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Apostila de Organização de Currículos e planos de Curso_N


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3347-3030 / 2446-0502 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução: ............................................................................................................................ 3 
1. Mas afinal, o que é currículo? .......................................................................................... 5 
1.1 Ampliando a visão de currículo....................................................................... 7 
1-2 Conhecendo mais de perto os fatores que influem na elaboração do 
currículo .......................................................................................................................... 11 
2. O currículo de acordo com os documentos oficiais ....................................................... 15 
2-1 O currículo e a constituição .......................................................................... 16 
2-2 O currículo na LDB 9394/96 ......................................................................... 17 
2-3 O currículo e os PCNs .................................................................................. 19 
3. Seleção de conteúdos: vamos definir o que ensinar.? .................................................. 24 
4. O que se espera da escola - os objetivos. ..................................................................... 28 
4-1 Conversando sobre os diferentes níveis de objetivos ................................. 28 
4-2 Classificando os objetivos em gerais e específicos .................................... 33 
5. Como ensinar? Os meios e métodos ............................................................................. 37 
6. Mãos à obra: vamos planejar o curso! ........................................................................... 45 
Referências bibliográficas. ................................................................................................. 54 
3 
 
 
 
Se você quer ensinar, o mais importante é 
aprender! 
INTRODUÇÃO: 
 
 
 
 
 
 
 
 
Partindo desta mensagem inicial, vamos 
trabalhar juntos, para você alcançar o seu objetivo 
principal nesse curso: ser um bom professor! 
Alguns conhecimentos teóricos são 
indispensáveis para o exercício desta função. 
Formando conceitos, compreendendo mudanças 
trazendo para a prática do dia-a-dia esse 
conhecimento, você conseguirá planejar melhor as suas atividades e executá-las 
com mais sucesso. 
Os estudos sobre currículo vêm sempre buscando respostas para 
questões básicas da educação: A educação escolarizada deverá formar o 
trabalhador especializado ou proporcionar uma educação geral, acadêmica? 
Deverá priorizar as disciplinas humanísticas, as disciplinas científicas ou as 
habilidades práticas para a inserção no mercado de trabalho? 
Em termos sociais devemos adequar as crianças e jovens à sociedade 
existente, aceitando os valores estabelecidos, ou prepará-los para contestá-la e 
transformá-la? Qual será a verdadeira prioridade? 
Podemos perceber que as respostas para essas questões dependerão 
do contexto histórico, político e social da época, variando de sociedade para 
sociedade, de acordo com os princípios filosóficos predominantes. 
4 
 
 
À medida que você for se inteirando do conteúdo deste material, sua 
visão de currículo se ampliará, ficando mais clara a abrangência do mesmo, com 
todo o seu significado cultural. 
Você estará caminhando para um resultado melhor no 
trabalho! 
 
 
 
Apresentaremos também alguns exemplos de planos de curso e de 
plano de unidade. 
É importante que ao final da análise deste material você esteja mais 
seguro para responder às perguntas: O que ensinar? Como ensinar? Para que 
ensinar? 
O professor precisa, portanto, de um estudo mais aprofundado sobre o 
assunto, que corresponde à nossa proposta nesse material. 
5 
 
 
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de: 
Formar seu conceito de currículo, compreendendo o seu significado para a 
educação. 
Citar os fatores que influem na elaboração do currículo, explicando a 
importância de cada um. 
 
 
 
1. MAS AFINAL, O QUE É CURRÍCULO? 
 
A exigência, cada vez maior, de participação do professor na elaboração 
do Projeto Pedagógico da escola exige de nós, profissionais ou futuros 
profissionais da Educação uma maior consciência e aprofundamento nos 
estudos sobre currículo. 
 
 
Para que a organização do currículo seja eficiente, é essencial que você 
entenda exatamente o que ele significa. 
 
 
 
 
 
 
Atividade : 
Procure, no dicionário ou num glossário para educadores, o significado 
da palavra currículo transcreva-a e comente essa definição, para que você possa 
aprofundar seu conhecimento. 
6 
 
 
O Currículo escolar é comumente conhecido como a relação das 
disciplinas que compõem um curso ou relação dos assuntos que constituem uma 
disciplina, no que ele coincide com termo programa. 
 
 
Nas primeiras definições de currículo constata-se que corresponde a um 
plano de estudos ou a um programa muito estruturado e organizado, na base de 
objetivos, conteúdos e atividades. O currículo fornece o referencial básico para a 
sequenciação de objetivos de ensino, incluindo os procedimentos específicos a 
serem desenvolvidos. Representa algo planificado e que depois será 
implementado na base do cumprimento das intenções previstas. 
Os objetivos, que expressam a antecipação dos resultados e os 
conteúdos a ensinar, são os elementos fundamentais para a definição do 
currículo. 
Desta maneira, podemos entender que currículo é sempre um processo 
de decisão sobre os objetivos educacionais a serem atingidos, experiências de 
aprendizagem a serem realizadas, conteúdos a serem desenvolvidos, métodos 
de avaliação a serem utilizados. 
É interessante ressaltar que um currículo é organizado de modo a 
preparar a construção de conceitos cada vez mais abrangentes. 
Assim , por exemplo, nos anos iniciais – do 1º ao 5º ano – o professor 
trabalha com o ensino das disciplinas de Língua Portuguesa, Matemática, 
Geografia, História e Ciências, geralmente de forma integrada, permitindo ao 
aluno a vivência e construção do conhecimento nesses primeiros anos do Ensino 
Fundamental. 
Ocorre, porém, que ver o currículo apenas dessa forma, como programa 
ou plano não é o mais indicado. Que tal desenvolvermos olhares múltiplos sobre 
currículo? 
7 
 
 
 
 
 
 
1.1 Ampliando a visão de currículo 
 
Atualmente o currículo não é visto como apenas um assunto técnico 
ligado a procedimentos, métodos e técnicas para aplicação. Não é um elemento 
neutro de transmissão de conhecimento, pois está envolvido nas relações de 
poder, transmitindo visões específicas, produzindo identidades individuais e 
sociais. 
Apesar das diversas interpretações e focos diferentes , podemos dizer 
que currículo é um projeto cujo processo de construção e desenvolvimento é 
interativo, correspondendo a uma interdependência entre as leis,a sociedade e o 
trabalho na escola. 
Deve ficar claro que é sempre necessário estabelecer as relações do 
currículo com a sociedade e seus valores. O currículo precisa, portanto, ser 
analisado de acordo com as condições históricas e sociais em que se produzem 
as suas diversas realizações e também na relação com o contexto de 
implementação, geralmente a escola ou a instituição de formação. 
Para você entender melhor e ampliar seu próprio conceito de currículo, 
transcrevemos a definição de uma especialista no assunto: 
 
 
Essa autora nos mostra que algumas vezes o currículo é mais “fechado” 
sem opção de modificação, e em algumas situações é mais fluído. A autora 
Uma questão importante é a própria compreensão do significado da palavra currículo. 
Na verdade, ele não é mais considerado apenas o documento de base no qual se pauta 
a Educação durante o ano letivo, mas é visto como um processo completo, que passa 
pela sala de aula e pela relação entre todos os envolvidos: professor, aluno, gestor e 
família, tendo como resultado a aprendizagem.Há alternativas para diferentes 
necessidades, desde aqueles que são superdirecionados até outros que pautam apenas 
diretrizes curriculares e preveem espaço para a discussão. (PONCE, 2010, p.44) 
8 
 
 
 
Se quisermos recorrer à etimologia da palavra currículo que vem do latim – pista 
de corrida - podemos dizer que no curso dessa corrida que é o currículo, acabamos por 
nos tornar o que somos. (SILVA, 2001, p.151) 
também ressalta a importância da participação de alunos, pais, gestores, pois 
todos estão envolvidos no processo de educação. 
 
 
Para aprofundar mais ainda nossos estudos sobre esse assunto vamos 
acrescentar novo elemento de reflexão. Trata-se da abordagem feita por um 
outro autor especialista em estudos sobre currículo. 
Para o autor a importância do currículo, a que somos apresentados na 
nossa trajetória escolar, influencia a nossa própria identidade, nossa maneira de 
ver o mundo e estar no mundo. 
 
