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Direito Penal Extinção da Punibilidade Artigos Principais 1. Ementa: Código Penal 93 ao 120. 2. Esses Slides: CP 109 a 118 (Prescrição) Prescrição 1. Direito Penal - Parte Geral - Vol.1 (2017) - Cleber Masson. PÁGINA 1036 (1063 do PDF) 2. CURSO DE DIREITO PENAL V. 1 - PARTE GERAL - CAPEZ - 22ED – 2018 PÁGINA 975 3. Direito Penal - Parte Geral - Volume 1 - André Estefam – 2018 PÁGINA 580 4. Direito-Penal-Volume-Único-Japiassu e Artur de Brito Gueiros Souza -2018 PÁGINA 793 5. TRATADO DE DIREITO PENAL - VOL 1 - PARTE GERAL - BITENCOURT - 24ED – 2018 PÁGINA 1424 Prescrição A prescrição criminal é o tema mais complexo que abordaremos nesse semestre. É desnecessariamente complicado e um instituto que privilegia quem possui recursos para protelar um processo judicial almejando a impunidade pelo decurso do tempo. Críticas à parte, estando previsto em lei, é de observância obrigatória pelos operadores jurídicos. Prescrição 2. CAPEZ Perda do direito-poder-dever de punir pelo Estado em face do não exercício da pretensão punitiva (interesse em aplicar a pena) ou da pretensão executória (interesse de executá-la) durante certo tempo. 3. Estefam: Prescrição é a transmissão da noção de aquisição ou extinção de direitos em virtude do fator cronológico. O lapso temporal pode, como dito, acarretar a aquisição de direitos, tornando inatacável e inabalável a situação que o titular vem exercendo continuamente (prescrição aquisitiva). Pode, ao contrário, conduzir a extinção de determinada relação jurídica, por não ter sido exercitada, dentro de certo período, por seu titular (prescrição extintiva) Prescrição O Estado possui duas pretensões: a de punir e a de executar a punição do delinquente. Por conseguinte, só podem existir duas extinções. Existem, portanto, apenas duas espécies de prescrição: (i) prescrição da pretensão punitiva (PPP); (ii) prescrição da pretensão executória (PPE). Não se admite prescrição antecipada ou virtual, com base em possível pena em abstrato. É obrigatória a concretização dos termos estabelecidos em lei. 438 STJ. Prescrição O Estado possui duas pretensões: a de punir e a de executar a punição do delinquente. Por conseguinte, só podem existir duas extinções. Existem, portanto, apenas duas espécies de prescrição: (i) prescrição da pretensão punitiva (PPP); (ii) prescrição da pretensão executória (PPE). Não se admite prescrição antecipada ou virtual, com base em possível pena em abstrato. É obrigatória a concretização dos termos estabelecidos em lei. 438 STJ. Prescrição Atualmente o CNJ fornece 2 calculadoras de prescrição, para a prescrição da pretensão punitiva que calcula em abstrato e em concreto e da pretensão da punição executória. http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario-e-execucao- penal/calculadora-de-prescricao-da-pretensao-punitiva http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario-e-execucao- penal/calculadora-de-prescricao-da-pretensao-executoria O uso é simples, e muitas vezes os sistemas de automação da justiça já fazem o cálculo diretamente. http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario-e-execucao-penal/calculadora-de-prescricao-da-pretensao-punitiva Prescrição Fundamentos São os seguintes: (i) inconveniência da aplicação da pena muito tempo após a prática da infração penal; (ii) combate à ineficiência: o Estado deve ser compelido a agir dentro de prazos determinados. Cezar Bitencourt –, o longo lapso de tempo decorrido sem que o réu haja praticado outro delito, evidencia que, por si mesmo, ele foi capaz de alcançar o fim que a pena tem em vista, “que é o de sua readaptação ou reajustamento social”. Prescrição 5. BITENCOURT o tempo muda a constituição psíquica do culpado, pois eliminou-se o nexo psicológico entre o fato e o agente; na verdade, com longo decurso de tempo, será “outro indivíduo” quem irá sofrer a pena, e não aquele que, em outras circunstâncias, praticou o crime no passado. Prescrição Via de Regra a Prescrição ocorre depois da decadência, pois o menor prazo prescricional é de 1 ano para a multa (com o redutor de metade). Entretanto, na excepcional hipóteses de suspensão da decadência pela menoridade é possível que a situação se inverta. Prescrição Só existem duas hipóteses na lei brasileira em que não correrá a prescrição penal: (i) crimes de racismo, assim definidos na Lei n. 7.716/89 (CF, art. 5º, XLII); e (ii) as ações de grupos armados, civis ou militares, contra a ordem constitucional e o Estado Democrático, assim definidas na Lei de Segurança Nacional (Lei n. 7.170/83). *Estefam nas páginas 583 a 585 faz uma interpretação que racismo abrange homofobia. Não prospera, mas a argumentação é interessante. Prescrição O Estatuto de Roma (Tribunal Penal Internacional) aduz serem os delitos de sua jurisdição imprescritíveis. a) O crime de genocídio; b) Crimes contra a humanidade; c) Crimes de guerra; d) O crime de agressão. Mais detalhes em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4388.htm Prescrição Natureza penal ou processual penal 4. Japiassu: Sobre o assunto, discute-se se a prescrição é instituto de Direito Penal ou Processual Penal. A favor do primeiro argumento, tem-se que ela atinge o direito de punir do Estado, sendo, portanto, inequívoca a sua natureza material. Ao revés, a favor do segundo, tem-se que, historicamente, a prescrição objetivou paralisar o prosseguimento