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A Consolidação Do Estado Moderno - Aula 02

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CONVERSA INICIAL 
Na primeira aula, vimos como o absolutismo se 
caracterizou como um período de transição: entre 
outros aspectos, um novo tipo de Estado começou 
a ser forjado. 
No entanto, somente após as críticas iluministas a 
partir do século XVIII e com a consolidação do 
capitalismo como sistema econômico é que o 
chamado Estado Moderno se tornou 
preponderante. 
Entre o final daquele século e o ano da grande crise 
econômica capitalista, 1929, as principais nações 
do mundo ocidental organizaram um Estado 
caracterizado por princípios liberais, fossem 
repúblicas, monarquias constitucionais, 
parlamentarismos ou presidencialismos na sua 
forma de governo. 
Desde o Tratado de Westfália, a instituição Estado-
Nação foi paulatinamente se libertando da 
interferência religiosa, e o pressuposto de não 
interferência passou a predominar, ainda que nem 
sempre observado na prática. Esta consolidação 
não se deu sem conflitos, a começar pela 
Revolução Francesa em 1789, símbolo de uma 
mudança de era, mas também em outras nações 
europeias, onde a antiga nobreza tentava manter 
seu poder. 
No início do século XIX, três modelos de Estado 
liberal surgiram: na Inglaterra e nos EUA, como 
veremos adiante, e o Estado napoleônico, mais 
centralizado, hierárquico e autoritário, no entanto, 
com curta duração (apesar disso, deixou heranças, 
como, por exemplo, o Código Napoleônico, código 
civil que, em parte, dura até os dias de hoje). 
Outros modelos de Estado existiam, incluindo 
países europeus, como a Suíça e a Rússia (Itália e 
Alemanha iniciavam o processo de unificação), 
além das jovens nações independentes no 
continente americano. 
Na Ásia, em 1900, o Império Otomano continuava 
forte, mas com sinais de decadência. 
A Índia era colônia britânica. A China estava cada 
vez mais fraca; Japão e Pérsia (Irã) começavam a 
surgir como nações modernas. 
Na África, somente dois países eram 
independentes: Libéria e Abissínia (Etiópia). 
Acima de tudo, aos poucos a burocracia passa a ser 
o grande condutor das coisas de Estado e uma 
grande fonte de poder. O Estado burocrático, cada 
vez mais racional (científico) e laico, passou a ser 
o grande “gerente” da administração do Estado-
Nação. 
Em todos os países, uma forma cada vez mais 
uniforme de administração do Estado foi tomando 
forma, esticando seus tentáculos, mesmo que o 
discurso liberal fosse contrário a esse 
fortalecimento. 
Este era o Estado burocrático moderno. 
 
A consolidação do Estado Moderno 
 - O Estado Nação como ator principal no cenário 
internacional. 
- O Estado Burocrático Moderno. 
- A Revolução Francesa em 1789 como ponto de 
virada. 
- Apesar da Revolução, afora Inglaterra e Eua, os 
demais países europeus se adequaram ao novo 
modelo de Estado somente 100 anos depois. 
 
O Código Napoleônico 1804 
- Acabou com os privilégios da nobreza. 
- Separou igreja e Estado. 
- Garantiu a igualdade perante a lei. 
 
TEMA 1 – A CRÍTICA ILUMINISTA 
O Iluminismo, séculos XVII e XVIII, foi um 
conjunto de obras e ideias que questionava o 
absolutismo e os valores medievais que ainda 
vigoravam na sociedade europeia – por exemplo, o 
teocentrismo, que deveria ser substituído pelo 
domínio da razão (ciência). 
O termo “Iluminismo” contrapõe-se à ideia de 
“trevas” que obscureciam o conhecimento, típico 
do período medieval, de forma a iluminar o mundo 
com um novo tipo de conhecimento, que 
certamente seria usado para os assuntos da política 
e do Estado. 
Os princípios iluministas regem, em maior ou 
menor grau, a maioria das democracias modernas – 
assim como uma parte do cenário internacional – a 
partir da lógica do Estado-Nação, da mediação das 
organizações internacionais e dos tratados 
internacionais. 
A seguir, as ideias de alguns iluministas sobre o 
Estado. 
 
