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Sistema Digestório - Equinos

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AULA 1 – 22.04.2019
SISTEMA DIGESTÓRIO
MORFOLOGIA
CONSTITUIÇÃO
· Boca
Todas as estruturas que fazem parte dela fazem parte do trato gastrointestinal, sendo muito importante principalmente a dentição.
· Faringe
Muitas afecções relacionadas ao trato respiratório anterior, que é nessa região de garganta.
· Esôfago
Órgão tubular que já tem peristaltismo, na maioria das vezes fica colabado. Cavalo muito magro quando está comendo consegue até se ver a deglutição e a ingesta descer pelo esôfago, anatomicamente o esôfago fica lateralizado no lado esquerdo, próximo da calha da jugular, ajudando na passagem da sonda nasogástrica.
· Estômago
Logo em seguida, do esôfago desemboca no estomago, tendo um esfíncter – chamado de cárdia, sendo esse esfíncter importante para o fato de que os equinos não vomitam. O cavalo é uma espécie monogástrica, o que difere ele de todos os outros ruminantes.
· Intestino Delgado
Muito semelhante ao do cão, gato e do ser humano, sendo dividido em duodeno, jejuno – maior extensão do intestino delgado, e íleo – final do intestino delgado, sendo a transição entre o intestino delgado e o intestino grosso. O íleo tem uma parede muscular muito mais espessa pois precisa de uma certa força para fazer a propulsão da ingesta para o intestino grosso – no ceco, válvula íleo-cecal.
· Intestino Grosso
Diferentemente dos outros herbívoros – que retiram todos os nutrientes da matéria vegetal, o equino possui um intestino grosso bastante desenvolvido, possuindo um ceco, que é um ceco funcional, sendo como se fosse um grande saco em formado de vírgula fixo ao lado direito, onde se tem a maior parte da microbiota, sendo no intestino grosso que ocorre a simbiose com a microbiota intestinal e a ingesta, tendo protozoários, fungos e leveduras que são responsáveis pela quebra da celulose para obter todos os nutrientes. Animais carnívoros, com enzimas que degradam proteínas de origem animal, não possuem essa simbiose como microbiota, logo, da matéria vegetal se consegue aproveitar algumas coisas, mas não como os herbívoros que mantem uma simbiose com a microbiota que é capaz quebrar a parede celular e assim produzir os ácidos, obtendo todos os nutrientes.
O cólon maior é formado por cólon descendente, ascendente, direito, esquerdo, ventral e dorsal, possui uma capacidade volumétrica muito grande, fazendo a absorção de minerais e de água como qualquer intestino grosso, por ser tão grande e extenso possui ainda algumas dobras, que são chamadas de flexuras esternal e diafragmática. Se tem o transverso e o colon menor, que tem um formato de síbalas, já tendo o formato das fezes, que são em sibalas, como se fossem grandes bolinhas. – O intestino delgado, grosso indo até o esfíncter anal tem em média 30 metros de extensão.
CARACTERÍSTICAS PREDISPONENTES
· Estômago
O estomago tem uma capacidade volumétrica pequena de 8 a 15L – para um animal de 600 quilos é pouco, logo ele precisa comer o tempo todo, não conseguindo comer muito de uma vez que nem a vaca, na natureza o animal passa de 18 a 22 horas por dia comendo e andando, tendo uma digestão constante. Também não possui uma vesícula biliar, pois não precisa armazenar bile para excretar apenas quando come, já que o animal come o dia toda, estando em digestão praticamente 24 horas por dia.
· Incapacidade de Vômito
O cavalo não vomita devido à inserção do esôfago ao estomago, sendo essa inserção o esfíncter chamado de cárdia, a cárdia é muito forte – forte o suficiente para não se fazer nenhum movimento contrário.
Somado a cárdia o equino não tem o centro do vomito – estímulo do sistema nervoso central, e ainda a própria anatomia do cavalo, com o pescoço longo e a cabeça em certa forma cônica, dificulta a regurgitação.
· Longo Mesentério e Intestino Delgado
O intestino delgado tem um mesentério muito longo e muito extenso, tendo predisposição a torção, encarcerar alças, já que elas ficam um pouco mais livres, por terem um intestino delgado longo e um intestino grosso muito desenvolvido.
· Diminuição Brusca de Volume na Flexura Pélvica
Anatomicamente se tem restrições de espaço no intestino, não sendo apenas as flexuras, mas também se tem uma diminuição brusca de volume, por exemplo, na transição do colon maior para o colon menor, diminuindo quase metade do seu tamanho e da capacidade volumétrica, o que predispõe às obstruções, desde ingesta, corpo estranho – incomum em cavalos, até mesmo em pedra intestinal. Logo, fisiologicamente, essas insinuações - diferenças de capacidade volumétrica e as flexuras – dobras, predispõe esses animais a terem alterações.
· Herbívoro por Natureza – Fermentação Cecal
O equino é um herbívoro por natureza, tendo uma fermentação fecal com uma simbiose, onde a microbiota ajuda o cavalo enquanto o cavalo mantém um ambiente propicio para a proliferação em equilíbrio dessas microbiota que realiza a digestão da celulose, quando se tem um desequilíbrio – não precisa ser a morte total, certamente se terá uma alteração de trato gastrointestinal. Destruir a microbiota intestinal devido a administração de antibióticos é um risco que deve ser analisado com cuidado.
SEMIOLOGIA
IDENTIFICAÇÃO
· Nome
· Raça
Se tem doenças com maiores predisposições raciais.
· Idade
Em equinos é comum se ter enterólitos – cálculo enteral, forma no intestino grosso do cavalo, não se tem remoção cirúrgica, sendo formado devido a um corpo entranho ou por uma dieta errônea, onde se tem o deposito de minerais formando esse urólito, esse cálculo pode ser um achado de necropsia, porém em uma das insinuações do colon maior para o colon menor ou em alguma flexura esse cálculo pode ficar retido. Esse enterólito vai se formando ao longo dos anos com a deposição de minerais, o pônei é predisposto a ter enterolito, mas potrinhos não já que é uma doença que evolui com os anos.
· Sexo
· Encarceramento Inguino-Escrotal
Por esforço físico – esforço abdominal, a alça entra no anel inguinal e fica presa na bolsa escrotal, o testículo do animal fica enorme tendo sinais de cólicas, quando se faz o ultrassom encontra o intestino na bolsa escrotal, por isso o sexo influencia sim.
ANAMNESE
· Manejo e Alimentação
Saber onde o animal come, o que ele come e quando ele come. Animal que vive apenas com capim ou pasto é difícil se ter cólica, sendo mais comum em animais em cocho, com alimentação com concentrado, sendo importante perguntar se come ração, qual a ração, se for feno qual é o feno etc.
Animal a pasto precisa de um hectare e meio, sendo a grama o suficiente para conseguir todos os nutrientes, se o animal for confinado é necessário suplementar sua alimentação, com capim, feno – capim desidratado, leguminosas, rações para dar um maior suporte nutricional – peletizadas, extrusadas, com diferentes consistências e formas, as rações em geral ou tem palatabilizantes ou melaço – equinos gostam muito de doce, por isso os cavalos gostam muito de ração. Muitas vezes o clima não ajuda a se ter uma alta demanda de alimentos no ambiente, onde quando se tem um pasto menor ou pouca quantidade de capim, o feno é importante para suplementar.
Animal encocheirado e com algum problema de estresse está muito mais predisposto a ter alguma alteração no sistema gastrointestinal devido a alimentação.
· Vermifugação
Alguns causam cólicas espasmódicas, obstrução e tromboembolismos – alterações isquêmicas no trato gastrointestinal / nas artérias mesentéricas, por causa de vermes, sendo vermifugados de uma forma constante, a cada 60 – 90 dias.
