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Wellington Rocha p5 TUTORIA 4- MÓDULO 1 Dor neoplásica Objetivo 01: Discutir a fisiopatologia e aspectos clínicos da dor neoplásica. (Dor: Princípios e práticas/ Current/ Onco: Uma abordagem multidisciplinar) O sofrimento do paciente oncológico é resultado da interação da percepção dolorosa associada à incapacidade física, ao isolamento social e familiar, às preocupações financeiras, ao medo da mutilação e da morte. A dor psíquica, ou sofrimento, pode determinar um importante papel na qualidade de vida do paciente. Aproximadamente 50% de todos os pacientes portadores de neoplasia maligna apresentam dor em alguma fase de sua doença, elevando-se esse número para 70% quando nos referimos aos pacientes em estágios avançados. Das síndromes dolorosas relacionadas ao câncer, 62 e 78% são devidas ao tumor, por infiltração ou invasão tumoral direta ou por metástases: 19 a 28% são devidas ao diagnóstico e tratamentos do câncer, por iatrogenia e complicações inerentes aos métodos diagnósticos e terapêuticos; e 3 a 10% não estariam relacionadas ao tumor, nem ao tratamento instituído. A dor associada ao câncer pode ser classificada de várias maneiras, inclusive com base na duração (aguda versus crônica), na intensidade (leve, moderada ou intensa), na qualidade da dor (neuropática, nociceptiva ou mista) e no seu padrão temporal (contínua, exacerbação ou ambas). DOR CAUSADA PELO TUMOR: -Infiltração óssea: Pode ser local ou à distância pelo mecanismo de dor referida. Ela ocorre por conta de estimulação nociva nos nociceptores no periósteo. O crescimento tumoral ou as fraturas secundárias podem ocasionar lesão, compressão, tração ou laceração das estruturas nervosas, ocasionando dor isquêmica, dor neuropática periférica ou dor mielopática. A dor óssea se manifesta com sensação de dolorimento constante, profundo, às vezes contínuo, e surge com os movimentos (dor incidental). -Compressão ou infiltração de nervos periféricos: A infiltração ou compressão de troncos, plexos e/ou raízes nervosas pelo tumor, linfonodos e/ou fraturas ósseas metastáticas pode determinar dor aguda de forte intensidade dor na distribuição da estrutura nervosa acometida, com apresentação de dor em queimação, contínua, hiperestesia, disestesia e perda progressiva da sensibilidade. -Infiltração do neuroeixo (SNC): Pode ocorrer dor por invasão tumoral na medula espinal, no encéfalo e em suas meninges. A dor radicular surge por compressão ou infiltração da medula espinal, com alteração motora, sensitiva e autonômica distais ao local da lesão. -Infiltação e oclusão dos vasos sanguíneos e linfáticos: As células tumorais podem infiltrar e/ou ocluir os vasos sanguíneos e linfáticos, ocasionando vasoespasmo, linfangite e possível irritação nos nervos aferentes perivascularesoclusão desses vasos parcial ou totalmente, produzindo estase venosa ou isquemia arterial, ou ambos. A isquemia causa dor e claudicação. A estase venosa produz edema nas estruturas supridas por esses vasos, determinando distensão dos compartimentos faciais e de outras estruturas nociceptivas. A oclusão arterial produz isquemia e hipoxia com destruição celular. Esses mecanismos causam dor normalmente difusa, cuja intensidade aumenta com a progressão do processo. -Infiltração de vísceras ocas ou invasão de sistemas ductais de vísceras sólidas: A oclusão de órgãos dos sistemas digestório, urinário e reprodutivo produz obstrução do esvaziamento visceral e determina contratura da musculatura lisa, espasmo muscular e isquemia, produzindo dor visceral difusa (tipo cólica) constante, com sensação de peso ou pobremente localizada, referida nas áreas de inervação da víscera comprometida. DOR CAUSADA PELO TRATAMENTO DO CÂNCER: -Dor pós-cirúrgica: Na fase aguda, a dor decorre do processo inflamatório traumático de cirurgias. Na fase crônica, a dor ocorre devido ao câncer recidivado localmente ou por uma neuralgia pós-cirúrgica. Podem existir dores incisionais ou cicatriciais. [O tratamento intenso da dor aguda pós-operatória, tanto no procedimento anestésico-cirúrgico, como no pós- operatório imediato, faz diferença para a dor crônica pós-cirúrgica]. Dor do membro fantasma. -Dor pós-radioterapia: A dor pós-radioterapia apresenta-se como exacerbação aguda de dor crônica relacionada ao posicionamento para a terapia, queimaduras cutâneas, neuropatia actínica, mielopatia actínica, sinal de Lhermitté (desmielinização transitória da medula