Buscar

Cozby-Métodos-de-pesquisa-em-ciências-do-comportamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 455 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 455 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 455 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

EDITORA ATLAS S.A.
Rua Conselheiro Nébias, 1384 (Campos Elísios) 
01203-904 São Paulo (SP)
Tel.: CO__ 11) 3357-9144 (PABX)
www.atlasnet.com.br
http://www.atlasnet.com.br
Paul C. Cozby
Métodos de Pesquisa em 
Ciências do Comportamento
Tradução 
Paula Inez Cunha Gomide 
Professora da Universidade Federal do Paraná 
Faculdade de Psicologia
Emma Otta 
Professora da Universidade de São Paulo 
Instituto de Psicologia
Revisão Técnica 
José de Oliveira Siqueira 
Professor da Universidade de São Paulo 
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade
SÃO PAULO 
EDITORA AUAS S.A. - 2003
© 2001 by EDITORA ATLAS S.A.
1. ed. 2003; 2a tiragem
Traduzido para o português de Methods in behavioral research, sétima edição, publicada 
pela Mayfield Publishing Company, Mountain View, Califórnia
Copyright © 2001 ,1997 ,1993 ,1989,1985,1981 by Mayfield Publishing Company 
Copyright © 1977 by Paul C. Cozby
Capa: Leonardo Hermano 
Composição: Set-up Time Artes Gráficas
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Cozby, Paul C.
Métodos de pesquisa em ciências do comportamento / Paul C. Cozby; tradu­
ção Paula Inez Cunha Gomide, Emma Otta ; revisão técnica José de Oliveira 
Siqueira. -- São Paulo : Atlas, 2003.
Título original: Methods in behavioral research 
Bibliografia.
ISBN 85-224*3363-1
1. Ciências sociais - Pesquisa - Metodologia 2. Pesquisa psicológica - 
Metodologia I. Título.
02-6160 C D D -150.72
índices para catálogo sistemático:
1. Ciências do comportamento : Pesquisa : Metodologia : Psicologia 150.72
2. Pesquisa : Ciências do comportamento : Metodologia : Psicologia 150.72
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS - É proibida a reprodução total ou parcial, de 
qualquer forma ou por qualquer meio. A violação dos direitos de autor (Lei n2 9.610/98) é 
crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal.
Depósito legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n® 1.825, de 20 de dezembro de 1907.
Impresso no Brasü/Printed in Brazil
Sumário
Prefácio, 11
1 ESTUDO CIENTÍFICO DO COMPORTAMENTO, 15 
Usos de métodos de pesquisa, 16
Abordagem científica, 17 
Objetivos da ciência, 21 
Pesquisa básica e aplicada, 23 
Termos estudados, 27 
Questões de revisão, TJ 
Atividades, 27
2 PONTO DE PARTIDA, 29 
Hipóteses e predições, 30
Participantes de um estudo: uma nota sobre terminologia, 31
Fontes de idéias, 31
Pesquisa bibliográfica, 37
Anatomia de um artigo de pesquisa, 45
Termos estudados, 48
Questões de revisão, 48
Atividades, 48
6 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
3 ÉTICA NA PESQUISA, 51
Experimento de Mílgram sobre obediência, 52
Custos e benefícios da pesquisa, 53
Principais questões éticas na pesquisa, 54
Outras questões éticas na pesquisa, 62
Formulação de princípios éticos, 64
Pesquisa com participantes humanos, 65
Ética e pesquisa animal, 71
Custos e benefícios revisitados, 73
Fraude, 74
Termos estudados, 77
Questões de revisão, 77
Atividades, 78
4 ESTUDO DO COMPORTAMENTO, 81 
Variáveis, 82
Definições operacionais de variáveis, 83 
Relações entre variáveis, 85
Método não experimental versus método experimental, 88 
Variável independente e variável dependente, 94 
Causalidade, 95
Escolha de um método: vantagens e desvantagens de diferentes métodos, 97
Avaliação de pesquisas: três validades, 101
Termos estudados, 103
Questões de revisão, 104
Atividades, 104
5 CONCEITOS DE MENSURAÇÃO, 107 
Fidedignidade das medidas, 108 
Medidas da validade de construto, 112 
Reatividade de medidas, 116 
Variáveis e escalas de mensuração, 117 
Termos estudados, 120
Questões de revisão, 121 
Atividades, 121
6 OBSERVAÇÃO DO COMPORTAMENTO, 123 
Abordagem quantitativa e abordagem qualitativa, 124
S um ário 7
Observação naturalística, 125 
Observação sistemática, 130 
Estudos de caso, 133 
Pesquisa em arquivo, 134
Descrição de diferenças individuais e de personalidade, 138 
Termos estu dados, 139 
Q uestões de revisão, 140 
A tiv idades, 140
7 PESQUISA DE LEVANTAMENTO: UMA METODOLOGIA PARA ESTIMULAR 
PESSOAS A FALAR SOBRE SI MESMAS, 141
Por que fazer levantamentos?, 143 
Amostragem de uma população, 145 
Técnicas de amostragem, 148 
Avaliação das amostras, 152 
Elaboração das perguntas, 155 
Respostas às questões, 158 
Finalização do questionário, 162 
Aplicação de levantamentos, 163
Levantamentos planejados para estudar mudanças ao longo do tempo, 166
Termos estudados, 167 
Q uestões de revisão, 168 
A tiv idades, 169
8 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL: OBJETIVOS E CILADAS, 171 
Variáveis confundidas e validade interna, 172 
Experimentos mal planejados, 173
Experimentos bem planejados, 178
Distribuição dos participantes pelas condições experimentais, 182
Delineamentos com grupos independentes, 182
Delineamentos com medidas repetidas, 184
Termos estudados, 190
Q uestões de revisão , 191
A tiv id a d es , 192
9 REALIZAÇÃO DE EXPERIMENTOS, 195 
Seleção dos participantes de uma pesquisa, 197 
Manipulação da variável independente, 198
8 M é to d o s df. P e s q u is a em C iên c ia s d o C o m p o rta m e n to
Medida da variável dependente, 203 
Controles adicionais, 207 
Eliminação de defeitos do estudo, 212 
Entrevista de esclarecimento, 214
Uso de computadores para realização de uma pesquisa, 215
Análise e interpretação de resultados, 215
Comunicação da pesquisa, 215
Termos estudados, 216
Questões de revisão, 217
Atividades, 218
10 DELINEAMENTOS EXPERIMENTAIS COMPLEXOS, 219 
Aumento do número de níveis de uma variável independente, 220 
Aumento do número de variáveis independentes: delineamentos fatoriais, 222 
Termos estudados, 234
Questões de revisão, 234 
Atividades, 235
11 DELINEAMENTOS QUASE-EXPERIMENTA1S, DELINEAMENTOS COM 
SUJEITO ÚNICO E DELINEAMENTOS DE PESQUISAS SOBRE 
DESENVOLVIMENTO, 237
Delineamentos quase-experimentais, 238
Experimentos com sujeito único, 245
Delineamentos de pesquisas sobre desenvolvimento, 250
Termos estudados, 253
Questões de revisão, 254
Atividades, 254
12 COMPREENDENDO OS RESULTADOS DE UMA PESQUISA: DESCRIÇÃO E 
CORRELAÇÃO, 257
Escalas de mensuração, 258 
Análise dos resultados de pesquisas, 259 
Distribuições de freqüência, 261 
Estatística descritiva, 264 
Representação gráfica de relações, 265
Coeficientes de correlação: descrição da força de relações, 267 
Magnitude do efeito, 272 
Significância estatística, 273
S um ário 9
Equações de regressão, 273 
Correlação múltipla, 274
Correlação parcial e o problema da terceira variável, 276
Modelos estruturais, 277
Termos estu dados , 278
Questões de revisão, 279
A tiv id a d es , 280
13 COMPREENDENDO OS RESULTADOS DE UMA PESQUISA: INFERÊNCIA 
ESTATÍSTICA, 283
Amostras e populações, 285
Estatística inferencial, 286
Hipótese nula e hipótese de pesquisa, 286
Probabilidade e distribuições amostrais, 287
Exemplo: os testes te F , 290
Erro Tipo I e erro Tipo II, 296
Escolha do nível de significância, 300
Interpretação de resultados não significativos, 301
Escolha do tamanho de uma amostra: análise do poder, 303
Importância de replicações, 304
Significância de um coeficiente de correlação r de Pearson, 304
Análise de dados por computador, 305
Escolha do teste de significância apropriado, 307
Termos estu dados, 309
Q uestões de revisão, 309
A tiv idades, 310
14 GENERALIZAÇÃO DOS RESULTADOS, 313
Generalização para outras populações de participantes de pesquisas, 314
Considerações relativas à cultura, 318
Generalização para outros experimentadores, 320
Pré-testes e generalização, 321
Generalização de acordo com o laboratório, 321
Importância das replicações, 323
Avaliação de generalizações por meio de revisões de literatura e de meta- 
nálises, 325
Uso da pesquisa para melhorar a qualidade de vida das pessoas, 327
1 0 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
Termos estudados, 328 
Questões de revisão, 328 
Atividades, 329
Apêndice A: Elaboração de um relatório de pesquisa, 331 
Introdução, 331 
Estilo de redação, 332 
Organização do relatório, 336 
Uso de títulos, 347
Citações e outras fontes de referência, 348 
Abreviações,355
Algumas considerações gramaticais, 356 
Menção a número e estatística, 357 
Conclusão, 359 
Artigo-exemplo, 359
Apêndice B: Testes estatísticos, 381 
Estatísticas descritivas, 382 
Testes de significância estatística, 385 
Correlação e magnitude do efeito, 402
Apêndice C: Tabelas estatísticas, 407 
Tabela de números aleatórios, 409
Apêndice D: Construção de um quadrado latino, 419
Glossário, 421 
Bibliografia, 429 
índice remissivo, 449
Prefácio
Ensinar e aprender métodos de pesquisa é desafiador e divertido, ao mesmo 
tempo. Esta nova edição de Métodos de pesquisa em ciências do comportamento 
mantém as características de edições anteriores apreciadas por professores e 
alunos. Priorizei a comunicação clara de conceitos. Procurei apresentar o mate­
rial claramente e usar exemplos interessantes. Também tentei facilitar a apren­
dizagem, por meio da descrição de muitos conceitos significativos, em vários 
contextos ao longo do livro. Há pesquisas que mostram que a redundância favo­
rece a compreensão. Também enfatizei a necessidade de estudar comportamen­
to por diferentes abordagens de pesquisa. Antes de cada capítulo o leitor encon­
tra informações gerais sobre o conteúdo tratado e, no final, uma lista de termos 
estudados, além dé questões de revisão e atividades. Termos importantes em 
negrito estão definidos no Glossário.
