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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE DEPARTAMENTO DE FÍSICA TEÓRICA E EXPERIMENTAL FÍSICA EXPERIMENTAL I Acadêmicos: Adauto Borges de Morais Junior, André Augusto Fernandes, Márcio André Pantoja Gaspar e Marília Lima de Medeiros Turma: 6T123 Professor: Edimilson Félix da Silva Data: 26/10/2018. Experimento N°5 – Estudo de Colisões Elásticas e Perfeitamente Inelásticas Objetivo A presente atividade teve o objetivo de estudar a conservação de momento linear nas colisões elásticas e perfeitamente inelásticas. O estudo da conservação de energia nas colisões elásticas e perfeitamente inelásticas também fez parte do objetivo desta atividade, assim como o desenvolvimento da análise de dados experimentais. Introdução teórica Em muitas situações, em um determinado sistema, a energia mecânica e o momento linear se conservam. Na colisão denominada Elástica a principal característica é que, após o choque, a velocidade das partículas muda de direção, mas a velocidade relativa entre os dois corpos mantém-se, teoricamente, igual. Na colisão denominada Perfeitamente Inelástica,também objeto do estudo, é quando ocorre a perda máxima de energia cinética. Após esse último tipo de colisão descrito, os objetos seguem unidos como se fosse um único corpo com massa igual à soma das massas antes do choque. Para a realização do experimento de colisões elásticas e perfeitamente inelásticas utilizou-se as seguintes expressões: m1v1i = m1v1f + m2v2f (1) 1/2m1v²1i = 1/2m1v²1f + 1/2m2v²2f (2) (1) Conservação do momento linear (2) Conservação da energia cinética Material utilizado Para realização do experimento de colisões elásticas e inelásticas foram utilizados os seguintes materiais: 1. Trilho de ar com compressor; 2. Dois carrinhos; 3. Batedor para choque elástico; 4. Prendedor para choque perfeitamente inelástico; 5. Módulo Interface Phywe ( Basic Unit-Cobra3); 6. Disparador mecânico; 7. Massas adicionais variadas; 8. Balança; 9. Fios diversos, cabos e o computador com o programa Measure. Figura 01 – Foto da montagem experimental dos equipamentos utilizados Figura 02 – Foto da montagem experimental dos equipamentos utilizados Procedimento Experimental No presente experimento foram analisados os conceitos de choque inelástico, com ênfase no perfeitamente inelástico, e elástico; através da colisão de dois corpos. Para isso foi utilizado o material apresentado na figura 01, no qual, um carrinho com massa conhecida percorre um trilho de ar, que simula uma superfície sem atrito, até colidir com o outro carro, também de massa conhecida, para que se fosse estudada a reação ocorrida para cada uma das situações propostas. No primeiro momento, foram estudados os choques elásticos, sendo assim, foi acoplado o batedor para choque elástico (3), composto pelo dispositivo com a borracha (garfo) e o batedor laminar, postos um em cada carrinho. O primeiro lançamento foi feito com ambas as massas iguais, nesse caso, foram analisados descarregados, cada um com 210g. O projétil é disparado (6), o primeiro sensor lê a sua velocidade inicial, ao colidir com o alvo, o projétil para, então o alvo começa a se movimentar e por fim o segundo sensor faz a leitura da sua velocidade final. O segundo lançamento foi realizado com o alvo mais pesado, sendo acrescentado dois pesos de 50g (7) nele, totalizando 310g e o projétil continuando a possuir 210g. Como no anterior, o projétil foi disparado e o primeiro sensor leu a sua velocidade inicial, porém ao colidir com o alvo, retorna, tendo velocidade negativa e o primeiro sensor tendo uma segunda leitura (velocidade final do projétil), enquanto o alvo também adquiriu movimento (no sentido positivo) e o segundo sensor lê a velocidade final do alvo. No terceiro lançamento, os pesos foram transferidos