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TCC - Alfabetização na Educação Infantil

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA 
 
IRIS CAMPOS 
MÔNICA APARECIDA DE SOUZA 
PAULA APARECIDA NERIS DA SILVA 
VANESSA ROSA DE JESUS RIBEIRO 
 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
O desafio de ler e escrever na pré-escola 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Paulo 
2013 
 
 
IRIS CAMPOS 
MÔNICA APARECIDA DE SOUZA 
PAULA APARECIDA NERIS DA SILVA 
VANESSA ROSA DE JESUS RIBEIRO 
 
 
 
ALFABETIZAÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL 
O DESAFIO DE LER E ESCREVER NA PRÉ-ESCOLA 
 
Trabalho de conclusão de curso para obtenção 
do título de graduação em Pedagogia 
apresentado à Universidade Paulista – UNIP. 
Sob orientação da Prof° Maria Ephigênia E. C. 
Nogueira 
 
 
 
Dedicatórias 
 
Dedico o nosso trabalho a todos que nos apoiaram durantes os anos de 
curso, principalmente aos meus pais que incentivaram a busca por esta carreira, aos 
meus amigos que de algum modo ajudaram no meu crescimento profissional e as 
professoras e professores que fizeram o melhor de si para nos acrescentar 
conteúdos para nos formarmos excelentes profissionais, cabendo agora a nós 
seguirmos nossos caminhos. 
E não posso deixar de agradecer as minhas colegas de classe, mas 
principalmente a Mônica, Paula e Vanessa por estarem comigo nesta caminhada. 
Iris Campos 
 
Dedico este trabalho primeiramente à minhas pequenas Fernanda Elloise e 
Anna Laura por nunca deixarem de me amar apesar da distancia da Mamãe durante 
estes três anos de curso. Obrigada por ser meu maior motivo de chegar ate aqui. 
Aos meus pais Alfredo de Souza Neto e Luciene Alvim de Souza por me 
doarem grande parte de suas vidas e do seu amor. Ao meu pai que nunca me 
deixou desistir, me animou quando tudo parecia perdido e em toda minha vida 
ensinou o valor do trabalho, do estudo e de uma família. 
A equipe Escola da Família Eugênio Mariz: Vanessa Soares, Dayse Siqueira, 
Vagner Craveiro, Priscila Amorim e Ana Paula Santos pelas lições de amor, 
companheirismo e perseverança. As parceiras de estágio Aline Miquelin, Karen 
Vieira, Arlete Almeida, Vilma Patrício e Vanessa Alves, pelo trabalho mais 
gratificante que poderíamos realizar juntas nesta etapa. 
As professoras Thalía Martinez Basílio e Anna Luiza Campos Dutra 
Rodrigues, por me guiarem da forma mais humana e profissional possível durante o 
estágio no Colégio Visconde de Porto Seguro. Obrigada por confiarem em mim, 
dividirem comigo seus conhecimentos e me tornar não apenas a estagiaria, mas sim 
a auxiliar e professora de nossos alunos. 
E finalmente à minhas companheiras deste Trabalho de Conclusão de Curso 
Vanessa Ribeiro e Iris Campos pela pesquisa realizada com dedicação e 
responsabilidade. 
 Mônica 
 
Dedico este trabalho a minha família que apoiou o meu ingresso no curso e 
teve a compreensão da minha menor disponibilidade para atenção e companhia 
neste período. 
Falo especialmente à minha Mãe, que sempre foi muito guerreira em sua vida 
e me serve de grande exemplo, que sempre me orientou e apoiou nas minhas 
decisões, fazendo com que eu nunca desistisse dos meus sonhos e objetivos. 
Razão maior da minha vida. 
Ao meu pai, que sempre me aconselhou com bom humor e serenidade. À 
minha irmã, que teve paciência com minha ansiedade e nervosismo, e foi muito 
companheira. Ao meu irmão (in memorian) que foi exemplo de responsabilidade, 
alegria e esforço; e em vida, sempre me apoiou em minhas decisões e ajudou a 
traçar alguns caminhos, que hoje sigo e tem grande reflexo em minha 
personalidade. 
Agradeço imensamente a Deus, por me conduzir até aqui, sempre com 
esperança. 
E por fim, agradeço e dedico este trabalho às minhas companheiras Monica, 
Iris e Vanessa, pelo trabalho realizado com dedicação e carinho. 
 Paula Neris 
 
Agradeço primeiramente a Deus, por me orientar a escolher esse caminho e 
me ajudar em cada passo. 
Agradeço também a toda minha família, principalmente a minha filha, que 
teve nesse período menos tempo da minha atenção, ao meu marido que sempre me 
motivou e incentivou a buscar conhecimentos e a minha mãe que sempre me apoiou 
em todas as minhas decisões. 
Meus agradecimentos as minhas companheiras de grupo Iris, Mônica e Paula, 
pela dedicação e também pelo bom humor em todas as tarefas realizadas. 
 Vanessa Rosa de Jesus Ribeiro 
 
 
 
 
Epígrafe 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Abstract 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
1 - Introdução 
2 - O início do aprendizado 
2.1- História da Pedagogia 
2.2 - Teorias do Aprendizado 
2.2.1 - O condutivismo de Skinner 
2.2.2 - A teoria piagetiana e o construtivismo 
2.2.3 - Lev Vigotsky e a teoria sociointeracionista 
2.2.4 - A teoria de aprendizagem por descoberta 
2.2.5 - Teoria da assimilação: ensinar o que faz sentido 
2.2.6 - Sobre as teorias de aprendizado 
3 - A alfabetização na pré-escola segundo as leis e a Constituição 
4 - A função da educação infantil de abrir o caminho da criança no universo do 
letramento 
 4.1 - Como deve ser o ambiente 
5 - Hipóteses da Escrita 
 5.1 - Nível Pré-Silábico 
 5.2 - Nível Silábico 
5.3 - Nível Silábico-Alfabético 
 5.4 - Nível Alfabético 
6 - Os objetivos da alfabetização inicial 
 6.1 - Limites para o aprendizado no ensino inicial 
7 - Observação em sala de aula 
Conclusão 
Referências 
 
 
 
 
 
 
 
