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Os lípides são divididos em: Fosfolípides: formam a estrutura básica das membranas celulares; Colesterol: Percursor dos esteroides, dos ácidos biliares e da vitamina D; Constitui membranas celulares; Atua na fluidez da membrana e ativação de enzimas. Triglicérides: Armazenamento energético; Depositado no tecido adiposo e muscular. Ácidos graxos: São divididos de acordo com o número de ligações duplas: ▪ Saturados: láurico, mirístico, palmítico e esteárico (12-18 átomos de carbono). ▪ Monossaturados: ácido oleico (18 átomos de carbono). ▪ Poli-insaturados: podem ser classificados como ômega 3 e 6. As lipoproteínas permitem a solubilização e o transporte dos lípides (hidrofóbicas) no meio aquoso plasmático. São compostas por lípides e proteínas denominadas Apolipoproteínas; as apo são responsáveis formação intracelular das partículas lipoproteicas (B100 e B48) e a atuação como ligantes a receptores de membrana (B100 e E) ou cofatores enzimáticos (CII, CIII e AI). Podemos separar as lipoproteínas em 2 grupos: Ricas em TG: maiores e mais densa como os quilomícrons (origem intestinal) e VLDL (origem hepática); Ricas em colesterol: LDL e HDL. Existe ainda uma classe de IDL e a Lipoproteína (a) – relação com a progressão da placa aterosclerótica –, que resulta da ligação covalente de uma partícula de LDL à Apo (a). O metabolismo das lipoproteínas tem uma via intestinal e outra hepática; Os TG representam a maior parte das gorduras ingeridas e hidrolisadas e pela lipase pancreática (ácidos graxos livres, monoglicerídeos e diglicerídeos) e emulsificadas pelos sais biliares com formação de micelas. A formação das micelas facilita a movimentação dos lipides através da borda em escova das células intestinais realizado pela proteína NPC1-L1, parte de um transportador de colesterol intestinal, está situada na membrana apical do enterócito. A inibição da proteína NPC1-L1, com consequente inibição seletiva da absorção intestinal do é um alvo terapêutico da hipercolesterolemia. Após serem absorvidas são utilizadas na produção de quilomícrons, que também contêm ApoB48, o componente amino-terminal da ApoB100. Em seguida, são secretados pelas células intestinais para o interior do sistema linfático, de onde alcançam a circulação através do ducto torácico. Enquanto circulam, os quilomícrons sofrem hidrólise pela Lipase Lipoproteica (LPL), uma enzima localizada na superfície endotelial de capilares do tecido adiposo e músculos, com consequente liberação de ácidos graxos e glicerol do core, e de colesterol não esterificado da superfície destas partículas. Após este processo de lipólise, os ácidos graxos são capturados por células musculares e adipócitos. Remanescentes de quilomícrons e ácidos graxos também são capturados pelo fígado, onde são utilizados na formação de VLDL. A montagem das partículas de VLDL no fígado requer a ação de uma proteína intracelular, a chamada proteína de transferência de TG microssomal (MTP) responsável pela transferência dos TG para a ApoB, permitindo a formação da VLDL. Tem-se aqui outro tipo de tratamento da hipercolesterolemia: ela inibição da síntese deApoB 100 (ApoB) e pela inibição da MTP. Já na circulação, os TG das VLDL são então hidrolisados pela LPL (enzima estimulada pela ApoC-II e inibida pela ApoC-III) e os ácidos graxos assim liberados são redistribuídos para os tecidos, nos quais podem ser armazenados (como no tecido adiposo), ou prontamente utilizados, como nos músculos esqueléticos.Por ação da LPL, as VLDL transformam- se em remanescentes: IDL, que são removidas rapidamente do plasma, e LDL via lipases pancreáticas. Durante a hidrólise das VLDL, estas lipoproteínas também estão sujeitas a trocas lipídicas com as HDL e as LDL. Por