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6 - INFECÇÃO-HOSPITALAR-IMPORTÃNCIA-GLOBAL-NO-CONTEXTO-SAÚDE-1

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2 
 
 SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4 
2 O QUE É INFECÇÃO.................................................................................. 5 
3 AS INFECÇÕES HOSPITALARES ............................................................. 7 
4 EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES HOSPITALARES ........................... 10 
4.1 Vigilância epidemiológica ................................................................... 10 
4.2 Abrangência da vigilância ................................................................... 11 
4.3 Métodos de coleta de dados e validade das taxas ............................. 11 
4.4 Cálculo das taxas de infecção hospitalar e interpretação................... 12 
4.5 Qual é a principal dificuldade nesta modalidade de vigilância? .......... 13 
4.6 Diferenças .......................................................................................... 14 
5 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA ........................................................... 14 
5.1 Classificação das Áreas Hospitalares ................................................ 16 
5.2 Desinfecção hospitalar ....................................................................... 17 
5.3 Princípios ativos utilizados nos desinfetantes hospitalares: ............... 17 
5.4 Classificação dos artigos hospitalares ............................................... 18 
5.5 Comissão de Biossegurança em Saúde............................................. 19 
5.6 Vertentes da biossegurança ............................................................... 20 
5.7 Princípios de biossegurança .............................................................. 20 
5.8 Níveis de biossegurança .................................................................... 21 
5.9 Descarte de material e instrumental contaminado ............................. 23 
5.10 Principais fatores que predispõem os profissionais da área de saúde 
aos riscos biológicos .............................................................................................. 24 
5.11 Classificação de Risco .................................................................... 28 
6 ISOLAMENTOS HOSPITALARES ............................................................ 30 
6.1 Transmissão da infecção no hospital ................................................. 30 
 
3 
 
6.2 Isolamentos ........................................................................................ 31 
7 ISOLAMENTOS HOSPITALARES: ORGANIZAÇÃO E ROTINAS 
TÉCNICAS E OPERACIONAIS ................................................................................. 36 
7.1 Controle dos funcionários: .................................................................. 36 
7.2 Afastamento das atividades ............................................................... 37 
7.3 Medidas de prevenção e controle ...................................................... 37 
7.4 Orientações específicas ..................................................................... 37 
8 CONCEITOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA ...................................... 38 
8.1 Risco de vida e continuum da urgência .............................................. 39 
8.2 Rede móvel de atendimento hospitalar .............................................. 41 
9 PREVENÇÃO E CONTROLE DAS PRINCIPAIS INFECÇÕES 
HOSPITALARES ....................................................................................................... 42 
9.1 Conceitos e peculiaridades ................................................................ 44 
9.2 Técnicas de assepsia ......................................................................... 46 
10 ORIENTAÇÕES AO PACIENTE ............................................................ 47 
11 RECOMENDAÇÕES PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE EXPOSTOS A 
AGENTES BIOLÓGICOS .......................................................................................... 48 
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 49 
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 51 
14 BIBLIOGRAFIAS SUGERIDAS ............................................................. 55 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora 
que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2 O QUE É INFECÇÃO 
 
Fonte:criesaude.com 
É a invasão aos tecidos corporais de um organismo hospedeiro por parte de 
organismos capazes de provocar doenças, decorrentes da multiplicação e da reação 
dos tecidos do hospedeiro a estes organismos e às toxinas por eles produzidas. Os 
microrganismos, interferem na fisiologia normal do hospedeiro e pode levar a diversas 
consequências. 
A doença infecciosa corresponde a qualquer doença clinicamente evidente que 
seja resultado de uma infeção, presença e multiplicação de agentes biológicos 
patogênicos no organismo hospedeiro. 
Infecção relacionada à assistência em serviços de saúde: Infecção 
hospitalar, ou como é chamada atualmente infecção relacionada à assistência à saúde 
(IRAS), é toda infecção, pneumonia, infecção urinária, infecção cirúrgica, dentre 
outras, adquirida dentro de um ambiente hospitalar ou serviço de saúde durante a 
assistência ao paciente/cliente. 
Os principais modos de adquirir Infecção Hospitalar (IH ou IRAS), são de 
origem endógena, isto é, causadas por microrganismos do próprio paciente. Isto pode 
ocorrer por fatores inerentes ao próprio paciente (ex: diabetes, tabagismo, obesidade, 
baixa imunidade, alcoolismo etc.) ou pelo fato de, durante a hospitalização, o paciente 
ser submetido a procedimentos invasivos diagnósticos ou terapêuticos (cirurgias, 
cateteres vasculares, sondas vesicais, ventilação mecânica, etc.). 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Tecido
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hospedeiro
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Doen%C3%A7a
http://pt.wikipedia.org/wiki/Toxina
http://pt.wikipedia.org/wiki/Patologia
 
6 
 
As infecções hospitalares de origem exógena geralmente são transmitidas 
pelas mãos dos profissionais de saúde, materiais ou outras pessoas que entrem em 
contato com o paciente e até o próprio paciente pode se contaminar. Este tipo de 
infecção chamamos de infecção cruzada dentro dos serviços de saúde. 
Microrganismos Multirresistentes 
São microrganismos resistentes a diferentes classes de antimicrobianos 
(antibióticos, antivirais, antifúngicos) testados em exames microbiológicos nos 
laboratórios. Os fatores que levam o microrganismo a se tornar multirresistente, é a 
grande capacidade de adaptação dos microrganismos às adversidades do meio 
ambiente, a capacidade de transferir essas informações de como se adaptar a outros 
microrganismos e a seleção natural (causado pelo uso de antimicrobianos, 
racionalmenteou não) que eliminam os microrganismos sensíveis, deixando os 
primariamente resistentes presentes na população. 
Infecções por bactérias multirresistentes são comumente causadas por 
Estafilococos resistentes à metilicina, Enterobactérias e Pseudomonas. A 
identidade do organismo causador pode fornecer alguma indicação em 
relação à sua fonte, todavia, certos patógenos têm significado especial 
porque podem causar grandes surtos em todo hospital. O uso dos 
antimicrobianos de uma maneira maciça e indiscriminada exige medidas 
urgentes para combater o surgimento de novas cepas bacterianas 
multirresistentes, inclusive aos medicamentos antimicrobianos recentemente 
comercializados, levando a consequências importantes, com efeitos diretos 
na problemática das infecções hospitalares. (MERMEL 2001, apud ANVISA, 
2007, p. 5). 
Formas de evitar IH: 
A principal medida para prevenção é lavagem das mãos com água e sabão e 
deve ser realizado por todas as pessoas antes e após o contato com os pacientes no 
ambiente hospitalar, serviços de saúde como home care, consultórios, ambulatórios, 
dentre outros. A utilização do álcool (espuma, líquido ou em gel a 70%) também tem 
o mesmo objetivo e eficácia, portanto é obrigação de todos profissionais da saúde, 
familiares, e visitantes a higienização das mãos. 
A participação de todos é muito importante. Todos podem e devem colaborar 
nas medidas de precauções específicas, que algumas vezes são necessárias e 
devem ser sinalizadas. Informamos como o profissional e o acompanhante/visitante 
devem agir para as precauções. Segue algumas orientações: 
 Retirar anéis, pulseiras e relógio. 
 Lavar as mãos com água e sabão. 
 
7 
 
 Utilizar o álcool gel ou espuma disponível em todos os quartos. 
 Não sentar no leito de outro paciente. 
 Não tocar nos pertences e nem em outros pacientes. 
 A visita deve ser limitada ao seu paciente, não entrar em outros quartos. 
 O visitante de pacientes em precauções deverá higienizar às mãos, com água 
e sabão ou álcool gel/espuma antes e depois da visita. 
 Não tocar em soros, sondas, cateteres ou medicamentos dos pacientes. Se 
necessário solicitar ajuda da equipe de enfermagem; 
 Respeitar a indicação de isolamento do paciente se for o caso (seguindo as 
orientações afixadas na porta do quarto). 
 Evitar visitar se estiver com alguma doença infectocontagiosa como gripe, 
conjuntivite, catapora, tuberculose, lesões abertas entre outras. 
 Não colocar os pés diretamente no piso sem proteção. Trazer chinelo de 
borracha para ir ao chuveiro-previne infecção e quedas. 
3 AS INFECÇÕES HOSPITALARES 
 
Fonte: ipog.edu.br 
Infecção Hospitalar é definida como “aquela adquirida após admissão do 
paciente e que se manifesta após a internação ou a alta, quando puder ser relacionada 
com a internação ou procedimentos hospitalares. A vigilância epidemiológica ativa é 
um dos pilares do controle das Infecções Hospitalares (IH), pois permite a 
 
