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composição da equipe cirúrgica, montagem de mesas, montagem de caixas

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Clínica Cirúrgica 07 
Caroline Leão 
Conhecer a composição da equipe cirúrgica e suas principais funções no ato 
operatório e as funções do instrumentador. 
EQUIPE CIRÚRGICA 
A equipe cirúrgica são constituídas por profissionais que prestam assistência 
sistematizada e global ao paciente. 
O tamanho da equipe cirúrgica varia de acordo com o tipo de intervenção a ser 
realizada e é composta, basicamente, pelo médico cirurgião, médico anestesista, primeiro e 
segundo auxiliares e instrumentador. O circulante (técnico de enfermagem) estará na sala de 
cirurgia ajudando a equipe com os materiais necessários e qualquer tipo de suporte, porém 
não participa do ato operatório. 
MÉDICO ANESTESISTA 
É responsável pela escolha do melhor tipo de anestesia (juntamente com o médico 
cirurgião), autorização do início da cirurgia, monitorização dos sinais vitais do paciente e 
suspensão ou interrupção da cirurgia em caso de risco de morte do paciente. 
MÉDICO CIRURGIÃO 
É o profissional que realiza o procedimento cirúrgico. A ele cabe a integral 
responsabilidade do ato operatório, sendo responsável pelo planejamento, execução e 
comando, mantendo a ordem no campo operatório. Suas atribuições se iniciam no pré-
operatório, com a indicação, conveniência e preparo cirúrgicos, e continuarão após o ato 
operatório, com o acompanhamento do paciente. 
MÉDICOS AUXILIARES 
Eles auxiliam no procedimento cirúrgico, exercendo atividades delegadas pelo 
cirurgião. 
• O primeiro auxiliar é responsável pelo pré-operatório, posicionamento do 
paciente, antissepsia da pele do paciente e colocação dos campos cirúrgicos. Durante o ato 
operatório, se posiciona à frente do cirurgião e o auxilia nas manobras. 
• O segundo auxiliar é um componente eventual e tem um papel mais passivo, 
colabora nas manobras de afastamento, permitindo ao 1º auxiliar maior liberdade de ação, e 
substitui o 1º auxiliar ou o instrumentador quando necessário. 
Enfermeiro assistencial é o responsável pelos procedimentos técnicos mais 
complexos como: a realização de cateterismos, gavage, entre outros procedimentos que são 
de sua competência. É prevista a presença de pelo menos um enfermeiro assistencial para 
cada 04 salas operatórias. 
O circulante deve atender às necessidades da equipe, nunca podendo sair da sala 
cirúrgica (exceto quando outro circulante o substitua dentro da sala). Também é papel do 
circulante fazer a correta notificação do material usado durante toda a cirurgia, bem como a 
anotação dos eventos ocorridos na sala. 
INSTRUMENTADOR 
É a pessoa encarregada da entrega e do recebimento dos instrumentos utilizados 
durante a operação; solicita antecipadamente o material necessário para a cirurgia. Elemento 
de maior mobilidade no campo cirúrgico, mantém contato com as enfermeiras. 
Deve manter a ordem e limpeza do campo cirúrgico, substituindo compressas, 
colocando gazes e retirando fios e instrumentos deixados sobre o paciente. Em procedimentos 
menores, sua função pode ser delegada ao primeiro ou segundo auxiliar. 
Entre suas diversas funções, merecem destaque as que se encontram abaixo 
relacionadas: 
• Verificar com o chefe do CC a confirmação da internação e operação do paciente, 
os exames pré-operatórios e para que sala está escalado (Associação Nacional de 
Instrumentadores Cirúrgicos – ANIC, 2012). 
• Escolher o material específico para a cirurgia (ANIC, 2012). 
• Se não familiarizado com o cirurgião, perguntar antecipadamente sobre os fios que 
serão utilizados para dinamizar a cirurgia (ANIC, 2012). 