RECURSOS
O leitor interessado em métodos de pesquisa pode consultar também o en­
dereço www.mayfieldpub.com/cozby. Assim, pode obter mais informações so­
bre os assuntos apresentados no texto, usando recursos disponíveis na World 
Wide Web.
http://www.mayfieldpub.com/cozby
12 M étodos de P esquisa em C iências do C ompoh.tamf.nto
ORGANIZAÇÃO
A organização em geral segue a seqüência de planejamento e realização de 
uma pesquisa. No entanto, os capítulos são relativamente independentes, o que 
permite flexibilidade em sua ordenação pelos professores. Por exemplo, os capí­
tulos sobre ética na pesquisa e sobre métodos de pesquisa não experimental 
aparecem no início do livro, mas os professores que queiram tratar desses as­
suntos no final de um curso podem fazê-lo com facilidade.
O Capítulo 1 apresenta uma visão geral da abordagem científica do conhe­
cimento e diferencia pesquisa básica de pesquisa aplicada. 0 Capítulo 2 discute 
fontes de idéias para pesquisa e a importância da pesquisa bibliográfica. O Capí­
tulo 3 focaliza a ética na pesquisa. Questões éticas são tratadas em profundida­
de neste capítulo e enfatizadas em todo o livro. O Capítulo 4 examina variáveis 
psicológicas e a distinção entre a abordagem experimental e a abordagem não 
experimental para estudar relações entre variáveis. O Capítulo 5 é um capítulo 
novo, que trata de questões de mensuração, incluindo fidedignidade e validade, 
O Capítulo 6 descreve abordagens não experimentais, incluindo observação 
naturalística, estudos de caso c análises de conteúdo. O Capítulo 7 é um capítulo 
novo que trata de amostragem, além da elaboração de questionários e entrevis­
tas. Os Capítulos 8 e 9 apresentam noções básicas sobre planejamento e realiza­
ção de experimentos. O Capítulo 10 é dedicadn a delineamentos fatoriais. O 
Capítulo 11 discute as vantagens e desvantagens de delineamentos quase-expe- 
rimentais, com sujeito único, e de pesquisas sobre desenvolvimento. Os Capítu­
los 12 e 13 tratam do uso da Estatística para compreender resultados de pesqui­
sa. Finalmente, o Capítulo 14 discute questões relativas a generalização, meta- 
análise e importância de replicações. 0 livro também inclui Apêndices sobre a 
redação de relatórios de pesquisa, realização de análises estatísticas e constru­
ção de quadrados latinos.
NOVIDADES DESTA EDIÇÃO
Esta edição incorporou muitas mudanças sugeridas por leitores das edições 
anteriores. Há um capítulo sobre questionários e medidas de auto-relato e mais 
material com informações específicas que os estudantes podem utilizar na ela­
boração das próprias medidas. Conceitos de mensuração são discutidos num 
capítulo à parte, o que reflete a importância deste assunto e atende às expecta­
tivas de professores, dando-lhes opção sobre quando introduzir essa informação 
para a classe. Refiro-me ao método correlacionai como método não experimen­
tal para avaliar relações entre variáveis. Há também material novo sobre cons­
trução de gráficos e sobre estimativas da magnitude do efeito na discussão esta­
P refAcio 13
tística. Também introduzi questões relativas ao uso de computadores e da Internet 
- por exemplo, controle de estímulos experimentais por computador, pesquisa 
bibliográfica pelo computador e citação de endereços da Web em artigos de pes­
quisa.
AGRADECIMENTOS
Muitas pessoas ajudaram a produzir esta edição do livro, assim como as 
edições anteriores. Franklin Graham, da Editora Mayfield, foi um grande ami­
go, além de editor. Agradeço a Helen Walden pela edição do manuscrito e a 
Melanie Field pela gerência da produção. Mitch Okada fez um maravilhoso 
trabalho de atualização do Manual do Professor. Sou muito grato aos comen­
tários feitos por numerosos estudantes e professores e, em particular, às revi­
sões detalhadas feitas para esta edição por: Bernardo J. Garducci, Indiana 
University Southeast; Monica J. Harris, University of Kentucky; Constance Jones, 
California State University, Fresno; Kristen J. Klaaren, Randolph-Macon College; 
Charles S. Reichardt, University of Denver; Jeffrey N. Swartwood, State University 
of New York-Cortland; e Stephen W. Tuholski, Southern Illinois University-Edwardsville.
Quero agradecer às pessoas mais próximas que ajudaram de muitas ma­
neiras a produzir este livro: Jeanne King, Josh Cozby, Brisco Cozby, David Coolidge, 
Tracy Murphy, David Perkins, Greg Robinson, Claire Palmerino, Dan Kee, Kathy 
Brown, Frank Bagrash, William Smith, Stan Woll, Penny Fidler, Dennis Berg, 
Kim Shattuck, Roy McDonald, Ronnie Barnett e Lisa Marr. Finalmente, dedico 
esta edição à memória de Alden Paine, uma pessoa maravilhosa que me encora­
jou, há muitos anos, a escrever um livro sobre métodos de pesquisa para a edito­
ra Mayfield. Alden faleceu em 1997 e é lembrado com carinho pelas muitas 
pessoas cuja vida influenciou.
Sempre tenho interesse em receber comentários e sugestões de estudantes e 
professores. Peço que enviem e-mail para cozby@fullerton.edu, ou utilizem meu 
endereço postal: Department of Psychology, Box 6834, California State University, 
Fullerton, CA 92834-6834.
mailto:cozby@fullerton.edu
1
Estudo Científico do 
Comportamento
m
t 1 Uso de Métodos de Pesquisa
t' A Abordagem Científica
Limitações da Intuição e da Auto­
ridade
Autoridade
Ceticismo, Ciência e Abordagem 
Empírica
Integrando Intuição, Ceticismo e 
Autoridade
t 1 Objetivos da Ciência
Descrição do Comportamento
Predição do Comportamento
Determinação das Causas do Com­
portamento
Explicação do Comportamento
#* Pesquisa Básica e Aplicada
Pesquisa Básica
Pesquisa Aplicada
Comparação entre Pesquisa Bási 
ca e Aplicada
Term os E studados 
Q uestões de Revisão 
A tiv id a d es
Q uais são as causas da agressão e da violência? Quais são os determinan­tes da lembrança e do esquecimento? De que forma podemos melhorar nossa memória? Quais são os efeitos de ambientes estressantes sobre a 
saúde e as interações sociais? Como experiências vividas na primeira infância 
afetam o desenvolvimento posterior? Qual a melhor maneira de tratar a depres­
são? Como reduzir o preconceito e os conflitos entre grupos? A curiosidade em 
relação a questões como essas provavelmente é a razão mais importante que 
leva estudantes a procurarem disciplinas das ciências do comportamento. A pes­
quisa científica fornece meios de analisar essas questões e fornece-nos respostas 
sobre elas. Neste livro, examinaremos os métodos da pesquisa científica nas ciências 
do comportamento. Neste capítulo introdutório discutiremos como o conheci­
mento de métodos de pesquisa pode ser útil para compreender o mundo a nosso 
redor. Além disso, serão revistas as característicasda abordagem científica para 
o estudo do comportamento e os tipos gerais de questões de pesquisa que preo- . 
cupam os cientistas do comportamento.
USOS DE MÉTODOS DE PESQUISA
O conhecimento de métodos de pesquisa torna-se cada vez mais necessário 
para os cidadãos bem informados em nossa sociedade. Os jornais diários, as 
revistas de interesse geral e outros meios de comunicação estão continuamente 
relatando resultados de pesquisas: “Personalidades do Tipo A Têm Maior Proba­
bilidade de Sofrer Ataque Cardíaco” ou “Fumar Está Relacionado com Notas 
Baixas”. Artigos e livros fazem afirmações a respeito dos efeitos benéficos ou 
nocivos de uma dieta particular ou de vitaminas sobre a vida sexual, a persona­
lidade ou a saúde das pessoas. Freqüentemente, são divulgados resultados de 
levantamentos de opinião, com conclusões sobre como nos sentimos a respeito 
de uma variedade de assuntos. Como avaliar tais relatos? Devemos aceitar tais 
descobertas apenas porque são supostamente científicas? Conhecer métodos de 
pesquisa ajuda a ler esses relatos criticamente, a avaliar a metodologia empre­
gada e a decidir se as conclusões são razoáveis.
Muitos trabalhos requerem o uso de descobertas científicas. Por exemplo, 
profissionais da área de saúde mental precisam tomar decisões sobre métodos 
de tratamento, designação de pacientes para diferentes recursos, medicamentos 
ou teste de procedimentos. Tais decisões são feitas com base em pesquisas; para 
tomar boas decisões o profissional da área de saúde mental precisa ser capaz de 
ler uma pesquisa realizada por outros e julgar sua adequação e relevância para 
sua situação particular de trabalho. Da mesma forma, pessoas que trabalham 
em ambiente empresarial freqüentemente baseiam-se em pesquisas para tomar 
decisões sobre estratégias de propaganda, maneiras de aumentar a produtivida-
E studo C jentíkico do C om portam ento 1 7
de e a disposição dos empregados e métodos de seleção e treinamento de novos 
empregados. Educadores precisam manter-se atualizados a respeito de pesqui­
sas realizadas sobre temas como efetividade de diferentes estratégias de ensino 
ou programas voltados aos problemas de estudantes especiais. O conhecimento 
de métodos de pesquisa e a habilidade para avaliar relatos de pesquisa são úteis 
em muitos campos.
Também é importante reconhecer que a pesquisa científica tornou-se cada 
vez mais importante em decisões de políticas públicas. Legisladores e líderes políti­
cos de todos os níveis do govemo freqüentemente tomam decisões políticas e pro­
põem leis baseadas em resultados de pesquisas. A pesquisa pode também influen­
ciar decisões judiciais. Um bom exemplo é a Súmula de Razões da Ciência Social 
(Social Science Brief), preparada por psicólogos e aceita como evidência pela Su­
prema Corte norte-americana no caso, considerado um marco, Brown versus Con­
selho de Educação, em 1954, que resultou no fim da segregação escolar nos Esta­
dos Unidos. Um dos estudos citados na súmula foi realizado por Clark e Clark 
(1947). O estudo verificou que, tendo escolha entre bonecas negras e brancas, 
tanto crianças brancas quanto negras preferem brincar com as bonecas brancas. 