 
É dele também a reflexão a seguir: “O currículo não é o veículo de algo a 
ser transmitido e passivamente absorvido, mas sim o terreno no qual se criará e 
produzirá uma cultura”.(SILVA, 2001,p.90). 
Podemos sistematizar esses conhecimentos, apresentando um 
esquema, com base nas ideias de Silva(2001). 
Esse esquema nos mostra que há uma relação do currículo com o local 
onde ele é elaborado, com o percurso que cada um percorre ao estudá-lo, ou 
seja, a própria vida e ainda procura destacar que ele reflete os interesses 
predominantes na ocasião. A relação de poder se refere à interferência do poder, 
seja poder político, econômico ou social, na elaboração do currículo. 
Currículo mais aberto e flexível/ ou currículo fechado? 
9 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte da imagem: http://heloizaportuguesmarques.blogspot.com.br/ 
Leia o texto A Escola dos Bichos de Rubem Alves e retire do mesmo : 
-Uma ideia que demonstre o tipo de currículo da Escola dos Bichos que 
combine com a afirmativa apresentada na página 7, na definição de currículo 
feita por Ponce (2010). 
-Uma ideia relativa ao currículo como formador da nossa identidade de 
acordo com o apresentado na página 8 por Silva(2001). 
-Uma ideia que reforça o vínculo do currículo com a sociedade e seus 
valores 
-Uma ideia que aponta possibilidades de alternativas às imposições 
http://heloizaportuguesmarques.blogspot.com.br/
10 
 
 
 
A ESCOLA DOS BICHOS (Rubem Alves,adaptação) 
Era uma vez um grupo de animais que decidiu fazer algo de heroico para 
resolver os problemas de um "Novo Mundo", de modo que fundaram uma escola. 
Adotaram um currículo de atividades que incluía corrida, alpinismo, natação e 
vôo. Para tornar mais fácil a administração, todos os animais participaram de todos os 
cursos. 
O pato era excelente em natação, na verdade melhor do que o professor, e 
conseguiu boas notas em vôo, mas não se deu bem em corrida. Como ele era muito 
lento na corrida, precisou ficar após as aulas para praticar mais, inclusive abandonando 
a natação. E manteve este esquema até que seu pé de pato ficou muito machucado e 
ele no máximo conseguia nadar um pouco, dentro da média. Como ele estava dentro da 
média, de acordo com o objetivo da escola, ninguém se importou com o problema, fora o 
próprio pato. 
O coelho começou em primeiro lugar na aula de corrida, mas sofreu um colapso 
nervoso por causa das dificuldades com a pata. O esquilo mostrou-se excelente em 
alpinismo, mas ficou frustrado com a aula de voo, porque, um professor o obrigava a 
começar do chão, sem permitir a decolagem do alto das árvores. Também passou a 
sofrer de câimbras por excesso de esforço físico e acabou tirando "C" em alpinismo e 
"D" em corrida. 
A águia era um aluno problema e teve de ser castigada severamente. Na aula 
de alpinismo ela ganhou de todos, mas insistia em atingir o alto com suas próprias 
técnicas. 
No final do ano, uma cobra que conseguia nadar muito bem e também sabia 
correr, praticar alpinismo e até voar um pouquinho tirou a média mais alta e foi 
considerada a melhor aluna. 
Os cachorros-do-mato fugiram da escola e não pagaram as mensalidades, 
porque a direção se recusava a incluir cavar e farejar no currículo. Eles mesmos 
ensinaram seus filhos a latir, e mais tarde uniram-se aos porcos e tatus para fundar uma 
escola particular. 
11 
 
 
O currículo reflete uma cultura, uma época... 
1-2 Conhecendo mais de perto os fatores que influem na elaboração do 
currículo 
 
 
Vamos agora detalhar os fatores que influem na elaboração do currículo. 
A elaboração do currículo é decorrência de diversos fatores: 
 
Todos esses fatores identificam um lugar, numa determinada época. 
 
 
Se um país está numa fase de grande desenvolvimento econômico, a 
tendência é a de se priorizar conteúdos profissionalizantes, especialmente 
voltados para os setores de maior crescimento. Quando há uma pressão externa, 
uma preocupação maior com guerras dá-se um destaque ao nacionalismo e, em 
casos extremos, ao militarismo. 
12 
 
 
Se o problema está ligado ao desmatamento, à poluição, às enchentes, 
consideram-se muito importantes os conteúdos ligados à ecologia, ao meio 
ambiente. 
No Brasil, durante a ditadura militar – de 1964 a 1985 – foram 
introduzidas no currículo as disciplinas OSPB (Organização Social e Política do 
Brasil) e Educação Moral e Cívica, cujos conteúdos transmitiam a filosofia do 
governo, nesse período. 
Outro exemplo a ser destacado diz respeito ao pioneirismo no estudo do 
currículo nos Estados Unidos. Na explicação para isso destacam-se: a extensão 
da educação escolarizada, em níveis cada vez mais elevados, atingindo 
segmentos cada vez maiores da população aliada a uma preocupação com a 
manutenção de uma identidade nacional, essencial para um país que recebeu 
numerosas levas de imigrantes. O intenso processo de industrialização e 
urbanização também concorreu para o desenvolvimento desse estudo. 
Vamos citar agora outro exemplo marcante ocorrido na Alemanha, no 
final do século XX. 
Após a reunificação, em 1990, ocorreu uma reestruturação dos currículos 
na ex-Alemanha Oriental para atender às mudanças politicas, filosóficas, 
econômicas e sociais. Os textos que apresentavam a teoria socialista foram 
banidos, toda uma disciplina –Estudos Cívicos – foi cortada do currículo escolar, 
como parte de uma revisão no sistema eduacional que passou a priorizar os 
valores ocidentais, ou seja, o capitalismo. Os professores mais velhos tiveram 
dificuldade de se adaptar à queda das antigas certezas. 
Transcrevemos as palavras da professora de História, de uma escola de 
Berlim Oriental. 
13 
 
 
Eu disse a eles(aos alunos) que não era mentirosa 
e costumava acreditar no que ensinava, mas não é 
fácil mudar após 11 anos ensinando de uma 
maneira. (Folha de São Paulo, out. de 1990) 
 
 
1945 – 1990. 
Alemanha Ocidental, 
capitalista, em verde. 
Alemanha Oriental, 
socialista em vermelho 
 
 
 
Ela conta como foi o reinício das aulas, após a reunificação. 
 
Para saber mais 
 
 
Para terminar esse capítulo há ainda duas abordagens nos estudos do 
currículo que merecem ser citadas. 
Você já ouviu falar em currículo oculto? 
O currículo oculto aparece nas normas e atitudes praticadas na escola. 
14 
 
 
Neste primeiro capítulo procuramos caminhar com você na formação do conceito 
amplo e restrito de currículo, propondo que amplie sempre esse estudo, lendo e 
pesquisando. Focalizamos os fatores que influem na confecção de um currículo 
e também abordamos os conceitos de currículo oculto e multiculturalismo. 
Ele é constituído por todos os aspectos do ambiente escolar que, sem 
fazer parte do currículo oficial explícito, influem na educação escolar. 
"Enxergar o currículo oculto", entendido como o ambiente escolar, a sala 
de aula e os tipos de relação que se dão nestes espaços, é tarefa do professor e 
de todos na escola, de forma a tornar evidentes os preconceitos generalizadose 
trabalhar para que diminuam ou deixem de existir , transformando o ambiente 
escolar e o convívio entre todos. 
Em parte esse caminho pode ser percorrido quando aceitamos e 
aprendemos a trabalhar com as questões multiculturais. No mundo atual a 
diversidade de formas culturais convive com a homogeinização. Percebe-se um 
pouco mais a expressão cultural dos grupos dominados, mas nota-se um 
predomínio das formas culturais divulgadas, principalmente, pelos veículos de 
comunicação de massa, ligados a grupos dominantes e de maior poder 
econômico. Portanto, a questão cultural continua ligada à questão de poder e há 
uma conexão entre currículo e multiculturalismo. 
 