 
1- Introdução 
 
 A mais básica de todas as necessidades de aprendizagem continua sendo a 
alfabetização. O trabalho que aqui será apresentado, tem a intenção de abordar as 
especificidades relacionadas a Educação Infantil, no que se refere alfabetização e 
letramento; para isso foram pesquisados vários escritores bem como suas teorias 
que são aplicadas e estudadas para aprendizado das crianças. 
Na Educação Infantil, as crianças tem a possibilidade de compartilhar de um 
conjunto de situações, em sua forma e frequência, que implicam na sua estrutura 
para o bem estar , em conjunto/grupo na escola e para a progressiva construção de 
valores e significâncias na interação social, bem como para a autonomia; autonomia 
esta que se relaciona à capacidade de assumir responsabilidades impostas, onde 
são considerados a necessidade e espaço do outro, respeitando os limites 
valorizados para que a convivência seja naturalmente saudável. 
O presente trabalho procura abordar aspectos a respeito da pesquisa, com 
embasamento nas teorias Emília Ferreiro, Ana Teberosky e – Lev Vigotsky acerca 
de como é o processo de construção da escrita na criança, como se desenvolve o 
processo de alfabetização e como este aprendizado pode ser significativo e 
democrático. 
 A partir destes pesquisadores e suas contribuições para a alfabetização, que 
sempre foi considerada com um momento pontual e nunca um processo a ser 
construído, pode-se fazer considerações reais e atuais do trabalho, que tem como 
objetivo, nortear uma nova maneira de considerar as dificuldades encontradas pela 
criança, demonstrando que a familiarização da leitura e da escrita inicia-se antes 
mesmo da sua inserção escolar, pois a escrita é objeto de função fundamento social, 
e desde muito cedo faz parte do cotidiano das crianças educandas. 
A metodologia de pesquisa se deu por uma abordagem qualitativa, uma vez 
que realizamos análise bibliográfica juntamente com uma revisão da literatura, e 
usamos como pesquisa de campo diferentes métodos, sendo eles o questionário, 
destinados às professoras do Ensino Infantil; a Observação, referente às crianças 
desta faixa etária; e a Imagem, registro da observação feita. 
Não há como falar de educação e os processos de ensino, sem passar pela 
história inicial, que marca e transforma a vida dos povos desde o período primitivo 
até os dias atuais, e deixa explicita a importância no que se refere à aprendizagemeducacional, inclusive no meio social e cultural. E é a partir deste ponto que o 
trabalho passa a ser executado, com uma série de levantamentos e pesquisas 
bibliográficas, no intuito de compreender a diferença e o impacto que a educação 
causa nesta fase da vida. 
O inicio do texto retrata a historia da Pedagogia, em como se davam as 
experiências, a cultura, como os trabalhos eram realizados, o surgimentos das 
escolas e a importâncias das mesmas dentro da sociedade. Para que a educação se 
difundisse, foram estudadas várias hipóteses de comportamento, aprendizados e 
ideias, na intenção de definir qual seria a melhor forma de retransmitir o 
conhecimento. Em diversas, épocas surgiram defensores de modelos, com pontos 
de vista diferentes, mas ainda assim, de fundamental importância ao que se 
propunham. As que obtiveram maior ênfase: o Condutivismo de Skinner, a Teoria do 
Construtivismo, de Jean Piaget, Lev Vigotsky e com a teoria Sociointeracionista, 
poderão ser vistas com maiores detalhes no primeiro capitulo. No capítulo posterior, 
o texto traz informações sobre as Leis e Constituição com referências voltadas para 
a Educação infantil a partir dos decretos aprovados, uma vez que a estrutura das 
famílias vem se transformando nos últimos anos, causando o ingresso das crianças 
mais cedo na escola e fazendo com que estas passem maior tempo neste ambiente. 
No capítulo 3, abrimos espaço para falar sobre a função da educação infantil 
e do desenvolvimentos das crianças no mundo letrado, bem como o trabalho 
executado com as crianças nesta fase escolar, o ambiente e materiais utilizados 
para um bom desempenho. A alfabetização da criança conta com vários processos, 
que chega a incluir jogos e brincadeiras para a boa realização desta, portanto, o 
capitulo 4 vem explicar cada frase deste processo dos níveis silábicos, mudanças 
encontradas no decorrer de um a outro e as dificuldades que são encontradas pela 
criança para o discernimento do que é ouvido ao que deve ser escrito. Ainda assim, 
sabe-se que na educação infantil não é possível ensinar tudo e fazer com que a 
criança aprenda tudo. É isso que mostra o capítulo 5, refletindo sobre a importância 
língua escrita em nível social e de interação para com o ambiente escolar. Para 
exemplificar, tivemos como experiência a observação em sala de aula com 
uma turma de 36 alunos. Esta experiência está sendo relatada no capítulo 6, onde o 
texto discorre sobre as atividades diárias desta turma com o acompanhamento de 
seus professores. 
 
2 – O início do aprendizado 
 
Não é possível compreender processos de ensino, sem antes termos ciência 
de que forma foram iniciados na historia da humanidade. Sabemos que o ensino 
surgiu pela necessidade de trabalhar, de se comunicar e conviver em sociedade, 
porém existiram etapas, mudanças e adaptações até chegarmos nos dias de hoje. 
 
2.1- História da Pedagogia 
 
No período primitivo não existiam escola, a educação se dava das 
experiências vividas e passadas dos mais velhos para os mais novos. O objetivo da 
educação era primordial para a sobrevivência da espécie humana, além de passar a 
cultura de uma geração para a outra. 
Uma revolução cultural ocorre no período Neolítico, o homem começa a se 
tornar sedentário (cultivam os campos e criam animais) e começa a haver a divisão 
do papel do homem e da mulher no trabalho. Neste período passa a fixar uma 
educação paralela ao trabalho, cada qual com o seu papel na sociedade. Esta 
educação passa a ser por imitação do jovem para o mais experiente, aprendendo as 
técnicas, a arte e a cultura. 
O período Oriental (China) a educação era tradicional, dividida em educação 
para o povo e educação para os filhos de funcionários. A preocupação com a 
educação se deu devido ao interesse de enquadrar as pessoas no rígido sistema de 
conduta. Esta ocorria em escolas fechadas e separadas, sendo o conhecimento da 
escrita restrito. 
A criança não era valorizada no período Grego, a infância era tida como um 
período de passagem onde muitas não sobreviviam, não era criada uma afeição a 
elas. Eram criadas em casa entretidas com brinquedos e jogos, a margem da 
sociedade. Por volta de seus 07 anos, os meninos eram inseridos na sociedade, lhe 
concedendo uma identidade e uma função, já as meninas não recebiam nenhuma 
educação formal, seguia os passos de sua mãe aprendendo os trabalhos 
domésticos e manuais. 
A formação integral do indivíduo era o objetivo da educação grega. Esta era 
ministrada pela própria família conforme a tradição religiosa. A cultura era passada 
através das atividades coletivas e a escola era tida apenas para a elite, ou seja, 
jovens de família tradicionais da antiga nobreza. Porém a formação intelectual e a 
escrita não eram o foco da escola e sim a formação esportiva, com isto o ensino das 
letras e números demorou um pouco mais para se liquefazer. 
Ainda na Grécia se dá origem a palavra Pedagogia: 
PAIDÓS = Criança 
AGOGÉ = condução 
Pedagogia significa Condutor da Criança, ou seja, aquele que ajuda a 
conduzir o ensino da criança. 
A educação era de caráter família, civil e prático no período Romano. Seu 
objetivo principal era formar um povo superior aos outros. O pai era o centro da 
família e a mãe, agora não mais tão submissa se comparada a Grécia, era 
valorizada como sujeito educativo. A mãe controlava a educação dos filhos e 
confiava os mesmos a pedagogos e mestres e ao pai cabia o papel mais rígido, 
destinava-se a formar seu filho o futuro cidadão, seu papel era exercido com dureza 
abrangendo todos os aspectos da vida de seu filho, sendo eles a moral, os estudos, 
a vida social e as letras. As mulheres destinavam se a uma educação diferente da 
voltada para o homem, a ela era ensinado como se tornar uma esposa e mãe, tinha 
um papel educativo na família. 
Passando para o período Medieval, a educação estava ligada à igreja que era 
a única destinada a educar e formar. Porem nesta educação era praticada o 
dualismo educacional, ou seja, a educação não era a igual para todos, haviam 
práticas e modelos para o povo e práticas e modelos para as classes altas. Havia 
um dualismo social das teorias e das práxis educativas assim como citado no 
período oriental acima. 
Neste mesmo período surge a escola que conhecemos atualmente, com a 
presença de um professor ensinando diversos alunos, este primeiro devendo 
responder suas atividades à Igreja ou outro poder maior. É neste período ainda que 
surgem as práxis aplicadas em sala (prêmios e castigos), as avaliações e o 
conteúdo cultural aplicado (Latim, ensino gramatical, filosofia, lógica e metafísica). 
Na Itália teve início o período do renascimento, no século XIV e 
posteriormente difundiu-se por toda a Europa (durante os séculos XV e XVI). O 
renascentismo nomeava a razão como principal forma de se obter o conhecimento, 
deu grande foco à matemática e às ciências da natureza. 
Os humanistas foram responsáveis por conduzir modificações nos métodos 
de ensino, desenvolvendo a análise e a crítica na investigação científica, eram 
homens letrados profissionais, normalmente provenientes da burguesia ou do clero 
que exerceram grande influência sobre toda a sociedade. Eles costumavam rejeitar 
os valores e a maneira de ser da Idade Média. 
 O período Moderno fora marcado por duas redefinições de formação 
educativa; a escola e a família. Estas se tornaram cada vez mais importantes para a 
formação do indivíduo. 
Estas instituições se tornaram responsáveis pela formação da criança através 
de um modelo definido e aprovado socialmente. Cabia a família o cuidado da 
criança, o afeto, a criação, conformá-la a um ideal, valorizá-la. Não cabia mais a 
família apenas colocar a criança no mundo, mas sim criá-la para este mundo, 
ensinar valores. Passa-se também a não focar apenas no primogênito e 
posteriormente as filhas (mulheres) também ganham seu espaço. A escola cabiaafirmar a educação, oferecer conhecimentos, ensinar comportamentos aceitáveis. 
A escola agora organizava se em suas próprias finalidades e meios específicos, 
tinha uma formação gradual e dividida em idade. No século XVI , com a instituição 
do colégio, dá inicio a uma reorganização disciplinar da escola e do ensino e cria-se 
métodos de ensino. O método de ensino mais ilustre foi o Ratio studiorum dos 
jesuítas, que possuíam um programa minucioso de estudo e de comportamento, 
tinha como centro da disciplina o internato, as “classes de idade” e a graduação do 
ensino/aprendizagem. 
 