8 
 
determinação do perfil endêmico das instituições, a identificação de eventos 
inesperados (surtos) e o direcionamento das ações de prevenção e controle. A 
monitorização das IH é um fator de segurança para o paciente. 
Os procedimentos cada vez mais invasivos, o uso indiscriminado e a resistência 
aos antimicrobianos são fatores que apontam as infecções hospitalares como um 
grave problema de saúde pública. No Brasil, sua prevalência exata de um modo geral 
ainda é desconhecida, mas demonstra a necessidade de medidas mais eficazes para 
a redução dessas no país. 
A infecção hospitalar há muito tempo tem sido motivo de preocupação entre os 
órgãos governamentais e, embora a sua regulamentação tenha ocorrido na década 
de 80, a problemática no país continua ainda sendo negligenciada. Neste contexto, 
com base nas práticas vivenciadas como profissional de saúde em diferentes 
instituições hospitalares, observa-se aspectos do cotidiano dos profissionais de saúde 
e dos usuários que se relacionam com a problemática das infecções hospitalares. 
Estas constituem grande risco à saúde dos pacientes internados em clínicas e 
hospitais, por isso, sua prevenção e controle envolvem não só medidas de 
qualificação da assistência hospitalar, mas também de vigilância sanitária, tomadas 
no âmbito do Estado, do Município e de cada hospital, pois o Sistema Único de Saúde 
que tem por escopo a assistência às pessoas por meio de atividades de promoção, 
proteção e recuperação da saúde, com a ação integrada de ações assistenciais e 
preventivas. 
Os órgãos estaduais de saúde no exercício da atividade fiscalizatória devem 
observar a adoção, pela instituição prestadora de serviços, de formas de proteção 
capazes de evitar efeitos nocivos à saúde dos agentes, clientes e pacientes. As 
dificuldades para uma definição de infecção hospitalar adequada aos tempos 
modernos e as polêmicas sobre os indicadores que devem ser considerados e o 
modelo de intervenção para o seu controle, tornam obrigatório a implementação da 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar e de manutenção de um Programa de 
Controle de Infecções Hospitalares em todas unidades hospitalares. 
O programa de controle de infecções hospitalares, é definido como o conjunto 
de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente com vistas à redução máxima 
possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares, que não são apenas 
aquelas que ocorrem durante as internações, mas qualquer infecção adquirida após 
 
9 
 
a internação de um paciente em hospital e que se manifeste durante a internação ou 
mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a hospitalização. 
Somente através de uma equipe de saúde intensivamente educada, treinada 
e cobrada quanto às recomendações de precauções universais é que será 
possível a prevenção das infecções hospitalares, sendo necessário que, 
todos os profissionais aceitem, respeitem e cumpram todas as normas 
estabelecidas pela CCIH. (DESTRA, 2002 apud CONSTANTINO 2007, p.3). 
 As reuniões da CCIH devem ser periódicas e, quando necessário, suas 
resoluções devem ser repassadas ao corpo clínico e à direção do hospital. Tais 
medidas somente podem ser tomadas se existente uma estrutura adequada, que deve 
incluir profissionais qualificados, a participação nas reuniões deliberativas do hospital, 
sala própria e computador. Por fim, é preciso deixar consignado que, além dos 
indicadores estabelecidos pela portaria, deve-se seguir as diretrizes e normas para a 
prevenção e o controle das infecções hospitalares, reunidas da seguinte forma: 
a) Qualquer pessoa física ou jurídica que desenvolva atividades hospitalares de 
assistência à saúde, seja de direito público ou privado, tem a obrigação de instalar a 
comissão e desenvolver o PCIH, 
b) A CCIH deve ser composta por profissionais da área de saúde de nível superior 
formalmente designados, tratando-se de órgão de consultoria e execução das 
medidas para a autoridade máxima da instituição, 
c) Os hospitais podem se consorciar para executar o programa de controle de 
infecções hospitalares, mas devem ter CCIH própria pelo menos com membros 
consultores. 
d) O PCIH – Programa de Controle de Infecções Hospitalares deve ser adaptado à 
realidade de cada hospital, mas suas ações devem ser desenvolvidas deliberada e 
sistematicamente, conforme determinados conceitos e critérios diagnósticos, 
contendo medidas de vigilância epidemiológica para apurar determinados indicadores 
de infecção hospitalar objetivando realizar as necessárias intervenções de correção 
dos problemas, inclusive para uma adequada rotina de lavagem de mãos e uma 
correta utilização dos antissépticos, desinfetantes e esterilizantes, 
e) Este programa deve conter, pela importância do assunto e pelo alto risco de 
infecção hospitalar, um protocolo de utilização dos antibióticos estabelecido pela 
comissão, que deve ser rigorosamente seguido por todos os médicos, 
 
10f) A responsabilidade para a constituição, a implementação e o fornecimento de 
adequada estrutura da CCIH é da autoridade máxima da instituição, que deve 
inclusive aprovar e fazer respeitar o regimento interno da comissão, garantir a 
participação do seu Presidente nos órgãos colegiados deliberativos e formuladores de 
política da instituição, propiciar o efetivo cumprimento de suas determinações, 
fomentar a educação e o treinamento de todo o pessoal hospitalar, bem como informar 
as autoridades estadual e municipal a respeito, 
g) As Coordenações Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito Federal de Controle 
de Infecção Hospitalar planejam e executam as políticas públicas desta área, que 
devem ser respeitadas pelos responsáveis. 
Ao receber o relatório do Conselho Regional de Medicina com a descrição de 
irregularidades na prevenção e no controle das infecções de determinado hospital, em 
desrespeito ao regime jurídico estabelecido pela legislação, o Ministério Público 
deverá instaurar inquérito civil para a devida apuração, objetivando a expedição de 
recomendação aos responsáveis ou a formalização de Termo de Ajustamento de 
Conduta para a correção dos problemas; não cumprida a recomendação ou 
impossível o ajuste, o órgão ministerial proporá ação civil pública, sem prejuízo do 
reconhecimento das infrações sanitárias previstas e da aplicação de sanções de 
natureza penal ou mesmo civil. 
Não são consideradas infecções hospitalares: Infecção associada à 
complicação ou extensão de infecção já presente na internação, a não ser que exista 
um novo patógeno ou sintomas que sugiram fortemente a aquisição de nova infecção. 
Define-se Internação Hospitalar: Pacientes que são admitidos para ocupar um 
leito hospitalar por um período igual ou maior que 24 horas. 
4 EPIDEMIOLOGIA DAS INFECÇÕES HOSPITALARES 
4.1 Vigilância epidemiológica 
 Num primeiro olhar, aqueles não envolvidos no trabalho rotineiro de controle 
de infecção hospitalar têm a impressão de que a vigilância deve ser realizada em todo 
o hospital, com o cálculo de taxa sintética e de fácil assimilação, do percentual de 
infecções hospitalares em pacientes admitidos na instituição. 
 
11 
 
 Vigilância por setores: É realizada em serviços ou especialidades na qual a 
infecção hospitalar tem grande importância, seja na frequência com que ocorre, seja 
na gravidade particular das suas consequências. As áreas mais importantes neste 
aspecto são: berçários; unidades de terapia intensiva (UTI) tanto de adultos como 
pediátricas; unidades de cuidados de pacientes imunodeprimidos e unidades de 
diálise. 
Vigilância por objetivos: Visa abordar situações de risco específicas, 
independentemente do serviço ou especialidade nos quais ocorrem. Dois exemplos 
podem ser citados: a vigilância da infecção de sítio cirúrgico e a vigilância das 
infecções relacionadas a acesso vascular central e outros procedimentos invasivos. 
4.2 Abrangência da vigilância 
A abrangência da vigilância varia de acordo com as características da 
instituição podendo ser mais ou menos abrangente, baseada nas características da 
população atendida e dos procedimentos realizados. Os principais pilares que a CCIH 
deverá estabelecer em seu programa são: vigilância epidemiológica em todas as 
unidades de terapia intensiva e berçários, vigilância epidemiológica das infecções de 
sítio cirúrgico, vigilância epidemiológica em unidades que realizam diálise. 
A periodicidade da vigilância também deve ser discutida. De forma ideal, a 
vigilância deverá ocorrer de modo contínuo e ininterrupto, com avaliação mensal, 
ocasionalmente trimestral, das taxas. 
4.3 Métodos de coleta de dados e validade das taxas 
Antes de analisar especificamente os métodos, é necessário que se discuta o 
diagnóstico de infecção hospitalar. Muitas vezes, os médicos assistentes não 
valorizam a necessidade de um diagnóstico rigoroso e homogêneo, tão importante 
para o trabalho da CCIH, pois o médico valoriza as características clínicas individuais, 
enquanto o profissional da CCIH precisa seguir critérios bem estabelecido, para 
permitir a comparação de dados em momentos distintos ou entre hospitais. Isso ocorre 
por dois motivos: 
1: Muitos desconhecem os critérios utilizados, o que leva à subnotificação de dados. 
 
12 
 
2: Em situações de maior gravidade dos doentes, como nas UTIs, o médico pode 
diagnosticar uma infecção, para adotar um procedimento terapêutico, em pacientes 
com dados insuficientes pelos critérios mais rígidos da CCIH. Cabe lembrar, 
entretanto, que o risco justifica o diagnóstico impreciso, pois o estabelecimento 
precoce de antibioticoterapia pode ajudar no tratamento imediato do paciente, em 
algumas situações. 
A definição de uma doença ou agravo, do ponto de vista da vigilância, pode se 
modificar ao longo de um período, em função das alterações na epidemiologia da 
doença, ou da intenção de ampliar ou reduzir os parâmetros de ingresso de casos no 
sistema, aumentando ou diminuindo a sua sensibilidade e especificidade, de acordo 
com etapas e metas de um programa de intervenção. 
4.4 Cálculo das taxas de infecção hospitalar e interpretação 
O PCIH deverá organizar um método de busca ativa de casos, obtenção de 
denominadores e arquivo para guarda de fichas e relatórios. As taxas deverão ser 
acompanhadas e comparadas com referenciais. O principal método empregado é o 
estabelecimento de limites de confiança fixos. Estes limites de confiança podem ser 
facilmente calculados após seis meses de vigilância, em situações de normalidade. 
Nas situações em que as taxas encontradas se situarem acima do limite de confiança, 
o PCIH deverá investigar e tomar as medidas cabíveis. 
A seguir os métodos de vigilância e cálculo de taxas nos dois componentes 
mais importantes do programa: As unidades de terapia intensiva e a infecção de 
sítio cirúrgico. 
Para tornar mais clara a discussão, é necessária a introdução dos termos: 
Comparação inter-hospitalar: Designa a capacidade de avaliação de hospitais 
diferentes, baseada nas taxas de infecção hospitalar. Por esta razão, idealmente as 
taxas devem ser ajustadas pelo tempo de permanência hospitalar, índice de 
procedimentos invasivos, gravidade e outros, de forma a permitir a comparação de 
indicadores independentemente das características locais. Se por um lado, as taxas 
não ajustadas são imprecisas para a comparação inter-hospitalar, por outro lado, 
ainda não existe um ajuste ideal. Por esta razão, toda comparação de indicadores de 
frequência de infecção hospitalar deve ser realizada com critério e cautela. 
 
