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Anotações aula 01-03 - JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA - PROCESSO CIVIL

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ANOTAÇÕES AULAS 01-03
JURISDIÇÃO 
1. NOÇÕES GERAIS E CONCEITO
O termo “jurisdição” vem das expressões “juris dictio”, ou seja, “dizer o direito”, função hoje pertencente ao estado, o qual é representando pelo poder judiciário. 
O artigo 16 do CPC aponta que “a jurisdição será exercida pelos juízes e tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código”. Definimos a jurisdição como sendo a parcela de poder estatal que tem a função de aplicar a lei, com vistas a solucionar as lides que lhe são submetidas. 
2. CARACTERÍSTICAS
Pode-se afirmar que a função jurisdicional não se confunde com as demais funções exercidas pelo estado (legislativa e administrativa), sendo marcada pelos seguintes caracteres: 
a) Substitutividade: a jurisdição substitui a atividade das partes em conflito, pondo a sua vontade acima das mesmas. Se Maria tem um débito para com João, por exemplo, não pode este, por força própria, ir até o patrimônio de Maria e retirar bens para quitar o débito, sob pena de incidir em crime contra a administração da justiça (artigo 345, CP). É necessário que ele proponha demanda contra a devedora para que o judiciário, uma vez reconhecido o direito, possa praticar atos de expropriação dos bens de Maria (veja que o judiciário “substitui” a atividade de João), com o objetivo de saldar a dívida. O artigo 16 do CPC aponta que “A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o território nacional, conforme as disposições deste Código.” . 
b) Inércia: o Estado não prestará a atividade jurisdicional sem a prévia provocação. O artigo 2º, CPC, aponta que “o juiz não prestará a tutela jurisdicional senão quando provocado, salvo as exceções legais”. Se fosse permitido ao magistrado iniciar um processo judicial, certamente que o mesmo não julgaria com base nas provas constantes dos autos, mas, sim, de acordo com o sentimento que lhe motivou a abrir a relação processual, comprometendo, por consequência a sua imparcialidade. 
c) Imparcialidade: significa que o órgão julgador é o sujeito desinteressado da relação. O juiz é considerado como o sujeito imparcial da relação processual. É justamente por isso que o legislador disciplinou situações as quais seria impossível ou mesmo desaconselhável a participação do magistrado em certos processos: são os casos de impedimentos e suspeição, disciplinados, respectivamente, nos artigos 144 e 145, CPC.
Perceba, também, que o artigo 139, I, CPC determina, como primeiro dever do magistrado, “assegurar às partes igualdade de tratamento”. 
d) Definitividade: a atividade jurisdicional é marcada pela indiscutibilidade. Após esgotados os atos procedimentais e ocorrente o fenômeno da coisa julgada, não há que se falar em nova discussão daquilo que fora objeto da decisão emitida, salvo exceções legalmente previstas, tal como ocorre com a ação rescisória, capitulada nos artigos 966 e seguintes do CPC.
É por isso que, não obstante determinada relação jurídica tenha sido decidida no âmbito administrativo (ex: discussão quanto à existência de débito tributário), fato é que a decisão em questão não impossibilita o suposto lesado a socorrer-se da via jurisdicional para sanar a lesão em questão. 
A característica em questão está, inclusive, relacionada ao princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional da lesão ou ameaça direito (artigo 5º, XXXV, CF). 
Vale ressaltar que a Lei nº 9.307/96 (lei de arbitragem) relativizou esta máxima ao criar a arbitragem como instrumento alternativo de solução de conflitos (diz-se “alternativo”, haja vista o seu uso facultativo - artigo 42, CPC). A arbitragem é desenvolvida mediante atividade particular, equiparando a autoridade de sua decisão àquela emitida no seio judicial, visto que a sentença arbitral é considerada título executivo judicial por expressa disposição do artigo 31 da lei em referência. 
COMPETÊNCIA 
Preliminarmente, cabe ressaltar que, embora o processamento e julgamento das causas cíveis, perante o poder judiciário, constituam a regra, o legislador facultou às partes instituírem juízo arbitral para dirimir as controvérsias oriundas dos negócios jurídicos celebrados entre pessoas capazes, nos termos da lei de arbitragem (Lei nº 9.307/96). 
1. DEFINIÇÃO
A jurisdição é a parcela de poder atribuída ao estado para dizer o direito. Dito poder é exercido sobre os jurisdicionados de todo o território nacional, por diversos órgãos do judiciário, motivo pelo qual se faz mister repartir as tarefas, mediante alguns critérios. Assim, a competência é definida como o instituto que visa definir o âmbito de atuação, mediante critérios específicos, dos órgãos encarregados da prestação jurisdicional. 
