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Consulta de Puericultura

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Consulta de Puericultura 
A consulta médica pediátrica é a etapa do processo 
de atenção integral à saúde da criança que envolve 
procedimentos técnicos, particularmente diagnósticos e 
terapêuticos, associados a um conjunto de ações 
comportamentais, cognitivas e humanas, bem como a atitudes 
e interações que compõem a relação médico-paciente-família. 
Ela é composta por diversas ações, em especial: 
•O acompanhamento do processo de crescimento e 
desenvolvimento; 
•A identificação de situações de risco às quais as crianças 
estão submetidas; 
•A identificação, o diagnóstico e o encaminhamento 
terapêutico de processos mórbidos; 
•O estabelecimento de condutas gerais de acompanhamento 
de saúde da criança, incluindo a orientação antecipatória. 
 
Entre as consultas pediátricas, as consultas de 
puericultura, também chamadas de “consultas de revisão”, 
ocupam uma parcela preponderante da atividade do pediatra 
e envolvem ações de cuidados de saúde preventivos da 
criança, desde o pré-natal até o final da adolescência. Tais 
ações incluem práticas definidas, como apreciação de fatores 
individuais e ambientais de proteção e de ameaça à saúde, 
monitoração do desenvolvimento, imunizações, testes de 
rastreamento, orientação antecipatória (sobre inúmeros 
condicionantes da saúde, como nutrição, hábitos de vida, 
disciplina e segurança) e aspectos selecionados do exame 
físico. 
Em cada período da vida da criança, as 
características do processo de seu desenvolvimento, os riscos 
a que está submetida e a existência de condições mórbidas 
determinam a necessidade e a periodicidade do atendimento 
médico. 
Convém enfatizar as questões éticas que devem 
pautar a relação do pediatra com a criança, em especial 
considerando sua situação de vulnerabilidade orgânica, 
psicológica e social. Deve-se entender e respeitar as etapas de 
desenvolvimento, quer seja nas manifestações de ansiedade e 
medo, quer seja nas manifestações de pudor. O exame da 
criança deveser acompanhado de uma conversa, explicando-
lhe o que está sendo feito e dizendo-lhe a verdade, de uma 
forma adaptada à idade. A busca do consentimento explícito é 
um marco ético fundamental. As decisões devem sempre ser 
compartilhadas com os pais e com a criança. Não se deve 
menosprezar a capacidade da criança de decidir e de ser ela 
própria uma educadora, repassando para a família estilos de 
vida mais saudáveis. Seu direito de opinião deve ser sempre 
valorizado. 
 
Inscrição na unidade 
a) Cadastramento na unidade: Pode ser feito através de 
registro em livro (SINASC) e/ou ficha para arquivo rotativo. O 
cadastro deve ser organizado de forma a facilitar o controle de 
faltosos e a vigilância às crianças de risco. Devem constar do 
cadastro da criança, as seguintes informações: 
- Nome da criança e da mãe; 
- Endereço completo com referência e telefone para contato; 
- Número do prontuário e número da DN (se possível); 
- Data de nascimento; 
- Data dos atendimentos (agendados/previstos); 
- Idade (correspondente a cada atendimento); 
- Motivo/tipo de atendimento (opcional). 
b) Abertura de prontuário: Para anotação dos atendimentos 
realizados pela equipe multiprofissional; 
c) Abertura do cartão da criança: Com preenchimento dos 
dados relativos ao crescimento e desenvolvimento em cada 
atendimento. Este cartão deverá ficar com a mãe da criança; 
f) Agendamento: Na recepção, as atividades que compõem o 
controle de puericultura, serão agendadas conforme o 
calendário proposto e registradas na ficha de cadastro da 
criança, e no cartão da criança ou cartão de consultas que fica 
com a mãe. 
G) Controle de Faltosos: A equipe de saúde deve realizar 
controle de crianças faltosas (mais de 30 dias), a partir do 
arquivo rotativo ou livro de registro. Serão encaminhadas 
correspondências às mães, solicitando o comparecimento na 
unidade. Após 30 dias, as mães de crianças com critérios de 
risco que não comparecerem à unidade de saúde, receberão 
visita domiciliar. A visita objetiva, verificar motivo do não 
comparecimento, enfatizar importância do controle periódico 
da criança e oferecer agendamento de nova consulta ou 
atividade. 
 
