Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Universidade estadual do sudoeste da Bahia DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA RURAL E ANIMAL- DTRA ENGENHARIA DE ALIMENTOS Carolina Sousa Oliveira Relatório de aula prática Controle de qualidade de verniz em folhas metálicas ITAPETINGA – BAHIA ABRIL, 2020 2 Universidade estadual do sudoeste da Bahia DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA RURAL E ANIMAL- DTRA ENGENHARIA DE ALIMENTOS Carolina Sousa Oliveira Relatório de aula prática Controle de qualidade de verniz em folhas metálicas ITAPETINGA – BAHIA ABRIL, 2020 Relatório de aula prática a ser entregue ao Profº. DSc.Leandro Soares como avaliação parcial para obtenção de créditos à disciplina de Embalagens para Alimentos. 3 1. Introdução As embalagens contendo aço são chamadas de folhas sendo a folha de flandres, um típico exemplo empregado em latas de conservas de alimentos. São dúcteis e resistentes contra a corrosão, recebem um revestimento de estanho em ambas as faces da folha de aço. De forma geral, o emprego de embalagens de alumínio para alimentos requer a utilização de revestimento orgânico interno chamado de verniz. As resinas mais utilizadas na composição dos vernizes são: fenólicas, epóxi, vinílicas, acrílicas, alquídicas, oleorresinosas e polibutadiênicas. (DANTAS, 1999) O verniz aplicado permite o uso de folhas metálicas com menor revestimento de estanho, e quando aplicado internamente nas embalagens evita o contato da folha-de-flandres com o produto acondicionado. A camada de verniz pode possuir diferentes espessuras e isto minimiza o processo corrosivo da embalagem. (HOLLANDER, 1998) O bom desempenho do verniz aplicado depende da espessura da camada de revestimento, da aderência sobre a folha, do grau de cura, da porosidade e da flexibilidade. A camada e o tipo de verniz devem ser especificados de acordo com o produto a ser enlatado e com os processos de transformação mecânica que irá sofrer o material metálico envernizado. O manuseio inadequado das folhas envernizadas pode induzir a formação de riscos e porosidade que prejudicarão o desempenho satisfatório da lata (DANTAS et AL,. 1999). Segundo Pardi et al. (2001) verniz é o revestimento orgânico destinado a proteger os recipientes metálicos, sobretudo as folhas de flandres. As aplicações de vernizes em embalagens metálicas devem-se principalmente a quatro propósitos: proteção da superfície exterior da lata contra corrosão provocada pela umidade do ar; proteção da litografia da lata; proteção da superfície interna contra corrosão provocada pelos alimentos; proteção dos alimentos contra a migração dos metais da lata (MADI et al., 1978). 4 2. Objetivo Realizar testes de determinação do peso seco, aderência e porosidade de embalagens metálicas de diferentes produtos e verificar a qualidade dos vernizes utilizados. 5 3. Material e Métodos 3.1. Teste da determinação do peso seco Primeiramente cortaram-se amostras das embalagens metálicas de sardinha contendo cerca de 50 cm². Em seguida as amostras foram lavadas e secas em estufa a 100ºC por 5 minutos. Determinou-se o peso inicial da amostra em balança analítica. Depois, foi removido todo o verniz com solução de hidróxido de sódio em ebulição, a amostra foi lavada e seca novamente. Repesou a amostra sem o verniz, determinando o peso final em balança analítica através da fórmula: QV = (Pi-Pf) / A 3.2. Teste de aderência Primeiramente as amostras foram cortadas com área aproximada de 10 cm². Com o auxilio de um estilete, riscou a superfície envernizada com 12 riscos cruzados em ângulo reto e separados por aproximadamente 1 mm, formando uma grade de 25 quadrados. Após a realização dos riscos verificou-se atingiram a base. Em seguida, com o auxilio de um algodão seco limpou-se os fragmentos de verniz desprendido durante a realização dos riscos. A área quadriculada foi coberta com uma fita adesiva no sentido diagonal, ficando bem aderida, sem inclusões de bolhas de ar e em seguida a fita foi removida rapidamente. Observou-se a fita quanto ao possível desprendimento do verniz e comparou com os padrões (Figura 2). Figura 1. Esquema mostrando como posicionar a fita adesiva sobre os riscos na amostra. 6 Figura 2. Escala descritiva para avaliação da aderência de vernizes por meio de ensaio de fita adesiva. 