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Prof. Hirata Direito Romano Importância do estudo do Direito Romano - Direito privado moderno no mundo ocidental - Ex.: Europa continental, América do Sul, Japão - História do direito - Direito europeu - Ferramenta de ensino - O estudo do direito romano apresenta as categorias jurídicas fundamentais nas quais o direito moderno se baseia e , por isso, promove uma visão geral de todo o sistema jurídico, principalmente do direito civil. - A partir do momento em que o direito é um fenômeno histórico que expressa uma longa experiência humana, faz-se necessário o entendimento de sua criação e das regras que compõem tal ferramenta do convívio. Sistemas de direito - Sistema romano-germânico - Sistema anglo-saxão - Sistemas religiosos Objeto de estudo - De 450 a. C. (Lei das XII Tábuas) até 566 d. C. (Morte de Justiniano) - Período Clássico: séc. II a. C. (Lex Aebutia) até 305 d. C. (morte de Diocleciano) - Roma: Ciência do direito (ius) - Dificuldades: Fontes, Textstufen Fontes do Direito - A produção das regras jurídicas se faz pelas fontes do direito. Tais órgãos possuem as funções ou poderes de criar a norma jurídica. Fontes de cognição do Direito: - Ex.: Corpus Iuris Civilis, textos de Cícero, papiros Fontes de produção do Direito: - Ex.: Gai, "O direito do povo romano é formado por leis, plebiscitos, senatusconsultos, constituições imperiais, editos daqueles, que têm direito de fazer editos, e pareceres de juristas". Costume: - É a observância constante e espontânea de determinadas normas de comportamento humano na sociedade. - Direito não escrito. - Direito vinculante, através da relações sociais são construídas “normas” e “regras” que permeiam o coletivo. Dessa forma o costume se mostra manipulador e gestor de uma organização social. - Transmitido pelo comportamento repetido pelos cidadãos. Lei: - Gai, "Uma lei é aquilo, que o povo estabelece por meio de sua própria determinação". - Lex Data x Lex Rogata : - Lei das XII Tábuas (450 a.c.), “Quem gerou a outro uma injustiça, deve sofrer a pena de 25 sestércios” - Index – praescriptio – rogatio – sanctio - Legis perfectae: volta a parte idêntica de antes - Legis minus quam perfectae: só punição - Legis imperfectae: não tem sanção Plebiscito: - Gai, "Uma lei é aquilo, que o povo estabelece por meio de sua própria determinação. Um plebiscito é o que a plebe estabelece por meio de sua própria determinação. A plebe diferencia-se do povo, pois o “povo” é composto de todos os cidadãos, inclusive os patrícios, enquanto que a “plebe” é composta pelo resto dos cidadãos com exceção dos patrícios. Assim, diziam os patrícios que eles não estariam submetidos aos plebiscitos, uma vez que foram feitos sem a sua colaboração. Depois, entretanto, foi estabelecida a Lex Hortensia, que determinou, que os plebiscitos eram vigentes para todo o povo, sendo assim, equiparados às leis ". - Os plebsicitos são feitos pela plebe. - 286 a. C. – lex Hortensia , dessa forma se deu a força do plebiscito com uma lei e validou a importância de tal aos patrícios. - Ex.: lex Aquilia (285 a. C.) não é lei, mas um plebiscito com força de lei. - Gaius, está no primeiro capítulo da Aquilia: "Quem mata, contra o direito, um escravo ou uma escrava de terceiro ou um animal de carga quadrúpede, deve ser obrigado a indenizar o proprietário com maior valor da coisa no ano anterior, em dinheiro". Senatusconsulto: - Gai, "Um senatusconsultum é aquilo, que o senado estabelece por meio de sua própria determinação, e tem a força de uma lei, mesmo que isso não tenha sido pacífico". - O que o senado faz é o senatusconsulto, tal possui força de lei. - Essa prática é contestada, uma vez que não cabe ao senado tal setor de atuação. Constituições imperiais: - Gai, "Uma constituição imperial é aquilo, que o imperador estabelece por meio de decreto, edito ou carta. Que ela tenha a força de uma lei, nunca foi discutido, uma vez que o imperador tem o seu poder de violência por meio da lei". - Toda prática imperial é pertencente a constituição imperial. - Disposições do imperador que não só interpretavam a lei, mas, também a entendiam ou inovavam. Editos dos magistrados: - Gai, "Editos são preceitos daqueles, que tenham o direito, de promulgar editos. Esse direito têm os funcionários do povo romano, mas os dois pretores têm tal direito mais aprofundadamente, aqueles que são responsáveis pelas cidades e pelos estrangeiros..." - Ex: Edito do Edil - "Não apenas em relação a imóveis a má fé e a fraude são punidas pela natureza do direito civil, também na venda de escravos toda a fraude é coberta pelo vendedor. Quem tem de saber sobre a saúde, a tendência a fugas e furtos anteriores, ele responde segundo o edito dos edis." - Características de um código de processo. Resposta dos jurisconsultos: - Gai, "Pareceres de juristas são visões e opiniões daqueles a quem é permitido criar direito. Se todas as opiniões deles têm um mesmo resultado, tem então tal opinião força de lei; mas se elas não são coincidentes, o juiz pode seguir a opinião que ele quiser, como determina o rescrito do divino Adriano". Conceito do Direito - “O direito é a arte do bem e do justo” Direito objetivo x Direito subjetivo - O direito objetivo é um conjunto de normas que serão aplicadas para uma determinada sociedade. Preceito hipotetico e abstrato, cuja