• Usar técnica de escovação correta, avental esterilizado e calçar as luvas (ANIC, 
2012). 
• Dispor o material da cirurgia na mesa de forma organizada, evitando contaminá-lo 
(ANIC, 2012). 
• Verificar a necessidade de substituição de material ou sua carência (ANIC, 2012). 
 Auxiliar na colocação dos campos que delimitam a área operatória, 
entregando-os ao assistente e ao cirurgião (ANIC, 2012). 
• Entregar os instrumentos ao solicitador de forma correta, evitando contaminação 
ou acidentes (ANIC, 2012). 
• Conservar o campo operatório sempre limpo e, em ordem, para evitar transtornos 
(ANIC, 2012). 
• No caso de cirurgias em que são retirados materiais para exames, responsabilizar-
se por eles até que sejam encaminhados ao setor competente (ANIC, 2012). 
• Ter o controle do material e instrumental durante toda a cirurgia, prestando-se 
atenção em toda e qualquer manobra do cirurgião; (contar compressas grandes, pequenas e 
gazes antes e ao término de cada procedimento cirúrgico) (ANIC, 2012). 
• Evitar o desperdício de materiais, porém dispor sempre do necessário para evitar 
complicações durante o ato cirúrgico (ANIC, 2012). 
• Ao final da cirurgia, separar o instrumental dos materiais perfurocortantes, 
evitando, dessa maneira, acidentes (ANIC, 2012). 
• Antecipar os pedidos do cirurgião, evitando o atraso no tempo operatório. Isto se 
consegue conhecendo o instrumental, o tempo cirúrgico e prestando atenção ao desenrolar da 
cirurgia, a fim de estar sempre um passo à frente do cirurgião (ANIC, 2012). 
• Atenção, iniciativa e rapidez durante todo o tempo, mantendo sempre uma técnica 
perfeita (ANIC, 2012). 
 
Conhecer as mesas e sua montagem com os instrumentais. 
Tipos de Mesas Cirúrgicas 
Na sala cirúrgica existem três tipos de mesas cirúrgicas: mesa do instrumentador, 
mesa do primeiro auxiliar e a mesa auxiliar de Mayo. 
A mesa de Mayo tem dimensão de 50cm x 35cm e é exclusiva para uso do cirurgião. 
O objetivo da montagem desta mesa é dinamizar e facilitar o trabalho do cirurgião, tornando o 
ato operatório mais eficiente. 
A mesa do primeiro auxiliar (do assistente) é retangular e mede, geralmente 80 cm x 
60 cm. Deve ser dividida em 6 partes (Figura 63), montada da esquerda para a direita (este 
sentido depende da posição assumida pelo cirurgião). O material ali exposto depende da 
necessidade cirúrgica. Nesta mesa os cabos dos instrumentos são voltados para o próprio 
assistente, pois este mesmo fará o uso (GOFFI, 2007). 
A mesa do instrumentador é retangular e geralmente mede 120x60cm. Fica ao lado 
deste mesmo, com todos os instrumentos dispostos na ordem em que serão usados durante a 
cirurgia (GOFFI, 2007). 
 
Mesa 01: Instrumentador; mesa 02: Mayo 
Preparação da Mesa Cirúrgica 
A preparação da mesa consiste no ato de dispor os instrumentos cirúrgicos de forma 
lógica, de forma a racionalizar e tornar eficaz o trabalho da equipe cirúrgica. 
Os instrumentos de todas as mesas vão atender a todo o ato operatório e deverão 
estar organizados e dispostos de tal forma que atendam aos tempos cirúrgicos e possíveis 
intercorrências. 
Para a montagem da mesa, o instrumentador, já paramentado, escolherá o local da 
sala menos movimentado iniciando sistematicamente a organização da mesa cirúrgica. 
Uma posição comum encontrada em alguns centros cirúrgicos é a mesa do 
instrumentador sob o paciente, eliminando- se assim a figura do instrumentador. A mesa 
poderá também estar posicionada em 90º à mesa cirúrgica, na extremidade inferior desta ou 
do lado do cirurgião, eliminando o papel desempenhado pelo instrumentador. 
