Prévia do material em texto
Doenças do Sistema Respiratório Patologia Especial Adenite Equina - Garrotilho Doença aguda. Causa: Streptococcus equi. Vias: Aerossóis, alimento contaminado, através do tratador ou objetos contaminados. Complicações: 1 - Contágio 2 - A bactéria se multiplica em linfonodo, causando linfadenite supurativa acentuada. 3 - A bactéria migra para o epitélio da cavidade nasal - Intensa inflamação purulenta. Os linfonodos da cabeça podem crescer tanto, que comprimem pares de nervos cranianos. A bactéria pode colonizar a região do Divertículo da tuba auditiva. (Quadro de impiema). O exsudato purulento que o animal tem na cavidade nasal pode ser aspirado. E desenvolve um quadro de pneumonia. Sinais clínicos: Secreção nasal, linfonodos aumentados e dolorosos, febre, tosse, conjuntivite. Necropsia: Secreção nasal purulenta, hiperemia acentuada, linfadenite purulenta, empiema de bolsa gutural Mormo ☆ Doença crônica de equídeos. Doença de notificação obrigatória. Humanos e carnívoros. Causa: Burkholderia mallei. Vias: Ingestão de alimentos contaminados ou contato direto entre os animais. 1- Infecção 2- A bactéria penetra em vasos linfáticos onde irá causar a linfangite e linfadenite. Formação de nódulos e pústulas no tecido subcutâneo que tendem a ulcerar. Lesões piogranulomatosas na cavidade nasal. Os nódulos crescem, ulceram e cicatrizam. Sinais clínicos: Caquexia, exsudato mucopurulento, linfangite supurativa, fístulas cutâneas. O animal deve ser eutanasiado. Necropsia: Cicatriz em estrela no septo nasal, linfadenite. Pitiose & Conidiobolomicose Rinite granulomatosa. Causa: Pythium insidiosum, Conidiobolus spp. Podem acontecer os dois fungos ao mesmo tempo. Por serem agentes de difícil fagocitose, induzem um processo inflamatório e formação de granulomas. Pythium insidiosum, Conidiobolus spp se multiplicam em matéria orgânica vegetal em contato com a água. Índice de letalidade Pitiose: 85% Índice de letalidade Conidiobolomicose: 100%. Evitar o contágio. Dificuldade respiratória, já que o granuloma está dentro da cavidade nasal. Exsudato purulento, já que o granuloma tem o centro necrótico. Isso altera os mecanismos de defesa da cavidade nasal, o que pode ocorrer uma inflamação bacteriana secundária. Inflamações piogranulomatosa: Massa proeminente e irregular (granuloma) em cavidade nasal. Pitiose: Forma granuloma na região mais rostral da cavidade nasal. Conidiobolomicose: Forma granuloma na região mais caudal da cavidade nasal. E pode gerar um quadro de exoftalmia. Ambos podem formar êmbolos sépticos. Necropsia: Massa proliferada de coloração opaca de superfície irregular e firme (granuloma), áreas de necrose e hemorragia. Rinite parasitária: Oestrose ‘’Falso torneio’’ Ovinos e caprinos. Parasita: Oestrus ovis (mosca) amarronzada que deposita suas larvas nas narinas de pequenos ruminantes. As larvas andam e migram para dentro da cavidade nasal. Quadro clínico: Transitório. O animal apresenta: meneio de cabeça, espirros, respiração ruidosa, andar em círculos e rinite catarral, secreção nasal mucosa (catarral). Necropsia: Larvas na cavidade nasal, hiperemia da cavidade nasal, muco na cavidade nasal. Traqueia: Colapso Traqueal Má formação dos anéis cartilaginosos. Mais comum de acontecer em cães em miniatura. É o colabamento da traqueia que ocorre como consequência do achatamento dorsoventral da traqueia (A membrana traqueal fica mais longa e flácida, e ela cole o outro anel cartilaginoso). Esse achatamento predispõe o colabamento da traqueia, que pode evoluir para asfixia, perda da consciência e morte. Quando o animal passa por situações de exercício ou estresse. Em raças gigantes pode-se ter o colapso traqueal, por trauma dos anéis cartilaginosos. Quadro clínico: Dispneia, tosse não produtiva e intolerância ao exercício. Traqueobronquite infecciosa canina ‘’Tosse dos canis’’ É uma doença aguda, transmitida por aerossóis. Agente: Bordetella bronchiseptica, Adenovírus canino tipo 2 e vírus da parainfluenza canina. (Os agentes podem estar separados, ou associados). Quadro clínico: É caracterizado