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DIREITO ADMINISTRATIVO 2

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ADMINISTRATIVO 2 
 
1 avaliação: 21/09 
2 avaliação: 16/11 
Bibliografia Obrigatória: 
Curso de direito administrativo – Celson Antonio de Melo 
Jose Santos de Carvalho Filho – Manual de Direito administrativo 
Curso de direito administrativo – Dirley Cunha 
Manual de direito administrativo de Irene Patricia Nohara 
Bibliografia complementar: 
Processo administrativo de Irene Patricia 
Livro do Professor Adilson Abreu em parceria com Sergio Ferraz 
Obras específicas sobre licitações e contratos administrativos: 
Obra do professor Marçal Filho - Comentários sobre a lei de licitações e contratos administrativos 
Livro de Jessé Torres 
Para trabalhar os temas com uma visão neoprocessualista: 
Obra do Professor Gustavo – Uma teoria do direito administrativo 
 
Aula 1: 
 Processo administrativo: 
 
1. Conceito: 
É qualquer conjunto de atos coordenados e interdependentes que sejam necessários para a produção de 
uma decisão final no âmbito da administração pública. 
O processo administrativo existe mesmo que não haja aquela autuação formal. Existem dos mais diversos 
graus de complexidade. 
Um processo administrativo bastante comum é o concurso público, a licitação. 
No concurso público temos a fase preliminar para verificar a quantidade de vagas existentes a fim de 
publicação do edital do concurso público. O primeiro ato é a solicitação da autoridade maior do órgão, logo 
após há o envio para uma gerência financeira no que pese a disponibilidade para o preenchimento da vaga. 
A partir daí há a publicação do edital, a homologação e após isso por fim existe a nomeação (resultado final 
esperado por esse processo administrativo). Percebam que são atos que possuem uma lógica (coordenados) 
e são interdependentes, havendo anulação das fases posteriores caso haja um vicio por exemplo. 
Lembrando que esses processos administrativos possuem procedimentos diferentes a depender do 
processo. É por isso que o professor fala que a forma que é adotada pelos diferentes processos são chamados 
de procedimentos administrativos. 
É o processo administrativo que faz a ponte entre a lei e o resultado final proposto pela administração 
pública, assegurando uma resposta justa do estado diante de uma provocação que lhe foi feita. 
Todo processo administrativo visa à produção de um determinado ato administrativo final. Onde a 
competência, forma, validade desses atos também precisam ser observados. 
 
Fundamentos constitucionais dos processos administrativos:Artigo 5, inciso 55.Trata do principio do 
contraditório e da ampla defesa, fazendo uma menção expressa do processo administrativo. Outra menção 
que existe é a do inciso 78 da CF. Essa disposição fala sobre a duração razoável do processo, onde a todos no 
âmbito judicial e administrativo são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantem a 
celeridade da sua tramitação. Existe uma disposição sobre a competência para legislar no que tange ao 
processo administrativo. Quem poderia legislar? Temos no artigo 22 inciso 1 da CF, que é de competência 
privativa da união para legislar sobre direito processual. No artigo 24, inciso 11, temos outra disposiçãode 
competência concorrente para legislar sobre procedimento na matéria processual. Tem prevalecido o artigo 
24, inciso 11. 
Pelo artigo 24 a união é responsável por elaborar as normas gerais, e os demais entes para a elaboração das 
normas desde que sigam como simetria as normas gerais produzidas, inovando na legislação local. 
No que diz respeito à fundamentação legal, a lei principal que vamos utilizar é a lei 9784/99. Essa lei inicia 
falando que tem aplicação para todos os entes do âmbito federal, seja no poder legislativo, executivo e 
judiciário, para gerenciar as suas funções. 
 
Princípios ligados ao processo administrativo: 
 
Processos administrativos: (lei 9784) 
 
 Legalidade 
 
Significa que a administração deve atuar segundo os ditames da lei. Há certo rigor quando se trata do direito 
publico, por que a legalidade para a adm pública significa dizer que os atos da administração pública devem 
ser pautados na lei, muito diferente do que ocorre no direito privado, que, em regra, tudo está permitido, 
desde que a lei não proíba. Tem uma conotação bem rígida. O administrador não pode ficar inovando de 
acordo com a sua vontade, porem isso não impede que a lei traga uma certa discricionalidade para que o 
legislador adéqüe ao caso concreto. 
É um principio útil. No âmbito do processo administrativo existe uma situação em que, temos que enxergá-
lo a sua devida relevância. O principio da legalidade é tão importante por que é através dele que há a 
concretização de um ato administrativo final. 
Ela serve como um norte para a atuação dos processos administrativos na sua tramitação, para a sua 
regularidade. 
No âmbito dos processos administrativos alguns autores mais modernos comentam sobre a evolução do 
principio da legalidade. Essa legalidade teria passado por algumas transformações e poderia ser enxergada 
hoje como uma forma mais dinâmica. Implicaria uma obediência no ordenamento sendo norteado com base 
nos princípios constitucionais. É a partir daí que alguns autores vêm dizendo que a legalidade deve ser 
chamada de principio da juridicidade. Isso significa considerar que a administração púbica na pratica dos 
seus atos deve levar em conta alem do texto da lei, mas também os diversos princípios constitucionais, como 
a boa fé objetiva, dignidade da pessoa humana, etc. Essa flexibilização deve ser considerada. 
Outra conseqüência importante dessa passagem para a juridicidade é uma conseqüente redução da 
discricionalidade. Maria Silva diz que é visível que essa evolução acaba por implicar numa redução proposital. 
Isso por que a atuação do administrador passa a ficar limitada por esses princípios, não podendo aplicar ao 
caso concreto uma decisão que ele atende como mais conveniente. Porem alguns autores consideram que 
a juridicidade poderia gerar uma ampliação da discricionalidade. Só temos que tomar cuidado para que essa 
ponderação atue não só para a administração pública, como para proteger aos cidadãos, para que esses atos 
não sejam abusivos. 
 
 Finalidade 
Alguns entendem que o principio da finalidade é uma conseqüência do principio da legalidade. Por 
que aplicar a lei é aplicar de acordo com a sua finalidade legal prevista pelo seu legislador a priori ou 
de acordo com aquilo que o aplicador da norma extrai do texto normativo para concretizar o ato 
administrativo em cada circunstancia concreta. É interpretar a norma de acordo com o contexto atual 
e de acordo com cada caso concreto. 
Serve, portanto para informar ao processo administrativo das circunstancias de adequação ao caso 
concreto. 
A regra geral é de que no mérito administrativo é algo que confere a administração. E sobre isso mão 
acabe a principio intervenção externa. Mas se percebe que há desvios de finalidade, vai acabar 
violando a legalidade e com isso é possível a intervenção do mérito administrativo nessas 
circunstancias, passando ao poder judiciário certa intervenção nesses casos. 
 
Exemplo de violação a finalidade: situação em que um agente fiscalizador do ente público tenha um 
problema pessoal com o cidadão de um mercado. Todo dia passa a criar empecilhos para o 
funcionamento do estabelecimento. Essa utilização da máquina publica visando finalidade diversa 
acaba por ferir também a legalidade. 
 
 Ampla defesa e contraditório 
A ampla defesa importa dizer que no âmbito do processo administrativo tem direito constitucional 
assegurado o interessado, seja por que requereu algo, seja por que esta sofrendo uma investigação, a 
produzir defesa na forma mais ampla e irrestrita possível dentro dos limites legais e constitucionais, 
uma vez que não se pode também abusar do direito de defesa. 
A noção mais básica para assegurar isso seria o prazo integral para adefesa. Diversas vezes em que se 
tem uma demanda administrativa para solucionar. 
Exemplo: casos em que a notificação visa um prazo de 48 hrs por exemplo. Podemos ter outra situação, 
onde o cidadão ao tentar entrar em contato com o processo administrativo não consegue, diminuindo 
cada vez mais esse prazo para produzir a defesa. Claramente está violado o direito a ampla defesa, o 
respeito ao prazo integral. 
Na prática podemos perceber que não é tão fácil fazer valer esse tipo de direito. E como resolve isso 
na prática? Ajuizar um mandato de segurança na maioria dos casos gera um custo elevado. Uma saída 
relevante seria utilizar o direito constitucional de petição. Fazer um requerimento informando sobre 
o ocorrido, o ideal é que se tenha uma certidão que comprove que não houve um acesso ao processo, 
para que, a autoridade administrativa avalie o caso e cumpra a ampla defesa nesses casos. Mas ainda 
o melhor caso é apresentar a defesa com os argumentos acolhidos até então. Por essa razão que é 
necessário respeitar a ampla defesa uma vez que ela poderá se voltar com muita facilidade contra a 
administração pública. 
Ainda na ampla defesa, temos a questão da instrução processual. Também faz parte o direito de uma 
ampla instrução processual. A instrução é o momento adequado no âmbito do processo administrativo 
para a produção das provas necessárias ao deslinde do feito administrativo. 
Tal como no processo jurisdicional, no processo administrativo também existe uma fase instrutória, 
que é uma fase adequada para a produção de novas provas. Uma vez que a juntada de documentos 
pode ocorrer a qualquer momento, diferente do que ocorre no processo jurisdicional. Os interessados 
no processo administrativo em proteção ao direito de ampla defesa invocam esse princípio para 
nortear seus direitos a uma ampla instrução, como uma oitiva de testemunhas por exemplo. Se por 
algum caso a administração publica quer restringir as testemunhas, é necessária uma motivação. 
Exemplo: caso em que uma empresa que esta sendo investigada por praticar uma suposta inflação a 
lei de licitação do estado da Bahia, que é de ter no seu quadro societário ter um servidor publico ( a 
lei proíbe). O advogado da empresa pediu para ouvir 3 testemunhas para comprovar de que não havia 
relação entre o servidor publico da empresa com o órgão da administração publica que entrou em 
contato com a empresa, sendo negado. Nesse caso, peticionou informando que violação da ampla 
defesa. 
 