(Uma discussão adicional das implicações desse estudo pode ser encontrada em 
Stephan, 1983.) A legislação e a opinião pública a respeito da divulgação de mate­
rial pornográfico foram orientadas por pesquisas comportamentais sobre esse as­
sunto (veja, por exemplo, Koop, 1987; Linz; Donnerstein; Penrod, 1987). Pesqui­
sas psicológicas sobre estereotipia sexual influenciaram fortemente decisões to­
madas pela Suprema Corte em casos de discriminação sexual por empregadores 
(Físke; Bersoff; Borgida; Deaux; Heilman, 1991). A pesquisa também é importan­
te para o desenvolvimento e a avaliação da eficácia de programas planejados para 
atingir certos objetivos - por exemplo, aumentar a permanência de estudantes na 
escola ou influenciar pessoas a se engajar em comportamentos que reduzam os 
riscos de contrair Aids. Se obtiverem sucesso, tais programas podem ser aplicados 
em larga escala. O fato de muitas decisões e posições políticas estarem baseadas 
em pesquisas torna o conhecimento de métodos de pesquisa particularmente im­
portante para todos nós que, como cidadãos informados, devemos, em última 
análise, avaliar a política nas umas.
ABORDAGEM CIENTÍFICA
Iniciamos este capítulo com várias questões sobre o comportamento huma­
no e sugerimos que a pesquisa científica é um meio valioso de respondê-las. O 
que toma a abordagem científica diferente de outras formas de conhecer o com­
portamento? As pessoas sempre observaram o mundo a seu redor e procuraram 
explicações para o que viam e viviam. No entanto, em lugar de usar a aborda­
1 8 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
gem científica, muitas pessoas confiam na autoridade e na intuição como for­
mas de conhecimento.
Limitações da Intuição e da Autoridade
A maioria de nós conhece ou ouviu falar de algum casal que tentou ter 
filhos durante vários anos, sem sucesso, e acabou adotando uma criança. En­
tão, num período muito curto de tempo, a mulher engravidou. Essa observação 
leva à crença comum de que a adoção aumenta a chance de gravidez em casais 
que têm esse tipo de dificuldade. Tal conclusão parece intuitivamente razoável e 
as pessoas em geral têm uma explicação para este efeito. Por exemplo, a adoção 
diminuiu uma fonte importante de estresse do casal e a redução do estresse, por 
sua vez, aumentou a probabilidade de concepção (Gilovich, 1991).
Esse exemplo ilustra o uso da intuição e da evidência anedótica para tirar 
conclusões gerais sobre o mundo a nosso redor. Ao basear-se em sua intuição, 
a pessoa aceita sem questionar o que seu próprio julgamento ou um único 
relato da experiência de alguém ensinam sobre o mundo. A abordagem intui­
tiva assume muitas formas. Freqüentemente, envolve o desenvolvimento de 
uma explicação para o próprio comportamento e para o comportamento dos 
outros. Por exemplo, uma pessoa pode desenvolver uma explicação para seus 
constantes conflitos com um colega de trabalho, como “essa pessoa quer meu 
posto” ou “ter de compartilhar um telefone coloca-nos em situação de confli­
to”. Em outras ocasiões, a intuição é usada para explicar eventos intrigantes 
observados, como no caso da conclusão de que adotar uma criança aumenta a 
chance de concepção, no caso de casais em que a mulher tem dificuldade para 
engravidar.
Um problema com a intuição é que numerosos vieses cognitivos e motiva- 
cíonais afetam nossa percepção, levando-nos a extrair conclusões errôneas 
sobre causa e efeito (Fiske; Taylor, 1984; Gilovich, 1991; Nisbett; Ross, 1980; 
Nisbett; Wilson, 1977). Gilovich salienta que, de acordo com pesquisas científi­
cas, não há, de fato, relação entre adoção e gravidez subseqüente. Por que 
então nos apegamos a essa crença? Isso provavelmente ocorre em virtude de 
um viés cognitivo chamado correlação ilusória e que acontece quando focali­
zamos dois eventos que se sobressaem e ocorrem juntos. Quando uma gravi­
dez ocorre logo após uma adoção, nossa atenção é direcionada para a situa­
ção e somos levados a concluir erroneamente que deve existir uma relação 
causal. Tais correlações ilusórias também tendem a ocorrer quando estamos 
altamente motivados a acreditar na relação causal. Embora fazer isso seja 
natural, não é científico. Uma abordagem científica requer que uma conclu­
são seja fundamentada em mais provas.
E studo C ientífico d o C om portamento 1 9
Autoridade
O filósofo Aristóteles interessou-se pelos fatores associados à persuasão ou 
mudança de atitude. Na Retórica, Aristóteles descreve a relação entre persuasão 
e credibilidade: “A persuasão é obtida pelo caráter do orador, quando seu discur­
so é proferido de tal forma que lhe atribuímos credibilidade. Acreditamos nos 
homens bons mais completa e prontamente do que nos demais.” Aristóteles ar­
gumentaria, então, que tendemos a ser mais persuadidos pelo orador que pare­
ce terprestígio, digno de confiança e respeitável do que por alguém que não tem 
tais qualidades.
Muitos de nós poderíamos aceitar os argumentos de Aristóteles simples­
mente porque ele é considerado uma “autoridade" de prestígio, cujas obras con­
tinuam sendo importantes. Da mesma forma, muitas pessoas estão prontas para 
aceitar qualquer coisa vinda dos jornais, dos livros, dos governantes ou de figu­
ras religiosas. Acreditam que as declarações de tais autoridades devem ser ver­
dadeiras. 0 problema, naturalmente, é que as declarações podem não ser verda­
deiras. A abordagem científica rejeita a noção de que se pode aceitar, na base da 
fé, as declarações de qualquer autoridade; novamente, mais provas são necessá­
rias para que se tire uma conclusão científica.
Ceticismo, Ciência e Abordagem Empírica
A abordagem científica ao conhecimento reconhece que tanto a autoridade 
quanto a intuição são fontes de idéias sobre o comportamento. No entanto, os 
cientistas não aceitam sem questionar a intuição de alguém, nem mesmo a de­
les próprios. Eles reconhecem que suas idéias podem estar erradas, assim como 
as de outra pessoa qualquer. Também não aceitam, com base em crença, os 
pronunciamentos de uma pessoa, independentemente do prestígio e da autori­
dade que ela tenha. Portanto, são muito céticos em relação ao que vêem ou 
ouvem. Insistem na utilização de métodos científicos para avaliar afirmações 
sobre a natureza do comportamento.
A essência do método científico consiste na insistência de que todas as pro­
posições sejam submetidas a um teste empírico, ou seja, que as proposições 
sejam testadas pelos métodos científicos da observação e da experimentação. 
Essa abordagem empírica do conhecimento tem dois componentes básicos. Pri­
meiro, uma idéia precisa ser estudada sob condições que admitam confirmação 
ou refutação. O teste empírico permite que a falsidade de uma proposição possa 
ser mostrada. Segundo, a pesquisa é realizada de maneira que possa ser obser­
vada, avaliada e replicada por outros.
Portanto, o método científico, em contraste com a autoridade e a intuição, 
não confia nas afirmações feitas por alguém ou na própria percepção do mün-
20 M é io d o s de P esquisa em C iências do C omportamento
do. Engloba várias regras para testar idéias por meio de pesquisas - ou seja, 
regras que orientam a maneira pela qual as observações são feitas e os experi­
mentos são elaborados e realizados. Essas regras serão minuciosamente exami­
nadas no decorrer deste livro.
Integrando Intuição, Ceticismo e Autoridade
A vantagem do método científico sobre as demais formas de conhecimento 
do mundo consiste na apresentação de um conjunto objetivo de regras para 
coletar, avaliar e relatar informações, de tal forma que nossas idéias possam ser 
refutadas ou replicadas por outras pessoas. No entanto, isso não significa que 
intuição e autoridade não sejam importantes. Como vimos anteriormente, os 
cientistas freqüentemente utilizam a intuição e as afirmações de autoridades 
como fontes de idéias para suas pesquisas. Além disso, não há nada de errado 
em aceitar as afirmações de uma autoridade, desde que estas não sejam aceitas 
como evidências científicas. Freqüentemente, não é possível obter evidências 
científicas em relação a algumas questões, como ocorre, por exemplo, quando 
as religiões nos pedem que aceitemos certos princípios com base em fé. Algumas 
crenças não podem ser testadas e, assim, estão além do domínio da ciência. Em 
contraste, as idéias científicas devem ser passíveis de teste - é preciso que haja 
algum modo de verificá-las ou refutá-las.
Também não é errado ter opiniões ou crenças, desde que elas sejam apre­
sentadas simplesmente como opiniões ou crenças. No entanto, sempre devería­
mos perguntar se uma opinião pode ser testada cientificamente ou se está fun­
damentada em evidências científicas. Por exemplo, opiniões a respeito do au­
mento da agressão como decorrência da exposição à violência na televisão são 
apenas opiniões até que se obtenham evidências científicas sobre o assunto.
Quanto mais o leitor aprender sobre o método científico, mais cético se 
tornará quanto às afirmações dos cientistas. Os cientistas freqüentemente tor- 
nam-se autoridades ao expressar suas idéias. Será que devemos estar mais 
dispostos a aceitar o que uma pessoa tem a dizer se ela reivindicar a condição 
de cientista? A resposta depende da apresentação de dados científicos pelo 
cientista para sustentar suas afirmações. Na ausência dessas evidências, o 
cientista não se distingue das demais autoridades; se apresentar evidências 
científicas, iremos avaliar o método usado para obtê-las. Também existem mui­
tos “pseudocientistas”, que usam termos científicos para substanciar suas afir­
mações (por exemplo, astrólogos ou divulgadores da Nova Era). Uma regra 
geral a ser seguida é ser extremamente céptico sempre que alguém, que se diz 
cientista, fizer afirmações que são sustentadas apenas por evidências vagas ou 
improváveis.
E studo C ientífico do C om po rtam ento 2 1
OBJETIVOS DA CIÊNCIA
O método científico tem quatro objetivos gerais: (1) descrever, (2) predizer, 
(3) determinar as causas e (4) compreender ou explicar o comportamento.