intermédio da ação da CETP as VLDL trocam TG por ésteres de colesterol com as HDL e LDL. A CETP vem sendo testada como alvo terapêutico no tratamento de dislipidemias, em particular no tratamento da HDL baixa, e na redução do risco cardiovascular. A LDL tem um conteúdo apenas residual de TG e é composta principalmente de colesterol e uma única apo, a ApoB100. As LDL são capturadas por células hepáticas ou periféricas pelos LDL-R. No interior das células, o colesterol livre pode ser esterificado para depósito por ação da enzima ACAT. A expressão dos LDLR nos hepatócitos é a principal responsável pelo nível de colesterol no sangue e depende da atividade da enzima Hidroximetilglutaril Coenzima A (HMGCoA) redutase – outro alvo terapêutico –, enzima-chave para a síntese intracelular do colesterol hepático. Com a queda do conteúdo intracelular do colesterol, ocorrem o aumento da expressão de LDLR nos hepatócitos e a maior captura de LDL, IDL e VLDL circulantes por estas células. A PCSK9 é uma protease expressa predominantemente pelo fígado, intestino e rins, capaz de inibir a reciclagem do LDLR de volta à superfície celular, resultando em menor número de receptores e aumento dos níveis plasmáticos de LDL. Sua inibição é outro potencial foco na terapêutica da hipercolesterolemia, bloqueia a degradação do LDLR, com maior capacidade de clearance da LDL circulante. As partículas de HDL são formadas no fígado, no intestino e na circulação. Seu principal conteúdo proteico é representado pelos apos AI e AII. O colesterol livre da HDL, recebido das membranas celulares, é esterificado por ação da LecitinaColesterol Aciltransferase (LCAT). A ApoA-I, principal proteína da HDL, é cofator desta enzima. O processo de esterificação é fundamental para sua estabilização e seu transporte no plasma, no centro desta partícula. A HDL transporta o colesterol até o fígado, no qual ela é captada pelos receptores SR-B1. O circuito de transporte do colesterol dos tecidos periféricos para o fígado é denominado transporte reverso do colesterol. Neste transporte, é importante a ação do complexo ATP-Binding Cassette A1 (ABC-A1) que facilita a extração do colesterol da célula pelas HDL. A HDL também tem outras ações que contribuem para a proteção do leito vascular contra a aterogênese, como a remoção de lípides oxidados da LDL, a inibição da fixação de moléculas de adesão e monócitos ao endotélio, e a estimulação da liberação de óxido nítrico. Bases fisiopatológicas das dislipidemias primárias conta com fatores genéticos e ambientais determinando o perfil lipídico do sujeito. O acúmulo de quilomícrons e/ou de VLDL no compartimento plasmático resulta em hipertrigliceridemia e decorre da diminuição da hidrólise dos TG destas lipoproteínas pela LPL ou do aumento da síntese de VLDL. O acúmulo de LDL no compartimento plasmático resulta em hipercolesterolemia. ATEROGÊNESE A aterosclerose é uma doença inflamatória crônica de origem multifatorial, que ocorre em resposta à agressão endotelial, acometendo principalmente a camada íntima de artérias de médio e grande calibre. A formação da placa aterosclerótica inicia-se com a agressão ao endotélio vascular por diversos fatores de risco, como: ▪ Dislipidemia ▪ Hipertensão arterial e diabetes ▪ Tabagismo ▪ Idade avançado e sexo ▪ Obesidade e sedentarismo ▪ História de doença precoce ( <55 e <65) Como consequência, a disfunção endotelial aumenta a permeabilidade da íntima às lipoproteínas plasmáticas, favorecendo a retenção destas no espaço subendotelial. Retidas, as partículas de LDL sofrem oxidação, causando a exposição de diversos neoepítopos, tornando-as imunogênicas. O surgimento de novas moléculas de adesão facilita a passagem de monócitos para a íntima, se diferenciam em macrófagos que captam as