Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anemia Infecciosa Equina DEFINIÇÃO: É uma doença causada por um lentivirus que acomete equídeos, caracterizada por infecção persistente, diminuição do número de plaquetas e sinais leves, como febre, anemia, edema e debilidade geral. É também chamada de febre dos pântanos ou malária equina, acometendo equídeos silvestres e domésticos. Como a doença não apresenta sinais específicos o animal permanece como reservatório da doença, principalmente animais com baixo valor zootécnico que não são testados. Causa queda na produtividade/desempenho e é uma doença de sacrifício obrigatório no Brasil, com exceção de áreas endêmicas para a doença de acordo com a IN 45/2004 e a POPRTARIA 378 de dezembro de 2014. Foi relatada primeiramente em 1843, relacionada a casos de anemia e discrasias sanguíneas que em alguns casos levavam o animal a morte. Em 1904 foi descoberto que era uma doença viral causada por um retrovírus da mesma família do HIV que era transmitida por vetores insetos hematófagos, principalmente os tabanídeos (tabanidae) e a mosca dos estábulos (muscidae), mas também pode ser transmitida através do homem. Não é considerada uma arbovirose pois o vírus não se multiplica no inseto. ETIOLOGIA: Família Retroviridae, gênero lentivirus, RNA de fita dupla, envelopado e de baixa resistência ambiental. EPIDEMIOLOGIA: Ocorre mundialmente, principalmente em locais onde há a presença de dípteros hematófagos, em especial regiões alagadas. Os principais vetores são os Tabanidae e a Stomoxys calcitrans (mosca do estabulo) devido ao habito alimentar de hematofagismo interrompido, pois a picada do vetor causa dor no animal, que se irrita e expulsa o inseto, fazendo com que o mesmo vá para um próximo animal, disseminando o vírus. A transmissão deve ser imediata, pois com o tempo o vírus não sobrevive na mosca. Também pode ocorrer a transmissão iatrogênica por matérias como agulha, freios e celas, desde que seja imediata, além de material cirúrgico contaminado, leite, vias sexuais e transplacentária. Entretanto um potro nascido de uma égua positiva não é necessariamente positivo, por conta disso deve-se realizar o ELISA depois de 6 meses pois os anticorpos maternos podem estar presentes na cria. No Brasil as áreas endêmicas são o Pantanal MT e MS e regiões alagadas, como Pará e RJ. No estado de MT com o passar dos anos a taxa de prevalência diminuiu, graças ao saneamento dos animais. Em Poconé a eliminação dos animais não é obrigatória pois praticamente metade dos animais seriam perdidos. PATOGENIA: É uma doença de curso clinico e sinais variáveis, com sintomas inespecíficos e quando os sintomas se apresentarem é o momento que o animal apresenta uma carga viral maior. Pode apresentar episódios subclínicos, sem sintomas observados e com título viral mais baixo. O que fará as fases variarem é a imunossupressão do animal, geralmente causada por estresse. A transmissão é mecânica, não se desenvolvendo nos vetores. Pode existir multiplicação viral em locais de hematopoiese, causando uma imunossupressão e trombocitopenia. Anemia: uma He entra em contato com o vírus, que a parasita e faz com que os anticorpos entrem em ação e os macrófagos fagocitem a He, liberando Hb devido a hemólise. SINTOMAS: Animal passa por episódios clínicos dentro de uma grande fase subclínica. Os sinais clínicos são febre, apatia, icterícia, anemia, anorexia, edema de partes baixas e hemorragias petequeais. A forma aguda/subaguda causa morte em 10 a 30 dias e na fase crônica (maioria dos casos) o animal apresenta a fase subclínica com episódios clínicos quando há imunossupressão. Apenas 5% doa animais acometidos desenvolve a forma sintomática da doença, sendo na maioria sintomas leves. DIAGNÓSTICO: A legislação preconiza apenas o teste da imunodifusão em gel ágar (teste de coggins ou IDGA) apenas em animais acima de 6 meses, com validade de 60 dias e de 180 dias em propriedade monitorada. Também podem ser realizados o ELISA indireto, principalmente em muares e asininos (por ter maior sensibilidade) de acordo com a PORTARIA 378/14, entretanto se o resultado for positivo deve-se confirmar com IDGA. CONTROLE E PREVENÇÃO: Foca principalmente no controle e circulação dos animais. É uma doença de notificação obrigatória sem tratamento, por isso os animais devem ser sacrificados, quando for uma área endêmica e o animal não seja abatido deve-se marcar o animal com a letra A + a UF, na paleta direita, segundo a IN 45/2004.
Compartilhar