para o projétil, tendo agora ele 310g e o alvo 210g. Nesse caso, o projétil também é lançado e o primeiro sensor lê a sua velocidade inicial, contudo ao colidir com o alvo, ambos seguem movimento na mesma direção, o segundo sensor fazendo primeiramente a leitura da velocidade final do alvo e depois a velocidade final do projétil. Finalizados esses três lançamentos, foi trocado o batedor para choque elástico pelo prendedor para choque perfeitamente inelástico (4), composto pelo batedor de agulha e o batedor de cera, postos um em cada carrinho; Para começar a serem analisados os casos de choques perfeitamente inelásticos. O primeiro lançamento foi feito com os carrinhos descarregados, ambos com 210g. O projétil foi disparado e o primeiro sensor fez a leitura da sua velocidade inicial, ao colidir com o alvo, os dois começaram a se deslocar como um bloco e o segundo sensor fez duas medições de velocidade aproximadamente iguais (velocidade final do alvo e velocidade final do projétil). No segundo lançamento foram colocados os dois pesos de 50g no alvo, ele possuindo 310g e o projétil 210g. Quando o projétil foi disparado, novamente o primeiro sensor mediu a sua velocidade inicial e ao colidir com o alvo eles se deslocaram em conjunto, desse modo o segundo sensor fazendo duas medições de velocidades aproximadamente iguais (velocidade final do alvo e velocidade final do projétil), porém, menores que as do lançamento anterior. Figura 03 - Ilustração do Experimento (Choque elástico) P1. Demonstre que, neste caso, as velocidades finais serão dadas por: V1f = m1-m2 V1i m1+m2 (Equação 1) m1v1i = m1v1f + m2v2f ½ m1v1i2 = ½ m1v1f2 + ½ m2v2f2 m1 (v1i - v1f) = m2v2f (1) m1 (v1i2 - v1f2) = m2v2f2 -> m1 (v1i - v1f) (v1i + v1f) = m2v2f2 (2) (2) = v1i + v1f = v2f (3) (1) (1) -> (3) : m1 (v1i - v1f) = m2 (v1i + v1f) v1i (m1 - m2) = v1f (m1 + m2) v1f = (m1 - m2) v1i (m1 + m2) V2f = 2m1 V1i m1+m2 (Equação 2) m1v1i = m1v1f + m2v2f v1f = v2f = vf m1v1i = m1vf + m2vf m1v1i = vf (m1 + m2) v2f = 2m1 v1i (m1 + m2) Choque Elástico: Caso 1: m1 = m2 Antes da colisão Depois da colisão Massa (Kg) Velocidade inicial (m/s) Energia cinética inicial (J) Momento linear inicial (kgm/s) Velocidade final (m/s) Energia cinética final (J) Momento linear final (kgm/s) Projétil (m1) 0,210 1,362 0,195 0,286 0,0 0,0 0,0 Alvo (m2) 0,210 0,0 0,0 0,0 1,327 0,185 0,279 Tabela 01 - Valores experimentais, para cada corpo, obtidos na choque elástico para m1 = m2. Antes da colisão Depois da colisão Energia cinética total do sistema (J) 0,195 0,185 Momento linear total do sistema (kgm/s) 0,286 0,279 Tabela 02 - Valores experimentais, para o sistema, obtidos na choque elástico para m1 = m2. Caso 2: m1 < m2 Antes da colisão Depois da colisão Massa (Kg) Velocidade inicial (m/s) Energia cinética inicial (J) Momento linear inicial (kgm/s) Velocidade final (m/s) Energia cinética final (J) Momento linear final (kgm/s) Projétil (m1) 0,210 1,304 0,179 0,274 -0,199 0,004 -0,042 Alvo (m2) 0,310 0,0 0,0 0,0 1,029 0,164 0,319 Tabela 03 - Valores experimentais, para cada corpo, obtidos na choque elástico para m1 < m2. Antes da colisão Depois da colisão Energia cinética total do sistema (J) 0,179 0,168 Momento linear total do sistema (kgm/s) 0,274 0,277 Tabela 04 - Valores experimentais, para o sistema, obtidos na choque elástico para m1 < m2. Caso 3: m1 > m2 Antes da colisão Depois da colisão Massa (Kg) Velocidade inicial (m/s) Energia cinética inicial (J) Momento linear inicial (kgm/s) Velocidade final (m/s) Energia cinética final (J) Momento linear final (kgm/s) Projétil (m1) 0,310 1,118 0,194 0,347 0,270 0,011 0,084 Alvo (m2) 0,210 0,0 0,0 0,0 1,293 0,176 0,272 Tabela 05 - Valores experimentais, para cada corpo, obtidos na choque elástico para m1 > m2. Antes da colisão Depois da colisão Energia cinética total do sistema (J) 0,194 0,187 Momento linear total do sistema (kgm/s) 0,347 0,355 Tabela 06 - Valores experimentais, para o sistema, obtidos na choqueelástico para m1 > m2. Choque Perfeitamente Inelástico: Caso 1: m1 = m2 Antes da colisão Depois da colisão Massa (Kg) Velocidade inicial (m/s) Energia cinética inicial (J) Momento linear inicial (kgm/s) Velocidade final (m/s) Energia cinética final (J) Momento linear final (kgm/s) Projétil (m1) 0,210 1,278 0,171 0,268 0,572 0,034 0,120 Alvo (m2) 0,210 0,0 0,0 0,0 0,572 0,034 0,120 Tabela 07 - Valores experimentais, para o sistema, obtidos no choque perfeitamente inelástico para m1 = m2. Antes da colisão Depois da colisão Energia cinética total do sistema (J) 0,171 0,069 Momento linear total do sistema (kgm/s) 0,268 0,240 Tabela 08 - Valores experimentais, para o sistema, obtidos no choque perfeitamente inelástico para m1 = m2. Caso 2: m1 < m2 Antes da colisão Depois da colisão Massa (Kg) Velocidade inicial (m/s) Energia cinética inicial (J) Momento linear inicial (kgm/s) Velocidade final (m/s) Energia cinética final (J) Momento linear final (kgm/s) Projétil (m1) 0,210 1,335 0,187 0,280 0,429 0,019 0,090 Alvo (m2) 0,310 0,0 0,0 0,0 0,429 0,029 0,133 Tabela 09 - Valores experimentais, para o sistema, obtidos no choque perfeitamente inelástico para m1 < m2. Antes da colisão Depois da colisão Energia cinética total do sistema (J) 0,187 0,048 Momento linear total do sistema (kgm/s) 0,280 0,223 Tabela 10 - Valores experimentais, para o sistema, obtidos no choque perfeitamente inelástico para m1 < m2. Análise dos Resultados Tratando-se de um procedimento experimental, que está sempre sujeito a erros, foi necessário calcular o desvio padrão das medidas para analisar os resultados obtidos. O critérios utilizados para a análise foram os seguintes: Erros admissíveis nas medidas: · 5% para o momento linear; e · 7% para a energia cinética. Devendo ser calculados através das seguintes expressões matemáticas: Se δ%P < 5% então Pi = Pf. Se δ%P > 5% então Pi ≠ Pf. Se δ%P < 7% então Ei = Ef. Se δ%P > 7% então Ei ≠ Ef. Choque Elástico Ei (Energia cinética inicial) (J) Ef (Energia cinética final) (J) Erro percentual para a energia cinética Pi (Momento linear inicial) (kgm/s) Pf (Momento linear final) (kgm/s) Erro percentual para o momento linear m1 = m2 0,195 0,185 5,13% 0,286 0,279 2,45% m1 > m2 0,194 0,186 4,12% 0,346 0,355 2,6% m1 < m2 0,178 0,168 5,61% 0,274 0,277 1,09% Tabela 11 - Valores calculados a partir dos dados experimentais obtidos no choque elástico nos três casos. No choque elástico, observou-se que os erros ficaram dentro da porcentagem admissível, o que comprova que neste caso foram mantidos, após a colisão, tanto o momento linear quanto a energia cinética, comprovando o que diz a teoria. Pi = Pf Ei = Ef Choque Perfeitamente Inelástico Ei (Energia cinética inicial) (J) Ef (Energia cinética final) (J) Erro percentual para a energia cinética Pi (Momento linear inicial) (kgm/s) Pf (Momento linear final) (kgm/s) Erro percentual para o momento linear m1 = m2 0,171 0,069 59,65% 0,268 0,240 10,44% m1 < m2 0,187 0,048 74,33% 0,280 0,223 20,35% Tabela 12 - Valores calculados a partir dos dados experimentais obtidos no choque perfeitamente inelástico nos dois casos. Já no choque completamente inelástico, observaram-se erros acima dos admissíveis, o que nos leva a interpretar que tanto o momento linear quanto a energia cinética não se conservaram após a colisão. Tal constatação encontra embasamento na teoria somente para a energia cinética, que em uma colisão inelástica não conserva energia (Ei ≠ Ef). No entanto, a margem de erro do momento linear acima do admissível indica um conflito entre dados experimentais e teoria, pois o mesmo deveria ter se mantido após a colisão (Pi = Pf), o que nos leva a crer que houve algum problema durante