LDL oxidadas virando as células espumosas – principal componente das estrias gordurosas, lesões macroscópicasiniciais da aterosclerose. Estes macrófagos são responsáveis pela progressão da placa aterosclerótica por meio da secreção de citocinas que amplificam a inflamação, e de enzimas proteolíticas, capazes de degradar colágeno e outros componentes teciduais locais. O processo inflamatório envolvendo macrófagos e Th1 acaba por estimular a proliferação de músculo liso. A partir destas complicações, ocorre interação do fator tecidual da íntima vascular com fator VIIa circulante, levando à geração de trombina, ativação plaquetária e formação do trombo, determinando as principais complicações da aterosclerose, infarto e AVE. Existem 2 tipos de placas: Estáveis: predomínio de colágeno, organizado em capa fibrosa espessa, escassas células inflamatórias, e núcleo lipídico e necrótico de proporções menores. Instáveis: apresentam atividade inflamatória intensa, especialmente em suas bordas laterais, com grande atividade proteolítica, núcleo lipídico e necrótico proeminente, e capa fibrótica tênue. A ruptura desta capa expõe material lipídico altamente trombogênico, levando à formação de um trombo sobrejacente. Este processo, também conhecido por aterotrombose, é um dos principais determinantes das manifestações clínicas da aterosclerose. CLASSIFICAÇÃO ETIOLÓGICA Causas primárias relacionadas á origem genética: RELAÇÃO COM LDL RELAÇÃO COM HDL RELAÇÃO COM TG Hipercolesterolemia familiar Hiperlipidemia família combinada Apo-B 100 defeituosa Hipercolesterrolemia autossômica recessiva Sisloterolemia Xantomas Hipoalfalipoprotenemia familiar Deficiencia familiar de Apo-A1 Deficiencia de LCAT Doença do olho de peixe Doença de Tangler HiperTG familiar Hiperquilomicro familiar Deficiencia lipase hepática Causas 2ª medicamentosas: ▪ Diuréticos → ↑TG e ↓HDL ▪ Beta bloqueadores → ↑TG e ↓HDL ▪ Estrogenios orais → ↑TG e ↓HDL ▪ Progestogenios → ↑TG e LDL ▪ Esteroides anabólicos androgênicos → ↑LDL e ↓HDL ▪ Retinoides→ ↓HDL e ↑CT ▪ Corticosteroides →↑TG ▪ Ciclosporinas→ ↑CT, ↑ TG e ↓HDL ▪ Interferons-alfa→ TG ▪ Tamoxifeno→ ↑TG ▪ Inibidor de protease→ ↑TG, ↑LDL e ↓HDL PREDOMINANTEMENTE HIPERTRIGLICERIDEMIA PREDOMINANTEMENTES HIPERCOLESTEROLEMIA Obesidade DM Alcoolismo Uremia Lipodistrofia Terapia estrogenia Uso de beta-bloqueadores Acromegalia AIDS Inibidores de protease Doenças de estocagem de glicose Lipodistrofia Hipotireoidismo Colestase Síndrome nefrotica Disglobulinemia Porfiria intermitente aguda Anorexia nervosa Hepatoma Esteroides anabolizantes Progesteógenos Diureticos Ciclosporina VALORES DE REFERÊNCIA DO PERFIL LIPIDICO Os valores referenciais e de alvo terapêutico do perfil lipídico (adultos >20 anos) sejam colhido sem jejum + jejum de 12 horas. A determinação do colesterol total (CT), HDL-c, triglicérides e cálculo de LDL-c pela formula de Friedewald (válida somente quando TG <400 mg/dl): LDC-c= (CT – HDL-c) – (TG/5) Para os casos em que o nível dos triglicerídeos for > 400 mg/dL, utiliza- se como critério o colesterol não HDL: não HDL-c = CT – HDL-c Cujo alvo é 30 mg/dL acima do alvo de LDL-c (isto é, para pacientes cujo LDL-C alvo for 100 mg/dL, o alvo de não HDL-C será 130 mg/dL). Valores de CT ≥ 310 mg/dL (para adultos) ou CT ≥ 230 mg/dL (crianças e adolescentes) podem ser indicativos de hipercolesterolemia familiar (HF), se excluídas as dislipidemias secundárias. A HF é a mais comum entre as dislipidemias e seus portadores têm 20 vezes mais risco de morte precoce por DCV. Níveis de triglicerídeos maiores do que 500 mg/dL podem precipitar ataques de pancreatite aguda. Quando os níveis de TG estiverem acima de 440 mg/dL (sem jejum) o médico solicitante faz outra prescrição para a avaliação de triglicérides com