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Reflexos Neurológicos

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Semiologia Neurológica - Victoria Durand 
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Reflexos 
1. Reflexos profundos (miotáticos) 
2. Reflexos superficiais (exteroceptivos) 
Reflexos profundos 
Os reflexos profundos são obtidos pela percussão do tendão ou fáscia do músculo examinado. 
O estímulo mecânico sobre o tendão deve ser breve e não excessivamente forte, devendo existir posição ótima para 
a contração reflexa do músculo. Existe grande variação individual na intensidade de resposta, por isso a comparação 
entre os hemicorpos é essencial (assimetrias). 
• Obs.: Hiper-reflexia é a alteração típica de lesão piramidal. 
• Obs.: Se o 2º neurônio motor estiver lesado há ausência de reflexo. (Poliomielite) 
• Obs.: Os extremos são patológicos (Ausente ou Exaltado). 
→ Graduação dos reflexos 
 
Ao avaliar um reflexo, deve-se conhecer quais nervos (periféricos ou cranianos), o nível de integração (centro 
reflexógeno) e os músculos que estão sendo testados, para assim obter um diagnóstico mais preciso. 
 
→ Exame dos reflexos profundos 
 Reflexo estiloradial 
o Fletir o braço do paciente, posicionando a mão em semipronação e segura pelo examinador 
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o Percutir o processo estiloide do rádio 
o Normal: contração do músculo braquiorradial (responsável pela 
pronação do antebraço) 
o Em caso de hiper-reflexia: flexão do punho e supinação do antebraço 
(mm. flexores dos dedos e bíceps braquial) 
 
 Reflexo bicipital 
o Antebraço do paciente semifletido e supinado, apoiando-o sobre o braço do examinador 
o Percutir o tendão distal do músculo bíceps braquial na face medial do cotovelo 
interpondo o polegar da sua mão contralateral 
o Normal: supinação do antebraço 
o Em caso de hiper-reflexia: pode-se obter o reflexo com a percussão da clavícula 
homolateral R 
o Reflexo mediado pelo n. musculocutâneo (C5 e C6) 
 
 Reflexo tricipital 
o Membro apoiado de modo que o antebraço fique relaxado 
o Percutir o tendão do tríceps logo acima da sua inserção no olecrano da ulna 
o Normal: extensão do braço 
o Reflexo mediado pelo n. radial (C7 e C8) 
 
 Reflexo dos flexores dos dedos 
o Percutir a superfície palmar das falanges, a superfície dorsal da falange 
distal ou o tendão dos flexores dos dedos na superfície anterior do 
antebraço 
o Normal: flexão dos dedos do paciente 
o O suprimento nervoso são os nervos mediano e ulnar (C8 e T1) 
 
 Reflexo costoabdominal 
o Percutindo-se com a interposição do dedo indicador o rebordo abdominal 
o Resposta habitual: contração dos músculos da parede abdominal elevando a cicatriz 
umbilical 
o Obs.: tipicamente esse reflexo é discreto em pessoas normais, tendo mais 
importância quando se dissocia do reflexo cutaneoabdominal. Se o reflexo 
costoabdominal estiver presente na ausência do superficial, há sugestão de lesão 
piramidal. 
o Nervos intercostais (T5 a T12), nervo ilioinguinal (L1) e ílio-hipogástrico (L1) 
 
 Reflexo dos adutores da coxa 
o Paciente sentado 
o Percutir com interposição do dedo indicador o tendão dos adutores na 
inserção próxima ao côndilo medial do fêmur 
o Normal: adução do membro 
o Se houver hiper-reflexia: pode haver resposta bilateral ou reflexo 
percutindo outros pontos (como a tíbia) 
o Reflexo mediado pelo nervo obturador interno (integrado nos segmentos 
medulares de L2 a L4) 
 
 Reflexo patelar 
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o Preferencialmente, com o paciente sentado 
o Percute-se o tendão do quadríceps femoral 
o Normal: extensão da perna (pode-se colocar a mão sobre o musculo para 
avaliar melhor sua contração 
o Quando existe hiper-reflexia: pode desencadear uma resposta bilateral ou 
clônus; ou reflexo percutindo outros a tíbia 
o Nervo femoral (L2 a L4) 
 
 
 Reflexo aquileu 
o Pode ser pesquisado com o paciente em decúbito dorsal, perna semifletida e em rotação externa ou 
manter o paciente sentado. Quando avaliação duvidosa: joelhos sobre a cadeira e os pés pendentes 
para fora dela 
o Normal: contração dos músculos da panturrilha 
(gastrocnêmicos, sóleo e plantar) com consequente flexão 
plantar do pé 
o Hiper-reflexia: pode-se obter o reflexo percutindo outros 
pontos como a tíbia, maléolos ou mesmo a face plantar do pé 
o Esse reflexo depende do nervo tibial (L5 a S2) 
 
Reflexos superficiais 
São pesquisados pela estimulação das regiões cutâneas ou mucosas, provocando a contração da musculatura 
subjacente à região estimulada. 
Obs.: Estimulações repetidas esgotam o reflexo. 
Obs.: Tipicamente, encontram-se diminuídos ou abolidos na síndrome piramidal. 
 Reflexo cutâneo abdominal 
o Depende da região estimulada (supraumbilical, umbilical e infraumbilical; 
superior, médio e inferior, respectivamente) 
o Paciente em decúbito dorsal 
o Estimula-se por meio de uma espátula, sempre no sentido lateral-medial 
o Nota-se como resposta: desvio da cicatriz umbilical e a linha alba para o 
lado estimulado 
o Reflexo depende dos nervos torácicos (superior: T6 a T9, médio: T9 a T11 e inferior: T11 a T12) 
 
 Reflexo cutâneo plantar 
o Paciente em decúbito dorsal 
o Estimula-se com uma espátula a região medial da planta do pé no sentido pósteroanterior 
o Normal: flexão do hálux e artelhos (maiores de 18 meses, devido a completa mielinização do trato 
corticoespinhal) 
o Em lesões piramidais: extensão do hálux e abertura em leque dos artelhos, caracterizando o sinal 
de Babinski 
o Depende do nervo tibial (L4 a S1 ou S2) 
 
Obs.: Por ser muito sensível, pessoas muito obesas ou que já fizeram alguma cirurgia abdominal, podem não ter o 
reflexo cutâneo abdominal intacto. Dessa forma, nessas pessoas, esse reflexo se torna inválido para a investigação 
clínica. 
Obs.: Se o paciente não apresentar esse reflexo superficial, mas apresentar sua versão profunda (costoabdominal) 
é indicativo de lesão piramidal.

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