13 
 
Unidades de terapia intensiva 
As UTIs são unidades onde as infecções hospitalares são frequentes e 
oferecem alto risco para os pacientes, com presença constante de microrganismos 
resistentes. Por isso, a presença do PCIH nas UTIs deve ser ativa e contínua. 
Estas infecções estão diretamente relacionadas à gravidade da doença de 
base, à realização de procedimentos invasivos, ao tempo de permanência de 
dispositivos tais como: cauterização vascular, tempo de sondagem urinária e tempo 
de ventilação mecânica. 
Infecções de sítio cirúrgico 
 É necessário estar consciente de que as taxas de infecção de sítio cirúrgico 
(ISC) são as mais complexas, de obtenção mais trabalhosa e de interpretação mais 
difícil. Não foi possível desenvolver, até o presente momento, alguma taxa para 
comparação inter-hospitalar de ISC que seja satisfatória. Todos os referenciais 
obtidos devem ser observados com muito critério. Cada procedimento cirúrgico 
específico apresenta diferentes riscos intrínsecos para o desenvolvimento de 
infecção, sejam fatores inerentes às doenças subjacentes ou à complexidade do 
procedimento realizado. 
A prevenção dessas infecções é complexa e requer a integração de uma série 
de medidas preventivas antes, durante e após a cirurgia. No entanto, a 
implementação dessas medidasnão é padronizada no mundo inteiro. 
Atualmente, não existem diretrizes internacionais, e frequentemente são 
identificadas inconsistências na interpretação das evidências e das 
recomendações nas diretrizes nacionais. (OMS, 2016 apud PORTELA, 2017, 
p. 12). 
4.5 Qual é a principal dificuldade nesta modalidade de vigilância? 
 A maioria das ISCs começa a se manifestar após a alta hospitalar do paciente. 
A vigilância restrita ao hospital apresenta elevadas taxas de subnotificação, com a 
exceção de alguns procedimentos muito complexos - para os quais o período de 
internação pós-operatório é longo. Recomenda-se a realização de vigilância após a 
alta, em especial para a avaliação de procedimentos cujo período de internação pós-
operatório é curto. Por exemplo, as cesárias. A vigilância pós-alta, na maioria das 
situações, baseia-se na notificação da infecção pelos pacientes ou cirurgiões, ao 
contrário das demais modalidades de vigilância, podendo acarretar uma menor 
 
14 
 
precisão das taxas. Vale lembrar que a obtenção sistemática de taxas de infecção 
hospitalar pós-alta é trabalhosa e de resultados insatisfatórios. 
4.6 Diferenças 
De acordo com as características do hospital (público ou privado, corpo clínico 
aberto ou fechado etc.) a vigilância pós alta terá diferenças, não só quanto ao método 
de busca de casos empregado, quanto com relação à sua exequibilidade. Devido às 
dificuldades impostas, a vigilância pós-alta não deve ser vista como obrigatória. As 
taxas de ISC variam de acordo com o tipo de procedimento e a gravidade da doença 
subjacente. Taxas brutas, levando-se em conta agrupados com diversos tipos de 
operações, não se prestam para uma comparação inter-hospitalar satisfatória. 
 A taxa de ISC em cirurgias limpas tem sido utilizada desde 1964, por expressar 
a ocorrência de infecções em situações na qual a contaminação significativa da ferida 
não é frequente ou é inesperada. 
5 MEDIDAS DE BIOSSEGURANÇA 
 
Fonte: euroamerica.net 
Biossegurança caracteriza-se como estratégia essencial para a pesquisa e o 
desenvolvimento sustentável sendo de fundamental importância para avaliar e 
prevenir os possíveis efeitos adversos de novas tecnologias à saúde. 
 
15 
 
Todo profissional que trabalha com substâncias químicas de risco, com material 
biológico que esteja sujeito a radiações, ou que manipule material perfuro-cortante ou, 
ainda, equipamentos com bases de funcionamento físico, deve estar atento as normas 
de biossegurança. Não fazer uso de drogas que afetem o raciocínio, autocontrole e 
comportamento, ler a recomendação da biossegurança de saúde e procedimentos 
operacionais padrão do setor, agir com tranquilidade e sem pressa, prevenir-se de 
eventuais acidentes utilizando, de acordo a sua necessidade, os equipamentos de 
proteção individual e coletivo (jaleco, avental, óculos, protetor facial, cabelos presos, 
luvas, botas, máscara, avental de chumbo, câmara de exaustão, cabina de segurança 
biológica e química), são imprescindíveis para uma adequada segurança. 
Nos setores de maior trânsito e fluxo de pessoas, as sinalizações gerais das 
áreas restritas e permitidas devem ser frequentes e devem estar visíveis. As referidas 
sinalizações devem ser expressas, também, em "braile" para os deficientes visuais, 
ou com indicação simbólica ou monitor para os analfabetos. 
Os hospitais clássicos e convencionais, cuja função característica essencial e 
básica de estabelecimento de saúde está relacionada diretamente ou intimamente 
com o diagnóstico, tratamento e cura, devem ter uma estrutura física desenhada com 
base nas Normas do Ministério da Saúde. Os projetos dos hospitais modernos devem 
incluir o tipo e o modelo de hospital desejado, população a ser atendida, atividades a 
serem exercidas, capacidade e finalidade. As áreas devem estar bem definidas e o 
fluxo de pacientes (internos ou externos), visitantes e acompanhantes deve ser 
controlado totalmente pelo sistema de vigilância e recepção. Este sistema constará 
de uma administração e uma secretaria eficientes, informatizadas e atualizadas, com 
treinamento em contenção emocional. As atividades e o controle devem ser 
monitorados e discutidos continuamente, para melhora da recepção ao paciente que 
chega desorientado e necessitado de informação, condução, contenção e boa 
acolhida. 
As diversas áreas devem ser separadas e vigiadas por profissionais treinados 
em primeiros-socorros. A assepsia das instalações gerais abertas ao público, e as 
específicas e restritas, deve ser rigorosa segundo determinação da Vigilância 
Sanitária. As habitações e todos os setores clínicos devem ser separados e o controle 
de resíduo de descarte deve ser rigoroso. 
 
16 
 
Todo o material deve ser esterilizado antes de ser liberado como lixo ou 
incinerado em cada turno, evitando a saída de germes do local, e diminuindo o risco 
de contaminação e complicação com infecção hospitalar. A preparação de 
componentes que fazem parte de manipulação de nutrientes utilizados para 
administração parenteral deve seguir as normas de assepsia e controle de qualidade 
da água e das drogas. Deve obedecer também a normas de esterilidade com 
utilização de métodos e equipamentos adequados, manipulados de forma correta. 
Tais componentes podem trazer riscos para o meio ambiente e para aqueles 
que entram em contato com esses resíduos, principalmente quando o 
descarte destes não é realizado de forma adequada. A falta de informação e 
treinamento dos profissionais nas unidades geradoras de resíduos 
hospitalares, quanto da segregação incorreta de tais resíduos, é um grande 
problema, pois implica na potencialização de riscos direto à saúde de 
diversos profissionais e pacientes daquela unidade, e quando deslocados 
para o ambiente externo, podem causar problemas ambientais e torna-se 
também fator exponencial de risco à saúde da população residente próxima 
à área de destinação final dos resíduos. (FIORILLO, 2003 apud POZZETTI, 
2017, p.198). 
Na entrada e na saída do hospital deve haver pias largas, para assepsia, com 
sinalização, visível e acessível. O profissional deve ter consciência da necessidade 
de mudança de roupa na saída do trabalho e da assepsia pelo menos das mãos. Os 
cabelos devem estar amarrados e, ao ingressar em casa, o profissional deve deixar a 
vestimenta e acessórios em local separado para limpeza antes de serem guardados 
com os outros utensílios. 
5.1 Classificação das Áreas Hospitalares 
Área Crítica: Oferece risco potencial para aquisição de infecção seja pelos 
procedimentos invasivos realizados, ou pela presença de pacientes susceptíveis às 
infecções. Ex.: Centro Cirúrgico e Obstétrico, Berçário, UTI, Hemodiálise, Laboratório, 
CME, Banco de Sangue, área suja de lavanderia. 
Área Semicrítica: Possui menor risco de infecção, são ocupadas por pacientes 
que não exigem cuidados intensivos ou de isolamento. Ex.: Enfermarias, 
Apartamentos e Ambulatórios. 
Área não crítica: Todas as áreas não ocupadas por pacientes e aquelas 
destinadas a exames de pacientes. Ex.: Escritórios, Almoxarifado, Setor de Radiologia 
e Consultórios. 
 