cervical ou torácica), mucosite bucal, esofagite, produção de tumores primários de nervos Wellington Rocha p5 periféricos secundários à radiação, obstrução intestinal parcial e infarto ou isquemia intestinal. Após a radioterapia, pode ocorrer fibrose de forma lenta e progressiva, ocasionando lesão nas adjacências dos nervos, com dor em queimação e disfunção do sistema somatossensorial. -Dor pós-quimioterapia: A dor pode ocorrer por polineuropatias periféricas, causadas por drogas imunossupressoras. DOR NÃO RELACIONADA AO CÂNCER E SEU TRATAMENTO: -Osteomielite, migrânea, cefaléia tensional, osteoartrite, osteoporose, neuropatia diabética, pós-alcoolismo, pós-hanseníase, protrusão discal, hérnia discal, síndrome pós-laminectomia miofascial, TIPOS DE DOR: -As síndromes dolorosas podem ser agudas ou crônicas, nociceptivas, neuropáticas, psicogênicas e/ou mistas. - A natureza da dor nociceptiva somática é descrita como dolorosa, latejante, pulsátil ou opressiva. A dor visceral é do tipo cãibra ou cólica, aperto ou latejante. A intensidade da dor relaciona-se geralmente ao estágio da doença, podendo apresentar períodos de remissão com a terapêutica neoplásica e de piora com recidivas e progressão da doença. -A dor por excesso de nocicepção (nociceptiva) é a mais comum no câncer. É causada por estímulos aferentes de grande intensidade, nocivos ou lesivos, produzidos por processo inflamatório ou infiltração de tecidos pelo tumor, capazes de atingir o alto limiar de excitabilidade do nociceptor e gerar a dor. -A dor é denominada neuropática se a avaliação sugerir que é mantida por processos somatossensoriais anormais no sistema nervoso periférico (SNP) ou central (SNC). disfunção das vias que transmitem dor, levando a uma transmissão crônica dos sinais dolorosos. A injúria neural, que produz dor neuropática, pode ser óbvia ou oculta, podendo ocorrer em qualquer nível das vias nociceptivas periféricas ou centrais. -A dor pode ser definida como psicogênica se houver evidência positiva de que os fatores psicológicos predominam na manutenção do sintoma sem nenhuma evidência de causa orgânica. -Dor incidental, ou breakthrough pain, ocorre quando o controle da dor basal é alcançado, e, ainda assim, o paciente apresenta episódios de dor em picos, de início súbito e agudo. Pode ocorrer espontaneamente ou estar relacionado aos movimentos. -Barreiras ao adequado tratamento: MENSURAÇÃO DA DOR: -Parâmetro para terapêutica. -EVA, EVN, Escala descritiva verbal. O Inventário Sucinto da Dor (Brief Pain Inventory) é um instrumento de avaliação da dor válido e clinicamente útil e tem sido amplamente utilizado em pacientes com câncer. Esse instrumento inclui um diagrama para assinalar a localização da dor, perguntas referentes à intensidade da dor (atual, média e pior, com base em uma escala de 0 a 10) e também itens que aferem o grau de limitação causada pela dor. Outros instrumentos: Escala de Edmonton de Avaliação dos Sintomas/ Inventário dos Sintomas de MD Anderson/ Escala de Avaliação Memorial dos Sintomas/ “Termômetro de Sofrimento” é uma escala analógica visual vertical desenhada para parecer um termômetro, no qual 0 significa “sem sofrimento” e 10(na parte superior do termômetro) indica “sofrimento extremo”. Junto com o termômetro, há uma lista de verificação que inclui vários aspectos físicos, psicológicos, práticos, de suporte familiar e espirituais/religiosos. A história detalhada dos fármacos utilizados é fundamental e inclui os que foram prescritos para a dor, o que o paciente está efetivamente usando e por que pode haver qualquer discrepância entre os dois. A avaliação física abrangente dos pacientes com dor associada ao câncer requer atenção especial ao exame neurológico, inclusive os sistemas sensorial, motor e autônomo. O local referido da dor deve ser examinado para se detectarem indícios de infecção, traumatismo, lesões da pele, alterações das estruturas ósseas ou lesões malignas na pele. A avaliação sensorial, principalmente nos pacientes tratados com quimioterapia, pode diferenciar as lesões das fibras nervosas finas ou grossas. Com a Wellington Rocha p5 disfunção do sistema nervoso autônomo, a pressão arterial diminui quando o paciente fica de pé, enquanto a freqüência cardíaca permanece relativamente estável. Outro componente do exame neurológico é a avaliação dos nervos cranianos, principalmente quando há queixas de dor no pescoço ou na cabeça. Os exames radiográficos e as análises laboratoriais