jejum de 12 horas e deve ser considerado um novo exame de triglicérides pelo laboratório clínico. LÍPEDES +JEJUM SEM JEJUM CT <190 <190 HDL-c >40 >40 TG <150 <175 CATEGORIA DE RISCO <130 Baixo <100 Intermediario LDC-c <70 Alto <50 Muito alto <160 Baixo Não HDL-c <130 Intermediario <100 Alto <80 Muito alto Hipercolesterolemia isolada: LDL > 160 mg/dl HiperTG isolada: TG >150 ou >175 mg/dl se sem jejum Hiperlipidemia mista: LDL >160 + TG >150 ou >175 HDL baixo: <40 mg/dl e <50 mg/dl Individuos com DAC ou outras manifestações obrigatoriamente devem realizar perfil lipídico. Todos os adultos >20 anos (CT, TG, HDL e LDL), repetindo a cada 5 anos se normal e sem fatores de risco. Não é recomendado o rastreio dos 2-19 anos, somente em situações especiais: ▪ Parente 1º grau com CT >300 ou TG >400 ▪ Parente 1º grau com Doença aterosclerótica <55 ou <65 ▪ Obesidade ▪ Pancreatite aguda ▪ Xantomas O rastreamento de hiperTG serve para: ▪ Qualquer pct em qualquer idade ou sexo com pancreatite recorrente (TG >1000). ▪ As candidatas á reposição hormonal ou isotretinoina (Roacutan) para acne grave. Se TG >500: evitar tais medicações. Critérios Diagnósticos de Hipercolesterolemia Familiar (OMS) HISTORIA FAMILIAR PONTO Familiar 1º com doença aterosclerótica prematura (♂<55 anos e♀< 60 anos) Familiar de primeiro grau com LDL-C > percentil 95 1 Familiar 1º com xantoma tendinoso ou arco córneo <18 anos com LDL-C > percentil 95 2 HISTORIA CLÍNICA Paciente com doença arterial coronariana prematura 2 Paciente com doença arterial cerebral ou periférica prematura 1 EXAME FÍSICO Xantoma tendinoso 6 Arco córneo antes dos 45 anos 4 EXAMES LABORATORIAIS LDL-C > 330 mg/dL 8 LDL-C entre 250-329 mg/dL 5 LDL-C entre 190-249 mg/dL 3 LDL-C entre 155-189 mg/dL 1 + Mutação genética 8 Definitivo com >8 pontos; Provável com 6-8 pontos; Possível com 3-5 pontos. Xantoma erutptivo e tretinalis são característicos de hiperTG grave (>2000 mg/dl Xantoma tendinoso (quase que patognomonicos de HF) e palmar (quase patognonomonico de disbetalipoprotenemia) Xantoma tuberoso em caso de disbetalipoprotenemia + Arco corneano característico de hipercolesterolemia ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO GLOBAL O ER de Framingham estima a probabilidade de ocorrer infarto do miocárdio ou morte por doença coronariana no período de 10 anos em indivíduos sem diagnóstico prévio de aterosclerose clínica. O ER Global estima o risco de infarto do miocárdio, AVE, insuficiência vascular periférica ou insuficiência cardíaca em 10 anos. Já o ER pelo Tempo de Vida, utilizado a partir dos 45 anos, avalia a probabilidade de um indivíduo a partir dessa idade apresentar um evento isquêmico. A combinação de um escore de curto prazo com outro de longo prazo permite melhor estimativa de risco. A V diretriz adota o ER Global, para avaliação do risco em 10 anos, e o ER pelo Tempo de Vida como opção para os indivíduos acima de 45 anos considerados de baixo risco ou risco intermediário em 10 anos. A Diretriz ainda recomenda 3 etapas para a estratificação do risco: 1) a determinação da presença de doença aterosclerótica significativa ou de seus equivalentes; 2) a utilização dos escores de predição do risco; 3) a reclassificação do risco predito pela presença de fatores agravantes do risco. O 1º passo na estratificação do risco é a identificação de manifestações clínicas da doença aterosclerótica ou de seus equivalentes, como a presença de DM tipo 1 ou 2, de doença renal crônica ou de aterosclerose na forma subclínica documentada por metodologia diagnóstica, mesmo em prevenção primária. ▪ Doença aterosclerótica arterial coronária, cerebrovascular ou obstrutiva periférica + manifestações clinicas ▪ Aterosclerose documentada ▪ Procedimentos de revascularização arterial ▪ DM tipo 1 ou 2 ▪ Doença renal crônica O paciente que se enquadrar em uma dessas categorias não requer outrasetapas para estratificação de risco, sendo considerado automaticamente de ALTO RISCO. O 2º passo é adotado se os pct não se encaixam no 1º passo e contam com escores diferenciados entre os gêneros: PONTOS ♀ RISCO(%) PONTOS ♂ RISCO (%) <-2 <1 <-3 <1 -1 1 -2 1,1 0 1,2 -1 1,4 1 1,5 0 1,6 2 1,7 1 1,9 3 2 2 2,3 4 2,4 3 2,8 5 2,8 4 3,3 6 3,3 5 3,9 7 3,9 6 4,7 8 4,5 7 5,6 9 5,3 8 6,7 10 6,3 9 7,9 11 7,3 10 9,4 12 8,6 11 11,2 13 10 12 13,2 14 11,7 13 15,6 15 13,7 14 18,4 16 15,9 15 21,6 17 18,5 16 25,3 18 21,6 17 29,4 19 24,8 +18 >30 20 28,5 +21 >30 Estratificação do risco cardiovascular em pacientes sem tratamento hipolipemiante: ❖ Risco muito alto Indivíduos que apresentem doença aterosclerótica significativa (coronária, cerebrovascular, vascular periférica) ± Eventos clínicos, ou obstrução ≥ 50% em qualquer território arterial ❖ Alto risco ▪ Portadores de aterosclerose na forma subclínica documentada por metodologia diagnóstica: US de carótidas com presença de placa; Índice Tornozelo-Braquial (ITB) < 0,9; Escore de Cálcio Arterial Coronariano> 100 Presença de placas ateroscleróticas na angio-TC; ▪ Aneurisma de aorta abdominal. ▪ Doença renal crônica definida por Taxa de Filtração Glomerular (TFG) ▪ < 60 mL/min, e em fase não dialítica. ▪ Aqueles com concentrações de LDL-c ≥ 190 mg/dL. ▪ Presença de diabetes melito tipos 1 ou 2, e com LDL-c entre 70 -189 mg/dL e presença de Estratificadores de Risco ou Doença Aterosclerótica Subclínica. Definem-se ER e DASC no diabetes como: ER: ▪ ≥ 48 e ≥ 54 anos; ▪ Tempo de diagnóstico do diabetes >10 anos; ▪ História familiar de parente 1º com DCV prematura ( < 55 e < 65) Tabagismo ▪ HAS ▪ Síndrome metabólica ▪ Albuminúria > 30 mg/g de creatinina e/ou retinopatia; TFG < 60 mL/min. DASC: ▪ US de carótidas com presença de placa > 1,5 mm; ITB < 0,9; Escore de CAC > 10; ▪ Presença de placas ateroscleróticas na angio-CT de coronárias. ▪ Pacientes com LDL-c entre 70 e 189 mg/dL, com risco calculado pelo ERG > 20% e > 10%. Risco intermediário Indivíduos com ERG entre 5-20% no e entre 5 -10% no ou Diabéticos sem os critérios de DASC ou ER Baixo risco Pacientes e com risco em 10 anos < 5%, calculado pelo ERG Observação: esta atualização não utiliza os fatores agravantes para reclassificação do risco cardiovascular. As partes grifadas são referentes a ER global da V diretriz. O 3º passo observa os fatores agravantes nos indivíduos de risco intermediário, que, quando presentes (>1 dos fatores), reclassificam o indivíduo para a condição de alto risco. História familiar de doença arterial coronariana prematura (parente de 1º grau < 55 anos ou < 65 anos) Critérios de síndrome metabólica Microalbuminúria (30-300 µg/min) ou macroalbuminúria (> 300 µg/min) Hipertrofia ventricular esquerda Proteína C reativa de alta sensibilidade > 2 mg//l Espessura íntima-média de carotidas > 1,00 Escore de cálcio coronário > 100 ou > percentil para idade ou sexo Índice tornozelo-braquial (ITB) < 0,9 Com as três etapas chega-se a um risco absoluto final em 10 anos (%): Baixo risco < 5 em e (reavaliar 2 anos) Risco intermediário ≥ 5 e ≤ 10 ≥ 5 e ≤ 20 (reavaliar 1 ano) Alto risco > 10 e > 20 (reavaliar em 6 meses) CRITÉRIOS DE INCLUSÃO Serão incluídos no tto com estatinas pacientes que apresentarem qualquer um dos critérios abaixo: a) DM em <45 anos e <50 anos + pelo menos um fator de risco cardiovascular maior: Tabagismo HAS História familiar em parente 1º de doença arterial coronariana precoce b) Moderado a alto risco cardiovascular definido pelo Escore de Risco de Framingham com risco superior a 10% em 10 anos; c) Evidência clínica de doença aterosclerótica, entendendo-se como tal qualquer um dos itens