 
 
Desse modo, constatamos pelos exemplos apresentados, que o currículo 
se modifica através do tempo e das circunstâncias e que continua dinâmico, 
aberto a novas transformações. No capítulo seguinte serão apresentados os 
vínculos entre a legislação no tocante à Educação e as questões curriculares. 
15 
 
 
Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de relacionar como os principais 
documentos oficiais brasileiros, que tratam da educação, se referem à elaboração do 
currículo. 
 
 
2. O CURRÍCULO DE ACORDO COM OS DOCUMENTOS OFICIAIS 
 
 
 
Para se preparar para participar da elaboração de um currículo, ou de 
parte dele é importante que você conheça algumas ideias a esse respeito 
trazidas nos documentos oficiais . 
 
 
 
 
Vamos fazer referência a três documentos, que servem como base para 
um bom desenvolvimento da educação brasileira: a Constituição Federal 
Brasileira de 1988, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB 
9394/96) , já trabalhadas .na Disciplina de Legislação, mas dessa vez buscando 
referências mais próximas às questões curriculares. Serão também abordados 
no nosso estudo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs). 
 
 
16 
 
 
 
 
 
 
2-1 O currículo e a Constituição 
 
 
 
No que se refere ao currículo escolar, pode-se afirmar que a constituição 
apresenta como indicativos : o preparo para o exercício da cidadania e a 
qualificação para o mercado de trabalho. 
De acordo com a Constituição em seu título VIII , art. 205, em que se trata 
da educação, lê-se o seguinte: 
 
 
Já o art.206, inciso III, cita que: 
“O ensino deve ser ministrado com base em princípios, dentre os quais o 
princípio do pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.” 
 
 
Sabemos que o cotidiano das crianças varia de acordo com diversos 
fatores socioeconômicos e também regionais. Assim a Constituição, ao defender 
o pluralismo de ideias e concepções pedagógicas, indica que se trabalhe com a 
experiência de vida do alunado. 
“A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida 
e incentivada com a colaboração da sociedade, visando o pleno desenvolvimento da 
pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. 
(CFB-1988) 
17 
 
 
 
 
2-2 O currículo na LDB 9394/96 
 
 
 
Sobre o currículo, no Ensino Fundamental e Médio, vamos agora 
transcrever o Art. 26 da LDB 9394/1996, que trata, especificamente, dos 
aspectos curriculares. 
São cinco artigos que determinam que haja uma parte comum em todo o 
país e uma parte a ser elaborada pelos estados , pelos municípios, pelas escolas 
para atender às diversidades. Especifica as disciplinas básicas e as que 
representam um complemento ao estudo. 
 
Art. 26. Os currículos do ensino fundamental e médio devem ter uma base nacional 
comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e estabelecimento escolar, por uma 
parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da 
economia e da clientela. 
§ 1º Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo 
da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade 
social e política, especialmente do Brasil. 
§ 2º O ensino da arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis 
da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos. 
§ 3º A educação física, integrada à proposta pedagógica da escola, é componente 
curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias e as condições da população 
escolar, sendo facultativa nos cursos noturnos. 
§ 4º O ensino da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes 
culturas e etnias para a formação do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, 
africana e europeia. 
§ 5º Na parte diversificada do currículo será incluído, obrigatoriamente, a partir da 
quinta série, o ensino de pelo menos uma língua estrangeira moderna, cuja escolha ficará a 
cargo da comunidade escolar, dentro das possibilidades da instituição. 
18 
 
 
 
 
Achamos válido fazer referência à Lei nº 11.274/2006, que regulamenta 
o Ensino Fundamental de nove anos. O objetivo é assegurar a toda a criança um 
tempo maior de convívio escolar, maiores oportunidades de aprender e, com 
isso, uma aprendizagem com mais qualidade. 
A lei 11.274/2006 altera a redação de vários artigos(. 29, 30, 32 e 87) da 
Lei 9394 /96 ao estabelecer a duração de nove anos para o Ensino 
Fundamental, com matrícula obrigatória a partir dos seis anos. 
Ensino Fundamental 
 
 
Anos Iniciais 
 
 
 
1º ano 2º ano 3º ano 4º ano 5º ano 
 
 
Anos Finais 
 
 
 
6º ano 7º ano 8º ano 9º ano 
 
De maneira simplificada apresentamos, em seguida, um quadro que 
sugere a distribuição das atividades curriculares no Ensino Fundamental de nove 
anos bem como a competência de cada nível de ação. 
Nível Conteúdos Metodologias 
Federal Mínimos curriculares, áreas ou 
disciplinas, objetivos, conteúdos e 
carga horária. 
Orientações metodológicas, 
materiais e textos 
Municipal Desenvolvimento de mínimos 
curriculares 
Orientações metodológicas, 
materiais e textos. 
19 
 
 
 
Unidade escolar 
 
 
 
Projeto pedagógico 
Seleção de meios e 
ordenação de recursos. 
Professores 
 
 
 
Adequar o projeto à turma. 
 
 
 
Aplicar os recursos e meios. 
 
 
 
 
 
 
2-3 O currículo e os PCNs 
 
Os Parâmetros Curriculares Nacionais - os PCNs - são diretrizes 
elaboradas pelo Governo Federal que orientam a educação no Brasil e são 
separados por disciplina. Além da rede pública, a rede particular de ensino adota 
os parâmetros, porém, sem caráter obrigatório. 
Para compreender a natureza dos PCNs, é necessário situá-los em 
relação a quatro níveis de concretização curricular considerando a estrutura do 
sistema educacional brasileiro. 
primeiro nível de concretização curricular-PCNs 
segundo nível de concretização- propostas curriculares de estados e 
municípios. 
terceiro nível de concretização - elaboração da proposta curricular de 
cada instituição escolar. 
quarto nível de concretização curricular é o momento da realização da 
programação das atividades de ensino e aprendizagem na sala de aula 
Tais níveis não representam etapas sequenciais, mas sim etapas 
distintas da elaboração de propostas curriculres que devem buscar uma 
autonomia e, ao mesmo tempo uma integração. 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os PCNs constituem o primeiro nível de concretização 
curricular. São uma referência nacional para o Ensino Fundamental, 
estabelecendo uma meta educacional. 
Apesar de apresentarem uma estrutura curricular completa, os 
Parâmetros Curriculares Nacionais são abertos e flexíveis, uma vez que, por sua 
natureza, exigem adaptações para a construção do currículo de uma Secretaria 
ou mesmo de uma escola. Também não se impõem como uma diretriz 
obrigatória, dando margem a adaptações com base nas práticas já existentes. 
Os PCNs estão situados historicamente e, portanto, sua validade 
depende de estarem em consonância com a realidade social, necessitando de 
um processo periódico de avaliação, a ser coordenado pelo MEC. 
O segundo nível de concretização se refere àspropostas curriculares de 
estados e municípios. 
Os parâmetros poderão ser utilizados como recurso para adaptações ou 
elaborações curriculares realizadas pelas Secretarias de Educação, em um 
processo definido pelos responsáveis em cada local. 
21 
 
 
 
 
 
O terceiro nível de concretização diz respeito à elaboração da proposta 
curricular de cada instituição escolar, inserida no contexto de seu projeto 
educativo. É o Projeto Político Pedagógico no qual fica expressa a identidade da 
escola e sua elaboração deve ser um processo dinâmico com discussões e 
reflexões, com a participação de toda a equipe pedagógica, buscando um 
comprometimento de todos. 
 
 
O quarto nível de concretização curricular é o momento da realização da 
programação das atividades de ensino e aprendizagem na sala de aula. O 
professor faz então a adequação ao grupo específico de alunos, com o qual está 
trabalhando. A programação deve apresentar uma distribuição planejada das 
aulas, a distribuição do conteúdo segundo um cronograma de referência,a 
definição das orientações didáticas prioritárias, seleção de material a ser 
utilizado, planejamento de projetos e sua execução. Apesar da aplicação dessa 
etapa ser responsabilidade do professor, é fundamental que seja compartilhada 
com toda a equipe da escola. 
22 
 
 
Atividade: 
O Brasil sediou a Copa do Mundo de futebol, em 2014 e o Rio de 
Janeiro será a sede das Olimpíadas de 2016. 
 