por crises esporádicas de tosse (chamada “tosse de ganso”), com início súbito. Pode ocorrer engasgo e ânsia de vômito. O quadro clínico tem evolução de até 21 dias e geralmente os animais se recuperam. Doença Multifatorial. Pulmão - Distúrbios/Alterações circulatórios: Pulmão: A parede do alvéolo é composta por uma célula chamada Pneumócito I, que são responsáveis por fazerem a troca gasosa. Não tem a capacidade de se multiplicar. Se o Pneumócito I for perdido, o Pneumócito II tenta substituí-lo. O pneumócito tipo II é responsável por produzir uma substância surfactante, que impede o colabamento dos alvéolos. Consegue se multiplicar, sofrer metaplasia, diferenciação e Pneumócito I. Congestão Pulmonar É o acúmulo de sangue não oxigenado no pulmão. A causa mais comum dessa alteração é a insuficiência cardíaca esquerda. Macroscopicamente: O pulmão adquire coloração vermelho violácea, aumentada de tamanho, fluindo sangue ao corte. Edema pulmonar Pode estar associado com aumento da pressão hidrostática (insuficiência cardíaca e hipervolemia), diminuição da pressão oncótica (insuficiência renal, insuficiência hepática, parasitas hematófagos e caquexia), gases tóxicos ou processos inflamatórios. Causas: Inflamações não inflamatórias (mais acentuado e pode causar a morte) e inflamatórias. Macroscopicamente: Presença de espuma na traqueia e brônquios. Pulmão aumentado de tamanho, pleura lisa e brilhante, hipocaptação, flui líquido. Distúrbios/Anormalidades da inflação alveolar: Atelectasia Caracterizada pelo colabamento alveolar. Alteração congênita ou adquirida. Congênita: Dificuldade do indivíduo de produzir substâncias surfactantes, o Pneumócito II não produz. O animal tem insuficiência respiratória, e dependendo do tanto que o pulmão estiver comprometido, o animal pode morrer. Pode estar associado com aspiração de mecônio. Pode-se encontrar atelectasia em fetos que foram abortados, já que ele nunca respirou. Adquirida: Se tiver obstrução total do trato respiratório, o ar não entra, e o pulmão colaba. Pneumotórax é outra causa. O pulmão perde a pressão negativa, e o ar não será inspirado. Compressão Qualquer coisa que ocupe espaço na cavidade torácica, comprime o pulmão e gera atelectasia. Macroscopicamente: Pulmão hipercorado, hipocreptante e diminuído de tamanho. Enfisema Em animais é discreto. É caracterizado por uma distensão/rompimento excessivo dos alvéolos, associada à destruição da parede alveolar gerando acúmulo de ar no pulmão. Pode acontecer no alvéolo, e interstício. Alveolar: Acúmulo de ar no alvéolo. O alvéolo se ‘’une’’, ocorre acúmulo de ar, e diminui a área de troca gasosa. Animais que moram com fumantes, têm complicações pulmonares. Pode ser observado em indivíduos que têm morte agônica. Pode ser observado em cães de maneira idiopática na periferia do pulmão. Pode acontecer nos animais por obstrução parcial do sistema respiratório superior. Macroscopicamente: Pulmão hipocorado, hipercreptante e aumentado de tamanho. Pneumonia: É classificado de acordo com: O tipo de lesão e a distribuição das lesões. Classificação: - Broncopneumonia; - Pneumonia Intersticial; - Pneumonia embólica; -Pneumonia granulomatosa; - Pneumonia hipostática. Bactéria que chega ao pulmão via aerógena causa Broncopneumonia. Broncopneumonia Distribuição: Crânio-ventral. Causa: Bactérias. Vias: Exógenas, Aerógena (broncogênica) ou aspiração de conteúdo (alimentos). Local: O exsudato está dentro do alvéolo. A área afetada apresenta hiperemia, que evolui para consolidação vermelha e cinzenta do parênquima pulmonar e depois há resolução do processo. 