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CASO PRÁTICO 14 (2)

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Máster Internacional en Resolución de Conflictos y Mediación - UNEATLANTICO 
 
 
ALUNA: ANDREZZA PENTEADO RANGEL 
 
 
MÓDULO XV: LEGISLAÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL SOBRE MEDIAÇÃO E 
OUTROS PROCEDIMENTOS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS 
 
 
CASO PRÁTICO 15: 
 
 
1. COMPARE E EXPLIQUE POR QUAL RAZÃO A MEDIAÇÃO SERIA A MELHOR 
OPÇÃO PARA ESTE CASAL: 
 
A) MEDIAÇÃO - Se enfocada num âmbito especializado, a mediação é o método mais 
adequado na resolução de conflitos em relações preexistentes, importantes e que o interesse 
dos envolvidos seja o de mantê-la, como indicado no caso prático. 
Segundo TARTUCE (2016) a mediação aplica-se às situações em que se evidenciam 
crônicos e determinantes componentes emocionais do conflito e existe a intenção, a 
conveniência ou a necessidade de se dar continuidade ao relacionamento entre os 
envolvidos. 
Para DINIZ (2012) em Curso de direito Civil Brasileiro: Direito de Família: 
“Os conflitos familiares decorrem de uma inadequada comunicação, por isso a 
mediação familiar tem por escopo primordial estabelecer uma comunicação, conducente ao 
conhecimento do outro e à intercompreensão, partindo de explicações, buscando 
informações e permitindo a intersubjetividade entre os mediandos, para que cada um possa 
entender o que o outro diz ou quer”. 
Portanto, em vista da natureza dos conflitos nas relações familiares e as 
peculiaridades do Direito de Família, a solução de tais controvérsias podem ser alcançadas 
através da mediação familiar de forma eficaz. Pois este método prioriza e favorece o diálogo, 
a boa comunicação, o trabalho em conjunto e a cooperação das partes, em busca de uma 
solução construída e decidida pelas mesmas, de acordo com as suas realidades, seus 
interesses e suas necessidades. Gerando como resultado além de um acordo satisfatório 
para ambos, também uma função de pacificação social, evitando assim, futura lide entre os 
mesmos. 
 
B) ARBITRAGEM – A arbitragem se firma como meio eficiente para gerar decisões 
hábeis à composição de conflitos envolvendo direitos patrimoniais disponíveis, inclusive no 
âmbito da administração pública direta e indireta. 
Tal meio é comumente aplicado nas grandes disputas comerciais, por ser mais célere 
que o processo judicial, no qual, muitas vezes, a demora na obtenção de uma solução 
definitiva a respeito da interpretação de uma cláusula contratual pode inviabilizar a realização 
ou o prosseguimento de um negócio. 
A arbitragem é um processo privado de resolução de conflitos e, segundo VEZZULLA 
(2001) é o melhor exemplo de procedimento misto (não contencioso e contencioso): numa 
primeira fase, as partes dominam totalmente o processo, escolha da câmara e dos árbitros, 
se o julgamento deverá ser por lei ou equidade, construção de agenda/cronograma, 
procedimentos, etc., e depois de assinado o compromisso arbitral, passam o processo para 
as mãos do(s) árbitro(s). 
Há doutrinadores que defendem tratar-se do mesmo procedimento jurisdicional, 
mudando apenas a pessoa que decide o conflito, de juiz togado para um árbitro, que pode 
ser escolhido pelas partes. 
 Partindo da percepção de que ambos, arbitragem e jurisdição, julgam baseados na 
verdade formal, portanto, naquilo que está documentado, decidindo conforme as versões que 
lhes foram apresentadas, as quais nem sempre expressam toda a verdade. Conclui-se que 
sentença ou laudo arbitral não têm o objetivo de resolver a relação afetivo conflituosa das 
pessoas, apenas determinam como encerrar o litígio. Portanto, não consiste na melhor opção 
na tratativa das controvérsias apresentadas pelo casal no presente caso prático. 
 