Deverá ser colocado um campo impermeável e estéril sobre as mesas instrumentais 
para amortecer choques e para criar uma barreira antibacteriana, o que impedirá a 
contaminação de instrumentos. 
Os instrumentos cirúrgicos são dispostos de maneira ordenada e lógica e 
acompanham os tempos da cirurgia. Há diversas maneiras de dispormos o instrumental à 
mesa, entretanto, independentemente da maneira adotada deve-se saber que os 
procedimentos cirúrgicos dividem-se em diérese, hemostasia e síntese. Esta compreensão 
ajudará o instrumentador a organizar de forma adequada o material. 
A diérese refere-se a corte, abertura, divulsão de estruturas a ser operadas e aos 
principais instrumentos utilizados para diérese, que são: bisturi, cabo de bisturi, bisturi 
elétrico, ruginas, tesouras, etc. 
A hemostasia pretende estancarsangramentos de forma temporária ou definitiva. 
Nesse tempo cirúrgico pode-se utilizar instrumentos como pinças de Kelly, pinças de Halsted, 
pinças de Crile, etc. Já na etapa da síntese, o objetivo é a restauração da estrutura lesionada e 
os principais instrumento utilizados são: pinças, dente-de-rato, pinça anatômica, porta-agulha 
de Mayo Hegar comum, fios de sutura e agulhas. 
Instrumentos auxiliares podem ser utilizados durante a cirurgia e, normalmente, 
variam de acordo com as especialidades cirúrgicas. Exemplos delas são: afastadores de Gosset, 
pinça de Pozzi, afastadores de Volkmann, etc. 
Uma disposição básica do instrumental sobre a mesa seria dividir esta em quatro 
quadrantes. O quadrante proximal inferior o mais próximo do instrumentador e o distal 
superior mais afastado deste, como demonstração na figura a seguir: 
 
 
 
Seguindo a lógica dos tempos cirúrgicos, colocam-se os instrumentos de diérese no 
quadrante proximal inferior; os hemostáticos no distal inferior; os de síntese no proximal 
superior e, especiais, no distal superior. Gazes, compressas e instrumentos de maior porte 
podem se dispostos entre os quadrantes. 
É importante salientar que esta é uma sugestão básica de montagem, não sendo 
regra para o instrumentador. Este deve sentir-se livre para montagem própria. O importante é 
facilitar e agilizar o trabalho de instrumentar. 
É indicado que instrumentos mais delicados e menores sejam colocados mais 
próximos do instrumentador. Por exemplo, pinças Halsted devem ser primeiramente dispostas 
que pinças de Allis. 
Os bisturis, tesouras, bem como pinças hemostáticas, de preensão e especiais devem 
ficar dispostas com seus anéis para a porção superior da mesa, para possibilitar a correta 
empunhadura por parte do instrumentador quando for passar o instrumento ao cirurgião. 
Os porta-agulhas se colocam com os anéis para baixo, segurando agulhas, com a 
ponta da agulha apontada para cima a fim de não furar o plano da mesa e não se contaminar. 
Rosa (2009) divide a disposição do instrumental na mesa cirúrgica em 12 áreas. Na 
área 1, bisturi com lâmina para baixo e corte para esquerda; área 2, tesouras delicadas e fortes 
com pontas voltadas para o instrumentador; área 3, pinças tipo Kelly; área 4 é versátil e 
engloba as pinças de acordo com a cirurgia; área 5, Kocher reto; área 6 pinças com e sem 
dente; área 7, porta-agulha com anéis voltados para baixo; área 8, pinças de preensão; áreas 9, 
Backaus; ares 10, pinças e tesouras longas; área 11, compressas, agulha e fios; e área versátil. 