1 - Hiperemia (pulmão discretamente firme); 2 - Consolidação vermelha (pulmão firme, vermelho escuro, hipocreptante) → Presença de hiperemia e exsudato nos alvéolos; 3 - Consolidação cinzenta (pulmão muito firme, pálido, hipocreptante) → Diminui a hiperemia e exsudato nos alvéolos; 4 - Resolução - O agente etiológicoé eliminado (pode não acontecer), ocorre regeneração do parênquima pulmonar e, em pouco tempo, o pulmão volta ao aspecto normal. Classificação (de acordo com exsudato): Purulenta e fibrinosa. Consolidação do Parênquima pulmonar: Caracterizada por uma alteração da cor e consistência do pulmão. Broncopneumonia Supurativa: ‘’Pneumonia lobular’’ Causada por bactérias menos patogênicas, via aerógena. Exsudato purulento nos brônquios, bronquíolos e alvéolos. Consolidação cranio-ventral. Macroscopia: Consolidação do parênquima pulmonar, vermelho a acinzentado, exsudato purulento e mucopurulento. Broncopneumonia Fibrinosa: Causada por bactérias patogênicas, via aerógena ‘’pneumonia lobar’’ ou por aspiração de conteúdo alimentar ‘’pneumonia por aspiração’’ e erros de intubação. É possível observar áreas de aderência e necrose pulmonar. Macroscopia: Congestão acentuada e hemorragia, necrose (sequestro pulmonar - o pulmão isola a área necrótica), fibrina recobrindo a pleura pulmonar (pode formar áreas de aderências), pulmão aumentado. Aspecto marmorizado. Pneumonia Intersticial Pneumonia crônica. Causa: Vírus pneumotrópicos (atração pelo pulmão) ou agentes irritantes (gases tóxicos, fumaça, etc). Os agentes causam irritação na parede do alvéolo e atraem infiltrado inflamatório. Vias: Aerógena ou hematógena. Local: Exsudato na parede do alvéolo. Distribuição: Dorso-caudal ou difusa. Macroscopicamente: Pulmão aumentado de tamanho, pulmão não colaba, com impressão das costelas, aspecto borrachoide, com coloração levemente avermelhada ou acinzentada, sem exsudato visível (fase crônica). Fase aguda: Ainda se tem liberação de grande quantidade de exsudato. Fase crônica: Proliferação de tecido na parede do alvéolo. A parede do alvéolo fica espessa, e o alvéolo não consegue desinflar. Geralmente a pneumonia intersticial causa quadro transitório, onde a remoção do agente irritante é suficiente para controlar o processo, ou a própria infecção viral é controlada. O gás irritante em si geralmente não causa uma pneumonia fatal, as bactérias (complicador secundário) podem aproveitar esse momento e colonizar o pulmão agravando. Em casos graves: Fibrose pulmonar e enfisema como sequelas. Pode evoluir para broncopneumonias. Pneumonia Embólica Causa: Bactérias. Via: Hematógena. Distribuição: Multifocal aleatória. O animal tem um foco infeccioso primário, as bactérias geram um processo inflamatório e formam-se abcessos. Macroscopicamente: Múltiplos abscessos no parênquima pulmonar. Morte por edema pulmonar = rara. O comprometimento da função respiratória é raro, porém, quando há uma quantidade maciça de embolia séptica pulmonar em vários locais do pulmão e ao mesmo tempo, pode causar edema pulmonar e a morte do animal. Pneumonia Granulomatosa Causa: Agentes de difícil fagocitose. (Vírus, bactéria, parasita, fungo…) Vias: Aerógena ou hematógena. Distribuição: Multifocal aleatória ou focalmente extensa. Macroscopicamente: Múltiplos nódulos (granulomas) firmes, proeminentes, de coloração pálida, superfície irregular, bem delimitados e tamanho variável no parênquima pulmonar. Pneumonia Hipostática Decúbito prolongado de animais, que dificulta a circulação sanguínea e causa acúmulo anormal de sangue, devido ação da gravidade, nas regiões mais próximas do solo (congestão hipostática). O sangue acumulado favorece a proliferação bacteriana e a ocorrência de pneumonia. Consolidação pulmonar com presença de exsudato. Pneumonias Espécie-Específicas: Rodococose Doença de equinos jovens - Entre 1 e 6 meses de idade. Causa: Rhodococcus equi. Estimula o padrão de resposta inflamatória, ao invés do tecido continuar atraindo Neutrófilos que iriam destruir o Rhodococcus, ele passa a atrair macrófago. O macrófago não consegue destruí-lo. A pneumonia que começou sendo broncopneumonia supurativa, se torna pneumonia granulomatosa. Vias: Aerógena. Sinais clínicos: Secreção nasal, febre, tosse, taquipneia, estertores, diarreias. Quadro: 1- O quadro é caracterizado por broncopneumonia supurativa. 