Frequência das consultas 
O Ministério da Saúde recomenda sete consultas de 
rotina no primeiro ano de vida (na 1ª semana, no 1º mês, 2º 
mês, 4º mês, 6º mês, 9º mês e 12º mês), além de duas 
consultas no 2º ano de vida (no 18º e no 24º mês) e, a partir 
do 2º ano de vida, consultas anuais, próximas ao mês do 
aniversário. Essas faixas etárias são selecionadas porque 
representam momentos de oferta de imunizações e de 
orientações de promoção de saúde e prevenção de doenças. 
As crianças que necessitem de maior atenção devem ser vistas 
com maior frequência. 
 
Anamnese 
É o procedimento no qual os pais ou a própria 
criança fornecem informações que definirão seu contexto e 
sua história, bem como a história de uma eventual situação 
mórbida. 
Mesmo quando uma anamnese precisa ser mais 
objetiva, pelo fator tempo, devem ser feitas perguntas diretas, 
sem, no entanto, dirigir as respostas. Não se devem fazer 
perguntas que induzam a respostas tipo “sim ou não”. Como 
exemplo, ao indagar a respeito da alimentação do bebê, não 
se deve usar: “Ele se alimenta bem?”. Preferir: “Como ele está 
se alimentando?”. Por outro lado, diante de crianças com 
enfermidades agudas e em situações de emergência, a tomada 
da história pode limitar-se à obtenção dos dados essenciais ao 
diagnóstico, pois, muitas vezes, a exploração além dos fatos 
imediatamente pertinentes pode retardar a intervenção. 
 
Roteiro da Anamnese 
IDENTIFICAÇÃO: Nome completo, data do nascimento, idade 
atual, sexo, cor e/ou etnia, naturalidade, procedência, nome 
do informante, relação de parentesco com a criança, 
fidedignidade presumida do informante, data da entrevista. 
MOTIVO DA CONSULTA: Registro das queixas que motivaram 
 