C) CONCILIAÇÃO - Este método consiste em alternativa que o terceiro imparcial 
interage com as partes, apresenta soluções, busca caminhos que não haviam sido pensados 
por elas, fazem propostas, verdadeiramente age de forma influenciadora. 
Pela sua natureza, a conciliação é um método alternativo de resolução extremamente 
eficaz em conflitos originários e objetivos, que não envolvem relações afetivas, embora 
constatar-se sua expansão na utilização em conflitos de variadas naturezas. 
De maneira simplificada, a conciliação aplica-se vantajosamente a conflitos novos, em 
que às partes não interessa relacionamento futuro, e o envolvimento emocional, se existir, 
será́ transitório e circunstancial. 
A conciliação, então, é útil para a solução rápida e objetiva de problemas superficiais 
(verdade formal ou posição), que não envolvem relacionamento entre as partes, não tendo, 
portanto, a solução encontrada, repercussão no futuro das vidas dos envolvidos. 
LUCHIARI (2012) aponta que a conciliação “diferencia-se da mediação, na medida 
em que apresenta procedimento mais simplificado, não tendo o conciliador que investigar os 
verdadeiros interesses e necessidades das partes, subjacentes ao conflito aparente.” 
Assim, conforme comparações supra, apesar da conciliação e a mediação serem 
muito semelhantes, aponta-se que a maior diferença entre as duas metodologias é 
exatamente o fato de que a conciliação seja ideal para a solução de conflitos mais simples e 
entre partes não relacionadas profundamente, já a mediação é perfeita exatamente neste tipo 
de situação. 
 
D) CONTRATO DE TRANSAÇÃO - À primeira vista assemelha-se com a conciliação, 
mas muito se difere desta, a começar pela sua natureza jurídica: trata-se de um negócio 
jurídico bilateral declaratório, ou seja, tão somente reconhece ou declara o direito, tornando 
certa uma situação jurídica controvertida e eliminando a incerteza que atinge um direito. 
Previsto no Código Civil Brasileiro de 2002, nos artigos 840 ao 850, o contrato de 
transação é bilateral e oneroso, tendo as partes o seu patrimônio subtraído para atingir um 
determinado objetivo. Além disso, é um contrato consensual e comutativo, pois depende da 
vontade das partes e as prestações recíprocas (o que cada parte cede à outra) são 
equivalentes. 
O objeto de transação só podem ser os direitos patrimoniais de caráter privado 
conforme previsão legal. Portanto, não é possível dispor de direitos personalíssimos ou de 
caráter público. 
A transação é interpretada restritivamente, de forma que os direitos são somente 
reconhecidos ou declarados. Vale dizer que este contrato não pode afetar outros sujeitos que 
não sejam os envolvidos na relação jurídica. 
Portanto, pelos fundamentos supra, aponta-se que tal instituto não é o mais apropriado 
para as tratativas necessárias nos casos de conflitos familiares, pois não aborda quesitos 
fundamentais para a melhor tratativa e gestão do conflito nestas relações. Não há intenção 
de reestabelecer a relação ou o diálogo, atender as reais necessidades e/ou interesses dos 
envolvidos, apenas barganha-se com a outra parte, cedendo e fazendo concessões a fim de 
alcançar o objetivo de declarar um direito. 
 
 
2. POR QUAL RAZÃO OS GRUPOS FEMINISTAS DOS EUA SE OPUSERAM À 
MEDIAÇÃO? 
 
A princípio os grupos feministas dos EUA se opuseram ao movimento de mediação 
nas relações familiares, especialmente no tocante ao divórcio e separação do casal, porque 
demonstrou-se que as mulheres eram a parte vulnerável no processo de mediação. 
A cultura patriarcal continuava imperando mesmo após a ruptura da relação, o clima 
entre as mulheres com seus ex-companheiros era de temor e submissão. Tratando-se, 
portanto, de uma questão sociocultural, devendo as mulheres que eram partes 
hipossuficientes na relação terem seus direitos e integridades resguardados por pertinentes 
institutos legais, especialmente pelo fato de não tratar em casos de violência, frequentes nas 
relações conjugais e familiares desde aquela época. 
A mediação trata-se de um modelo eficaz para a resolução das controvérsias, desde 
que regida e realizada conformes seus princípios basilares, destacando-se um dos principais: 
a autonomia da vontade, que evidentemente não se verifica ser exercido efetivamentepor 
estes grupos de mulheres na época. 
 