 
Outra forma de disposição dos instrumentos, agora da mesa do assistente, é quando 
distribuído em 6 áreas. Na área 1 colocam-se tesouras; na área 2, pinças com e sem dente; 
área 3, destinados a afastadores; área 4, pinças auxiliares versáteis; área 5, instrumentos 
versáteis de uso restrito a determinados tempos cirúrgicos; e área 6, colocam-se compressas, 
gazes e campos. 
 
 
 
 
 
Conhecer o posicionamento correto da equipe cirúrgica durante o ato operatório. 
A disposição adotada pela equipe cirúrgica é um importante fator para a 
sistematização dos movimentos e manobras cirúrgicas. A posição dos membros varia de 
acordo com a cirurgia a ser realizada, porém, o primeiro auxiliar fica sempre à frente do 
cirurgião, com o instrumentador ao seu lado, enquanto o segundo auxiliar fica ao lado do 
cirurgião. 
É indicado que, em cirurgia supra-umbilical, o cirurgião esteja à direita do operado, 
primeiro auxiliar e instrumentador em espaço contralateral. A mesa do instrumentador deve 
estar próximo aos pés do operado e mesa do auxiliar, se houver necessidade, às costas do 
auxiliar. Já em cirurgias infraumbilical, o posicionamento é inverso da equipe cirúrgica, 
mantendo as relações anteriores. 
 
 
Conhecer os instrumentais cirúrgicos para montagem de caixas básicas relacionadas 
aos procedimentos mais comuns. 
As caixas cirúrgicas podem ou não ser padronizadas nos hospitais ou ainda serem 
divididas conforme os tipos de cirurgias. Geralmente existem as caixas básicas, de pequena 
cirurgia, de laparotomia exploradora, de ortopedia e as demais caixas específicas por 
especialidade. 
O instrumentador cirúrgico deve conhecer a listagem de cada caixa, para que possa 
escolher a caixa adequada ao procedimento cirúrgico que irá participar. As caixas específicas 
devem ser trazidas pela equipe cirúrgica ou então solicitadas à reserva para o hospital. 
A montagem da caixa cirúrgica é de responsabilidade do profissional de enfermagem que 
trabalha na central de materiais esterilizados, mas o instrumentador cirúrgico deve saber 
montá-la, pois assim, poderá preparar as suas próprias caixas. 
Existem hospitais que aceitam que a caixa seja limpa e montada pelo instrumentador 
cirúrgico, mas há hospitais que não permitem esse procedimento. Nestes casos o 
instrumentador cirúrgico deve acompanhar e conferir o processamento do seu instrumental 
cirúrgico. 
As caixas devem estar limpas e preparadas de forma que o vapor da esterilização 
penetre na caixa e passe por todos os instrumentais. Esta caixa deve ser perfurada e embalada 
com campo duplo de algodão. Os instrumentais podem ficar presos para facilitar sua 
organização e conferência antes do início da cirurgia, mais precisamente na montagem da 
mesa cirúrgica. É de responsabilidade do instrumentador cirúrgico, conferir todos os aspectos 
relacionados aos instrumentais e materiais exclusivos. 
Caixas para diversos procedimentos: 
http://www.edlo.com.br/2016/wp-content/uploads/2016/12/ITM-Manual-de-
 Caixas.pdf
http://www.hospitalsantarosa.com.br/intranet/arquivo/download/47fda3aaba71
03c0bc59879160b4335a.pdf 
 
Conhecer os cuidados para conservação dos instrumentais cirúrgicos. 
A padronização dos procedimentos de limpeza e esterilização dos instrumentais 
busca, dentre outros aspectos, garantir uma maior durabilidade dos mesmos. Seguindo este 
objetivo abordaremos orientações a respeito de cuidados e procedimentos que são dirigidos 
aos profissionais envolvidos no reprocessamento e utilização do instrumental cirúrgico. 