a consulta ou seus objetivos, usando as palavras do 
informante e uma numeração que respeite prioridades. 
HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL: Resumo cronológico do 
problema, duração, progressão, intervenções prévias e 
procedimentos terapêuticos (orientados ou não por 
profissional de saúde). 
REVISÃO DOS SISTEMAS: Geral (febre, cefaleia, irritabilidade, 
ganho ou perda ponderal), pele (alterações nos fâneros, 
ardência, cianose, coloração anormal, equimoses, lesões, 
palidez, petéquias, prurido, rubicundez, secura), olhos 
(secreção, hiperemia), nariz (coriza, obstrução nasal), orelha 
(otalgia, acuidade auditiva), respiratório (tosse, 
expectoração), digestório (vômito, dor abdominal, diarreia, 
constipação, eliminação de vermes), geniturinário (disúria, 
hematúria, enurese, polaciúria), musculoesquelético (dor, 
calor, rubor em articulações ou músculos, parestesias ou 
paralisias de grupos musculares especiais), sistema nervoso 
(tremores, convulsões, desmaio), personalidade 
(desobediência, hiperatividade, irritabilidade, medo, preguiça, 
temperamento difícil ou destrutivo, timidez, tristeza), 
comportamento (hábito de chupar dedo, dificuldade de 
relacionamento, fobia escolar, gagueira, masturbação, 
transtornos alimentares, distúrbios do sono, problemas 
sexuais, roubo, uso de drogas [álcool, tabaco, outras drogas]). 
SUPERVISÃO DE SAÚDE: Teste de triagem (neonatal/teste do 
pezinho, visão, audição e coraçãozinho/oximetria de pulso); 
história vacinal (número de doses e idade em que foram 
aplicadas as vacinas, assim como possíveis efeitos adversos); 
prática de exercício físico (frequência, tipo de exercício); 
hábitos de segurança (assento/cinto de segurança no 
automóvel, grades em piscinas/ janelas, uso de boia/colete 
salva-vidas, conhecimento de normas de conduta do pedestre 
no trânsito, possibilidade de contato com medicamentos, 
plantas tóxicas e produtos químicos); cuidados dentários 
(visitas ao dentista, aplicação tópica de flúor, escovação, fio 
dental).HISTÓRIA PERINATAL: Número de consultas pré-natais, testes 
sorológicos, intercorrências durante a gestação, tipo de parto, 
idade gestacional, peso e comprimento ao nascer, índice de 
Apgar, dados antropométricos ao nascer (peso, comprimento, 
perímetro cefálico, perímetro torácico), período neonatal 
imediato (problemas respiratórios, cianose, icterícia, 
problemas alimentares, infecção, convulsão, necessidade de 
tratamento especial – incubadora, oxigênio, medicação, 
fototerapia, cateterismo de vasos umbilicais, ventilação 
mecânica, tempo de hospitalização, condições de alta, peso na 
alta). 
CRESCIMENTO: Uso de curvas padronizadas para monitoração 
do crescimento. Tendência à obesidade ou ao emagrecimento. 
Desenvolvimento de caracteres sexuais secundários. 
DESENVOLVIMENTO: Conquista de marcos do 
desenvolvimento (controle esfincteriano, disciplina, 
relacionamentos, marcos sociais, períodos do sono, 
despertares noturnos, onde dorme), processo de adaptação e 
rendimento escolar. 
HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA: Resumo de doenças 
significativas, traumas, internações, cirurgias, alergias, 
doenças crônicas e uso de medicamentos em longo prazo, uso 
de hemoderivados. 
HISTÓRIA ALIMENTAR: Período de amamentação exclusivo, 
início do processo de desmame, aceitação dos alimentos pela 
criança, padrão alimentar atual. 
HISTÓRIA FAMILIAR: Desenho de um heredograma; registro da 
idade e do estado de saúde de pais e irmãos e doenças 
familiares (alergia, asma, diabetes, cardiopatia, convulsões 
com ou sem febre, hemofilia, hipertensão arterial, 
pneumopatia crônica, retardo de desenvolvimento, 
tuberculose). 
HISTÓRIA SOCIAL: Perfil socioeconômico, característica da 
habitação (quantas pessoas residem, condições de 
saneamento básico, umidade, ventilação, animais 
domésticos), formação educacional dos pais, situação conjugal 
dos pais, lazer (quais brincadeiras, com quem brinca, 
frequência de passeios, quantas horas diárias assiste televisão, 
utiliza computadores, videogames ou telefone celular), quem 
toma conta da criança e onde, ocorrência de bullying no 
ambiente escolar. 
 
Reconhecendo o problema, cabe ao pediatra 
orientar as formas de prevenção e conduta a pais, crianças e 
docentes; quando necessário, deve-se encaminhar para 
auxílio psicológico; deve-se atuar na prevenção da violência 
escolar defendendo os direitos da criança. 
 
Exame físico 
Começa no instante em que a criança entra no 
consultório. A simples observação fornece informações 
valiosas sobre o desenvolvimento, a postura e o 
relacionamento. 
 