da demanda penal contra o infrator, sendo certo que não apenas a sua contagem, mas, também, as hipóteses de suspensão ou interrupção, estariam vinculadas aos institutos processuais penais. Prescrição Há quem defenda ser de natureza mista. Na prática o STF aduz ser PENAL, ao analisar a mudança da Lei nº 9.271/1996, que alterou o art. 366, do CPP, dispondo que se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, deve o juiz decretar a suspensão tanto do processo como do curso do prazo prescricional. Enquanto a primeira providência (suspensão do processo) era benéfica aos réus revéis ao tempo da promulgação da Lei nº 9.271/1996, a segunda (suspensão da prescrição), lhes era maléfica. Sendo assim, partindo da premissa de que não se pode “cindir” o art. 366, o entendimento que se formou foi no sentido da sua inaplicabilidade aos processos em curso, apesar da sua localização no CPP Prescrição Nesse mesmo sentido, as alterações promovidas pela Lei nº 12.234/2010, ampliando o prazo mínimo de prescrição (de dois para três anos) e excluindo a possibilidade de prescrição antes do recebimento da denúncia (prescrição retroativa), não têm efeito retroativo e somente são aplicáveis aos fatos delituosos ocorridos depois da sua entrada em vigor. Por conta da mesma razão – isto é, sua natureza material –, a prescrição obedece à regra PENAL do art. 10, do CP, ou seja, o dia do começo inclui-se no cômputo do seu prazo e exclui o do final, ao invés da regra PROCESSUAL do art. 798, § 1º, do CPP, que exclui do prazo o dia do começo, incluindo, porém, o do vencimento. Prescrição A prescrição da pretensão punitiva impede todos os efeitos possíveis de uma condenação penal, enquanto a prescrição da pretensão executória apenas extingue o efeito principal da condenação, consistente na imposição da sanção penal (os demais efeitos penais e extrapenais subsistem). Assim que for constatada a ocorrência da prescrição, a persecução penal deve ser encerrada, onde quer que se encontre (CPP, art. 61), sob pena de caracterizar-se constrangimento ilegal, passível de correção via habeas corpus (CPP, art. 648, VII). Prescrição Prescrição da Pretensão punitiva. Ocorre antes do trânsito em julgado. Efeitos: (i) impede o início (trancamento de inquérito policial) ou interrompe a persecução penal em juízo; (ii) afasta todos os efeitos, principais e secundários, penais e extrapenais, da condenação, razão pela qual a condenação não podeconstar da folha de antecedentes, exceto quando requisitada por juiz criminal, já que a extinção da punibilidade nessa modalidade de prescrição não rescinde a sentença condenatória (TRF, ACR 119809320124013900). Prescrição (i) PPP propriamente dita: calculada com base na maior pena prevista no tipo legal (pena abstrata); (ii) PPP intercorrente ou superveniente à sentença condenatória: calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória e aplicável sempre após a condenação de primeira instância; Prescrição (iii) PPP retroativa: calculada com base na pena efetivamente fixada pelo juiz na sentença condenatória e aplicável da sentença condenatória para trás. Não poderá, entretanto, ter por termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa, para crimes cometidos após 5 de maio de 2010. (iv) PPP antecipada, projetada, perspectiva ou virtual: reconhecida, antecipadamente, com base na provável pena fixada na futura condenação. Não é aceita pela lei ou jurisprudência. Prescrição Vamos Revisar e organizar. A PPP pode ocorrer de duas formas. Primeiro com a pena máxima em abstrato, ou pena máxima hipotética. Isso pode ocorrer antes mesmo do processo ou no meio do processo. A segunda opção é com a pena já definida (trânsito em julgado para a acusação), Súmula 146 STF. Isso pode ocorrer para a frente ou de forma retroativa, usando a pena em concreto no tempo que já passou. A PPE só pode ocorrer depois do TJ para todos os envolvidos, com a pena em concreto! Prescrição A prescrição pode ser calculada com base na pena em abstrato (pena máxima) ou na pena em concreto (se já sentenciado e sem recurso do MP). Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. Prescrição A prescrição pode ser calculada com base na pena em abstrato (pena máxima) ou na pena em concreto (se já sentenciado e sem recurso do MP). Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-se I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excede a doze; III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. Prescrição Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as privativas de liberdade. Crime que prevê pena APENAS de Multa – 2anos. Se o crime prevê outra pena além da multa – a pena de liberdade, seja alternativamente ou cumulativamente, se em abstrato. Se for aplicada concretamente só a multa na sentença – 2 anos. Quando imposta na sentença condenatória, cumulativamente com pena privativa de liberdade, a multa prescreverá no mesmo prazo desta, obedecendo ao princípio estabelecido no art. 118 do CP, de que as penas mais leves (multas) prescrevem junto com as mais graves (privativas de liberdade). Prescrição A prescrição da pretensão executória da multa dar-se-á sempre em 5 anos, e a execução será feita separadamente da pena privativa de liberdade, perante a Vara da Fazenda Pública, uma vez que a nova lei determinou que, para fins de execução, a pena pecuniária fosse considerada dívida de valor. Dessa forma, o prazo prescricional (5 