17 
 
5.2 Desinfecção hospitalar 
Desinfetantes: Formulações que têm na sua composição substâncias 
microbicidas com efeito letal para microrganismos não esporulados. 
Classificação dos desinfetantes: 
Alto nível: Promove a eliminação de todos os microrganismos e alguns esporos 
bacterianos; 
Nível intermediário: Promove a eliminação do bacilo da tuberculose, bactérias 
vegetativas, muitos vírus e fungos, mas não elimina esporos; 
Baixo nível: Promove a eliminação de bactérias, alguns fungos e vírus. Não 
elimina o bacilo da tuberculose. 
5.3 Princípios ativos utilizados nos desinfetantes hospitalares: 
Álcool (etílico e Isopropílico): Induz à desnaturação de proteínas e à inibição 
da produção do metabolismo essencial para a rápida divisão celular. São bactericidas, 
tuberculocidas,fungicidas e virulicidas; mas não são esporicidas. Indicados para 
desinfecção de nível intermediário de artigos e superfícies com tempo de exposição 
de 10 minutos na concentração indicada. Ex.: ampolas de vidros, termômetros retal e 
oral, estetoscópios, superfícies externas de equipamentos metálicos, camas, macas, 
colchões, bancadas. 
Fenólicos: Atua na inativação do sistema enzimático e perda de metabólitos 
essenciais pela parede celular. É bactericida, fungicida, virulicida (HIV) e tuberculicida. 
São encontradas em concentrações de 1 a 7%; sendo a de 5% a mais utilizada. Usado 
para desinfecção de superfícies e artigos metálicos e de vidro em nível médio, ou 
intermediário e baixo, com tempo de exposição de 10 minutos para superfícies e de 
30 minutos para artigos, na concentração indicada pelo fabricante. Não são 
recomendados para artigos que entram em contato com o trato respiratório, alimentos, 
berçário, nem com objetos de látex, acrílico e borrachas. 
Quaternários de Amônia: São indicados para desinfecção de superfícies em 
berçários e unidades de manuseio de alimentos, atua na inativação de enzimas 
produtoras de energia, desnaturação de proteínas celulares e ruptura de membrana 
celular. Tem ação fungicida, bactericida, virulicidas. Indicado para desinfecção de 
 
18 
 
baixo nível: tempo de exposição de 30 minutos, na concentração indicada pelo 
fabricante. 
Compostos inorgânicos liberadores de cloro ativo (Hipoclorito de 
sódio/cálcio/lítio): Promove desinfecção de nível médio, inibição de reação 
enzimática básica da célula, desnaturação de proteína e inativação de ácidos 
nucléico. Tem ação virulicida, bactericida, micro bactericida e esporicida para um 
grande número de esporos. Concentração de uso: 0,02 a 1%, dependendo da 
indicação de uso; indicado para desinfecção de lactários, cozinhas, depósitos de 
água, material de inaloterapia e oxigenoterapia na concentração de 0,02% e tempo 
de contato de 60 min. 
Solução de Iodo: Ação bactericida, tuberculicida, fungicida, virulicida, não-
esporicida; indicado na desinfecção de nível intermediário em ampolas de vidro, 
estetoscópio, otoscópio, superfícies externas de equipamentos, partes metálicas de 
incubadora. 
Glutaraldeído: Promove desinfecção de alto nível, altera o DNA, RNA e 
síntese protéica. Ação bactericida, fungicida, micro bactericida e esporicida. Indicado 
para limpeza de endoscópios de fibra ótica de alto risco, artigos não-descartáveis, 
metálicos ou corrosivos por hipoclorito; instrumental termo sensível; equipamentos de 
aspiração. Recomendações: materiais demasiadamente porosos como os de látex 
podem reter o glutaraldeído, caso não haja bom enxágue. Apresenta atividade 
germicida em presença de matéria orgânica, entretanto, materiais colocados no 
glutaraldeído sem limpeza prévia apresentam impregnação de sangue e secreções 
pela formação de precipitados, dificultando a limpeza de maneira especial. O produto 
deve ser manipulado em local arejado e com uso de EPI. 
5.4 Classificação dos artigos hospitalares 
Artigos críticos: São aqueles que entram em contato com tecidos estéreis ou 
com o sistema vascular e devem ser esterilizados para uso, pois possuem alto risco 
de causar infecção. 
Artigos semicríticos: São aqueles destinados ao contato com a pele não 
intacta ou com mucosas íntegras. Ex.: equipamentos respiratórios e de anestesia, 
endoscopia, etc. Requerem desinfecção de alto nível ou esterilização. 
 
19 
 
Artigos não críticos: São artigos destinados ao contato com a pele íntegra do 
paciente. Ex.: comadres, cubas, aparelhos de pressão, entre outros. Requerem 
limpeza ou desinfecção de baixo ou médio nível. Deve-se atentar para o risco de 
transmissão secundária por parte dos profissionais que lidam com o artigo e entrem 
em contato com o paciente. 
5.5 Comissão de Biossegurança em Saúde 
A Biossegurança é tratada pela Comissão de Biossegurança em Saúde (CBS). 
Esta foi instituída pela Portaria GM/MS nº 1.683, de 28 de agosto de 2003. Desde sua 
criação, o objetivo da CBS é definir estratégias de atuação, avaliação e 
acompanhamento das ações ligadas à Biossegurança de forma a ter o melhor 
entendimento entre o Ministério da Saúde com órgãos e entidades relacionadas ao 
tema. 
O princípio básico da biossegurança é o controle de riscos, um elemento 
considerável do esforço gradual da busca de proteção contra as ameaças à vida 
humana. A responsabilidade legal pelo controle de riscos e pela segurança em 
ambientes de trabalho cabe aos administradores, no entanto os funcionários devem 
incorporar em sua rotina de trabalho as Boas Técnicas Microbiológicas e as Normas 
de Biossegurança. 
Isso é feito de forma constante, com treinamentos e alertas, sempre se 
preocupando com a manutenção das condições de saúde e observando os riscos 
potenciais associados ao trabalho. O termo risco, em se tratando de saúde, é qualquer 
situação que aumente a probabilidade de ocorrência de uma doença ou agravo à 
saúde, a exemplo dos múltiplos fatores causais das doenças cardiovasculares. Os 
riscos são possíveis danos pessoais, infecções ou outras consequências negativas 
ao ser humano e ao meio ambiente. O fator de risco de um dano são todas as 
características ou circunstâncias que acompanham um aumento de probabilidade de 
ocorrência do fato indesejado sem que o dito fator tenha intervindo necessariamente 
em sua causalidade. 
Agente de risco: Qualquer componente de natureza física, química ou radioativa que 
possa a vir a comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a 
qualidade dos trabalhos desenvolvidos. 
 
20 
 
Mapa de risco: É a expressão gráfica de distribuição dos riscos envolvidos em um 
processo de trabalho realizado em um ponto específico. Tais riscos/fatores têm origem 
nos diversos elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, 
instalações, suprimentos e espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho 
(arranjo físico, ritmo de trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de 
trabalho, turnos de trabalho, treinamento, etc.) 
Análise de risco: É a condição de segurança alcançada por um conjunto de ações 
destinadas à prevenir, controlar, reduzir ou eliminar riscos inerentes às atividades que 
possam comprometer a saúde humana, animal e vegetal e ao ambiente. 
5.6 Vertentes da biossegurança 
Os profissionais da saúde sempre estarão expostos a algum tipo de risco e 
estes são classificados em cinco grupos: 
Risco de acidente: É quando há um evento negativo e indesejável, causando lesão 
pessoal ou dano material. Alguns exemplos são: queimaduras, cortes e perfurações. 
Risco ergonômico: Quando há qualquer fator interferente na característica 
psicomorfológica do trabalhador, afetando sua saúde. Por exemplo: transporte manual 
de peso, movimento repetitivo, postura inadequada que pode gerar a LER ou DORT. 
Risco físico: Está relacionado a diversas formas de energia que o trabalhador está 
submetido, como: pressões anormais, temperatura extrema, ruído, vibrações, 
radiações ionizantes, ultrassom, etc. 
Risco químico: É a exposição a agentes ou substâncias químicas presentes no 
ambiente ou processo de trabalho que possam penetrar no organismo por via 
respiratória, ser absorvido pela pele ou mesmo por ingestão. 
Risco biológico: Está associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos 
e/ou animais infectados com agentes biológicos que possam produzir efeitos nocivos 
sobre os seres humanos, animais e meio ambiente. 
5.7 Princípios de biossegurança 
O objetivo principal da biossegurança é criar um ambiente de trabalho onde se 
promova a contenção do risco de exposição a agentes potencialmente nocivos ao 
 
21 
 
trabalhador, pacientes e meio ambiente, de modo que este risco seja minimizado ou 
eliminado. O termo “contenção” é usado para descrever os métodos de segurança 
utilizados na manipulação de materiais infecciososou causadores de riscos em meio 
laboratorial, onde estão sendo manejados ou mantidos. 
O objetivo da contenção é reduzir ou eliminar a exposição da equipe de um 
laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente em geral aos agentes 
potencialmente perigosos. As contenções de riscos representam-se como a base da 
biossegurança e são ditas primárias ou secundárias. 
As ações de biossegurança em saúde são primordiais para a promoção e 
manutenção do bem-estar e proteção à vida. A evolução cada vez mais 
rápida do conhecimento científico e tecnológico propicia condições favoráveis 
que possibilitam ações que colocam o Brasil em patamares preconizados 
pela Organização Mundial de Saúde (OMS) em relação à biossegurança em 
saúde. No Brasil, a biossegurança começou a ser institucionalizada a partir 
da década de 80 quando o Brasil tomou parte do Programa de Treinamento 
Internacional em Biossegurança ministrado pela OMS que teve como objetivo 
estabelecer pontos focais na América Latina para o desenvolvimento do 
tema. (CBS, 2010 apud MINISTÉRIO DA SAUDE, 2010, p. 36). 
5.8 Níveis de biossegurança 
O nível de Biossegurança de um procedimento será determinado segundo o 
agente biológico de maior classe de risco envolvido. Quando não se conhece a 
patogenicidade do agente biológico deve-se realizar uma avaliação do risco para 
estimar o nível de contenção. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança 
(CTNBio) é responsável pelas atribuições relativas ao estabelecimento de normas, 
análise de risco, definição dos Níveis de Biossegurança e classificação de 
Organismos Geneticamente Modificados (OGM). 
As características físicas, estruturais e de contenção de um laboratório 
determinam o tipo de micro-organismo que pode ser manipulado em suas 
dependências. 
Nível de Biossegurança 1: É o nível básico de contenção, que se baseia nas 
práticas padrões de microbiologia. Não é requerida nenhuma característica de 
desenho, além de bom planejamento espacial e funcional e a adoção de boas práticas 
laboratoriais. 
Nível de Biossegurança 2: Diz respeito aos microrganismos pertencentes a 
classe de risco 2. É necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras 
 