 
 
 
 
 
 
 
. 
Explique como esses eventos podem influir na programação de 
atividades curriculares no ano em curso e nos próximos anos. 
Uma parada para conhecer a opinião de um grupo de educadores 
 
 
 
Agora é com você .Chegamos ao nível de concretização do currículo. 
 
 
 
A liberdade dada pela LDB e pelos PCNs para a elaboração do currículo 
também sofre críticas por parte de alguns educadores. Eles consideram que 
essa liberdade, com um leque muito grande de opções de temas a serem 
abordados em sala de aula, gera algumas dificuldades. Consideram também que 
a sociedade tem dúvidas sobre o que cobrar da escola, em relação à 
aprendizagem das crianças e jovens. 
Os resultados pouco favoráveis de diversas avaliações realizadas pelos 
governos federal, estaduais e municipais dão força a essas críticas. Esses 
educadores sugerem que os sistemas construam um documento com o conteúdo 
23 
 
 
Neste capítulo trabalhamos os vínculos entre os documentos oficiais e as 
normas para a elaboração do currículo. 
Ressaltamos aspectos relativos aos PCNs e aos quatro níveis de 
concretização curricular considerando a estrutura do sistema educacional 
brasileiro. 
O Capítulo apresentou também uma avaliação de um grupo de 
educadores sobre a aplicação da legislação educacional e seus reflexos. 
mínimo mais especificado, não eliminando o trabalho da escola, da comunidade, 
dos alunos para elaborar o documento fundamental, o projeto pedagógico. 
 
 
 
A seguir vamos tratar da seleção dos conteúdos e fixação dos objetivos 
de forma a atender a essas normas legais e às necessidades das comunidades 
escolares locais. 
24 
 
 
Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de citar os principais critérios 
para a seleção de conteúdos do currículo, compreendendo a necessidade de conhecer a 
comunidade local e as características da cleintela a que se destina. 
 
 
Meu Deus! 
Quanta coisa! O que 
vou selecionar para 
meu plano? 
 
 
 
 
3. SELEÇÃO DE CONTEÚDOS: VAMOS DEFINIR O QUE ENSINAR.? 
 
A seleção dos conteúdos que se vai ensinar é essencial na elaboração 
de um bom “Plano de curso”. 
 
 
 
Para alguns teóricos do currículo, a antiga lista de conteúdos das 
disciplinas escolares deixou de ser prioridade. As discussões curriculares na 
escola não precisam girar apenas em torno do conteúdo. Atualmente a 
linearidade das disciplinas escolares deixou de ter tanta importância, pela 
interdisciplinaridade e pela contextualização dos conteúdos, especialmente na 
Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental. 
 
 
 
25 
 
 
Com base nessa concepção de que as disciplinas não precisam ser 
organizadas hierarquicamente no currículo, torna-se necessário refletir e discutir 
sobre o que ensinar, para quem ensinar e como ensinar de modo a fazer da 
educação básica, uma educação na perspectiva da formação integral do ser 
humano. 
Quando estamos discutindo o que ensinar, algumas dúvidas surgem 
para o professor. Que conteúdo selecionar para a compreensão e o 
entendimento de determinado assunto? Qual a relevância social desse 
conteúdo? Que conteúdo específico de uma disciplina pode favorecer a 
interdisciplinaridade na área de conhecimento? 
Nessa tendência atual procura-se eliminar, ou pelo menos minimizar, a 
disparidade entre o que se ensina e o que o aluno precisa aprender. Alguns 
professores, ainda presos à listagem de conteúdos do índice do livro didático, 
sentem dificuldade em mudar sua prática. 
É importante lembrar que o aluno se sente mais envolvido no 
conhecimento se percebe que aquilo precisa aprender vai servir para ele. A 
escola enquanto espaço de ensino-aprendizagem precisa proporcionar meios de 
viabilizar a construção de conhecimento científico suficiente para prepará-lo para 
o exercício da cidadania, para a vida e para o mundo do trabalho. Na escola 
democrática, onde o aluno pode participar, ele precisa entender da mesma 
forma como vai ser avaliado e conhecer o projeto pedagógico da escola. 
Dessa maneira, o professor não só pode diagnosticar com mais 
segurança como está sua turma, como também pode estabelecer uma relação 
amigável e de confiança com seus alunos. 
O professor, ao escolher os procedimentos metodológicos do ensino e 
selecionar os conteúdos da uma disciplina, precisa fundamentar suas escolhas 
num contexto bem próximo da realidade vivenciada pelos alunos. 
As pesquisas realizadas no campo do currículo têm contribuído 
consideravelmente para melhorar as práticas escolares e também nos trazem 
26 
 
 
conhecimentos de alguns indicativos sobre o currículo oculto, aquele que 
acontece dentro da sala de aula com a formação de hábitos, atitudes, 
transmissão de valores. 
É essencial selecionar conteúdos que sejam socialmente relevantes 
quanto ao aspecto global, regional e local, que atendam às complexidades do 
mundo contemporâneo, às exigências da sociedade e das tecnologias. 
Na parte prática da seleção de conteúdos para o currículo, é necessário 
definir critérios que podem ser explícitos ou implícitos. 
Um currículo bem fundamentado na seleção de conteúdos deve atender 
aos seguintes critérios: 
 
 
 
 
 
 
Na vida real, essa primeira etapa da definição de conteúdos ocorre 
mesmo antes do início das aulas, quando são identificados os grandes temas a 
ensinar. 
Se o professor vai lecionar para uma turma do mesmo ano escolar que a 
que teve no anterior, uma boa estratégia é ver o que deu certo, quais os 
objetivos foram alcançados e quais os que não conseguiu atingir. 
Depois dessa etapa inicial de avaliação, o próximo passo é colocar as 
novas metas no papel. 
27 
 
 
Neste capítulo tratamos de aspectos ligados à importância de selecionar 
os conteúdos adequadamente, a partir de determinados critérios. 
Abordamos os critérios de relevância, antecipação e viabilidade de 
seleção dos conteúdos. 
Além de destacarmos a necessidade da adequação dos conteúdos à 
realidade da clientela,chamamos a atenção para a importância da seleção de 
conteúdos que ajudem na interdisciplinaridade. 
Pode parecer simples, mas definir os conteúdos curriculares com base 
nas expectativas de aprendizagem para o ano letivo exige pensar numa série de 
coisas como por exemplo dominar as didáticas desses conteúdos , conversar 
com o professor da turma do ano anterior para conhecer o percurso da turma, 
pensar na faixa etária e de interesses do grupo e, também, tentar conhecer os 
problemas pelos quais os alunosestejam passando. 
 
 
 
Em seguida ,no próximo capítulo vamos tratar dos objetivos a serem 
atingidos ao elaborarmos um plano de curso. 
28 
 
 
 
O objetivo é 
acertar o alvo! 
Ao final deste capítulo você deverá ser capaz de estabelecer os objetivos para 
um Plano de Curso, redigindo-os adequadamente para que possam expressar o que os 
alunos serão capazes de conhecer ao terminar o período letivo. 
 
 
 
4. QUE SE ESPERA DA ESCOLA - OS OBJETIVOS. 
 
Para falarrmos dos objetivos, precisamos lembrar sempre que eles 
correspondem ao que pretendemos alcançar no final de uma atividade ou de um 
curso. 
 
