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LEGENDA DE CORES Caneta Título Subtítulo Intertítulo Legislação Importante Exemplos ________________________________________________________________________________ "O amor está para o Direito de Família assim como o acordo de vontade está para o Direito dos Contratos" (João Batista Villela) OS CONTRATOS NO DIREITO DE FAMÍLIA O contrato nada mais é que o ajuste de duas vontades em que são criados direito e obrigações, sendo um negócio jurídico bilateral ou plurilateral, em que é possível criar, modificar e extinguir direitos sobre conteúdo patrimonial. Os contratos familistas costumam ser “sui generis” com base no afeto, ou seja, não estão com forma prescrita em lei, mas ainda é possível sua formação baseados nos princípios contratuais gerais que são autonomia da vontade, supremacia da ordem pública, pacta sun servanda, ou seja, o contrato cria lei entre as partes, a boa fé objetiva (Art. 422 do CC), e cumprir sua função social. A cada ano que passo o Direito de Família se torna mais contratualizado, trazendo assim mais segurança jurídica nas relações familiares/afetivas, fazendo assim com que o Estado intervenha menos na vida do cidadão, sendo essa intervenção para proteger crianças, adolescentes, idosos, e interesses provenientes do Estado. Essa contratualização diz respeito à autonomia privada/da vontade, e esta tendência tende a crescer, tanto no Direito de Família quanto no Direito das Sucessões. São alguns exemplos de contratos recepcionados pelo Direito de Família os contrato de namoro, fidelidade, esponsais, antenupcial, conversão de união estável em casamento, casamento, pasto pós nupcial, união estável, união poliafetiva, alimentos, geração de filhos/barriga de aluguel e, ainda, o contrato de sugar baby. OBS: não é possível um contrato de serviços prestados através da prostituição, para “prestação de serviço”, porque a prostituição é um serviço ilícito, e o objeto do contrato deve ser lícito (ConJur - Guilherme Nucci: Prostituição é ato lícito e o STJ reconheceu isso). Porém, é possível o contrato de “sugar baby”, que é diferente da prostituição (CONTRATO DE SUGAR DADDY E SUGAR BABY FEITO EM CARTÓRIO (marketingparacartorios.com.br) e Contrato de relacionamento sugar - Creuza Almeida Advogados) CONTRATO DE NAMORO Cada vez mais comum, o contrato de namoro traz uma segurança jurídica, pois diferencia e deixa claro o status do relacionamento “namoro” e não “união estável”. O namoro não traz consequências jurídicas, e seu intuito é demonstrar que não há intenção de constituir família. É o auge da autonomia da vontade. Pode ser que haja filhos, pois nos namoros de hoje há relação sexual, apesar de não ter conjugalidade, e neste caso se configuraria família parental, e não conjugal, que advém da união estável ou casamento. O contrato de namoro não tem validade, mas pode perder seu objetivo, pois o namoro pode se tornar uma união estável ou ser convertido em casamento, conforme os requisitos legais que diferenciam os relacionamentos. https://www.conjur.com.br/2016-mai-30/guilherme-nucci-prostituicao-ato-licito-stj-reconheceu-isso https://www.marketingparacartorios.com.br/post/contrato-de-sugar-daddy-e-sugar-baby-feito-em-cartório https://www.marketingparacartorios.com.br/post/contrato-de-sugar-daddy-e-sugar-baby-feito-em-cartório https://creuzaalmeida.adv.br/contrato-de-relacionamento-sugar/ https://creuzaalmeida.adv.br/contrato-de-relacionamento-sugar/ CONTRATO DE NOIVADO/ESPONSAIS Não existe status de relacionamento “noivado” no Direito, é apenas um intermediário, e o CPC faz menção a “noivos” somente no art. 244, III, que diz respeito a não fazer citação dos noivos nos três primeiros dias do casamento. Fora isso, a expressão utilizada é “nubentes”. É um tipo de contrato não escrito, e também não obrigatório, mas já se trata de promessa de casamento, de constituir família, e diferencia da união estável, apesar de não existir uma lei que obriga sua conversão em casamento. É um contrato e promessa existentes por questões morais, mas vale lembrar que em regra não cabe indenização em caso de rompimento, exatamente por não ser obrigatória sua conversão. Apenas caberá indenização em caso de rompimento somente se houver prejuízos/danos morais/materiais, e cai no campo do direito obrigacional, e não familista. Quais são esses danos? Por exemplo, houve o pagamento da festa, deixou a noiva na porta da igreja na HORA do casamento, etc. Dica de leitura: Responsabilidade civil por quebra de promessa de noivado (jusbrasil.com.br) CONTRATO DE PACTO ANTENUPCIAL Contrato bilateral que antecede o casamento, é feito por escritura pública, em que fazem disposições sobre o conteúdo patrimonial, como o regime de casamento, mas também pode dispor de questões como reconhecimento de paternidade, administração do lar, alimentos, guarda, conduta e criação dos filhos, código sobre sexualidade, etc. O regime de casamento pode ser qualquer um dos contidos em lei, ou pode ser um regime misto, misturando traços de cada um. Na ausência de menção ao regime de casamento, o regime adotado é o regime legal, que é a comunhão parcial de bens, sendo nulo outro regime sem o