abaixo: 1. IAM ou revascularização miocárdica prévios; 2. Evidência de doença arterial coronariana por cineangiocoronariografia; 3. Angina com evidência objetiva de isquemia miocárdica demonstrada por teste provocativo (por exemplo: ergometria, cintilografia miocárdica ou ecocardiografia de estresse); 4. Isquemia cerebral em exames de imagem (tomografia computadorizada ou ressonância nuclear de encéfalo); 5. História de acidente isquêmico transitório com evidência de aterosclerose em território carotídeo à ultrassonografia ou arteriografia ou endarterectomia prévia; 6. Evidência de doença arterial periférica manifestada por claudicação intermitente ou história de revascularização. d) diagnóstico definitivo de hiperlipidemia familiar. Considerando que genfibrozila não pode ser usada em associação com estatinas pelo risco de rabdomiólise; serão incluídos no tto com o fibrato genfibrozila pacientes com qualquer um dos seguintes critérios: a) com intolerância ou refratários ao tratamento com estatinas e com triglicerídeos >200 mg/dL, HDL < 40 mg/dL, refratários a tratamento dietético por >3 meses e com confirmação laboratorial; b) com intolerância ou refratários ao tratamento com estatinas e com triglicerídeos >500 mg/dL (objetivando prevenção de pancreatite). Serão também incluídos no tto de fibratos: fenofibrato, ciprofibrato, etofibrato e bezafibrato para pacientes sem indicação de uso de estatinas e triglicerídeos acima 500 mg/dL (objetivando prevenção de pancreatite). CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO a) hipotireoidismo descompensado (TSH acima de 10 mcUI/mL); b) gestantes ou em idade fértil que não estejam utilizando pelo menos dois métodos contraceptivos seguros ou que não tenham contracepção definitiva; c) doença hepática aguda ou crônica grave (como elevação das transaminases > 3 vezes os valores normais, icterícia ou prolongamento do tempo de protrombina); d) hipersensibilidade ou evento adverso prévio conhecido ao medicamento ou a qualquer componente da fórmula. TRATAMENTO NÃO MEDICAMENTOSO I. Terapia nutricional Para reduzir a ingestão de colesterol deve-se diminuir o consumo de alimentos de origem animal: ▪ Carne gordurosas ▪ Vísceras ▪ Leite integral e seus derivados ▪ Pele de aves ▪ Gema de ovos Recomenda-se a substituição parcial de ácidos graxos saturados por mono e poli-insaturados. Para diminuir o consumo de ácidos graxos saturados, aconselha-se a redução da ingestão de: ▪ Gordura animal (carnes gordurosas, leite e derivados) ▪ Polpa e leite de coco ▪ Oleos vegetais (óleos de palma, de coco e de dendê). II. Exercicio físico: de 3-6 vezes/semana e prescrição média de 150 minutos/semana de exercícios leves a moderados. III. Cesar tabagismo TRATAMENTO MEDICAMENTOSO A decisão para o início da terapia medicamentosa depende do risco vascular (alto e muito alto) e do tipo de dislipidemia presente. O tempo de reavaliação após a implantação das medidas de modificações do estilo de vida pode ser de 3 a 6 meses. Hiper CT isolada→ LDL >160→ estatinas Hiper TG isolada→ TG >150→ fibratos Misto→ Associações ESTATINAS→ Reduzem o LDL e o TG agindo na inibição do HMG-CoA nos hepatocitos e indiretamente diminuem a CT intracelular causando aumento do receptor LDL. SEM ESTATINA COM ESTATINAS RISCO Redução (%) Meta de LDL Meta não HDL Muito alto >50 <50 <80 Alto >50 <70 <100 Intermediario 30-50 <100 <130 Baixo* >30 <130 <160 *A V diretriz não propõe metas para o HDL-C, embora se reconheça seu valor como fator de risco CV. Intensidade do tratamento hipolipemiante: BAIXA MODERADA ALTA Redução de LDL esperada com dose diária <30% 30-50% >50% Lovastatina 20 Sinvastatina 10 Pravastatina 10-20 Fluvastatina 20-40 Pitavastatina 1 Lovastatina 40 Sinvastatina 20-40 Pravastatina40-80 Fluvastatina 