finalidade é regulamentar o comportamento humano na comunidade e cuja caracteristica é a força coercitiva que a propria sociedade lhe atribui. Alem de regulamentador dos comportamentos humanos o direito objetivo possui a capacidade de estabelecer consequencia para a transgreção da lei(sanções: nulidade ou penalidade). - O direito subjetivo é a faculdade de agir conferida a alguém segundo o direito objetivo. - O direito subjetivo é um direito reflexo, visto que espelha o direito objetivo. - Norma agendi x Facultas agendi - Regra jurídica x poder de exigir um comportamneto alheio Ius scriptum x ius non scriptum - escreito x oral - O não escrito, normalmente , parte dos costumes. Ius civile x ius honorarium - A distinção se baseava na diversidade de oriem das respectivas regras. - Civile: direito romano e aplicada aos seus cidadãos. As suas regras provinham de costumes, das leuis, dos plebiscitos e , mais tarde, também dos senatusconsultos e constituições imperiais. - Honorarium: prática dos pretores, resultado da aplicação do ius civile. Ius civile x ius gentium - a distinção baseia-se na diversidade dos destinatários das respectivas regras. - Civile: para cidadãos romanos. - Gentium: matrimônios, comercio exterior, procriação, educação e contato com o estrangeiro. Comum a todos os povos e por isso aplicáveis não só aos cidadãos romanos como também aos estrangeiros. - O ius gentium pode ser considerado um precursor do direito internacional. - Para os juristas romanos da época clássica, o ius gentium era um direito universal, baseado na razão natural. - Essa divisão acabou no momento em que o imperador Caracala promoveu a cidadania de todos os moradores de Roma. Ius publicum x ius privatum - Privatum: relação entre particulares. - Publicum: interesse público, geralmente , atrelado a relação entre o poder público e particulares ou outros órgãos. ius cogens x ius dispositivum - Cogens: não pode ser afastado pela vontade das partes, o que está na lei deve ser observado 100%. A sua regra é absoluta e independe da vontade das partes interessadas. - Dispositivum: as partes podem optar por uma flexibilidade nas práticas jurídicas. Ius commune x ius singulare - Respectivamente: As regras que visavam a um regulamento generalizado, cuja aplicação abrange todas pessoas e situações nela previstas x regras que valiam somente com relação a determinadas pessoas ou grupos, bem como situações específicas. - Singulare: constituíam exceções as regras gerais e comuns. Ius naturale - “O direito natural é aquele, que a natureza ensinou a todos os seres vivos” - Já é inerente ao homem. - São regras ou direitos subjetivos que serão ditados pela natureza, existência humana. Interpretaçãodo Direito - Aplicar o direito objetivo. - Entender e julgar um negócio jurídico. - Verba x voluntas - Verba: texto, forma (contrato, processo, etc) - Voluntas: vontade de quem escreveu o documento, uma vez que não necessariamente aquilo que se quis foi posto nos papeis. - Ex: Testamento Gramaticas ou literal x ratio legis Interpretação legislativa: - Gramatical: de acordo com o que está escrito no texto, literal. - Ratio legis: aquilo que se queria atingir com o que foi escrito. Tipos de interpretação a) Declaratória: Quando o texto é claro e é interpretado de uma só forma. b)Restritiva: O texto é mais amplo do que deveria ser, abre mais precedentes para outras interpretações, portanto deve-se restringir tal base jurídica para determinado interesse. c)Extensiva: Extensão do texto de lei para abranger diversos casos. d)Analogia: utilização de bases para aplicação de dispositivos jurídicos a certos casos que não eram direcionado pela lei utilizada. - No direito penal não há analogia, visto que o que não está legislado não é crime. e) Lacuna de lei: caso não era abordado pela lei. Aplicação da norma jurídica - Conhecimento objetivo dos fatos. Presunção - Aceitação como verdadeiro algo provável. “Presumptio iuris tantum e Praesumptio iuris et de iure” - Presunção relativa ou presunção simples: admite prova contrária - Inversão do ônus da prova. - Presunção absoluta: não admite prova contrária. Ficção - Considera-se como verdadeiro fato inverídico. Ex: todos devem saber a lei e considerarem o nascituro como vivo. Capacidade jurídica de gozo - Direito subjetivo: faculdade - Titular deste direito: sujeito de direito (pessoas físicas ou naturais, pessoas jurídicas ou morais) - Sujeito de direitos e deveres. Requisitos - Ser pessoa. Nascimento, vida extrauterina ( Sabinianos x Proculianos) e forma humana(“monstrum vel prodigium”). *Direito do nascimento são protegidos. Morte - Não há presunção de morte em Roma. - Comoriência: Período Clássico x Período justinianeu Período Clássico: de grande importância, visto que promove a sucessão das heranças. - Se o filho morre antes do pai, este nunca foi o herdeiro. Periodo Justinianianeu: se o filho/a não atingiu a puberdade é considerada a sua morte anterior a do pai. Status libertatis - Nascimento - Inimigos de guerra - Dívidas * tratamento jurídico semelhante a uma coisa *liberdade manumissio vindicta: procedimento de libertação dos escravos. manumissio censu: escrita do escravo como liberto no censu(contagem de população e para os votos). menumissio testamenti: no testamento o proprietário poderia libertar seu escravo. *favor libertatis: Quando uma mulher escrava