Título: O Iluminismo 
- Crítica ao passado medieval e absolutista. 
- Ênfase ao conhecimento científico. 
- Crítica à influência religiosa nos assuntos 
políticos e científicos. 
-Estado como realidade própria. 
 
O Estado, para os iluministas 
- Locke: Estado como guardião da propriedade 
privada e garantia da liberdade. 
- Smith: Estado garantidor do livre mercado e da 
soberania do Estado Nação. 
- Montesquieu: Estado controlado e dividido, para 
evitar a tirania e o autoritarismo. 
- Rousseau: Estado como defensor da vontade da 
maioria. 
- Kant: propostas para a harmonia entre os estados 
Nação. 
 
John Locke (1632-1704) 
É considerado um dos precursores do Iluminismo e 
um dos principais disseminadores do pensamento 
liberal, em especial no que tange à defesa da 
propriedade privada como garantia da liberdade. 
Suas ideias estão expostas na obra Segundo tratado 
sobre o governo (1681), na qual defende valores 
típicos do Iluminismo: um Estado não autoritário, 
contrariando o pensamento hobbesiano, comum 
naquele período, e o uso da razão para explicar a 
realidade (e não do pensamento religioso ou da fé). 
Ainda, criticou a ideia do “Direito divino”, em 
voga durante sua vida (auge do absolutismo). Para 
Locke, o Estado deve estar sujeito à lei. 
Defendeu a divisão do poder, sendo o Legislativo o 
mais importante, pois representa o povo, a fonte 
real de poder. 
Mas o Estado, acima de tudo, seria o grande 
guardião da propriedade privada, base da liberdade. 
 
Adam Smith (1723 -1790) 
O principal aspecto do pensamento de Smith para 
esta aula é o fato de ele defender um mercado livre 
das garras do Estado. 
Portanto, é um dos primeiros a propor a visão hoje 
conhecida como Estado mínimo, pouco 
intervencionista. 
Lembremos que o Estado absolutista era 
extremamente intervencionista. 
No livro A riqueza das nações (1776), Smith 
defende as bases do capitalismo moderno, como a 
livre concorrência privada, o crescimento 
econômico, o acúmulo de capital e a divisão do 
trabalho, e também propõe três atribuições básicas 
para o Estado: 1) proteção contra ameaças ou 
invasão externa (defesa); 2) proteção contra 
ameaças na própria sociedade; 3) criação de 
instituições e obras públicas que não gerem 
interesse da iniciativa privada (indivíduos ou 
empresas). 
Em conjunto, tais fatores formariam um “Estado 
guardião”, protetor da iniciativa privada, assim 
como garantidor da soberania do Estado-Nação, 
além de um investidor naquilo que atualmente se 
denomina “obras de infraestrutura”, pelo menos 
aquelas que não atraem interesse privado, por 
serem muito caras ou por não gerarem lucro. 
É neste prisma que o papel institucional do Estado 
se coloca para Smith, pois seria o garantidor da 
justiça, em termos de liberdade individual, do 
comércio, da garantia à propriedade privada e de 
segurança. 
 
1.3 Charles de Montesquieu (1689-1755) 
Na obra O espírito das leis (1748), este pensador 
propõe ideias que impeçam a tirania ou o governo 
despótico, evitando a violência e a arbitrariedade, 
tão comuns durante o Absolutismo. 
Baseando-se no modelo inglês, Montesquieu faz o 
contraponto monarquia constitucional e república 
versus despotismo. 
O Estado seria estruturado em função de três 
poderes independentes: 1) o Executivo dirigiria as 
coisas públicas em função das leis, no entanto, teria 
o poder de veto; 2) a Magistratura seria um poder 
impessoal e independente, com leis criadas pelos 
representantes do povo, 3) o Legislativo 
(Parlamento). 
As atribuições do Estado seriam racionalmente 
divididas, e um poder só interferiria em outro em 
situações especiais. 
Seria o que ele designou de “sistema de 
contrapesos”, no qual o poder controla o poder. 
 