22 
 
físicas primarias (cabines de segurança biológica e EPI) e secundárias (desenho e 
organização do laboratório). 
Nível de Biossegurança 3: Destinado aos trabalhos com microrganismos de 
classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de 
microrganismos da classe de risco 2. São requeridos, além dos itens do nível de 
biossegurança 2, o desenho e a construção laboratorial especial. Deve ser rígida a 
operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos. Além disso o 
pessoal técnico deve receber treinamento específico. 
Nível de Biossegurança 4: É o laboratório de contenção máxima, destinado a 
manipulação de microrganismos de classe de risco 4, onde há o mais alto nível de 
contenção, representando uma unidade geográfica e funcionalmente independente de 
outras áreas. Esses laboratórios além de requerer requisitos físicos e operacionais 
dos níveis de contenção 1, 2 e 3, também pedem barreiras de contenção (instalações, 
desenho dos equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de 
biossegurança. 
Sabendo analisar o risco biológico ao qual se está exposto, pode-se decidir em 
qual nível de biossegurança o agente infeccioso se encaixa, quais os equipamentos 
de segurança utilizar (EPI e EPC) e dessa forma, pode-se proteger o profissional, a 
comunidade e o meio ambiente ao risco exposto. Há ainda os manuais de 
Biossegurança, que são de responsabilidade de comissões formadas, que preparam 
normas dentro da legislação vigente, com revisões quando necessárias. 
São alguns setores envolvidos com o desenvolvimento de manuais de 
biossegurança: CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes), comissão 
criada por funcionários de todos os níveis. SESMT (Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho) e PCMSO (Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional) sob responsabilidade de um médico do trabalho. O 
SESMT protege a integridade do trabalhador e promove sua saúde. PPRA (Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais) está sob responsabilidade direta da Comissão 
de Biossegurança, avaliando os riscos biológicos e o local de trabalho. 
A preservação da saúde e da segurança no ambiente de trabalho constituem 
uma das principais bases para o desenvolvimento adequado da força de 
trabalho, sendo indispensável quando se espera ter um ambiente produtivo e 
de qualidade. O sucesso na obtenção dos resultados está intimamente 
relacionado com a valorização do recurso humano dentro da empresa, como 
um dos fatores primordiais. (CHIAVENATTO 1989, apud MONTEIRO 2005, 
p. 3). 
 
23 
 
5.9 Descarte de material e instrumental contaminado 
A análise das medidas de biossegurança pressupõe uma apreciação quanto 
aos princípios fundamentais para o manuseio de materiais e equipamentos dentro do 
ambiente hospitalar, incluindo diversos aspectos que podem minimizar o risco dos 
profissionais de saúde acidentarem-se ao exercerem suas atividades laborais. Para 
isso, é primordial que tenham máxima atenção durante o desempenho de seu 
exercício profissional como, por exemplo, não usando os próprios dedos como 
anteparo, bem como não realizando o reencapamento ou retirada de seringas com as 
próprias mãos. 
 Mesmo com o uso de material estéril, este precisa ser descartado em 
recipientes próprios com resistência elevada à perfuração e com fechamento 
adequado, pois esta é uma das principais formas de prevenir a infecção dos 
profissionais, além da propagação da doença dentro do ambiente hospitalar. O 
descarte é uma etapa fundamental enquanto medida preventiva. Outra medida 
elementar é que esses recipientes somente podem ter 2/3 de sua capacidade total 
utilizada, a fim de evitar possíveis vazamentos e a consequente contaminação do ar 
ou das pessoas que manipularem esses invólucros. Mas, quando o acidente não 
puder ser evitado, o profissional de saúde deve adotar medidas que objetivem a 
redução do risco de infecção, procedimentos simples, como a lavagem exaustiva da 
área externa com água e sabão, bem como o uso de soluções antissépticas 
degermantes, a realização de exames que detectem possíveis problemas ou doenças 
que possam ser desenvolvidas, a ingestão da medicação adequada a cada caso, a 
vacinação se for esta a recomendação ou tomar a atitude necessária a cada caso. 
Em caso de exposição de mucosas, é preciso que o local seja lavado com água 
ou com solução fisiológica. No entanto, precisa ser evitada a exposição da área 
afetada a outros possíveis danos, pois assim o risco do ataque de outras possíveis 
infecções hospitalares é reduzido, praticamente eliminado. Nesse sentido, há 
necessidade do profissional de saúde comunicar a ocorrência do acidente de trabalho, 
registrando o ocorrido no setor responsável, estabelecendo medidas precoces para o 
tratamento da lesão, além de buscar retirar suas dúvidas quanto aos procedimentos 
a serem adotados. 
Entretanto, ainda são poucas as estruturas de atendimento e notificação para 
os casos de acidentes com profissionais de saúde nos hospitais e hospitais brasileiros, 
 
24 
 
dificultando a análise sobre a verdadeira incidência de acidentes de trabalho 
envolvendo esses profissionais no ambiente hospitalar, reduzindo o monitoramento 
de suas tendências atuais e evolutivas. 
Outro problema que também merece destaque refere-se ao fato de que o 
sistema de vigilância e acompanhamento não registra casos de acidentes de trabalho 
ocorridos no setor informal, mesmo representando uma parcela significativa desses 
acontecimentos. O trabalhador deve receber informações antecipadas da natureza do 
trabalho que irá desempenhar, tais como: riscos, responsabilidades, normas básicas 
de higiene rigorosa e rotinas estabelecidas pelainstituição. 
 A exposição ocupacional inclui o contato das membranas mucosas (olho, boca, 
entre outros), pele não íntegra, bem como por acidentes percutâneos, ao sangue, 
fluidos orgânicos (secreção e excreção), potencialmente transmissores do HIV, 
Hepatite B (HBV) e C (HCV), que eventualmente possa ocorrer no ambiente de 
trabalho. Estes fatores são os mais relevantes em caso de infecções, pois são aqueles 
que podem causar danos mais severos à saúde desses profissionais. 
A infecção ocupacional pode ser compreendida como aquela adquirida pelo 
trabalhador de saúde no ambiente a partir de uma exposição ocupacional. Todavia, 
independente disso, toda e qualquer infecção hospitalar deve ser evitada, seja junto 
aos pacientes ou aos funcionários. 
5.10 Principais fatores que predispõem os profissionais da área de saúde aos 
riscos biológicos 
Ao interagirem com o ambiente de trabalho, os profissionais da área de saúde 
correm o risco de se submeterem a agentes patógenos dos mais variados que causam 
doenças. A presença de riscos de infecções relacionados a diferentes variáveis 
epidemiológicas são classificadas, principalmente, em três categorias: agentes, 
hospedeiro e atividade ocupacional. 
Os agentes referem-se à análise do grau de virulência, toxicidade, dose 
infecciosa. Já o hospedeiro refere-se à idade, gênero, raça, gravidez, imunidade, entre 
outros. No caso das atividades ocupacionais, referem-se aos métodos, técnicas, 
qualidade dos equipamentos e materiais de trabalho. 
Pela natureza de suas atividades, os profissionais da área de saúde precisam 
ter a consciência de diminuírem os riscos aos materiais infecciosos como uma das 
 
25 
 
principais formas de reduzir a contaminação. Esses profissionais são vulneráveis, 
principalmente quando existe a falta de informações sobre as medidas preventivas e 
de como preservar a saúde do trabalhador, deixando-os conscientes de sua 
vulnerabilidade e que não devem ignorar os riscos aos quais estão submetidos, 
aceitando e cumprindo as medidas de segurança e higiene no trabalho. 
Da mesma forma, faltam profissionais qualificados, capazes de assumirem 
suas atividades plenamente, principalmente aquelas mais complexas, sendo um dos 
principais fatores que tornam essas pessoas vulneráveis, levando-os a um alto nível 
de desgaste físico, mental e emocional, ocasionando uma sobrecarga. Os 
profissionais de saúde são aqueles que mais estão submetidos aos riscos 
ocupacionais, seja por meio de ferimentos, erupções e outras dermatoses. Também 
é o segmento da área de saúde em que mais inexistem programas de imunização e 
estudos sobre as possibilidades de exposição a riscos potenciais. 
Estão submetidos a numerosos riscos continuadamente, principalmente no que 
se refere aos agentes biológicos, essencialmente quando não ocorre o cumprimento 
da utilização de medidas protetivas individuais e/ou coletivas. Além disso, deparam-
se com barreiras institucionais, pressões econômicas e técnicas para que as medidas 
de biossegurança mínimas sejam efetivamente implantadas. 
No caso dos países em desenvolvimento, os problemas citados são ainda mais 
agravados, pois, normalmente, não existem verbas reservadas para a aquisição de 
materiais e equipamentos de proteção, assim como para serem investidos em 
treinamentos e medidas preventivas. De outra forma, ainda há problemas 
relacionados à mudança dos hábitos individuais e coletivos, que tendem a atrapalhar 
na conquista dessa desejada prevenção. 
Os fatores organizacionais são fundamentais para o sucesso das medidas 
preventivas, devendo-se evitar jornadas de trabalho longas demais, excesso de horas 
extras, trabalho noturno, monotonia nas atividades, falta de preparo dos funcionários, 
além de deficiência nos rodízios de profissionais em escala de trabalho. 
Os acidentes estão geralmente associados à fatalidade humana, danos 
materiais, paradas na produção, danos à imagem da empresa, efeitos 
psicológicos na equipe e perda de produtividade. O estudo destas 
ocorrências permite uma avaliação das relações entre o homem e o ambiente 
onde ele exerce suas atividades, seu equilíbrio e sua deterioração, 
aprimorando o conhecimento técnico-científico e permitindo o planejamento 
e a avaliação das ações voltadas para os trabalhadores. Deve-se incluir nesta 
análise até mesmo acidentes ou incidentes que não tenham culminado em 
 