anos), as causas interruptivas e suspensivas da prescrição, a competência e o procedimento para a cobrança passam a ser os da legislação tributária, cf. art. 51 do CP. Prescrição Para crimes cometidos até 5/5/2010 – Para penas de até 1 anos a prescrição ocorria em 2 anos. A prescrição poderia ser retroativa antes da denúncia ou queixa. Prescrição Na Lei de Drogas, prevê-se o biênio para a prescrição relativa ao porte de droga para consumo próprio (art. 30 da Lei n. 11.343/2006), cujo tipo penal comina somente penas restritivas de direitos. O cálculo da prescrição criminal é bem simples se quebrado em duas etapas. A primeira etapa você se concentra em saber o tempo que vai demorar. A segunda você analisa os marcos temporais e conta se o tempo se concretizou. Não se esqueça que a contagem do prazo é PENAL! Prescrição A prescrição é contada em diversos períodos, que resultam da combinação dos possíveis termos iniciais (CP, art. 111) com as causas interruptivas (CP, art. 117). A contagem, repise-se, obedece à forma do art. 10 do CP, computando-se o termo inicial e excluindo-se o termo final. Os anos e meses são contados de acordo com o calendário comum, podendo ter, respectivamente, 365 ou 366 dias, e 28, 29, 30 ou 31 dias. Exemplo: se determinado crime prescreve em dois anos e foi consumado em 10 de fevereiro de 2009, terá como termo inicial esse mesmo dia e como termo final o dia 9 de fevereiro de 2011. Prescrição Circunstâncias judiciais: Não influem no cálculo da PPP pela pena abstrata. Circunstâncias judiciais são os critérios gerais de fixação de pena previstos no art. 59 do CP e levados em conta na primeira fase de fixação de pena. Não podem fazer com que a pena saia de seus limites legais. Por mais favoráveis que sejam, não podem levar a pena abaixo do mínimo, e, por piores, não poderão exceder o máximo (CP, art. 59, II). Se a pena não pode, nessa fase, restar superior ao máximo cominado no tipo, tais circunstâncias não serão levadas em consideração para o cálculo da prescrição pela pena abstrata, pois, ainda que todas incidissem para agravá-la, esta não poderia ficar além do máximo cominado. Prescrição Já as circunstâncias atenuantes e agravantes via de regra não influenciam na PPP, pois também não podem alterar a pena além ou abaixo dos limites legais. Todavia, ser o agente menor de 21 (vinte e um), na data do fato (tempo do crime – art. 4º - da ação ou omissão), ou maior de 70 (setenta) anos, na data da sentença, além de atenuante, também reduz pela metade prazo da PPP. Cuidado que a prescrição é contada do RESULTADO! A PPE é agravada em 1/3 pelo reincidência. Só a PPE! Prescrição Causas de aumento e de diminuição São aquelas que aumentam ou diminuem a pena em proporções fixas, como 1/3, 1/6, 1/2, 2/3 etc. Por exemplo, tentativa (CP, art. 14, parágrafo único), participação de menor importância (CP, art. 29, § 1º), responsabilidade diminuída (CP, art. 26, parágrafo único), crime continuado (CP, art. 71) e assim por diante. São levadas em consideração na última fase de fixação da pena e podem fazer com que esta saia de seus limites legais. Por permitirem que a pena fique inferior ao mínimo ou superior ao máximo, devem ser levadas em conta no cálculo da prescrição pela pena abstrata. Prescrição Causas de aumento e de diminuição São aquelas que aumentam ou diminuem a pena em proporções fixas, como 1/3, 1/6, 1/2, 2/3 etc. Por exemplo, tentativa (CP, art. 14, parágrafo único), participação de menor importância (CP, art. 29, § 1º), responsabilidade diminuída (CP, art. 26, parágrafo único), crime continuado (CP, art. 71) e assim por diante. São levadas em consideração naúltima fase de fixação da pena e podem fazer com que esta saia de seus limites legais. Por permitirem que a pena fique inferior ao mínimo ou superior ao máximo, devem ser levadas em conta no cálculo da prescrição pela pena abstrata. Prescrição A detração penal NÃO afeta a contagem da prescrição. Conforme o art. 42, do CP, computa-se, na pena definitiva, o tempo em que o agente esteve preso provisoriamente, no Brasil ou no estrangeiro. Segundo a jurisprudência do STF, esse abatimento do quantum de pena a ser cumprido não acarreta a diminuição dos prazos prescricionais. HC 96287. STF. Min. Cezar Peluso. Segunda Turma. DJ de 22/05/2009. Prescrição Se foi imposta medida de segurança ao semi-imputável, a prescrição é calculada pela pena concretamente aplicada (STJ, HC 121.726/SP 2008/0260128-5; STJ, HC 55.533/SP 2006/0045238-0). Na hipótese de inimputável, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, a prescrição, nesse caso, regula- se pela pena em abstrato, uma vez que a medida de segurança é espécie do gênero sanção penal. O Superior Tribunal de Justiça segue o entendimento, entendendo que a prescrição regula-se pela pena máxima em abstrato (STJ, RHC 39.920/RJ 2013/0260552-4). Prescrição Assim, vamos estabelecer a sequência por etapas para obtenção do tempo para o cálculo da prescrição. Isso vale para PPP. 1) Obter a pena na sentença, caso não tenha recurso do MP que possa aumentar a pena ou a pena máxima em abstrato do fato narrado caso não tenha sentença ou tenha recurso do MP capaz de elevar a pena. 2) analisar a presença de causas de aumento ou diminuição da pena. Não se esqueça de sempre aplicar o maior aumento e/ou a menor diminuição. Aplicar as frações. Irrelevante é a ordem (a ordem dos fatores não altera nem o produto nem o somatório). 