1.4 Jean Jacques Rousseau (1712-1778) 
Rousseau defende a soberania popular em um 
Estado que mantenha o interesse geral, garantindo 
o direito à propriedade. 
O que o diferencia dos demais é o argumento de 
que o direito à propriedade seria a grande causa da 
desigualdade entre os homens e dos conflitosexistentes nas sociedades humanas. 
Na obra O contrato social (1762), propõe um 
Estado republicano, cuja função seria evitar a 
guerra ou os conflitos, garantindo a vontade geral, 
ou seja, a vontade da maioria. 
A educação seria o meio por excelência para 
garantir a igualdade entre todos os cidadãos, sendo 
função do Estado garanti-la. 
 
1.5 Immanuel Kant (1724-1804) 
Defensor das ideias iluministas, escreveu o tratado 
A paz perpétua, no qual apresenta princípios que 
poderiam evitar a guerra entre as nações, como a 
não intervenção, a formulação de tratados sem 
ressalvas, o republicanismo, o fim do 
patrimonialismo (o Estado pertencendo ao 
monarca) e o fim dos exércitos permanentes. 
Mas foi a proposta de uma espécie de “direito 
internacional” que deixou uma herança no campo 
das relações internacionais. 
O princípio deste direito seria o fato de que os 
Estados viviam na iminência de guerra entre si e, 
para evitar tal situação, deveriam entrar em acordo 
e criar uma federação de nações, o que de fato se 
tentou no século XX, com a Liga das Nações e com 
a Organização das Nações Unidas (ONU). 
 
TEMA 2 – A INGLATERRA COMO 
POTÊNCIA 
O Tratado de Westfalia em 1648 foi um marco a 
partir do qual o Estado Nação passou, 
paulatinamente, a ser a instituição predominante no 
cenário internacional. 
Inglaterra e Holanda eram, naquele momento, as 
potências que despontavam, embora França e 
Espanha fossem nações poderosas. 
Mas a França só se fortaleceu efetivamente décadas 
depois, enquanto a Espanha entrava em decadência 
– em boa medida, por não se desligar totalmente 
dos valores medievais, mas também por sucessivas 
derrotas militares. 
Assim, ainda no período absolutista, a Inglaterra 
supera o poderio dos concorrentes e entra no século 
XIX como potência maior, principalmente após 
vencer a França bonapartista. 
Há várias explicações para o fato de a Inglaterra 
tornar-se a potência predominante. 
Apesar de seu território relativamente pobre, três 
fatores foram essenciais para possibilitar sua 
hegemonia: o domínio dos mares, a Revolução 
Industrial e a abertura para a mentalidade 
capitalista. 
Para Mello (1994), a esquadra de guerra, a marinha 
mercante e as inúmeras bases espalhadas pelo 
mundo seriam a garantia de segurança às Ilhas 
Britânicas e ao domínio do comércio internacional. 
Isso seria confirmado mais tarde por uma teoria 
geopolítica – o almirante norte-americano Alfred 
Mahan criou a Teoria do Poder Marítimo (1890): a 
nação que dominasse as principais vias de 
navegação dominaria o mundo. 
A teoria, inclusive, instigou os EUA a seguirem os 
mesmos passos da Inglaterra no início do século 
XX. 
A Inglaterra foi o berço da Revolução Industrial, o 
que possibilitou um aumento em escala sem 
precedentes na produção de mercadorias. 
O que lhe deu amplas vantagens comerciais na 
concorrência com outras nações, oferecendo 
produtos baratos e em abundância. 
A Inglaterra possuía amplas jazidas de carvão, 
produto essencial para a energia a vapor, 
ampliando o poder britânico e consolidando o 
capitalismo como forma hegemônica da economia 
mundial. 
Com este poderio, a Inglaterra dominou o cenário 
internacional. 
Desde o século XVIII, período absolutista, 
influenciava certos países, como Portugal. 
Posteriormente, influenciou diretamente na 
independência de países latino-americanos. 
Após a vitória sobre Napoleão Bonaparte, a 
Inglaterra reinou quase isoladamente como Estado-
Nação hegemônico, consolidando o chamado 
Império Britânico. 
 