· Início do Processo
Saber quando começou, se piorou.
· Episódios Anteriores
Saber se animal já apresentava dor e se esses episódios eram na mesma intensidade, onde saber essas informações ajudam no diagnóstico.
· Tratamentos Anteriores
Existem fármacos que alteram a motilidade do animal, como o opioide, onde animais tomando morfina, por uma fratura por exemplo, se tem diminuição da motilidade, sendo importante avaliar.
· Defecção e Micção
Consistência e quantidade das fezes, assim como frequência de defecação – as fezes normalmente são esverdeadas sem presença demuco, em formato de síbalas e com odor de capim fresco. A micção entra como um diagnóstico diferencial, ajudando também na hidratação – cavalo hidratado tem urina clarinha, cavalo desidratado tem uma urina viscosa.
· Ingestão de Alimentos
Animais que salivam – babam, não é normal em equinos.
· Vícios
· Aerofagia – Timpanismo
O cavalo engole o ar, apoiando os incisivos em qualquer lugar e engole o ar, tendo cólica pois se tem gás distendendo o estômago, os incisivos ficam com um desgaste excessivo, sendo um sinal de cólica recorrente, pois possui essa mania de engolir ar. Tem equinos que engolem ar sem apoiar esses incisivos, sendo mais difícil de diagnosticar, se tem modos de controlar esse vício, sendo bom fazer um enriquecimento ambiental quando se evidencia o estresse, porem tem cavalos que aprendem vendo outros fazerem, como enriquecimento se evita deixar locais que o animal possa apoiar, se tem colares que fazem uma leve pressão na garganta, e como medida extrema se tem uma remoção cirúrgica da musculatura do pescoço – porem tem animais que ainda conseguem mesmo assim.
· Dança do Urso
Ocorre por erro de manejo, animal entediado e estressado se sacode de um lado para o outro dentro da baia.
· Outros
Qualquer outra informação que seja relevante durante a anamnese.
EXAME FÍSICO
· Avaliação dos Parâmetros Vitais
· Hidratação
Avalia através de exames laboratoriais como hematócrito e proteína, a campo se avalia:
· Coloração das mucosas
Mucosa rósea, clara e úmida, quando hiperêmica ou com halo se tem algo errado acontecendo, não necessariamente algo no trato gastrointestinal.
· Tempo de Preenchimento Capilar
· Turgor da pele
· Temperatura Retal
· FR
· FC
· Motilidade Intestinal
· Inspeção
· Atitude
· Comportamento
· Constituição Física
· Sinais de Dor Abdominal – Cólica
Quando o animal tem dor abdominal significa que ele tem cólica, animal com cólica tem apatia, hiporexia, escava o chão, olha para o flanco, mexe na água – bate o focinho na água, rola – animal deita rola e levanta, ou rola e fica em esternal, não confundir com animal que espoja, se suja na lama para evitar que as moscas o incomodem, porém quando rola por dor abdominal ele deita e rola sucessivamente, senta, apresenta sudorese intensa, hipersensibilidade – a ponto de se ter dificuldade de colocar o cabresto, podendo de certa forma ficar até agressivo, e depressão – animal apático, com a cabeça baixa, sem olhar ao redor. Tem animais que possuem todos os sinais de uma vez, tem outros que possuem apenas um ou outro.
· Auscultação Abdominal – Auscultar os 4 Quadrantes
Avaliar a motilidade com uma auscultação dos quatro quadrantes, na região do vazio do flanco e na região ventral dos lados direito e esquerdo. O ceco fica do lado direito, sendo o comum de 1-3 descargas a cada 3 minutos, se não auscultar uma descarga ileocecal ou não auscultar uma descarga completa durante os 3 minutos pode-se estender para 5 minutos, a descarga é o som da valva se abrindo e da ingesta caindo no ceco, sendo na verdade a valva íleo-cecal – intestino delgado para o grosso e valva ceco-cólica – do intestino grosso para o grosso, no final das descargas se tem um borborigmo. 
No vazio do flanco do lado esquerdo se ausculta o intestino delgado, onde na topografia não tem uma posição correta, na palpação transretal nem se consegue palpar direto, a não ser que ele esteja alterado, como distendido por exemplo, se sabe que nesse foco de auscultação é o intestino delgado porque essa auscultação tem um som mais líquido, fazendo com que se suspeite que está auscultando o intestino delgado. Na região ventral se ausculta o colon maior direito e esquerdo, não se conseguindo diferenciar um do outro, se tem uma auscultação mais grosseira, devido a capacidade volumétrica ser muito grande, comparada com o intestino delgado pois tem muita ingesta, se ouvir um som de água no colon pode-se evidenciar uma diarreia. 
Se não ouvir quase nada o animal tem hipomotilidade – motilidade baixa, se auscultar muito tem hipermotilidade, atonia é quando o animal não tem som algum, devendo auscultar os quatro quadrantes. Animal em jejum pode ter hipomotilidade, tendo uma auscultação intestinal reduzida, porem sempre presente, dor pode causar hipomotilidade assim como um jejum prolongado – para esvaziar o trato gastrointestinal demora muito, tendo que ficar muito tempo de jejum, tendo muitas outras alterações secundárias que são percebidas antes.
· Palpação
· Abdominal Externa
Sendo muito difícil de fazer pois a musculatura desses animais é muito firme, então dificilmente será possível realizar uma palpação abdominal externa como se faz no cão, por isso sendo a palpação nesses animais muitas vezes retal.
· Abdominal Interna – Retal
Sabendo que o intestino grosso é bastante desenvolvido ele tem uma posição certa, onde o ceco fica do lado direito, a flexura pélvica ficara do lado esquerdo, próximo à virilha, o colon menor não tem posicionamento, mas eventualmente poderá ser palpado, o colon ventral fica dorsal e o colon dorsal fica dorsal. Logo, existe um posicionamento que se espera encontrar determinados segmentos de alças intestinais em determinada posição, pois se houver alteração de alça intestinal, com deslocamento de alça, o animal terá dor abdominal, assim como compactação – animal que comeu fibras muito grosseiras, está com a dentição ruim ou um fator de estresse causou hipomotilidade total, então na palpação se observa uma alça repleta de conteúdo de consistência firme – para compactação se faz o diagnostico através da palpação transretal. Dificilmente se consegue encontrar o intestino delgado em um animal normal, se o intestino delgado está distendido se palpa essa estrutura tubular cheia de água, onde essa palpação irá auxiliar no diagnóstico.
O intestino grosso tem uma topografia conhecida, onde qualquer alteração do posicionamento e da consistência das alças irão ajudar no diagnóstico da cólica.
· Sondagem Nasogástrica
· Exame e Tratamento
Ajuda no exame, não se existe um primeiro atendimento de um animal com cólica que não se passa a sonda, porem dependendo da alteração gástrica se esvazia e lava esse estomago, já o tratando, sendo utilizado tanto no diagnostico quanto no tratamento. Existe uma secreção que o intestino delgado solta que chama-se de refluxo, sendo bem característica, pois possui um coloração esverdeada a acastanhada, tendo um cheiro muito característico também, sendo essa secreção um produto da alteração de intestino delgado, então quando se passa a sonda no cavalo e vem um refluxo enterro-gástrico, certamente se tem alteração no intestino delgado, direcionando e auxiliando o diagnóstico. Nem sempre quando se passa a sonda o conteúdo sai, pois muitas vezes esse conteúdo é grosseiro, onde mesmo fazendo sucção ou manipulando a sonda não vai sair, precisando de cera forma esvaziar, mesmo que para isso precise entrar com um pouquinho de água para então movimentar aquele conteúdo para então esvaziar para avaliar, porém se colocar água se tem a perda dos resultados, como do pH. Precisa-se saber qual o conteúdo do estômago, por isso se não sair de forma espontânea para se ver o conteúdo se adiciona água, esse conteúdo tem um cheiro de capim recém cortado, se tiver um cheiro de cana de açúcar, silagem ou de refluxo, significa que se tem uma alteração, logo, precisa-se saber qual o conteúdo gástrico para chegar no diagnóstico, muitas vezes, dependendo da situação do cavalo – se demorar para chegar ou se o animal está em um lugar de difícil acesso, se passa a sonda no animal primeiro para depois examinar – pois se o animal estiver no limite de alguma alteração gástrica pode romper o estômago de distensão dependendo do conteúdo, se o animal estiver com uma dor controlada se faz o exame e depois que passa a sonda.