A água: 
Este é um item crítico no processo de limpeza do instrumental cirúrgico em razão da 
procedência e do tipo de tratamento que a mesma é submetida, uma vez que a água pode 
apresentar uma grande concentração de Cloretos, elementos particulados e desequilíbrio do 
pH. Estes fatores combinados podem acelerar o processo de deterioração do instrumental ou 
favorecer a incrustação de precipitados minerais provocando corrosão. O íon cloro age no aço 
inoxidável reduzindo sua resistência à corrosão, ocasionando pontos localizados denominados 
“pites”, além de favorecer o surgimento de fissuras em áreas tensionadas, acarretando 
rompimento do instrumental. Temos ainda a presença de íons de metais pesados, tais como, 
Ferro, Cobre e Manganês, que podem depositar-se sobre a superfície dos instrumentos 
provocando o aparecimento de manchas coloridas, marrons, azuladas ou com as cores do 
arcoíris. Esta alteração superficial não se constitui imediatamente em um processo de 
http://www.hospitalsantarosa.com.br/intranet/arquivo/download/47fda3aaba7103c0bc59879160b4335a.pdf
http://www.hospitalsantarosa.com.br/intranet/arquivo/download/47fda3aaba7103c0bc59879160b4335a.pdf
corrosão, mas poderá vir a sê-lo. A água empregada nos processos de limpeza e esterilização 
deve apresentar-se dentro de certos limites, a fim de assegurar a redução da corrosão. O ideal 
é a utilização de água desmineralizada, deionizada ou destilada (DDD), ou a instalação de 
filtros de água e vapor na área de reprocessamento e esterilização do material, visando 
cumprir os limites estabelecidos na norma NBR 11816/2003. 
Detergentes: 
 São soluções químicas que têm a propriedade de umidificar substâncias que são 
insolúveis ou que possuem baixa solubilidade, auxiliando a remoção da sujidade. Eles podem 
ser iônicos (detergentes comuns) ou enzimáticos.Detergentes iônicos: Agem basicamente sobre as gorduras, tendo pouco efeito sobre 
proteínas e polissacarídeos, que são componentes abundantes da matéria orgânica. Como 
estes detergentes possuem pouca atividade sobre a matéria orgânica, exige-se uma escovação 
rigorosa dos artigos, tornando o processo de limpeza demorado, expondo os usuários a riscos 
ocupacionais, além de acelerar o processo de oxidação dos artigos. 
Detergentes enzimáticos: São detergentes neutros, não irritantes, que possuem na 
sua composição substâncias químicas denominadas enzimas, surfactantes e solubilizantes que 
tem a capacidade de decompor a matéria orgânica (pus, fezes, sangue, gordura...) presente 
nos artigos em curto espaço de tempo e sem causar danos aos artigos e ao meio ambiente. As 
enzimas existentes no detergente enzimático são basicamente de três tipos: • Proteases: 
decompõem as proteínas; • Amilases: decompõem os polissacarídeos; • Lipases: decompõem 
as gorduras. 
Desincrustante: 
 São substâncias abrasivas, altamente iônicas, com elevado teor de cloreto, uma vez 
que a propriedade detergente destas soluções resulta de uma estrutura molecular onde um 
radical orgânico está ligado ao íon cloro. Atuam revitalizando o instrumental, removendo 
ferrugem, crostas e manchas de oxidação, ou seja, devolvendo ao instrumental a aparência de 
novo. Embora possam provocar oxidação, às vezes estes produtos são necessários. Visando 
minimizar a ação nociva destes produtos, as instruções de utilização fornecidas pelo fabricante 
devem ser seguidas à risca. 
Limpeza 
 A limpeza consiste num banho em solução de detergente com água aquecida, tão 
logo os instrumentos deixem de ser utilizados. O detergente deve ser utilizado na 
concentração e tempo indicados pelo fabricante. A água deve ficar com a temperatura entre 
35°C e 45°C, pois, acima desta, as enzimas do detergente podem não funcionar 
adequadamente. O principal objetivo desta operação é a remoção de resíduos orgânicos 
(sangue, pus, gordura...), substâncias químicas (água oxigenada, álcool, éter, iodo...) e outras 
secreções. Independentemente do processo de limpeza utilizado, este deve ser realizado o 
mais precocemente possível, pois, quanto mais tempo demorar, maior será a dificuldade para 
remover os resíduos existentes nos instrumentos. Os instrumentos novos, que nunca foram 
utilizados, devem ser lavados e inspecionados antes de serem conduzidos à esterilização. 