Roteiro do exame físico 
ESTADO GERAL: Deve-se caracterizar genericamente como 
bom, regular ou ruim, e descrever o tipo de expressão facial 
ou a presença de fácies típicas de determinadas doenças (ex. 
síndrome de Down). No caso de fácies incaracterística, deve-
se evitar o uso da expressão “atípica”, a qual indica desvio da 
normalidade. 
ATITUDE: Devem ser observados atividade, posições eletivas, 
choro fácil, irritabilidade, depressão, torpor. 
AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA: Devem-se registrar os dados 
de peso, estatura, índice de massa corporal, perímetro cefálico 
nos gráficos apropriados. 
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL: Devem ser observados panículo 
adiposo ou emaciação. 
SINAIS VITAIS: 
- Temperatura: Em recém-nascidos, deve-se aferir a 
temperatura axilar com termômetro eletrônico; entre um mês 
e cinco anos, a temperatura axilar deve ser medida com 
termômetro eletrônico ou de mudança de fases (matriz de 
pontos), ou ainda termômetro infravermelho timpânico; em 
maiores de cinco anos, a temperatura oral ou retal deve ser 
medida com termômetro eletrônico. 
- Frequência de pulso: A medida da frequência de pulso na 
criança é feita por palpação dos pulsos periféricos ou ausculta 
cardíaca direta. 
-Frequência respiratória: Devem ser observadas, além da 
frequência, a amplitude e a facilidade ou dificuldade dos 
movimentos respiratórios, das incursões abdominais 
(principalmente no início da infância, quando predomina a 
respiração diafragmática e a incursão torácica é mínima); 
ausculta do tórax e observação direta ou palpação do 
movimento torácico, nas crianças maiores. Os valores das 
frequências cardíaca e respiratória variam de acordo com a 
idade. 
 
-Pressão arterial: A PA deve ser medida rotineiramente a partir 
dos três anos na criança assintomática. A escolha do manguito 
apropriado para cada criança é essencial na mensuração 
adequada da PA. A bolsa de borracha do manguito deve 
circundar 80 a 100% da circunferência do braço; sua largura 
deve ser no mínimo igual a 40% da circunferência do braço. Ao 
ser colocado no braço, o manguito deve deixar espaço 
suficiente, tanto na fossa antecubital, para a colocação do 
estetoscópio, como na parte superior, evitando a obstrução da 
axila. É conveniente, ao registrar o exame físico, descrever o 
manguito utilizado e a posição em que foi mensurada a PA. 
Devem-se registrar os percentis correspondentes aos níveis 
tensionais sistólico e diastólico, consultando as tabelas de PA 
para idade e altura. 
 
 
 
