos anexos Tensão abdominal nos quadrantes inferiores do abdome, distensão abdominal e ausência ou diminuição dos ruídos hidroaéreos Sequelas: Gestação ectópica e quadros de infertilidade, além de dor pélvica crônica Diagnóstico: É CLÍNICO, com 3 critérios maiores Dor abdominal infraumbilical ou dor pélvica Dor a palpação dos anexos Dor a mobilização do colo do útero +1 critério menor: Febre, corrimento, massa pélvica, leucocitose, PCR ou VHS aumentados, mais de 5 leucócitos p/c de imersão em secreção de endocérvice, comprovação laboratorial de infecção cervical por gonococo ou clamídia ou micoplasma). Ou na presença de apenas um critério ELABORADO (evidência histopatológica de endometrite, abcesso tubo-ovariano ou em fundo de saco de Douglas em USG, RM, VLSC com evidências de DIP) Exames complementares: Microscopia de secreção vaginal Hemograma: Leucocitose com desvio a esquerda Na suspeita de DIP, é importante pesquisar outras DST’s: VDRL, elisa HIV, hepatite B Mulheres em idade fértil: BHCG Urina rotina USG TV se suspeita de abcesso, se não houver melhora ou se paciente apresentar critérios de graviade Diagnósticos diferenciais: Gestação ectópica Apendicite aguda Infecção do trato urinário Litíase ureteral Torção anexial Rotura de cisto ovariano 3 Endometriose Mioma degenerado ou torcido Diverticulite Tratamento: 1. Antibiótico: DIP é Coisa Do Mal – Ceftriaxona + doxicilina + metronidazol Obs: Injetáveis inicialmente, mas podem ser adm por via oral após 48h sem febre Paciente pode continuar o tratamento em casa, se isso for possível (se for capaz de exercer autocuidado, confiável), após +48h 2. Cirúrgico: Falha no tratamento clínico Massa pélvica que se mantém ou aumenta apesar do tratamento clínico Suspeita de rotura de abcesso tubo-ovariano Hemoperitôneo Abcesso de fundo de saco de Douglas Salpingooforectomia – anexetomia, lavagem e drenagem
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