26 
 
lesões ou doenças, mas que apresentavam potencial para isso, bem como a 
ocorrência de eventos inesperados e indesejáveis, com o objetivo de que 
estas situações não ocorram novamente. (ASFAHL 2005, apud BAKKEA, 
2009, p. 2). 
A falta de conscientização de profissionais na busca por melhores condições 
físicas e ambientais de trabalho atrapalha na diminuição desses riscos, bem como não 
devem associar esses acidentes à falta de sorte, de atenção, por culpa pessoal ou 
aspectos afins, sem considerar fatores relacionados ao próprio ambiente da empresa. 
Eliminar ou reduzir a exposição, é fundamental para que haja o progresso de 
prevenção que causem infecção aos profissionais de saúde diminuindo a 
contaminação por acidente por agulhas, além do uso de dispositivos para descarte e 
de equipamento de proteção individual (máscaras, luvas, aventais etc.), e a avaliação 
e segmento pós exposição, incluindo profilaxia quando necessário. 
A unidade de saúde deve manter um banco de dados contendo informações 
sobre todas as atividades desenvolvidas na prevenção e controle de doenças 
ocupacionais transmitidas através do sangue, fluidos orgânicos e outras doenças 
infectocontagiosas, como tuberculose, rubéola e tétano. Desse modo, uma das 
principais medidas de prevenção contra as infecções é a realização do 
acompanhamento sorológico. Deve ser solicitada a sorologia para HIV e hepatite B e 
C, imediatamente após o acidente, o que funciona como prévia. 
Profissionais de saúde devem ser vacinados previamente contra hepatite B 
devem solicitar o anti-HBS, se o resultado der positivo, não é necessário o 
acompanhamento sorológico. Trabalhador vacinado com anti-HBS negativo, e para 
os não vacinados, solicitar HBsAg e anti-HBC. Repetir, neste caso, as sorologias após 
6 meses da exposição ao cliente Fonte HBsAg positivo ou cliente-Fonte 
desconhecido. 
Quando o trabalhador tiver utilizado gamablobulinahiperimune imediatamente 
após o acidente, a realização da sorologia anti-HBsAg só deve ser realizado 12 
semanas após o acidente. Os principais critérios para a prevenção ou realização de 
exames ou vacinação em casos de contato com pessoas contaminadas com HIV, HBV 
e HCV, deve-se considerar o risco de aquisição ocupacional quando houver contato 
comprovado com material infectante, sorologia negativa do trabalhador, realizada até 
15 dias após o acidente, bem como a ocorrência de soro conversão durante o 
 
27 
 
acompanhamento e a ausência de outros determinantes de risco para o contágio com 
o agente. 
Com relação aos riscos pós-exposição de material biológico com HIV, é 
imprescindível que o profissional tenha consciência do tamanho da profundidade da 
lesão, se existe sangue visível no dispositivo do acidente e se este dispositivo foi 
previamente colocado em leito intravascular (agulhas). Assim, ciente Fonte com alto 
título de HIV, é preciso verificar se existiu a exposição do material em mucosa, se a 
pele também teve algum tipo de contato com o material, pois assim o risco será 
aumentado também se houver um contato prolongado, áreas extensas, perdas de 
integridade da pele e alto título viral inoculante. 
Sobre o risco de pós-exposição ao material biológico pelo contato com HVB, 
caso entre 6 a 40% dos casos, apresenta-se como agente efetivo de transmissão de 
doenças, originadas após o contato com material biológico. Com relação ao risco de 
pós-exposição ao material biológico HVC, existe risco de 3 a 10% dos casos por 
possuir cerca de 10 vezes mais possibilidades de complicaçãoque o HBV. Cerca de 
30 a 70% dos infectados por esse vírus podem evoluir para a cronicidade. Os 
principais cuidados locais, em casos de exposição ao HIV, HVB e HCV: 
• O cuidado com os locais expostos deve ser imediato; 
• Lavar a área exaustivamente com água e sabão, em caso de exposição percutânea, 
e colocar solução antisséptica (álcool a 70%, PVP-1 ou clorohexidina); 
• Lavar exaustivamente com água ou solução fisiológica, após exposição em 
mucosas; 
• No caso de ingestão, provocar o vômito; 
• Realizar curativo se necessário; 
• Comunicar à chefia imediata. 
Nesse caso, é imprescindível a necessidade de evitar acidentes com materiais 
perfuro cortantes com o manuseio adequado dos equipamentos, máquinas e demais 
elementos utilizados, acondicionamento adequado em recipientes próprios e, 
conforme já citado antes, não deixar ultrapassar 2/3 de sua capacidade de utilização, 
bem como determinar normas e procedimentos a serem seguidos, não esquecendo 
as Normas Reguladoras (NRs) existentes para cada caso. 
Para chamar a atenção das pessoas que frequentam ou que trabalhem nos 
estabelecimentos de saúde, é importante que haja uma sistemática de identificação 
 
28 
 
dos riscos existentes em cada setor ou unidade do estabelecimento. Por isso, de 
acordo com as necessidades e a gravidade dos riscos existentes, é necessária a 
presença de material informativo e de divulgação, como cartazes, folhetos, adesivos, 
entre outros, que transmitam e que sejam tomados cuidados preventivos ante o risco 
presente. 
Assim, símbolos identificados de substâncias, cores diferenciadas, etiquetas 
adequadas, textos alusivos, que indiquem os riscos e as atitudes adequadas a tomar, 
devem fazer parte do ambiente do estabelecimento de saúde. 
5.11 Classificação de Risco 
A classificação de riscos nos ambientes de trabalho é definida a partir da 
Portaria 3.214/7820 do Ministério do Trabalho e Emprego, em suas Normas 
Regulamentadoras, as – NRs - de Medicina e Segurança do Trabalho. 
Um profissional devidamente capacitado e informado sobre as questões 
básicas de prevenção não terá dificuldades para identificar, intervir e administrar 
eventos que porventura possam vir a comprometer além da integridade física 
daqueles que ali se inserem mas também as instalações prediais. Todos os hospitais 
manuseiam materiais potencialmente perigosos e geram detritos perigosos. 
Aplicando-se os critérios de biossegurança de nível 2, em que o pessoal do hospital 
necessita de treinamento específico no manuseio de agentes patogênicos, fica o 
hospital limitado durante o período de trabalho e os procedimentos que geram 
aerossóis conduzidos a cabines de segurança biológica. 
Todo o sangue humano de reagente deverá ser manuseado como se eles 
contivessem patógenos. De uma forma geral, as principais etapas do gerenciamento 
de riscos referem-se à análise, avaliação, definição das medidas preventivas e 
eliminação ou minimização do risco. 
Portanto, para o gerenciamento de riscos, é necessário adotar uma 
metodologia estruturada e sistemática de identificação e avaliação desses riscos. 
Essa prática é fundamentada no Programa de Prevenção de Riscos Ambientais - 
PPRA, que subsidia o Programa de Controle Médico e Saúde Ocupacional - PCMSO. 
Métodos para redução e prevenção de acidentes: Desenvolver no ambiente 
de trabalho a cultura da biossegurança; avaliar a biossegurança, no contexto global 
 
29 
 
da instituição como ocorre com os processos da qualidade; aplicar de forma planejada 
as ferramentas da qualidade para a avaliação e correção do sistema de 
biossegurança. 
Fatores de importância na percepção das avaliações de riscos são expostos 
para evitar infecções nos profissionais do hospital. Portanto, existe a necessidade de 
avaliação de cada um dos riscos, com intuito de eliminá-los, ou minimizar seus efeitos. 
Acidentes são eventos definidos ou sequência de eventos fortuitos e não 
planejados que dão origem a uma consequência específica e indesejada, em termos 
de danos humanos, materiais ou ambientais. Existem ações preventivas nos hospitais 
para a prevenção de acidentes, tais como: mapeamento de pontos que representem 
riscos, assinalando os mais críticos; ter estabelecido criação de Procedimentos 
Operacionais Padrão (Pops). 
É através da legislação existente que se pode verificar as possibilidades de 
defesa e promoção da saúde do trabalhador. A legislação pode ser classificada de 
acordo com a área pertinente para a sua aplicação. As formas atuais e as vias de 
regulamentação de saúde do trabalhador, em especial, destacam-se o PCMSO, que 
atua em caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à 
saúde, inclusive de natureza subclínica, doenças profissionais ou danos irreversíveis 
à saúde dos trabalhadores. Nesse caso, relembra-se a NR – 5 que trata da Comissão 
Interna de Prevenção de Acidente - CIPA. 
Apesar dos esforços das empresas, entidades e profissionais da área de 
Saúde e Segurança do Trabalho em adotar medidas preventivas, elas ainda 
não são suficientes para proteger a vida e a segurança do trabalhador. Os 
números são cada dia mais alarmantes e é preciso que as empresas adotem 
cada dia mais medidas protetivas e preventivas para que o trabalhador não 
se acidente no ambiente laboral. A CIPA pode ser considerada portanto, uma 
grande aliada para redução do número de acidentes de trabalho no Brasil. 
(COSTA 2012, apud MENDES 2016, p.5). 
A função da CIPA é prevenir acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de 
modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a prevenção da vida e a 
promoção da saúde do trabalhador. A norma propõe o reconhecimento, avaliação e 
controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no 
ambiente de trabalho de forma antecipada. 
 