PELE E ANEXOS: Devem-se observar alterações na coloração 
(cianose, icterícia, palidez, rubicundez) e na textura da pele. 
Devem-se também descrever as lesões (hemangiomas, nevos, 
máculas, pápulas, pústulas, petéquias, etc.), bem como sua 
localização. 
CABEÇA: 
-Conformação geral e tamanho: Devem-se observar e registrar 
formato e simetria do crânio e da face, e medir o perímetro 
cefálico regularmente durante os dois primeiros anos (após, 
deve-se medir a cada dois anos e em todos os exames iniciais 
em qualquer idade). 
-Fontanelas: A fontanela anterior mede, ao nascer, 4 a 6 cm no 
diâmetro frontoparietal e se fecha entre 4 e 26 meses. A 
posterior mede 1 a 2 cm e costuma fechar-se por volta dos dois 
meses. 
OLHOS: Devem-se avaliar presença e aspecto de secreção, 
lacrimejamento, fotofobia, nistagmo, anisocoria, exoftalmia 
ou enoftalmia, microftalmia, hipertelorismo, cor da 
esclerótica, estrabismo ou outras alterações. A acuidade visual 
deve ser avaliada. 
NARIZ: Devem-se verificar obstrução, epistaxe, e pesquisar 
desvio de septo. 
ORELHAS: Devem-se verificar implantação, conduto externo, 
membrana timpânica, e avaliar a acuidade auditiva. 
OROFARINGE: Devem-se inspecionar dentes, gengiva, face 
interna das bochechas, língua, freio lingual e abóbada 
palatina, presença de hiperemia, placas ou lesões petequiais. 
NEUROLÓGICO: Deve-se avaliar a função cerebral por meio de 
comportamento geral, consciência, memória, orientação, 
comunicabilidade e compreensão, fala, escrita e atividade 
motora. Os reflexos, a motricidade e a função cerebelar 
devem ser avaliados por meio de testes simples de 
coordenação, de equilíbrio e de marcha. CARDIOVASCULAR: 
Deve-se palpar o ictus e avaliar presença de frêmitos, ausculta 
cardíaca (deve-se determinar se há sopros ou estalidos, 
aspecto das bulhas), palpação de pulsos. 
RESPIRATÓRIO: Devem-se avaliar expansibilidade torácica, 
tipo 
respiratório, ritmo, ausculta murmúrio vesicular e ruídos 
adventícios (crepitantes, sibilos, estridor). 
ABDOME: A forma e o volume devem ser avaliados, assim 
como hérnias, ausculta de ruídos hidraéreos, palpação 
superficial e profunda, determinação da presença ou ausência 
de massas e/ou visceromegalia. 
REGIÃO GENITAL E PERIANAL: Na genitália feminina, devem-
se inspecionar a vulva e o orifício himenal, e verificar a 
presença de secreção vaginal e sinéquia de pequenos lábios. 
Na genitália masculina, deve-se verificar a retração do 
prepúcio e palpar os testículos. A criança deve ser colocada em 
um dos cinco estágios de desenvolvimento sexual segundo os 
critérios de Tanner. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
MEMBROS: Devem-se descrever deformidades e simetria, e 
avaliar articulações, observando sinais inflamatórios (edema,calor, rubor e dor), alterações da mobilidade (limitação ou 
hipermobilidade), nódulos. 
ARTICULAÇÃO DO QUADRIL: No recém-nascido, deve-se 
realizar a manobra de Ortolani: posiciona-se a criança com as 
coxas flexionadas em ângulo reto e se realizam manobras de 
abdução. Suspeita-se de luxação quando há limitação da 
abdução, assimetria ou percepção tátil da fuga da cabeça do 
fêmur do acetábulo. Nos lactentes, deve-se comparar a 
simetria da abdução, das pregas glúteas e das fossas poplíteas. 
MÃOS E PÉS: Devem-se observar dedos extranumerários, 
baqueteamento digital, linha simiesca, clinodactilia, 
sindactilia; examinar os pés sob o ponto de vista estático (sem 
carga: criança sentada; com carga: criança em pé) e dinâmico 
(observação da marcha), e fazer manipulação passiva para 
avaliar a flexibilidade dos pés. 
AVALIAÇÃO PSIQUIÁTRICA BÁSICA: Deve sempre ser feita 
durante o exame físico, assim como durante a anamnese. A 
avaliação dos seguintes itens poderá dar um perfil psiquiátrico 
da criança, acrescido da história relatada pelo responsável: (a) 
atitude frente ao ambiente e ao examinador, (b) 
temperamento, (c) desenvolvimento perceptivo, (d) nível 
intelectual, (e) comportamento emocional, (f) expressão 
verbal. 
 
Aconselhamento antecipado 
Embora a orientação preventiva seja considerada 
importante para a promoção da saúde e valorizada pelos pais, 
Rastreamento para criptorquidia 
A criptorquidia isolada é a anomalia congênita 
mais comum ao nascimento. A migração espontânea dos 
testículos ocorre geralmente nos primeiros 3 meses de 
vida (em 70% a 77% dos casos) e raramente após os 6 a 9 
meses. Se os testículos não forem palpáveis na primeira 
consulta ou forem retráteis, o rastreamento deve ser 
realizado nas visitas rotineiras de puericultura. Se aos 6 
meses não forem encontrados testículos palpáveis no 
saco escrotal, será necessário encaminhar a criança à 
cirurgia pediátrica. Se forem retráteis, o caso deve ser 
monitorado a cada 6 a 12 meses, entre os 4 e 10 anos de 
idade do menino, pois pode ocorrer de a criança crescer 
mais rápido do que o cordão espermático nessa faixa de 
idade e os testículos saírem da bolsa escrotal. O 
tratamento precoce da criptorquidia com cirurgia resulta 
em diminuição do risco de câncer de testículos e de 
problemas com a fertilidade em adultos. 
 
os profissionais de saúde destinam um tempo desprezível a 
ela. Em consultas de atenção básica, não se permite deixar de 
abordar quatro itens fundamentais: dar atenção à queixa 
principal, revisar os problemas já apresentados, enfatizar a 
prevenção e estimular a mudança de hábito na busca por 
cuidado. As orientações baseadas em fortes evidências, de 
acordo com a faixa etária, são as seguintes: 
 