3) Depois é só olhar se o agente na data do fato era menor de 21 ou se na data da sentença maior de 70 (ou se no curso do processo completou 70, pois infelizmente ninguém fica mais novo) e reduzir pela metade caso algum dos marcos temporais acima ocorram. Prescrição Não se esqueça de se atentar à data do fato para penas até 1 ano, seja em concreto ou em abstrato. Se até 5.5.2010, o tempo é de 2 anos. Se posterior, 3 anos. Lembrando que a multa é 2 anos se for sozinha no tipo ou sozinha na sentença. Do contrário é aplicado o tempo da pena privativa de liberdade e se for PPE só dela são 5 anos. Depois é só olhar a tabela do 109 do CP! A PPE é calculada pela pena em concreto ou pela pena restante em caso de interrupção do cumprimento da pena. Basta não esquecer de aumentar 1/3 para o reincidente e diminuir pela metade para o menor de 21 na data do fato ou maior de 70 na data da sentença. Simples assim! Aí é só olhar a tabela! Prescrição Agora vem a parte mais complicada. Os termos iniciais, as interrupções e suspensões. Prescrição Termo inicial da PPP – Art. 111 – 1) A consumação do crime. 2. CAPEZ: Observe que o CP adotou a teoria do resultado, para o começo do prazo prescricional, embora, em seu art. 4º, considere que o crime é praticado no momento da ação ou da omissão, ainda que outro seja o do resultado (teoria da atividade). Assim, o crime ocorre no momento em que se dá a ação ou omissão (teoria da atividade), mas, paradoxalmente, a prescrição só começa a correr a partir da sua consumação (teoria do resultado); Prescrição Termo inicial – Art. 111 – 2) no caso de tentativa, no dia em que cessou a atividade: uma vez que, nesta, não há consumação, outro deve ser o termo inicial; 3) nos crimes permanentes, a partir da cessação da permanência: crime permanente é aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo (por exemplo, sequestro). A cada dia se renova o momento consumativo e, com ele, o termo inicial do prazo. Assim, a prescrição só começa a correr na data em que se der o encerramento da conduta, ou seja, com o término da permanência; Prescrição Art. 111- 4) nos crimes de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento de registro civil, a partir da data em que o fato se tornou conhecido da autoridade (delegado de Polícia, juiz de Direito ou promotor de Justiça): são crimes difíceis de ser descobertos, de modo que, se a prescrição começasse a correr a partir da consumação, o Estado perderia sempre o direito de punir. Se o fato é notório, não há necessidade de prova do conhecimento formal da ocorrência, a instauração do inquérito policial ou sua requisição pelo juiz ou promotor de Justiça constituem prova inequívoca do conhecimento do fato pela autoridade; Prescrição Art. 111- 5) nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes: a prescrição começa a correr a partir da data em que a vítima completar 18 anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação penal, para os crime cometidos após 17 de maio de 2012. 3. Estefam traz uma questão interessante: A nova Lei suscita uma interessante questão: qual o termo inicial da prescrição nos crimes contra a dignidade sexual de menores de 18 anos quando a vítima falecer antes de completar a maioridade e antes da propositura da ação penal? A única solução que se afigura razoável, em nosso modo de ver, é considerar que o prazo deve fluir a partir da data do falecimento do ofendido. Ressalte-se que a maioria da doutrina privilegia o cálculo que beneficia o réu. Prescrição Art. 119- 1) no crime continuado: a prescrição incide isoladamente sobre cada um dos crimes componentes da cadeia de continuidade delitiva (art. 119 do CP), como se não houvesse concurso de crimes. Segundo a Súmula 497 do STF: “Quando se tratar de crime continuado, a prescrição regula-se pela pena imposta na sentença, não se computando o acréscimo decorrente da continuação”; Prescrição Art. 119- 2) nos casos de concurso material e formal: a prescrição incide isoladamente sobre cada resultado autonomamente (art. 119 do CP), como se não existisse qualquer concurso. Por exemplo, dirigindo em alta velocidade, Tício provoca acidente, matando duas pessoas, em concurso formal; uma morre na hora e a outra, 6 meses depois; a prescrição do primeiro homicídio começa a correr 6 meses antes da prescrição do segundo. Nos casos de concurso material, segue-se a mesma regra; Prescrição Causas interruptivas da prescrição São aquelas que obstam o curso da prescrição, fazendo com que este se reinicie do zero, desprezando o tempo já decorrido. São, portanto, aquelas que “zeram” o prazo prescricional. São as seguintes: 1) a publicação do despacho que recebe a denúncia ou queixa (data em que o juiz entrega em cartório a decisão) interrompe a prescrição. O recebimento do aditamento à denúncia ou à queixa não interrompe a prescrição, a não ser que seja incluído novo crime, caso em que a interrupção só se dará com relação a esse novo crime. A rejeição também não interrompe. Prescrição A rejeição da denúncia ou queixa não interrompe a prescrição. Entretanto, caso haja recurso contra a decisão de rejeição, o acórdão do tribunal que provê o inconformismo da acusação acarreta a referida interrupção. A anulação, na instância superior, da decisão judicial de recebimento, acarretará a desconsideração jurídica da mencionada interrupção. O recebimento da denúncia por Juízo incompetente não interrompe a prescrição. Prescrição