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A importância do contexto na produção textual, com foco na situação de comunicação e na relação entre textos

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A importância do contexto na 
produção textual, com foco na 
situação de comunicação e na 
relação entre textos.
Fernando Tremoço
INTRODUÇÃO
• Existem sete fatores responsáveis pela textualidade, ou seja, pela trama semântica dos textos. A informatividade, a
coesão e a coerência, centrados no texto; a intencionalidade e a aceitabilidade, centrados nos interlocutores; e a
situacionalidade e a intertextualidade, associados ao contexto de produção do texto.
• Para compreendermos um texto, não basta conhecermos uma língua, mas precisamos ter também um
conhecimento de mundo, armazenado em nossa memória em forma de frames, esquemas, planos ou scripts. Esse
conhecimento, além de nos auxiliar no entendimento dos textos, ajuda-nos também a produzir textos adequados
às situações de comunicação.
• Qualquer texto pode, em princípio, propiciar um processo de relações entre textos lidos e o conhecimento de
mundo que se espera do leitor. Vale a pena dizer que a constituição desse repertório cultural não decorre apenas
da vontade do leitor, mas também daquilo que lhe é oferecido no processo de produção, circulação e consumo dos
bens culturais.
SITUACIONALIDADE: A ADEQUAÇÃO DO TEXTO À SITUAÇÃO
• Cada situação comunicativa exige que se escreva ou fale de um modo.
• A situacionalidade é a adequação do texto à situação, referindo-se ao conhecimento da situação comunicativa e às
suas regras. Um exemplo dessa adequação poderia ser dado pelas inscrições lacônicas (resumidas) das placas de
trânsito. Não caberiam, nessa situação, textos longos e complexos, já que o tempo para a leitura dessas placas
pelos motoristas é muito reduzido.
• Vale lembrar também a adequação do uso da língua, por parte dos falantes, à situação social. Trata-se do que os
linguistas chamam de “registro”.
• Registro é um termo adotado pela Linguística para designar as mudanças no uso de uma língua, de acordo com a
situação social. Dessa forma, o registro de uma conversa com os amigos é diferente do de uma conversação mais
cerimoniosa, o registro da língua escrita difere do da língua oral etc.
• Da mesma forma que não é adequado ir à igreja usando trajes de banho e tomar banho de mar com terno e
gravata, também precisamos adequar a linguagem à situação de comunicação.
• A comunicação se realiza com mais eficiência quando o produtor do texto (oral ou escrito) é capaz de adequar sua
linguagem ao contexto, ou seja, à situação de comunicação
SINTONIA ENTRE O ELEMENTO VISUAL E O VERBAL
• Outro exemplo de adequação ao fator da situacionalidade poderia ser dado pelos outdoors.
• As mensagens publicitárias veiculadas por outdoors têm características próprias. Devem ser concisas,
objetivas, articulando o texto verbal ao visual e, principalmente, sem que se perca de vista o tempo de
absorção dessa mensagem pelo destinatário, isto é, os outdoors são vistos, de passagem, em questão de
alguns segundos, por pessoas que passam de carro, ônibus, moto etc.
• Podemos pensar, atualmente, em publicidades em redes socias, precisa dizer o mínimo, mas fazendo o futuro
cliente entender o máximo.
UM MESMO TEXTO: CONTEXTOS E SIGNIFICADOS DIFERENTES
Ainda em relação à adequação 
à situação comunicativa, é 
importante não esquecer que 
um mesmo texto pode ter 
significados diferentes, 
dependendo da situação 
concreta em que está inserido.
Muitos textos, como os 
publicitários, fazem desse fator 
da textualidade uma estratégia 
de sedução. O outro fator de 
textualidade centrado no 
contexto é a intertextualidade
INTERTEXTUALIDADE: A RELAÇÃO COM OUTROS TEXTOS
• Muitos textos são criados a partir de outros. As obras de caráter científico remetem explicitamente a
autores reconhecidos, garantindo, assim, a veracidade das afirmações.