2. CRITÉRIOS DE FIXAÇÃO DE COMPETÊNCIA: MATERIAL, FUNCIONAL, EM RAZÃO DO VALOR E TERRITORIAL
Dentre os critérios utilizados pelo nosso sistema jurídico, é preciso destacar: 
a) Material: a competência é fixada em razão da natureza da lide posta em juízo. O CPC estabelece que a competência material será regida mediante normas de organização judiciária. Assim, é possível que uma lei estadual crie varas especializadas (vara de família, vara de sucessões, órfãos e interditos, infância e juventude, etc.) para o julgamento de matérias específicas. 
b) Funcional: diz respeito à função exercida pelo órgão jurisdicional no processo. O critério atenta tanto para a função dos tribunais quanto para a função dos juízos de primeiro grau. 
Quanto aos tribunais, terão eles competência para funcionar originariamente (ex: processamento, pelo STF, de mandado de segurança contra ato de Presidente da República; Processamento, pelo TRF, de mandado de segurança contra ato de juiz federal; Mandado de segurança impetrado junto ao TJ contra ato de Governador de Estado, etc.) ou a nível recursal- também conhecida como “competência hierárquica” - (ex: processamento e julgamento de recurso de apelação pelo TJ ou TRF; processamento e julgamento de Recurso Especial pelo STJ, etc.). Os tribunais também terão competência funcional para processar as execuções das causas de sua competência originária (artigo 516, I, CPC). 
Quanto ao juízo de primeiro grau, este terá competência para funcionar originariamente (a maior parte das ações é de competência originária do juízo de 1º grau!), e nas execuções das causas de sua competência pois, ainda que a causa vá parar nas instâncias superiores, uma vez esgotados os meios recursais, os autos retornarão ao juízo de origem para o cumprimento de sentença, a teor do preceituado no artigo 516, II, CPC. Terá, também, competência para funcionar nas ações que guardam relação com causas anteriormente ajuizadas (ex: competência do juízo da ação principal para conhecer de ação cautelar; competência do juízo que determinou a apreensão do bem para conhecer da ação de embargos de terceiro; competência do juízo da ação principal para conhecer da reconvenção, etc.). 
c) Em razão do valor da causa: o valor da causa pode constituir fator determinante para a fixação de competência. Assim como é possível que norma de organização judiciária local crie varas especializadas para o conhecimento e julgamento de causas com matérias específicas (competência material), é, também, possível a criação de varas com competência para processar e julgar ações de até certo montante (30, 40, 50 salários, etc.). Tal critério, conforme afirmado, é disciplinado por normas de organização judiciária. Cabe, ainda, ressaltar que a Lei federal nº 9.099/95 impôs a criação dos chamados “juizados especiais cíveis”, cuja competência leva em consideração, dentre outros critérios, o valor da causa, o qual não pode ultrapassar o patamar de 40 (quarenta) salários mínimos.
d) Territorial: este critério leva em consideração o exercício da função jurisdicional segundo a limitação geográfica. Assim, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ) possuem competência para processar demandas oriundas de todas as partes do país; o Tribunal Regional Federal (TRF) possui jurisdição sobre alguns estados; o Tribunal de Justiça,por sua vez, possui jurisdição no respectivo estado. Mas o que importa, em sede de exame de ordem, são as regras relativas à competência territorial dos juízes de primeira instância, as quais foram fixadas pelo Código de Processo Civil, em seus artigos 46 e seguintes. É importante atentarmos para as seguintes regras:
 Ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis: serão propostas, em regra, no foro do domicílio do réu (art. 46, CPC). Considerando que, até que seja provado em contrário, ninguém pode ser considerado culpado, o legislador quis dar a “comodidade” ao réu de responder a demanda em seu domicílio. Tendo mais de um domicílio, o réu será demandado no foro de qualquer deles. Havendo dois ou mais réus, com diferentes domicílios, serão demandados no foro de qualquer deles, à escolha do autor. 
E se o réu não tiver domicílio nem residência no Brasil? neste caso, excepcionalmente, a ação será proposta no foro do domicílio do autor. 
 Ações fundadas em direito real sobre imóveis: é competente o foro da situação da coisa (art. 47, CPC). Pode o autor, entretanto, optar pelo foro de domicílio do réu ou pelo foro de eleição se o litígio não recair sobre direito de propriedade, vizinhança, servidão, divisão e demarcação de terras e de nunciação de obra nova. A ação possessória imobiliária também será proposta no foro de situação da coisa, cujo juízo tem competência absoluta (art. 47, § 2o , CPC). 