2.2 – Teorias do Aprendizado 
 
Chamamos de teoria de aprendizado, os modelos que explicam os processos 
de aprendizagem pelos quais passam os indivíduos. Este termo é comum quando 
desejamos estudar várias ideias que surgiram para explicar e melhorar o este 
processo que tem diferentes significados. 
 
2.2.1 – O condutivismo de Skinner 
 
Burrhus Frederic Skinner nasceu na Pensilvânia em 1904 e após uma carreira 
frustrada como jornalista e escritor fez doutorado em Psicologia na universidade de 
Harvard. Foi um dos representantes do Behaviorismo, e sua perspectiva condutivista 
pretendia explicar o comportamento humano em resposta a diferentes estímulos. 
No inicio de sua carreira, se dedicou a experiências em laboratório com ratos 
e pombos que em ambientes chamados de caixa de Skinner eram observados após 
estímulos. Skinner defende então o conceito de condicionamento operante, onde o 
individuo age conforme os estímulos que recebe, repetindo o mesmo em ações 
futuras. 
Na educação, Skinner pregou a eficiência do reforço positivo contrario à 
repreensões e punições e a teoria de que a criança age conforme o ambiente 
embora possa interferir nele. Sua perspectiva era da educação mecânica, onde 
através da repetição a criança poderia memorizar o conteúdo. O papel do professor 
é criar ambientes para que o aluno faça aquilo que ele deseja, recebendo assim o 
conhecimento de forma passiva. Mesmo com tantas controvérsias, Skinner afirmava 
que sua intenção através de suas pesquisas era de conhecer o comportamento 
humano e não manipula-lo. Faleceu em 1990. 
 
2.2.2 - A teoria piagetiana e o construtivismo. 
 
Biólogo, psicólogo, sociólogo e epistemologista, nascido na Suíça em 1896, 
Jean Piaget através da observação de seus filhos e de outras crianças fundou a 
Teoria Cognitiva onde defende a existência de quatro estágios de desenvolvimento 
no ser humano: sensório motor, pré-operacional, operatório concreto e operatório 
formal. Piaget influenciou a educação de forma muito profunda, para ele a criança 
só poderia aprender aquilo que estava preparada para assimilar cabendo aos 
professores aperfeiçoar o processo de aprendizagem de seus alunos. 
Piaget utiliza sua “teoria dos estágios” para contrapor o ensino tradicional e 
autoritário das escolas, criticando abertamente a pratica em que o professor dita e o 
aluno copia e repete. O construtivismo não foi aceito nas escolas tradicionais e 
Piaget foi erroneamente interpretado como precipitado em seus fundamentos sem 
causa. 
A partir de seus estudos sobre o desenvolvimento cognitivo na trilogia: O 
nascimento da inteligência na criança; A construção do real na criança; A formação 
do símbolo na criança – Piaget afirma que “a capacidade cognitiva humana nasce e 
se desenvolve, não vem pronta”. 
A “teoria piagetiana” afirma que a capacidade do conhecimento não nasce no 
sujeito e nem no objeto e sim através da interação sujeito-objeto. Foi através desta 
teoria que surgiram diversos métodos de ensino de acordo com as fases estudadas. 
Entendendo como acontece o processo de aprendizagem, pode se desenvolver 
métodos mais eficientes que substituam os praticados anteriormente ao 
construtivismo. Faleceu em 16 de setembro de 1980. 
 
2.2.3 – Lev Vigotsky e a teoria sociointeracionista. 
 
Lev Vigotsky nascido em 1896 foi psicólogo e professor judeu-russo que 
fundou a psicologia histórico-cultural também conhecida como psicologia 
sóciointeracionista. 
Diferente de Jean Piaget, Lev Vigotsky defendeu a teoria sociocultural do 
desenvolvimento cognitivo, ou interacionismo. Nesta perspectiva, a interação entre o 
individuo e a cultura é determinante para seu desenvolvimento. 
“Ninguém é só uma ilha. Para crescer, aprender e construir 
conhecimento o ser humano precisa dos outros. Interagir, trocar, 
partilhar, para isso utilizamos a linguagem, a grande ferramenta social 
de contato. E é ela que possibilitando a troca com o outro permite a 
cada individuo através dessa interação, completar-se para conquistar 
o seu potencial”. (Vigotsky, Lev.) 
 