se torna livre durante a gestação de um filho, esse nasce liberto. * terminologia: ingênuo/liberto. Ingênuo não possui obrigação com os “patrões”, enquanto os libertos possuíam. ** Por estar no ius civilis, o escravo, ao ser liberto, recebe o status de cidadão. Status Civitatis - civis - latini( estrangeiros da península italica) - peregrini (estrangeiros que não são da península itálica) - Em princípio, o direito romano, tanto público como privado, valia só para cidadãos romanos. Os estrangeiros não tinham a capacidade jurídica de gozo no concernente aos direitos e obrigações do ius civile, portanto a ele se aplicavam as regras do ius gentium. Porém, entre os estrangeiros, os latinos tinham uma posição especial, uma vez que tinham capacidade de gozo semelhante à dos cidadãos romanos. Status familiae - pater famílias: ancestral comum, poderoso. - sui iuris: independentes do pátrio poder. - alieni iuris: subordinados ao poder do pater famílias. Não absolutamente incapazes, visto que possuíam plena capacidade no campo dos direitos públicos e limitações no campo privado muitas das decisões eram atreladas ao pater famílias. Emancipação: o pater “empresta”/ “vende” três vezes o filho para uma determinada pessoa, assim tornando o filho independente da sui iuris o filho adquiria capacidade jurídica de gozo. *Capitis deminutio -Alterações nos status apresentados acima. - máxima: perda do status libertatis( perda do status civitatis e familiae) Aquele que foi prisioneiro do inimigo e retorna ao território romano recebe seus direitos e status de volta. - média: perda do status civitatis. - mínima: alteração do status familis Capacidade de agir - Exercer direitos ou contrair obrigações(não se confunde com a capacidade jurídica de gozo). - Impúberes Púberes Mulheres: 12 anos. Homens: controvérsia (fazer um exame) / 14 anos. Infantes: Menores de 7 anos: absolutamente incapazes. Os tutores agiam por eles. Maiores de 7 anos e menores de 14 anos: capacidade restrita de agir. Podiam praticar atos que os favorecessem, mas não podiam obrigar-se sem a intervenção de um tutor, que devia tomar parte no ato jurídico, conferindo sua autorização. - Lex laetoria (200 a.c.): Menores de 25 anos. Proteção extra sobre determinados atos. Açao contra quem tivesse enredado o menor de 25 anos num negócio que lhe fosse prejudicial. - Sexo: - As mulheres não tinham capacidade para direitos públicos e sofriam restrições no âmbito do direito privado também. Necessitavam da tutela perpétua do tutor mulierum. - Mulheres tem sua equiparação só no direito justinianeu/ na prática, desde o final da República. Alienação mental: - furiosi intervalos de lucidez. - dementes necessitam, integralmente, de um tutor/curador. - mentecapti necessitam, integralmente, de um tutor/curador. Prodigalidade: aquele que gasta os bens. Perturbação social. Proteção à família. Incapacidade absoluta - infantes - doentes mentais(exceção: estado de lucidez) Incapacidade relativa: - Infantia maiores ( 7 < x < 14 ) - Mulheres - Pródigos - Negócio juridicamente vantajoso Objetivos do Direito - Direito subjetivo faculdade - Relações de fazer/ não fazer, dar/não dar e posse. Objeto: - Atuação de uma pessoa ( dare, facere, non facere) - Coisa Classificações - Corpóreas e incorpóreas (aquelas que podem ser tocadas e existem corporeamente/ existem intelectualmente) - Moveis(pode mover sem mudar sua forma) ,imóveis e semoventes - Res mancipi (terrenos itálicos, animais de tiro e carga, servidão predial e escravos) e res nec mancipi (necessitam dos mancipatio para transferência do Direito de propriedade/ a transferência de propriedade poderia ocorrer sem a necessidade de cerimonialismo). - Fungíveis ou infungíveis (substituíveis ou não substituíveis por algo de mesma qualidade e valor). - Consumíveis( acabam com o uso constante, perde sua forma) e Inconsumíveis. - Simples (um todo orgânico, natural ou artificial), compostas (composição de várias coisa simples) e coletivas (conjunto de coisas simples e compostas que não perdem sua identidade/inteireza). - Divisíveis(podem ser fracionadas e não perderão seu valor agregado) e indivisíveis. - Commercio (pode ser comercializado, apropriado por terceiros) e extra commercium. - Principais e acessórias ( os acessórios seguem os principais) - Pertenças não precisa seguir a principal. - Acessórias - Frutos (se renovam periodicamente) natural(frutas) e civil(aluguel) - Benfeitorias ( diferente de produtos/ são gastos com as coisas acessórias ou pertenças juntas à coisa principal, para melhorar e aumentar a utilidade desta) - Necessárias (devem ser feitas, visto que haverá mudança no principal) - Úteis - Voluptuárias (luxo, supérfluo) *Diferença produto x fruto - Não renovável e renovável. Negócio Jurídicos Fato jurídico - Involuntário: independem da vontade de alguém. Ex: Envelhecer - Voluntários: causado pela vontade de alguém. - Atos jurídicos lícitos são manifestações de vontade que visam a realização de determinadas consequências jurídicas. Ex: Atos previstos pelo direito - Em sentidoestrito independente das vontades, o fim chegará. - Negócios jurídicos. - Atos jurídicos ilícitos são os delitos. Ex: Matar. Negócio Jurídico - Manifestação de vontade que visa a um fim tutelado pela ordem jurídica. Classificação - Unilaterais ou bilaterais Ex: Testamento - Onerosos(as vantagens correspondem