· Tamanho Correto
A sonda nasogástrica custa de 40 a 60 reais, sendo bem maleável, com uma ponta com um bocal e a outra ponta fenestrada – com um furo maior, e dois ou três furos. Se tem sondas de diversos diâmetros e comprimento para potros – sonda número11, adultos – sonda número 15, e sonda de potrinhos neonatos – sonda número 8. 
Se passa a sonda nasogástrica de forma “cega”, se tem uma introdução no nariz e parando no estômago, diferente dos ruminantes que é ororuminal, se passa essa sonda no equino em qualquer narina – direita ou esquerda, não tendo preferência, o posicionamento da cabeça do cavalo é o posicionamento anatômico dele, se esticar o pescoço ou flexionar muito fica mais resistente para passar a sonda, sendo mais fácil deglutir se está na posição anatômica natural dele e não flexionado, pois animal esticado é mais fácil passar para a traqueia, não podendo ter duvida em momento algum de que a sonda está no estômago, pois se coloca água, medicações, e leite em potrinhos nessa sonda para o estômago, se for administrado no pulmão o animal morre. Se utiliza os métodos de contenção.
· Posicionamento Correto
Molhar a sonda e passar um pouquinho de vaselina antes, se passa a sonda o mais ventral e o mais medial possível se for na narina direita, se direciona a sonda com o dedo mesmo, beirando o septo nasal, na narina esquerda se faz o mais medial e o mais ventral possível – sempre beirando o septo nasal, pois se passar a sonda um pouco mais dorsal se tem uma concha chamada de etmoide que é bastante vascularizada, se encostar nela começa a sangrar, sangrando bastante, quando isso acontece o ideal é tirar a sonda, limpar e passar na outra narina – não se deve parar com a passagem da sonda porque se passou no etmoide. 
A parte que mais incomoda na passagem da sonda no cavalo é na região da narina, pois é uma região bastante sensível, mas depois que passa está tudo certo, quando a sonda chegar na região da garganta se sente o animal deglutindo, ainda, enquanto o animal estiver deglutindo você sente uma “lombadinha” – evidenciando que o animal deglutiu. O esôfago fica do lado esquerdo bem próximo a calha da jugular, após deglutir se assopra a sonda, pois o esôfago é um órgão tubular e colabado, quando se assopra ele distende vendo a sonda passar do lado esquerdo do animal, como o esôfago possui uma certa resistência por ser um órgão colabado se assopra durante a passagem, assoprando e progredindo a sonda no esôfago, pois dessa forma se diminui a resistência, pois se infla/distende o esôfago, fazendo com que a sonda não “passe rasgando”, após verificar que a sonda está no esôfago e que não tem chance dessa sonda estar na traqueia que se pode infundir a água e investigar o caso. Na traqueia a sonda passa livre, não tendo nenhum tipo de resistência devido aos anéis cartilaginosos – não colabam ou expandem, se mantendo com o mesmo lúmen, logo a sonda passa livre, não vendo a sonda passar e não vendo distensão quando se assopra. – Tem animal que a sonda está na traqueia e ele não tosse.
Como se ter a certeza de que a sonda passou pelo caminho certo Se vê a sonda passar, quando se assopra se vê o esôfago distender.
Começar infundindo pouco liquido – 3, 4 litros ou até menos, pois não se sabe o quanto o estomago do animal está cheio, esperando esvaziar um pouco para ir infundindo aos poucos, se infundir muito pode romper o estômago, sendo o ideal se ter uma caneca ou balde graduado, se for colocar direto da mangueira deve-se ter prática e muito cuidado para se ter noção do quanto irá infundir, deve-se também infundir água até sair um líquido mais transparente, se ainda for um conteúdo grosseiro continuar infundindo. Sempre passar a sonda, avaliar o conteúdo e esvaziar o estômago, até o final do atendimento se fixa a sonda, não sendo necessário ficar retirando para se evitar ter que colocar novamente, podendo até mesmo ser uma via de medicação, podendo ficar de 2 a 3 dias sondado, tendo alguns cavalos que ficam incomodados, sendo necessário avaliar se o animal pode ficar ou não sondado.
· Sonda Nasogástrica como Primeira ação Frente a um Caso de Cólica Abdominal
· Conteúdo
Se avalia cor, odor, volume, constituição e pH – suco gástrico com um pH ácido, ou seja, baixo, se o pH estiver alto provavelmente o conteúdo ali não é gástrico, sendo necessário analisar de onde que é, o conteúdo intestinal é alcalino. Às vezes se tem Parascaris equorum – nematoide, refluxo, ração ou capim fermentado.
EXAMES COMPLEMENTARES
· Paracentese Abdominal – Abdominocentese
Coleta o líquido do abdome chamado de líquido peritoneal, e através da análise macroscópica e microscópica desse líquido se consegue perceber se tem algo inflamado dentro do abdome ou não, onde cada doença terá uma apresentação diferente do líquido abdominal. Normalmente o líquido é um amarelo citrino, clarinho e translucido, quando alterado fica turvo e de outras cores. Avaliar o líquido peritoneal, avaliando macroscopicamente cor, odor e densidade. Existem alguns pontos para coletar o líquido abdominal, utilizando uma agulha na região mais baixa do abdome, fazendo tricotomia de preferência e boa antissepsia. Quando alterado por cor ou densidade pode ser por presença de alterações como inflamação, presença de sangue ou fezes na cavidade abdominal, presença de fezes nesse líquido indica que se teve um rompimento das alças intestinais ou se fez uma enterocentese, tendo extravasamento de fezes para a cavidade.
· Endoscopia
Muito mais vantajosa para trato respiratório, mas também pode-se investigar o esôfago e a região de laringe com o endoscópio.
· Ultrassonografia
Se tem algumas janelas ultrassonográficas que se conseguem avaliar ou parede de intestino ou segmentos intestinais que irão auxiliar no diagnóstico, não sendo comum atender cólica com ultrassom no Brasil por precisar de um aparelho muito potente.
· Laparoscopia
Cólica é igual a dor abdominal, podendo ser por qualquer órgão do trato gastrointestinal.
AULA 2 – 29/04/2019
AFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL
AFECÇÕES ORAIS
A domesticação e confinamento cada vez mais precoce dos equinos e as modificações dos hábitos e padrões alimentares, comprometem a formação dentária natural desta espécie e levam a uma série de afecções odontológicas. Os animais afetados apresentam dificuldade na apreensão e deglutição de alimentos, emagrecimento e queda no seu desempenho.
A alimentação com forragem é o alimento natural mais seguro para os equinos e deve constituir da dieta básica desses animais, a oferta em excesso de concentrados e forragens moles e pouco variadas, associada ao confinamento, são fatores que contribuem para ocorrência de afecções dentárias. Essas afecções dentárias podem lacerar tecidos moles, como língua, bochechas e gengiva, causando dor à mastigação. Uma dieta equilibrada em relação às proporções de concentrado e forragem de alta qualidade é muito importante para reduzir as chances de ocorrência de alterações de desgaste dentário e de afecções.