 
3. DIFERENÇAS E SEMELHANÇAS ENTRE AS LEIS DE MEDIAÇÃO DOS SEGUINTES: 
 
 DIFERENÇAS DIFERENÇAS 
EQUADOR Lei Infra constitucional específica Confere à mediação o conceito de 
procedimento de solução de 
controvérsia de natureza 
extrajudicial 
CALIFORNIA Artigo da Constituição Estadual Confere um caráter de função 
essencial do poder judiciário, 
tratando a mediação como um 
processo informal 
CATALUNHA Lei infraconstitucional generalista - 
Código de Família 
A autoridade judicial que 
encaminha as partes ao mediador 
ou entidade mediadora 
SEMELHANÇAS: Todas indicam a mediação como um processo de solução assistida 
por terceiro neutro com a finalidade de reestabelecer a relação e 
facilitar a comunicação entre as partes na busca de um acordo 
satisfatório. 
 
 
4. EXPLICAR O CONCEITO DE MEDIAÇÃO FAMILIAR DE R (98) 1 
 
A mediação familiar é o método adequado ao tratamento de controvérsias nas 
relações familiares, sendo entre cônjuges, ascendentes e descendentes, ou qualquer tipo de 
relação de parentesco por sangue ou formado pelo casamento, ainda, por outros meios os 
quais os estados são livres em determinar quais sejam as questões ou os casos que devem 
ser abrangidos pelo instituto. 
Consiste em um processo de comunicação pelo qual o mediador, apto e imparcial, 
facilita o diálogo entre as partes tendo em vista um acordo satisfatório mutuamente. 
 
 
5. O QUE DEFINE EM GRANDE MEDIDA A FIGURA DA MEDIAÇÃO, QUE TEM 
RECONHECIDA NA R (98) E OUTRAS FUNÇÕES. APONTE-AS. 
 
Informar as partes da possibilidade que elas têm de recorrer a qualquer tipo de ajuda 
resolverem seus problemas conjugais e familiares, ou de consultar um advogado ou qualquer 
outro profissional que considere necessário, por exemplo um consultor financeiro ou assessor 
fiscal. 
Nos casos apropriados, informar as partes da possibilidade que elas têm de recorrer 
ao aconselhamento conjugal ou a outras formas de aconselhamento, enquanto formas de 
resolução dos problemas conjugais ou familiares 
O mediador deverá ter em mente, muito particularmente, o bem-estar e o interesse 
superior da criança, deverá encorajar os pais a concentrarem-se nas necessidades do filho e 
deverá recordar aos pais a sua responsabilidade primordial, tratando-se do bem-estar dos 
filhos, e a necessidade de os informarem e consultarem. 
 