Posição para dormir 
Os pais e cuidadores devem ser alertados quanto ao 
risco de morte súbita de crianças no primeiro ano de vida, 
sobretudo nos primeiros 6 meses. Eles devem receber a 
orientação de que a melhor maneira de prevenir casos assim 
é colocando a criança para dormir de “barriga para cima” 
(posição supina), e não de lado ou de bruços. A cama ou o 
berço deve ser firme, e não deve haver lençóis ou cobertores 
frouxos ou objetos macios em volta da criança. 
 
Prevenção de infecção viral respiratória 
A lavagem de mãos por todas as pessoas que têm 
contato com o bebê deve ser orientada em todas as visitas de 
puericultura, com o objetivo de evitar a propagação de vírus 
causadores de doenças respiratórias. 
 
Aconselhamento para realizar atividade física 
Para crianças a partir dos 2 anos, deve haver 
aconselhamento para a realização de 30 a 60 minutos por dia 
de atividade física moderada ou vigorosa, apropriada para a 
idade, entre 3 e 5 vezes por semana. A atividade pode ser 
cumulativa durante o decorrer do dia, somando-se as horas de 
atividade física na escola com as realizadas de forma 
extraclasse. As crianças aparentemente saudáveis podem 
participar de atividades de baixa e moderada intensidade, 
lúdicas e de lazer, sem a obrigatoriedade de uma avaliação 
prévia de participação formal. É importante que algumas 
condições básicas de saúde – como uma nutrição adequada – 
tenham sido atendidas para que a atividade física seja 
implementada. O risco de complicações cardiovasculares na 
criança é extremamente baixo, exceto quando existem 
cardiopatias congênitas ou doenças agudas. A presença de 
algumas condições clínicas (tais como asma, obesidade e 
diabetes mellitus) exige a adoção de recomendações 
especiais, que devem ser identificadas e quantificadas. 
 
Aconselhamento para não haver ingestão de bebidas 
alcoólicas 
Para crianças acima de 7 anos, é de fundamental 
importância reforçar a prevenção e a educação para se evitar 
o uso de bebidas alcoólicas tanto por meio de abordagem no 
núcleo familiar quanto na escola. 
 
Aconselhamento em relação aos hábitos alimentares 
Uma alimentação saudável ou uma “boa prática 
alimentar” foi definida por especialistas como a ingestão de 
alimentos adequados em quantidade e qualidade para suprir 
as necessidades nutricionais, permitindo um bom crescimento 
e desenvolvimento da criança. Considera-se também que a 
consistência adequada dos alimentos pode proteger a criança 
de aspiração. Além disso, sua quantidade não deve exceder a 
capacidade funcional dos seus sistemas orgânicos 
cardiovascular, digestório e renal. 
 
Aconselhamento e prevenção de lesões não intencionais 
É recomendado que cada profissional aproveite os 
momentos das visitas para avaliar aspectos relevantes de 
segurança no ambiente doméstico e de todos os membros da 
família. Além disso, também fazem parte do rol de ações dos 
profissionais e de toda equipe de saúde as orientações sobre 
a promoção, a proteção e a defesa dos direitos das crianças ao 
acesso a equipamentos públicos e insumos necessários à 
recuperação e à manutenção da sua saúde e da sua qualidade 
de vida. 
Entretanto, ressalta-se que a situação de cada 
criança deve ser analisada conforme seu contexto 
socioeconômico e cultural, além do estágio de 
desenvolvimento próprio de cada uma. As orientações não 
devem ser “recitadas”, mas sim apresentadas e discutidas com 
pais e responsáveis durante as consultas de rotina ou as visitas 
domiciliares, com uma linguagem acessível e sem julgamentos 
sobre a culpabilidade de alguém. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Calendário de imunização 
A vacinação de crianças e adolescentes é uma 
estratégia de saúde extremamente importante na prevenção 
de doenças. As recomendações das práticas de imunizações 
devem ser baseadas em evidências científicas atualizadas, nas 
características das vacinas, epidemiologia das doenças 
específicas e características do hospedeiro. É atribuição do 
pediatra, nas consultas de puericultura, checar o status vacinal 
da criança e do adolescente e recomendar vacinas aos 
mesmos. Os calendários de vacinação para esta faixa etária 
devem ser consultados constantemente, uma vez que novas 
vacinas são frequentemente incorporadas, podendo, também, 
ocorrer alteração nas recomendações para utilização de 
vacinas que já fazem parte da rotina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ASPECTOS DA PRIMEIRA CONSULTA DE POLICULTURA 
 