Não existe um método Vigotsky, para os pedagogos suas teorias servem 
como uma fonte inspiradora. Dentre suas pesquisas um dos conceitos mais 
importantes e abordados na educação é o da Zona de Desenvolvimento Proximal, 
que trata daquilo que a criança é capaz de realizar sozinha e do que mesmo que 
não faça sozinha, consiga realizar com a ajuda de alguém mais experiente. É, 
portanto todo conhecimento que a criança pode adquirir quando se tem um suporte 
educacional de acordo com sua necessidade. 
Para Vigotsky o aprendizado não ocorre sem a socialização, ao contrário 
disso as relações e estruturas sociais levam ao desenvolvimento mental. Ele 
acreditava que o aprendizado poderia acontecer através da brincadeira, dos jogos e 
do trabalho realizado com alunos mais experientes, transmitindo assim o 
conhecimento de um para o outro. O processo pelo qual esta relação acontece é 
denominada mediação. 
Dentre a grande obra produzida por Vigotsky dentro de seu curto tempo de 
vida, grande parte remete ao tema da criação da cultura. Para os educadores 
particularmente, é de grande valia os estudos sobre o desenvolvimento intelectual. O 
Socioconstrutivismo surge como oposição à teoria de Jean Piaget, que da mais 
importância aos processos internos do que aos processos interpessoais. Suas 
teorias condizem muito aos dias de hoje, quando a mídia e os meios de 
comunicação de massa são extremamente impactantes no modo de vida das 
pessoas. 
 
2.2.4 - A teoria de aprendizagem por descoberta 
 
Proposta por Jerome Seymour Bruner, nascido em 1915 e doutor em 
Psicologia pela Universidade de Harvard, a teoria da aprendizagem por descoberta 
propõe que o aluno tenha maior participação neste processo. Deste modo o 
conteúdo não é apresentado pronto ao aluno, o professor irá criar condições para 
que os alunos se interessem por determinados assuntos e se aprofundem nele. Na 
pratica, o professor dá condições para que o aluno aprenda aquilo que queira saber. 
Esta concepção esta dentro do construtivismo, pois o aluno tem parte ativa na 
construção do conhecimento, onde ira transformar e assimilar. Alguns princípios são 
fundamentais dentro desta teoria, como a motivação onde Bruner defende que toda 
criança nasce com o desejo de aprender, mas para tanto ela deve ser motivada. No 
inicio a criança pode sofrer o reforçamento de algumas aprendizagens, porem esta 
fase deve ser transitória. Cabe também a estruturação, quando Bruner defende que 
todo conteúdo pode ser compreendido por qualquer criança desde que seja 
organizado de forma correta. O excesso de informações no conteúdo pode 
prejudicar o aprendizado em determinadas fases, por isso o mesmo deve ser revisto 
e adaptado. 
Por mais que sua teoria seja bem vista e condizente com o método 
construtivista, é pouco aplicada na realidade devido ao grande tempo necessário 
para se executar. O aluno levara mais tempo para assimilar o conteúdo 
diferentemente do que lhe é dado pronto, porém aprendizado teria um maior 
significado e clareza. 
 
2.2.5 – Teoria da assimilação: ensinar o que faz sentido 
 
A teoria da assimilação ou teoria de da aprendizagem significativa de David 
Paul Ausubel nascido em Nova York em 1918, trata-se de uma teoria cognitivista 
que procuraexplicar como ocorrem os mecanismos internos na mente humana em 
relação ao aprendizado e estruturação do conhecimento. Parte de sua teoria se 
assemelha as de Piaget, porem se afasta no que diz respeito à prática quando foca 
as práticas cotidianas em sala de aula. 
Ausubel também tinha a ideia de que a criança aprende explorando, porém 
defendia as aulas expositivas. 
Segundo a teoria de assimilação, o professor deve ensinar levando em 
consideração o conhecimento prévio do aluno, portanto aquilo que lhe é ensinado 
deve oferecer condições ao aluno de relacionar com conteúdos que já fazem parte 
do seu conhecimento. 
Para que ocorra esta aprendizagem o aluno deve estar disposto a aprender e 
o material didático oferecido deve ser significativo para o aluno. 
Na educação de crianças menores, trabalha-se a formação de conceitos, que 
deverão ser adquiridos através de assimilação e diferenciação e estes trabalhados 
de maneira que sejam organizados cognitivamente e facilitem a aprendizagem. 
A teoria de Ausubel provavelmente é a mais completa e indicada para o ser 
aplicada em sala de aula, por ser em todos os sentidos uma teoria de ensino-
aprendizagem e não uma teoria comportamental. Suas ideias apresentam lógica e 
praticidade, fatores imprescindíveis para o cotidiano escolar. 
 
2.2.6 - Sobre as teorias de aprendizado 
 
Focamos nestes tópicos, as teorias que julgamos pertinentes ao intuito da 
nossa pesquisa. Muitas outras teorias já foram desenvolvidas, praticadas e 
questionadas, conforme a sociedade e época trabalhadas, o que não as fazem 
descartáveis com o tempo, pois por mais valores que sejam agregados pela 
sociedade e as mudanças de rotina do mundo atual, a essência humana prevalece a 
mesma. 
Cabe, portanto a estas teorias, fornecer ao educador uma base suficiente 
para a elaboração de um processo de ensino significativo e adequado a condição de 
seus alunos. Mesmo que não exista uma única teoria na educação, a ausência de 
uma delas provocaria um dano irreversível no processo de ensino. 
Independente do método de ensino, o aluno deve ter sua individualidade 
respeitada e serem levadas em consideração suas dificuldades e limitações. Nem 
todos os alunos apresentarão resultados iguais, muito menos serão exemplares 
durante todo o tempo. Sabemos que neste caminho serão encontradas certas 
dificuldades que nenhuma teoria poderá dar respostas, porém servirão como 
alternativa e busca de novos caminhos. 
 