O império Britânico em 1901 
 
 
 
Fatores para a hegemonia inglesa 
- O domínio dos mares como fator geopolítico. 
- A Revolução Industrial conduzida pela Inglaterra. 
- Abertura à mentalidade capitalista. 
 
O Modelo Político Econômico Liberal 
-Estado Nação hegemônico. 
- Economia liberal, apesar de protecionista e 
autoritária em termos internacionais. 
- Monarquia Constitucional e parlamentarista. 
 
O modelo político-econômico liberal 
Com uma economia francamente capitalista, os 
ingleses consolidaram, no século XIX, o modelo 
político que vinha sendo gestado dois séculos 
antes. 
 Em termos de Estado-Nação, a Inglaterra foi a 
potência hegemônica, conduzindo uma política 
imperialista, ou seja, uma política de expansão 
territorial pelo mundo, conquistando regiões e 
países – ou, pelo menos, conquistando-os cultural e 
economicamente. 
Neste momento, os ingleses iniciaram o 
“colonialismo”, isto é, a colonização na Ásia e na 
África, além de manter territórios no Caribe. 
Internamente, o Estado Britânico era liberal em 
todos os aspectos, econômica e politicamente. Mas 
não era um liberalismo como o atual. 
Era altamente protecionista e intervencionista, 
garantindo pela força o domínio comercial e 
industrial britânico. 
Politicamente, era uma monarquia constitucional 
parlamentarista, ou seja, quem realmente dominava 
o cenário político era o Parlamento, inclusive os 
assuntos externos. 
O poder é limitado, sendo o Executivo conduzido 
pelo Primeiro Ministro, escolhido pelo partido 
vencedor das eleições. 
O parlamento é dividido em Câmara Alta (dos 
lordes, equivalente ao Senado) e Câmara Baixa 
(dos comuns, equivalente à câmara dos deputados). 
O Império Britânico começa a perder seu poder 
após a I Guerra Mundial e se desmantela, de fato, 
após a II Guerra Mundial. 
 
TEMA 3 – OS EUA E O ESTADO LIBERAL 
REPUBLICANO 
Se a Inglaterra construiu um modelo de Estado 
diferente da maioria dos países europeus, 
predominantemente liberal, foram os EUA que 
mais radicalizaram essa proposta. 
Lembremos que defender ideias liberais no final do 
século XVIII era ser “revolucionário”. 
Os EUA tiveram uma colonização distinta da 
latino-americana e, desde seus primórdios, no 
século XVII, colonos chegaram ao território norte-
americano pautados em um ideal religioso 
protestante baseado no mito da terra prometida. 
No entanto, também tinham uma mentalidade 
aberta a uma democracia de base, ou seja, 
altamente participativa nas menores instâncias de 
poder, desde a Igreja até o espaço comunitário 
local. 
É o que analisa um dos primeiros pensadores a 
procurar entender o fenômeno, o liberal Alexis de 
Tocqueville, na obra Da democracia na América, 
escrita após visita aos EUA em 1831, quando ainda 
era basicamente um país agrícola, com 25 estados. 
Após a independência em 1776, os EUA tiveram 
certas facilidades em relação à Europa para que a 
democracia avançasse quase sem limites: ausência 
de uma aristocracia; cultura aberta à participação 
de base (soberania local); fim do voto censitário e 
Lei de Sucessões, que acabou com os privilégios 
hereditários do período colonial. 
A partir de então, Tocqueville, 50 anos depois da 
independência, analisa os efeitos deste processo 
nos EUA, cultural e politicamente. 
Argumenta que as implicações daquela experiência 
se alastrariam pelo mundo, pois este não era um 
fenômeno somente norte-americano; antes, 
indicava algo bem mais profundo das sociedades 
modernas: o avanço da democracia e o predomínio 
de sociedades que hoje chamaríamos de padrão 
classe média. 
Saliente-se que tal situação não significa que os 
EUA eram uma nação “maravilhosa”. 
O fato de ser democrática não significava ausência 
de injustiças. Existiam fatores conjunturais ou 
típicos da época (que hoje chamaríamos de não 
democráticos, injustos e violentos). 
É o caso da escravidão, do extermínio de nações 
indígenas e da usurpação de territórios do México 
em 1848. 
 
