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────PROPEDÊUTICA CLÍNICA──── _____________________ SÍNDROME FEBRIL ___________________ FEBRE ou PIREXIA: elevação da temperatura corporal acima do nível normalmente mantido pelo indivíduo, associada à mudança no “ponto de partida/ajuste” hipotalâmico - ocorre como resposta natural adaptativa e sistêmica e a evento de estresse (sinal) HIPERTERMIA: não é sinônimo de febre - elevação da temperatura corporal que excede a capacidade do corpo de perder calor, sem mudança no “ponto de ajuste” hipotalâmico - provocada por exposição excessiva ao calor ou produção endógena de calor de forma exacerbada - não envolve moléculas pirogênicas SÍNDROME FEBRIL: febre associada a outros sinais e sintomas, com manifestação e intensidade variáveis - são eles: - astenia, inapetência, cefaleia, taquicardia, taquipneia, oligúria, dor no corpo, calafrios, sudorese, náuseas, vômitos, delírio, confusão mental e convulsões REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL __________________ - o homem, em condições normais, mantém a temperatura corporal com pequena variação ao longo do dia (geralmente a temperatura corporal central não excede 0.6ºC) - determinada por 2 processos opostos, ambos regulados pelo SNC (hipotálamo anterior) 1. geração e retenção de calor 2. dissipação de calor (sudorese, vasodilatação) FISIOPATOLOGIA DA FEBRE ________ PRINCIPAIS CAUSAS - doenças que cursam com síndrome febril podem ser divididas em 3 grupos: - por aumento da produção de calor (ex. hipotireoidismo) - por bloqueio na perda de calor (ex. na ausência congênita das glândulas sudoríparas e em certas doenças da pele) - por lesão dos tecidos (maioria das doenças febris) - todas as infecções por bactérias, vírus, parasitas - lesões mecânicas (cirurgias e traumas) - neoplasias malignas, doenças hemolinfopoéticas - afecções vasculares (IAM, hemorragia ou trombose central e trombose venosas) - distúrbios dos mecanismos imunitários ou doenças imunológicas: colagenoses, doença do soro e febre resultante da ação de medicamentosas) - doenças do SNC ────PROPEDÊUTICA CLÍNICA──── TÉCNICAS DE AFERIÇÃO DA TEMPERATURA ____________ - termômetro digital (eletrônico/infravermelho, graduado em ºC) - local de aferição: axilar, oral, retal, timpânico, arterial pulmonar, esofágico, nasofaríngeo e vesical - habitual: oco axilar (higiene da axila e do termômetro, evitando-se a presença de umidade local) - cavidade oral, bastante comum em outros países, região sublingual - retal: termômetro na ampola retal DIFERENÇAS FISIOLÓGICAS - temperatura axilar: 35,5 a 37ºC, com média de 36 a 36,5ºC - temperatura oral: 36 a 37,4ºC - temperatura retal: 36 a 37,5ºC, ou seja, 0,5ºC maior que axilar CARACTERÍSTICA DA QUEIXA DE FEBRE ______________________ - INÍCIO - INTENSIDADE - DURAÇÃO - MODO DE EVOLUÇÃO - SINTOMAS ASSOCIADOS - PERGUNTAS: - teve febre? - mediu? (estimular a aferição) - se não mediu, o que o leva a dizer que teve febre? Sentiu o corpo quente, sensação de frio, sudorese? - era diária? tinha horário preferencial? - junto da febre, que outras manifestações sentiu mal-estar? dores no corpo, dores nas articulações? - a febre pode apresentar características distintas em diferentes doenças, contexto epidemiológicos, etiológicos e de indivíduo para indivíduo, correlacionando-se com vários parâmetros clínicos e apresentando um valor diagnóstico e prognóstico CARACTERIZAÇÃO DO INÍCIO DA FEBRE - súbito: frequentemente acompanhada de sintomas da síndrome febril (sensação calafrios) - gradual: paciente pode não saber definir o início - pode apresentar outros sintomas da síndrome febril, mais frequentemente a cefaleia, a sudorese a inapetência CLASSIFICAÇÃO DA INTENSIDADE DA FEBRE - pode classificar-se a intensidade tomando como referência a temperatura axilar: - febre leve ou febrícula: até 37,5ºC - febre moderada: de 37,6ºC a 38,5ºC - febre alta ou elevada: acima de 38,6ºC - depende da causa e da capacidade de reação do organismo (idosos, bebês, pacientes imunossuprimidos têm dificuldade em fazer febre alta perante infecções graves) DURAÇÃO DA FEBRE - característica de grande relevância (guia a conduta médica) - início há poucos dias - febre prolongada: mais de 7 dias (alguns livros colocam 10 dias) - ex.: tuberculose, endocardite infecciosa, febre tifoide, colagenoses, linfomas, pielonefrite MODO DE EVOLUÇÃO DA FEBRE - febre continua - permanece sempre acima do normal com variação de até 1ºC e sem grandes oscilações - ex.: febre tifoide, endocardite infecciosa e pneumonia ────PROPEDÊUTICA CLÍNICA──── - febre irregular ou séptica - registram-se picos muito altos, intercalados por temperatura baixas ou períodos de apirexia - sem padrões nesta variação (ex.: típico é a septicemia) - febre remitente - febre diária, com variações de mais de 1ºC, sem períodos de apirexia - ex.: septicemia, pneumonia, tuberculose - febre intermitente - a febre é clinicamente interrompida por um período de temperatura normal, ou seja, registra-se febre pela manhã, mas esta não aparece à tarde, ou então, em 1 dia ocorre febre, no outro não - ex.: mais comum é a malária, aparece também nas infecções urinárias, nos linfomas e nas septicemias - febre recorrente - período de temperatura normal que dura dias ou semanas até que sejam interrompidos por períodos de temperatura elevada - durante a fase de febre não há grandes oscilações - ex.: linfomas CARACTERIZAÇÃO DO TÉRMINO DA FEBRE - crise - febre desaparece subitamente - o paciente apresenta sudorese profusa e prostração - ex.: acesso malárico - lise - vai desaparecendo gradualmente, com temperatura diminuindo dia a dia, até alcançar níveis normais
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