 
 
 
 
4-1 Conversando sobre os diferentes níveis de objetivos 
 
 
 
Os objetivos são instrumentos práticos para orientar o currículo e para 
avaliar se ele foi ensinado adequadamente e se o proposto foi assimilado pelo 
aluno. Os objetivos serão mais facilmente alcançados se o professor tem clareza 
de antemão onde pretende chegar. 
Há também que se levar em conta os níveis de concretização desses 
objetivos. Como exemplo citamos : é diferente traçar objetivo para a educação 
como um todo; outra realidade é traçar objetivos de uma disciplina, outra é traçar 
objetivos para um plano de curso, uma unidade ou uma aula 
29 
 
 
 
OBJETIVOS EDUCACIONAIS 
O caráter pedagógico da prática educativa está em explicar fins e meios 
que orientem tarefas da escola e do professor. Podemos dizer mesmo que não 
há prática educativa sem objetivos. 
Os objetivos educacionais expressam propósitos definidos, explícitos 
quanto ao desenvolvimento das qualidades humanas que todos os indivíduos 
precisam adquirir para se capacitarem para as lutas sociais de transformação da 
sociedade. 
Para a formulação dos objetivos educacionais, três são as referências 
básicas: 
• Os valores e ideais proclamados na legislação educacional e que 
expressam os propósitos das forças políticas dominantes no sistema 
social 
• Os conteúdos básicos das ciências produzidos e elaborados no decurso 
da prática social da humanidade 
• As necessidades e expectativas de formação cultural exigidas pela 
população majoritária da sociedade, decorrentes das condições concretas 
de vida e de trabalho e das lutas pela democratização 
Essas três referências estão interligadas e sujeitas a contradições, não 
podendo ser tomadas isoladamente, pois, por exemplo, os conteúdos escolares 
estão em contradição não somente com as possibilidades reais dos alunos em 
assimilá-los, como também com os interesses majoritários da sociedade, na 
medida em que podem ser usados para divulgar a ideologia de grupos e classes 
minoritárias. 
O mesmo se pode dizer em relação aos valores e ideais proclamados na 
legislação escolar. 
30 
 
 
determinantes sociopolíticos da prática educativa. 
➢ Uma avaliação da pertinência dos objetivos e conteúdos 
propostos pelo sistema escolar oficial, verificando em que medida atendem às 
exigências de democratização política e social. 
➢ Uma busca da compatibilidade dos conteúdos com 
necessidades, aspirações e expectativas da clientela escolar. 
Uma avaliação crítica das referências que utiliza, em face dos ➢ 
 
Isso significa que a elaboração dos objetivos pressupõe, da parte do 
professor: 
 
 
 
OBEJTIVOS MAIS DIRETAMENTE LIGADOS AO ENSINO 
APRENDIZAGEM 
Os objetivos direcionam a atividade de aprendizagem, estabelecem 
ordem, propósitos e condições para a mesma e fornecem elementos para a 
avaliação 
As diferenças individuais devem ser levadas em conta e podemos fazer 
isso mantendo os objetivos, mas oferecendo possibilidades diversas para todos os 
alunos consigam alcançá-los. Em alguns casos, podemos manter apenas parte 
dos objetivos para atender às diferenças ou estabelecer objetivos diferenciados 
para grupos de alunos. Outra forma apresentar alternativas de atendimento como 
atividades de apoio, tutoria, trabalho com material extra de forma a atender a 
essas diferenças individuais . 
31 
 
 
 
 
 
Para exemplificar, vamos apresentar alguns dos objetivos de Geografia, 
de acordo com orientação da Prefeitura de São Paulo: 
Ao final do 5º ano, os alunos deverão ser capazes de: 
• Comparar mapas e imagens que caracterizam bairros e cidades. 
• Reconhecer representações gráficas de objetos cotidianos na 
perspectiva vertical e oblíqua. 
• Apontar dados sobre a população em gráficos e mapas temáticos. 
• Identificar as diferentes contribuições culturais na formação da 
população brasileira. 
• Elaborar mapa localizando diferentes tipos de indústria. 
• Descrever o processo de urbanização, tendo como referência os 
elementos do cotidiano e o modo de vida. 
 
Reparem que há determinados verbos que sinalizam com clareza se o 
aluno, efetivamente, atingiu o nível desejado. Verbos como reconhecer, identificar 
elaborar, exemplificar, apontar, citar, descrever são muito adequados para 
expresssar aprendizagem. 
Alguns verbos que também são usados como conhecer, saber, 
compreender, apreciar têm sentido muito amplo e dificilmente podem ser 
avaliados de modo tão objetivo. 
Numa situação mais específica os objetivos podem apresentar três 
componentes: o desempenho esperado; a condição para demonstrar o 
desempenho e o nível de rendimento esperado. 
32 
 
 
 
 
 
Apresentamos exemplos para cada tipo .:: 
 
 
 
Agora é com você . Descubra o desempenho e o nível de rendimento 
esperado nos objetivos a seguir usando como base nos três componentes 
1-O desempenho esperado-2-A condição para demonstrar o desempenho- 3-O nível de 
rendimento esperado 
➢ Citar três contribuições culturais trazidas pelos italianos.( ) 
➢ Apontar dados sobre a população. .( ) 
➢ Apontar dados sobre a população em gráficos e mapas 
temáticos.( ) 
Muito Bem! 
Você encontrou como numeração: 3- 1- 2 . 
rendimento esperado, padrões mínimos) 
Explicar pelo menos uma de suas consequências (nível de • 
demonstrar o desempenho) 
Demonstrar no globo terrestre como ele ocorre.(condição para 
Descrever o movimento de rotação da Terra (desempenho • 
esperado) 
• 
O aluno deverá ser capaz de: 
33 
 
 
 
 
OBJETIVOS ESPECÍFICOS PARA ALGUMAS DISCIPLINAS 
Há necessidade ainda de citarmos a importância de objetivos específicos 
de cada disciplina, como por exemplo em Matemática. Nesse caso verbos como 
efetuar, contar,medir, pesar, calcular estarão presentes frequentemente. 
Vamos citar alguns exemplos de objetivos em Matemática. 
As orientações curriculares de Matemática da Prefeitura de São Paulo, 
prevêem que, ao fim do 5ºano, os alunos sejam capazes de: 
• Efetuar cálculos e usar as regras do sistema de numeração 
decimal, comparando e ordenando os números.. 
• Identificar e representar semelhanças e diferenças entre formas 
geométricas. 
• Utilizar o sistema métrico fazendo cálculos com precisão 
• Resolver problemas com as quatro operações, usando 
estratégias pessoais, convencionais e cálculo mental. 
• Usar e fazer cálculos com percentagens. 
 
 
4-2 Classificando os objetivos em gerais e específicos 
 
Para complementar nosso estudo sobre a formulação de objetivos vamos 
nos referir à classificação em objetivos.gerais e específicos . 
Objetivos Gerais expressam propósitos mais amplos acerca do papel da 
escola e do ensino, diante das exigências postas pela realidade social e diante 
do desenvolvimento da personalidade dos alunos. Os objetivos gerais, definem, 
em grandes linhas, perspectivas da prática educativa na sociedade brasileira, 
que serão depois convertidas em objetivos específicos de cada matéria de 
ensino, conforme os anos escolares e níveis de idade dos alunos. 
34 
 
 
Os objetivos gerais são explicitados em três níveis de abrangência, do 
mais amplo ao mais específico: 
• Pelo sistema escolar, que expressa as finalidades educativas de 
acordo com ideais e valores dominantes na sociedade; 
• Pela escola, que estabelece princípios e diretrizes de orientação do 
trabalhoescolar com base num plano pedagógico-didático que 
represente o consenso do corpo docente em relação à filosofia da 
educação e à prática escolar; (Projeto Político Pedagógico) 
• Pelo professor, que concretiza no ensino das matérias a sua própria 
visão de educação e de sociedade. 
Ao considerar os objetivos gerais e suas implicações para o trabalho 
docente em sala de aula, o professor deve conhecer os objetivos estabelecidos 
no âmbito do sistema escolar oficial, seja no que se refere a valores e ideais 
educativos, seja quanto às prescrições de organização curricular e programas 
básicos das matérias. Esse conhecimento é necessário, não apenas porque o 
trabalho escolar está vinculado às diretrizes nacionais, estaduais e municipais de 
ensino, mas também porque precisamos saber que concepções de homem e 
sociedade caracterizam os documentos oficiais, uma vez que expressam os 
interesses dominantes dos que controlam os órgãos públicos. 
 