-Tocqueville visita os EUA em 1831 e escreve ‘Da 
Democracia na América’, onde analisa uma 
sociedade diferente. 
- Igualdade de condições (sem diferenças de castas, 
como na idade média). 
- Soberania popular. 
Mapa EUA em 1830 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Democracia como Princípio 
- O Estado: autonomia local como prioridade. 
-Exemplo: eleição de certos agentes públicos e 
autoridades. 
- Apesar de democrático, Exclusão e injustiças 
(negros e indígenas). 
 
Fundadores da República Norte Americana 
- Forte influencia iluminista. 
- George Washington, os irmãos John e Samuel 
Adams, Thomas Jeferson, Benjamin Franklin, 
Alexander Hamilton, James Madison, dentre 
outros. 
 
Uma Nação Republicana e Liberal 
- República Presidencialista. 
- Princípios Iluministas: A divisão do poder. 
- Grande descentralização administrativa. 
- Associativismo e jornais livres. 
 
Democracia como princípio 
A soberania é um dos primeiros aspectos 
ressaltados por Tocqueville (2000) ao afirmar que, 
na comuna (localidade, a township, algo como um 
município), havia grande autonomia desde o 
período colonial em relação aos habitantes, que 
decidiam a maior parte dos seus problemas locais. 
Após a independência, essa cultura democrática 
facilitou ou mesmo forçou que a nação se 
organizasse a partir desses princípios. 
É neste aspecto que o Estado norte-americano foi 
uma novidade naquele momento, distinto inclusive 
do modelo inglês, também diferente dos demais 
países europeus. 
Esse tipo de democracia era inimaginável para a 
maioria dos países daquele período. 
Por exemplo, quase 
todos os cidadãos 
votavam¹. 
Grande parte dos 
funcionários 
públicos locais era 
eleita, e havia pouca 
burocracia. 
Muitas decisões 
locais eram tomadas 
em assembleias. 
O que se denomina hoje de associativismo era uma 
prática constante em 1831. 
Ainda hoje, restam elementos daquela experiência, 
como a eleição do xerife (responsável pela 
aplicação da lei nos condados), de certos agentes 
públicos e de juízes de primeira instância; há 
também grande variação na legislação de cada 
estado ou município. 
 