O processo de limpeza pode ser realizado de três maneiras: 
• Limpeza manual: Os procedimentos de limpeza devem ser realizados utilizando-se 
Equipamentos de Proteção Individual (EPI’s): óculos, máscara, gorro, botas, avental 
impermeável de mangas longas e luvas de borracha. Os instrumentos que apresentam áreas 
críticas de limpeza e de difícil acesso podem reter tecidos orgânicos, secreções ou outras 
substâncias, impossibilitando uma remoção eficaz destes. Realiza-se a escovação individual do 
instrumental, peça a peça, sob água morna corrente, utilizando-se sabão neutro ou detergente 
enzimático. A escovação das partes serrilhadas deve seguir a linha da serrilha. Deve-se 
também limpar atentamente as articulações e cremalheira, pois estes locais são propensos a 
um acúmulo de sujidade. As escovas utilizadas devem possuir cerdas macias (nylon), visando 
preservar a integridade física do instrumental. Não é aconselhado o uso de materiais abrasivos 
na limpeza do instrumental, tais como, palhas ou esponjas de aço, pois, além de marcar e 
ocasionar microfissuras no instrumental, estes provocam a remoção do filme passivo protetor 
do substrato metálico, favorecendo o aparecimento da corrosão. 
• Limpeza por ultrassom: No processo de limpeza ultrassônica ocorrem micro 
explosões das moléculas de ar, deslocando a sujidade das superfícies que estão em contato 
com a solução de limpeza. Para garantir a qualidade, os instrumentais devem ser submetidos a 
uma limpeza prévia, eliminando os resíduos grosseiros de sujidade, principalmente nas partes 
serrilhadas e articulações, evitando que o processo torne-se ineficaz ou ineficiente. Todo artigo 
deve entrar em contato com a solução de limpeza, inclusive os lumes e canais. O tempo 
mínimo de 03 minutos, numa frequência de 25kHz a 40kHz é o suficiente para promover a 
limpeza do instrumental. A concentração elevada de resíduos na cuba do ultrassom 
comprometerá a eficiência da limpeza. Outro fato a ser observado com atenção especial deve-
se ao detergente utilizado, que este deverá possuir pH neutro e produzir a menor quantidade 
de espuma possível, existem produtos específicos para esse tipo de limpeza. Os instrumentos 
delicados devem ser colocados com cuidado, evitando-se o contato entre si, uma vez que as 
vibrações podem acarretar em desgaste prematuro. 
• Limpeza por lavadora termodesinfectadora (limpeza automatizada): Os processos 
automáticos de limpeza são realizados por equipamentos específicos, que executam as 
diversas etapas do processo de limpeza do instrumental cirúrgico, como pré-lavagem, 
detergência, enxágue, desinfecção, enxágue e secagem, garantindo um processo padronizado, 
além de reduzir a exposição dos profissionais a agentes infectantes ou contaminantes. Os 
instrumentos que serão submetidos à limpeza devem ser separados por peso, tamanho e tipo 
de sujidade, acondicionando-os em cestos apropriados. O carregamento da câmara com os 
cestos e a escolha do ciclo de limpeza depende da sujidade do instrumental e deve seguir 
especificações do fabricante e normas da instituição. 
Considerações gerais quanto ao processo de limpeza 
• Separação dos instrumentos: Os instrumentos devem ser separados por grau de 
delicadeza e espécie, visando sua preservação, além de evitar acidentes. Os instrumentos 
delicados devem ser lavados separadamente. Os leves devem ser acondicionados na cuba de 
lavagem sobre os pesados. A separação por espécie é realizada também com o objetivo de 
facilitar a limpeza. 