O contraditório é uma especificação da ampla defesa. É um dos itens que compõe a ampla defesa, 
que, por ser tão importante, acaba por se tornar independente. É uma faceta da ampla defesa que 
assegura dos interessados do processo administrativo o direito de ter acesso a todos os atos praticados 
no processo administrativo, bem como a todos os documentos, provas, intervenções que ocorram 
durante a sua tramitação. Tem uma relação com o acesso as informações. É fazer o interessado 
conhecer sobre todo aquele processo. Viola o contraditório quando for produzidos uma prova e o 
interessado intimado para tomar conhecimento e se manifestar sobre a perícia. Se por um acaso ele 
ter acesso a esse documento mas não dão um prazo para se manifestar, nesse caso é uma violação a 
ampla defesa e não propriamente ao contraditório. O contraditório guarda relação com a 
acessibilidade, diferente da ampla defesa. 
 
 Princípio da motivação 
É um principio que guarda relação com o dever que a administração publica tem de motivar, de 
justificar a pratica dos seus atos no âmbito do processo administrativo. Não confundir motivação com 
o motivo do ato. Alguns doutrinadores ainda diferenciam motivação com fundamentação, que, para 
o professor não é essencial. 
O principio da motivação exigido diz que o ato deve ser justificado e deve existir contextualizando com 
os fatos ocorridos e com as razoes jurídicas de uma dada decisão. 
Motivação é explicitação dos motivos, motivos que são as razoes da pratica dos atos administrativos. 
Um ato pode ter motivo (um dos elementos do ato administrativo) e não ter motivação. Atender ao 
principio da motivação é quando o motivo está explicitado. 
Se a decisão vier sem o motivo explicitadoimplicará na nulidade do ato administrativo. 
 
 Razoabilidade e proporcionalidade 
No âmbito do processo administrativo seja na pratica de atos administrativos ou da decisão 
administrativa final, esses princípios devem nortear a conduta do agente publico principalmente na 
pós modernidade. 
O principio da razoabilidade implica no dever que a administração publica tem de obedecer a critérios 
aceitáveis do ponto de vista racional na prática dos atos administrativos. Alguns juristas chegam a 
mencionar na existência de um bom senso jurídico que muitas vezes pode funcionar, mas não é a 
forma mais apropriada de conceituá-lo. Essa atuação racional deve ser dentro do âmbito das praticas 
administrativas, não é simplesmente transpor ao senso comum. 
Exemplo de aplicação: ponderar em um ato de gestão da administração circunstancia que determina 
servidor tem verba disponível para a criação de uma escola. Ele resolve construir em um bairro de 
classe alto que já tem outras escolas. Esta dentro da discricionalidade de escolher em um bairro ou 
outro? Sim, mas, deve verificar dentro da finalidade, da razoabilidade tomar uma decisão mais 
racional. Logo, situações como essas, violam o principio da razoabilidade. 
Já o principio da proporcionalidade a maioria dos administrativos tratam como uma decorrência do 
principio da razoabilidade, seria como uma espécie de violação do razoável. É um principio que veda 
a desproporção dos meios utilizados e os meus atingidos. Na prática jurídica não é muito comum 
separar esses dois princípios. 
Exemplo de proporcionalidade: aplicar uma pena de demissão a um servidor que faltou um dia de 
trabalho. O meio utilizado extrapola o limite, violando a proporcionalidade. 
 
Direitos do administrado: 
 
São rol de direitos que estão presentes na lei 9784, no artigo 3. 
A lei estabelece alguns direitos para todos aqueles que vão participar do processo administrativo. 
O direito que o administrado tem de tratar com respeito, devendo as autoridades facilitar o exercício 
das suas funções. É salutar que haja disposição legal para que possamos cada vez mais evoluir nessas 
circunstancias. Quando temos regras positivas nesse sentido, trazemos um marco, um ponto de 
incentivo como também dar margens para que a adm pública normatize estruturas para abalizar os 
servidores. São disposições como essas que dão ao cidadão para quem fez seja punido. 
Ter ciência da tramitação dos processos administrativos, no inciso 2. Isso implica em ter vista os autos 
(é ter acesso ao processo em si), ter copia dos documentos e nele contidos e conhecer sobre as 
decisões proferidas. 
No inciso 3 fala em formular alegações e apresentar documentos antes da decisão as quais serão 
objetos de consideração para a decisão. Isso por que a administração publica pode modificar atos 
mediante a autotutela. 
No inciso 4 diz que é direito do cidadão ser facultativamente assistido por um advogado. 
 
Deveres do administrado: 
Expor os fatos conforme a verdade, lealdade e boa fé. É obrigação que não acarreta em uma sanção 
específica. A conseqüência é o deferimento. Não há como no processo jurisdicional uma condenação 
especifica por litigância de má fé. 
Outro dever previsto seria o de não agir de modo temerário. Agir de modo temerário é agir de forma 
tal qual prejudique o andamento do processo, seja por requerer diligencias protelatórias, com a 
intenção de retardar o processo. 
E por fim é dever do administrado prestar informações a autoridade competente no âmbito do 
processo administrativo quando solicitado. 
 
Legitimados a ingressar no processo administrativo: 
 Artigo 5 ou 6. 
Inciso 1 fala sobre as pessoas físicas oujurídicas que sejam titulares de direitos ou interesses a 
reclamar em face da administração pública, podendo requerer a abertura do processo administrativo 
para concretizá-los. Permite a representação nesses casos. 
Serão intimados aqueles que, mesmo sem ter iniciado o processo, tenham direitos ou interesses que 
possam ser afetados pela decisão que venha a ser proferida pela administração pública. Exemplo: 
processos de licitação e de concurso público. 
As organizações e associações representativas de interesses coletivos de determinadas classes podem 
intervir nos processos administrativos, para resguardar interesses coletivos. Que, mesmo que plurais, 
são identificáveis a uma classe específica. 
Podem ingressar também as pessoas ou associações representativas legalmente constituídas na 
proteção de interesses difusos. Exemplo: meio ambiente, patrimônio público, etc. 
Processo administrativo: 
- processo administrativo disciplinar 
 Conceito 
 Artigo 41, §1, I e II 
 
PEGAR NO CELULAR ESSA PARTE 
 
Em termos da base legal para o processo administrativo disciplinar a doutrina estabelece que a legislação 
infraconstitucional segue a disciplina reguladora difusa. Essa disciplina significa que o artigo 24 inciso 11 da 
CF estabeleceu que embora as normas gerais de processo adm sejam estimuladas pela união, as normas 
especificas devem ser elaboradas pelos entes específicos que irão regular a sua administração. Exemplo: 
cada estado, município terão suas próprias normas especificas. Isso não quer dizer que exista uma lei 
especifica só tratando do processo administrativo disciplinar. Normalmente existe uma lei geral, e no 
estatuto do servidor publico federal (lei 8112/90) que é da união, o estatuto da Bahia ( lei 6677/94) e dos 
municípios ( LC/ 01/91). 
O processo é sempre um conjunto de atos. Se for um ato de abertura, de instauração, é vinculado, porém 
quanto ao resultado, a eventual aplicação de penalidade, é um ato discricionário, salvo na hipótese em que 
a lei expressamente estabelece uma punição especifica sem margem para a escolha na aplicação. 
 
 Procedimento do processo 
 Procedimento prévio do processo administrativo disciplinar: sindicância. A sindicância é um 
meio sumário do qual se utiliza do estado para que de forma sigilosa ou publicamente proceder 
a apuração de ocorrências anormais no serviço público. Se confirmar a ocorrência de anomalias 
servirá a sindicância de instrumento para instauração do processo administrativo disciplinar. É, 
portanto um procedimento prévio ao processo administrativo disciplinar. É obrigatória a sua 
instauração de forma previa? Se no processo já houver provas suficientes para a instauração 
do processo não necessitará desse procedimento previa, uma vez que se trata de um processo 
informal para subsidiar a instauração do processo, como ouvir testemunhas, etc. 
Características: 
- é considerada como um procedimento preparatório, por que visa subsidiar a instauração de 
um eventual processo disciplinar. 
- Sua natureza jurídica é de caráter inquisitório. Por quê? Nesse momento a intenção não é 
provar culpa do suspeito e sim coletar elementos mínimos para a formulação de uma possível 
instauração do processo. Significa que o procedimento da sindicância prescinde (não necessita) 
de ampla defesa e o contraditório, não é um direito que é conferido ao acusado. Alguns 
doutrinadores criticam isso, por considerar que esse momento já esta se formando o principio 
da prova. 
- Não se propõe punição, apenas reúne as provas para abrir ou não o processo administrativo 
disciplinar. 
 