Uma nação republicana e liberal 
Os chamados pais fundadores da nação norte-
americana foram fortemente influenciados pelo 
Iluminismo; tal influência resultou em um modelo 
de Estado distinto: republicano, tendo desde o 
início um presidente eleito; três poderes, com um 
judiciário fortalecido; uma federação de estados 
altamente descentralizados nos aspectos 
administrativos. 
A própria discussão sobre a estruturação do Estado 
norte-americano foi diferenciada, com as 
proposições defendidas por cada parte expondo 
suas ideias em jornais. 
Havia ampla liberdade para criação de jornais, 
fossem grandes ou simplesmente panfletos locais. 
Lembremos que mesmo 
onde não havia 
escravidão, como nos 
estados do Norte, poucos 
cidadãos negros 
votavam, fato descrito 
por Tocqueville. As 
mulheres só tiveram o 
direito de votar em 1920. 
Vários desses textos estão atualmente reunidos na 
coletânea O federalista, na qual se debate teses 
contrapostas, como, por exemplo: federação ou 
confederação; centralização ou descentralização 
(um Estado central forte ou autonomia local); 
monarquia constitucional ou república; a divisão 
dos poderes. Prevaleceu um modelo de federação, 
mas com várias características de confederação. 
Tocqueville afirma que, em termos de 
administração, os EUA eram altamente 
descentralizados, restando ao Estado Nacional 
cuidar dos assuntos externos e promover a justiça, 
mas com poder de submeter a legislação estadual, 
caso necessário, embora raro – como foi, 
posteriormente, o caso da luta por direitos civis no 
século XX. 
 
TEMA 4 – O APORTE WEBERIANO 
O sociólogo Max Weber é considerado um dos 
maiores teóricos ou intérpretes do Estado Moderno. 
Em sua vasta obra, analisou inúmeros temas, 
incluindo o advento do chamado Estado racional 
legal, fruto de um lento processo histórico, com 
raízes na Idade Média, mas que só se consolidou na 
Modernidade, e primeiramente no mundo 
ocidental, com o predomínio do capitalismo e do 
Estado-Nação. 
Antes de ser uma espécie de exaltação do Estado, o 
liberal Weber estava preocupado com o risco de 
que esta instituição se transformasse em uma 
moderna forma de dominação. 
 
O Estado como Instrumento de Dominação 
- O Estado Racional: um grande risco da 
modernidade. 
- O Monopólio do Uso Legítimo da Violência. 
 
A Burocracia Estatal como Dominação 
- Dominação institucional ou legal. 
- Impessoalidade. 
- Administração científica. 
- WEBER, 2004: a burocracia como servidão do 
futuro “talvez um dia os homens estarão obrigados 
a submeter-se a ela sem resistência” (texto escrito 
no início do século XX). 
O Estado monopólio do uso da violência 
Uma das mais conhecidas frases de Weber é a que 
define o Estado moderno como a instituição que, 
em determinado território, de forma legítima (de 
acordo com as regras socialmente aceitas), 
monopoliza o instrumental de coação física (a 
violência legítima), reunindo para esse fim meios 
organizacionais, dirigentes e funcionários, 
desapropriando os líderes autônomos que antes 
detinham aquele poder (Weber, 2004). 
Tal fato se realiza no poder de coagir e, se for o 
caso, de forçar, por exemplo, a ação da polícia, de 
fiscais, de oficiais de justiça, das forças armadas e 
de variadas instituições estatais ou por elas 
designadas. 
 
A burocracia estatal como forma de dominação 
No absolutismo e no mundo antigo, o poder se 
encarnava na figura do soberano ou da nobreza, de 
forma que as leis eram muitas vezes aplicadas de 
maneira pessoal, ou seja, variavam de acordo com 
as circunstâncias ou com a preferência da 
autoridade. 
Para Weber, uma peculiaridade da modernidade é 
o predomínio de uma dada forma de dominação, a 
institucional ou legal, que se manifesta de maneira 
impessoal na forma de leis e de uma administração 
científica, isto é, baseada no cálculo racional, 
usando os modernos meios técnicos e 
organizacionais. 
Seus principais agentes não são indivíduos, mas 
organizações diversas. 
Os indivíduos são, antes de tudo, representantes ou 
agentes dessas instituições. 
Nessa perspectiva, o poder político é também 
institucional, ou seja, não se encontra nos 
indivíduos, ainda que sejam agentes. 
Dessa forma, Weber (2004) afirma que “o futuro 
pertence à burocratização”, ou seja, no mundo 
moderno, seria impossível fugir desta nova e 
poderosa forma de dominação, pois ela seria 
imperceptível e até mesmo agradável. 
O resultado seria uma servidão diferente de todas 
as formas precedentes, pois agora está atrelada a 
um gigantesco organismo, o Estado administrado 
cientificamente. 
 