A época ideal para a primeira consulta 
A primeira consulta do recém-nascido deverá 
ocorrer na sua primeira semana de vida, que constitui um 
momento propício para estimular e auxiliar a família nas 
dificuldades do aleitamento materno exclusivo, para orientar 
e realizar imunizações, para verificar a realização da triagem 
neonatal (teste do pezinho) e para estabelecer ou reforçar a 
rede de apoio à família. Como a primeira consulta da criança 
pode ser programada pela equipe, é possível adaptar a agenda 
para o referido momento, adequando o tempo da consulta às 
suas necessidades inerentes. Por exemplo: o procedimento de 
reservar dois horários de consultas normaispara a primeira 
consulta do RN garantiria mais tempo do profissional com a 
família. 
 
O conteúdo da primeira consulta 
As recomendações descritas são extensivas a todos 
os recém-nascidos durante a sua primeira consulta. São 
fundamentais a utilização e o adequado preenchimento da 
Caderneta de Saúde da Criança para o registro das principais 
informações de saúde da criança. 
 
Anamnese da primeira consulta 
A partir da anamnese, procura-se avaliar 
principalmente as condições do nascimento da criança (tipo de 
parto, local do parto, peso ao nascer, idade gestacional, índice 
de Apgar, intercorrências clínicas na gestação, no parto, no 
período neonatal e nos tratamentos realizados) e os 
antecedentes familiares (as condições de saúde dos pais e dos 
irmãos, o número de gestações anteriores, o número de 
irmãos). 
O índice de Apgar – também reconhecido 
popularmente pelos pais como a “nota” que o bebê recebe 
logo após nascer – no quinto minuto entre 7 e 10 é 
considerado normal. Apgar 4, 5 ou 6 é considerado 
intermediário e relaciona-se, por exemplo, com 
prematuridade, medicamentos usados pela mãe, 
malformação congênita, o que não significa maior risco para 
LEMBRE-SE! 
1. O pediatra tem importante papel social em 
proporcionar orientações preventivas de saúde e 
rastreamento de problemas no âmbito familiar. 
2. A periodicidade das consultas deve ser individualizada 
de acordo com a idade e a clínica do paciente. 
3. As orientações e as intervenções preventivas devem 
ser apoiadas em evidências científicas e respeitar a 
diversidade de contextos sociais e a prática de decisões 
compartilhadas. 
 
disfunção neurológica. Índices de 0 a 3 no quinto minuto 
relacionam-se a maior risco de mortalidade e leve aumento de 
risco para paralisia cerebral. No entanto, um baixo índice de 
Apgar, isoladamente, não prediz disfunção neurológica tardia. 
 
Exame físico da primeira consulta 
Um exame físico completo deve ser realizado na 
primeira consulta de puericultura. É consenso que o exame 
físico e seus achados devem ser descritos e compartilhados 
com os pais, como forma de facilitar-lhes a percepção das 
necessidades do bebê. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliações e orientações da primeira consulta 
Situações de vulnerabilidade 
•Criança residente em área de risco; 
•Baixo peso ao nascer (inferior a 2.500g); 
•Prematuridade (menos de 37 semanas gestacionais); 
•Asfixia grave ou Apgar menor do que 7 no 5º minuto; 
•Internações/intercorrências; 
•Mãe com menos de 18 anos de idade; 
•Mãe com baixa escolaridade (menos de oito anos de estudo); 
•História familiar de morte de criança com menos de 5 anos 
de idade. 
 