Na atualidade, oferecida a denúncia ou queixa, o juiz, se não a rejeitar liminarmente, “recebê-la-á e ordenará a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias” (art. 396, do CPP, com a redação da Lei nº 11.719/2008). Após a fase de defesa preliminar, o juiz fará nova apreciação da inicial da ação penal, realizando, caso não absolva sumariamente o acusado, um novo recebimento da denúncia ou queixa, designando dia e hora para audiência e demais trâmites procedimentais (art. 399, do CPP, com a redação da Lei nº 11.719/2008). Prescrição Em que pese a controvérsiadoutrinária, o melhor entendimento é no sentido de que o primeiro recebimento é que interrompe a prescrição (art. 396, do CPP). Isso porque o recebimento da peça acusatória é imperativo, salvo se não for o caso de indeferimento liminar. Ademais o segundo marco seria prejudicial ao réu, violando o princípio interpretativo do direito penal da melhor interpretação pro réu. Prescrição 2) Pronúncia: Interrompe a prescrição não apenas para os crimes dolosos contra a vida, mas também com relação aos delitos conexos. Se o júri desclassifica o crime para não doloso contra a vida, nem por isso a pronúncia anterior perdeu seu efeito interruptivo (Súmula 191 do STJ). 3) acórdão confirmatório da pronúncia- Da decisão de pronúncia cabe Recurso em Sentido Estrito – A decisão que denega o RESE interrompe novamente a prescrição. Prescrição 4. Japiassu Se o juiz não se convencer da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de autoria ou de participação, impronunciado o acusado (art. 414, do CPP, com a redação da Lei nº 11.689/2008), poderá a acusação obter, em grau de recurso, a reversão dessa decisão. Haverá, na data do acórdão de pronúncia, a interrupção do curso da prescrição. Da mesma forma, interromper-se-á o lapso prescricional a reforma, na instância ad quem, de decisões de absolvição sumária ou de desclassificação pelo juiz da causa (arts. 415 e 419, do CPP, com a redação da Lei nº 11.689/2008). Discordo de tal entendimento. A interpretação literal é apenas para o acórdão confirmatório que denega RESE e esta é a mais favorável ao réu, sendo analogia in malam partem. Prescrição 4) Pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis. A sentença que concede o perdão judicial não interrompe a prescrição, pois se trata de sentença declaratória da extinção da punibilidade (Súmula 18 do STJ). A sentença que reconhece a semi-imputabilidade do acusado interrompe, pois é condenatória; STJ: O acórdão meramente confirmatório de sentença condenatória não interrompe a prescrição. STF: O acórdão interrompe a prescrição. A interpretação literal do dispositivo é a mais adequada e é do STF. Suponhamos que uma pessoa seja absolvida em segundo grau e posteriormente condenada novamente pelo STJ. O acórdão absolutório não interrompe a prescrição! Prescrição 4. Japiassu A nova redação do art. 117, IV, do CP, sacramentou o entendimento no sentido de que não apenas a sentença condenatória recorrível, como, igualmente, o acórdão condenatório recorrível, que confirma a condenação a quo ou que reforma a sentença absolutória de primeiro grau, interrompe a prescrição. No segundo caso, não se discute que a publicação do acórdão que condena o agente, depois de prover recurso da acusação interposto contra sentença absolutória, constitui-se causa interruptiva do lapso prescricional da pretensão punitiva. Prescrição a) um indivíduo é absolvido em primeira instância e vem a ser condenado pelo Tribunal – nesse caso, o acórdão teria força para interromper a prescrição; b) um indivíduo é condenado em primeiro grau e vem a ser também condenado em segundo grau (ou seja, com uma certeza ainda maior) – esse acórdão seria ignorado para efeitos prescricionais. Não há, sistematicamente, justificativa para tratamento díspares. HC 138.088. 1ª T. Rel. p/ acórdão Min. Alexandre de Moraes. Pub. DJe 27/11/2017. Prescrição Em sentido contrário: Capez, Estefam, Bitencourt, Masson dentre outros, aduzindo existir diferença entre acórdão condenatório e confirmatório. STJ: (AgRg no RE nos EDcl no REsp 1301820/RJ, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, CORTE ESPECIAL, julgado em 16/11/2016, DJe 24/11/2016) Prescrição Importante anotar que nossos tribunais superiores fixaram a tese de que recursos especial e extraordinário, negados na origem e considerados inadmissíveis também pelo STJ ou pelo STF, não postergam a data do trânsito em julgado da condenação, que se dá no momento em que se esgota o prazo, no tribunal de origem, para a interposição dos mencionados recursos. Vide STF, HC 126.594; HC 125.054; ARE 737.485 AgR-ED; HC 127.190; ARE 809.173. STJ, 3ª S., EAResp. 