Assim se expressou Libâneo sobre esse assunto: 
 
Isto significa que não se trata simplesmente de copiar os objetivos e conteúdos 
previstos no programa oficial, mas de reavaliá-los em função de objetivos sociopolíticos 
que expressem os interesses do povo, das condições locais da escola, da problemática 
social vivida pelos alunos, das peculiaridades socioculturais e individuais dos alunos. 
(LIBÂNEO, 1997, p.222) 
35 
 
 
O autor pretende mostrar que os objetivos precisam estar de acordo com 
a situação do país, da comunidade, dos alunos e não repetir apenas uma 
listagem pré-determinada. 
Os objetivos específicos de ensino determinam exigências e resultados 
esperados da atividade dos alunos, referentes a conhecimentos, habilidades, 
atitudes e convicções, cuja aquisição e desenvolvimento ocorrem no processo de 
transmissão / assimilação ativa das matérias de estudo. 
Estes devem ser vinculados aos objetivos gerais sem perder de vista a 
situação concreta (escola, matéria, alunos) em que serão aplicados. Norteiam, 
de forma mais direta, o processo ensino aprendizagem. 
Na redação dos objetivos específicos, o professor transformará tópicos 
das unidades de ensino em proposições (afirmações), onde se expresse o 
resultado esperado, que deve ser atingido por todos os alunos ao final daquela 
unidade. 
Os resultados podem ser de: 
• Conhecimentos (conceitos, fatos, princípios, teorias, 
interpretações, ideias organizadas, etc.). 
• Habilidades (o que o aluno deve aprender para desenvolver suas 
capacidades intelectuais: organizar seu estudo ativo e independente; aplicar 
fórmulas em exercícios; observar, coletar e organizar informações sobre 
determinado assunto; raciocinar com dados da realidade; formular hipóteses; usar 
materiais e instrumentos como.dicionários, mapas, réguas, etc.). 
• Atitudes, convicções e valores que se devem desenvolver em 
relação à matéria, ao estudo, ao relacionamento humano, à realidade social 
(atitude cientifica, consciência crítica, responsabilidade, solidariedade, etc.) 
36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assunto: turma e ano escolar: 
Objetivo Geral: 
Objetivos específicos(2) 
 
Atividade: 
Selecione um item dentre os que se seguem e especifique objetivos de 
uma aula sobre o assunto escolhido. Ao fazê-lo indique a que ano escolar está 
destinado:Caso você busque as informações em algum documento, ele precisará 
ser citado no final da resposta. 
1. Os seres vivos. 
2. Adição e subtração. 
3. Estados e regiões do nosso país 
37 
 
 
 
 
 
 
5. COMO ENSINAR? OS MEIOS E MÉTODOS. 
 
Você já notou que para planejar sua aula ou para fazer o seu plano de 
curso, você precisou conhecer melhor o currículo, selecionar conteúdos e 
compreender a importância de estabelecer objetivos bem definidos. 
Mas falta responder uma importante questão: Como ensinar? Como 
alcançar os objetivos estabelecidos ? 
Como ensinar os alunos a resolver problemas de adição e subtração?O 
que propor quando para os estudantes têm dificuldade de entender um texto 
sobre Ciências? Perguntas como estas são feitas diariamente pelos professores. 
,. 
 
 
Os métodos correspondem a uma forma, um sistema para efetuar uma 
atividade ou um conjunto de procedimentos. 
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de citar os meios, os 
instrumentos que usará para implementar os objetivos, levando em conta a 
adequação ao conteúdo, aos alunos e a viabilidade de execução. 
38 
 
 
 
 
 
 
Se apresentamos um assunto para os alunos com uma aula expositiva 
esse foi o método usado. Se usamos um vídeo para ilustrar uma aula, o vídeo 
constitui um meio, um canal para transmitir uma informação. 
A escolha do método deve estar de acordo com a escolha do meio. 
Na sala de aula, o meio mais importante é o professor. Todos os demais 
meios são um apoio à ação do professor e devem servir para enriquecer a 
atividade proposta. 
As inovações da tecnologia de impressão de meios escritos, o 
barateamento de sua produção, a popularização dos meios audiovisuais 
permitiram um enorme incremento na divulgação de informações sobre os mais 
variados assuntos. Essa situação embora apresente riscos, como o da 
manipulação das informações e o de conteúdos falsos, contribuiu muito para a 
democratização do saber. 
O predomínio do poder de informação dos novos meios sobre os 
currículos escolares é evidente em muitos campos. A televisão, os vídeos, a 
Internet, são uma fonte de conhecimento mais atrativa e mais eficaz do que 
muitos livros escolares e professores que podem apresentar conteúdos sem 
importância para o mundo atual. 
Torna-se necessário analisar se a escola não deve manter um currículo 
fechado dentro de um pequeno âmbito e deve sim partir para uma reformulação 
de conteúdos, de fontes de informação, de meios e métodos para realizar suas 
atividades. 
É evidente que nas classes mais favorecidas da sociedade dos 
ambientes urbanos, as inflências vindas de fora da escola são muito maiores e 
as possibilidades de acesso às informações é imensa. 
39 
 
 
Apesar disso, a escola continua tendo o principal papel social e cultural, 
permenecendo válidas as palavras de Dewey: 
A missão da instituição escolar é a de prover um ambiente: 
 
Reparem que no último ítem há uma referência direta à necessidade da 
escola assumir a coordenação dessa enorme gama de informações recebidas 
pelo aluno através de diferentes meios. 
Vamos fazer em seguida uma abordagem sobre os principais meios 
auxiliares do professor . Inicialmente apresentamos um esquema: 
 
 
círculos vitais aos quais eles pertencem. (DEWEY,apud SILVA, 2000,p.20) 
Coordenador das influências dispersas que os indivíduos recebem dos • 
pelo grupo social a que pertence. 
Compensatório ou liberador das limitações que cada aluno possa ter • 
ambiente exterior mais complexo. 
Ordenado progressivamente, para que ajude a compreender o • 
exterior. 
Simplificado, para que possibilite a compreensão da complexidade • 
40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O livro didático tem despertado 
interesse de muitos pesquisadores nas últimas décadas. Depois de ter sido 
desconsiderado por estudiosos, educadores e intelectuais de vários setores, 
entendido como produção menor enquanto produto cultural, o livro didático 
começou a ser analisado sob várias perspectivas, destacando-se os aspectos 
educativos e seu papel na configuração da escola contemporânea. Trata-se de 
um objeto cultural contraditório que gera intensas polêmicas e críticas de muitos 
setores, mas tem sido sempre considerado como um instrumento fundamental no 
processo de escolarização. 
O livro didático provoca debates também no interior da escola, entre 
educadores, alunos e suas famílias, assim como em encontros acadêmicos, em 
artigos de jornais, envolvendo autores, editores, autoridades políticas, 
intelectuais de diversas procedências. As discussões em torno do livro estão 
vinculadas ainda à sua importância econômicapara um vasto setor ligado à 
produção de livros e também ao papel do Estado como agente de controle e 
como consumidor dessa produção. No caso brasileiro, os investimentos 
realizados pelas políticas públicas nos últimos anos transformaram o Programa 
Nacional de Livro Didático (PNLD) no maior programa de livro didático do 
mundo. 
41 
 
 
Podemos constatar que o livro didático assume ou pode assumir 
funções diferentes, dependendo das condições, do lugar e do momento em que 
é produzido e utilizado nas diferentes situações escolares. 
O livro didático enquanto produto cultural, como mercadoria ligada ao 
mundo editorial e dentro da lógica de mercado capitalista, é usado como suporte 
de conhecimentos e de métodos de ensino das diversas disciplinas e matérias 
escolares. 
Em muitos casos, como já dissemos a listagem de conteúdos do livro 
didático acaba por corresponder ao currículo. Apesar de algumas desvantagens 
apresentadas o livro didático pode complementar aulas expositivas, e pode 
também, ser usado em trabalhos individuais e de grupos, tornando-se 
instrumento de orientação e controle do processo ensino aprendizagem. 
 
 
Em relação à televisão, temos programas estruturados transmitidos por 
uma rede de TV, muitos com mecanismos de acompanhamento, supervisão e 
avaliação, para garantir que o material seja usado de forma adequada. 
Entretanto, vocês ouvirão muitas opiniões considerando a TV como um 
meio pouco adequado, porque exige pouco esforço do aluno para receber a 
mensagem. A TV é vista como um entretenimento, mas é vista como mais real e 
mais próxima da vida do aluno. Apesar das limitações, há ocasiões em que ela 
se apresenta como um recurso ideal. Filmes sobre a natureza, sobre um 
determinado país ou sobre a vida de um povo podem trazer informações 
42 
 
 
excelentes e ainda propiciarem um debate ou a elaboração de um relatório após 
a projeção. 
 