PROBLEMAS DENTÁRIOS
Por terem erupção contínua dos dentes os equinos costumam apresentar doenças de oclusão – desalinhamento dos dentes, principalmente pontas de esmalte dentário e ganchos – alongamento do dente devido a uma oclusão e desgaste desigual entre as arcadas superiores e inferiores, causando dor e dificuldade durante a mastigação.
Pode-se ter uma arcada dentária pequena, palatite – inflamação fisiologicamente normal do palato duro, onde na troca dentária se inflama o palato duro do animal, que por doer acaba causando uma hiporexia ou anorexia.
· Sintomas
Animal começa a salivar, apresenta halitose, perda de peso. Os sintomas podem aparecer lentamente, até que ocorram complicações, como gengivite, infecção das raízes dos dentes e até mesmo infecção dos seios paranasais.
PROBLEMAS TRAUMÁTICOS
Muito mais comum, como em animais que aprendem a abrir a porteira, podendo fraturar a mandíbula e os incisivos, não se tem enxerto ou implante dentário, tendo que tratar de acordo com as consequências, melhorando o manejo alimentar desse animal melhorando a apreensão dos alimentos. Em situações traumáticas que acabaram de acontecer como em língua ou gengiva, se pode suturar.
· Boca
· Língua
AFECÇÕES DE ESÔFAGO
OBSTRUÇÃO ESOFÁGICA
Rara pois os equinos são muito seletivos na preensão de alimentos,mas ainda existem chances de ocorrer afecções esofágicas com corpos estranhos – como quando se dá manga para o animal, que acaba comendo o caroço, parando no esôfago, ou mesmo alimento compactado devido a ingestão de feno grosseiro.
O esôfago tem a porção cervical e a porção torácica, na maioria das vezes o corpo estranho para na porção cervical, como o esôfago está lateralizado do lado esquerdo, quando se vê um aumento de volume do lado esquerdo próximo a calha da jugular associado aos sinais abaixo, a chance de ser obstrução esofágica é muito grande.
· Sintomas Característicos
Sialorreia – sendo o mais importante pois o cavalo não baba, quando se tem uma sialorreia bastante importante com aumento de volume do lado esquerdo é obstrução esofágica; além da sialorreia se tem sinais pouco óbvios como disfagia, refluxo de saliva ou alimento pelas narinas, incômodo, tentativa de deglutição e “ânsia de vômito” – animal não vomita mas fica incomodado com o pescoço esticado.
· Tratamento
· Conservativo
Antes de fechar o diagnóstico é indicado que se faça uma endoscopia para ver o que está obstruindo o esôfago, porque por mais que se fale que é bem incomum que um equino faça a ingestão de algum tipo de corpo estranho – que também pode ser perfurocortante, não deve-se empurrar esse corpo estranho com a sonda nasogástrica, pois assim se for um corpo estranho perfurocortante vai empurrar cortando o esôfago, sendo então muito mais complicado, assim como não se consegue empurrar um caroço de manga até o estomago, sendo ideal antes de realizar o tratamento analisar o corpo estranho.
O Tratamento Conservativo é através da passagem de sonda nasogástrica para empurrar o corpo estranho como feno compactado, casos em que não se corra o risco de machucar o esôfago, quando não se consegue fazer endoscopia e não se sabe a origem do corpo estranho, se passa a sonda e infunde um pouco de água morna para ver se dilui esse corpo estranho, como no caso de capim ressecado; outra opção é empurrar, onde o problema de empurrar é que na porção torácica, ao contrário da porção cervical, é mais difícil se ter um acesso cirúrgico no tórax no cavalo se houver alguma complicação, sendo algo bastante detalhado. Antes de empurrar o corpo estranho o ideal é infundir água morna ou algum tipo de lubrificante, até mesmo óleo mineral, para tentar diluir o que está obstruindo.
· Cirúrgico
· Esofagotomia: Se fez uma incisão bem na altura do aumento de volume, incisão de pele, subcutâneo e esôfago, quando se abrir o esôfago se analisa toda a mucosa e qualquer outro segmento do trato gastrointestinal, onde se houver alguma área necrosada se remove – algo incomum.
AFECÇÕES GÁSTRICAS
GASTRITE E ÚLCERA GÁSTRICA
O cavalo é um animal que gosta bastante de rotina, sendo um animal bastante assustado que de fato sofre de estresse assim como os seres humanos, o que faz com que qualquer tipo de estresse faça com que seja um fator determinante para esse animal ter gastrite ou úlcera gástrica, logo, o estresse é o principal fator predisponente. É muito comum em casos de animais que passaram por estresse, como muita viagem, muito exercício, troca de tratador, desmame estressante, alteração na rotina, podendo predispor a gastrite.
É uma afecção comum em cavalos adultos e em potros jovens, podendo contribuir para sintomas como: dor abdominal de leve a moderada, sofrimento e perda do desempenho, quando a úlcera gástrica diagnosticada e quanto ataca gera uma dor bastante intensa, onde o animal chega a suar, porem no geral, as gastrites e as ulceras causam uma dor leve a moderada.
Terapia com AINE por um longo período inibe as Cox 1 e as Cox 2, que são as responsáveis pela produção de prostaglandina, como se tem uma prostaglandina inflamatória, quando se inibe a produção de prostaglandina se inibe essa inflamação, porém se tem uma outra prostaglandina que é responsável pela produção de muco – que ajuda na proteção da mucosa gástrica até mesmo pela mucosa gástrica, fazendo com que se tire a inflamação mas também diminua a produção de muco, deixando a mucosa do estomago mais suscetível às inflamações e posteriormente às depressões – que são chamadas de úlcera gástrica. Acometem muitos animais de alto desempenho atlético por sofrer estresse com bastante frequência assim como por tomar bastante AINE com bastante frequência por ter bastante tendinite e desmite.
O cavalo tem uma porção glandular e uma porção aglandular, a transição dessas porções é uma margem que se chama margo plicatus, sendo o local onde se costuma investigar onde estão essas úlceras através da gastroscopia, pois é comum se ter lesões comuns no margo plicatus.
· Histórico
A confirmação da úlcera ou até mesmo da gastrite é apenas com o gastroscópio, mas o histórico com algum fator que chama atenção quanto ao estresse ou ao uso de AINE se consegue fechar o quadro de gastrite, mas se confere o diagnóstico com a gastroscopia. Sem a gastroscopia se faz o tratamento clínico.
· Importante
Alterações de comportamento – excitação ou prostração, onde animal não quer comer; cólica recorrente; dor silenciosa – sem sintomas; perda de peso, pelos arrepiados, raramente diarreia; utilização de AINE por tempo prolongado no tratamento de outra afecção – fator determinante, ocorrendo quando o funcionário da fazenda acaba administrando de forma errada o medicamento.
· Sintomas
Dor recorrente, depressão, pelos feios, emagrecimento, sialorreia em potros sendo mais comum em pouca quantidade – mesmo assim não sendo um sintoma comum, bruxismo – principalmente em potros, refluxo gástrico – sondagem, tendo um pH muito ácido e muito muco.
· Exame Complementar: Gastroscopia.
Exame para avaliar a mucosa gástrica, usado com um gastroscópio – como se fosse um endoscópio um pouco mais longo, sendo mais caro por ser produzido exclusivamente para o cavalo, pois o endoscópio para endoscopia pode ser utilizado até mesmo o de humanos, o que diminui o preço do produto. Com a gastrocopia podemos identificar a presença de úlceras na margem de transição glandular e aglandular do estômago – Margem margo plicatus; para esse exame é necessário o esvaziamento gástrico e conter o animal com cachimbo. Para se obter diagnóstico definitivo é necessário a gastroscopia, exame visual da porção interna do estômago feito por meio de um endoscópio de fibra longa.
