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Efeitos da condenação

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EFEITOS DA CONDENAÇÃO 
São divididos em principais e 
secundários. Os efeitos principais 
são a imposição da sanção penal e a 
sua execução forçada. Já os efeitos 
secundários é a geração de maus 
antecedentes e reincidência como 
condições desfavoráveis para o 
agente, a conversão penas 
restritivas de direitos, a interrupção 
do prazo prescricional, revogação do 
sursis e do livramento condicional. 
E possui os efeitos extrapenais que 
se dividem em genéricos e 
específicos. 
➢ EFEITOS EXTRAPENAIS 
GENÉRICOS 
Tornar certa a obrigação de 
indenizar 
Deve ser feita a liquidação pelo juízo 
cível para apurar o quantum a ser 
indenizado pelo dano causado pelo 
crime. Mas pode o juiz criminal 
determinar já na sentença penal o 
quantum certo e determinado para 
servir à indenização. 
Confisco dos instrumentos e 
produtos do crime 
Tem como finalidade impedir a 
propagação dos instrumentos 
usados para a prática do crime, não 
permitir o enriquecimento ilícito do 
criminoso e desmantelar as 
organizações criminosas. 
 II - a perda em favor da União, 
ressalvado o direito do lesado ou de 
terceiro de boa-fé: 
a) dos instrumentos do crime, desde 
que consistam em coisas cujo 
fabrico, alienação, uso, porte ou 
detenção constitua fato ilícito; 
b) do produto do crime ou de 
qualquer bem ou valor que constitua 
proveito auferido pelo agente com a 
prática do fato criminoso. 
§ 1° Poderá ser decretada a perda 
de bens ou valores equivalentes ao 
produto ou proveito do crime quando 
estes não forem encontrados ou 
quando se localizarem no exterior. 
§ 2° Na hipótese do § 1o, as medidas 
assecuratórias previstas na 
legislação processual poderão 
abranger bens ou valores 
equivalentes do investigado ou 
acusado para posterior decretação 
de perda. 
Poderá ser confiscado qualquer bem 
com valor equivalente, caso o objeto 
usado para a prática do crime não 
seja encontrado ou esteja no 
exterior. 
Confisco em decorrência de tráfico 
de drogas 
Todos os bens apreendidos em 
decorrência do tráfico de drogas são 
confiscados. É autorizado o confisco 
de qualquer bem que tenha sido 
utilizado para o cometimento do 
tráfico, independentemente de 
qualquer prova de habitualidade ou 
de exclusividade. 
Confisco em decorrência da lavagem 
de capitais 
Após o trânsito em julgado, deve o 
juiz determinar o confisco de todos 
os bens ligados, direta ou 
indiretamente, à prática do crime. 
Porém, nesse caso não será 
revertido somente para a União, 
também pode ser aos Estados, 
quando é processado e julgado em 
tribunal estadual. 
Confisco alargado 
É a perda de bens equiparados ao 
produto ou proveito do crime. 
Pressupostos do confisco alargado: 
a) Condenação por crime com pena 
máxima superior a seis anos: é 
um requisito objetivo. 
b) Incompatibilidade do patrimônio 
com a renda lícita do agente: 
deve-se analisar o seu patrimônio 
e ver se é compatível com a sua 
renda lícita. Entende-se como 
patrimônio do condenado para 
fins de confisco: os bens de sua 
titularidade, os bens transferidos 
a terceiros a título gratuito ou 
mediante contraprestação 
irrisória. 
O juiz deve declarar na sentença a 
diferença apurada entre o valor do 
patrimônio e o seu rendimento lícito 
e especificar os bens cuja perda está 
sendo decretada. 
➢ EFEITOS EXTRAPENAIS 
ESPECÍFICOS 
Eles não são automáticos, devem 
ser declarados e motivados na 
sentença. 
Perda de cargo, função pública ou 
mandato eletivo 
São efeitos de natureza 
administrativa e política. 
Efeitos administrativos da 
condenação 
Crimes praticados por servidores 
ocupantes de cargo público ou que 
desempenham função pública. 
Nos crimes praticados com violação 
de poder ou violação de dever para 
com a Administração Pública, deve-
se aplicar a pena privativa de 
liberdade por tempo igual ou superior 
a 1 ano. Exemplo: peculato. 
Já se for crime comum, a pena deve 
ser privativa de liberdade com 4 anos 
ou mais. Exemplo: roubo. 
Efeitos políticos da condenação 
Como traz o Art. 15, inciso II, da 
Constituição Federal, a perda do 
mandato eletivo é automática com a 
condenação criminal transitada em 
julgado. Porém, possuem 
entendimentos nos tribunais 
superiores restringindo a sua 
aplicação, passando os direitos 
políticos a serem suspensos 
somente se o cumprimento da pena 
torne inviável o exercício ou quando 
houver limitações que impliquem 
horários de recolhimento. Sendo 
assim, não se aplica às hipóteses de 
sursis. O Art. 55, inciso IV, diz que a 
perda de mandato eletivo deve ser 
declarada pela respectiva casa. 
Posteriormente, o STF tomou 
decisão que, em caso de 
parlamentar, seria necessário, para 
o afastamento do cargo eletivo, uma 
decisão da própria casa. 
Incapacidade para o exercício do 
poder familiar, tutela ou curatela 
O agente deve ter sido condenado 
por crime doloso, punido por 
reclusão, praticado contra outra 
pessoa que também seja detentora 
do mesmo poder familiar, contra filho 
ou outro descendente ou contra 
tutelado ou curatelado. Presume-se 
que o agente não é compatível com 
o exercício do poder familiar. 
A inabilitação para dirigir veículo, 
quando utilizado como meio para a 
prática de crime doloso 
Não é automático. Não se limita a 
veículo automotor, também engloba 
embarcações e aeronaves. A 
inabilitação deve ser constada na 
sentença e devem ser apresentados 
os motivos. 
O agente que utiliza de veículo para 
a prática de crime de receptação, 
descaminho ou contrabando terá 
cassado seu documento de 
habilitação ou será proibido de obter 
habilitação pelo prazo de 5 anos. 
Nesse caso, a inabilitação será 
automática, não precisa de 
motivação.

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