Descrição do Comportamento
O cientista começa fazendo uma observação cuidadosa, porque o primeiro 
objetivo da ciência é descrever eventos. Cunningham e seus colaboradores exa­
minaram julgamentos de atratividade física ao longo do tempo (Cunningham; 
Druen; Barbee, 1997). Em 1976, estudantes universitários do sexo masculino 
avaliaram a atratividade de um grande número de mulheres por meio de foto­
grafias. Em 1993, outro grupo de estudantes avaliou as mesmas fotografias. Os 
julgamentos de atratividade foram praticamente idênticos; os padrões de 
atratividade mudaram muito pouco ao longo do período de tempo considerado. 
Em outro estudo, Cunningham comparou as características faciais de estrelas 
de cinema nas décadas de 1930 e 1940 com as de estrelas de cinema na década 
de 1990. As medidas tomadas incluíam características como altura e largura 
dos olhos, comprimento do nariz, proeminência do osso malar e amplitude do 
sorriso. Essas características faciais apresentaram-se muito semelhantes nos dois 
períodos de tempo considerados, novamente indicando constância dos padrões 
de atratividade no tempo.
Os pesquisadores freqüentemente estão interessados em descrever a ma­
neira pela qual os eventos estão sistematicamente relacionados uns aos outros. 
Jurados julgam réus atraentes com menor severidade do que réus pouco atraen­
tes? As pessoas são mais facilmente persuadidas por locutores de alta credibili­
dade? Estudantes que estudam com a televisão ligada têm notas mais baixas em 
comparação com os que estudam em ambiente calmo?
Predição do Comportamento
Outro objetivo da ciência é prever o comportamento. Tendo observado com 
alguma regularidade que dois eventos estão sistematicamente relacionados (por 
exemplo, maior credibilidade está associada com maior mudança de atitude), 
torna-se possível fazer previsões. Uma implicação daí decorrente é a possibilida­
de de antecipar eventos. Se soubermos que um candidato numa eleição é consi­
derado mais crível que outro, seremos capazes de prever o resultado da eleição. 
Além disso, a capacidade para prever ajuda-nos a tomar decisões melhores. Por 
exemplo, muitos estudantes universitários respondem a inventários de interesse 
ocupacional, como por exemplo o Inventário de Interesse Strong-Campbell, no
22 M étodos de P esquisa em C iências d o C omportamento
serviço de aconselhamento da universidade, porque se acredita que possam to­
mar decisões melhores, sobre possíveis objetivos de carreira e escolha de uma 
área de interesse principal, com base nos escores obtidos.
Determinação das Causas do Comportamento
Um terceiro objetivo da ciência é determinar as causas do comportamento. 
Embora possamos predizer acuradamente a ocorrência de um comportamento, 
talvez não consigamos identificar corretamentesuas causas. Por exemplo, esco­
res em testes de aptidão não causam notas escolares. O teste de aptidão é um 
indicador de outros fatores que são as verdadeiras causas; podem ser realizadas 
pesquisas para estudar esses fatores. Da mesma forma, pesquisas tem mostrado 
que é possível prever o comportamento agressivo de uma criança conhecendo-se 
o grau de violência a que ela está exposta diante da televisão. Infelizmente, a 
menos que saibamos que a exposição a essa violência seja uma causa do com­
portamento, não poderemos afirmar que o comportamento agressivo será redu­
zido limitando-se a exposição de cenas de violência na televisão. Portanto, para 
saber como modificar o comportamento precisamos conhecer suas causas*
Explicação do Comportamento
A ciência tem como objetivo último explicar os eventos que foram descri­
tos. O cientista procura entender por que o comportamento ocorre. Considere a 
relação entre violência na televisão e agressão; mesmo sabendo que a violência 
na TV é uma causa da agressividade, precisamos explicar essa relação. Ela é 
devida a imitação ou “modelação” da violência vista na TV? Resulta de uma 
dessensibilização psicológica em relação à violência e a seus efeitos ou ver vio­
lência na TV gera a crença de que a agressão é uma resposta normal à frustra­
ção e ao conflito? Pesquisas adicionais são necessárias para esclarecer as expli­
cações possíveis sobre o que foi observado. Em geral, pesquisas adicionais são 
realizadas para testar teorias desenvolvidas para explicar comportamentos par­
ticulares.
Descrição, predição, determinação da causa e explicação estão fortemente 
interligadas. Determinação da causa e explicação do comportamento estão par­
ticularmente imbricadas porque é difícil conhecer a verdadeira causa ou todas 
as causas de qualquer comportamento. Uma explicação que parece satisfatória 
pode tornar-se inadequada quando outras causas são identificadas em pesqui­
sas subseqüentes. Por exemplo, quando a pesquisa inicial mostrou que a credibi­
lidade do orador estava relacionada com mudança de atitude, os pesquisadores 
explicaram a descoberta afirmando que as pessoas estão mais dispostas a acre­
E studo C ientífico do C o m portam ento 2 3
ditar no que é dito por pessoas de alta credibilidade do que por pessoas de baixa 
credibilidade. No entanto, essa explicação deu lugar a uma teoria mais comple­
xa sobre mudança de atitude, levando em conta muitos outros fatores relacio­
nados à persuasão (Petty; Cacioppo, 1986). Em resumo, há certa ambigüidade 
no empreendimento da investigação científica. Novas descobertas de pesquisa 
quase sempre suscitam novas questões, que, por sua vez, demandam mais pes­
quisa; explicações do comportamento freqüentemente precisam ser descartadas 
ou revistas diante de evidências adicionais. Tal ambigüidade é parte do prazer e 
do entusiasmo em se fazer ciência.
PESQUISA BÁSICA E APLICADA 
Pesquisa Básica
A pesquisa básica visa responder a questões fundamentais sobre a nature­
za do comportamento. Os estudos são freqüentemente planejados para exami­
nar questões teóricas relativas a fenômenos como cognição, emoção, aprendi­
zagem, motivação, psicobiologia, desenvolvimento da personalidade e compor­
tamento social. O leitor encontrará a seguir as citações de alguns artigos de 
periódicos que ilustram algumas questões de pesquisa básica:
GOFFMAN, L.; SMITH, A. (1999). Development and phonetic differentiation of speech 
movement pattems. Journal of Experimental Psychology: human perception and performance, 
25, p. 649-660,1999.
Os pesquisadores mediram cuidadosamente os movimentos de fala feitos 
por crianças de quatro anos, de sete anos e de adultos durante as mesmas emis­
sões orais. Constataram que os movimentos tomaram-se mais estáveis com a 
maturidade.
JQNES, J. R.; MOORE, J. Some effects of intertrial - interval duration on discrete - trial 
choice. Journal of Experimental Analysis ofBehavior, 71, p. 375-394, 1999.
Num experimento de escolha, pombos estolhiam uma de duas respostas 
possíveis em cada tentativa, sendo as escolhas corretas reforçadas. O intervalo 
de tempo entre as tentativas foi sistematicamente manipulado, variando de 0 a 
120 segundos. Intervalos maiores entre tentativas reduziram a probabilidade de 
acontecerem escolhas reforçadas.
McBRIDE, D. M.; DOSHER, B. A. Forgetting rates are comparable in conscious and auto- 
matic memory: a process - dissociation study. Journal of Experimental Psychology: leaming, 
memory, and cognirion, 25, p. 583-607,1999. _____________________
2 4 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
Os pesquisadores estudaram a memória que é processada conscientemente 
com esforço e a memória que é usada automaticamente sem consciência. Os 
dois tipos de memória apresentaram taxas similares de esquecimento.
O’BRIEN, M. ; CHIN, C. The relationship between children’s reported exposure to interparental 
conflict and memory biases in the recognition of aggressive and constructive conflict words. 
Personality and Social Psychology Bulletin, 24, p. 657-666, 1998.
Crianças de sete a doze anos ouviram uma fita em que havia pais discutin­
do. Num teste subseqüente de memória sobre o que havia sido dito durante a 
discussão, crianças mais velhas expostas a muito conflito entre os próprios pais 
apresentaram muitas respostas “positivas falsas” - recordaram muitas coisas 
ditas na discussão que de fato não estavam lá.
Pesquisa Aplicada
Os artigos de pesquisa citados anteriormente referiam-se a processos bási­
cos de comportamento e cognição mais do que a implicações práticas imediatas. 
Em contraste, a pesquisa aplicada é realizada com o objetivo de examinar ques­
tões relativas a problemas práticos e suas potenciais soluções. Como ilustração, 
segue uma listagem de títulos de artigos publicados em periódicos científicos:
DUGAN, S.; LLOYD, B.; LUCAS, K. Stress and coping as determinants of adolescent smoking 
behavior. Journal of Applied Social Psychology, 29, p. 870-888, 1999.
Entre adolescentes, o consumo de cigarro está associado à percepção de 
que a vida é repleta de estresse e de que fumar ajuda a enfrentá-lo.
KOVERA, M. B.; McAULIFF, B. D.; HEBERT, K. S. Reasoning about scientific evidence: effects 
of juror gender and evidence quality on juror decisions in a hostile work environment case. 
Journal of Applied Psychology, 84, p. 362-375,1999-
Jurados de sexo masculino que ouviram o testemunho de um perito apre­
sentaram maior tendência a considerar o réu responsável em comparação com 
homens que não ouviram o testemunho do perito. Mulheres não foram influen­
ciadas pelo testemunho do perito. A qualidade da evidência apresentada não 
teve influência sobre os jurados.
McGUIRE, M. T.; WING, R. R.; KLEM, M. L., LANG, W.; HILL, J. O. What predicts weight 
regain in a group of successful weight losers? Journal of Consulting and Clinical Psychology, 
p. 67,177-185,1999.
Os participantes eram pessoas que completaram, com sucesso, um progra­
ma de perda de peso; alguns mantiveram a perda de peso e outros ganharam
E studo C ientífico do C om portam ento 2 5
peso. Neste último grupo havia pessoas mais propensas a ter perda inicial de 
maior porcentagem de peso corporal e um histórico de depressão e bulimia.
Scott, D. Equal opportunity, unequal results: determinants of house hold recyding intensity. 
Environment and Behavior, 31, p. 267-290,1999.
Examinou-se a participação de mais de 600 moradores de quatro comuni­
dades em programas idênticos de reciclagem de lixo. Indivíduos comprometidos, 
em comparação com indivíduos menos ativos, acreditavam fortemente que o 
lixo constituía um problema ambiental e que a reciclagem era uma solução 
efetiva.