 O processo administrativo disciplinar é composto de algumas fases: 
 
1. Introdutória (instauração, defesa prévia) 
A fase introdutória tem como ato inicial a instauração, que é o ato que gera a abertura do processo 
administrativo disciplinar. Pode ser de oficio, pela administração, ou provocada, por um terceiro. A 
disposição na lei federal diz que é vedado o anonimato para essa instauração. E se chegar uma denuncia 
anônima? Se forem contundes as provas geradas instaura-se, mas de oficio. 
Essa instauração se dá através de um ato especifico que é chamado de portaria de instauração, é uma 
espécie de ato que é capaz de gerar a instauração do processo. Essa portaria normalmente traz algumas 
necessidades. Pode ser uma portaria sucinta ao ponto de indicar apenas os dispositivos que estão sendo 
violados. E o STF tem decidido nessa linha de que a portaria de instauração deve ser de fato 
razoavelmente instruída, á fim de não violar a ampla defesa e o contraditório. 
Existe uma polemica entre a interdependência da instancias, administrativo e penal. 
No ato de instauração a autoridade competente é aquela estabelecida pela lei. Nesse ato de instauração 
designa a comissão, que tende a ser aquela que gerou a sindicância. Muitas vezes a comissão é 
permanente, que vai cuidar da tramitação do processo. Mas pode ser também temporária. Podendo ter 
1 servidor estável , e dois não estáveis por exemplo. 
- citação e defesa 
A citação no processo administrativo disciplina tal como no processo civil, penal, serve como um ato de 
comunicação ao investigado acerca da instauração do processo disciplinar. A citação tem que ser pessoal, 
ou seja, a princípio deve ser entregue ou pelo correio, ou entregue fisicamente pelo servidor. No caso do 
investigado não ser encontrado temos a citação ficta, que é a citação por edital, que produz os mesmos 
efeitos da citação real. Normalmente o individuo é facilmente identificado, por ser no próprio âmbito do 
trabalho. A citação além de dar conhecimento a cerca existência, também induz a chamada defesa previa 
ao investigado nesse momento inicial, abrindo o prazo para a promoção da defesa, que pode variar de 
acordo com estatuto, que, normalmente, dura 10 dias. Nesse momento a defesa previa perceba queo 
que se tem nos laudos é o material da sindicância ou as provas que darão inicio ao processo. Acontece 
que, depois desse momento, as testemunhas vão ser ouvidas, pode ser que haja pericia, onde provas 
relevantes vão ser produzidas, provando a prova ou culpa do acusado. No momento posterior, após a 
fase instrutória, haverá outra oportunidade para a manifestação, e, alguns estatutos, chamam de defesas 
finais. Na defesa previa só traz a negativa básica. Tende a ser superficial, a não ser que haja, na carta da 
manga do acusado, que traga provas contundentes, já podendo ser trazidas nessa etapa inicial. 
2. Instrutória 
Após a citação e a defesa, passamos a fase instrutória. É o momento em que todas as provas serão produzidas ou 
realizadas. As provas documentais possam ser que sejam apresentadas na defesa prévia, mas, nada impede que, a 
qualquer tempo, provas documentais sejam apresentadas. 
A intenção dessa fase é a produção de provas das mais diversas desde que sejam necessárias. Exemplo: oitivas de 
testemunhas pela comissão processante. Além das testemunhas uma prova muito comum é o depoimento pessoal 
do investigado, onde, ao final, ele estará livre para alucinar, depois das perguntas, do que ele considera relevante 
para o caso. Além disso, é possível que, nessa fase, a prova pericial quando se faz necessário, quando uma das 
partes requererem ou a própria comissão em alguns casos. A prova emprestada cabe nesses casos? Depende. O 
que é prova emprestada? É todo material probatório que é acolhido de outro processo trazendo para o processo 
administrativo disciplinar. Por que a prova pode sofrer algum tipo de invalidação, sendo necessário verificar lá na 
origem para averiguar. 
Pode a prova emprestada ser aproveitada antes da sentença ou só depois da sentença criminal? Depende da ampla 
defesa e contraditório. 
Sobre a defesa, temos a questão da obrigatoriedade ou não da defesa técnica feita por um advogado como 
acontece nos processos judiciais. No processo administrativo disciplinardiz ser facultativa, mas existe umapolêmica 
do STJ e STF sobre esse assunto. Existem duas sumulas a esse respeito. Primeiro veio uma sumula do STJ numero 
343 que dizia que era uma interpretação sistemática que entendeu que era inconstitucional essa facultatividade 
uma vez que a lei traz de forma expressa que é necessária a presença. Por ser processo muito simular ao processo 
penal deveria ter a presença do advogado. Mas o STF editou uma sumula vinculante sobre a matéria, numero 5 
dizendo que é facultativa sim. A intenção foi declarar a constitucionalidade da norma e tentar acabar com a leva 
dos processos que queriam anular por não ter a presença de advogado. 
 
3. Produção de relatório 
Tem por finalidade uma dupla finalidade. A primeira finalidade é de apenas resumir e relatar sobre o que 
aconteceu no processo administrativo até aquele momento, pela comissão, a fim de facilitar a autoridade 
superior para proferir a decisão final. A segunda é a função opinativa. A comissão ao final vai dar a sua 
opinião, que não é vinculante, de qual seria para eles o desfecho desse processo. 
4. Decisória 
Não mais a comissão processante, mas a autoridade superior competente na forma de lei que vai proferir a decisão final, 
acolhendo a decisão do relatório. A primeira característica é que a decisão deve ser proferida por uma autoridade 
competente. Essa decisão deve ser fundamentada. É possível que essa fundamentação seja o relatório? Se for trazer uma 
decisão diferente seria exigível toda uma nova fundamentação. Mas a doutrina majoritária entende nesses casos que se 
a decisão for para confirmar o que está posto no relatório é possível que haja o aproveitamento desde que contenha 
menção expressa que o relatório deve ser reaproveitado, fazendo parte integrante da decisão. Outra característica é a 
questão da não vinculação ao relatório, naturalmente que a autoridade superior não esta vinculada ao que foi posto no 
relatório, por mais preciso que ele seja, podendo assim proferir uma decisão diferente desde que seja fundamentada. 
Uma vez que, se não for consistente, pode ser anulada em outra circunstancia ou ate pelo poder judiciário. No que diz 
respeito ao mérito de decisão, esse ato administrativo em regra não passa pelo contorno do poder judiciário. Exemplo: 
se a autoridade entende pela demissão, não pode o servidor ajuizar essa ação, uma vez que não cabe ao judiciário revisar 
decisões administrativas. É possível levar em algumas situações se houver flagrante ilegalidade de alguns dos elementos 
dos atos decisões, como competência, por exemplo, desvio de finalidade, etc. Se o ato decisório for um elemento do 
mérito (do motivo ou objeto) que cabe a administração publica, onde a lei dar certa margem (atos discricionários), não 
vai poder o juiz revisar esse mérito do ato administrativo, salvo se houver alguma violação grave a razoabilidade e a 
proporcionalidade. 
OBS: No que diz respeito ao processo administrativo disciplinar, será que seria possível aplicar o principio da 
insignificância no ato decisório? Exemplo: furto de um grampeador. A doutrina majoritária entende que não importa o 
valor, que, por se tratar do bem publico, é um principio intransponível na administração publica, levando em consideração 
do principio da indisponibilidade dos bens públicos. 
Será que realmente todo e qualquer caso deve perpassar sem considerar o principio da insignificância? É difícil na pratica 
você ponderar certas situações. Para o professor não há essa desconsideração absoluta, uma vez que não chega à 
apuração uma série de situações. Para o professor, casos devem ser ponderados no caso concreto. Se for para apuração 
deve ser apurado, mas, é preciso observar e avaliar o que deve ou não ser levado a juízo. 
 Verdade sabida –é um instituto que era comum antes da constituição de 88, na época da 
ditadura militar, que hoje é nitidamente rejeitado. Seria a aplicação da decisão punitiva ao 
servidor investigado de maneira sumaria quando o ato praticado for presenciado pela 
autoridade superior ou quando o alvo desse ato infracional é a própria autoridade superior 
responsável pela punição do ato punitivo. Pra que testemunhas, pra que processo 
administrativo nesses casos? E por que ele é refutado? Além da questão formal do texto da 
nossa constituição que exige a ampla defesa e contraditório, se tem a ideia de que a autoridade 
pode estar agindo com desvio de finalidade, etc, mas deve ter o processo disciplinar. No nosso 
regime democrático é amplamente insustentável. 
 Prescrição no processo administrativo- Vamos tratar da prescrição presente na lei 8.112 do 
estatuto. Através de uma interpretação sistemática dessa lei, a doutrina chegou a um 
entendimento de que o prazo para conclusão do processo disciplinar seria de 140 dias. E como 
se dá a contagem desses 140 dias? A partir do ato infracional, ou seja, a lei fala na verdade da 
ciência da administração publica a cerca da ocorrência do ato infracional, podendo ser 
demonstrada de diversas maneiras a depender do ato praticado. Exemplo: digamos que seja um 
abandono de cargo, se configurando a partir de 30 dias de ausência. Passados os 30 dias, 
automaticamente no 31 configura-se o abandono de cargo, tendo ciência a administração. Há 
uma interrupção do prazo prescricional que seria quando a sindicância instaurada quando o 
processo administrativo é iniciado. Iniciado o processo administrativo disciplinar, passados 140 
dias, o prazo prescricional para uma eventual ação judicial passa a contar após desse período, 
sendo suspenso nesse período, voltando a contar no âmbito das relações judiciais após esse 
tempo. Artigos 152 e 169. 
Logo a prescrição sofre uma suspensão de 140 dias, voltando a correr logo após esse período. 
 