386.266-SP. Extremamente criticável tal decisão, pois o trânsito em julgado tecnicamente ocorre quando não cabe mais recurso. Prescrição A data interrupção ocorre na data da publicação da decisão condenatória, ou seja, quando ela é entregue em mãos do escrivão (art. 389, do CPP), se não for proferida em audiência (arts. 403, 493 ou 534, do CPP). Cuidando-se de acórdão, observa Guilherme Nucci que o mesmo se reputa publicado na data da sessão de julgamento pela Câmara ou Turma, não havendo a menor necessidade de se aguardar a redação do acórdão e sua publicação em diário oficial, visto que a sessão é ato público ao qual todos, inclusive as partes, podem assistir. Prescrição 5) pelo início ou continuação do cumprimento da pena. O técnico nem seria dizer interrompe no caso do início – o adequado seria término da PPP, pois em cumprimento a pretensão executória agora. A continuação é instituto da PPE e calculada a prescrição pelo restante da pena. 6) A reincidência não influencia em nada na PPP. Súmula 220 do STJ. Prescrição Art. 117, §1º- Excetuado o início ou continuação do cumprimento da pena e a reincidência, a interrupção da prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles. exemplificativamente, se duas pessoas praticam um crime em concurso e só um deles for processado, o recebimento da denúncia com relação a ele se estende ao outro. Igual situação ocorrerá se os dois forem processados, mas só um for condenado, ou seja, a sentença condenatória que interrompe a prescrição da pretensão punitiva para um dos acusados produz o mesmo efeito no tocante ao outro que for absolvido. Ainda, se um sujeito se vir processado perante o Júri, por exemplo, e somente for pronunciado por uma das infrações penais, a interrupção do prazo ocorrerá no tocante a todos os ilícitos que constarem do processo. Prescrição Causas Suspensivas (ou impeditivas da prescrição): (i) enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o conhecimento da existência do crime: trata-se das questões prejudiciais, ou seja, aquelas cuja solução importa em prejulgamento da causa. Por exemplo, o réu não pode ser condenado pela prática de furto enquanto não resolvido em processo cível se ele é o proprietário da res furtiva. Enquanto o processo criminal estiver suspenso, aguardando a solução da prejudicial no litígio cível, a prescrição também estará suspensa; Prescrição Ressalte-se que o juízo criminal possui competência para decidir todas as questões cíveis, com exceção do estado civil das pessoas. Assim, é obrigatória a suspensão do processo apenas para essas questões, sendo facultativa para as demais, cf arts. 92 e 93 do CPP. Prescrição (ii) enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro por qualquer motivo: salvo se o fato for atípico no Brasil; (iii) na hipótese de suspensão parlamentar do processo: a partir da Emenda Constitucional n. 35, de 20 de dezembro de 2001, não há mais necessidade de licença prévia da Casa respectiva para a instauração de processo contra deputado ou senador. O STF pode receber a denúncia, sem solicitar autorização ao Poder Legislativo. Prescrição Há, no entanto, um controle posterior, uma vez que, recebida a peça acusatória, o Poder Judiciário deverá cientificar a Câmara dos Deputados ou o Senado Federal, conforme o caso, os quais, por maioria absoluta de seus membros (metade mais um), em votação aberta, que deverá realizar-se dentro de prazo máximo de 45 dias, poderão determinar a sustação do processo. A suspensão do processo suspenderá a prescrição, enquanto durar o mandato (CF, art. 53, §§ 3ºa 5º); Prescrição (iv) durante o prazo de suspensão condicional do processo: nos crimes cuja pena mínima for igual ou inferior a um ano, nos termos do art. 89, § 6º, da Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995 (Lei dos Juizados Especiais); Cuidado para não confundir com o Sursis que é a suspensão condicional da pena – que exige sentença condenatória! Prescrição (v) se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, até o seu comparecimento, limitado ao prazo de prescrição do delito que é acusado. Súmula 415 do STJ, no sentido de que “o período de suspensão do prazo prescricional é regulado pelo máximo da pena cominada”. Prescrição (vi) estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta rogatória, suspendendo-se o prazo de prescrição até seu cumprimento, de acordo com a redação do art. 368, determinada pela Lei n. 9.271, de 17 de abril de 1996. Não importa se o crime é afiançável ou inafiançável. Réu em local certo e sabido no estrangeiro será sempre citado pessoalmente por carta rogatória. O prazo ficará suspenso até que a carta seja cumprida, isto é, até que o acusado seja localizado e citado. Não localizado, a hipótese passará a ser de citação por edital, acima mencionada; Prescrição (vii) O acordo de Leniência, nos crimes contra a ordem econômica, “determina a suspensão do curso do prazo prescricional e impede o oferecimento da denúncia com relação ao agente beneficiário da leniência”. Cumprido o acordo de leniência pelo agente, extingue- se automaticamente a punibilidade nos referidos crimes. (viii) a suspensão do prazo para oferecimento de denúncia, motivada pela colaboração do agente envolvido com organizações criminosas, §3º do art. 4º da lei 12850: § 3o O prazo para oferecimento de denúncia ou o processo, relativos ao colaborador, poderá ser suspenso por até 6 (seis) meses, prorrogáveis por igual período, até que sejam cumpridas as medidas de colaboração, suspendendo-se o respectivo prazo prescricional. Prescrição (ix) Art. 83, § 3º, da Lei nº 9.430/1996, com a redação da Lei nº 12.382/2011. Determina a suspensão da pretensão punitiva referente aos crimes dos arts. 1º e 2º, da Lei nº 8.137/1990, e arts. 168-A e 337-A, do CP, durante o período em que a pessoa física ou jurídica relacionada com o agente desses crimes estiver incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha sido formalizado antes do recebimento da denúncia criminal. (x) Súmula Vinculante 24, do STF. Determina que, nos crimes materiais contra a ordem tributária, previsto no art. 1º, incs. I a IV, da Lei nº 8.137/1990, não