Uma área importante de pesquisa aplicada denomina-se avaliação de progra­
mas. Pesquisas de avaliação de programas avaliam reformas sociais e inovações 
introduzidas no governo, na educação, no sistema judiciário, na indústria, na 
assistência à saúde e em instituições de saúde mental. Num artigo influente sobre“reformas como experimentos”, Campbell (1969) salientou que os programas so­
ciais são de fato experimentos planejados para atingir certos resultados. Argu­
mentou de forma persuasiva que os cientistas sociais deveriam avaliar cada pro­
grama, para determinar se obteve os efeitos pretendidos. Se não, programas alter­
nativos deveriam ser implantados. Esse é um ponto importante, freqüentemente 
esquecido por pessoas em diferentes organizações quando novas idéias são colo­
cadas em prática; a abordagem científica determina que novos programas devem 
ser avaliados. Como exemplo apresentamos dois títulos de artigos publicados em 
periódicos especializados e que tratam da avaliação de programas:
GROSSMAN, J. B.; TIERNEY, J. P. Does mentoring work? An impact study of the Big Brothers 
Big sisters program. Evaluation Review, 22, p. 403-426, 1998.
Os pesquisadores compararam jovens que haviam sido randomicamente 
designados para participar do programa Grandes Irmãos Grandes Irmãs com 
jovens que não foram designados. Durante um período de 18 meses, os partici­
pantes do programa apresentaram menor probabilidade de usar drogas e álcool, 
comportar-se agressivamente e fugir da escola.
SANDERS, L. M.; TRINH, C.; SIIERMAN, B. R,; BANKS, S. M. Assessment of client satisfaction 
in a peer counseling substance abuse treatment program for pregnani and postpartum women. 
Evaluation and Program Planning, 21, p. 287-296, 1998.
Avaliou-se a satisfação das participantes de um programa voltado para 
usuárias de drogas por meio de medidas quantitativas e qualitativas. A satisfa­
ção foi mais alta entre os participantes mais velhos, que haviam utilizado maior 
número de serviços e que permaneceram mais tempo no programa.
Muitas pesquisas aplicadas são realizadas por grandes empresas, compa­
nhias de pesquisa de mercado, agências governamentais e agências que reálí-
2 6 M é to d o s de P e s q u isa em C iên c ia s d o C o m p o r t a m e n to
zam pesquisas de opinião pública, e seus resultados não são publicados, sendo 
utilizados internamente na empresa ou por seus clientes. Independentemente 
de os resultados serem ou não publicados, no entanto, eles são usados para 
ajudar pessoas a tomar decisões melhores com relação a problemas que reque­
rem ação imediata.
Comparação entre Pesquisa Básica e Aplicada
Tanto a pesquisa básica quanto a pesquisa aplicada são importantes e ne­
nhuma delas pode ser considerada superior à outra. De fato, o progresso da 
ciência depende de sinergia entre pesquisa básica e aplicada. Muitas pesquisas 
aplicadas são orientadas por teorias e descobertas de pesquisas básicas. Por exem­
plo, a pesquisa aplicada sobre depoimento de peritos durante julgamentos é guia­
da por pesquisas básicas de percepção e cognição. Por sua vez, as descobertas 
obtidas em contextos de aplicação freqüentemente requerem modificações das 
teorias existentes e estimulam o desenvolvimento da pesquisa básica. Assim, o 
estudo do depoimento de testemunhas oculares reais leva a conhecimentos mais 
ricos e acurados sobre processos básicos de percepção e cognição.
Recentemente, muitas pessoas, incluindo legisladores que controlam os or­
çamentos de agências governamentais de fomento a pesquisa, têm exigido a 
realização de pesquisas diretamente relevantes para questões sociais específicas. 
O problema com essa atitude em relação à pesquisa é que não conseguimos 
prever totalmente as aplicações da pesquisa básica. O psicólogo B. F. Skinner, por 
exemplo, realizou pesquisas básicas, na década de 1930, a respeito de condicio­
namento operante, em que descreveu cuidadosamente os efeitos do reforçamento 
sobre comportamentos como o de pressão à barra em ratos. Anos mais tarde, 
essas pesquisas permitiram muitas aplicações práticas em terapia, educação e 
psicologia aplicada à indústria. Pesquisas sem valor aparente de aplicação práti­
ca podem, em última análise, revelar-se úteis. O fato de ninguém conseguir 
prever o impacto último da pesquisa básica leva-nos à conclusão de que o finan­
ciamento para a pesquisa básica é necessário, tanto para o avanço da ciência 
como para o benefício da sociedade.
A pesquisa comportamental é importante em muitos campos e tem aplica­
ções relevantes para políticas públicas. Este capítulo introdutório colocou o lei­
tor em contato com os principais objetivos e tipos gerais de pesquisas. Todos os 
pesquisadores, independentemente de estarem interessados em pesquisa básica, 
aplicada ou de avaliação de programas, usam o método científico. Os temas e 
conceitos deste capítulo serão desenvolvidos no decorrer deste livro. Eles forne­
cerão a base que lhe permitirá avaliar as pesquisas de outras pessoas e também 
planejar seus próprios projetos de pesquisa.
E s tu d o C ie n tíf ic o d o C o m p o rta m e n to 2 7
Este capítulo enfatizou o ceticismo dos cientistas em relação ao que existe 
de verdadeiro no mundo e sua insistência no teste empírico das proposições. Nos 
dois capítulos seguintes, focalizaremos duas outras características dos cientis­
tas. Primeiro, eles têm uma intensa curiosidade em relação ao mundo e encon­
tram inspiração para suas idéias em muitos lugares. Segundo, eles têm princí­
pios éticos sólidos; estão comprometidos a tratar com respeito e dignidade aque­
les que participam de investigações científicas,
Termos Estudados__ __ ________ ______________________
Autoridade
Ceticism o
Intuição
Objetivos da Ciência 
Pesquisa Aplicada 
Pesquisa Básica 
Teste Empírico
Questões de Revisão ______ ___________________________
1. Por que é importante para qualquer pessoa conhecer métodos de pesquisa?
2. Por que o ceticism o científico prom ove nosso conhecim ento sobre o com 
portam ento? Em que a abordagem científica difere de outras form as de 
conhecer com portam ento?
3. Diferencie descrição, predição, determinação causal e explicação como ob­
jetivos da pesquisa científica.
4. Diferencie pesquisa básica de pesquisa aplicada.
Atividades ___________________________________________________ :__ ____________ ______ ______ _
1. Leia alguns editoriais em seu jornal diário e identifique as fontes usadas 
como suporte às afirmativas e conclusões. Os jornalistas utilizaram intui­
ção, apelo à autoridade, evidência científica ou uma combinação de todos 
esses recursos? Dê exemplos específicos.
2. Suponha que você esteja interessado em estudar depressão. O que deveria 
fazer para atingir seu objetivo de descrever, predizer, compreender as cau­
sas e explicar a depressão?
2 8 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
3. Imagine um debate a respeito da seguinte afirmação: Cientistas compor- 
tamentais só deveriam realizar pesquisas que tenham aplicação prática 
imediata. Desenvolva argumentos favoráveis (pró) e contrários (contra) a 
essa afirmação.
4. Imagine um debate a respeito da seguinte afirmação: O conhecimento de 
metodologia de pesquisa é desnecessário para estudantes que pretendem 
ser psicólogos clínicos. Desenvolva argumentos favoráveis (pró) e contrá­
rios (contra) a essa afirmação.
2
Ponto de Partida
/
? Hipóteses e Predições
C Participantes: Uma Nota sobre 
Terminologia
e Fontes de Idéias
Senso Comum f
Observação do Mundo a Nosso Re­
dor
Teorias
Pesquisas Anteriores 
Problemas Práticos 
f Pesquisa Bibliográfica 
Natureza dos Periódicos 
Resumos em Psicologia 
Pesquisa no PsycINFO
índice de Citações em Ciências So­
ciais
Revisões de Literatura
Outras Fontes de Busca Eletrônica
Anatomia de um Artigo de Pes­
quisa
Resumo
Introdução
Método
Resultados
Discussão
Termos E studados
Questões de Revisão
Atividades
A motivação para realizar pesquisas científicas deriva de uma curiosidade natural a respeito do mundo. Muitas pessoas têm sua primeira experiência com pesquisa quando sua curiosidade as leva a perguntar “Eu gostaria de 
saber o que aconteceria se...” ou “Eu gostaria de saber por que...” seguida de 
uma tentativa de responder à pergunta. Quais são as fontes de inspiração para 
essas perguntas e de que forma podemosdescobrir o que outras pessoas já pen­
saram a respeito? Este capítulo trata de algumas fontes de idéias científicas. 
Considera também a natureza dos relatos de pesquisa publicados em periódicos 
profissionais.
HIPÓTESES E PREDIÇÕES
A maioria das pesquisas procura testar uma hipótese formulada pelo pes­
quisador. Uma hipótese na realidade é um tipo de idéia ou pergunta. Ela afirma 
algo que pode ser verdadeiro. Uma hipótese, no entanto, é somente uma pergun­
ta ou idéia preliminar, à espera de evidências favoráveis ou contrárias. Algumas 
vezes, as perguntas são muito gerais ou informais. Por exemplo, Geller, Russ e 
Altomari (1986) tinham perguntas gerais sobre o consumo de cerveja entre es­
tudantes universitários: Quanta cerveja eles consomem num período médio de 
permanência num bar da universidade? Qual é o tempo de permanência? Há 
diferenças sexuais no comportamento de beber? Os pesquisadores desenvolve­
ram um procedimento para coletar dados que respondessem às perguntas que 
tinham em mente. Problemas de pesquisa formulados dessa forma são hipóteses 
informais ou simplesmente perguntas sobre o comportamento.
As hipóteses são freqüentemente formuladas em termos mais específicos e 
formais. Em geral, essas hipóteses formais afirmam a existência de relação entre 
duas ou mais variáveis. Assim, os pesquisadores poderiam formular hipóteses 
tais como “aglomeração resulta em baixo desempenho em tarefas cognitivas” 
ou “prestar atenção a um número maior de características de algo a ser apren­
dido resultará em maior memorização”. A formulação dessas hipóteses baseia- 
se nos resultados de pesquisas anteriores e em considerações teóricas. O pesqui­
sador irá, então, planejar um estudo para testar as hipóteses. No exemplo da 
aglomeração, ele pode colocar um grupo de participantes da pesquisa numa 
sala com muitas pessoas e outro grupo numa sala com poucas pessoas, para 
realizar uma série de tarefas e, então, observar seu desempenho.