podem fornecer informações essenciais para a assistência dos pacientes que têm dor causada pelo câncer. Por exemplo, a dorsalgia evidenciada na ressonância magnética como sinal de compressão iminente da medula espinhal deve ser tratada agressivamente para evitar compressão total com paralisia. As cintigrafias ósseas podem demonstrar a existência de metástases como causa da dor, enquanto os marcadores tumorais podem fornecer indícios de disseminação da neoplasia maligna. Ou podem evidenciar distúrbios que complicam como altos níveis de Ca. Síndromes dolorosas específicas associadas ao câncer: -Aguda x Crônica: A dor aguda geralmente é causada por procedimentos invasivos, como intervenções diagnósticas ou cirúrgicas, ou pelos efeitos da quimioterapia e dos outros tratamentos, inclusive mucosite ou suscetibilidade à dor óssea depois do tratamento hormonal. As síndromes dolorosas crônicas geralmente têm envolvimento dos ossos, dos tecidos moles, das vísceras e do sistema nervoso. -Dor nociceptiva x neuropática: A dor nociceptiva pode ser somática ou visceral, geralmente é descrita como dolorida ou em pontadas e na maioria dos casos é causada pelas complicações musculoesqueléticas do câncer. Exemplos de dor nociceptiva são as metástases ósseas e a invasão dos tecidos moles pelo tumor. A hipersensibilidade à dor depois da terapia hormonal também tem origem nociceptiva. A dor neuropática descrita como latejante, em queimação, em choque ou em ferroadas sugere lesão das estruturas centrais ou periféricas do sistema nervoso. Exemplos desse tipo de dor são as neuropatias periféricas causadas pela quimioterapia e a dor radicular secundária às metástases vertebrais com compressão das raízes nervosas. -Dor causada pela doença x pelo tratamento Wellington Rocha p5 Exacerbações da dor: -Dor incidente: Associada ao tossir ou caminhar. Usa analgésicos de ação rápida e duração curta antes de realizarem as atividades ou os eventos que provocam dor. -Dor espontânea: A utilização dos analgésicos coadjuvantes para a dor neuropática pode ajudar a reduzir a frequência e a intensidade desse tipo de dor. Por outro lado, deve-se administrar tratamento imediato com um analgésico opióide potente de início rápido. -Dor no final do efeito da última dose: As intervenções terapêuticas incluem aumento da dose do fármaco administrado ao longo do dia, ou diminuição do intervalo entre as doses para incidir no início desse tipo de exacerbação da dor. Objetivo 02: Reconhecer a escala analgésica da dor da OMS. Descrever ação farmacológica dos opioides, indicações, tolerância e dependência. (Dor: Princípios e práticas/ Current/ Harisson/ PDF Cuidados paliativos/ Farmacologia ilustrada/ Range e Dale) A mensuração da dor é utilizada como um parâmetro fundamental para a orientação terapêutica. Os princípios do controle da dor em pacientes com câncer têm sido sumariados pela World Health Organization (WHO) por meio de um método eficaz, podendo-se aliviar a dor do câncer em 80% dos casos. Este método pode ser resumido em seis princípios: 1.pela boca; 2.pelo relógio; 3.pela escada; 4.para o indivíduo [Dosagem e escolha do medicamento de acordo com o indivíduo]; 5.uso de adjuvantes; 6.atenção aos detalhes [nomes dos medicamentos, sua indicação, dosagem, intervalo entre as tomadas e possíveis efeitos colaterais]. A adição de uma droga não opiáceo a analgesia opiácea pode ter um efeito dose-excedente (dose-sparing effect), permitindo menores doses de opiáceo. ESCADA ANALGÉGICA VIAS DE ADMNISTRAÇÃO: -No tratamento da dor no câncer, podem ser utilizadas as mais diversas vias de administração: intravenosa (infusão contínua, utilização de bombas de infusão ou uso de sistema PCA),intramuscular, oral, subcutânea, transdérmica (através da utilização de patchs), retal ou peridural. -A via de administração de escolha para o tratamento da dor oncológica sempre que possível deve ser a oral, por ser mais segura, menos invasiva, apresentar boa tolerabilidade, promover analgesia satisfatória e ter baixo custo. - A via IM deveria ser proscrita, por ser irritante, dolorosa, poder causar necrose tecidual, Wellington Rocha p5 sendo, portanto, desaconselhável a sua utilização. Se a via intravenosa não estiver disponível, a administração subcutânea (hipodermóclise) de opióides é satisfatória, apesar de os níveis séricos não serem estáveis e de depender da absorção e perfusão local. Existem alguns cuidados na utilização da via SC, como observar diariamente