 
A contribuição do computador para a eficiência do ensino 
também é inegável, embora alguns cuidados tenham que ser tomados. 
É importante o uso do computador para o ensino a distância e para a 
transmissão de informações administrativas ou pedagógicas, de horários, 
eventos, notas para os alunos e para os pais. O computador pode ser usado 
ainda para processamento de textos e de dados ou para a elaboração de 
material para apresentação de trabalhos do professor ou dos alunos. 
No tocante aos computadores destaca-se, evidentemente, o uso da 
Internet que permite o acesso a um mundo de informações. 
A internet apresenta leitura quase inesgotável de fontes de pesquisa. 
Para que se faça bom proveito de tanta riqueza, a classe precisa ter claros os 
objetivos da investigação. Em seguida, é importante discutir onde encontrar 
informação confiável. 
Nesse ponto, seu trabalho é ensinar que, diferentemente do que a 
garotada costuma acreditar, fatos históricos não são contados de maneira 
neutra. Qualquer relato traz embutido certa dose de opinião do autor. Se isso já é 
verdade mesmo para os verbetes enciclopédicos, imagine o risco de um aluno 
confiar cegamente, ao pesquisar sobre a Segunda Guerra Mundial, por exemplo, 
em um site que defende que o extermínio de judeus não ocorreu. 
As tecnologias também permitem que os estudantes produzam e 
compartilhem com facilidade registros da história local.Hoje há publicações 
43 
 
 
relatando o quanto já se caminhou na busca da incorporação do uso do 
computador em trabalhos escolares, até na Educação Infantil. 
 
Alguns meios são usados mais especificamente em uma disciplina. No 
caso da Geografia, podemos citar atividades como elaborar, ler e interpretar a 
linguagem dos símbolos gráficos, como fotografias comuns, aéreas ou de 
satélite, mapas, tabelas, gráficos e desenhos. Essas formas representam 
fenômenos, ajudam na compreensão do espaço e apuram a noção de 
localização. 
Os mapas podem passar informações diversas, como pontos de 
referência, escalas que indicam distâncias, legendas que mostram relevo ou 
temperaturas. Já as fotografias apresentam vários planos e registram a memória 
coletiva de uma sociedade. Os dois tipos, diferentemente de um texto, têm a 
qualidade de adotar convenções universais que são entendidas por diversas 
culturas, não importando o idioma. 
44 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte da imagem :pereginacultural.wordpress.com 
 
Arcos da Lapa -RJ 
Além disso, as imagens complementam informações e normalmente 
chamam ainda mais atenção do que os textos. Porém, assim como os mapas, 
devem ser lidas do mesmo modo como se leem textos para obter informações, 
conhecer alguma temática ou fazer comparações. 
 
 
Depois de apresentarmos a importância de traçar objetivos,selecionar 
conteúdos e selecionar meios para facilitar o processo ensino aprendizagem 
vamos à elaboração do Plano de curso. 
Neste capítulo estudamos os meios que ajudam no processo ensino- 
aprendizagem, mostrando o papel de cada um dos recursos mais usados. Sobre 
cada um dos meios citados, foram apresentadas as possibilidades e limitações 
de uso. 
45 
 
 
6. MÃOS À OBRA: VAMOS PLANEJAR O CURSO! 
 
 
 
O ato de planejar faz parte da história do ser humano. Em nosso dia-a- 
dia, sempre estamos enfrentando situações que necessitam de planejamento, 
mas nem sempre as nossas atividades diárias são previstas em etapas concretas 
da ação, uma vez que já pertencem ao contexto de nossa rotina. O planejar na 
escola envolve grande complexidade e portanto e preciso ser feito com mais 
.consciência. 
 
 
 
 
 
 
As ideias que envolvem o planejamento são amplamente discutidas nos 
dias atuais, mas não é fácil planejar .Quem se dedica ao estudo do planejamento 
escolar precisa levar em conta que o planejar ocorre para evitar a improvisação, 
precisa prever o futuro, estabelecer caminhos que possam nortear mais 
apropriadamente a execução da ação educativa, prever o acompanhamento e a 
avaliação da própria ação. 
 
 
Preciso de 
uma boa ideia! 
Ao final deste capítulo, você deverá ser capaz de elaborar um Plano de Curso, 
de acordo com os conteúdos, objetivos e meios mais adequados à clientela, mas 
levando em conta o plano pedagógico da escola e as diretrizes curriculares nacionais. 
46 
 
 
 
 
 
Os atos de planejar e avaliar devem andar de mãos dadas. 
PLANEJAMENTO AVALIAÇÃO 
 
 
 
Cuidando do plano de curso 
 
 
Dessa forma temos a dimensão da abrangência do Plano de Curso que 
vai incluir as matérias de um curso, durante um período, geralmente o “ano 
letivo” e as atividades que serão desenvolvidas para a sua execução. 
Planejando as primeiras aulas 
É importante dar uma atenção especial ao planejamento das primeiras 
aulas. 
Existem estudos que mostram que a boa relação professor/aluno pode 
ser decidida nessas aulas. Há pesquisas que vão além e apontam os primeiros 
instantes da primeira aula como determinantes do sucesso da atividade docente. 
Então, se o professor tem que preparar bem todas as aulas, as primeiras 
precisam de mais cuidados ainda. E não é só determinar os conteúdos a serem 
Plano de Curso é a organização de um conjunto de matérias que vão ser 
ensinadas e desenvolvidas em uma instituição educacional, durante o período de 
duração de um curso. O plano é a "sistematização da proposta geral de trabalho do 
professor naquela determinada disciplina ou área de estudo, numa dada realidade". 
(VASCONCELLOS, 1995, p.117) 
47 
 
 
abordados, os objetivos das primeiras aulas precisam ser bem pensados e a 
metodologia precisa ser mais adequada. É importante, sobretudo, tornar-se 
disponível para aqueles alunos, acreditando na possibilidade do ensino e da 
aprendizagem. 
 
Planejando com flexibilidade 
É essencial lembrar que por mais bem fundamentado que seja o 
planejamento escolar, o professor precisa ter consciência de que alguns 
imprevistos podem surgir ao longo do ano letivo. Deve ser feita uma avaliaçãoconstante do processo de ensino, para o educador replanejar sempre que 
necessário. O planejamento deve ser flexível. O planejamento inicial é feito, em 
alguns casos sem que o professor conheça seus alunos. Com a interação e com o 
conhecimento, o professor vai decidir se mantém ou não o planejamento inicial. 
Os assuntos do dia-a-dia trazidos pelos alunos ou pelos meios de 
comunicação precisam de tempo para ser debatidos, se possível relacionando-os 
com o currículo. É importante manter um equilíbrio entre as atividades essenciais, 
que constam do planejamento inicial e as que são inseridas durante o ano letivo. 
O professor que não flexibiliza o planejamento corre o risco de não 
alcançar os objetivos, uma vez que os alunos são a referência para a elaboração 
de um plano, sendo necessário acompanhar o desenvolvimento deles. 
 