30 
 
6 ISOLAMENTOS HOSPITALARES 
 
Fonte: ccih.med.br 
O aparecimento de novas síndromes infecciosas, o surgimento de germes 
multirresistentes e o conhecimento da transmissibilidade das doenças comunitárias a 
nível hospitalar fizeram surgir à necessidade de reavaliação dos métodos utilizados 
para isolamentos nos hospitais. 
6.1 Transmissão da infecção no hospital 
 Para ocorrer a transmissão das infecções no ambiente hospitalar são 
necessários 3 elementos: 
a) Fonte de infecção: Podem funcionar como fonte de microrganismos os 
pacientes, funcionários e, ocasionalmente, os visitantes; também podem ser 
fontes de microrganismos os objetos inanimados do ambiente hospitalar que 
se tornam contaminados, incluindo equipamentos e medicamentos. 
b) Hospedeiro susceptível: Pacientes no ambiente hospitalar possuem fatores 
que os tornam mais susceptíveis aos microrganismos, tais como: doença de 
base, uso de quimioterápicos e imunossupressores, uso de antimicrobianos; 
quebra de barreiras naturais de defesa como incisões cirúrgicas ou uso de 
cateteres e sondas. 
 
31 
 
c) Meios de transmissão: Os microrganismos são transmitidos no hospital por 
vários meios, como contato, gotículas, pelo ar, por meio de um veículo comum 
ou por vetores. 
O Contato é o mais frequente e importante meio de transmissão de infecções 
hospitalares, ocorre através das mãos dos profissionais que não são lavadas ou 
desinfetadas entre um paciente e outro, através das luvas que não são trocadas entre 
um paciente e outro. Pode ocorrer pelo contato de um paciente com outro e também 
através de instrumentos contaminados. 
 As gotículas embora seja uma forma de contato, pela sua peculiaridade é 
tratada separadamente. A geração de gotículas pela pessoa que é a fonte ocorre 
durante a tosse, espirro, aspiração de secreções, realização de procedimentos (como 
broncoscopia) e mesmo pela conversação habitual. Quando estas partículas são 
depositadas na conjuntiva, mucosa nasal ou na boca do hospedeiro susceptível, 
ocorre a transmissão do agente. As partículas podem atingir uma distânciade 1 metro. 
Essa forma de transmissão não é aérea porque as gotículas não permanecem 
suspensas no ar. 
A forma aérea se dá na transmissão aérea, que ocorre quando os 
microrganismos estão em pequenas partículas suspensas no ar (=5 µm) ou gotículas 
evaporadas que permanecem suspensas no ar por longo tempo ou em partículas de 
“fumaça”; os microrganismos carregados desta forma são disseminados por correntes 
de ar e podem ser inalados por hospedeiros susceptíveis, mesmo a longas distâncias. 
Para a prevenção da transmissão aérea é recomendado, além do uso de 
máscaras, que os quartos sejam equipados com um sistema de ventilação especial, 
pressão negativa e filtro, evitando a saída de correntes de ar quando a porta é aberta. 
Veículo comum: Ocorre quando os microrganismos são transmitidos por 
veículo comum como alimentos, água, medicamentos ou mesmo equipamentos. 
Vetores: Ocorre quando vetores como moscas, mosquitos, transmitem 
microrganismos. Para a prevenção de infecções adquiridas no hospital, este meio de 
transmissão não é considerado importante. 
6.2 Isolamentos 
É possível agrupar os isolamentos hospitalares da seguinte forma: 
 
32 
 
I – Fundamentos para isolamentos hospitalares: 
Lavagem das mãos: É a medida mais importante de evitar a transmissão de 
microrganismos de um paciente para outro, as mãos devem ser lavadas antes e após 
contato com pacientes e após contato com sangue, secreções e excreções e 
equipamentos ou artigos contaminados, devem ser lavadas imediatamente após a 
retirada das luvas (as mãos podem ser contaminadas por furos nas luvas ou durante 
a remoção destas). 
A lavagem das mãos deve ser feita com sabão comum ou desinfetada com 
álcool glicerinado (álcool 70% + glicerina 1 a 2%), antes de procedimentos invasivos 
deve ser feita com sabão contendo antisséptico. 
Uso de luvas: As luvas são utilizadas por 3 razões: 
a) Proteção individual: É obrigatório ao contato com sangue e líquidos corporais e ao 
contato com mucosas e pele não íntegra de todos os pacientes e também na 
venopunção e demais procedimentos de acesso vascular. 
b) Reduzir a possibilidade de que microrganismos das mãos contaminem campo 
operatório, mucosas ou pele não intacta (deve ser calçada imediatamente antes do 
contato), 
c) Reduzir a possibilidade de transmissão de microrganismo de um paciente ou fômite 
para outro, as luvas devem ser trocadas entre um paciente e outro. 
O uso das luvas não substitui a lavagem das mãos e a falta de troca das luvas 
entre um paciente e outro pode disseminar microrganismos no hospital. 
Acomodações dos pacientes: O quarto privativo é importante para prevenir a 
transmissão por contato quando o paciente tem hábitos higiênicos precários ou não 
consegue compreender as medidas de controle, como crianças e indivíduos com 
problemas mentais. Se possível, é recomendado quarto privativo para pacientes com 
microrganismos altamente transmissíveis ou epidemiologicamente importantes. 
Quando não for possível, deve-se escolher o companheiro de quarto, 
preferencialmente infectado pelo mesmo microrganismo (coorte). 
Quando não for possível estabelecer-se coorte, é ainda possível escolher 
cuidadosamente outro companheiro, com menor risco, mas sempre sob supervisão 
da CCIH. Quartos com ventilação especial e pressão negativa são recomendados 
para pacientes que tem possibilidade de transmitir microrganismos por via aérea. 
 
33 
 
 Transporte: O paciente portador de microrganismos altamente transmissíveis 
ou epidemiologicamente importantes deve deixar o quarto apenas em situações 
essenciais ao seu tratamento. Deve ser usada barreira apropriada para cada paciente, 
de acordo com a possibilidade de transmissão: colocar máscara no paciente com 
possibilidade de geração de partículas infectantes e proteger com curativos 
impermeáveis as secreções que possam contaminar o ambiente. 
Tanto o paciente como os funcionários do local que o recebe devem ser 
adequadamente informados sobre o tipo e necessidade das precauções. Pacientes 
imunossuprimidos devem ter prioridade no atendimento, mas não é indicado o uso de 
máscara. 
Máscara, proteção ocular ou proteção facial: Devem ser utilizados na 
realização de procedimentos de risco de contaminação de mucosas do nariz, boca e 
olhos com sangue ou líquidos corporais. O uso de máscaras para isolamentos por 
pacientes com tuberculose abaixo especificado. 
Aventais, perneiras, sapatos e propés: São utilizados para proteção 
individual, nas situações onde há risco de contaminação com sangue e líquidos 
corporais. Caso sejam usados aventais em quartos com precauções de transmissão 
por contato, devem ficar dentro do quarto. 
Equipamentos e artigos: Materiais perfuro-cortantes depois de utilizados 
devem ser transportados ou descartados com cuidado para prevenir acidentes e 
transferência de microrganismos para o ambiente ou outros pacientes, equipamentos 
utilizados em precauções de contato devem ser desinfetados após o uso (ex: 
estetoscópios, termômetros, esfigmomanômetros). 
Roupas/lavanderia: O risco de transmissão de microrganismos é desprezível 
se as roupas forem manipuladas, transportadas e lavadas de maneira a evitar a 
transferência de microrganismos para pacientes/funcionários ou ambiente. 
Pratos, talheres e copos: A combinação de calor e detergente é suficiente 
para descontaminação dos utensílios, não sendo necessária a separação para 
pacientes isolados. 
Limpeza de rotina e terminal: A limpeza dos equipamentos do ambiente do 
paciente em precauções especiais deve ser determinada de acordo com a 
possibilidade de contaminação. 
 