· Tratamento
· Manejo
Diminuir o fator estressante através do manejo – como baia pré-montada, tipo de transporte, tipo de treinamento etc. 
· Cessar AINE’s
Também deve-se cessar imediatamente a aplicação de AINEs, mesmo que haja outra afecção sendo tratada, pensando em outra estratégia para essas afecções – como fitoterápicos, homeopatia, acupuntura.
· Antagonistas de H2
Assim como o inibidor de bomba, evitam que ocorra a ligação do HCl, que é o ácido clorídrico do suco gástrico, tentando tirar um pouco da acidez do estomago.
· Cimetidina – 6,6mg/kg PO, IV, QID;
· Ranitidina – apenas de forma injetada, podendo ser manipulada, agindo de quatro a seis horas.
· Inibidor de H+ – Inibidor de Bomba
· Omeprazol – 0,7 a 1,0 mg/kg, VO, SID; demora 48 horar para agir, não dando para o animal em crise, nem todo tutor de equinos poderá dispor dele, devido a seu alto custo. Quando o animal está em crise se faz uma estratégia utilizando cimetidina ou ranitidina, mantendo por dois ou três dias, e depois entra com omeprazol, onde após 48 horas se tira a ranitidina e a cimetidina mantendo apenas com o omeprazol.
· Antiácidos
Hidróxido de Alumínio ou de Magnésio – utilizar com base nos sintomas, podendo administrar pela sonda ou pela boca mesmo, sendo muito normal o uso quando se faz o esvaziamento gástrico do animal, protegendo o estomago com uma dose de cimetidina e um ou dois antiácidos.
SOBRECARGA GÁSTRICA – DILATAÇÃO
Animal tem uma dilatação por uma dentição ruim ou deficiente, não conseguindo triturar o alimento direito, por alimentação de má qualidade – mesmo com uma dentição adequada, pode ser por excesso de concentrado de ração ou até mesmo devido a vícios, como a uma aerofagia, onde o animal fica engolindoar, distendendo o estomago e quando distende dói, como o cavalo não vomita precisa-se passar a sonda, quando passa a sonda esvazia saindo apenas gás. A aerofagia é uma alteração de comportamento, após passar a solta o animal volta a engolir ar até distender o estomago de novo, voltando a ter dor e sinais de cólica, por isso é preciso trabalhar com métodos conservativos – colar, tirar qualquer tipo de apoio etc.
· Fatores Determinante Principal
O fator determinante principal é a ingestão excessiva de concentrado, como ocorre devido ao manejo de animais encocheirados, onde o tratador pode errar na dose fazendo com que o animal coma mais do que deve, ou o animal mesmo com a quantidade correta de alimento mas que devido a qualquer motivo, como no caso de um fator estressante, o animal teve uma hipomotilidade do estomago, e a ingesta não passou, fazendo com que a ração fique no estomago e fermente com o tempo, distendendo o estomago. Equinos não vomitam, podendo ocorrer uma ruptura gástrica, já que esse alimento começa a fermentar distendendo o estomago.
· Histórico
Animal sem histórico de cólicas recorrentes, pode ter uma cólica pontual, o animal defeca normal, tem uma palpação normal, paracentese normal, sendo comum o diagnostico já na passagem da sonda. Tendo uma dor de moderada a severa, sendo uma doença muito comum de se romper o estômago. É comum se ter cólica com ingestão de concentrado há pouco tempo, sendo comum no início da manha e no final da tarde. Vícios como aerofagia e ansiedade na alimentação – ingestão rápida também predispõe a se ter cólica.
· Sintomas
A dor varia de moderada a severa, sendo normalmente moderada – cólica, animal deita frequentemente, rola, cava. E pouco aumento da frequência cardíaca e respiratória em consequência da dor, se tem alterações brandas. Demais sinais clínicos pouco se alteram, não tem febre, podem ter hipomotilidade – mas não possuem atonia intestinal, tendo movimentação intestinal, mas que pode estar prejudicada. Hidratação – leve a moderada, palpação transretal não se consegue palpar o estomago, mas serve como diferencial para análise do intestino, e paracentese abdominal – onde o liquido peritoneal raramente muda de amarelo citrino para amarelo ouro levemente turvo, a não ser que o animal esteja há muito tempo – como com 3 dias com cólica. Com a sondagem nasogástrica se tem positivo para refluxo, com cheiro fétido característico de cana de açúcar, silagem, ração ou capim fermentado, com pH ácido abaixo de 6,8, a sondagem é fundamental, identificando quantidade excessiva, conteúdo alterado, e também já é utilizado como tratamento, pois faz parte do tratamento esvaziar o estomago do animal – utilizada como exame físico e tratamento.
Se diferencia ração fermentada com refluxo enterogástrico através do odor e características, que são muito diferentes, apesar do pH ser semelhante.
· Exames Complementares
Palpação retal – sem alterações significativas.
Paracentese abdominal – líquido peritoneal normal.
· Tratamento
Normalmente o tratamento da sobrecarga gástrica é clínico, conseguindo se resolver na propriedade, podendo até internar para observação, mas a maioria das vezes se resolve na propriedade.
· Sondagem Nasogástrica – Descompressão Gástrica
Sonda como exame físico e como tratamento, usando a sondagem nasogástrica para descompressão gástrica. Deve-se tomar cuidado para fazer o esvaziamento gástrico, pois nem sempre se tem esse refluxo espontâneo, se tem apenas quando o estomago estiver muito repleto, precisando muitas vezes então difundir um pouco de água para se conseguir coletar e começar a fazer a sifonagem.
· Lavagem com Água Morna
Realiza-se uma lavagem com água morna repetidas vezes para esvaziar o estomago, mas nem sempre tem água morna, podendo utilizar água da torneira mesmo – porem animal fica desconfortável, chegando até a tremer.
· Administração Via Sonda
Administração via sonda com laxantes, emolientes e reguladores de pH.
· Fluidoterapia Quando Necessário
Se necessário utilizar fluidoterapia para hidratar, já que animal desidrata com a dor, além disso a fluido estimula a hipomotilidade, que ocorre quando animal fica muito tempo com cólica.
· Tratamento Sintomático
Uso de analgésicos como tratamento sintomático depois da lavagem, se utilizar o analgésico antes ele apenas mascara a dor. Quando se faz a lavagem e se sente um odor fétido, mas o animal ainda esta um pouco sentido, e se não foi administrado antes, pode administrar um analgésico depois do esvaziamento.
Se a dor estiver muito incontrolável pode-se aplicar um analgésico, mas provavelmente pode não ser estomago, porem antes de aplicar o analgésico pode-se utilizar uma estratégia muito interessante que é colocar o cabresto e ficar andando com ele até o veterinário chegar, pois assim se evita que o animal role e não se mascara os sinais com o analgésico – as vezes essa dor de estomago se acionado logo o veterinário ela é de leve a moderada, onde caminhando se distrai o animal, mas se parar de caminhar o animal deita e cava.
AULA 3 – 06/05/2019
AFECÇÕES DO TRATO GASTROINTESTINAL
	
	ESTÔMAGO
	INTESTINO DELGADO
	INTESTINO GROSSO
	PALPAÇÃO TRANSRETAL
	Não se tem alterações na palpação.
	Intestino delgado distendido, ou ID obstruído se for por compactação de íleo por exemplo.
	Alterações no intestino delgado, sendo palpável, porem não se tem intestino delgado distendido.
	SONDA NASOGÁSTRICA
	Sai gás, muito capim ou muita ração com odor fétido devido a fermentação.