Plano de curso como instrumento de trabalho do 
professor 
Vamos detalhar, em seguida, a elaboração de um Plano de Curso. 
Para o professor, o plano de curso é o instrumento de trabalho que lhe 
permite tomar decisões sobre conteúdos, estratégias de ensino e avaliação e dá 
condições para ele preparar e ministrar as aulas de acordo com um projeto, 
48 
 
 
dentro de uma sequência lógica e didática. Como o professor não deve caminhar 
sozinho é preciso verificar que papel deve ter a equipe diretiva nesse contexto. 
Quanto à direção da escola essa deve acompanhar o trabalho do 
professor sempre atuando de modo a que sejam providenciadas as condições 
para que as atividades docentes e discentes se realizem com sucesso. 
A elaboração de um Plano de Curso apresenta duas etapas: 
Na primeira etapa temos a tomada de decisões e a coleta de 
informações e na segunda etapa o registro do plano. 
Apresentamos um resumo das recomendações para a 1ª etapa: 
A seleção de conteúdos baseia-se em diretrizes nacionais, projeto 
pedagógico da escola, experiências anteriores do professor e dos alunos. As 
unidades e subunidades devem permitir que o aluno estruture de forma mais 
adequada os seus conhecimentos. Os títulos escolhidos para as unidades devem 
ser significativos e a duração compatível com o ano letivo. 
Quanto aos métodos, devem ser escolhidos para atender os objetivos 
estabelecidos e o professor deve estar familiarizado com os mesmos. 
O material normalmente inclui livros, filmes, mapas, fotos, enfim materiais 
viáveis e que possam constituir fontes de informação. 
O esquema que se segue procura resumir os principais passos para a 
elaboração de um plano de curso. 
49 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A segunda etapa do plano de curso é o de registro do plano. 
O esquema para registro dos planos de curso variam de instituição para 
instituição. O esquema que será utilizado na apostila para apresentar um plano 
de curso está baseado em Oliveira e Chadwick(2001). Nesse esquema em lugar 
de usar a palavra objetivos ,os autores usam a denominação de produtos. 
Embora já tenhamos afirmado que plano de curso precisa se adequar à 
realidade e às características dos alunos, ao projeto pedagógico da escola, às 
diretrizes curriculares emanadas pelos órgãos ligados ao sistema escolar, 
apresentamos uma sugestão para a organização de um Plano de Curso para o 
5º ano do Ensino Fundamental, na disciplina Geografia. 
Imaginamos estar realizando um trabalho numa turma de 5º ano que vai 
estudar a divisão regional do Brasil e as características principais de cada região. 
Criamos um plano com a duração para todo o ano letivo 
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CONTEÚDOS 
 
 
 
PRODUTOS 
 
 
 
SUBUNIDADES 
 
 
 
MEIOS/RECURSOS 
 
 
 
AVALIAÇÃO 
 
 
 
Divisão regional do 
Brasil 
Apresentar conceito 
de região, citar as 
regiões brasileiras, 
localizando-as no 
país. 
Amazônia 
 
 
Nordeste 
 
 
Centro-Sul. 
Mapa, apresentação 
de “data show” com 
fotos características 
das regiões. 
Colorir mapa, 
mostrando 
regionalização, 
Interpretar textos. 
 
 
 
Amazônia 
Identificar as 
características 
principais da região 
Extrativismo e 
desmatamento, 
 
As áreas de Belém e 
de Manaus. 
Filme sobre o 
assunto, 
sistematização do 
conteúdo. 
Relatório sobre o 
filme, destacando os 
mais importantes 
aspectos da 
Amazônia. 
 
 
 
Nordeste 
Identificar e localizar 
as áreas econômicas 
com seus aspectos 
mais marcantes 
Zona da mata, 
Agreste,Sertão e 
Meio Norte 
Mapas, Textos, fotos, 
entrevista com 
nordestino que viva 
fora de sua região. 
Montagem de um 
mural com mapa e 
ilustrações 
 
 
 
Sudeste 
Citar os destaques 
econômicos da 
região - 
Industrialização e a 
urbanização- 
identificando as 
diversidades 
naturais e 
econômicas. 
Regiões 
metropolitanas, 
 
Áreas agrícolas 
 
 
Produção mineral 
Mapas, textos, fotos Preenchimento de 
legendas de mapas, 
mostrando o 
conhecimento das 
características 
regionais. 
 
 
 
Sul 
Citar os cultivos 
subtropicais, 
destacar o papel da 
imigração. 
Um Brasil diferente, 
 
 
A região vinícola, a 
Campanha Gaucha 
Mapas, fotos, filme, 
textos. 
Relatório sobre o 
filme, mural 
relacionando 
paisagens e 
localização no mapa. 
 
 
 
Centro-Oeste 
Caracterizar a região 
central do país, 
identificando o 
Pantanal, a 
importância da 
A presença do 
Pantanal. 
 
Brasília e o entorno. 
Mapas, textos, fotos. Descrever áreas, 
mostrando 
diversidades, 
interpretar textos 
sobre o assunto. 
51 
 
 
 
 capital. 
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Apresentamos outra sugestão. Dessa vez buscamos um plano de uma 
unidade para você trabalhar estratégias de cálculo com alunos de 1º e 2º anos. 
Título: Vamos às compras! 
Anos: 1º e 2º. Tempo estimado: 10 aulas. 
Conteúdos: Adição e subtração. 
Objetivo: Ao final deste projeto o aluno deverá ser capaz de efetuar 
adições e subtrações com desembaraço, partindo de situação concreta e 
chegando a abstrair da situação de compra e venda. 
Material necessário: 
Objetos usados como brinquedos, revistas, cédulas que imitem as 
verdadeiras, papel, canetas, lápis, etiquetas. 
Desenvolvimento: 
1ª etapa: Propor à turma organizar um brechó, explicando que é uma loja 
que vende objetos usados. Peça que os alunos levem 2 itens para a escola. 
Avise os pais que os objetos não serão devolvidos. 
2ª etapa: Oriente-os para separar o material em conjuntos: brinquedos, 
revistas, etc.; estabeleça com eles preço para os objetos e coloque etiquetas 
com esses preços. 
3ª etapa: Divida os alunos em vendedores, com cédulas de 1 ou 2 reais 
(imitações) e compradores, com cédulas de 5, 10 e 20 reais. 
4ª etapa: Inauguração do brechó: cada aluno comprador escolhe dois 
objetos e paga. No papel eles farão a adição e a subtração para verificar o troco 
5ª etapa: Analise os registros dos alunos, discuta as situações que 
surgiram no brechó e proponham outras, já sem as cédulas, nem os objetos. 
6ª etapa: Avaliação: Proponha situações hipotéticas com 20 reais. Os 
alunos deverão apresentar combinações de objetos com preços que eles 
estabelecerão e calcular o troco. 
Fonte: http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/brecho-escolar-429052.shtml 
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/brecho-escolar-429052.shtml
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Esperamos que este material possa tê-lo 
ajudado e aberto portas para a aquisição de novos 
conhecimentos. 
Neste capítulo procuramos orientá-lo para a elaboração de um Plano de 
Curso, com algum embasamento teórico e algumas sugestões. 
Sempre que necessário, consulte as referências bibliográficas, para saber 
mais e aprofundar seus conhecimentos. Boa sorte, colega! 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS. 
 
ALVES, Rubem. Estórias de bichos e das gentes que moram neles. 
São Paulo: Editora Loyola, 1997 
ANDRADE, Luiza. O essencial mesmo. Revista Nova Escola. Nº 212. 
São Paulo: Editora Abril, 2008. 
BRASIL, Constituição Federal. Brasília: 1988 
-----------. MEC Lei de Diretrizese Bases da Educação Nacional. 
LDB9394/96. 
----------- MEC.. Lei 11274/2006 . Disponível em 
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Ensfund/ensifund9anobasefinal.pdf Acesso 
em jul 2014 
GUIMARÃES, Arthur. O Planejamento flexível Nova Escola, edição 
especial, jan/2009. São Paulo: Editora Abril,2009. 
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez Editora, 1997. 
NOVA ESCOLA. Brechó escolar. Disponível em 
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/brecho-escolar- 
429052.shtml.Acesso em jul 2014 
-----------. A elaboração de um bom currículo para o Ensino 
Fundamental de 9 anos. São Paulo: Editora Abril.Disponível em 
revistaescola.abril.com.br/formacao/ajustar-bussola-496533.shtml?page .Acesso 
em jul 2014 
OLIVEIRA, João Batista Araujo e CHADWICK, Clifton. Aprender e 
Ensinar. São Paulo: Global Editora, 2001. 
PONCE, Branca Jurema. O planejamento. Revista Nova Escola. São 
Paulo: Editora Abril, 2010 
http://revistaescola.abril.com.br/matematica/pratica-pedagogica/brecho-escolar-
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SILVA, Tomaz Tadeu. Documento de identidade: uma introdução às 
teorias de currículo Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2001. 
 Teorias do currículo, uma introdução crítica. Belo 
Horizonte: Autêntica Editora, 2000 
VASCONCELLOS, Celso S. Planejamento: Plano de ensino- 
aprendizagem e projeto educativo. São Paulo: Libertad, 1995.