Nesse ponto, ele pode fazer uma predição específica sobre o resultado des­
se experimento. No caso do exemplo, pode predizer que “os participantes testa­
dos na condição de não-aglomeração terão melhor desempenho do que aqueles 
testados na condição de aglomeração”. Se os resultados do estudo confirmarem 
essa predição, a hipótese ganhará apoio. Se não confirmarem, o pesquisador irá
P onto de P artida 3 1
rejeitar a hipótese (e acreditar que aglomeração não causa baixo desempenho) 
ou realizar uma pesquisa adicional usando métodos diferentes para testar a 
hipótese. É importante notar que a confirmação de uma predição pelos resulta­
dos de um estudo constitui suporte para a hipótese, mas não constitui prova . A 
mesma hipótese pode ser testada por diferentes métodos, e cada vez que os resul­
tados de uma pesquisa apóiam uma hipótese aumenta nossa confiança de que 
ela seja correta.
PARTICIPANTES DE UM ESTUDO: UMA NOTA SOBRE TERMINOLOGIA
Usamos o termo p a r tic ip a n te s para referir-nos aos indivíduos que parti­
cipam de projetos de pesquisa. Um termo equivalente utilizado na pesquisa 
psicológica é su je ito s . O Manuai de P u blicação da Associação Psicológica Ame­
ricana (APA, 1994) recomenda o termo p a r tic ip a n te s quando a pesquisa em 
psicologia é realizada com seres humanos. O leitor encontrará ambos os ter­
mos ao 1er relatos de pesquisas e também no decorrer de sua leitura deste 
livro. Poderá ainda encontrar os termos respon den tes e in form an tes. No caso 
de levantamentos fala-se em geral em respon den tes. In form an tes são as pes­
soas que ajudam os pesquisadores a compreender a dinâmica de ambientes 
culturais ou organizacionais particulares - esse termo originou-se em pes­
quisas antropológicas e sociológicas e agora está sendo usado também por 
psicólogos.
FONTES DE IDÉIAS
Não é fácil dizer de onde vêm as boas idéias. Muitas pessoas têm idéias 
valiosas, embora tenham dificuldade em descrever o processo pelo qual chega­
ram a elas. Os cartunistas sabem disso: costumam representar uma idéia bri­
lhante por uma lâmpada que acende sobre a cabeça de uma pessoa -, mas de 
onde vem a eletricidade? Vamos considerar cinco fontes de idéias: o senso co­
mum, a observação do mundo a nosso redor, as teorias, as pesquisas anteriores 
e os problemas práticos.
Senso Comum
Uma fonte de idéias que podem ser testadas é o corpo de conhecimento 
denominado senso comum - as coisas que consideramos verdadeiras. E verdade 
que “os opostos se atraem” ou “são as pessoas parecidas que se atraem?” “Os 
pais que não batem estragam as crianças”? “Uma imagem vale mais que mil
3 2 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
palavras?” A busca de respostas a perguntas como essas pode levar à criação de 
programas de pesquisa para estudar atração interpessoal, efeitos de punição e 
papel de imagens visuais na aprendizagem e na memória.
Testar uma idéia de senso comum pode ser útil porque essas noções nem 
sempre são corretas ou a pesquisa pode mostrar que o mundo real é muito mais 
complicado do que as idéias do senso comum levam a supor. Por exemplo, ima­
gens podem favorecer a memorização em certas circunstâncias, mas algumas 
vezes atrapalham a aprendizagem (veja Levin, 1983). A realização de pesquisas 
para testar idéias do senso comum freqüentemente nos força a ir além de uma 
teoria do comportamento de senso comum.
Observação do Mundo a Nosso Redor
Observações de eventos pessoais e sociais podem fornecer muitas idéias 
para pesquisa. A curiosidade despertada por suas observações e experiências 
pode levar você a formular perguntas sobre fenômenos de todo tipo. De fato, 
essa curiosidade motiva muitos estudantes a engajar-se em seu primeiro projeto 
de pesquisa.
Você já teve a experiência de guardar alguma coisa num “lugar especial” 
(onde ninguém iria mexer) e descobrir depois que não consegue lembrar o lo­
cal? Uma experiência desse tipo poderia sugerir uma pesquisa sistemática para 
verificar se é uma boa idéia guardar coisas em lugares especiais. De fato, Winograd 
e Soloway (1986) realizaram uma série de experimentos exatamente sobre esse 
assunto. Sua pesquisa demonstrou que as pessoas tendem a esquecer onde colo­
caram alguma coisa em duas condições: (1) consideram o local pouco provável 
para o objeto em questão e (2) consideram óbvia a memorização do local. Assim 
guardar coisas em lugares incomuns geralmente é má idéia, embora num dado 
momento possa parecer o contrário.
Um exemplo mais recente demonstra a diversidade de idéias possíveis gera­
das pela curiosidade a respeito das coisas que acontecem a nossa volta. De al­
guns anos para cá, tem havido muita controvérsia em relação aos efeitos das 
letras de certas músicas de rock e rap, temendo-se que possam promover pro­
miscuidade sexual, uso de drogas e violência. Alguns grupos, como o Centro de 
Pais para Avaliação Musical (Parent’s Music Resource Center, PMRC), gostariam 
de censurar as letras de músicas e persuadir as gravadoras a colocar rótulos de 
alerta em CDs de rock. Em congressos tem havido apresentações de trabalhos 
sobre esse assunto. Alguns pesquisadores decidiram realizar pesquisas para exa­
minar questões colocadas por essa controvérsia. Fried (1999) sugeriu que a rea­
ção negativa ao rap em particular pode surgir em virtude de sua associação com 
a música negra. Para testar essa idéia, Fried pediu aos participantes que lessem
P on to dk P artida 3 3
a letra de uma música popular intitulada “Engano de um homem perverso”, que 
tem um tema violento. Descreveu a música ora como rap, ora como country 
para os participantes. Embora evidentemente não se tratasse de rap, os partici­
pantes tiveram uma reação mais negativa à letra quando esta havia sido descri­
ta como rap do que quando havia sido descrita como música country.
O mundo a nossa volta é uma rica fonte de material para a investigação 
científica. Durante o período em que ministrou aulas no Brasil, há alguns anos, 
o psicólogo Robert Levine observou que os estudantes brasileiros erammuito 
mais displicentes em relação a horário que seus colegas norte-americanos, che­
gando após o início da aula e saindo mais cedo. Essa observação levou-o a ini­
ciar um estudo sobre o ritmo de vida em diferentes cidades dos EUA e em dife­
rentes países (Levine, 1990). Pesquisas como essas ilustram um aspecto enfatizado 
no Capítulo 1: Opiniões e experiências pessoais fornecem idéias sobre o compor­
tamento, mas o pensamento científico requer que as idéias sejam testadas por 
meio de pesquisas.
Finalmente, é preciso mencionar o papel da descoberta acidental - algumas 
vezes as descobertas mais importantes são feitas sem planejamento ou por pura 
sorte. Ivan Pavlov é muito conhecido por sua descoberta do que é chamado con­
dicionamento clássico - se um estímulo neutro (como um som) for repetida­
mente emparelhado com um estímulo incondicionado (alimento), que produz 
uma resposta reflexa (salivação), irá finalmente produzir a resposta, quando 
apresentado sozinho. Pavlov não tinha a intenção de descobrir o reflexo condi­
cionado. Na verdade, estava estudando o sistema digestivo de cães, medindo sua 
salivação quando recebiam alimento. Descobriu acidentalmente que os cães sa­
livavam antes da alimentação real e, então, passou a estudar como os estímulos 
que antecediam a alimentação podiam produzir uma resposta salivar. Só é pos­
sível fazer descobertas acidentais desse tipo quando se vê o mundo com olhos 
curiosos.1
Teorias
Muitas pesquisas nas ciências do comportamento testam teorias compor- 
tamentais. As teorias têm duas funções importantes para aumentar nossa com­
1 No Capítulo 10 de Salomon (2000), intitulado Problema e serendipidade: a aventura da 
aleatoriedade em busca de outra resposta, a expressão descoberta acidenlal é definida tecnicamente 
como serendipidade (serendipity) . Salomon, D. V A maravilhosa incerteza: pensar, pesquisar e criar. 
São Paulo; Martins Fontes, 2000. No Capítulo 9 de Rosenberg (1976), serendipity foi traduzida como 
achado casual. Rosenberg, M. A lógica da análise do levantamento de dados. São Paulo: Cultrix; Edusp. 
1976 (NT).
3 4 M étodos df. P esquisa em C iências do C om portam ento
preensão do comportamento. Em primeiro lugar, organizam e explicam uma di 
versidade de fatos específicos ou descrições comportamentais. Esses fatos ou 
descrições não são significativos em si e há necessidade de um referencial teóri­
co para estruturá-los. Esse referencial teórico toma o mundo mais compreensí­
vel, fornecendo alguns conceitos abstratos em tomo dos quais podemos organi­
zar e explicar uma diversidade de comportamentos. A título de exemplo, consi­
dere como a Teoria da Evolução de Charles Darwin organizou e explicou uma 
variedade de fatos sobre as características de espécies animais. Da mesma for 
ma, em psicologia, uma teoria de memória afirma que há sistemas separados 
para a memória de curto prazo e para a memória de longo prazo. Essa teoria 
explica várias observações específicas sobre aprendizagem e memória, incluin­
do fenômenos como os diferentes tipos de deficiências de memória resultantes 
de uma pancada na cabeça versus lesão da área cerebral do hipocampo e a taxa 
de esquecimento de um material que a pessoa acabou de ler.
Em segundo lugar, as teorias geram conhecimentos novos, dirigindo nosso 
pensamento para aspectos novos do comportamento - as teorias guiam nossas 
observações do mundo. A teoria gera hipóteses sobre o comportamento e o pes­
quisador realiza estudos para verificar se elas são corretas. Se os estudos con­
firmarem a hipótese, a teoria ganha suporte. À medida que se acumulam evidências 
consistentes com a teoria, aumenta nossa confiança de que a teoria é correta. 
No entanto, a pesquisa também pode revelar fraquezas numa teoria e forçar os 
pesquisadores a modificá-la ou desenvolver uma teoria nova, mais abrangente.
