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Hepatite Autoimune (Hai) Crônica Afeta mais mulheres Caracterizada por: · Hipergamaglobulinemia, mesmo na ausência de cirrose · Circulação de autoanticorpos · Associação com antígenos de leucócitos humanos (HLA) DR3 ou DR4 · Hepatite de interface na histologia do fígado, e uma resposta favorável à imunossupressão característica vista na biópsia hepática · Quando não tratada, a doença resulta frequentemente em cirrose, insuficiência hepática e morte Biópsia hepática importante em HAI Incidência vem aumentando ao longo dos anos Pode ocorrer em todas as faixas etárias, tendo 2 picos: · Entre 20 e 30 anos · Em torno dos 60 aos FISIOPATOLOGIA Predisposição genética Exposição ao antígeno externo que desencadeia a reação imunológica, mediada por Th1 e Th2 e interleucinas, gerando dano celular nos hepatócitos Fatores desencadeantes: agentes infecciosos (ex.: infecção de garganta, cutânea), medicamentos (ACO, AINEs), toxinas... Difícil identificar o fator desencadeante da resposta inflamatória imunomediada 2 formas de apresentação: · Forma aguda: enzimas bem elevadas · Forma insidiosa: lenta, desconforto em hipocôndrio, cansaço, dor articular, alterações não específicas, até que ocorre icterícia de flutuação 1/3 já se apresenta com cirrose estabelecida ao diagnóstico SINAIS E SINTOMAS - Fadiga - Perda de apetite - Febre - Amenorreia - Dor articular: bem característica - Icterícia - Hepatomegalia/esplenomegalia - Dor em quadrante superior direito MANIFESTAÇÕES EXTRA HEPÁTICAS HAI geralmente acompanhada de outras doenças autoimunes Tireoidite autoimune Doença de Graves Doença celíaca Insuficiência adrenal DM1 Vasculites, nefrites Síndrome de Sjoegren Doenças hematológicas autoimunes DIAGNÓSTICO - Sexo feminino - Hipergamaglobulinemia: aumento de IgG - Anticorpos: ANA (FAN), LKM-1 (anticorpo anti-músculo liso), SLA-LP - Genética HLA DR3 e DR4: raramente se pede - Histologia: biópsia hepática - Síndromes autoimunes extra-hepáticas - Resposta a terapia imunossupressora (Corticoide + azatioprina) LABS - Aminotransferases: · Geralmente < 500 U/L · Pode ocorrer 1000 U/L - Hiperbilirrubinemia: Descompensação severa aguda Estágio final de doença hepática - Fosfatase alcalina: não é comum estar elevada ANTICORPOS - 3 tipos de hepatite autoimune - Anticorpos circulantes estão presentes na grande maioria dos doentes com HAI - Perfis de autoanticorpos: · HAI-1: ANA (FAN) e/ou SMA positivo 90% dos casos · HAI-2: LKM-1, LKM-3 e/ou LC-1 positivo 9% dos casos · HAI-3: SLA-LP positivo 1% - A imunofluorescência indireta é o teste de eleição para a detecção de ANA, SMA, LKM e LC-1. - Sempre deve-se fazer biópsia hepática em HAI para confirmar diagnóstico!!!! HISTOLOGIA Importante para o diagnóstico - Hepatite de interface, necrose periportal, emperipolese e formação de rosetas de hepatócitos são altamente sugestivas de HAI - Essas características são relatadas pelo patologias, além da classificação (índice de atividade da hepatite) e do estadiamento da doença. Em caso de início agudo de HAI, pode estar presente uma necrose pericentral histologicamente indistinguível - Pode ter cirrose ou não fases iniciais geralmente não tem cirrose, podendo-se impedir - Hepatite de interface: 17% de risco de cirrose em 5 anos bom prognóstico - Necrose: 82% de chance de cirrose em 5 anos 45% de mortalidade em 5 anos - Cirrose: 58% de mortalidade em 5 anos TRATAMENTO OBJETIVO: remissão completa, evitando a progressão para cirrose. Requer manutenção permanente ou indução de remissão sustentada após o fim do tratamento. - Corticoide + azatioprina - Quanto mais precoce o diagnóstico, melhor Após remissão laboratorial, o ideal seria fazer uma biópsia hepática para ver se houve remissão da reação inflamatória intra-hepática, porém nem sempre é possível INDUÇÃO DA REMISSÃO - Prednisona/Prednisolona + Azatioprina - Iniciar com doses baixas de azatioprina e ir aumentando gradativamente, principalmente em pacientes com bilirrubinas altas - Reações adversas de azatioprina não são doses dependentes
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