3 - A alfabetização na pré-escola segundo as leis e a Constituição 
 
A mudança nas estruturas familiares e a maior participação das mulheres no 
mercado de trabalho aumentou a necessidade de uma educação institucional às 
crianças de 0 a 6 anos e a sociedade tem se mostrado mais consciente das 
necessidades das crianças dessa faixa etária. Esses fatos fizeram com que 
acontecesse uma mobilização civil e dos órgãos governamentais a incluírem o 
atendimento a essas crianças na constituição federal de 1988, que cita de forma 
mais ampla o direito assegurado à educação nos artigos 6° e 7°, e nos artigos 205 e 
206 que esta é um dever do Estado e da família, e que deve ser promovida pela 
sociedade. 
Em relação ao ensino nas creches e pré-escolas, faz citações breves, apenas 
informando que deve haver atendimento e que este deve ser gratuito (artigo 7°, 
inciso XXV; artigo 208, inciso IV). 
Com isso as leis e referenciais voltados à educação sofreram adaptações 
para se adequar a esta nova necessidade e poder orientar os professores em sua 
prática, e os cidadãos quanto aos seus direitos. 
A lei 9.394 de 20 de Dezembro de 1996 cita mais detalhadamente as formas 
de garantir o que é previsto na Constituição, porém teve seu texto atualizado com a 
lei 12.796 de 4 de Abril de 2013. Esta lei aborda com mais detalhes, os direitos e 
necessidades desse público, fazendo considerações importantes como: a educação 
básica obrigatória passa a ser dos 4 aos 17 anos (artigo 4°, inciso I) e com isso a 
pré-escola passa a ser mais uma etapa da vida escolar, assim como o ensino 
fundamental e o médio. E que a educação infantil, como é citado no Artigo 29, tem 
como finalidade o desenvolvimento integral da criança de até 5 anos, sob os 
aspectos físico, psicológico, intelectual e social [...] 
Outro importante documento que serve como base para orientar a prática do 
professor é o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (Vol.1, 2 e 3) 
e que há nosso ver trata as questões educacionais no ensino infantil de forma mais 
humana e com muito mais afinco. O referencial alerta em todo o seu conteúdo sobre 
as habilidades e capacidades que devem ser desenvolvidas nas crianças nessa 
fase, e para isso orienta que todas as atividades devem estar apoiadas nas 
seguintes premissas (página 13): 
• o respeito à dignidade e aos direitos das crianças, consideradas nas suas 
diferenças individuais, sociais, econômicas, culturais, étnicas, religiosas etc.; 
• o direito das crianças a brincar, como forma particular de expressão, 
pensamento, interação e comunicação infantil; 
• o acesso das crianças aos bens socioculturais disponíveis, ampliando o 
desenvolvimento das capacidades relativas à expressão, à comunicação, à 
interação social, ao pensamento, à ética e à estética; 
• a socialização das crianças por meio de sua participação e inserção nas 
mais diversificadas práticas sociais, sem discriminação de espécie alguma; 
• o atendimento aos cuidados essenciais associados à sobrevivência e ao 
desenvolvimento de sua identidade. 
O Referencial acrescenta ainda que a estadia das crianças nas instituições 
deve ser antes de tudo prazerosa e para isso se baseia em três pilares: o educar, 
que consiste em proporcionar situações de cuidados, brincadeiras e aprendizagens 
orientadas de forma que integrem e possam contribuir para o desenvolvimento das 
capacidades infantis, como relação interpessoal, conhecimento das suas 
potencialidades corporais, afetivas, emocionais, estéticas e éticas; o cuidar gira 
sempre em torno da saúde, educação e do desenvolvimento infantil e esses 
aspectos acabam sendo influenciados pelas crenças e valores de cada país ou 
cultura; e o brincar, que é oferecer as crianças situações onde elas possam exercer 
a sua capacidade de criar, isso através das brincadeiras ou intervenção direta, nas 
brincadeiras as crianças trabalham a separação entre o real e o imaginário e dão 
novos significados a realidade a sua volta, o brincar contribui para a autoestima e 
para a internalização de concepções sobre as pessoas, os sentimentos e os 
diversos conhecimentos. 
O aprender deve acontecer sempre em situações orientadas, onde haja 
interação social, item importante para a promoção das aprendizagens, o professor 
deve oferecer situações de troca entre as crianças, como conversa e brincadeiras, 
de modo que possam se expressar, demonstrando o seu modo de agir, pensar e 
sentir em um ambiente que seja acolhedor, que favoreça a autoestima e a confiança 
e que também possa promover o debate, para que possam discutir e chegar a um 
consenso sobre o tema proposto. 
O perfil do professor que irá trabalhar com essas crianças deve ser 
polivalente, isso significa que o professor deve ser capaz de trabalhar com 
conteúdos diversos e para isso a sua formação deve ser bastante abrangente, para 
que assim possam desenvolver ou mediar junto as crianças as diferentes 
capacidades e habilidades necessárias para termos uma educação de base com 
qualidade, formando o cidadão que tanto sonhamos. 
 
4. A função da educação infantil de abrir o caminho da criança no universo do 
letramento 
 
Sabe-se que a interação é um importante facilitador para a aprendizagem, 
antes de se reconhecer a importância da educação infantil, a interação que a 
crianças tinham nessa faixa etária era apenas o convívio com os familiares (pais, 
tios, irmãos mais velhos e avós), pois eram cuidados por eles, ou duranteas 
brincadeiras onde a interação poderia ocorrer também com vizinhos. 
A segunda experiência de socialização vinha somente quando a criança 
ingressava no ensino fundamental por volta dos sete anos e com isso as crianças 
tinham a oportunidade de vivenciar novas experiências e ter contato com os 
universos científico, cultural, artístico e tecnológico, vivências que muitas vezes não 
são oferecidas no convívio com a família. 
A função da educação infantil nos dias de hoje é a de possibilitar a vivência 
em comunidade, fazer com que aprendam a aceitar e conviver com a diversidade, 
saindo do seu universo pessoal e procurando também ver o mundo com o olhar do 
outro, procurando compreender os diversos mundos sociais existentes. 
Além de trabalhar esses valores, a educação infantil é a base e o cartão de 
visitas para o mundo do letramento, onde através da rotina de atividades na 
instituição a criança faz uma imersão no mundo letrado, atualmente com a 
popularização das mídias e o acesso rápido e fácil à informação isso foi facilitado, 
pois as crianças, mesmo as de 0 a 5 anos já chegam à escola de educação infantil 
tendo contato com muitos materiais escritos e com uma gama maior de 
conhecimentos. Com essa mudança cabe ao professor trabalhar com os 
conhecimentos prévios do aluno e fazer intervenções para que esses conhecimentos 
sejam ampliados. 
 
4.1 Como deve ser o ambiente 
 
O ambiente também é um elemento educador. A sala, o pátio, o banheiro, o 
refeitório e a biblioteca são locais de atividades pedagógicas que dão à criança a 
sensação de pertencimento a um ambiente. 
Esses ambientes devem ser além de seguros, limpos e confortáveis, também 
funcionais, propiciando o aprendizado através da exposição de materiais escritos, 
como livros, revistas, jornais e até escritos domésticos, como por exemplo, 
embalagens de alimentos, pois contem grande quantidade de textos, porém sua 
leitura é facilitada pelos ícones, imagens e logotipos. O ambiente e o professor 
devem deixar a criança livre para se movimentar, brincar, pintar, 
 