*** Urge ressaltar que a presença da União ou de qualquer dos seus entes, na ação de usucapião, não afasta a competência do foro da situação do imóvel (Súmula 11, STJ). Neste caso, a demanda será processada perante o juízo federal da respectiva circunscrição territorial ou, inexistindo juízo federal na localidade, pelo juízo estadual investido na função federal. 
 Ações de inventário, a partilha, a arrecadação, o cumprimento de disposições de última vontade, impugnação ou anulação de partilha extrajudicial e todas as ações em que o espólio for réu, ainda que o óbito tenha ocorrido no estrangeiro: serão propostas no foro do domicílio do autor da herança, no Brasil; se o autor da herança não possuía domicílio certo é competente o foro da situação dos bens; havendo bens imóveis em foros diferentes, a demanda poderá ser proposta em qualquer destes. Não havendo bens imóveis, o foro do local de qualquer dos bens do espólio. 
 A ação em que o incapaz for réu: será processada perante o foro do domicílio de seu representante ou assistente (art. 50, CPC). Aqui o enunciado é bem fácil de ser entendido: a regra geral é a de que a ação deve ser proposta no foro do domicílio do réu. Pois bem, como o artigo 76, parágrafo único, do CC preceitua que o domicílio necessário do incapaz é o do seu representante legal, logo, a ação deve ser proposta no foro do domicílio do representante (que acaba sendo, em último caso, o foro do domicílio do réu ou incapaz). 
 Causas em que haja a participação da União: se a mesma estiver na qualidade de autora, serão aforadas na seção judiciária onde tiver domicílio o réu; estando na qualidade de ré, poderão ser aforadas na seção judiciária em que for domiciliado o autor, naquela em que tiver ocorrido o ato ou fato que deu origem à demanda ou onde esteja situada a coisa, ou ainda, no distrito federal. 
 Ação em que se pedem alimentos: será proposta no foro do domicílio ou da residência do alimentando (art. 53, II, CPC). Esta regra foi criada tendo em vista a necessidade do alimentando, o qual teria dificuldades em propor demanda em domicílio distinto do seu. 
 Ação em que exigir o cumprimento de obrigação: proposta no lugar onde a obrigação deva ser satisfeita; 
 Ação de reparação do dano: deve ser proposta no lugar do ato ou fato.  Nas ações de reparação do dano sofrido em razão de delito ou acidente de veículos, inclusive aeronaves: será competente o foro do domicílio do autor ou do local do fato (art. 53, V, CPC). 
 Ações de divórcio, separação, anulação de casamento e reconhecimento ou dissolução de união estável: serão propostas no foro de domicílio do guardião de filho incapaz. Não havendo filho incapaz, a demanda será proposta perante o foro do último domicílio do casal. Se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal, será proposta no foro do domicílio do réu (art. 53, I, alíneas “a”, “b” e “c”, CPC). 
3. REGIME JURÍDICO: COMPETÊNCIA ABSOLUTA E RELATIVA
Cabe ressaltar, primeiramente, que os critérios de fixação de competência, tratados no item anterior, foram criados com um dos seguintes objetivos: 1) proteção do interesse público, no sentido de proporcionar uma melhor organização e divisão de tarefas entre os diversos órgãos do judiciário; 2) proteção do interesse privado da parte, no sentido de dar comodidade àquele que necessite, quando tiver de propor/responder a uma demanda. 
No primeiro caso, o legislador utilizou os critérios material e funcional para o atendimento do interesse público; no segundo, valeu-se dos critérios em razão do valor e território para a consecução do interesse particular. 
Os critérios eleitos para o atendimento do interesse público (material e funcional) são absolutos, no sentido de serem atendidos, queiram ou não as partes, sob pena de nulidade processual. Outrossim, os critérios eleitos para o atendimento do interesse privado das partes (valor da causa e território) são relativos, no sentido de que, se não forem atendidos de imediato, poderão ser “relevados” ou deixados “de lado”. 
Feitas estas considerações preliminares, notamos que o regime jurídico acerca da competência irá variar conforme a sua natureza. 
Sendo relativa, a infração da regra de competência deve ser alegada pela parte, sob pena de preclusão e consequente prorrogação de competência, tornando-se competente o juízo que, até então, não o era (Súmula 33, STJ). 
O réu arguirá o vício na própria contestação, através de preliminar (arts. 64 e 337, II, CPC), e não mais através de exceção, como se dava sob a égide do CPC de 1973. 