RELEMBRANDO: Elementos dos atos administrativos: competência, objeto, motivo, finalidade, etc. 
5. Recursal 
Dá-se após a fase decisória se houver alguma insatisfação do acusado dentro do processo. Na fase recursal 
do âmbito administrativo dois efeitos são considerados. Um efeito que é de regra devolutivo, sendo um 
efeito geral para todo e qualquer tipo de recurso administrativo, onde todos os elementos da decisão vão 
ser levados em consideração para a instância superior, sejam elementos de fatos ou jurídicos, envolvendo 
legalidade ou mérito. Na maioria absoluta você tem uma dupla instancia ou ate mesmo tripla. Outro 
efeito é o efeito suspensivo. Também é feito aos processos administrativos, mas é excepcional, não sendo 
regra, como é o caso dos processos judiciais. Esse efeito ocorre em algumas circunstancias especificas. 
Quais são elas? A mais evidente é quando há um justo receio de prejuízo ou incerta reparação em 
decorrência da decisão administrativa, pode a autoridade que proferiu a decisão e que recebeu o recurso, 
pode atribuir o efeito suspensivo a esse recurso, sendo um ato discricionário a autoridade de atribuir esse 
efeito suspensivo, não sendo automático nessas hipóteses. Outra situação será na hipótese de expressa 
previsão legal. Nesses casos não há discricionariedade. Exemplo de decorrência em lei: inabilitação. 
Quando um concorrente em uma licitação é inabilitado (falta algum documento não atendendo a algum 
requisito), inabilitando diante disso, sendo afastado da limitação. 
O recurso interposto desse ato de inabilitação suspende o ato de recurso. 
Requisitos de admissibilidade dos recursos administrativos: 
 Não será admitido se for interposto fora do prazo. E o prazo depende de cada tipo de recurso, de 
procedimento, etc. É o requisito da tempestividade. 
 A legitimação, tendo que ser a parte legitima para recorrer. 
 Proibição na lei 8794 de 89 que é o respeito às instancias. Há uma proibição de interposição de 
recurso depois de exaurida as instâncias. A legislação assegura até 3 instâncias para a tramitação 
do recurso administrativo. 
 
Situação: Um recurso é interposto fora do prazo, porém a parte interessada junta elementosde 
prova que seriam suficientes para a revisão do seu pleito, como a ilegalidade praticada. A 
autoridade superior que recebeu esse recurso poderia de alguma maneira apreciar essa ilegalidade 
e reverter a situação a favor do interessado? 
RESPOSTA: em razão da prerrogativa da autotutela da administração publica que pode rever a 
qualquer momento os seus atos quando ilegais ou quando inconvenientes ou inoportunos. Nesse 
caso ele não admite o recurso, mas, após a avaliação das provas, fará pela prerrogativa da 
autotutela, podendo proceder com a revisão da decisão do ato. 
 
A forma de recuso mais utilizada é o hierárquico que tem como finalidade a revisão do ato 
administrativo pela autoridade superior. Na lei 9784 de 99 o recurso hierárquico é primeiro 
direcionado para a autoridade que proferiu a decisão, se não, é levado após a autoridade superior. 
O recurso hierárquico tem duas modalidades previstas na doutrina. O primeiro é próprio e o 
segundo é o impróprio. O próprio é justamente aquele que é interposto perante a autoridade que 
proferiu a decisão e caso a decisão seja mantida é encaminhado para a análise da autoridade 
superior, tudo isso acontecendo no âmbito do mesmo órgão ou ente público, não pode sair da 
esfera do ente. (exemplo: se for à UFBA, só pode ser no ente autárquico UFBA). O impróprio é 
quando o recurso é interposto perante uma autoridade superior a outro ente. Ele é acolhido no 
âmbito de outro ente apenas em situações em que haja uma situação de violação as atividades 
precípuas do órgão. São situações em que há desvio de finalidade do órgão. 
RELEMBRANDO: 
Ente- personalidade jurídica própria. 
Órgão- estruturas de um mesmo ente. 
 
Licitações públicas: 
No âmbito privado se uma empresa privada pretende contratar um serviço de outra empresa 
privada simplesmente deve obedecer aos ditames impostos pelo código civil nessa contratação. 
Porem, no âmbito da administração público, em decorrência da indisponibilidade dos bens públicos 
e da prevalência do interesse público não tem essa mesma facilidade. É necessário por sua vez um 
processo que é denominada como licitação, que tem uma finalidade dupla constatada pela 
doutrina. A primeira é a de permitir que a administração contrate de forma mais vantajosa ao 
interesse publico. O que seria uma contratação mais vantajosa? Aquela de melhor custo benefício. 
Muitas vezes coincide com o preço mais barato, mas a questão do custo beneficio deve ser 
analisada e é levada em conta para muitos como principal. Mas, muitas vezes, há situações em que 
a qualidade da empresa seja levada em conta na hora da decisão final. M O segundo objetivo da 
licitação seria assegurar aos interessados uma participação isonômica para contratar determinado 
serviço, abrindo a concorrência em situações iguais, onde, todos aqueles que atenderem ao 
objetivo principal do edital, devem ser levados em conta e analisados. 
Diante de algumas legislações mais recentes, surge na doutrina mais moderna, uma terceira 
possível finalidade da licitação, que é a contratação sustentável, focando em uma contratação 
sustentável, com base na legislação permissiva. O primeiro aspecto da sustentabilidade que se 
fomenta é aquela não em termo de ambientalismo, embora que seja possível que a lei traga, mas 
traz à questão a sustentabilidade (no sentido de continuidade das empresas nacionais, de 
manterem empregos, por exemplo) no que diz respeito ao proprietário nacional. 
Licitação- procedimento administrativo destinado a escolha da proposta mais vantajosa para a 
administração pública no que diz respeito à contratação de um serviço, compra ou alienação de 
bens, oportunizando aos interessados uma participação isonômica na competição. 
Quando se fala em alienação de bens, é por que muitas vezes a administração pública pode vender, 
alienar, dispor de bens, seja no âmbito publico ou privado. É possível que ela venda um bem seu? 
Sim, que, se for imóvel, é necessário uma autorização legislativa para que essa venda seja 
permitida. Essa venda se dá mediante a licitação, onde se deve observar a compra mais vantajosa, 
como uma espécie de leilão. 
Em termos de fundamentação constitucional nós temos na constituição federal no artigo 3, inciso 
21, menção ao procedimento licenciatório. Ressalvados os casos específicos na legislação, serão as 
obras, serviços, compras, contratados mediante processo de licitação pública. A constituição de 
forma implícita autoriza a contratação de forma direta sem licitação em alguns casos em que a lei 
autoriza, situações essas de exceção. 
Ainda em termos de fundamentação, no âmbito da legislação federal, temos a lei 8666 de 93 que 
é a lei aplicada no âmbito da administração publica federal. Os estados e municípios podem ter sua 
própria legislação desde que sigam as normas gerais dessa lei 8666, ficando a cargo dessa lei 
federal. 
No estado da Bahia temos a lei estadual que é 9433 de 2005, possuindo as normas gerais e as 
normas especiais, que são adaptadas aos casos específicos do estado. 
Temos também a lei 8987 de 95 que é a lei de concessão dos serviços públicos, nessa lei há 
disposições expressa de licitações. 
Temos também a lei do pregão 10.520 de 2002. Sendo pregão uma modalidade especifica de 
licitação. O pregão hoje é considerado mais como outra espécie, sendo considerada como a mais 
dinâmica. 
Há também uma lei completar 123 de 2006 que traz algumas disposições a respeito das licitações, 
trazendo de forma mais visível algumas aparentes quebras de isonomias, mas que serve para 
assegura-la. 
 
Temos também a lei 12.462 de 2011 (RDC). É uma legislação que tentou dinamizar a contratação 
de obras grandiosas. 
Nós vamos ter como base nos nossos estudos, sobretudo a lei 8666 de 93. 
Obras de referencia: livro de comentário à lei de licitações em contratos administrativos do 
professor Marçal e o livro de comentários à lei de licitações de Jessé Torres. 
 Quem tem legitimação para licitar? 
- As pessoas jurídicas de direito publico de capacidade politica. Entes da administração direta. 
- Entes da administração indireta (autarquias, fundações, sociedade de economia mista, empresas 
publicas). 
- As demais entidade de forma direta ou indireta controladas por entes da administração pública. 
- Entidades por terceiro setor, sistemas as. As para estatais. É um sistema de licitação diferenciado, 
mas também tem o dever de licitar. 
 