• Etimologicamente, intertextualidade é um vocábulo formado pelo prefixo “inter” (do latim inter, que
significa “entre”) e “textualidade” (relacionado ao texto), o que quer dizer, naturalmente, “entre
textos”. Assim, a intertextualidade diz respeito à relação entre textos.
• André Valente diz que “Intertextualidade se refere às citações de outros textos feitas pelo autor do
texto que, conscientemente, intenta fazer o destinatário perceber as conexões semânticas entre o
texto por ele produzido e outros textos anteriormente produzidos”.
• Não existe texto completamente original, porque toda escrita se apoia em leituras prévias. Mesmo que
não aconteça de forma explícita, é da observação de outros fatos que criamos novas hipóteses. Nesse
sentido, vale destacar a diferença entre intertextualidade explícita e intertextualidade implícita.
• A intertextualidade explícita acontece quando a fonte é mencionada, ou quando o autor, ao elaborar
o seu texto, cita uma frase, na íntegra, de outro texto. A intertextualidade implícita, por sua vez,
ocorre quando não há menção da fonte. Para identificar a intertextualidade, seja explícita ou implícita,
o conhecimento de mundo do leitor é de suma importância
O CONHECIMENTO DE MUNDO PARA A COMPREENSÃO DOS TEXTOS
• Muitas vezes, para perceber a intertextualidade em um enunciado, precisamos de nosso conhecimento de mundo
(repertório). É esse repertório que nos torna capazes de fazer correlações entre os dados fornecidos por um determinado
texto e aqueles armazenados em nossa memória, como “conhecimentos”. Por outro lado, se quisermos falar desse texto
para outras pessoas – nossos interlocutores –, é preciso que essas pessoas partilhem do mesmo repertório que nós, sob
pena de não alcançarem o sentido da mensagem que estamos lhes transmitindo. Nesse caso, trata-se do chamado
conhecimento (com)partilhado.
• Cada pessoa armazena conhecimentos na memória a partir de suas experiências pessoais, daí não ser possível que duas
pessoas partilhem os mesmos conhecimentos de mundo. Mas é necessário que entre o produtor e o receptor do texto
haja, pelo menos, uma parcela de conhecimentos comuns para que a comunicação possa se estabelecer. Quanto maior
for essa parcela, menos necessidade haverá de que as informações sejam totalmente explícitas, porque o receptor será
capaz de preencher as lacunas, inclusive, por meio de inferência
• Os elementos textuais referentes a esse conhecimento partilhado constituem a informação “velha” (dada), e o que for
introduzido a partir dessa informação já conhecida irá constituir a informação nova.
• O conhecimento de mundo ou repertório não se armazena em nossa memória de forma isolada, se organiza, porém,
na mente em conjuntos ou blocos, chamados modelos cognitivos globais
• Dentre os modelos cognitivos globais, podemos destacar os frames, esquemas, planos e scripts.
• Frames são modelos que contêm o conhecimento de senso comum sobre um conceito central. Por exemplo, todos
temos um frame sobre Carnaval, Natal, férias etc., isto é, pensamos em elementos que entram nesse todo
significativo, mas esses elementos não se ordenam nem em sequências lógicas, nem em sequências temporais.
• Os esquemas são diferentes dos frames porque são modelos em que os elementos são ordenados em sequências
temporais ou de causalidade. Exemplo: pôr um carro em movimento, fazer baliza, preparar uma receita.
• Os planos são modelos globais de conhecimento cujos elementos têm uma ordem previsível e levam a um objetivo
determinado. Por exemplo, um texto de instruções para montar um aparelho, um procedimento operacional.
• Os scripts são conjuntos de conhecimentos para especificar os papéis sociais das pessoas, os modos de agir
estereotipados em determinada cultura. Exemplos: cerimônia religiosa de um casamento, batizado, fórmulas de
cortesia.

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