as desvantagens) ou gratuitos(apenas uma parte terá vantagem, enquanto a outra só desvantagem). Elementos essenciais * Capacidade e legitimidade das partes. - Representação indireta. * Objeto lícito(não contrário ao direito), possível, determinado ou determinável. * Manifestação de vontade isenta de vícios. Vícios de vontade - Erro: desacordo entre vontade e manifestação. Exceções: menores mulheres militares rústicos * Erros de direito (error iuris) : não conhecer a lei. *Erros de fato: - Para ser anulável deve ser essencial e escusável Tipos de Erros: Error in negotio : quando a discrepância se refere à própria essência do ato Error in persona: divergência se referia à identidade de uma das parte ou de pessoa que fosse elemento essencial do ato. Error in corpore: quando recaia na identidade física do objeto do ato. Error in substantia: se relacionava com as qualidades essenciais do objeto do ato. Error in quantitate Dolo indução ao erro - Bonus – enaltecimento do produto dentro do negócio jurídico. - Malus – omitir uma informação sobre o produto. Coação Forçar o outro ao erro. - Forçar uma pessoa a celebrar um negócio jurídico de forma forçada. - Essa força é inabalável. - Sempre direto a quem sofre a coação. Elementos acidentais Condição - Acontecimento futuro e incerto, que gera a produção ou cessação dos efeitos de um negócio jurídico. * Suspensivas: efeitos suspensos até que a condição ocorra. * Resolutivas: os efeitos já são produzido e sessarão quando as condições ocorrem. Termo - Evento futuro e certo. - Também pode ser suspensivo ou resolutivo. - Resolutivo: ato é perfeito e ao mesmo tempo é eficaz desde o início, cessando seus efeitos com o advento do temo resolutivo. - Suspensivo: Modo (Incargo) - Cláusula acessória de um negócio jurídico gratuito. * Cláusula acessória que se junta eventualmente a atos jurídicos gratuito e que consiste em impor ao destinatário da liberalidade uma obrigação que não influi na eficácia do ato chama-se encargo ou modo. - Não precisa ser cumprido para que o negócio ocorra. Direitos Reais - Diferente de direitos pessoais. - Relação direta entre o seu titular e a coisa(res). - Erga omnes (contra todos) respeito de propriedade contra todos. - Actiones in rem ação contra pessoas que impedem o exercício do proprietário. - Direito de sequela. Propriedade - É um poder jurídico absoluto e exclusivo sobre uma coisa corpórea. Uma relação direta e imediata entre a pessoa, titular do direito, e a coisa. - Propriedade é um direito de perseguir a coisa, não é um objeto. - Direito sobre a coisa de usar, fruir e dispor. - Não há conceito uniforme nas fontes. - Controle de direito privado sobre a coisa, sujeito a limites legais , que pode ser adquirido por meios determinados e protegido por uma actio in rem. - Direito e poder amplos. Limitações legais do direito de propriedade - Desde a Lei das XII tábuas. Ex: 10, 1 (Proibição de depositar corpos na cidade), pertence aos aspectos sanitários. Ex: 7, 6 (caminho entre prédios, largura mínima de 8 pés). - Diversos aspectos. - Direito tem sempre limitações legais. - Mineração. - Proibição de especulação imobiliária. - Segurança da população. * Constituição de Zenão (C. 8,10,12) regras de urbanismo e arquitetura no império Constantino. - Justiniano expandiu para outras cidades. Direito de vizinhança - Árvore limítrofes entre dois imóveis dependo do local em que está plantada, ela pertencera a determinado proprietário do terreno o vizinho deve tolerar galhos acima de 15 pés que invadem seu terreno dia sim, dia não o dono da árvore pode recolher os frutos da árvore que caíram no terreno vizinho. - Muro entre vizinhos o vizinho deve tolerar até 3 pés. - Regime de águas o proprietário não pode direcionar/moldar o regime de águas de forma prejudicial ao vizinho. - immissio influência de diversos tipos de um imóvel em outro. Copropriedade (condomínio) herança - Excepcional - Cota ideal (communio pro indiviso) - ius accrescendi se alguém sair do condomínio irão acrescer na cota dos outros condôminos algo proporcional ao que era pago pelo indivíduo que saiu. - ius prohibendi Possibilidade de veto em decisões. - Actio communi dividundo ao decidir vender a copropriedade, faz-se um leilão e os ganhos com tal são divididos entre os coproprietários. Proteção à propriedade - rei vindicatio (ação reivindicatória): contra a lesão do direito de propriedade na sua totalidade. Ação do proprietário quiritário que não possuía a coisa contra aquele que a possuía , mas não era proprietário. - probatio diabólica - actio negatoria: contra lesão parcial do direito de propriedade. Ação do proprietário possuidor contra quem violava parcialmente o exercício do direito de propriedade. Posse - possessio: poder de fato sobre a coisa que gera um acontecimento jurídico. corpore et anima - Séc. XIX: Savigny apreensão física da coisa e vontade de ser proprietário dessa coisa que é protegida juridicamente. Jhering possibilidade de determinar o destino jurídico da coisa e a vontade disso. - corpus: fato material de a coisa estar subordinada fisicamente a alguém. - animus: intenção de possuir. Detenção - Efeitos de posse: - Gerar aquisição de propriedade por usucapião. - Pode ser protegida pelos interditos. - O empréstimo de coisas infungíveis serão detenções. - Os detentores não possuem proteção jurídica. Proteção possessória - Contra esbulho ou turbação (atrapalhar o exercício de posse por alguém). - Posse justa - Posse viciosa: adquirida com algum vício. São eles violência, clandestinidade ou precária. Interditos Proibitórios - uti possidetis: contra casos de turbação duradoura de posse de um imóveis. - mais antigo (396 a.C.) * Utrubi - Móveis - Quem tem posse não viciosa por mais tempo, no último ano. - Direito justinianeu: último possuidor não vicioso. - Restitutórios * unde vi – violência normal proteger a posse não viciosa de um imóvel contra o esbulho violento. * unde vi armata – violência maior proteção contra qualquer tipo de posse, inclusive a viciosa contra esbulho violento a mao armada. * de precário – contra quem tem posse precária da coisa recuperar a posse de quem a recebera a título temporário, por liberdade, para ser restituída a pedido do proprietário. - Esbulho * Posse é um fato, propriedade é um direito e detenção é o corpo sem o assegurar do âmbito jurídico. Modos originários de aquisição de propriedade - Relação imediata do adquirente e a coisa. - Não há relação entre o direito de propriedade que surge e o que procede. - Modo originário: não há relação entre o adquirente e o proprietário precedente. - Modo derivado: fundam na transferência do direito de propriedade pelo dono ao adquirente. Aquisição de frutos - Do proprietário - Exceção: direitos reais sobre coisa alheia de gozo. Especificação - Speciem facere ex aliena materia (fazer coisa nova de matéria alheia). É a confecção de coisa nova com material alheio. - Proculianos: especificador. - Sabinianos: proprietário da coisa. - Justiniano: retornar ao estado anterior. Invenção (aquisição de tesouro) - Depósito de coisa antiga de dinheiro, do qual não se tem lembrança, e assim, nem dono. Ocupação - Apreensão de coisa sem dono com a intenção de fazê-la própria. res nullius/ res derelictae/ res hostium - Tomada de posse de uma coisa in commercio., que não está son domínio de ninguém e gera o direito de propriedade dela. União de coisas (acessão) - Duas coisas que não mais podem ser separadas sem perder a individualidade anterior. - Acessóriosegue o principal. - Aluvião (deposito de coisas na margem do rio)/ avulsão/ álveo abandonado (Rio que muda o seu curso, alterando o a área da propriedade) - Inaedificatio/ plantatio (superfícies solo cedit) construção com material alheio, o indivíduo que se utiliza de pratica deverá pagar o dobro ao dono por seus materiais. - Ferruminatio/ scriptura/ pictura * superfície solo cedit – o que está acima do solo pertence ao dono do terreno. Modos derivados de aquisição de propriedade - Relação imediata do adquirente e do proprietário anterior. Transferência do direito de propriedade Mancipatio - Direito quiritário - Caráter abstrato. - res mancipi: Animais de tiro e carga, escravos e servos, terrenos itálicos e servidões prediais. In iure cessio (cessão em juízo) - Processual - Abstrato jurídico abstrato. - Serve para transferir a propriedade não só da res mancip, mas também das nec macipi. Traditio - Causal. - Transfere a posse. - simbólica/ longa manu/ brevi manu - Na prática, a única forma que sobrevive o direito justinianeu. Modos especiais de aquisição de propriedade - Usucapião (usucapio: usus + capere) - Captar pelo uso, se torna propriedade pelo meio do uso prolongado da coisa, gera propriedade quiritaria. - Posse prolongada, sem oposição do proprietário, gerava direito de propriedade. - exceção a perpetuidade da posse do direito proprietário. Requisitos - res in commercio - posse prolongada D. Arcaico: imóvel = 2 anos móvel = 1 ano D. Clássico: imóvel = 10 anos móvel = 3 anos - Justo título - ato jurídico válido, base da pretensão - Boa-fé * praescriptio: meio de defesa processual, concedido ao possuidor contra quem lhe exigisse a coisa por meio de ação reivindicatória. * Período Justinianeau: fusão do usucapião com a praescriptio longi temporis 10 anos inter presentes, 20 anos inter absentes. Mudança do praescriptio longissimi temporis 30 anos, boa-fé do possuidor. Direitos reais sobre coisas alheias - Servidões prediais convencional. - Direito do proprietário do prédio dominantes sobre o serviente - D. Clássico: tipicidade - D. Justinianeu: livre disposição *Exemplos: - iter, actus et via - Água - Stillicidiim (Escoar água da chuva) - Iluminação (regras de distancias, altura entre móveis) Usufruto (usus + fructus) - Amplo direito sem alterar a substância. - Inalienável, intransmissível. - Limitado no tempo. - Usar e perceber frutos. - Não pode alterar. - Usufrutuário X Nu-proprietário( sobra pouco da propriedade) - Deve preservar a coisa no estado em que recebeu. Enfiteuse (plantar em) - Direito de usar e gozar, por tempo ilimitado, de um prédio rústico alheio, para cultivo, contra pagamento de um foro anual ao proprietário do terreno. - Usar e fruir - Tempo indeterminado - Prédio alheio e rústico - Cânon - Alienável Mas: - 2% da transação (laudêmio) - 2 meses para exercer direito de preferência Superfície - Para edificar. - Direito de usar e gozar de um terreno urbano alheio. - Exceção prática ao “superfícies solo cedit” - Alienável - Solarium taxa que se paga anualmente para uso. Direitos reais de garantia - Segurança para uma outra relação de juízo. - Assegurar a satisfação do credor, caso o devedor não pague. Fidúcia - Mais antiga forma de garantia - Só