há o curso do prazo prescricional enquanto não constituído, em definitivo, o tributo. Prescrição O CPC autoriza que o relator do recurso especial no STJ ou do recurso extraordinário no STF, uma vez reconhecida a repercussão geral no recurso sob sua apreciação, pode determinar a suspensão do processamento de todos os processos pendentes que versem sobre a questão em tramitem no território nacional (CPC, arts. 1.035, § 5º e 1.037, inc. II). Esse mecanismo se aplica ao processo penal e, quando utilizado, paralisa todos os processos criminais que tratarem da questão jurídica identificada como de repercussão geral. A suspensão não se aplica a investigações penais e nem se estende a processos em que o réu se encontra preso (STF, RE 966.177, Pleno, rel. Min. Luiz Fux, j. 7-6-2017). Prescrição A suspensão do processo em razão da instauração do incidente de insanidade mental (CPP, art. 149) não suspende a prescrição. Exemplo prático: Num crime cuja prescrição se dá em quatro anos, consumado em 5 de julho de 2009, eventual denúncia deverá ser recebida até 4 de julho de 2013. Se, por exemplo, a inicial for recebida em 12 de março de 2011, eventual condenação terá como data-limite, sob pena de prescrição, o dia 11 de março de 2015, e assim por diante. Prescrição A alteração do dia 5.5.2010 limitou a prescrição retroativa. Para os crimes cometidos até essa data, entretanto, o termo antigo se aplica. A grande diferença é que antigamente a prescrição retroativa poderia ocorrer com tempo anterior ao oferecimento/recebimento (a depender do doutrinador) da denúncia. Atualmente a prescrição anterior à denúncia apenas corre pela pena em abstrato. Prescrição Ex: João, 30 anos, cometeu 171 em 2009. Como 171 tem pena máxima de 5 anos, a PPP em abstrato é de 12 anos. Foi denunciado em 2016. Se João, por ser primário, pegar 1 ano, o crime terá prescrito, pois a prescrição de 1 até 2 anos ocorre em 4 anos, cujo prazo já se exauriu antes mesmo da denúncia. Todavia, se o crime foi em 2011 isso não será mais possível, pois o prazo anterior a denúncia não é computado para PPP em concreto, somente em abstrato. Prescrição Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. É a doutrina que prevalece, especialmente para fins e falta grave em execução criminal. Pelo início ou continuação do cumprimento da pena também é interrompida a PPE. Prescrição Termo Inicial da PPE. Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena (ex: doença mental superveniente). Prescrição 2. CAPEZ Com o novo entendimento do STF, por maioria, o Plenário entendeu que o art. 283 do Código de Processo Penal não impede o início da execução da pena após condenação em segunda instância e indeferiu liminares pleiteadas nas Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) n. 43 e 44. Dessa forma, é possível tentar fazer colar a tese que a prescrição da pretensão executória começará a correr da condenação ou confirmação da condenação em acórdão de segunda instância (TJ ou TRF); Tecnicamente se a acusação apelar não existirá trânsito, pois isso é uma interpretação sistemática e não literal, mas que é mais favorável ao réu, especialmente se este obtiver uma liminar suspendendo a execução do julgado. Prescrição No ARE 848.107, em 8/05/2019 o STF vai decidir o TEMA 788 e apreciar se o Termo inicial para a contagem da prescrição da pretensão executória do Estado é a partir do trânsito em julgado para a acusação ou a partir do trânsito em julgado para todas as partes. Prescrição Prescrição no caso de evasão do condenado ou de revogação do livramento condicional Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. Prescrição Causas interruptivas da PPE Reincidência. Divergências na doutrina se querer ou não trânsito em julgado do outro crime. 1) pela presunção de inocência só após o TJ. É minoritária e é a que me filio. Não se pode presumir crime, é necessário provar! 2) A interpretação do art. 63 é pela data do cometimento do crime. Não é bem isso que diz o artigo: Prescrição Art. 63 - Verifica-se a reincidência quando o agente comete novo crime, depois de transitar em julgado a sentença que, no País ou no estrangeiro, o tenha condenado por crime anterior. É a doutrina que prevalece, especialmente para fins e falta grave em execução criminal. Pelo início ou continuação do cumprimento da pena também é interrompida a PPE. Prescrição Considera-se como causa suspensiva a prisão do condenado por qualquer outro motivo que não a condenação que se pretende executar. Relembrando:Ao contrário da prescrição da pretensão punitiva, essa espécie de prescrição só extingue a pena principal, permanecendo inalterados todos os demais efeitos secundários, penais e extrapenais, da condenação. Lembrando o PPE é reduzido em ½ por ser o réu menor de 21 na data do FATO ou maior de 70 na da SENTENÇA; e aumentado em 1/3 pela reincidência. Prescrição Considera-se como causa suspensiva a prisão do condenado por qualquer outro motivo que não a condenação que se pretende executar. Relembrando: Ao contrário da prescrição da pretensão punitiva, essa espécie de prescrição só extingue a pena principal, permanecendo inalterados todos os demais efeitos secundários, penais e extrapenais, da condenação. Lembrando o PPE é reduzido em ½ por ser o réu menor de 21 na data do FATO ou maior de 70 na da SENTENÇA; e aumentado em 1/3 pela reincidência. Prescrição Leis Especiais: Falência Art. 182. A prescrição dos crimes previstos nesta Lei reger-se-á pelas disposições do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de dezembro de 1940 - Código Penal, começando a correr do dia da decretação da falência, da concessão da recuperação judicial ou da homologação do plano de recuperação extrajudicial. Parágrafo único. A decretação da falência do devedor interrompe a prescrição cuja contagem tenha iniciado com a concessão da recuperação judicial ou com a homologação do plano de recuperação extrajudicial. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm Prescrição Para crimes militares, se imposta a pena de morte, o prazo é de 30 anos. A tabela vigente ainda é a anterior à 2010. Assim, prescreve o crime militar em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. Ademais, verifica-se em quatro anos a prescrição nos crimes cuja pena cominada, no máximo, é de reforma ou de suspensão do exercício do pôsto, graduação, cargo ou função. Prescrição São reduzidos de metade os prazos da prescrição, quando o criminoso era, ao tempo do crime, menor de vinte e um anos ou maior de setenta. (não é ao tempo da sentença). Prevê o art. 130 a imprescritibilidade da execução das penas acessórias. Aduz a doutrina ser tal dispositivo inconstitucional e tem julgamento do STM nesse sentido 0000138-86.2010.7.11.0011 Art. 131. A prescrição começa a correr, no crime de insubmissão, do dia em que o insubmisso atinge a idade de trinta anos. Art. 132. No crime de deserção, embora decorrido o prazo da prescrição, esta só extingue a punibilidade quando o desertor atinge a idade de quarenta e cinco anos, e, se oficial, a de sessenta. Fora essas diferenças, as regras são as mesmas. Prescrição Crítica à prescrição retroativa. 3. Estefam: Diversos são os defeitos da prescrição retroativa, dentre os quais se destacam: (i) a violação aos fundamentos do instituto da prescrição, que objetiva à punição da inércia do Estado, inexistente nesta modalidade de causa extintiva do ius puniendi estatal; (ii) a ofensa aos princípios da certeza, da irredutibilidade e da utilidade dos prazos, porquanto lapsos temporais cumpridos a seu tempo são desprezados, por conta de uma futura redução e recontagem que se produz; (iii) a violação aos fundamentos das causas interruptivas do prazo prescricional, os quais, uma vez verificados, encerram um período que não mais deveria ser reaberto; (iv) ofensa à lógica formal, porquanto ela se baseia numa sentença condenatória e, uma vez reconhecida, a invalida, isto é, a sentença penal só é válida para declarar que não tem validade... (Argumentos de Guaragni, Fábio André. Prescrição penal e impunidade. Curitiba: Juruá, 2000, p. 117 e s.). Prescrição Resumo – Você precisa primeiro obter o valor do tempo para prescrever. Vamos reiterar os slides 43 e 44 Prescrição Assim, vamos estabelecer a sequência por etapas para obtenção do tempo para o cálculo da prescrição. Isso vale para PPP. 1) Obter a pena na sentença, caso não tenha recurso do MP que possa aumentar a pena ou a pena máxima em abstrato do fato narrado caso não tenha sentença ou tenha recurso do MP capaz de elevar a pena. 2) analisar a presença de causas de aumento ou diminuição da pena. Não se esqueça de sempre aplicar o maior aumento e/ou a menor diminuição. Aplicar as frações. Irrelevante é a ordem (a ordem dos fatores não altera nem o produto nem o somatório). 3) Depois é só olhar se o agente na data do fato era menor de 21 ou se na data da sentença maior de 70 (ou se no curso do processo completou 70, pois infelizmente ninguém fica mais novo) e reduzir pela metade caso algum dos marcos temporais acima ocorram. Prescrição Não se esqueça de se atentar à data do fato para penas até 1 ano, seja em concreto ou em abstrato. Se até 5.5.2010, o tempo é de 2 anos. Se posterior, 3 anos. Lembrando que a multa é 2 anos se for sozinha no tipo ou sozinha na sentença. Do contrário é aplicado o tempo da pena privativa de liberdade e se for PPE só dela são 5 anos. Depois é só olhar a tabela do 109 do CP! A PPE é calculada pela pena em concreto ou pela pena restante em caso de interrupção do cumprimento da pena. Basta não esquecer de aumentar 1/3 para o reincidente e diminuir pela metade para o menor de 21 na data do fato ou maior de 70 na data da sentença. Simples assim! Aí é só olhar a tabela! Prescrição Agora vamos lembrar dos marcos temporais. Os principais interruptivos são: I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; II - pela pronúncia; III - pela decisão confirmatória da pronúncia; IV - pela publicação da sentença ou acórdão condenatórios recorríveis; V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (PPE apenas) VI - pela reincidência. (PPE apenas) Prescrição Se qualquer dessas coisas acontecer o prazo começa a correr do zero. Já para suspender o processo é bem simples: é preciso decisão do magistrado ou impossibilidade de início (cumprimento de pena no estrangeiro ou preso por outro motivo). Prescrição Feito isso agora é praticar! A calculadora do CNJ ajuda, mas se você não entende as regras e as interpretações divergentes, pode deixar de livrar ou prender um réu! Apesar de ser um tema de demasiada complexidade e com várias divergências pela sofrível redação do CP, espero que tenham compreendido as normas gerais. No mundo real, em regra é sempre possível a consulta, então em caso de dúvida não arrisque: sempre consulte!
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