3.3. Teste de porosidade Cortou-se amostras das embalagens metálicas e foi eliminada as gorduras e impurezas da superfície envernizada. Em seguidas, foram imergidos em solução ácida de sulfato de cobre. Após 2 minutos, verificou-se a ocorrência da deposição do cobre metálico nos poros através de uma lupa microscópica e comparou-se com o padrão, de acordo com a figura 3. Figura 3. Escala de porosidade de latas envernizadas. 7 4 . Resultados e discussão 4.1 Teste da determinação do peso seco Tabela 1. Resultados obtidos pela determinação do peso seco. A qualidade de verniz encontrada nas embalagens de refrigerante Pepsi e Skin pode ser considerada um valor alto e superior às embalagens de sardinha. Este fato pode ser explicado pelo fato destes produtos em conserva, quando comercializado em latas de folhas-de-flandres juntamente com líquido de cobertura (salmoura acidificada), apresenta características agressivas ao material metálico, por causa da presença de ácidos e cloretos, o que requer uma adequada especificação do envernizamento interno da embalagem, principalmente da costura lateral, visando à manutenção das propriedades organolépticas do produto e, consequentemente, da sua vida-de-prateleira. (DANTAS, 1999) Amostra Peso inicial (g) Peso final (g) Área (m²) Quantidade de verniz (g/ m²) Pepsi Skin Antarctica 1,35 1,50 1,47 1,33 1,48 1,46 0,005 0,005 0,005 4,00 4,00 2,00 8 4.2 Teste de aderência Tabela 2: Resultados obtidos pelo teste de aderência Amostra Aderência Skin Antarctica Pepsi G0 G0 G2 Após a remoção da fita adesiva da amostra e visualização das mesmas, verificou-se que não havia fragmentos do verniz retido nas embalagens de Antarctica e Skin, já na Pepsi há fragmentos de verniz na fita, enquadrando o grau 2 (G2), que descreve que nos cruzamentos nos cortes área destacada cerca de 15% da área quadriculada. Isso indica que o verniz não estava bem aderido a embalagem, portanto não estando apto à utilização em corpo de latas visto que para corpos de latas o resultado tolerável é de grau 0 ou grau 1. 4.3 Teste de porosidade Ao analisar as amostras na lupa, foi possível observar que houve deposição do cobre na superfície envernizada da lata de Pepsi ,ou seja, há porosidade na lata. Já as latas da antártica e skin não apresentaram porosidade. .O ideal para que as latas sejam aprovadas para a utilização é que não haja porosidade, sendo assim a lata da Pepsi não apresenta condições satisfatórias, não podendo oferecer estabilidade e prolongar a vida útil do alimento. Comparando o resultado obtidos com a Figura 3, pode-se classificar a porosidade do verniz da amostra de Pepsi em grau 3, enquanto as amostras de antártica e skin se enquadram no grau 1. 9 Conclusão A partir dos resultados é possível concluir que a latas da marca Pepsi e Skin possuem uma melhor qualidade de verniz em relação a Antártica , no entanto, em relação a aderência e a porosidade a lata da Pepsi apresentou valores inferiores as outras latas, não estando apta a acometer o produto. 10 Referências Bibliográficas DANTAS,S.T. Avaliação do processo de interação e estudos de estabilidade. In: DANTAS, S. T.; GATTI, J. A. B.; SARON, E. S. Embalagens Metálicas e a Sua Interação com Alimentos e Bebidas. Campinas: CETEA/ITAL, 1999. cap. 10, p. 173-188. DANTAS, S.T.; SARON, E.S.; DANTAS, F.B.H.; KIYATAKA, P.H.M.; SOARES, B.M.C. Influência da danificação mecânica de embalagens metálicas na interação com o produto acondicionado: creme de leite. Brazilian Journal of Food Technology, Campinas – SP, v.14, n.4, out.-dez., 2011 HOLLANDER, J. Impedance test routines for beverage cans. IV International Symposium on Electrochemical Impedance Spectroscopy. Rio de Janeiro, pp. 194-197, 1998. LAUTENSCHLÄGER, B.I. 2001. Avaliação de embalagem de consumo com base nos requisitos ergonômicos informacionais. Florianópolis, SC. Dissertação de Mestrado. UFSC, 109 p. SARON, E. S.; DANTAS, S. T.; KIYATAKA, P. H. M.; MENEZES, H. C.; SOARES, B. M. C. Viabilidade da redução da camada de estanho em latas de aço para suco de maracujá pronto para beber. Brazilian Journal of Food Technology, Campinas, v. 9, n. 4, p. 283-290, out./dez. 2006. DANTAS, S.T.; SARON, E.S.; DANTAS, F.B.H.; KIYATAKA, P.H.M.; SOARES, B.M.C. Influência da danificação mecânica de embalagens metálicas na interação com o produto acondicionado: creme de leite. Brazilian Journal of Food Technology, Campinas – SP, v.14,...
Compartilhar