 
A infração à regra de competência de natureza absoluta (em razão da matéria ou hierarquia), por estar apoiada em regras de ordem pública, acaba por gerar vício insanável, o qual poderá ser arguido em qualquer momento e grau de jurisdição (ex oficio ou mediante preliminar de contestação). É mister salientar, inclusive, que, não sendo o vício declarado pelo juiz ou mediante iniciativa das partes, a coisa julgada não terá o condão de estabilizar-se. É que o artigo 966, II, CPC autoriza a instauração de rescisória na hipótese de incompetência absoluta. 
4. MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA: CONEXÃO E CONTINÊNCIA
Determina-se a competência no momento do registro ou da distribuição da petição inicial. Isto quer dizer que, uma vez proposta a demanda a um determinado juízo, passará o mesmo a ter competência para conduzir o processo até o final. 
O legislador estabeleceu a regra de que são irrelevantes “...as modificações do estado de fato ou de direito ocorridas posteriormente” (art. 43, CPC). É o que se denomina de perpetuatio jurisdictionis. Assim, por exemplo, sendo o réu demandado no foro do seu domicílio e, fixada a competência de um juízo “x”, a alteração de domicílio (modificação de fato) não acarretará a modificação da competência. 
A regra da perpetuatio jurisdictionis sofre algumas exceções, senão vejamos: 
 quando houver supressão do órgão judiciário: havendo a extinção do órgão jurisdicional (extinção de uma vara cível, por exemplo), o processo será remetido ao juízo que o sucedeu em competência. 
 quando houver alteração da competência absoluta (em razão da matéria ou hierarquia): se a alteração ocorrida no curso do processo acarretar a modificação de competência absoluta, aí não haverá outra alternativa senão enviar os autos ao juízo que passou a ser competente para conhecer da lide. 
Temos como exemplo, no primeiro caso (alteração de competência em razão da matéria), a modificação de competência trazida pela emenda Constitucional 45. Imagine que uma causa que versa sobre representação sindicalentre sindicatos vinha tramitando perante a justiça comum. Com a EC-45, o artigo 114 da Constituição passou a dispor que a justiça do trabalho seria competente para processar e julgar lides de representação sindical “entre sindicatos”. Logo, os feitos tiveram de ser remetidos à justiça laboral. 
Já no segundo caso (alteração de competência funcional), temos como exemplo a modificação trazida por intermédio da Lei nº 11.232/05, a qual possibilitou que a execução pudesse ser processada perante o atual domicílio do executado ou perante o local onde se encontram os bens passíveis de penhora (regra acrescida ao CPC de 1973 através do artigo 475-P, § único e que fora reproduzida pelo art. 516, § único do CPC/2015). Perceba que, embora fosse a execução processada perante o juízo onde a causa tramitou em primeiro grau de jurisdição (pois, após o trânsito em julgado, os autos “baixam” à vara de origem), dita competência passou a poder ser deslocada para um dos juízos mencionados (do atual domicílio do executado ou do local em que se encontram os bens passíveis de penhora), com o intuito de “acelerar” a execução, o que nos mostra mais um caso de alteração de competência. 
Finalmente, poderá, ainda, haver alteração de competência relativa (veja que, até o momento, vínhamos falando em alteração de competência do juízo apenas quando houvesse uma alteração de competência absoluta!), em virtude da ocorrência dos fenômenos da conexão ou continência. 
Haverá a conexão entre duas ou mais ações ajuizadas quando elas tiverem o mesmo pedido (ex: ações movidas, por diversos sócios, com o objetivo de anular deliberação tomada por diretoria da sociedade) ou a mesma causa de pedir (ex: vários moradores, em demandas distintas, acionam a construtora em virtude do desabamento de edifício). 
A continência se dará quando, entre duas ou mais ações houver as mesmas partes e causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais amplo, abrange o da outra (ex: Maria promove ação de investigação de paternidade em face de João; em outra demanda, Maria pede, além da declaração de paternidade, a condenação do suposto pai ao pagamento de pensão alimentícia). 
Havendo conexão ou continência, as ações deverão ser reunidas, para serem decididas conjuntamente, sob pena gerar um risco de decisões contraditórias. 
A competência para o julgamento de causas conexas ou continentes será do juízo prevento, ou seja, aquele que primeiro conheceu da ação. Mas, qual o parâmetro utilizado para saber qual fora o juízo que primeiro conheceu da demanda? O CPC nos responde, em seu artigo 59: “O registro ou a distribuição da petição inicial torna prevento o juízo.” 
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