80 Pitavastatina 2-4 Atorvastatina 10-20 Rosuvastatina 5-10 Atorvastatina 40-80 Rosuvastatina 20-40 Sinvastatina 40/ezetimiba 10 As estatinas agem na hipercolesterolemia reduzindo o LDL, mas também tem efeito na redução dos TG. Efeitos colaterais são raros no tratamento com estatinas: ▪ Mialgia ▪ Caimbras Dosar CK (trocar por rosuvastatina) ▪ Sensibilidade muscular ▪ Fadiga ▪ Fraqueza ▪ Perda do apetite ▪ Dor abdominal Hepatotoxicidade (dosar TGO + TGP) ▪ Urina escura ▪ Ictericia São exemplos de estatinas: ▪ Atorvastatina ▪ Fluvastatina ▪ Lovastatina ▪ Pravastatina sódica ▪ Sinvastatina Sinvastatina < Atorvastatina < Rosuvastatina Enquanto que a atorvastatina estabiliza placas de gordura, a rosuvastatina as regride. Já a sinvastatina apenas diminue o colesterol totatl e LDL. A EZETIMIBA inibe a absorção de colesterol na borda em escova do intestino delgado, atuando seletivamente nos receptores NPC1-L1 e inibindo o transporte intestinal de colesterol, reduzindo LDLR e LDL. É uma opção ao tto de estatina. Ezctimibe 10 mg/dia As RESINAS, ou sequestradores dos ácidos biliares, atuam reduzindo a absorção enteral de ácidos biliares. Como resultado, ocorre depleção do colesterol celular hepático, estimulando a síntese de LDL-R e de colesterol endógeno. Como consequência deste estímulo à síntese, pode ocorrer aumento da produção de VLDL e, consequentemente, de TG plasmáticos. É representado pela colestiramina e deve ser associada ás estatinas quando o objetivo de LDL não é alcançado. Colestiramina 4-16 g/dia Pode ser usado em crianças e gestantes. Tem como efeitos colaterais a constipação, plenitude gastrica, nauseas e hipovitaminose ADEK. → No tratamento da hipertrigliceridemia isolada são prioritariamente indicados os FIBRATOS e, como 2º opção, o ácido nicotínico ou a associação de ambos. Na hiperlipidemia mista, a taxa sérica de TG deve orientar como o tratamento farmacológico será iniciado: TG >500 mg/dL → iniciar fibrato ± ácido nicotínico e/ou ômega 3. Nesta situação, a meta prioritária é a redução do risco de pancreatite. Após reavaliação, caso haja a necessidade de redução adicional da colesterolemia, pode-se adicionar uma estatina e/ou outros redutores da colesterolemia. Nestes casos, o uso do genfibrozila deve ser evitado nas associações de fibratos e estatinas. TG < 500 mg/dL→ Estatina isoladamentee, se necessário, associando- se a ezetimiba, priorizando-se a meta de LDL-c ou não HDL-c. Exemplos de fibratos: ▪ Bezafibrato 200 – 600 mg/dia ▪ Ciprofibrato 100 mg/dia ▪ Etofibrato 500 mg/dia ▪ Fenofibrato 160 – 250 mg/dia ▪ Genfibrozila 600 – 1200 mg/dia Ciprofibrato (SUS) < Benzofibrato < Fenofibrato Os fibratos devem ser tomados preferencialmente em horário afastado das estatinas, quando estas forem usadas concomitantemente, para diminuir o risco de toxicidade, ou seja, pela manhã. A genfibrozila nunca deve ser administrada concomitantemente ao uso de estatinas. O ACIDO NICOTINICO tambem denominada niacina (vitamina B3) pode ser usada em casos de HDL baixo ou associado aos fibratos na hiper TG. O alirocumabe e o evolocumabe são medicamentos da classe dos inibidores da PCSK9 (medicamento novo) e ambos são aplicados por meio de injeção subcutânea: Alirocumabe a cada 2 semanas, na dose de 75 mg ou 150 mg Evolucumab 140 mg, a cada 2 semanas ou 420 mg, uma vez ao mês BENEFÍCIOS ESPERADOS Estatinas: prevenção de eventos cardiovasculares maiores, incluindo morte, IAM, acidente vascular cerebral e revascularização, entre outros; Fibratos: prevenção de eventos cardiovasculares maiores quando utilizados em pacientes com hipertrigliceridemia associada a HDL baixo e prevenção de pancreatite aguda; Ácido nicotínico: prevenção de eventos cardiovasculares maiores.
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