	Refluxo enterogástrico na sonda – líquido esverdeado com pH alcalino.
	Nenhuma alteração, se tem suco gástrico, com pH ácido, sem grande quantidade, sem gás ou ração.
	PARACENTESE
	Líquido abdominal muito próximo do normal, ou pouco alteradas.
	Depende da afecção, podendo ter alterações do líquido abdominal com o decorrer da doença.
	
AFECÇÕES DE INTESTINO DELGADO
PROCESSOS OBSTRUTIVOS
	
	ESTRANGULATIVO
	NÃO ESTRANGULATIVO
	CARACTERISTICA
	Bloqueio do lúmen intestinal com comprometimento vascular, com isquemia.
	Bloqueio do lúmen sem isquemia inicialmente como por exemplo, por enterólitos.
	DOR
	Cólica moderada a severa.
	Cólica leve a moderada.
	PARÂMETROS
	Frequência cardíaca e respiratória muito altas, tendo parâmetros muito alterados.
	Não se tem manifestações clínicas muito alteradas.
	MOTILIDADE
	Alteração de motilidade abrupta – para ou diminui de forma rápida.
	Motilidade moderada.
	PARACENTESE
	Líquido abdominal com aumento de proteínas e leucócitos deixando o líquido turvo, e com alteração da coloração.
	Demora para alterar o líquido abdominal ou se tem discretas alterações.
	PALPAÇÃO
	O intestino delgado na palpação transretal não é palpável.
	
	A palpação auxilia no diagnóstico, pois há distensão do intestino delgado, sendo palpável.
	RESPOSTA À ANALGESIA
	Negativa.
	Positiva.
· Estrangulativos
Quando se tem um processo obstrutivo estrangulativo, como torção e intussuscepção, com deslocamento de alça por 5 a 7 dias, provavelmente a correção é cirúrgica, pois um animal com os parâmetros muito alterados não responde bem à analgesia, sendo comum o animal não apresentar essa resposta à analgesia em casos de doenças que causem danos vasculares.
· Doenças
· Vólvulo
Alça intestinal que gira em torno dela mesma, gerando um processo obstrutivo, se tem muito refluxo de intestino delgado e muita dor.
· Torção
A alça torce causando um processo obstrutivo na região.
· Intussuscepção Inicial
Mais comum em potros.
· Hérnias
Hérnia/aprisionamento inguinoescrotal obrigatoriamente a correção é cirúrgica, hérnia é quando se tem um anel fibroso – anel inguinal, com um saco herniário com um conteúdo que não deveria estar ali, é uma afecção exclusiva de garanhão, se a alça estiver viável se reposiciona, se estiver necrosada retira. Se tem um limite de extensão de segmento que se pode remover, se tem um limite de extensão de segmento de alça que se pode remover, se mais de 40-50% do intestino delgado estiver necrosado se faz eutanásia, normalmente se faz a remoção de até 20% do intestino delgado de um animal adulto.· Lipoma Pedunculado
Em pequenos animais lipoma é um acúmulo de gordura, no cavalo se tem lipoma no mesentério muitas vezes, mas assim como no cachorro não tem nenhum problema, porém às vezes esse lipoma fica pedunculado, ficando como se fosse um pêndulo de lipoma, onde conforme a movimentação do animal ele pode dar um nó e estrangular uma alça intestinal. 
· Tratamento
Normalmente de resolução cirúrgica, sendo difícil ter um tratamento clínico ou medicamentoso nesses casos de processos obstrutivos estrangulativos, pois esses animais apresentam manifestações clínicas muito evidentes.
· Não Estrangulativos
· Doenças
· Compactação de Íleo
Predisposição quando se tem o estabulamento contínuo do animal, ou seja, animais que permanecem estabulados por mais de 12 horas por dia, pois ele necessita de se movimentar para uma melhor digestão e aumentar a velocidade do metabolismo. Outros dois fatores que atuam diretamente no problema são: qualidade da dieta e quantidade de água oferecida. O acúmulo de massa fecal ocorre de forma gradativa, até que haja distensão do órgão para acomodar toda a matéria, provocando então a dor.
· Corpos Estranhos
Raro em cavalos, e se uma vez diagnosticado é na laparotomia exploratória, ou se tem um histórico muito sugestivo, mas como o cavalo é muito seletivo para alimentação isso acaba ficando em segundo plano.
· Verminoses
Obstrução por Parascaris equorum – verme nematoide grande, presente em toda a extensão do intestino delgado dependendo da quantidade de infestação, para sair um parascaris na sonda nasogástrica o nível de infestação do animal deve ser alta, pois nesses casos a verminose já está povoando todo o delgado a ponto de passar pelo duodeno e ir para o estomago, então coletando-o na sonda; ou Anoplocephala – verme chato, fica bem na região da valva íleo-cecal e ceco-cólica, podendo levar a uma obstrução na compactação de íleo principalmente. 
Quando em grandes quantidades pode-se obstruir, quando se tem obstrução do lúmen se tem uma dor de leve a moderada, porém se demorar – cerca de 2 a 4 dias, essa lesão que começa obstrutiva começa a levar a danos vasculares, gerando uma isquemia e até mesmo uma necrose e ruptura de alça, tendo que realizar uma cirurgia para remover o segmento necrosado. Porém a princípio fazendo vermífugo, estimulando motilidade e hidratando o animal as vezes se consegue desobstruir qualquer região causada por verminose.
· Eventração 
Ruptura da musculatura com a pele íntegra, sendo um processo inicial ou com ruptura grande de parede. Falha de musculatura onde os órgãos que ficam na cavidade abdominal estão presos apenas pela pele, não se tendo musculatura, quando se palpa se sente o órgão, podendo obstruir, a diferença da hérnia é que nesse caso se tem apenas uma falha na musculatura, não se tendo um anel fibroso e um saco herniário. 
· Duodeno-Jejunite Proximal
Quadro obstrutivo com tratamento clínico.
· Tratamento
Em todas essas doenças se consegue ter um tratamento clínico prévio, a ponto de tentar desfazer ou não, quando se tem um processo obstrutivo pode-se tentar tratar na clínica e se não der se tem a opção cirúrgica também, ou seja, o tratamento pode ser conservativo, principalmente em casos de verminoses e de Duodeno-Jejunite Proximal.
ENTERITE ANTERIOR - PROCESSO OBSTRUTIVO NÃO ESTRANGULATIVO
· Duodeno-Jejunite Proximal
Doença mais comum entre as citadas, onde se tem correção cirúrgica – em último caso, normalmente se tem um tratamento mais eficaz de forma clínica, onde o tratamento conservativo é mais eficaz, assim como nas verminoses.
É uma doença obstrutiva por uma inflamação severa da porção inicial do intestino delgado – duodeno e jejuno, não se tem nenhuma barreira física obstruindo o lúmen do intestino delgado, mas se tem uma inflamação tão importante a ponto de parar a motilidade intestinal do animal, fazendo com que o trânsito intestinal não progrida. Se tem transudato no interior das alças intestinais e acúmulo de grande quantidade de fluido no lúmen intestinal, fazendo uma grande quantidade de refluxo enterogástrico causando atonia intestinal que leva a obstrução. Não se tem dano vascular e acredita-se que se tenha um possível envolvimento bacteriano de Clostridium sp. devido a um desequilíbrio da flora intestinal – pois se isola muito esse agente e muitas vezes essa doença causa febre, porém ainda é classificada como uma doença inflamatória e não como infecciosa.
Características da Lesão: Lesão inflamatória obstrutiva com alta produção de refluxo enterogástrico – grandes volumes causando sobrecarga gástrica e severa desidratação e perdas eletrolíticas, e hipomotilidade intestinal severa.