2- O quadro pneumônico é alterado para pneumonia granulomatosa. Distribuição: Granulomas com distribuição multifocal aleatória no pulmão. Necropsia: Consolidação crânio-ventral de pus, pneumonia granulomatosa, colite ulcerativa (não é sempre). Durante a fase exsudativa da doença pode ocorrer deglutição do exsudato com consequente colonização do cólon, podendo ocorrer colite ulcerativa. Tuberculose Zoonose. Doença crônica com sintomatologia clínica tardia. Causa: Mycobacterium sp., Mycobacterium bovis, M. tuberculosis. Sinais clínicos: Causam lesões tardias, geralmente o animal não apresenta sintomatologia. Perda de peso, apatia, febre, tosse. Vias: Aerógena ou digestivas. Necropsia: Pneumonia granulomatosa, granulomas em linfonodos e em diferentes órgãos. → Nódulos acinzentados, superfície irregular, coloração pálida /amarelada, firme. 1-Bactéria inalada; 2-Colonização do pulmão; 3-Formação de granulomas. Causa necrose caseosa no pulmão. O Mycobacterium sp. consegue se multiplicar dentro de macrófagos, e, portanto, é de difícil fagocitose. Quando o animal se alimenta de um alimento contaminado pelo Mycobacterium, pode ter um processo inflamatório inicial nos linfonodos da cabeça, mas a lesão maior é no intestino → Enterite granulomatosa, com comprometimento de linfonodo mesentérico. Do intestino, volta para o pulmão e causa o quadro pneumônico de pneumonia granulomatosa. Tuberculose miliar ou perlácea: formação de êmbolos sépticos e colonização de diferentes órgãos, onde serão observados pequenos granulomas. Linfadenite: Após a colonização do pulmão a bactéria pode conseguir penetrar nas vias linfáticas e causar linfadenite granulomatosa nos linfonodos mediastínicos. O animal que der positivo para tuberculose, recebe um ‘’P’’ na face, e em um período de 30 dias deve ser abatido. Microscopicamente: Centro necrótico (pode ter áreas de mineralização) circundado por macrofagos, células gigantes multinucleadas e células epiteliais → Granuloma. Para diferenciar se o nódulo é de tuberculose, se faz uma coloração especial chamada de Ziehl-Neelsen → Cora Bacilos Álcool-Ácido Resistentes - BAAR. Se estiverem corados, é positivo para Tuberculose. Mannheimiose Pneumônica ‘’Febre dos transportes’’ Doença de bovinos. Causa: Mannheimia haemolytica. A bactéria é encontrada na cavidade nasal, porém, os mecanismos de defesa do sistema respiratório não deixam que ocorra a colonização. O que acontece é que quando os animais são submetidos a estresse, a microbiota normal da cavidade nasal sofre desequilíbrio, e a bactéria consegue se proliferar e colonizar o pulmão. Sinais clínicos: Apatia, febre, tosse não produtiva. Evolução: Aguda, de 12 a 72h. Toxinas: Causam lesão pulmonar, que causa lesão em leucócitos, e toxinas que causam choque séptico. Necropsia: Broncopneumonia fibrinosa bilateral, necrose, aderências pulmonares entre os lobos pulmonares ou entre pulmão e pleura torácica. Consolidação crânio-ventral do pulmão, exsudato fibrinoso. Edema intersticial. Pneumonia Enzoótica Suína Causa: Mycoplasma hyopneumoniae. Vias: Aerógena, irá causar broncopneumonia supurativa ou catarral. Geralmente o animal não morre da doença, porém, há perdas econômicas, já que o animal perde peso. Essa bactéria também irá causar destruição de cílios e diminuição da eficácia do sistema imune no sistema respiratório inferior, favorecendo a colonização do pulmão por bactérias mais patogênicas, altera qualidade do muco. Favorecendo colonização/infecção secundária. Necropsia: Consolidação crânio-ventral, vermelho escuro a pálido, exsudato purulento a mucopurulento, infecção secundária. Pasteurelose Suína Causa: Pasteurella multocida, Mycoplasma hyopneumoniae. Quadro: Grave, com potencial septicêmico e de choque séptico. 1- O Mycoplasma hyopneumoniae diminui a eficácia de cílios e do sistema imune; 2- A Pasteurella multocida pode colonizar o pulmão, causando um quadro de Broncopneumonia fibrinosa. Necropsia: Broncopneumonia fibrinosabilateral, necrose pulmonar, sequestro pulmonar e áreas de aderência. Pleura e Cavidade torácica: Efusões Pleurais Na cavidade torácica: Hidrotórax: Acúmulo de transudato. Hemotórax: Acúmulo de sangue. Piotórax: Acúmulo de pus. Quilotórax: Acúmulo de linfa. Pneumotórax: Acúmulo de ar. Hidrotórax pode estar associado a quadros de Hipoproteinemia e ICC.