5 - Hipóteses da Escrita 
 
Segundo Emilia Ferreiro, existem duas formas de se conceber a escrita; 
através do código de transcrição gráfica das unidades sonoras e pela representação 
da linguagem. Codificar é a construção desses sistemas alternativos, tanto os 
elementos como as relações já estão predeterminados. Já no representar, nem os 
elementos nem as relações estão predeterminadas. 
Ainda segundo Emilia Ferreiro, “A construção de uma primeira forma de 
representação adequada costuma ser um longo processo histórico até se obter uma 
forma final de uso coletivo”. (p. 12) 
Quando falamos de construção, estamos na verdade mostrando a 
reconstrução da escrita, uma vez que a criança está reconstruindo algo já existente, 
mas que para ela é novo. Este processo de reconstrução envolve processos de 
coordenação, integração, diferenciação, entre outros, o que são tidos como 
processos construtivos. Vemos pelo lado que a escrita não é apenas a produção 
gráfica das palavras, mas também interpretar seus significados, significados estes 
de diferentes graus de complexidade uma vez que há variações dos usos sociais. 
No primeiro momento de tentativa de escrita são de dois tipos: traços 
ondulados contínuos, ou uma série de pequenos círculos ou linhas verticais. Neste 
momento já existe a escrita na criança, é a maneira como ela a representa vendo os 
adultos escreverem (escrita cursiva). Mas imitar o ato de escrever é uma coisa, 
interpretar a escrita produzida é outra totalmente diferente. Uma das dificuldades 
para a criança no inicio de sua alfabetização, é saber a quantidade de caractere que 
se deve usar ao escrever uma palavra, associando o tamanho do objeto a 
quantidade de letras que devem conter para construir seu nome. Emília Ferreiro 
afirma que existe um processo de aquisição da linguagem escrita que precede e 
excede os limites escolares. A criança passa por uma série de passos ordenados 
antes que compreenda a natureza de nosso sistema alfabético de escrita tal como 
ele é, e que cada passo caracteriza-se por esquemas conceituais específicos, ou 
seja, por níveis de aprendizagem. Esses esquemas implicam sempre um processo 
construtivo nas quais as crianças levam em conta parte da informação dada, e 
introduzem, ao mesmo tempo, algo de pessoal, à primeira vista ficam parecendo 
caóticas, mas é o caminho para o desenvolvimento da leitura e escrita. Este 
caminho é dividido em níveis, sendo eles o Nível Pré-Silábico, Nível Silábico, Nível 
Silábico-Alfabético e Nível Alfabético. 
 
5.1 – Nível Pré-Silábico 
 
Esta fase trata-se de uma fase gráfica primitiva, onde há desenhos, símbolos 
e pseudoletras, misturadas com letras e números para a formação da palavra sem 
se preocupar com as propriedades sonoras da escrita. Neste nível a criança está 
explorando os critérios qualitativos e quantitativos, ou seja, varia o repertório ou a 
posição das letras, sem alterar a quantidade ou varia a quantidade de letras de uma 
escrita para a outra sem se preocupar com as propriedades sonoras. Só é possível a 
leitura e a escrita da palavra se houver muitas letras, sendo elas diferentes e 
variadas. 
Neste nível para FERREIRO e TEBEROSKY “Escrever é produzir os traços 
típicos da escrita que a criança identifica como forma básica da mesma.” (2008, p. 
193). 
Um ponto importante deste nível é que a criança espera que o tamanho da 
escrita seja equivalente ao tamanho da pessoa / objeto e não correspondente ao 
comprimento correto da palavra. É neste momento ainda que cada criança é capaz 
de interpretar a sua própria escrita, porém não consegue interpretar a escrita do 
colega, sendo esta em letra cursiva ou bastão. 
As primeiras tentativas de escrita são construídas com signos, que já não são 
mais desenhos (garatuja), mas também não se tratam de letras convencionais, são 
grafismos que tentam se assemelhar a letras. 
Imagem 1: Exemplo de escrita no nível Pré-Silábico 
 
Fonte: 
Palavras ditadas para a criança: 
- Amarelinha 
- Peteca 
- Pião 
- Corda 
Segundo FERREIRO e TEBEROSKY (p.202) “Para poder ler coisas 
diferentes (isto é, atribuir significados diferentes), deve haver uma diferença objetiva 
nas escritas”. 
O progresso gráfico mais evidente durante este período é a forma dos 
grafismos, esta passa a ser mais definida, mais próxima as letras como elas devem 
ser, porém, segundo FERREIRO e TEBEROSKY (p. 202) “(...) o fato conceitual mais 
interessante é o seguinte: segue-se trabalhando com a hipótese de que faz falta 
uma certa quantidade mínima de grafismo para escrever algo e com a variedade nos 
grafismos” 
 
5.2 - Nível Silábico 
 
Nesta fase a criança descobre que a quantidade de letras usadas para 
escrever uma palavra pode ter correspondência com a quantia de partes que se 
reconhece na emissão oral, ou seja, no falar a palavra. A correspondência se dá 
através de sílabas, uma grafia para cada sílaba, superando a questão do tamanho 
da palavra precisar se equivaler ao tamanho do objeto. A criança não se preocupa 
mais com a quantidade de letras a ser colocada para formar a palavra, aceita que a 
palavra seja pequena, havendo poucas letras para sua formação. 
Segundo FERREIRO e TEBEROSKY (p.209) “este nível é caracterizado pela 
tentativa de dar um valor sonoro a cada uma das letras que compõem uma escrita”. 
Exemplo: PA NE LA 
 A E A 
A criança começa a trabalhar que a escrita representa partes sonoras da fala, 
a criança começa a maior importância produtiva, percebe que cada letra equivale a 
uma sílaba, é o surgimento da Hipótese Silábica. Nesta hipótese a criança entra em 
alguns conflitos, por exemplo, no momento que precisa escrever uma grafia 
monossilábica (ex.: Céu, Mel), ela não consegue conceber uma grafia com apenas 
uma letra, como acontece neste nível, ela sente a necessidade de haver duas letras,ou seja, entra em conflito consigo mesma. 
Imagem 2: Escrita no modo silábico alfabético. 
 
Fonte: 
Palavras ditadas para a criança acima: 
- Amarelinha 
- Peteca 
- Pião 
- Corda 
 
5.3 – Nível Silábico-Alfabético 
 
Neste nível a criança passa a escrever parte da palavra aplicando a hipótese 
silábica, ou seja, que para se escrever uma sílaba é preciso de uma letra. Marca a 
transição entre os esquemas prévios que devem ser abandonados e os esquemas 
futuros que virão a se construir. Por fim, irá perceber que a escrita pode ser 
construída com mais letras e que o som não garante a quantidade e nem a 
identidade de letras e sons. 
Analisa que há duas formas de correspondência entre grafia e sons, sendo 
elas a silábica e a alfabética. A primeira a sílaba é o som que se produz pela 
emissão da voz e a segunda é a análise dos fonemas, que têm nas letras o seu 
correspondente e são os elementos sonoros da linguagem. 
É neste momento que para FERREIRO e TEBEROSKY (p. 214) “a criança 
abandona a hipótese silábica e descobre a necessidade de fazer uma análise que vá 
‘mais além’ da sílaba pelo conflito entre a hipótese silábica e a exigência de 
quantidade mínima de granas (...) e o conflito entre as formas gráficas que o meio 
lhe propõe e a leitura dessas formas em termos de hipótese silábica(...)” 
Este momento é difícil para a criança, pois é preciso coordenar as múltiplas 
hipóteses que se foi elaborando ao longo do curso da evolução junto com as 
informações fornecidas pelo meio. A criança conclui até este momento que faz falta 
uma certa quantia de letras para a formação de uma palavra e que cada sílaba que 
forma uma palavra é representada por uma letra. 
Imagem 3: Escrita na fase Silábico Alfabético. 
 