• Manuseio dos instrumentos: Manusear pequenas quantidades de material de cada 
vez, para garantir um tratamento delicado, evitando pressões desnecessárias. 
• Abrir instrumentos articulados: Tesouras, pinças, porta-agulhas, ou seja, 
instrumentos com articulação deverão ser colocados em posição aberta. As peças dos 
instrumentos desmontáveis devem ser submetidas à limpeza isoladamente. 
• Padronização dos procedimentos de limpeza: A fim de garantir que estes processos 
sejam executados da mesma maneira, os procedimentos de limpeza devem ser padronizados, 
reduzindo tempo, danos aos instrumentais e exposição ocupacional, além de assegurar a 
qualidade do processo. 
Enxágue 
 Após a completa limpeza dos instrumentos, através de lavagem manual ou 
ultrassônica, deve-se realizar um enxágue de modo a remover completamente qualquer 
resíduo de espuma. Visando um melhor enxágue dos instrumentos articulados, estes devem 
ser abertos e fechados diversas vezes durante este processo. Recomenda-se a utilização de 
água DDD a uma temperatura em torno de 40ºC a 60ºC para facilitar a secagem. 
Secagem 
 Após o enxágue, os instrumentos devem ser totalmente secos com tecido de 
algodão macio e absorvente, ou jato de ar comprimido. Deve-se evitar que os instrumentos 
sequem “ao natural” já que, neste caso, elementos da composição da água poderão agregar-se 
à superfície do instrumento. Quanto aos instrumentos articulados, deve-se dar atenção 
especial à articulação, buscando remover a totalidade da água do seu interior. 
Inspeção 
Após a limpeza e antes da esterilização, deve-se proceder um minucioso exame 
individual de cada peça. 
• Materiais com presença de sujidade: encaminhá-los para novo processo de 
limpeza. 
• Materiais danificados: encaminhá-los para conserto na assistência técnica 
recomendada pelo fabricante. 
• Materiais com vestígios de corrosão: encaminhá-los à assistência técnica, evitando 
que o processo de corrosão se espalhe aosdemais instrumentos. 
Os materiais que durante a inspeção apresentarem condições ideais de uso devem 
ser submetidos ao processo de revitalização. 
Revitalização/ Lubrificação 
Utiliza-se um produto neutro, hidrossolúvel, que age através da formação de uma 
película protetora sobre a superfície do instrumental, favorecendo a maleabilidade e 
prevenindo o surgimento de pontos de oxidação sobre estes. Deve ser atóxico e permeável ao 
vapor, portanto não há necessidade de sua remoção antes do processo de esterilização. A 
utilização de vaselina não é recomendada, esta forma uma fina camada na superfície do 
instrumental, sob a qual esporos podem resistir à esterilização. Após o processo de 
revitalização, os instrumentais são enviados para acondicionamento e esterilização. 
Manutenção 
Instrumentos que porventura necessitem e/ou permitam reparos, devem ser 
enviados à manutenção em empresa recomendada pelo fabricante, pois pessoas não 
credenciadas/habilitadas poderão alterar as características do instrumento, fazendo com que 
as responsabilidades por parte do fabricante, inclusive a garantia do produto sejam 
interrompidas. A ITM, empresa autorizada a fabricar a Marca EDLO, se reserva o direito de 
somente ela realizar as manutenções necessárias em instrumental dessa marca. Qualquer 
outra intervenção no instrumental pode ser interpretada como uma descaracterização do 
mesmo e, a partir desse momento, a ITM não assumirá qualquer responsabilidade sobre esse 
instrumental e suas falhas. É proibido qualquer processo de solda de instrumentos, pois o 
aquecimento provoca alterações microestruturais que comprometerão a sua vida útil, 
podendo vir a causar oxidação ou novas quebras.

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