para cidadãos romanos - transferência de uma res mancipi ao credor por meio de mancipatio ou in iure cessio - pactum fiduciae (remancipatio) - Dívida não paga: D. Arcaico: credor fica com a coisa D. Clássico: precisa vender a coisa - superfluum - actio fiduciae x actio fiduciae contraria (quando a coisa em garantia de traz prejuízo) - Extinta por Justiniano Penhor (pignus) e Hipoteca - Não transfere o direito de propriedade. - Posse não era necessariamente transferida. - Não tem direito ao uso da coisa. - Fruição: Anticrese. - Acessório. - Credor precisa vender a coisa em nome do proprietário (ius distrahendi) - superfluum - actio pigneraticia x actio pigneraticia contraria Direito das obrigações - Stricto sensu: obrigação é a relação jurídica de caráter patrimonial, por meio da qual o credor tem a faculdade de exigir do devedor uma prestação positiva ou negativa. - Inter partes - Actiones in personam conduta do devedor. Origem das obrigações - Delitual - Vingança - 326 a.C.: Lex Poetelia Papiria o devedor não se responsabiliza pela obrigação com seu corpo, mas com seu patrimônio. Prestação * Dar * Fazer ou prestar - O objeto da prestação deve ser possível, lícita, determinada ou determinável. Obligatio e actio - Tipicidade: Actio in factum: contratos inominados não estão presentes no ordenamento jurídico. - Obrigações naturais Não tem como serem cobradas. Se o devedor pagar, este não pode voltar atrás. Sem actio. Ex: Dívida em jogos. Classificação das obrigações - Quanto às partes: Parciais Solidárias - Solidariedade: Prestação indivisível Disposição contratual Prática de ato ilícito * Direito de regresso - Quanto ao objeto: Obrigações divisíveis e indivisíveis Obrigações alternativas e facultativas Fontes das obrigações - Fatos jurídicos que geram o liame obrigacional - Contratos - Quase-contratos - Delitos - Quase-delitos Contratos - Acordos de vontades - Contratos antigos Nexum - Empréstimo de dinheiro - Solene ( como a mancipatio) - Não pagamento: manus iniectio - 326 a.C. Lex Poetelia Papiria * Gaio “Contractus re, verbis, literis, consenso” ** Ato jurídico bilateral que tem por finalidade produzir consequências jurídicas. Contratos reais - Aperfeiçoam-se com a entrega da coisa. - Mútuo: Empréstimo de coisa fungível, geralmente dinheiro. Contrato unilateral. Gratuito (não tem prestação pecuniária). ** Entrega de uma coisa fungível com a obrigação para aquele que a recebe de restituir igual quantidade de coisa fungível do mesmo gênero e qualidade. - Transferência de propriedade. - Comodato: Empréstimo de coisa infungível, por prazo determinado e uso específico. Contrato bilateral imperfeito. Gratuito. Possibilidade de furtum usus o simples de fato de estar utilizando a coisa já acarreta o furto. ** Entrega de uma coisa para uso gratuito, com a obrigação do devedor de restituí-la. - Depósito: Depositário deve guardar, conservar e devolver a coisa. Contrato bilateral imperfeito. Uso da coisa: furtum usus. * Depósito necessário ( urgência para o depósito) * Depósito irregular ** Entrega, pelo credor, de uma coisa móvel ao devedor para que este a guarde, gratuitamente, e a restitua quando pedida pelo primeiro. - Penhor ** Entrega de alguma coisa para servir de garantia real de uma obrigação e para ser restituída ao extinguir-se a obrigação garantida. - Unilateral - Coisa infungíveis. Contratos verbais Expressão verbal. - Stipulatio - Unilateral, abstrato. - Spondes? Spondeo - Surdo-mudo não pode realizar Contratos literais - Codex accepti er expensi - Crédito e débito - Também entre ausentes Contratos consensuais - Aperfeiçoam–se pelo mero acordo de vontades, não gerando automaticamente a transferência de direito Compra e venda (emptio venditio) - Emptor x Venditor - As partes se obrigam a trocar mercadorias contra dinheiro. - Contrato bilateral perfeito - Oneroso - Partes, preço e coisa (merx) - Coisa futura: Emptio rei speratae se não houver coisa, o contrato é resolvido. Emptio spei especulativo, deve-se pagar mesmo que não haja coisa, visto que no contrato já há a consideração de que é algo incerto de acontecer. O preço se torna menor por ser algo mais aleatório e incerto. As safras serão sempre spei. - Dever do comprador - Pagar o preço e receber a coisa comprada. - Deveres do vendedor - Entregar a coisa - Responder pela evicção. Responsável pela perturbação que, ao comprador, no gozo da coisa, for causada por terceiro que tenha direito real sobre ela. - Responder pelos vícios redibitórios -actio redhibitoria até 6 meses depois de reconhecer o vício, anulando assim a compra e venda - actio quanti minoris até 1 ano depois de reconhecer o vício, abatendo o preço do produto. * Periculum est emptoris ( O risco é do comprador) ** Compra e venda non dominum sem domínio da coisa. - Locação (locatio conductio) ** Contrato pelo qual uma pessoa, mediante retribuição em dinheiro, se obriga a favor de outra a colocar à disposição desta uma coisa, ou a prestar-lhe serviços, ou executar determinada obra. - Locator x conductor - Bilateral perfeito e oneroso - Locação de coisa(rei): cessão temporária do uso e gozo de uma coisa contra o recebimento de um aluguel. - Locação de serviço (operarum): se põe a disposição de outrem os próprios serviços contra o recebimento de um aluguel. - Empreitada (operis faciendi) Quem presta o serviço se responsabiliza pelo todo (resultado). - Sociedade (societas) - Atividade lícita, visando a fins lucrativos. - Contrato bilateral perfeito. - É sempre temporária, dissolve-se quando a finalidade foi alcançada, ou se tornou impossível, ou pelo vencimento do prazo de existência. - Mandato (mandatum) - Mandatário obriga-se a praticar ato gratuitamente para o mandante. - Contrato bilateral imperfeito. Garantia das obrigações - Arras - Entrega pelo devedor ao credor, de uma coisa ou de uma quantia, com o fim de que ela sirva para confirmar a conclusão de um acordo e para garantir seu cumprimento. - Sinal em dinheiro ou coisa - Pode levar a perda do sinal ou devolvê-lo em dobro. - Stipulatio poena - Clausula penal ou multa contratual Garantias pessoais - Fiança - Contrato acessório pelo qual terceiro juntava-se ao devedor principal, obrigando-se pelo cumprimento da obrigação. - Direito justinianeu: - Beneficium ordinis – cobre primeiro o devedor e depois o fiador. - Beneficium divisionis – divisão da dívida entre o fiador e o devedor. - Direito de regresso Extinção das obrigações - Solutio (pagamento) - Adimplemento da obrigação que, por meio de um pagamento, extingue o liame entre o credor e o devedor. - datio in solutum (dação em pagamento) - Compensatio (compensação) - Pressupõe a existência de mais de uma obrigação entre as mesma pessoas, sendo elas ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra. - Novatio (novação) - Extinção de uma obrigação pela sua substituição por uma nova, com o mesmo conteúdo da anterior. - Subjetiva: muda o sujeito/ objetiva: Muda o objeto. Transmissão das obrigações - Formalmente, não existia. - Soluções práticas: - Novação (delegatio) - Procuratio in rem suam Inadimplemento das obrigações - Caminho natural: solutio – adimplemento - Inadimplemento - Voluntário - Actio in personam - Danos causados - Lucros cessantes - Impossibilidade da prestação “culpado ou não?” - Dolo - Culpa - Lata culpa extrema, falta de cuidados grave - Levis - in concreto : modo de agir negligente, comparada a de um homem médio. - in abstracto : conduta anterior da pessoa. - Modalidades especiais: - culpa in elegendo - culpa in vigilando - Casus (acaso, a culpa não é de ninguém) - casus maior/ vis maior algo impossível de ser previsto ou evitado, como no caso de uma raio , furacao, terremoto ou enchente, são elaborados por uma força maior. - casus minor são aqueles que, teoricamente, poderiam ser evitados, porém, normalmente, ninguém o faz. Ex: Roubo Regra geral - Princípio da utilitas * Devedor responde por dolo se não tiver vantagens. * Responde por dolo e culpa se: - Recebe vantagens e desvantagens. - Recebe só vantagens. Há exceções! Analisar caso a caso. Mora - Atraso no cumprimento (não é inadimplemento: analisar cada caso) Mora do devedor * Aumento da responsabilidade. * Juros e restituição de frutos. Mora do credor * diminui a responsabilidade do devedor * Indenizar devedor por eventuais gastos - Direito de retenção direito de ficar com a coisa até que a outra parte pague. Quase-contratos *Lembrando que a melhor forma de entender o quase seria o de “como se fosse”. Gestão de negócios (negotiorum gestio) *Dois vizinhos sendo que um deles (Tício) está viajando e não avisou Caio (outro vizinho), porém Caio percebe que a casa está fechada. Uma tempestade arranca o telhado das casas e nessa situação Caio não tem obrigação de arrumar o telhado do vizinho. Caio arruma o telhado de sua casa e também a de Tício (fez por vontade própria por saber que irá gerar danos se não arrumasse). É muito próximo do mandato, mas não tem mandato. **Tício é obrigado a restituir a Caio o valor gasto para arrumar o telhado. Gestor age de boa-fé em interesse do dono do negócio, sem ter sido incumbido. - O gestor responde por dolo e culpa. *Contrário ao utilitas (regra geral). - Precisa ser reembolsado. Enriquecimento sem causa - Em virtude de pagamento indevido. *Como no caso de um contrato de compra e venda ser anulado, porém a mancipatio realizada na transferência de propriedade não será anulada ou até pagar para a pessoa errada. **Gera obrigação para aquele que sofreu o enriquecimento sem causa tem o dever de pagar de volta. - condictio indebiti: para um pagamento indevido. *Cuidado para não confundir com a condição. - condictio sine causa: pagamento feito sem causa. * O que falta para serem contratos é a vontade de ambas as partes (consenso entre as partes). Delitos - Violação de uma norma jurídica estabelecida no interesse coletivo. - Intransmissíveis. *Pelo fato de ser algo contrário ao Direito é visto de uma forma muito mais grave. - Obrigação solidária entre os co-autores. Furto (furtum) - Subtração de coisa alheia (inclusive pelo uso). O ladrão deve ter conhecimento de que sua pratica é ilícita. *Furtum usus: comodato (uso especifico) e depósito. - Coisas móveis - Intenção *Não existe furto “culposo”, é sempre doloso. furtum manifestum: 4 vezes, é a situação em flagrante (no momento). *Deverá ser paga quatro vezes o valor da coisa furtada para quem ele furtou. furtum nec manifestum: 2 vezes, é a situação em que foi feita a punição tempos após o furto. furtum conceptum: 3 vezes, a coisa furtada por diversos indícios pode estar na casa de Mévio, e quando se procura de fato está na casa de Mévio. Roubo (rapina) - Furto qualificado pelo ato violento do ladrão ao subtrair a coisa alheia. - Furto + violência: 4 vezes *Isso ocorre pelo fato de não existir pena maior que o pagamento de 4 vezes o valor do objeto no Direito Privado, assim o roubo (rapina) e o furtum manifestum teriam a mesma pena. Dano (dammum iniuria datum) - Lex Aquilia (286 a.C.) - Não é uma Lex e sim um plebiscito, mas tem a força de Lei devida a Lex Hortensia, a qual fez com que todos os plebiscitos tivessem força de Lei. Requisitos: *Dano contra o direito. *Ato positivo: é preciso um ato que gere esse dano, uma ação, não basta uma omissão. *Dano por contato direto: faço isso eu mesmo e não eu mando alguém fazer no meu lugar. - Morte do escravo ou animal. - Maior valor no último ano deverá ser pago para o dono. - Ferimento do escravo ou animal. - Maior valor nos últimos 30 dias deverá ser pago para o dono. Quase-delito - Definição: são os delitos sem Dolo ou sem Culpa. *São aqueles que não conseguiram ser encaixados em nenhum outro. - Effusum et deiectum: quando algo foi jogado pela janela (geralmente dejetos orgânicos) e pode gerar certo dano, devendo ressarcir o que sofreu o dano. Não será culpado quem jogou (dificuldade de definir), mas sim a responsabilidade será de onde veio o dejeto (“obrigação do prédio”). - Positum et suspensum: quando algo está propício a cair, suspensa em lugar que pode gerar um dano, deve ser tirado. - Nautae, caupones et stabularii: comandante, dono de uma estalagem e donos de estábulos. Esses têm a responsabilidade de responder pelo que ocorre lá dentro, inclusive por casus minor. *Caupos: é um misto de bar, caverna, pode dormir, pode comer. Direito de Família - familia proprio iure (eles estão sobre o efeito do mesmo patrio poder) x familia communi iure(todos aqueles que vem de um mesmo ancestral comum, porém esse ancestral não precisa estar vivo). - agnatio (agnatício) – vinculo meramente jurídico x cognatio (cognatício) – vinculo de sangue. Patria protestas - Poder de vida e morte - séc. IV d.C.: limitações - séc. II d.C.: matrimônio Tutela e curatela - Cuidar dos interesses de alguém, que não pode faze-lo sozinho. - Tutela: casos “normais” de incapacidade - Curatela: casos excepcionais de incapacidade. Tutela - Impúberes, mulheres sui iuris - Tutor: administrar o patrimônio - Boa-fé: Sempre em interesse do pupilo. * Mulher: atuação diferente (podia escolher e desaparece no direito clássico) Curatela - Loucos e pródigos: curador administrativo. - Cura minorum: para menores de 25 anos, púberes, por exigência da outra parte. Adrogatio - adoção do sui iuris, masculino, púbere. - adrogante precisa ser mais velho do que o adrogado: adoção imita a natureza. Adoptio - adoção de alieni iuiris. - Venda fictícia do filho(três vezes). Esponsais - Promessa de casamento. - D. Clássico: sem efeito jurídicos. - Mas: infâmia, se celebrar dois ao mesmo tempo. Casamento - Fato social e não relação jurídica cum manu (a mulher passa a ser alieni iuris da família do marido, do paterfamilias) x sine manu (a mulher permanece com o seu status inicial) Dote - Antecipação da herança. - Sustento da mulher. - Marido: Stipuatio rei uxoriae o marido promete a devolução do dote, caso matrimônio não seja realizado. Casamento cum manu - Com poder marital. - D. Quiritário. - Confarreatio (cerimônia) - Coemptio (ato semelhante a mancipatio) - Usus (usucapião da mulher, 1 ano) Casamento sine manu - Ato consensual contínuo de convivência. - Affectio maritalis vontade de estar juntos. - Honor matrimonii prezar pelo matrimônio. - Divórcio: bastante simples. Direito das sucessões - Morte dá início à sucessão. - Herança: objeto da sucessão, patrimônio do de cujus. - Legítima: a lei determina quem são os herdeiros e o que irão herdar / testamentária: especificado o herdeiro. - Universal: herdeiros vão herdar porcentagens de algo / singular: especificado os herdeiros e suas porções de herança. - Princípio geral: - Succedere in locum defuncti sucessão de títulos. - Direito arcaico: - Economia familiar e agrícola. - Consortium entre sui heredes. Sucessão ab intestato - Sem testamento - Sui heredes: per capita ou no lugar do ascendente. - Pessoas livres que passavam de alieni iuris a sui iuris pela morte do paterfamílias. - Pretores: reconhecem o liame cognatício. - Séc. III d.C.: SCta. Tertullianum e Orfitianum senatuconsultos que reconheceram o vínculo consanguíneo entre as mães e filhos, alterando a ordem sucessória. - D. Justinianeu: - Descendentes - Ascendentes - Irmãos - Meio-irmãos - Outros colaterais Sucessão testamentária - Testatio mentis: consagração da vontade do de cujus. - Ato unilateral, formal. Conteúdo - Designar herdeiros (requisito essencial) - Manumitir escravos (alforriar). - Deserdar sui heredes. - Instituir legados. Sucessão à título singular, deixo minha casa X para Caio e o escravo Y para Tício. * Não pode combinar os tipos de sucessão. “Nemo pro parte testatus pro parte intestatus decedere potest” - Testamento dos soldados: menos formalismo, visto que este podia fazer o testamento a beira de sua morte. - Formalismo diminui com o tempo. - Problema central: interpretação dos testamentos. Querela inofficiosi testamenti - Proteção dos parentes: anulação do testamento. - D. Arcaico: livre para deserdar, mas era necessário justificação. - D. Justianeu: até 4 herdeiros: 1/3 deveria ser reservado aos sui heredes. mais herdeiros: 1/2 deveria ser reservado aos sui heredes.