Princípios das licitações: 
 
1. Legalidade/ vinculação ao edital 
Segundo o princípio da legalidade a administração deve seguir de acordo com a lei, nos limites imposto 
por ela, diferente do que ocorre no direito privado (tudo aquilo que não está proibido esta juridicamente 
permitido), tudo isso no liame do regime democrático. 
 O que se faz em termo de procedimento licitatório está previsto em lei. A legislação principal que se segue 
é a lei 8666 de 93, traz as normas gerais para todos os entes federados e também as normas especiais para os diversos 
entes. 
A licitação é considerada um ato vinculado em regra, mas alguns doutrinadores falam da discricionalidade da licitação 
quando se trata de hipóteses de dispensa de licitações. 
Ao lado da legalidade, temos o principio da vinculação ao edital. Este princípio significa que a administração publica e 
também o licitante, ambos estão no curso do procedimento vinculado as regras do ato convocatório, que se torna “a lei 
do certame”. Quando se fala em vinculação do edital estamos falando que a administração pública ao estipular as regras, 
serão validas durante a disputa licitatória, ou seja, na contratação essas regras são vinculadas pelos contratantes. 
Exemplo: a questão de possibilidade ou não de subcontratação no curso do contrato. Uma empresa de engenharia ganha 
a licitação para a construção de uma obra e no meio do contrato ela decide subcontratar outra empresa para terminar a 
prova. É necessárioque o edital trate do assunto para a possível permissão. Se o edital é omisso, em doutrina prevalece 
em regra que a subcontratação não é permitida, salvo se for para uma parcela da obra que só poucas empresas porem 
efetuar a obra, por uma decisão do tribunal de conta, etc. Já que existe o principio da vinculação ao edital, será que seria 
possível alterar o edital durante o curso da licitação? Se for antes de publicado, sim. E após a sua publicação? Uma das 
hipóteses que a doutrina traz é que se vier uma lei posterior que traga uma alteração que implique uma modificação no 
certame, por interesse publico ou para corrigir algum vicio de legalidade. Mas, ocorrendo à alteração em qualquer um 
desses casos, se deve republicar o edital, alterando os prazos que estão em abertos. Quando alteramos o edital, ele é 
realinhado e republicado, permanecendo junto com ele todas as suas características originárias. Deve-se republicar em 
razão do principio da isonomia, da igualdade entre os licitantes. 
É possível que haja impugnação do edital tanto pelos licitantes tanto pelo cidadão, se entender que há alguma ilegalidade 
nos elementos previstos, ou se entenderem alguma pertinência quanto à razoabilidade e proporcionalidade. O prazo 
previsto na lei 8666 de 93, artigo 41, no § 1 temos o prazo para o cidadão de 5 dias úteis, e no § 2, para os licitantes é de 
2 dias úteis. Esse prazo é contado ao contrario. Por que os cidadãos têm prazos maiores? O que acontece é que essa 
contagem se dá as avessas. É um prazo de ate 5 dias úteis antes do acontecimento da licitação. Se ele foi publicado dia 
1, e a licitação para o dia 30, o cidadão teria até o dia 25 do mês para impugnar o edital. Já o licitante, teria o prazo de 
até 28 do mesmo mês. 
2. Principio da isonomia 
Prevê que os licitantes devem ter tratamento igualitário do bojo do certame licitatório. Republicar o edital 
garante essa isonomia uma vez que, quando se altera as regras, possa ser que as novas regras impostas 
interessem certo numero de pessoas. 
Quando a doutrina fala do principio da isonomia fala-se de dois tipos: na lei e perante a lei. 
 Na lei- Significa que quando o legislador vai criar leis sobre licitações, nas suas disposições deve 
ficar sempre atento, observando sempre o principio da isonomia, não trazendo benefícios para uns 
em detrimentos de outros, não podendo criar normas discriminatórias para um segmento de 
licitantes, sem que haja uma justificativa plausível, dentro da razoabilidade. Uma vez que, temos 
que ter a consciência, que na nossa constituição, temos normas que acabam atingindo uma parcela, 
mas sempre de forma fundamentada. Exemplo: foro privilegiado para menor. É um principio que é 
inserido na própria elaboração da lei de licitações pelo legislador. Exemplo: um estado incorporou 
no seu projeto de licitação uma regra que, para licitações cujo objeto seja a aquisição de veículos 
oficiais para o estado, só podem participar empresas que sejam sediadas no estado. Entendeu o 
STF como discriminatória, anulando a licitação e declarando a inconstitucionalidade da lei no caso 
concreto. 
 Perante a lei- A lei ao trazer critérios, é isonômica, mas, na sua aplicação, há uma quebra na 
isonomia. Exemplo: com a velocidade que as licitações acontecem é difícil as empresas obterem 
todos os documentos necessários, apenas para aquelas que tiveram uma informação privilegiada. 
Outro exemplo: uma empresa ia participar de uma licitação em outro estado. Na licitação exigiu 
das empresas um prazo curto para que visitasse e emitisse um atestado de visita de cada uma das 
agencias de banco do estado. Para uma empresa do próprio estado seria muito mais fácil do que 
para uma de fora. Foi considerada como uma quebra da isonomia perante a lei para diversos 
tribunais que analisaram o caso. 
 
3. Principio do julgamento objetivo das propostas 
 
Segundo esse princípio o julgamento objetivo, fatores seletivos postos no edital devem ser adotados 
segundo critérios objetivos, que favoreçam um julgamento objetivo das propostas apresentados. Não 
podem ser critérios que dêem margem a certa subjetividade, para que uma possível decisão venha 
favorecer uma ou outra empresa. 
Propostas- preços fornecidos para cada um dos participantes da licitação. 
Exemplo: se querem contratar uma empresa vinculada a aquisição de veículos, é necessário que 
especifique que tipo de veículos desejados, condizente com aqueles objetos. Outra situação são critérios 
objetivos que não dêem margens para o direcionamento das licitações. 
 
4. Principio da adjudicação compulsória 
De acordo com esse princípio, a administração publica após finalizar (homologar) uma licitação, 
verificando se há ou não o interesse público envolvido, quais são os direitos dos licitantes e deveres da 
administração? 
O que a doutrina sedimenta é que a obrigação da administração publica ao terminar uma licitação é 
adjudicar (prometer que vai contratar, não o ignorando) o objeto do certame ao vencedor. É obrigada a 
contratar o vencedor, mesmo que não seja de forma imediata. 
No artigo 64 § 3 diz que a administração publica deve contratar no prazo de até 60 dias para que o 
particular fique obrigado àquela proposta e a aqueles termos. Passado esse prazo, a administração ainda 
querendo contratar, notificando para assinar o contrato, o particular tem o direito de reajustar a 
proposta, não estando mais vinculado. Alguns entendem que ele pode até desistir do certame. Mas se 
desistir antes se pode aplicar uma penalidade a ele, convocando o segundo colocado na disputa 
licenciatória. As punições previstas são desde a advertência, até a suspensão do direito de licitar. 
Essa penalidade para a lei é vinculante. 
O que diz respeite a essa questão, existem algumas posições doutrinárias. 
 
CONTRATAÇÃO DIRETA EM LICITAÇÕES: 
 
Em regra a licitação tem de ocorrer para a escolha da proposta mais vantajosa e para oportunizar a 
disputa dos interessados na licitação. Só que às vezes é possível que haja exceção de contratação direta 
prevista em lei. 
No artigo 24 da lei 8666/93 que trata da chamada dispensa de licitação. 
Esse instituto da dispensa é diferente do instituto da inexigibilidade da dispensa, prevista no artigo 25 da 
mesma lei. 
Essa contratação direta pode ocorrer mediante essas duas formas básicas. 
A contratação direta por dispensa ocorre quando mesmo sendo possível a disputa entre participantes a 
lei resolve por exceção excepcionar a administração à possibilidade de contratação direta. Exemplo: em 
razão do pequeno valor. Existem certos limites de valores considerados pela legislação como não muito 
alta, é facultada a dispensa em licitação em contratar. É a discricionalidade e a ponderação de interesses, 
levando em conta o interesse público, se é melhor ou não para a administração licitar naquelas situações. 
Já a inexigibilidade é a hipótese de contratação direta em que a disputa não se faz possível. A disputa é 
inviável, seja com razões objetivas, seja com razões subjetivas. Por mais que a administração queira fazer 
a licitação, não é possível. Razões objetivas são impossibilidades materiais ou materialmente impossível 
(exemplo: apenas um fornecedor que oferece um dado material). Um exemplo de inexigibilidade 
subjetiva é a contratação de profissionais da área jurídica para a atuação perante a administração publica 
em casos excepcionais. Objetivamente até há uma possibilidade, mas de forma subjetiva não. Exemplo: 
dois grandes estudiosos do direito para trabalhar no estado. Outro exemplo são artistas consagrados pelo 
grande público, Ivete ou Claudia Leitte? Subjetivamente isso não funciona bem, não admitindo nesses 
casos competições. 
 
Dispensa: 
 
Em termos característicos a dispensa seria um ato revestido de discricionário. Não é por que a lei prevê a 
dispensa que a administração publica vai dispensar, uma vez que no caso concreto há uma ponderaçãode interesses para sua utilização ou não. Possui um elenco taxativo de hipóteses, não permitindo 
ampliação interpretativa. Nas situações de contratação direta a doutrina e a jurisprudência do tribunal 
de contas recomendam que o fato da administração pública optar por uma dispensa, não quer dizer que 
a administração tem carta branca para contratar em qualquer circunstancia e qualquer valor. Mesmo 
quando há uma contratação direta, existe uma abertura de um processo administrativa para avaliar sobre 
a possibilidade dessa contratação direta. Havendo uma confirmação sacramentada pelo interesse 
jurídico, de que realmente se trata de uma hipótese de dispensa, o administrador deve tomar todo o 
cuidado necessário para realizar uma contração idônea, condizente com os interesses públicos, assim 
como os princípios da razoabilidade, proporcionalidade, economicidade, etc. Se deve verificar se o preço 
está viável, e que se for mais cara, tem que existir uma justificativa plausível para tal escolha. Não abrem 
para qualquer tipo de contratação uma vez que princípios devem ser respeitados. 
 