34 
 
II - Precauções universais ou precauções padrão: As precauções universais 
ou precauções padrão com sangue e líquidos corporais são normatizadas para serem 
utilizadas em todos os pacientes, independentemente dos fatores de risco ou da 
doença de base. Compreende a lavagem correta das mãos, uso de luvas, aventais, 
máscaras ou proteção facial para evitar o contato do profissional com materiais do 
paciente, como sangue, líquidos corporais, secreções e excretas (exceto suor), pele 
não intacta e mucosas. 
III – Precauções para transmissão aérea: Devem ser usadas, juntamente com 
precauções padrão, para pacientes portadores de doenças transmitidas pelo ar. É 
recomendado quarto privativo e, se possível, com ventilação especial; as portas e 
janelas devem permanecer fechadas; é necessário uso de máscara N95 ao entrar no 
quarto; pacientes com a mesma doença podem dividir o mesmo quarto. 
 São incluídas: 
Tuberculose pulmonar e laríngea: Uso de máscaras com filtro especial (N95). Nos 
casos suspeitos deve-se aguardar resultado da baciloscopia; se negativa, suspender 
precauções. Manter precauções até 3 baciloscopias negativas colhidas em dias 
diferentes. 
Todo paciente que estiver em uso de esquema terapêutico diferente do habitual 
(Pirazinamida/Izoniazida/Rifampicina) não poderá dividir o quarto com nenhum outro 
paciente e deverá manter precauções durante todo o período de internação, 
independentemente da baciloscopia. 
O conhecimento das vias de eliminação do agente é importante para a 
adoção de medidas de contingenciamento. A eliminação por excreções ou 
secreções de agentes biológicos pelos organismos infectados, em especial, 
aqueles transmitidos por via respiratória, podem exigir medidas adicionais de 
contenção. As pessoas que lidam com animais experimentalmente infectados 
com agentes biológicos patogênicos apresentam um risco maior de 
exposição devido à possibilidade de mordidas, arranhões e inalação de 
aerossóis. (BRASIL 2006, apud MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2017, p. 20). 
 
Varicela, herpes zoster disseminado ou herpes zoster localizado em 
imunossuprimidos: As pessoas sabidamente não imunes devem evitar entrar no 
quarto. Caso isso não seja possível, devem usar as máscaras N95. As pessoas 
sabidamente imunes estão dispensadas do uso de máscaras. Usode luvas ao contato 
com lesões do paciente e uso de avental ao contato direto com lesões do paciente. 
Manter precauções até que todas as lesões estejam na forma de crostas. 
 
35 
 
Após exposição ao vírus varicela zoster, colocar indivíduos susceptíveis em 
precauções aéreas a partir do 10º dia pós-exposição até o 21º dia após a última 
exposição. Para os expostos que receberam imunoglobulina, manter as precauções 
até o 28º dia. Os acompanhantes podem permanecer dentro do quarto, estando 
dispensados do uso de máscaras desde que sejam imunes; ao entrar apenas para 
observar e não entrar em contato com o paciente ou dispositivos a ele conectados, 
não são necessárias luvas, sendo suficiente o uso de máscaras, com as ressalvas 
acima. 
Sarampo: O uso de máscaras é semelhante ao descrito para varicela, para pessoas 
não imunes. 
IV – Precauções para transmissão por gotículas: São utilizadas para pacientes 
com doenças, conhecidas ou suspeitas, transmitidas por partícula grandes (> 5 µm); 
deve-se usar máscara comum ao entrar no quarto; é recomendado quarto privativo 
durante o período das precauções; demais procedimentos seguem as precauções 
universais ou precauções padrão. 
Incluem-se as seguintes patologias: 
Doença invasiva por H.influenzae tipo b (epligotite, meningite, pneumonia) - Manter 
precauções até 24 h do início da antibioticoterapia. 
Doença invasiva por meningocócica (sepsis, meningite, pneumonia) -Manter 
precauções até 24 h do início da antibioticoterapia. 
Difteria laríngea-Manter precauções até duas culturas negativas. 
Coqueluche-Manter precauções até 5 dias após o início da antibioticoterapia. · 
Caxumba- Manter precauções até 9 dias do início da exteriorização ou tumefação das 
parótidas. 
Rubéola -Manter precauções até 7 dias após o início do exantema 
Escarlatina- Manter precauções até 24 h após o início da antibioticoterapia 
Vírus influenza -Manter em precaução por 7 dias, no caso de influenza aviária ou 
cepa pandêmica manter em isolamento aerossol. 
 
36 
 
7 ISOLAMENTOS HOSPITALARES: ORGANIZAÇÃO E ROTINAS TÉCNICAS E 
OPERACIONAIS 
Em 1996, o Centers for Disease Control and Prevention publicou o sistema de 
precauções e isolamentos, o qual contempla três tipos de precauções: Precauções 
padrão e Precauções específicas. 
Esta orientação, para estabelecer precauções, é considerada uma nova etapa 
na evolução das práticas de isolamento nos hospitais norte-americanos e também, 
tem orientado diversas instituições brasileiras. Elas podem ser combinadas caso a 
doença apresente mais de uma via de transmissão. As Precauções Específicas 
devem ser sempre usadas associadas às Precauções Padrão. 
Precauções empíricas/precauções padrão: Devem ser aplicadas no 
atendimento a todos os pacientes, na presença de risco de contato com sangue; 
fluidos corpóreos, secreções e excreções (exceção: suor); pele com solução de 
continuidade; e mucosas. 
Precauções específicas: Elaboradas de acordo com o mecanismo de 
transmissão das patologias e designadas para pacientes suspeitos ou sabidamente 
infectados ou colonizados, por patógenos transmissíveis e de importância 
epidemiológica, baseada em três vias principais de transmissão: transmissão por 
contato, transmissão aérea por gotículas, transmissão aérea por aerossóis. 
7.1 Controle dos funcionários: 
Está recomendada a triagem para tuberculose, infecção e doença, por meio 
dos exames pré-admissionais e periódicos, incluindo o teste tuberculínico (PPD). O 
funcionário com teste tuberculínico não reator deve ser incluído no programa de 
testagem periódica com PPD ou vacinação pelo BCG. Indica-se a realização de, pelo 
menos, um teste anual para os funcionários com potencial para exposição à 
tuberculose. O acompanhamento clínico/radiológico está recomendado para todo 
funcionário que apresentar conversão tuberculínica recente documentada. 
Caso não seja confirmada doença, está recomendado o início de 
quimioprofilaxia com Izoniazida. Além disto, para aqueles que apresentarem sinais 
e/ou sintomas sugestivos de tuberculose, também está indicado o acompanhamento 
 
37 
 
no serviço de medicina do trabalho, para avaliação específica com teste de 
baciloscopia e exames complementares. 
7.2 Afastamento das atividades 
O indivíduo que apresenta tuberculose pulmonar ou laríngea ativa pode ser 
altamente infectante. No caso de suspeita ou diagnóstico confirmado, está 
recomendado o afastamento das atividades - até que o diagnóstico seja descartado 
ou até que esteja sob terapia eficaz antituberculosa e não seja mais considerado 
infectante. 
7.3 Medidas de prevenção e controle 
 Identificação precoce dos casos suspeitos para início imediato do 
tratamento e das precauções de contato e respiratórias para aerossóis 
para pacientes provenientes de áreas de risco durante a epidemia; 
 Manter os pacientes suspeitos/confirmados sob precauções de contato 
e respiratórias para aerossóis durante o período indicado. 
7.4 Orientações específicas 
Berçário 
Os recém-nascidos com infecção raramente necessitam de um quarto especial 
para isolamento, pois apresentam baixa capacidade de dispersão de microrganismos, 
sendo a transmissão controlada através da lavagem das mãos e pela implantação das 
precauções-padrão (luvas e avental, quando necessário). 
Para as doenças transmitidas por via aérea, quando são envolvidas apenas as 
gotículas respiratórias, a incubadora fornece barreira adequada, se mantidas as 
precauções-padrão associadas. Um ambiente isolado é necessário apenas para 
patologias transmitidas por aerossóis. 
As infecções hospitalares são mais frequentes e, geralmente, mais graves 
em recém-nascidos do que em crianças maiores e em adultos. Além das 
várias peculiaridades desta fase da vida, que levam à maior susceptibilidade 
à infecção, a sobrevivência de um número crescente de recém-nascidos 
prematuros às custas do elevado tempo de permanência em unidades de 
 
38 
 
terapia intensiva neonatal, onde são submetidos a procedimentos invasivos 
e ao uso de antimicrobianos de largo espectro, são responsáveis por esta 
condição. A prevenção e o controle das infecções bacterianas neonatais 
representam um desafio para todos aqueles envolvidos nos cuidados 
hospitalares aos recém-nascidos. Surtos de infecção em berçários, causando 
óbitos, têm sido amplamente divulgados pela imprensa leiga no Brasil. 
(STOLL 1997, apud PINHATA 2007, p. 82). 
8 CONCEITOS DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA 
 
Fonte: tecnica.geracaoweb.com.br 
Urgência é definida como qualidade de urgente, emergência é definida como 
ação de emergir. Uma emergência é o surgimento de um acontecimento. A definição 
introduz critérios que caracterizam essa ocorrência: o caráter repentino e imprevisto 
de sua manifestação, assim como o seu caráter crítico e perigoso. 
No nível dos discursos, os profissionais de saúde que atuam no domínio da 
urgência referem-se, com frequência, à distinção entre urgência e emergência e 
insistem também na importância de saber a diferença entre as duas para agir de 
maneira adequada. Essas categorias existem a ponto de justificar a existência de 
serviços especializados, nos hospitais destinados, na ótica biomédica, ao atendimento 
das urgências e emergências. Elas existem a ponto de justificar uma ordem de 
prioridade no atendimento. 
Uma emergência corresponde a um processo com risco iminente de vida, 
diagnosticado e tratado nas primeiras horas após sua constatação. Exige que o 
tratamento seja imediato diante da necessidade de manter funções vitais e evitar 
 
39 
 
incapacidade ou complicações graves. Representa situações como choque, parada 
cardíaca e respiratória, hemorragia, traumatismo crânio-encefálico. 
Já a urgência significa um processo agudo clínico ou cirúrgico, sem risco de 
vida iminente. Nesse caso há risco de evolução para complicações mais graves ou 
mesmo fatais, porém, não existe um risco iminente de vida.

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