o experimento, que pode ter sido ocasionado por má regulagem dos equipamentos ou até por aplicação inadequada dos procedimentos experimentais. Conclusão Esta atividade nos proporcionou estudar dados obtidos através de procedimento experimental e confrontá-los com suas teorias Físicas correspondentes. Isso foi possível através do cálculo de suas “margens de erro” e da análise crítica dos resultados. Bibliografia [1] TAKEYA,Mario e MOREIRA,José A. M., Apostila de Física Experimental I - Laboratório de Física 1 - UFRN,Natal (2010) [2] TIPLER | MOSCA, Vol 1 - 6ºedi, FÍSICA Para Cientistas e Engenheiros Anexo I P2. Demonstre que a velocidade final é dada por: vf = m1 * v1i / (m1 + m2) (Equação 3) R. Compreendendo que na colisão perfeitamente inelástica apenas o momento linear se conserva e que, nesse caso, após a colisão os carrinhos obtém a mesma velocidade final, tem-se: m1*V1i + m2*V2i = m1*V1f + m2*V2f sabendo que V1f = V2f , tem-se: m1*V1i + m2*V2i = Vf*(m1 + m2) Tendo em vista que o alvo está inicialmente parado (Vi = 0) e reorganizando a equação, tem-se: Vf = m1*V1i / (m1 + m2) P3. Analise as equações 1, 2 e 3 e descreva o que acontece com as velocidades finais quando: m1 = m2 m1>> m2 m1<< m2 R. m1 = m2 Se m1 = m2 , então, de acordo com a equação 1, V1f = 0; pela equação 2, V2f = V1i; e pela equação 3, Vf = ½ V 1i . m1 > m2 Se m1 > m2 , então, de acordo com a equação 1, V1f será menor que a velocidade inicial aproximando-se de 0; pela equação 2, V2f = V1i ; e pela equação 3, Vf irá aproximar de 0 . m1 < m2 Se m1 < m2 , então, de acordo com a equação 1, V1f será negativo, ou seja, V1f < 0; pela equação 2, V2f = 0 ou irá entrar em movimento com V2f menor que V1i ou aproximadamente 0; e pela equação 3, Vf irá aproximar de 0. Choque perfeitamente elástico P4. Verifique se o choque foi, de fato, perfeitamente elástico nos três casos analisados. Explique a sua resposta. R. Os três casos analisados no choque elástico,sim de fato o foram pois os resultados apresentados na tabela 11 mostram um erro dentro do chamado erro admissível. P5. A quantidade de momento linear se conservou? Explique a sua resposta. R. Para os três casos analisados empiricamente houve uma perda abaixo de 3%,verificando-se assim uma conservação do momento linear. P6. O que prevê a teoria para os casos analisados? R. A teoria é que, após o choque, a velocidade dos corpos muda de direção, mas a velocidade relativa entre os mesmos mantém-se igual.Conservando-se ,assim, a Quantidade de Movimento ,ou Momento Linear. Choque perfeitamente inelástico P7. A energia cinética foi conservada nos dois casos? Explique a sua resposta. R. Como prevê a teoria, a energia cinética não se conservou em nenhum dos casos, pois essa energia cinética é transformada em outra forma energia, por exemplo, em energia térmica, ocasionando o aumento da temperatura dos objetos que colidiram. Esse fato pode ser visto ao analisar o erro percentual para energia cinética presente na tabela 12. P8. A quantidade de movimento linear se conservou? Explique a sua resposta. R. Para os dois casos analisados empiricamente houve uma diferença muito acima de 7% (entre 10 e 20% nos dois casos) entre os momentos lineares final e inicial,verificando-se assim uma não conservação do momento linear. P9. O que prevê a teoria para os casos analisados? Explique a sua resposta. R. A teoria prevê que a Energia Cinética não irá se conservar, pois em relação ao centro de massa sua energia é convertida em energia térmica ou interna do sistema. Já o Momento Linear se conserva, tendo então que, os dois corpos passam a ter a mesma velocidade comum depois da colisão, frequentemente porque eles grudam um no outro. Portanto as velocidades finais são iguais entre si e à velocidade do centro de massa.
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