Hipóteses: 
 
Art. 24. É dispensável a licitação: 
 
 Pequeno valor 
 
I - para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do 
inciso I do artigo anterior, desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou ainda 
para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que possam ser realizadas conjunta e 
concomitantemente; ( limite de até 15.000 reais). 
II - para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento) do limite previsto na alínea "a", do 
inciso II do artigo anterior e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a 
parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que possa ser realizada de uma só 
vez; (limite de até 8.000 reais) 
 
PERGUNTA 1: UMA EMPRESA COSTUMA COBRAR SERVIÇOS NO VALOR DE MAIS DE 8 MIL REAIS E ABAIXA O 
PRECO PARA 8 MIL PARA GANHAR A DISPUTA DA LICITAÇÃO. ISSO É POSSIVEL? SIM, POIS ESTÁ NA AUTONOMIA 
PRIVADA. O QUE NÃO PODE OCORRER É ABAIXAR AO PONTO DE NÃO CONSEGUIR REALIZAR O SERVIÇO. 
 
 Situações excepcionais 
 
III - nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem; 
PERGUNTA 1: CAIU UMA BOMBA NA CIDADE. JÁ PODE FAZER DISPENSA NO OUTRO DIA? TEM QUE HAVER UMA 
DECRETAÇÃO OFICIAL DO ESTADO DE GUERRA PARA OCORRER A DISPENSA. 
PERGUNTA 2: TEM UM DECRETO, PODE TER DISPENSA PARA TODO E QUALQUER TIPO DE LICITAÇAO? A 
DOUTRINA E JURISPRUDENCIA ENTENDEM QUE A DISPENSA EM SITUAÇÕES DE GUERRA ESTÁ LIMITADAS AS 
SITUAÇÕES INERENTES A ESSES TIPOS DE SITUAÇÕES, LOGO TEM QUE TER PERTINENCIA A ESSES TIPOS DE 
ACONTECIMENTOS. UM EXEMPLO PERTINENTE SERIA EM UMA SITUAÇAO DE RISCO PARA VARIOS PREDIOS 
DECORRENTES DA CHUVA A LICITAÇÃO PARA OBRAS EMERGENCIAS NESSAS AREAS ESPECÍFICAS. 
IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando caracterizada urgência de atendimento de 
situação que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, 
equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e somente para os bens necessários ao atendimento 
da situação emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços que possam ser concluídas 
no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da 
emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos respectivos contratos; 
V - quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justificadamente, não puder ser repetida 
sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste caso, todas as condições preestabelecidas na licitação 
devem ser mantidas. (se não há uma quebra da isonomia). 
A doutrina denomina esse tipo de licitação como deserta. A preferência seria repetir essa licitação, mas, se 
justificada pelo legislador, poderá ser um caso dispensável de licitação. 
VII - quando as propostas apresentadas consignarem preços manifestamente superiores aos praticados no 
mercado nacional, ou forem incompatíveis com os fixados pelos órgãos oficiais competentes, casos em 
que, observado o parágrafo único do art. 48 desta Lei e, persistindo a situação, será admitida a adjudicação 
direta dos bens ou serviços, por valor não superior ao constante do registro de preços, ou dos serviços. 
Nesses casos revogaria a licitação pública e o meio utilizado seria o mecanismo da contratação direta, desde que os 
preços sejam coerentes. É possível dispensa de licitação quando os preços estão exorbitantes, obrigando a 
administração contratar. 
 
 Em razão do objeto 
 
 X - para a compra ou locação de imóvel destinado ao atendimento das finalidades precípuas da 
administração, cujas necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, desde que o 
preço seja compatível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia; 
É sempre facultada a realização de dispensa. É sempre uma questão de discricionalidade. 
PERGUNTA: FINALIDADE DE DEPÓSITO NÃO SERIA, UMA VEZ QUE A LEGISLAÇÃO TRAZ A IDEIA DE FINALIDADES 
PRECÍPUAS, DE RELEVANCIA AO INTERESSE PÚBLICA. 
É OBJETO POR QUE O FOCO É O OBJETO, QUE SERIA O ALUGUEL DO IMÓVEL. 
XII - nas compras de hortifrutigranjeiros, pão e outros gêneros perecíveis, no tempo necessário para a 
realização dos processos licitatórios correspondentes, realizadas diretamente com base no preço do dia; 
É possível ter dispensa faltando esse tipo de produtos, sempre com base no preço do dia. E só pode ocorrer no 
tempo necessário para a realização dos processos licitatórios. 
XV - para a aquisição ou restauração de obras de arte e objetos históricos, de autenticidade certificada, 
desde que compatíveis ou inerentes às finalidades do órgão ou entidade. 
 
 Em razão da pessoa 
 
Quando a pessoa que vai prestar o serviço é com caracterização pessoal e que a lei excepciona a 
contratação direta, em razão da sua natureza. Quando criadas para a realização de específicas 
finalidades. 
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços 
prestados por órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim 
específico em data anterior à vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja compatível com o 
praticado no mercado; 
 
 
Inexigibilidade: 
 
Quando a contratação direta é realizada quando a disputa não pode ocorrer, seja por uma razão 
objetiva ou por uma razão subjetiva. 
 
 Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial: 
 I - para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser fornecidos por produtor, empresa ou 
representante comercial exclusivo, vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de 
atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, 
Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes; (objetiva) 
II - para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei, de natureza singular, com profissionais ou empresas 
de notória especialização, vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação; 
Art. 13. Para os fins desta Lei, consideram-se serviços técnicos profissionais especializados os trabalhos relativos a: 
I - estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos; 
II - pareceres, perícias e avaliações em geral; 
III - assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias; 
IV - fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras ou serviços; 
V - patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas; 
VI - treinamento e aperfeiçoamento de pessoal; 
VII - restauração de obras de arte e bens de valor histórico. 
REQUISITOS: A contratação deve ser dessa natureza, mas deve ser um serviçosingular, especial. Deve ser profissionais de empresas 
de notória especialização. É vedado para empresas de propaganda e publicidade. 
Exemplo: na discussão de IPTU contratou diretamente um parecer de um grande tributarista. 
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que 
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública. 
Exemplo: vai escolher Ivete ou Claudia Leitte? 
2 prova 
 