pacto. Além disto, o pacto somente terá efeito perante terceiros se for registrado no Cartório de Registro de Imóveis (art. 1.657 do CC). CONTRATO DE CASAMENTO É o contrato mais comum. Também é uma instituição, paradigma de constituição de família, sempre visto como a única forma de constituição de família até pouco tempo atrás, porém, hoje o Direito reconhece que existem outras formas de constituição de família, como a união estável. O Direito também reconhece que o casamento não é mais um monopólio de casais heterossexuais, tendo o Estado cada dia menos se intrometido nestas relações, apesar de ainda ter as formalidades próprias como os proclamas (publicação no cartório), edital, celebração, etc, inclusive sendo estas formalidades o que difere o casamento da união estável. https://flaviotartuce.jusbrasil.com.br/artigos/503532763/responsabilidade-civil-por-quebra-de-promessa-de-noivado#:~:text=O%20t%C3%A9rmino%20de%20relacionamento%20amoroso,circunst%C3%A2ncias%20que%20ensejaram%20o%20rompimento. TEORIAS ACERCA DO CASAMENTO Teoria institucionalista (conservadora): rejeita a natureza negocial (Dir. Público) do casamento. Há uma forte carga moral e religiosa. Casamento é sinônimo de matrimônio (sentido religioso, influência do Dir. Canônico em que o casamento é um sacramento na ICAR); Teoria contratualista (liberal – moderna): aceita que o casamento é um contrato e não é sinônimo de matrimônio. CONTRATO DE UNIÃO ESTÁVEL Semelhante ao contrato de casamento em seu conteúdo. Será diferente apenas na forma, que é por escritura particular ou pública (expresso) ou apenas “de boca”, não escrito (tácito). Na advocacia é aconselhável a forma expressa, para evitar problemas futuros, inclusive patrimoniais. É aconselhável a forma expressão inclusive porquê é possível escolher o regime de bens quando escrito, o que não é possível quando tácito pois o regime em regra será o legal (comunhão parcial de bens). OBS: estado civil não é alterado quando da união estável, mas ao mesmo tempo cria um estado. Algumas instituições perguntam para segurança jurídica. CONTRATO DE CONVERSÃO DE UNIÃO ESTÁVEL EM CASAMENTO Previsto no art. 226, §3° do CF e Provimento do CNJ n° 37/2014, foi inserido na CF sob o pretexto de que fosse adicionado o §3° em que afirma que o Estado facilitará a conversão em casamento. De acordo com a professor Giselda Hironaka é “a mais inútil da inutilidade”. É possível fazer a conversão mudando o regime. A diferença é que para converter a data volta anteriormente. CONTRATO/PACTO PÓS NUPCIAL Assim como há o pacto antenupcial, há também o pacto pós nupcial. É o estabelecimentode um novo regime após o casamento, que se faz com a mudança do regime de bens DURANTE o casamento. A alteração também se dá na união estável, e se dá somente através da via judicial. É a ação de alteração de regime de bens. Os efeitos da alteração, em regra, será ex nunc (dali para frente), conforme entendimento do STJ (2018 e 2019). Conforme jurisprudência basta a vontade das partes, sem necessidade de justificativa, tendo apenas que demonstrar que não irá lesar direito de terceiros. CONTRATO DE UNIÃO POLIAFETIVA É um contrato plurilateral, para constituir família ou não. A família pode ser simultânea com núcleos distintos ou poliafetiva, com o mesmo núcleo. O CNJ através de recomendação de 28/06/2018 recomenda aos cartórios que não façam esse tipo de contrato (escritura de união poliafetiva), por questões morais. Sugestão de leitura: ConJur - Regina Beatriz: União poliafetiva com efeitos de união estável é ilegal e IBDFAM: Possibilidade da união estável nas relações poliafetivas CONTRATO DE GERAÇÃO DE FILHOS OU CONTRATO DE COPARENTALIDADE É um contrato expresso ou tácito, entre duas pessoas para gerarem um filho, formando-se apenas uma família parental, sem que daí decorra necessariamente uma relação amorosa ou conjugal. Seria o que popularmente é chamado de “barriga de aluguel” ou “útero de substituição”, ou apenas de pessoas que se encontram para ter filhos (há sites para isso – canal do Prof. Rodrigo da Cunha Pereira tem vídeo sobre o assunto). Coparentalidade: é a família parental cujos pais se encontram apenas para ter filhos, de forma planejada e responsável, para criar filho em sistema de cooperação mútua, sem relacionamento afetivo/conjugal/sexual entre os pais. Sugestão de leitura: Saiba mais sobre Coparentalidade - Escritório de Advocacia Rodrigo Da Cunha Pereira CONTRATO DE ALIMENTOS O contrato de alimentos é feito entre pessoas maiores e capazes, sendo comum a negociação dos alimentos parte em espécie e parte in natura. Os alimentos podem ser legítimos/legais, voluntários/convencionais e ressarcitórios/de ato ilícito/compensatórios. https://www.conjur.com.br/2018-mai-21/regina-silva-uniao-poliafetiva-efeitos-uniao-estavel-ilegal https://www.conjur.com.br/2018-mai-21/regina-silva-uniao-poliafetiva-efeitos-uniao-estavel-ilegal https://ibdfam.org.br/index.php/artigos/1565/Possibilidade+da+união+estável+nas+relações+poliafetivas https://www.rodrigodacunha.adv.br/saiba-mais-sobre-coparentalidade/ https://www.rodrigodacunha.adv.br/saiba-mais-sobre-coparentalidade/
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