A teoria evolucionária continua ajudando os psicólogos a gerar hipóteses 
(por exemplo, Buss; Schmitt, 1993; Simpson; Kenrick, 1997). Por exemplo, a 
teoria evolucionária afirma que homens e mulheres têm estratégias reprodutivas 
diferentes. Todos os indivíduos têm interesse evolucionário em transmitir seus 
genes para as gerações futuras. No entanto, as mulheres têm relativamente poucas 
oportunidades de reproduzir, pois seu período reprodutivo é limitado pela idade, 
e elas precisam dedicar enorme quantidade de tempo e energia a cuidar dos 
filhos. Os homens, por sua vez, podem reproduzir a qualquer tempo e têm uma 
vantagem reprodutiva em relação à mulher, produzindo tantos filhos quanto 
possível. Em função dessas diferenças, a teoria prediz que homens e mulheres 
usarão critérios diferentes para selecionar parceiros. Mulheres estarão mais in­
teressadas em homens que forneçam apoio no cuidado das crianças - aqueles 
superiores em sta tu s, recursos econômicos e dominância. Homens escolherão 
mulheres mais jovens, saudáveis e atraentes fisicamente. Pesquisas realizadas 
com diferentes culturas dão suporte a essas predições (Buss, 1989). Embora as 
pesquisas apóiem a teoria evolucionária, é possível que sejam desenvolvidas teo­
rias alternativas que expliquem melhor os mesmos resultados - as teorias são 
vivas e dinâmicas. Eagly e Wood (1999) interpretaram a pesquisa de Buss em 
termos de estrutura social. Eles argumentaram que diferenças de gênero resul
P on to de P artida 3 5
tam da existência de diferenças na divisão de trabalho entre homens e mulheres 
na maioria das culturas - os homens são responsáveis pelo bem-estar econômi­
co da família e as mulheres, pelo cuidado das crianças - e essas diferenças expli­
cam as diferenças de gênero existentes na seleção de parceiros sexuais. As pes­
quisas sobre esse excitante assunto continuam.
As teorias costumam ser modificadas à medida que novas pesquisas defi­
nem seu alcance. A teoria da memória de curto prazo versus memória de longo 
prazo, mencionada anteriormente, ilustra a necessidade de modificar as teorias. 
A concepção original do sistema dc memória de longo prazo descreveu essa 
memória como um depósito de memórias permanentes fixas. No entanto, as 
pesquisas dos psicólogos cognitivistas, como Loftus (1979), mostraram que as 
memórias são facilmente reconstruídas e rcinterpretadas. Num estudo, os parti­
cipantes assistiram a um filme sobre um acidente automobilístico e, mais tarde, 
deviam relatar o que viram. Loftus verificou que a memória dos participantes foi 
influenciada pela maneira com que foram questionados. Por exemplo, a proba­
bilidade de respostas afirmativas foi maior quando se perguntava se o partici­
pante havia visto “o” farol dianteiro quebrado em vez de se havia visto “um” farol 
dianteiro quebrado. Resultados como esse têm requerido uma teoria mais com­
plexa sobre a forma de operação da memória de longo prazo.
Pesquisas Anteriores
Uma quarta fonte de idéias são as pesquisas anteriores. A familiarização 
com um corpo de pesquisa sobre um assunto talvez seja a melhor forma de 
gerar idéias para novas pesquisas. Praticamente qualquer estudo coloca ques­
tões para pesquisas subseqüentes. A pesquisa pode suscitar uma tentativa de 
aplicação dos resultados numa situação diferente, estudando-se o assunto com 
um grupo de outra faixa etária ou aplicando outra metodologia para replicar 
os resultados. O estudo de Geller et al. (1986) sobre consumo de cerveja mos­
trou que os estudantes bebem mais se compram canecas do que se compram 
garrafas. Mostrou também que homens bebem mais que mulheres, que estu­
dantes em grupo bebem mais que estudantes sozinhos e que mulheres ficam 
mais tempo no bar que homens. Os resultados desse estudo podem, por exem­
plo, gerar pesquisas sobre formas de reduzir o consumo excessivo de álcool 
por estudantes universitários.
Além disso, à medida que você se familiarizar com a literatura de pesquisa 
sobre um assunto, poderá identificar inconsistências nos resultados que preci­
sam ser investigadas ou desejar estudar explicações alternativas para os resulta­
dos. Além disso, o que você sabe sobreuma área de pesquisa muitas vezes pode 
ser aplicado com sucesso em outra área.
3 6 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
Vamos examinar um exemplo concreto de pesquisa que foi planejada para 
estudar falhas metodológicas em pesquisas anteriores. O estudo dizia respeito 
a métodos para ajudar crianças diagnosticadas como autistas. O autismo in­
fantil caracteriza-se por vários sintomas, incluindo graves prejuízos da lingua­
gem e da capacidade de comunicação. Recentemente, pais e responsáveis pelo 
cuidado de crianças autistas depositaram esperança numa técnica denomina­
da comunicação facilitada que aparentemente permite a uma criança autista 
comunicar-se com outras pessoas pressionando teclas num teclado com letras 
e outros símbolos. Uma pessoa, denominada facilitador, segura a mão da cri­
ança para auxiliar o desenvolvimento da habilidade de realizar a tarefa. Com 
essa técnica, muitas crianças autistas começam a comunicar seus pensamen­
tos e sentimentos e a responder a perguntas que lhes são feitas. A maioria das 
pessoas que vê a comunicação facilitada em ação considera a técnica um avan­
ço milagroso.
A conclusão de que a comunicação facilitada é efetiva baseia-se numa com­
paração da capacidade de comunicação da criança autista na presença e na 
ausência do facilitador. A diferença é notável para a maioria dos observadores. 
Lembre, no entanto, que os cientistas são céticos por natureza. Examinam todas 
as evidências cuidadosamente e questionam se as afirmações feitas são 
justificadas. No caso da comunicação facilitada, Montee, Miltenberger e Wittrock 
(1995) notaram que o facilitador pode guiar, não intencionalmente, os dedos da 
criança para digitar uma sentença significativa. Em outras palavras, o facilitador, 
e não o indivíduo autista, está controlando a comunicação. Montee et al. reali­
zaram um estudo para testar essa idéia. Numa condição, mostravam uma figu­
ra tanto para o facilitador quanto para a criança autista, pedindo a ela que 
indicasse o que a figura mostrava, digitando sua resposta com o facilitador. Isso 
foi feito durante várias tentativas. Em outra condição, somente a criança via as 
figuras. Numa terceira condição, a criança e o facilitador viam figuras diferen­
tes (mas o facilitador não sabia disso). Consistentemente com a hipótese de que 
o facilitador controlava as respostas da criança, as figuras só foram correta­
mente identificadas na condição em que ambos viram as mesmas figuras. No 
entanto, quando a criança e o facilitador viam figuras diferentes, a criança nun­
ca dava a resposta correta e em geral identificava a figura vista pelo facilitador.
Problemas Práticos
Problemas práticos com aplicações imediatas também estimulam pesqui­
sas. Grupos de planejamento urbano podem fazer um levantamento com ciclis­
tas para determinar a localização mais adequada para uma ciclovia, por exem­
plo. Numa escala maior, pesquisadores têm orientado políticas públicas reali­
zando pesquisas sobre os efeitos de exposição a materiais pornográficos, além
P o n to df. P a r t i d a 3 7
de outros temas sociais e de saúde. Grande parte da pesquisa aplicada e de ava­
liação, descrita no Capítulo 1, aborda temas como esses.
PESQUISA BIBLIOGRÁFICA
Antes de dar início a qualquer projeto, o pesquisador precisa conhecer bem 
os resultados de pesquisas anteriores. Mesmo que a idéia básica já tenha sido 
formulada, uma revisão de estudos já realizados o ajudará a tornar a idéia mais 
clara e a planejar o estudo. Assim, é importante fazer uma revisão bibliográfica 
sobre um assunto e ler relatos de pesquisas em periódicos especializados. Nesta 
seção discutiremos somente o que é fundamental para a realização de uma pes­
quisa bibliográfica. Você poderá obter informações adicionais nas excelentes 
obras de referência de Reed e Baxter (1991) e Rosnow e Rosnow (1998) sobre 
realização de levantamentos bibliográficos em psicologia e preparação de arti­
gos de revisão, respectivamente.
Natureza dos Periódicos
Percorrendo o setor de periódicos de sua biblioteca, você deve ter encontra­
do enorme número de periódicos especializados. Neles os pesquisadores publi­
cam os resultados de suas investigações. Ao finalizar um projeto de pesquisa, é 
preciso redigir um relatório de pesquisa e submetê-lo ao editor de um periódico 
cientítico apropriado. O editor convida outros cientistas da mesma área para 
fazer a revisão e decide se irá aceitar o manuscrito para publicação. Como cada 
periódico tem um espaço limitado e recebe um número de artigos superior ao 
espaço disponível, a maioria dos trabalhos submetidos é rejeitada. Aqueles que 
são aceitos são publicados cerca de um ano depois.
A maioria dos periódicos em Psicologia especializa-se em uma ou duas áreas 
de comportamento humano ou animal. Mesmo assim, o número de periódicos 
em muitas áreas é tão grande que é praticamente impossível ler todos. A Tabela 
2.1 relaciona alguns dos principais periódicos em várias áreas da Psicologia.2 
Evidentemente, seria difícil ler todos eles, mesmo numa única área de pesquisa 
em Psicologia, como aprendizagem e memória. Se você estiver procurando pes­
quisas sobre um assunto específico, pode ser impraticável examinar todos os 
números de todos os periódicos em que poderiam ser publicadas pesquisas rele­
vantes. Felizmente, não há necessidade de fazer isso.
2 A tabela relaciona principalmente periódicos norte-americanos, mas também alguns canadenses 
e ingleses. Em nosso meio, entre os periódicos especializados destacam-se (ver QUALIS da CAPES) 
Psicologia: Reflexão e Crítica, Psicologia: Teoria e Pesquisa e Estudos de Psicologia. (NT).
3 8 M é to d o s de P e s q u is a em C iên c ia s do C o m p o rta m e n to
Tabela 2.1 Alguns dos principais periódicos em Psicologia.