 FASES DAS LICITAÇÕES: 
A doutrina costuma denominar inicialmente como: 
 Fase interna 
A fase interna é tudo aquilo que acontece antes da publicação do ato convocatório, edital. Existe o primeiro ato 
que é o de instauração do procedimento administrativo licenciatório que decorre do órgão solicitante. O primeiro 
ato é, portanto a verificação da necessidade de realizar uma licitação, da demanda interna, formalizando-o para 
depois atestada à necessidade, o órgão irá formalizar, instaurando o procedimento licenciatório, dando inicio a 
fase interna da licitação. 
Nasce o procedimento licenciatório, instaurando um processo administrativo. Pode ser provocado por um órgão a 
fim da autoridade competente designada em lei instaurar o procedimento. 
O edital vai ser elaborado por uma comissão designada pela autoridade superior. 
O processo da licitação vai ser tramitado por diversos setores até que se elabore o edital. 
Cada estado, cada município possuem sua tramitação própria. 
A princípio passará inicialmente por um setor que vai averiguar a necessidade da licitação. Documentando-se a 
necessidade da licitação, vai se fazer o quantitativa, passando então por um setor financeiro para verificar com 
exatidão a adotação orçamentária disponível para uma dada licitação, nos termos que a licitação necessita. Se for, 
por exemplo, uma licitação que vai ter uma contratação de empresa de engenharia para a construção de uma obra, 
passará por um setor técnico também, para verificar a natureza, quais seriam as exigências mínimas necessárias de 
qualificação, para que essa futura empresa venha comprovar na hora de participar da licitação. São elementos 
constitutivos do ato convocatório, informações que vão sendo colhidas por órgãos para que se possa elaborar o 
edital. Na pratica, esse edital, passa a ser elaborado de forma concomitante com essa fase interna por meio desses 
órgãos durante essa fase interna. 
Colhidas as informações principais, vai se verificar a minuta final do edital, com todos os seus elementos. É uma 
minuta que perpassa por um parecer do órgão jurídico do ente público que vai apontar eventuais equívocos de 
âmbitos jurídicos e não de âmbito de mérito (necessidade da licitação em si), a não que confronte a moralidade, 
economicidade, etc. passando por isso é aprovada, passando a ser publicizada, podendo ser um mero convite, ou 
no diário oficial, etc. Tudo vai depender da modalidade da licitação, para garantir uma maior expansão, sobretudo 
para possibilitar preços mais vantajosos para o estado. 
o O marco divisor dessas duas fases é o ato convocatório (publicização), normalmente um edital. Mas, como 
veremos, poderá ser também uma carta convite por exemplo. 
O ato convocatório é o ato através do qual são convocados os interessados e estabelecidas as condições para 
participação do certame licitatório, definindo-se o objeto da licitação e as futuras regras básicas para a 
contratação. Em relação ao edital cabe lembrar principio da vinculação ao ato convocatório, é um principio cujas 
regras têm certa predominância tanto na fase da licitação, como da contratação futura. É nula uma clausula 
contratual que viole alguma regra editalícia. Exemplo: caso da subcontratação se é permitido ou não pelo edital. 
 Fase externa 
Publicado o ato convocatório, no próprio edital constará a data da realização da licitação. Alguns procedimentos 
sofrem variações ou tem algumas particularidades, por isso vamos tratar aqui da forma geral. 
É o desenrolar da licitação. 
Nós vamos falar aqui de um procedimento mais amplo, normalmente o que acontece na modalidade de 
concorrência pública, sendo considerada a mais difundida e mais complexa, que muitas vezes acabam por dificultar 
a concretização de um serviço. 
Na fase externa nós temos a data de quando irá ocorrer. Essa distancia entre a publicação do ato e da realização 
da licitatória varia de acordo com a modalidade de licitação. É por isso que só vamos esse detalhe quando fomos 
tratar das modalidades de forma específica. Saibam que tem um prazo mínimo, que serve para assegurar que os 
licitantes tenham um tempo reservado para colher toda a documentação necessária. 
Publicado o edital, as pessoas interessadas vão adquirir o edital, sobretudo pela internet e vão verificar qual o 
objeto da licitação. Alguns requisitos são exigidos desde logo, e esses requisitos estão previstos na lei 8666 de 93 
e são requisitos dos mais diversos. Primeiro tem uma lista de exigências que é denominada pela doutrina de 
habilitação jurídica. 
Fase de habilitação: as empresas têm que reunir toda a documentação exigida em diversas categorias jurídicas. 
Uma dessas categorias é a habilitação jurídica. O que se exige aqui nessa habilitação é que toda a documentação 
da empresa seja reunida e apresentada nessa fase. Exemplo: verificar se existe ou não alguma filial, documentação 
pessoal dos sócios. Documentos dos mais diversos no que diz respeito à pessoa jurídica. Se for uma pessoa física, 
temos o RG, etc. São documentos exigidos na habilitação na categoria jurídica. Além dessa habilitação jurídica, 
temos a chamada habilitação de qualificação técnica. Nessa qualificação técnica o que se exige do licitante é a 
comprovação de condições de realização do objeto da licitação, variando de acordo com o tipo de contrato 
celebrado. Exemplo: se for uma obra de engenharia, vai se exigir uma serie de certificações, capacitação técnica, 
da empresa e dos funcionários qualificadores. Essa comprovação pode ser de obras similares, e essas exigências 
devem girar em torno dos quantitativos mais relevantes da licitação, comprovando que já fizeram obras 
semelhantes, estando, portanto preparados e aptos para prestar o serviço licenciatório. Exemplo: empresa que 
estava fazendo uma obra de distribuição de água. Eles tinham comprovação de certificados de obras já realizadas 
pela empresa. Essa empresa tinha feito obras com tubos de esgoto, na mesma capacidade e requisitos técnicos da 
licitação que iria realizar. O órgão recusou por conta de um requisito não relevante, sendo inabilitada para o 
certame. O tribunal entendeu que houve uma violação aos princípios, havendo a possibilidade de comprovação 
técnica por obras similares. A habilitação econômica financeira é importante pelo fato do estado precisa de certa 
segurança no que diz respeito à estabilidade econômica do licitante. Não podendo ter uma serie de dividas e que 
vá eventualmente na hora de executar a obra não tenha suporte financeiro para conduzir a obra com equilíbrio. 
Existe nas regras sobre contratos, sobretudo no artigo 78, inciso 15 da lei, disposição que assegura que a 
administração publica pode atrasar o pagamento por até 90 dias, até que seja possível a suspensão da execução 
do contrato pelo particular ou pela rescisão. Logo pode atrasar sem que essas conseqüências aconteçam. A exceção 
do contrato não cumprido não se aplica de imediato nesses contratos, tendo que o particular manter seus serviços 
no prazo de 90 dias. Por isso essa exigência se torna tão importante, tendo que ter capacidade para superar essa 
previsão legal que pode vir a ocorrer ao longo da licitação. Essas precauções são tomadas nesse momento. Alguns 
autores incluem também a existência ou inexistência de débitos fiscais. Porém alguns consideram como uma nova 
subfase denominada como habilitação fiscal, sendo comprovados por certidões negativas. 
Como isso acontece na pratica? Quando falamos dessa forma didática, pensamos queisso ocorre separadamente. 
Na verdade isso acontece tudo no mesmo momento. O cidadão tem até o dia da licitação (na maioria) e tudo isso 
vai em uma pasta através de documentos junto com a proposta dos preços. No final forma-se uma ata que vai 
conter todos os elementos de observação relevante tanto na questão da habilitação como dos preços. Logo 
acontece tudo de vez. 
Fase de julgamento das propostas: Verifica quem juntou todos os documentos de habilitação. A partir daí é 
avaliado pelas empresas habilitadas, a apuração do melhor preço, mais vantajoso para a administração pública. 
Haverá a adjudicação no prazo de 60 dias, uma vez que, se passar disso, poderá ser modificado o valor. Começa a 
contar no momento em que a empresa apresentou a proposta para o órgão solicitante. A partir disso a 
administração vai se organizar para dar início à contratação do serviço. 
Resumindo: Encerrada a fase de habilitação, os licitantes habilitados passarão a fase do julgamento das propostas 
que consiste no momento em que a administração publica irá avaliar as propostas de preço apresentadas 
classificando-as da mais vantajosa a menos vantajosa. Sendo que a proposta melhor classificada terá direito a 
adjudicação do objeto da licitação. Existem algumas formas de licitação, a maior parte delas envolve preços, que é 
modalidade melhor preço. Mas também existem aquelas por melhor técnica. Quando isso acontece geralmente 
são obras grandiosas, que, nesses casos, a questão financeira não é tão relevante. No preço isso vai ser apurado 
novamente. Mas qual a diferença dessa fase e da de habilitação? A qualificação técnica são requisitos mínimos que 
toda a empresa deve ter para participar da licitação. É nessa fase que temos de questões diferenciadas de cada 
uma delas, podendo colocá-las em uma melhor colocação. 
Final da licitação: Após o julgamento das propostas, podem ocorrer eventuais recursos administrativos. Se houver 
a interposição de recursos administrativos por inabilitação, ela tem um prazo de 5 dias em regra e 3 dias úteis se 
for a modalidade de pregão. Podendo haver também no que diz respeito às propostas de preço. O ato da 
homologação é quando a autoridade verifica em tese para que se apure se houve alguma violação e também a 
questão da conveniência e oportunidade daquele certame licenciatório. Constatando que aquela licitação não tem 
mais necessidade. Outra situação além por revogação por falta de conveniência pode ocorrer à anulação, por vicio 
de legalidade. Não homologa, e sim anulação. A questão da adjudicação compulsória geralmente ocorre no mesmo 
ato da homologação, o que ocorre a notificação para inicio da execução do contrato. 
Caberia anulação/revogação após a homologação? Depende. É possível, mas deve ter uma justificativa em razão 
de uma situação superveniente. A revogação tem mais polemica no que diz respeito a esse assunto. 
MODALIDADES DE LICITAÇÃO: 
Concorrência pública 
Tem um conceito legal na lei, artigo 22 §1 da lei 8666/93. 
Segundo essa disposição é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que na fase inicial de habilitação 
preliminar comprovem possuir requisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para a execução do seu objeto. 
A doutrina extrai desse conceito legal uma característica de ampla acessibilidade quanto a essa modalidade de 
licitação. 
É vista na doutrina administrativista como a modalidade mais ampla, a que mais favorece a diversidade na 
participação ou a que mais viabiliza a concretização da ampla concorrência na licitação. Qualquer um que aparecer 
pode participar. 
Ela é feita quando se quer uma grande disputa e também quando se vai tratar de valores mais elevados, por que a 
concorrência além de mais participativa é mais burocrática, havendo um rigor maior na apuração nas suas fases 
por conta da sua amplitude e dos valores envolvidos. 
Como saber de uma licitação tem uma modalidade de concorrência publica? Existe na lei que obriga a 
administração fazer esse tipo de licitação. Uma situação é por causa do valor. 
 É obrigatória se for obra ou serviço de engenharia superior a 1.500.000,00. Se for outros serviços ou aquisição 
de bens será se for acima de 650.000,00. 
 Outra característica da concorrência é peculiaridade o prazo entre a publicação do ato e o acontecimento da 
licitação. Na licitação modalidade de concorrência vamos ter dois prazos: 
 O de 45 dias quando for técnica, ou técnica e preço. 
 O de 30 dias se for apenas preço. 
 
Ainda falando da concorrência, existem outras situações em que são obrigatórias. Na lei 8987/95 de 
concessão de serviços públicos, existe um dispositivo de que, para que haja a concessão de um serviço 
público por um particular, deve ser adotada essa modalidade de licenciação. 
 
Tomada de preço: 
Tem uma disposição que resume o seu conceito, no artigo 22 §2. 
Na disposição diz que é uma modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou 
aqueles que atenderem todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior a data 
do recebimento das propostas observada a necessária qualificação. 
Percebam que traz certa restrição. 
A administração realiza quando o valor for um pouco menor, não precisando de uma disputa tão ampla, 
abdicando da concorrência para aplicar a tomada de preço. 
Menos concorrentes gera uma licitação mais célere, com mais dinamismo. 
Só pode acontecer em determinados limites de valor. E quais são eles? 
 Obra e serviço de engenharia até 1.500.000,00. Se for outros serviços até 650.000,00 
Quem pode mais pode menos. Se for abaixo desse valor pode ser concorrência pública. Logo, todos 
esses podem ser ambas as modalidades. Só não pode ser se for a mais desse valor, que terá que ser 
por concorrência. 
Sobre a tomada de preço temos a seguinte polemica. É a questão do cadastramento. Como é isso? Os 
órgãos públicos geralmente têm uma central de cadastramento que as empresas se cadastram. As 
empresas muitas que já participam já se cadastram e atualizam seu cadastro. Se a empresa não tiver 
cadastrada, na concorrência isso não é importante, já aqui nessa modalidade é relevante. O que a 
maioria entende é que as condições de cadastro devem ser entendidas. 
O prazo da tomada de preço é diferente. 
 30 dias para técnica e técnica/preço. 
 15 dias para melhor preço. 
 