TEMA 5 – A CRISE DO ESTADO LIBERAL 
Até a II Grande Guerra, a Inglaterra dominou o 
cenário internacional, embora outras nações 
europeias estivessem fortalecidas, e também os 
EUA. 
Nessas nações, o modelo capitalista reinou 
soberano, com variações de país para país. 
 Mas as duas guerras mundiais e a grande crise 
econômica de 1929 abalaram a fé no liberalismo 
como modelo a conduzir o mundo. 
A crise de 1929 foi um grande golpe em relação à 
fé incondicional nas teses liberais, tão comum até 
então nas principais nações ocidentais. 
Embora exista um debate sobre as reais causas 
desta crise, ela resultou posteriormente em um 
Estado mais intervencionista, seja de modelo 
autoritário, seja de modelo socialdemocrata. 
Tanto é que nos anos 30 – período entre guerras – 
predominou no Ocidente um Estado autoritário e 
nacionalista (antiliberal e anticomunista), como foi 
o caso do nazifascismo. 
Após a II Guerra, predominou o chamado welfare 
state (Estado do bem-estar social, tema da Aula 4). 
Além disso, velhos problemas persistiam, em 
especial a pobreza e a miséria. 
A crise de 1929 só piorou tal situação, expondo 
ainda mais o velho dilema europeu (e também 
global) de populações vivendo na pobreza. 
Até aquele momento, os Estados Nacionais não 
tinham resposta para tal problema. 
 
Causas do Declínio do Estado Liberal 
- 1ª e 2ª Guerras Mundiais. 
- Crise Econômica de 1929. 
- Persistência da Pobreza e da Miséria. 
 
Consequências 
-Nos anos 30 critica-se o Estado Liberal e dá-se 
ênfase a Estados autoritários e nacionalistas, como 
o nazifascismo. 
- Depois da 2ª Grande Guerra, predomina na 
Europa o Estado Social Democrata. 
 
NA PRÁTICA 
O chamado Estado liberal, típico do século XIX e 
início do século XX, era bastante excludente. 
O consumo de mercadorias diversas era restrito às 
reduzidas classes alta e média. 
Em termos políticos, na maioria dos países uma 
pequena parcela da população efetivamente 
participava das eleições. 
No entanto, após a Primeira Guerra Mundial, houve 
uma progressiva ampliação da democracia, com 
grandes parcelas da população passando a 
participar das decisões: pobres, mulheres, 
população negra e indígena, analfabetos, dentre 
outras. 
Mais recentemente, tem ocorrido uma 
democratização do consumo em todos os lugares 
do globo, ainda que exista pobreza e miséria. 
 
-Estado Liberal (até 1930), um Estado excludente. 
Pobres, não brancos e mulheres não tinham direitos 
políticos. 
 
 
FINALIZANDO 
- O Advento do Estado Liberal. 
- O Estado Nação como principal ator 
internacional. 
- Inglaterra como potência. 
- Eua como radicalização do modelo liberal de 
Estado. 
 
Vimos nesta aula o advento e o fortalecimento do 
Estado moderno liberal a partir das críticas 
elaboradas por autores iluministas. 
No século XIX, algumas nações levaram adiante o 
modelo de Estado liberal, principalmente Inglaterra 
e EUA. 
Aliado ao predominante modo de produção 
capitalista, o Estado liberal permitiu que valores da 
Modernidade, tais como democracia, liberdade, 
livre mercado e empreendedorismo, se alastrassem 
pelo mundo. 
É verdade que isso muitas vezes foi apenas 
simbólico, contraditório. 
Mas é inegável que tais valores fazem parte dos 
projetos da maioria das sociedades 
contemporâneas.

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