Outras situações reconhecidas de vulnerabilidade: 
aleitamento materno ausente ou não exclusivo, gestação 
gemelar, malformação congênita, mais do que três filhos 
morando juntos, ausência de pré-natal, problemas familiares 
e socioeconômicos que interfiram na saúde da criança, 
problemas específicos da criança que interfiram na sua saúde, 
não realização de vacinas, identificação de atraso no 
desenvolvimento, suspeita ou evidência de violência, mãe em 
situação de sofrimento agudo ou diagnóstico de doença 
mental, parto difícil ou traumático, pais com dificuldades de 
assumir a parentalidade (tornar-se pai e tornar-se mãe) e 
famílias com problemas múltiplos (drogadição, alcoolismo, 
pobreza, condições crônicas). 
Orientações gerais sobre os cuidados com o recém-nascido 
Algumas orientações são importantes e devem ser 
fornecidas aos pais, como, por exemplo: 
•A lavagem de mãos por todas as pessoas que têm contato 
com o bebê deve ser orientada em todas as visitas de 
puericultura, com o objetivo de evitar a propagação de micro-
organismos causadores de doenças respiratórias. 
•Oriente a família de modo a não permitir que pessoas fumem 
dentro de casa ou que aqueles que acabaram de fumar 
peguem o bebê no colo. 
•Oriente-os a respeito do banho e sobre os cuidados com o 
coto umbilical, que deve cair nas primeiras duas semanas. Para 
isso, o coto deve ser mantido limpo e seco. 
•Oriente-os também sobre a troca de fraldas, a prevenção de 
assaduras. Na troca de fraldas, a fim de evitar as assaduras, os 
cuidadores devem secar bem o bebê após o banho e não 
podem utilizar talcos. 
•Oriente-os a respeito da posição supina (de “barriga para 
cima”) para dormir e a sua relação de proteção contra a morte 
súbita do lactente. Caso se pratique o coleito (quando o bebê 
é colocado para dormir na cama dos pais), alerte-os para os 
casos em que certos comportamentos dos pais (como o hábito 
de ingerir bebida alcoólica, o uso de drogas ilícitas ou cigarros, 
a utilização de medicação que age no sistema nervoso central 
ou quando os pais se encontrarem muito cansados) podem 
acarretar maior risco de morte súbita para o bebê,além de 
lesões não intencionais, ao cair da cama, ao ser prensado ou 
sufocado por um dos pais, principalmente quando se trata de 
crianças menores de 4 meses. Também por segurança, os pais 
devem ser instruídos a não dormir com o bebê em sofás ou 
poltronas. 
•Existem também boas evidências para o aconselhamento 
antecipado referente ao choro noturno e aos diferentes 
significados do choro: fome, desconforto, dor. Durante a 
avaliação de uma criança cujos pais queixam-se de choro 
excessivo, os seguintes aspectos devem ser avaliados: estado 
geral da criança, história pré-natal e perinatal, momento de 
início e duração do choro, tensão no ambiente, hábitos de 
alimentação, diurese, evacuação, dieta da mãe (se estiver 
amamentando), refluxo gastroesofágico, história familiar de 
alergias, resposta dos pais referente ao choro e fatores que 
aliviam ou agravam o choro. 
•Em relação ao uso de chupetas, atualmente, a introdução 
desse hábito tem sido desaconselhada pela possibilidade de 
interferir negativamente na duração do aleitamento materno, 
entre outros motivos. 
 
Promova e apoie o aleitamento materno exclusivo na primeira 
consulta 
A criança que é alimentada somente com leite 
materno até os 6 meses de vida apresenta menor morbidade. 
Estimule a amamentação, orientando a livre demanda 
(frequência e duração), e não prescreva suplementação 
desnecessária com outros leites. 
 
Calendário de imunizações na primeira consulta 
É importante verificar se o recém-nascido recebeu a 
1a dose da vacina contra hepatite B e da BCG na maternidade 
e se será necessário indicar a aplicação dessas vacinas na 
unidade de saúde.

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