PEGAR AULA 
 
Contratos administrativos 
Estudamos os processos administrativos, as licitações, que são uma espécie de processos de administrativos 
e agora vamos para o momento posterior das licitações, que é a celebração de um contrato administrativo. 
Os contratos administrativos têm uma origem que decorre do contrato civil usual. O contrato civil estudado 
tem como base a existência de uma relação bilateral e que se estabelece uma manifestação mútua de 
vontade em prol de um objetivo comum. Já nos contratos privados temos autonomia de vontade, autônoma 
e livre, cujas partes combinam e ajustam, desde que não seja contra a lei e a moralidade. No âmbito do 
contrato administrativo é um pouco diferente. Não dá para as partes compactuarem tudo que querem, pelo 
principio da legalidade que já estudamos, com certos limites e rigores, que tendem a uma tipificação de atos. 
Esses limites legais e proteção que se tem sob o interesse público acabam por limitar essa autonomia da 
vontade, onde, alguns doutrinadores entendem que o contrato administrativo não existe, por que a vontade 
seria limitada e no mínimo conduzida pela lei e pela administração publico, onde o particular estaria apenas 
se sujeitando aquela contratação. 
Teorias básicas do contrato administrativo: 
1. Teoria da inexistência – esse contrato administrativo fruto do direito civil, símbolo da manifestação de 
vontade, aqui não existiria. Seria uma espécie de ato administrativo, cuja aceitação é consensual. Essa é 
uma teoria que hoje é tida como simbólica e que não prevalece. O que se entende é que apesardessa 
formulação de que autonomia sofre limitações não seria ao ponto de dizer que ela não existe, por isso 
não dá para ir por essa linha, uma vez que a manifestação da vontade existe de certa forma. Uma vez que 
os atos administrativos não têm essa manifestação nem mínima da vontade. Outra situação que derruba 
essa teoria seria que o contrato administrativo no máximo, nos casos mais extremos, seria similar a um 
contrato de adesão, que não deixa de ser contrato no direito privado. 
2. Teoria plena- Todos os contratos que a administração celebra seriam contratos administrativos Stricto 
sensu, que são aqueles celebrados sob a incidência do regramento jurídico administrativo, prerrogativas 
inerentes ao interesse público. Porém existem severas criticas a essa teoria, de que não se pode dizer que 
todos os contratos celebrados na administração seja contrato administrativo nesse formato Stricto sensu, 
que se tem a utilização dessas prerrogativas, uma vez que nem sempre isso ocorre. A doutrina invoca 
caso clássico dos contratos da administração e não contratos administrativos. Contratos da administração 
são aqueles que o estado celebra com o particular que não se vale das prerrogativas do regime jurídico 
administrativo. Exemplo: contrato de locação de um proprietário particular para o exercício de alguma 
atividade. Ou seja, se o estado pretende alugar um imóvel no circuito do carnaval para funcionar o 
camarote dos servidores públicos, percebam que o interesse público é no mínimo considerado fraco, e 
que não é para o exercício de uma atividade relevante. Logo, em situações como essa, não há de se 
invocar o regime jurídico administrativo e sim a lei de locações. Mas se essa locação ocorrer e o objeto 
for um apelo muito forte ao interesse público como para a mudança do local da atividade da secretaria 
para outro lugar, poderia ser regido pelo regime jurídico administrativo. 
3. Teoria relativista – É a que predomina atualmente. De acordo com essa teoria a administração pública 
celebra tanto contratos administrativos, se valendo das prerrogativas (que engloba também a lei 
8666/93), como também contratos da administração. 
Conceito e origem história 
É um instituto relativamente recente na historia. Tem uma origem pelos ritos da revolução francesa. É no século XIX que 
a doutrina incrementa um contrato diferente para a administração. No nosso caso a matriz seria o direito Frances. Depois 
da revolução francesa o estado absolutista acabada cedendo a uma monarquia francesa, mas, o absolutismo que 
predominava, deixou de existir. O estado passa a ter que respeitar as regras imposta por eles. Quando pegamos uma 
situação como essa ia levar a uma tendência que se perceba a necessidade de criação de um direito diferenciado, para 
que se possa lidar de forma mais adequada, preservando o interesse público. Temos a criação de um órgão importante 
na frança que é o chamado conselho de estado Frances, que, originalmente, era um órgão administrativo para julgar os 
casos em que a administração julgava, com força de coisa julgada. É o começo da especialização do julgamento de causas 
administrativas. 
O contrato administrativo seria um tipo de relação travada entre administração e terceiros, na qual, por força de lei, de 
cláusulas pactuadas ou do tipo do objeto, a permanência do vinculo e as condições preestabelecidas sujeitam a 
cambiáveis imposições do interesse público, asseguradas os interesses econômicos dos particulares, para que não sejam 
esmagados e ao final que o interesse público venha a ser atingido. 
Características principais: 
Clausulas exorbitantes do contrato administrativos. São regras que geralmente não aparecem nos contratos privados, 
que, quando, aparecem vêem com limitações legais. 
1. Alteração unilateral do contrato- Segundo essa cláusula exorbitante a administração pública poderia alterar de 
forma unilateral as cláusulas estabelecidas independentemente da anuência do particular. Essa alteração 
unilateral, entretanto possui limitações. Em geral, essas alterações, pode em regra alcançar clausulas 
regulamentares devem ser respeitadas as clausulas econômicas financeiras, ou seja, aquelas que interferem nos 
ganhos e custos do particular, só podendo ser alteradas caso haja anuência do particular. Cláusulas regulamentares 
são aquelas que estabelecem diretrizes, formas básicas, etc. Essas cláusulas regulamentares podem ser alteradas 
para que haja adequação ao interesse público. Exemplo: a administração está fazendo a construção de uma escola. 
Mas o projeto, para que atenda ao interesse público, deve ser modificado. Projeto é uma situação de diretriz e não 
algo de impacto direto da clausula econômico. Porém, pode vir a ter impactos como esses, como por exemplo, 
fazer uma extensão na quantidade de salas, gerando um aumento de custos na execução do contrato. E ai? Isso 
pode acontecer, desde que o foco seja a clausula regulamentar. Mas, se houver implicação na situação econômica, 
deve haver uma espécie de proporção do ganho, tendo que haver uma repactuação. Feliz ou triste a empresa deve 
fazer a mudança, recebendo o ajuste. A regra geral é que essas alterações em clausulas regulamentares se resvalar 
em modificação tem que fazer a repactuação, que não depende de anuência. Se for para mexer em clausulas 
econômicas financeira deve haver a anuência do particular. 
Exceções da regra geral: Artigo 65 da lei 8666, incisos I e II. 
 É possível a administração pública alterar os quantitativos do objeto contratual de forma unilateral, mas 
respeitando os limites estabelecidos em lei. Que limites são esses? § 2 do artigo 65. É o limite de 25 por cento 
do valor do contrato em regra, se for para obra ou serviço. Se for para reforma, o valor aumenta para 50 por 
cento. E se a administração quisesse reduzir? Pode desde que esteja de acordo com a lei. Esse limite de 25 por 
cento é rigoroso para aumentar o valor do contrato, por mais que o particular concorde, isso tudo para preservar 
o princípio da isonomia entre os licitantes que viriam a participar da licitação. Logo, se quiser aumentar para 
mais de 25 por cento, é necessário fazer uma nova licitação. Quando é para menor é possível superar os 25 por 
cento, desde que haja anuência do particular. 
Tudo que falamos aqui diz respeito a alterações de caráter quantitativo. 
Vamos falar agora sobre as alterações qualitativas. 
Nessas alterações consideradas qualitativas nada mais é do que as clausulas regulamentares. Quando a 
alteração não é somente na clausula financeira, nesses casos, a lei não estabelece limites. A lei não é tão clara. 
Numa interpretação sistemática nos leva a essa conclusão, de que não faz sentido aplicar esses limites a 
alterações qualitativas. Por quê? Por que essas alterações visam atender ao interesse público. Caso se utilize 
esses limites, como atenderia com facilidade esses interesses? Em regra não são utilizadas. Mas, o tribunal de 
contas diz que essas alterações devem respeitar o limite da razoabilidade, da proporcionalidade, da cooperação. 
Em algumas situações o tribunal de contas autoriza, mas pune caso tenha que fazer para atingir ao interesse. 
2. Possibilidade de rescisão unilateral do contrato 
Também é uma prerrogativa das chamadas clausulas exorbitantes. A administração pode desfazer o pacto de 
maneira unilateral. Prevista no artigo 78. Essa rescisão unilateral implica na possibilidade da administração desfazer 
o contrato em algumas situações, nem a necessidade de anuência do particular. Vamos perceber que há em 
circunstâncias naturais como o inadimplemento do particular e situações outras que remontam o interesse publico 
da administração, logo, por interesse público. 
A primeira e segunda hipótese estão previstas no inciso I e II são complementares. A primeira é pelo não 
cumprimento de clausulas contratuais pelo particular. O inciso II apenas faz um complemento ao dizer que também 
é possível quando o particular deixar de cumprir parcialmente

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