 
6. A MEDIAÇÃO COMO UMA CONVENIÊNCIA PARA OS ACORDOS E INTERESSES DA 
FAMÍLIA, ATÉ ONDE PODE SER ESTENDIDO? 
 
Das características mais benéficas da mediação, destaca-se a oralidade, a 
informalidade, a autonomia da vontade das partes, a flexibilidade e a liberdade na criação 
das soluções, porém, é importante que os critérios legais sejam observados, especialmente 
no âmbito familiar, em que o Direito aplicado é tão peculiar e sensível, de necessária atenção 
pontual. Ainda, é essencial assegurar que o acordo seja equilibrado e justo, além de 
corresponder às expectativas dos envolvidos. 
COSTA (2013) sobre este entendimento disserta em seu trabalho acadêmico: 
“Mediação Familiar” pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra: 
“O mediador desempenha uma função crucial devendo evitar, embora sem propor ou 
assumir uma posição de assessor jurídico, a adoção deste tipo de acordos contrários à ordem 
pública e aos bons costumes, evitando deste modo, igualmente, a utilização da Mediação 
Familiar para afastar critérios legais.” 
Além destes critérios legais, tal qual o presente caso prático, em casos de processo 
de divórcio, é de extrema importância a atenção especialmente na adaptação dos menores a 
esta nova realidade, não esquecendo que ambos os progenitores continuam a ter 
responsabilidades afetivas, educativas e econômicas em relação aos filhos. 
ROSA (2017) em “Mediação Familiar: Divórcio com responsabilidades parentais a filho 
menor” aborda sobre este ponto: 
“Na situação de existirem menores no centro do conflito das partes, o mediador ao 
empregar os seus ensinamentos, tem sempre como principal preocupação, o verdadeiro 
interesse do menor em causa bem como o seu bem-estar, para que sofra o menos possível 
com o conflito existente entre os pais.” 
Vale ressaltar que a mediação não deve ser utilizada em casos onde exista violência 
doméstica, maus tratos infantis ou de idosos, consumo de drogas, doenças de foro 
psicológico ou mental, ainda, em casos que entre os genitores não tenham uma relação de 
igualdade e respeito mútuo. 
Não raro, verifica-se em muitas relações que uma das partes se encontra em posição 
inferior, até mesmo de submissão em relação à outra, o que gera a não observância absoluta 
dos princípios da mediação, especialmente o da autonomia e voluntariedade das partes, uma 
vez que a parte afetada não consegue exprimir sua real vontade, necessidade ou interesse 
perante o processo. 
 
 
7. ARGUMENTAR SOBRE OS PRINCÍPIOS A SEGUIR: 
 
VOLUNTARIEDADE - Firmada no empoderamento e autonomia das partes, a 
voluntariedade não se confunde com a vontade de resolver a divergência, mas sim a 
disposição de participar de um processo de comunicação assistido por mediador apto. 
Portanto, podendo escolher participar, quando iniciar o processo e principalmente, se 
desejar, interrompê-lo a qualquer momento. Confere o poder das partes em tomar as 
próprias decisões e a liberdade administrar a controvérsia com autorresponsabilidade. 
 
IMPARCIALIDADE - Dever de agir com ausência de favoritismo, preferência ou 
preconceito, assegurando que valores e conceitos pessoais não interfiram no resultado do 
trabalho, compreendendo a realidade dos envolvidos no conflito e jamais aceitando 
qualquer espécie de favor ou presente. 
 
NEUTRALIDADE - Refere-se aos aspectos subjetivos, aos valores, história e 
experiências do próprio mediador, que deve se sentir confortável para conduzir o 
procedimento sem que questões suas sejam trasladadas à mediação de modo a influenciar 
ou substituir a vontade das partes. 
 
CONFIDENCIALIDADE - Os fatos, situações e propostas, ocorridos durante a 
mediação, são confidenciais, sigilosos. Aqueles que participarem do processo devem 
obrigatoriamente manter o sigilo sobre todo conteúdo a ele referente, não podendo ser 
testemunhas do caso, respeitado o princípio da autonomia da vontade das partes, nos 
termos por elas convencionados, desde que não contrarie a ordem pública. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
[1] Tartuce, Fernanda (2016). Mediação nos Conflitos Civis, 3ª edição. Editora 
Método. 
[2] Diniz, Maria Helena (2012). Curso de direito Civil Brasileiro: Direito de Família. 27º 
ed. Saraiva. 
[3] Vezzulla, Juan Carlos (2001). Teoria e prática da mediação. Curitiba: Instituto de 
mediação e arbitragem no Brasil. 
[4] Luchiari, Valeria Lagrasta. (2012). Mediação judicial: Análise da realidade 
brasileira: origem e evolução até́ a Resolução n. 125, do Conselho Nacional de Justiça. Rio 
de Janeiro: Editora Forense. 
[5] Costa, Andreia Filipa Espinho (2013). Mediação Familiar. Dissertação da 
Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra. 
[6] Rosa, Vanessa Norinho (2017). Mediação Familiar. Divórcio com 
responsabilidades parentais a filho menor. Instituto Politécnico De Coimbra Instituto Superior 
de Contabilidade e Administração de Coimbra. 
[7] CNJ, Resolução nº 125 (2010). Anexo III - Código de Ética de Conciliadores e 
Mediadores Judiciais. 
[8] Conima (2015). Código de Ética para Mediadores.

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