Fonte: 
 
Palavras ditadas para a criança: 
- Apontador 
- Caderno 
- Lápis 
- Giz 
 
5.4 - Nível Alfabético 
 
Este nível corresponde ao último nível da evolução da alfabetização, a criança 
já entende a composição da palavra, segundo FERREIRO e TEBEROSKY (p. 218) 
“(...) compreendeu que cada um dos caracteres da escrita corresponde a valores 
sonoros menores que a sílaba e realiza sistematicamente uma análise sonora dos 
fonemas das palavras que vai escrever.” 
Neste momento a criança já se encontra apta para ler e se expressar 
graficamente e compreende a lógica da base alfabética e a correspondência entre 
fonema e grafia, distinção de letras e sílabas, palavra e frase. 
FERREIRO e TEBEROSKY (p.219) afirmam que “a partir deste momento, a 
criança se defrontará com as dificuldades próprias da ortografia, mas não terá 
problemas na escrita, no sentido estrito.” 
Compreende que uma sílaba pode ser formada por uma, duas ou três letras, 
podendo ainda se confundir ou se esquecer de algumas letras. 
Exemplo: P + A = PA / N + E = NE / L+A= LA, formando assim a palavra 
PANELA. 
Imagem 4: Escrita em modo Alfabético 
 
Fonte: 
No exemplo acima foi solicitado à criança que completasse a história da 
Chapeuzinho Vermelho. 
 
6 - Os objetivos da alfabetização inicial 
 
Com a nova Lei 12.796, de 4 de Abril de 2.013, que estipula atendimento em 
creches e pré escola, a todas as crianças de 0 a 6 anos de idade, gera-se um 
questionamento entre profissionais da área de educação Infantil, de qual função e 
necessidade da alfabetização nesta faixa etária. 
É comum se deparar com objetivos expostos nos planos e programas 
educacionais de que se aproxime as crianças do prazer da leitura e de que sejam 
capazes de se expressar e comunicar, porém, a escola se tornou detentora de um 
estereótipo de que a escrita é praticada sem nenhuma função informativa, sendo 
apenas reproduzida sem fundamentos específicos. A prática da leitura não pode ser 
apenas prazerosa, mas deve, principalmente, obter informação dos textos escritos. 
Nas etapas das fases iniciais, a ênfase na repetição de textos já existentes 
faz com que a criança se dissocie da possibilidade da criação representativa, e o 
objeto de leitura/escrita fica alheio à sua capacidade de compreensão. 
Emilia Ferreiro cita, em “Com todas as Letras”, que alguns dos resultados 
mais conhecidos pela falta de incentivo à leitura na Educação Infantil, é a escrita 
pobre e precária inclusive dos que chagam à Universidade, bem como o déficit em 
cursos de nível médio, onde ‘’os estudantes não sabem resumir um texto, não são 
capazes de reconhecer as ideias principais, e o que é pior, não sabem seguir uma 
linha argumentativa de modo a identificar se as conclusões que apresentam são 
coerentes com a argumentação procedente (...)’’. Do mesmo contexto, resultam 
também jovens e adultos mal alfabetizados, que chegam a negar a possibilidade de 
escrita, devido o medo de cometer erros ortográficos e com dificuldade de dizer por 
escrito, o que dizem oralmente. 
O papel da escola tem fundamental importância no processo de 
aprendizagem, mas “não deveria ser o de dar inicialmente todas as chaves secretas 
do sistema alfabético, mas o de dar condições para que a criança se descubra por si 
mesma.”, cita Emilia Ferreiro em Reflexões sobre Alfabetização, já que a 
compreensão da escrita se desenvolve na criança antes mesmo de ser ensinada. 
Para Ferreiro, 
“Tradicionalmente, a alfabetização inicial é considerada em 
função da relação entre o método utilizado e o estado de 
“maturidade” ou de “prontidão” da criança. Os dois pólos do 
processo de aprendizagem (quem ensina e quem aprende) têm 
sido caracterizado sem que leve em conta o terceiro elemento 
da relação: a natureza do objeto de conhecimento envolvendo 
esta aprendizagem.” 
 
Na Educação Infantil, as crianças recebem informações sobre a escrita 
quando brincam com a sonoridade das palavras, reconhecendo semelhanças e 
diferenças entre os termos; manuseiam todo tipo de material escrito, como revistas, 
gibis, livros, fascículos etc.; e o professor lê para a turma e serve de escriba na 
produção de textos coletivos. 
Para Vygotsky, a fase inicial da aprendizagem da língua está atribuída a 
rabiscos, desenhos, os jogos, as brincadeiras de faz-de-conta ou objetos de funções 
de signo, constituindo, segundo ele, a pré-história da linguagem escrita, quando a 
criança está descobrindo sistema de representação, precursores e facilitadores da 
compreensão do sistema de representação que é a língua escrita, porém, 
curiosamente, estas atividades não são consideradas atividades de alfabetização na 
educação infantil. 
O objetivo principal se encontra ausente nestes planos, que é fazer com que a 
criança entenda as funções da língua dentro da sociedade. As crianças que crescem 
em família que exercem diariamente uma prática alfabetizadora, tendem a receber 
maiores informações de como exercê-las, diferentemente das famílias que tem nível 
mais baixo de alfabetização. 
A educação Infantil é uma etapa fundamental do desenvolvimento escolar das 
crianças, pois ao democratizar o acesso à cultura escrita, ela contribui para 
minimizar diferenças, inclusive e especialmente as socioculturais, no entanto, para 
que os alunos aprendam a ler e escrever, é necessário que participe de atos de 
leitura desde o inicio da escolarização. 
 
6.1 - Limites para o aprendizado no ensino inicial 
 
É preciso reconhecer que o acesso inicial à língua escrita não está reduzido a 
aprender a ler e escrever no sentido apenas de decodificar palavras, deve-se 
considerar parte integrante e principal do acesso ao mundo da escrita, mesmo do 
acesso inicial a esse mundo, o aprender a fazer uso da leitura e da escrita, tais 
como compreender o que é lido e escrever de forma que os outros compreendam o 
que se escreve; conhecer diferentes gêneros e diferentes portadores de textos e 
fazer uso deles para ler e para escrever; participar adequadamente dos eventos de 
várias naturezas de que fazem parte a leitura ou a escrita, construir familiaridade 
com o mundo da escrita e adquirir competências básicas de usoda leitura e da 
escrita; desenvolver atitudes positivas em relação à importância e ao valor da escrita 
na vida social e individual. 
O desenvolvimento do aluno tem uma forte ligação com o ambiente em que 
vive, sua relação cultural e principalmente a maneira como a família se relaciona 
com ele. 
A aprendizagem inicial das crianças se dá por meio de interações cotidianas 
com os adultos, desde os primeiros momentos de vida, através dos estímulos 
forçados por estes, para que as crianças iniciem apropriação do universo da 
comunicação para que posteriormente possam desenvolver ‘expressões’ de como 
se sentem, do que precisam, dos seus desejos. 
A capacidade de utilizar a fala aumenta conforme suas experiências 
diversificadas, que exigem o uso da linguagem oral, além disso, o uso da música, o 
canto e a leitura de contos/historias feitas pelos professores auxiliam neste 
desenvolvimento, pois, ao dar atenção para historias, ilustrações é permitido à 
criança o sentimento de curiosidade pelo material que está sendo utilizado e 
também pela escrita. 
A criança, desde muito pequena, pode ter uma relação muito prazerosa com a 
leitura, o que não precisa ocorrer necessariamente apenas dentro da sala de aula: 
os familiares também podem e devem participar deste momento importante na 
educação, considerando que quanto maior o número de comunicações expressões, 
maiores serão as capacidades linguísticas desta criança para que se torne 
competente como falante. 
Na escola o professor resignifica a importância da fala da criança, dando 
condições para ampliar e integrar os contextos comunicativos, ajudando-a na 
elaboração de suas falas para que se tornem mais complexas, e ficando sempre 
atento para ter certeza do seu entendimento com relação ao que foi dito pela 
criança. Segundo Vygotsky (1978), o professor é, em suma, quem trabalha na zona 
de desenvolvimento proximal da criança,e postula os níveis de desenvolvimento em 
‘’real’’, quando a criança pode resolver uma tarefa de forma independente e 
‘’potencial’’, quando a tarefa precisa ser resolvida com a ajuda do professor ou uma 
outra criança. (Aprender a Ler e a Escrever – Uma proposta construtivista). 
Oralidade, leitura e escrita devem ser trabalhas de forma integrada 
potencializando as diferentes especificidades da faixa etária. O professor tem 
fundamental importância nas crianças com idade entre 0 e 3 anos, pois podem 
também funcionar como apoio de desenvolvimento verbal; e no trabalho com as 
crianças de 4 a 6 anos, o que exige atenção especial por parte professor, com 
relação ao falar e ao escutar; pois na fala a criança expressa sua forma particular de 
pensar e necessidade de se comunicar, para tanto, precisa da parceria do adulto, 
num ambiente de afeto, respeito e confiança. 
Ferreiro (1999, p.47) afirma que “a alfabetização não é um estado ao qual se 
chega, mas um processo cujo início é na maioria dos casos anterior a escola e que 
não termina ao finalizar a escola primária”. 
A realidade impõe limites, são estes limites que cria condições para as 
estruturas mentais. O processo da construção de conhecimento necessariamente 
passa pela afirmação e pela negação, e é através desta relação dialética do sujeito 
com o objeto que se pode criar conhecimento. 
 