Gerais
American Psychologist* (artigos gerais sobre diferentes assuntos)
Contemporary Psychology* (resenhas de livros)
Psychological Bulletin* (revisões de literatura)
Psychological Review* (artigos leóricos)
Psychological Science
Psychological Methods*
Current Directions in Psychological Science
Áreas experimentais da Psicologia
Journal of Experimental Psychology: General*
Journal of Experimental Psychology: Applied*
Journal of Experimental Psychology: Learning, Memory, and Cognition*
Journal of Experimental Psychology: Human Perception and Performance*
Journal of Experimental Psychology: Animal Behavior Processes*
Journal of Comparative Psychology *
Behavioral Neuroscience*
Bulletin of the Psychonomic Society
Learning and Motivation
Memory and Cognition
Cognitive Psychology
Cognition
Cognitive Science
Discourse Processes
Journal o f the Experimental Analysis of Behavior
Animal Learning and Behavior
Neuropsychology*
Psicologia clínica e aconselhamento
Journal o f Abnormal Psychology*
Journal of Consulting and Clinical Psychology*
Journal of Counseling Psychology*
Behaviour Research and Therapy
Journal of Clinical Psychology
Behavior Therapy
Journal of Abnormal Child Psychology
Journal of Social and Clinical Psychology
(Continuação)
Tabela 2.1 Alguns dos principais periódicos em Psicologia, (continuação)
Psicologia do desenvolvimento
Developmental Psychology*
Psychology and Aging*
Child Development
Journal of Experimental Child Psychology
Journal of Applied Developmental Psychology
Developmental Review
Infant Behavior and Development
Experimental Aging Research
Merril-Palmer Quarterly
Personalidade e Psicologia social
Journal of Personality and Social Psychology*
Personality and Social Psychology Bulletin
Journal of Experimental Social Psychology
Journal of Research in Personality
Journal o f Social Issues
Social Psychology Quarterly
Journal o f Applied Social Psychology
Basic and Applied Social Psychology
Journal of Social and Personal Relationships
Áreas aplicadas da Psicologia
Journal o f Applied Psychology *
Journal of Educational Psychology *
Journal of Applied Behavior Analysis
Health Psychology *
Psychological Assessment*
Psychology, Public Policy, and Law*
Law and Human BehaviorEducational and Psychological Measurement
American Education Research Journal
Evaluation Review
Evaluation and Program Planning
Environment and Behavior
Journal of Environmental Psychology
Journal of Consumer Research
Journal of Marketing Research
4 0 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
Tabela 2.1 Alguns dos principais periódicos em Psicologia. (continuação)
Estudos sobre família e comportamento sexual 
Journal of Family Psychology*
Journal of Marriage and the Family 
Journal of Marital and Family Therapy 
Journal of Sex Research 
Journal of Sex Behavior 
Journal of Homosexuality
Etnia, gênero e questões interculturais 
Hispanic Journal of Behavioral Sciences 
Journal of Black Psychology 
Sex Roles
Psychology of Women Quarterly
Journal of Cross-Cultural Psychology
Cultural Diversity and Ethnic Minority Psychology*
Alguns periódicos canadenses e ingleses
Canadian Journal of Psychology
Canadian Journal of Behavioral Science
British Journal of Psychology
British Journal of Social and Clinical Psychology
* Publicado pela Associação Psicológica Americana.
Resumos em Psicologia
A Associação Psicológica Americana (APA) começou a publicar resumos - 
Psychological Abstracts ou Psych Abstracts - em 1927. Até recentemente, os estu­
dantes faziam suas pesquisas bibliográficas manualmente, localizando os resu­
mos - breves sumários - dos artigos em psicologia e disciplinas afins que eram 
publicados mensalmente no Psych Abstracts. A APA ainda publica a versão im­
pressa do Psych Abstracts. No entanto, hoje as pessoas tendem a fazer suas pes­
quisas bibliográficas pelo computador, usando bases de dados que contêm os 
resumos. A base de dados da APA é chamada PsycINFO. Sua biblioteca provavel­
mente usa um de três sistemas de busca da base de dados PsycINFO. PsycLIT é 
uma versão em CD-ROM da base de dados que o leitor acessa num computador 
de sua biblioteca. Esse banco de dados é atualizado quatro vezes por ano. Em 
geral, utiliza-se World Wide Web para acessar PsycINFO e PsycFIRST, cuja atua­
lização é mensal. PsycFIRST contém resumos dos últimos três anos, enquanto a 
cobertura do PsycINFO retrocede em geral até 1966, podendo incluir até anos 
anteriores. Os procedimentos exatos que você deverá seguir para utilizar os siste-
P on to de P artida 4 1
mas do PsycINFO dependerão da forma de acesso ao banco de dados da sua 
biblioteca. Em todos os casos, obterá uma lista de resumos relacionados a seu 
tema de interesse. A partir dessa lista, poderá localizar e ler os artigos em sua 
biblioteca. Se não encontrar um artigo importante em sua biblioteca, consulte 
uma bibliotecária sobre serviços existentes para obtenção de artigos em outras 
bibliotecas ou sobre recursos on Une.3
Realização de uma busca no PsycINFO
A forma exata do sistema de busca no PsycINFO dependerá do sistema 
utilizado por sua biblioteca. A Figura 2.1 ilustra um sistema baseado na WEB 
(WebSPIRS de Silver Platter). Essa tela mostra as três partes principais da busca: 
você deve digitar o assunto da pesquisa, examinar os resultados e avaliar as 
opções de ajuda para realização da busca.
Figura 2.1 Tela do PSycINFO para o usuário.
3 As bibliotecas de todas as universidades públicas brasileiras permitem acesso a estas bases de 
dados. Permitem também a obtenção de textos completos de artigos publicados num grande número 
de periódicos assinados eletronicamente (ex.: Evolutin and Human Behavior, American Psychologist, 
Child Development, Animal Behavior etc.), disponíveis no Portal de Periódicos da CAPES. O endereço 
eletrônico de acesso é www.capes.gov.br.
http://www.capes.gov.br
4 2 M étodos de P esquisa em C iências do C omportamento
A tarefa mais importante á especificar as palavras-chaves para a busca. 
Elas são digitadas numa caixa de entrada (na Figura 2.1, ela é denominada 
FIND). Como você pode saber que palavras deve digitar na caixa de entrada? 
Em geral, usará termos padrão em psicologia. O “índice de Termos Técnicos 
em Psicologia” (Thesaurus of Psychological Index Terms) arrola todos os termos- 
padrão que são usados para indexar os resumos e pode ser acessado direta­
mente na maioria dos sistemas PsycINFO. Suponhamos que você esteja inte­
ressado em “ansiedade em relação a teste”. Nesse caso, tanto teste quanto an­
siedade são descritores principais no thesaurus. Procurando ansiedade, encon­
trará sob esse descritor termos como ansiedade em relação a separação, ansie­
dade social e ansiedade em relação a teste. Enquanto estiver usando o thesaurus, 
poderá verificar qualquer termo e, então, solicitar a busca com esse termo. No 
entanto, vamos supor que você esteja usando uma janela de busca-padrão, 
como a da Figura 2.1. Se der o comando para iniciar a busca, terá acesso aos 
resultados.
A seguir encontra-se a saída de um dos artigos localizados numa busca 
sobre ansiedade em relação a teste.4Optou-se por apresentar uma grande quan­
tidade de informações sobre o artigo para ilustrar a forma de organização das 
informações na base de dados. Em geral, optamos pela exibição de menor nú­
mero de informações,
TIPO DE DOCUMENTO: Artigo - Periódico
TITULO: Diferenças individuais na retenção de conhecimento e estruturas conceituais 
aprendidas por estudantes em cursos universitários e durante o ensino médio. O caso 
da ansiedade em relação a teste.
AUTOR: Naveh-Benjamin, -Moshe; Lavi, -Hagit; McKeachie, -Wilbert- J.; lin , -Yi- 
Ouang
INSTITUIÇÃO DE ORIGEM DO PRIMEIRO AUTOR: U Ben-Gurion, do Negev Depto. de 
Ciências do Comportamnto, Beer-Sheva, Israel
FONTE: Applied-Cognitive-Psychology. 1997 Dec; Vol 11(6):
507-526
ISSN: 0888-4080
ANO DE PUBLICAÇÃO: 1997
RESUMO: Foram examinadas diferenças individuais na retenção de conhecimento por 
estudantes, vários anos após o estudo do material acadêmico. Avaliando a retenção de 
materiais em função da ansiedade de teste podemos determinar se as deficiências no
4 Aqui a saída foi traduzida, mas, se o leitor fizer uma pesquisa desse tipo no PsycINFO, deverá 
usar descritores em inglês (por exemplo, test anxiety), e obterá uma saída em inglês (NT).
P onto de P artida 4 3
desempenho acadêmico original e na organização dos materiais de estudantes com 
elevada ansiedade em relação a testes são devidas a uma deficiência de recuperação 
ou a uma deficiência na aprendizagem e na organização do conhecimento. Em dois 
estudos, 210 estudantes norte-americanos (Estudo 1) e 258 estudantes israelenses (17- 
27 anos) (Estudo 2), com diferentes níveis de ansiedade em relação a teste, completa­
ram tarefas que nos permitiram avaliar tanto seus níveis de conhecimento quanto a 
organização cognitiva dos materiais. As tarefas foram aplicadas no final do curso ou 
em diferentes intervalos de retenção até sete anos após a aprendizagem. Os estudantes 
com elevada ansiedade em relação a teste tiveram pior desempenho no final dos cursos 
em comparação com outros estudantes em testes de conhecimento e organização 
cognitiva. No entanto, os estudantes com elevada ansiedade em relação a teste tiveram 
desempenho equivalente em comparação com os outros estudantes, quando testados 
em diferentes intervalos de retenção após os cursos. As implicações teóricas e práticas 
desses resultados são discutidas. (© 1998 direitos autorais da APA/PsycINFO)
FRASE-CHAVE: ansiedade em relação a teste e diferenças individuais na retenção de 
conhecimento e estruturas conceituais aprendidas em cursos universitários e no curso 
colegial. Estudantes norte-americanos e israelenses.
DESCRITORES PRINCIPAIS: *Diferenças Individuais;*Retenção;*Ansiedade-Teste
DESCRITORES SECUNDÁRIOS: Idade Adulta; Estudantes universitários; Estudantes- 
Colegial
GRUPO ETÁRIO: Adultos
POPULAÇÃO: Humanos; Masculino; Feminino
LOCALIZAÇÃO: Israel; EUA
TIPO DE PUBLICAÇÃO: Estudo Empírico
Observe que a saída é organizada em “campos” de informação. Incluímos 
aqui o nome completo de cada campo, embora muitos sistemas permitam abre­
viações. Quase sempre encontra-se título (abreviado como TI), autor (AU),

Continue navegando