· Histórico
· Cólica Severa com Dor Incontrolável
Intensidade de cólica de moderada a severa de acordo com a dilatação/compressão gástrica pois se tem uma grande quantidade de refluxo do intestino no estômago. Quando se passa a sonda alivia a dor por descompressão gástrica, porem depois de um tempo esse refluxo se acumula no estomago de novo causando dor. Também apresenta febre, ao contrário da maioria dos outros casos relacionados a obstrução.
A dor severa incontrolável é pré descompressão gástrica, o animal terá uma apresentação clínica como um estomago dolorido, quando se passa a sonda o animal fica apático.
· Depressão/Apatia
Logo após realizar a descompressão gástrica o animal chega a ficar depressivo, com um hipomotilidade, porém com FC mais baixa e com a manifestação de dor mais aliviada.
· Sobrecargas Gástricas Prévias – 24 a 48h anteriores
Animais que possuem dilatação gástrica prévia e que demoram para serem atendidos apresentam maior predisposição a ter enterite anterior. Animais que não tiveram a lavagem do estomago do jeito que deveria – a água não saiu da cor que entra no final da lavagem, também possuem grandes chances de possuir enterite anterior.
· Desidratação por Sudorese – com aumento de TPC
Ainda pela produção do refluxo enterogástrico o animal desidrata em uma frequência considerável, tendo alterações do turgor de pele, mucosas e TPC.
· Sintomas
· Gerais
Dor, desidratação – sudorese, aumento do TPC e turgor de pele, alteração da coloração das mucosas.
· Refluxo Enterogástrico Positivo – Alcalino
A frequência para esvaziar o estomago depende da quantidade que o animal produz de refluxo, tendo que fazer até esse refluxo cessar, se o animal está produzindo de 6 a 8 litros a cada hora ou a cada duas horas, tem que estar abaixando essa sonda para esvaziar o estômago – a sonda fica fixa no animal, por isso abaixa para esvaziar. Se faz um tratamento suporte para essa animal até cessar o refluxo, mas depende do animal, fazendo sempre a descompressão periódica.
· Febre
Único processo digestório que dá febre como manifestação.
· Dor
Taquicardia e taquipneia.
· Endotoxemia
Halos toxêmico avermelhados e arroxeados com uma mucosa congesta e hiperêmica.
· Prostração
· Hipomotilidade Intestinal
Chegando à atonia intestinal.
· Diagnóstico
· Histórico, Sinais Clínicos
· Palpação Transretal
Intestino delgado palpável – distendido. 
· Paracentese
Alteração de leve a moderada.
· Sondagem Gástrica
Grande quantidade de refluxo enterogástrico, onde em uma primeira coleta pode-se coletar de 4 a 12 litros de refluxo de cor acastanhada a alaranjada com um pH alcalino. Deve-se fazer a sondagem com a descompressão do estômago a cada 2 ou 3 horas para evitar que o mesmo se rompa, pois se romper se perde o animal, por isso é importante sempre manter o animal sondado.
Saber qual segmento está acometido e saber identificar se essa afecção apresenta quadros clínicos de dano vascular ou não. Excluir todas as possibilidades para tratar uma enterite, pois o tratamento é clínico.
· Tratamento
· Descompressão Estomacal
Como o animal produz refluxo de tempo em tempo tem que se esvaziar o estômago, contando o quanto de refluxo veio, colocando em uma tabela, enquanto ao mesmo tempo se faz a fluidoterapia. A cada 4 a 6 horas – sobrecarga por refluxo.
Quando se esvazia o refluxo se conta quanto de fluido que veio, anotando em uma tabela também o quantode fluido que se repôs, tirando depois um saldo, onde em 24 horas se espera ter um saldo positivo de 25 litros, onde se espera repor tudo o que o animal está perdendo e ainda repor a dose de manutenção diária que o animal adulto precisa, para estabilizar esse animal demora pois a produção de refluxo pode ser muito intensa, quando ele se estabiliza depois de todo o tratamento e parar de vir refluxo pode-se retirar a sonda e voltar a dar alimento aos poucos, restabelecendo aos poucos o normal do animal.
Exemplo:
	Hora
	Refluxo
	Fluido
	Saldo
	12:00
	- 6L
	+ 8L
	+ 2L
	14:00
	- 8L
	+ 4L
	- 4L
	16:00
	...
	...
	...
	24 horas depois
	...
	...
	+ 25L
· Fluidoterapia
Ao mesmo tempo em que se faz a descompressão gástrica esse animal está em fluidoterapia parenteral, pois não se consegue fazer fluidoterapia via sonda orogástrica, pois se tem a produção de refluxo, por isso não se dá alimento para o animal – pois não passa devida a obstrução, então se mantem esse animal em jejum. Se realiza fluidoterapia desse animal com reposição hidroeletrolítica, onde dependendo do nível de desidratação se canula duas veias – as duas jugulares ou uma jugular e uma torácica, para se fazer uma quantidade de fluido considerável.
Para estabilizar se estimula a motilidade com gluconato de cálcio juntamente com a fluidoterapia, como reposição hidroeletrolítica – que auxilia na contração da musculatura lisa.
· Analgésicos/Anti-inflamatórios
· Flunexim Meglumine - 1,1mg/kg, BID, IV ou IM ou 0,25mg/kg, TID ou QID, IV.
· DMSO – Dimetilsulfóxido, anti-inflamatório importante, 0,5-1,0g/kg, IV a 10%.
· Antibioticoterapia
É descrito a antibioticoterapia, que embora não seja comprovado o envolvimento sabe-se que se tiver algum agente envolvido é o Clostridium, por isso vale o uso da penicilina em especial, pois ela que o Clostridium é sensível, mas em uma situação por não ter comprovado o Clostridium se faz um antibiótico de amplo espectro com uma associação com aminoglicosídeo, por isso se tem a gentamicina como segunda opção.
· Penicilina – 20.000 a 40.000UI/kg, BID, IM.
· Gentamicina – 6,6mg/kg, SID, IV.
· Estimuladores/Reguladores de Motilidade – Procinéticos
· Metoclopramida 0,04mg/kg, IV, infusão lenta ou a cada 2 horas.
É o plasil, com uma dose de 0,04mg/kg, IV, com infusão lenta ou a cada 2 horas, como o animal fica muito excitado e agitado o melhor seria injetar metade da dose IM, pois se não fica difícil manipular o animal.
· Lidocaína 20ml diluídos em 1 frasco soro – a cada 2 horas.
É um analgésico local, mas também se tem ação procinética, analgésica e anti-inflamatória em infusão contínua com dose segura para um animal adulto de 20mL diluídos em 1 frasco de soro a cada 2 horas. – Mantem em infusão contínua a 0,005mg/kg por minuto.
· Suporte
Pode-se ter tratamento suporte com antipirético – dipirona, e fluidoterapia. Se houver acesso a contagem de eletrólitos e hemogasometria se consegue realizar a reposição de eletrólitos de acordo com o déficit animal, a campo se repõem de forma empírica, mas nunca se consegue repor tudo o que precisa.
· Prognóstico
· Bom
Resolução nas primeiras 24 horas.
· Reservado
Resolução em 72 horas.
· Ruim
Resolução não ocorre neste período de até 72 horas. Não se consegue mais controlar essa desidratação e possível infecção, onde o animal já começa a entrar em choque hipovolêmico ou choque séptico secundário.
· Cuidado
Cuidado para o animal não desenvolver laminite em consequências das alterações metabólicas intensas – endotoxemia.