7 - Observação em sala de aula 
Para melhor compreendermos os processos descritos em nossa pesquisa 
bibliográfica, acompanhamos durante alguns dias a pratica de alfabetização em uma 
sala de educação infantil. 
Fomos recebidas em uma das salas do Infantil 5 do Colégio Visconde de 
Porto Seguro – Unidade Vila Andrade onde é prestado ensino gratuito para crianças 
carentes das comunidades de Vila Andrade e Paraisópolis. A sala tem 36 alunos, 
sendo 19 meninas e 17 meninos com idade entre 5 e 6 anos. O ambiente é 
alfabetizador em todos os sentidos, pode se observar o alfabeto em cima da lousa e 
murais que foram construídos com a ajuda dos alunos onde encontramos 
informações sobre os temas trabalhados em sala de aula. Este local caracterizado 
por promover situações reais de escrita e leitura das quais as crianças participam 
ativamente são configurados como ambientes alfabetizadores. Existem também 
placas com os nomes e fotos da turma que podem ser destacados para serem 
utilizados em atividades e listas com os ajudantes do dia e aniversariantes. O 
trabalho em sala de aula com nomes próprios é intencional no período de 
alfabetização, tendo o objetivo de fazer com que a criança diferencie letras, 
desenhos e números e adquira noções da quantidade de letras usadas em cada 
nome. Muitas vezes estes ambientes alfabetizadores são erroneamente 
relacionados a salas de aulas cobertas com letras, números e em algumas situações 
com etiquetas coladas com os nomes dos objetos, porem o ambiente alfabetizador 
que encontramos nesta sala deixavam as crianças expostas a situações reais de 
leitura e escrita e dava a elas condições de comunicação e expressão durante a 
realização das tarefas. 
A primeira atividade do dia é a definição da rotina feita pelos alunos com a 
ajuda da professora onde geralmente são chamados os ajudantes para completar na 
lousa as atividades que acontecerão. Para tanto, a professora dá algumas dicas aos 
alunos trabalhando com o som das letras e fazendo com que os alunos busquem na 
memória as aulas que costumam ter. 
 As crianças na lousa encontraram certa dificuldade, pois estavam cercados 
pelos demais alunos, porém a aula seguiu em clima amistoso e todos participaram. 
 
 Fonte: 
 
Após este primeiro encontro ocorreu mais uma atividade envolvendo a 
alfabetização. Desta vez foi trabalhada a leitura e a sala contou com a visita de um 
dos alunos do segundo ano do ensino fundamental para fazer a leitura de um titulo 
escolhido por ele especialmente para aquela turma. Todos se sentaram juntos no 
chão em um “bolinho de arroz” e ouviram atentamente a narrativa que começou com 
a descrição do titulo, autor e editora. A professora nos relatou ser rotineira esta 
descrição a fim de familiarizar os alunos com o universo dos livros. A criança que lia, 
mostrava as gravuras para a turma conforme se passavam as paginas despertando 
um grande interesse em todos, que ao final aplaudiram a historia e fizeram várias 
perguntas para o colega que devolveu a turma também sobre o que haviam achado 
do livro. 
Questionamos este projeto de leitura e soubemos que se trata de uma 
iniciativa tomada pelas professoras em reunião, onde pretendiam desenvolver 
hábitos prazerosos de leitura entre os alunos. Quando uma criança de uma série 
maior lê para os alunos da educação infantil além de praticarem a leitura, são 
incentivados pelo pequeno público que os admira e se esforçam para alcançar o 
mesmo estágio em que estão, desta forma querem ler mais para descobrirem novas 
histórias que serão apresentadas em futuras rodas de leitura. É um processo de 
aprendizado integrador com diferentes níveis de alfabetização onde todos são 
beneficiados. 
Foram desenvolvidas mais atividades durante o dia, porém não tão 
complexas e diretas. As crianças brincaram com jogos lúdicos da sala, fizeram a 
pausa para o lanche e terminaram o dia com uma divertida aula de música onde 
alem de cantar e dançar trabalharam as diferenças dos animais (tamanho, sons, 
costumes) através do movimento do corpo e tons de voz. 
No nosso segundo dia de observação, acompanhamos mais uma vez a 
escrita da rotina na lousa que foi seguida da correção coletiva da lição de casa e a 
organização da sala. A professora fez a leitura da história “O príncipe Sapo” e as 
crianças ao final comentaram que esta era diferente das que já tinham ouvido e foi 
feita uma lista destas partes. Tivemos acesso ao projeto pedagógico, onde 
compreendemos a finalidade desta atividade. 
Desde o começo do ano a professora vem realizando pelo menos uma vez na 
semana a leitura desta mesma historia que consequentemente foifixada pelos 
alunos. Porém no ultimo mês, foram escolhidas diferentes versões de vários autores 
e editoras para que as crianças percebam como a mesma história pode ser contada 
de outras formas sem perder o enredo final. 
Acompanhamos após o intervalo a realização de uma atividade escrita com 
os nomes dos personagens e lugares descritos na história. As crianças copiaram da 
lousa as anotações feitas coletivamente e desenharam após a correção individual da 
professora. 
Tivemos acesso também às pastas de sondagem de cada criança, todas 
organizadas com as atividades em ordem cronológica e em divisões de linguagem e 
matemática. É muito evidente o progresso dos alunos no espaço de alguns meses

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