AFECÇÕES DE INTESTINO DELGADO OU INTESTINO GROSSO
CÓLICA ESPASMÓDICA
Cólica mais comum em potrancos, ocorre devido a uma contração anormal da musculatura da parede intestinal causando uma estimulação dos receptores murais gerando dor, são dores pontuais e agudas nas maiorias das vezes, na auscultação tem hipermotilidade, onde se tem 3 a 4 descargas em 3 minutos.
Paracentese não se altera, única coisa alterada é a hipermotilidade
· Etiologia Questionável
· Migração Verminótica 
· Produção Excessiva de Gás
· Excitação Individual
· Capim Novo – Brotos
Capim muito baixo estimula demais a motilidade, fazendo com que o animal tenha cólica espasmódica por causa disso.
· Sintomas
Ataques agudos de dor e aumento da motilidade intestinal, normalmente as dores são pontuais agudas sem sudorese intensa, com uma dor moderada, mas de certa forma controlada.
· Diagnóstico
· Histórico
Dor aguda.
· Auscultação
Hipermotilidade no ceco, onde o normal seria de 1 a 3 descargas em 3 minutos, se tem de 3 a 4 descargas em 3 minutos; os cólons também estarão com hipermotilidade.
Paracentese não se altera e palpação transretal sem palpação do intestino delgado ou alguma outra alteração.
· Tratamento
· Analgésicos
Fenilbutazona, Flunexin Meglumine, Cetoprofeno
· Antiespasmódicos
Butilbrometo de Escopolamina (Buscopan®) – 0,3mg/kg, IV, ação em 20 a 30 minutos.
Faz a cólica espasmódica cessar, se o animal estiver bastante dolorido ou demorou para atender pode-se associar com um antiinflamatório não esteroidal, mas o Buscopan tende a ser mais que o suficiente para cessar. 
· Terapias Orais
Óleos minerais, laxantes ou tensiolíticos, em animais que foram sondados e se visualizou um estomago vazio.
· Prevenção
Prevenção com a retirada do estresse, melhorando o manejo alimentar e do manejo em geral do animal, e ainda realizar a prevenção de vermes em geral.
AFECÇÕES DE INTESTINO GROSSO
Animal com obstrução no intestino grosso não tem intestino delgado distendido, palpando alteração no intestino grosso, na sonda nesses casos não tem nada.
OBSTRUTIVAS ESTRANGULATIVAS
· Vólvulos
· Torções
OBSTRUTIVAS NÃO ESTRANGULATIVAS
· Compactação
Acúmulo de ingesta, sendo uma causa comum de alteração de intestino grosso – principalmente na flexura pélvica, exatamente onde é a dobra, caminho do cólon descendente para o cólon ascendente, sendo a hora onde é mais comum de se obstruir, podendo obstruir em qualquer outra parte do segmento do intestino grosso também. 
Se demorar para atender, ou se o quadro do animal começar a piorar e não encaminhar para a cirurgia, a princípio o que era só obstrução começa a ter isquemia – dano vascular, tendo que amputar o segmento, uma vez que o segmento está necrosado.
· Causas Questionáveis
· Alterações de Dieta
Mudança de dieta de forma abrupta.
· Diminuição da Ingestão de Água
Às vezes pode ser pelo jeito que se oferece a água, como em cochos sujos, que são mal higienizados – com limo, por exemplo.
· Estresse
Mudança de rotina, de tratador etc.
· Verminose
· Problemas Dentários
Relacionado a trituração, onde se não triturou o alimento direito se tem fibras mais grosseiras, provavelmente não digere direito e fica mais propenso à obstrução.
· Histórico
Inadequado programa antiparasitário; seca – dependendo do clima, pois se dá feno para o animal, tendo que ajustar a dosagem de água extra que animal precisaria por comer esse capim desidratado; cólica moderada e apatia.
· Sintomas
Dor leve de início, sinais físicos gerais normais a princípio, hipomotilidade, distensão abdominal variável com acúmulo de gás ou ingesta – dependendo do tempo de atendimento, sondagem nasogástrica negativa inicialmente – pois com o passar do tempo sem defecar o delgado começa a ter hipomotilidade, podendo ter refluxo enterogástrico; palpação com presença de massas firmes, mais comum na flexura pélvica, e líquido peritoneal sem alterações inicialmente.
 Compactação de ceco ás vezes pode ter manifestações clínicas como delgado, onde em uma compactação de ceco é fácil distender o delgado, já que é o próximo segmento, onde pode-se palpar o delgado distendido e pode-se ter refluxo enterogástrico, mas quando se palpa o ceco percebe-se que ele que é o problema, que está tenso e compactado.
· Diagnóstico
· Palpação Transretal
Palpação de algo firme com aumento de volume – duro, normalmente na região da virilha, onde fica a flexura pélvica. Então o diagnóstico de compactação é fechado com a palpação transretal. Dificilmente se consegue
· Sonda Nasogástrica
Suco gástrico, capim fresco, ração recém digerida.· Paracentese
Líquido peritoneal pouco alterado por ser uma lesão obstrutiva onde a princípio não se tem um dano vascular, com o tempo de evolução isso vai piorando.
· Tratamento
· Controle da Dor – Analgésicos AINE
· Flunixin Meglumine – 1,1mg/kg, BID, IM ou IV.
· Fenilbutazona – 4,4mg/kg, BID, IV.
· Sondagem
Além de ser utilizada para a liberação de gás também é utilizada como uma via de administração enteral, utilizando:
· Infusão de emolientes e laxantes (leite de magnésia, Bisacodil).
· Lubrificantes (óleo mineral).
· Tensiolíticos (Ruminol, Timpanol).
· Fluidoterapia
· Manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico, tendo que estimular a motilidade, pois não existe motilidade em animal desidratado.
· Sintomático
Analgésico em animais mais doloridos.
· Cirurgia
Quadro não remissivo ao tratamento conservativo, sendo casos que não melhoram em 48-72 horas ou que pioram se indica a cirurgia para realizar a remoção cirúrgica dessa compactação, onde na maioria das vezes esse tratamento clínico tende a ser suficiente, a não ser que seja um enterólito que esteja aderido na mucosa, como não se consegue diferenciar se tenta o tratamento clinico até que o animal evidencie que ele não está sendo efetivo através de taquicardia, taquipneia, febre, não responde a analgesia, piora da paracentese e palpação igual ou pior – sem melhora do quadro.
· Evolução do Quadro
De tempo em tempo se repete o exame físico e faz a paracentese para ver se o quadro desse animal está piorando, e palpação transretal para se analisar se aquela massa que era firme começa a ficar mais mole, com um conteúdo mais pastoso, indicando que o tratamento está dando certo.
Se causar isquemia – necrose de alça, provavelmente já tem que pensar em fazer enterectomia – amputação da flexura, por exemplo, onde o prognóstico deixa de ser o mais favorável possível, passando a ser de reservado a ruim.
· Enterólito
Essa obstrução a princípio é obstrutiva não estrangulativa, onde dependendo da distensão da alça passa a ter dano vascular começando a atrapalhar a viabilidade da alça, podendo a chegar a doer como uma obstrução estrangulativa, depende do tempo de atendimento, do tamanho do cálculo e de onde obstruiu. Na maioria das vezes começa com uma dor de leve a moderada e a distensão de conteúdo que vai piorando, sempre procurar mais de um cálculo. 
Só se consegue fechar diagnóstico de enterólito através de uma laparotomia exploratória, analisando que não era apenas uma compactação, e sim era uma compactação por enterólito. Não se consegue diferenciar apenas com uma palpação.
· Corpos Estranhos
Enterólito e corpo estranho a correção tende a ser cirúrgica na maioria das vezes.
AULA 4 – 13/05/2019
SEMANA DA SEVAM
AULA 5 – 20/05/2019
AULA PRÁTICA DE SONDAGEM

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