sinais de inflamação, hematoma ou suspeita de infecção local. TRATAMENTO: -Também são utilizados métodos não-farmacológicos para o tratamento da dor no câncer, como bloqueios anestésicos, procedimentos neurocirúrgicos funcionais, estimulação elétrica do sistema nervoso periférico e central, implantes de dispositivos para administração de analgésicos, programas de medicina física, acupuntura, acompanhamento psicológico, biofeedback, hipnose e estratégias cognitivas comportamentais. AINES: -O mecanismo de ação é baseado na inibição reversível ou irreversível da ciclooxigenase (COX). Seu sítio de ação é inteiramente no tecido lesado, não tem ação central, sendo bastante efetivo contra dor produzida por lesão lenta e prolongada ao tecido. -A associação de AINHs e opióides é bastante benéfica, tornando possível a redução da dose do opióide, a melhora dos sintomas álgicos e a redução dos efeitos colaterais. Na dor oncológica, esses fármacos são benéficos no tratamento da dor somática, principalmente a de caráter inflamatório, como nas metástases ósseas. Podem aliviar a dor-fantasma, a dor pós-operatória, as cefaléias, as mialgias e a dor incidental. -O paracetamol é bastante utilizado associado a opióides fracos, como o tramadol e a codeína, tornando-se hepatotóxico quando utilizado acima de 6 g por dia. A dipirona é capaz de diminuir a dose de morfina quando utilizada na dose de 4 a 6 g por dia; a probabilidade de agranulocitose é muita baixa e menor que nos outros AINHs. ACETAMINOFENO: -Esse fármaco é analgésico e antipirético, mas produz pouco efeito antiinflamatório. o OPIOIDES FRACOS: Os efeitos mais importantes dos opioides são mediados por três famílias de receptores, designadas comumente μ (mi) que modulam respostas nociceptivas térmicas, mecânicase química, κ (capa) que modulam a resposta à nocicepção química e térmicae δ (delta). Os três receptores opioides são membros da família de receptores acoplados à proteína G e inibem a adenililciclase. Eles também estão associados a canais iônicos, aumentando o efluxo pós-sináptico de K+ (hiperpolarização) ou reduzindo o influxo pré-sináptico de Ca2+, impedindo, assim, o disparo neuronal e a liberação do transmissor. 1) CODEÍNA: -Considerado um opióide fraco, é um derivado natural do ópio. Tem baixa biodisponibilidade oral de 40%, meia-vida plasmática de apenas 3 horas, necessitando de intervalos de até 4 em 4 horas. Seu efeito teto é de 360 mg/dia e tem apenas 1/10 da potência da morfina. A codeína necessita de desmetilação para sua conversão em morfina e outros metabólitos ativos, levando a uma analgesia de leve a moderada [A ação analgésica da codeína é derivada da sua conversão à morfina pelo sistema enzimático CYP2D6]. Dos seus efeitos adversos, os pacientes reclamam com maior frequência de constipação e náuseas. Dose oral: de 30 a 120 mg, VO de 4/4 horas. 2) TRAMADOL: - É um opióide sintético de ação central atípico. Liga-se fracamente aos receptores opióides μ, κ e δ. Encontra-se sob a forma racêmica; a isoforma R tem maior afinidade aos receptores μ, já a isoforma S tem maior efeito na inibição da recaptação da serotonina e noradrenalina. O tramadol também possui capacidade de ligação aos receptores α2-adrenérgicos. Efeito teto: 100mg 10g de morfina. A ocorrência de depressão respiratória, sedação excessiva, tolerância e dependência é pouco frequentes. Dose oral é 200 a 400 mg/ dia e EV é de 600 mg, divididos 4/6h. 3) TAPENTADOL: -Analgésico de ação central, é agonista μ opioide e inibidor da captação de norepinefrina o OPIOIDES FORTES: 1) MORFINA: Wellington Rocha p5 -Mecanismo de ação: A morfina atua no receptor M nas membranas de certas células no SNC e em outras estruturas anatômicas, como o trato gastrintestinal (TGI) e a bexiga e também em receptores κ na lâmina I e II do corno dorsal da medula espinal. Ela diminui a liberação de substância P que modula a percepção da dor na medula espinal. A morfina também parece inibir a liberação de vários transmissores excitatórios dos terminais nervosos que levam a estímulos nociceptivos [Aumenta limiar da dor e altera percepção] -Apresenta baixa biodisponibilidade por via oral; após administração oral, apenas 30% da dose é encontrada no plasma. Tem limitado volume de distribuição, baixa ligação plasmática, especialmente à albumina, e dificuldade na passagem através da barreira hematencefálica, porém é rápida a absorção após injeção IM ou SC. A M-3-G é responsável por vários efeitos colaterais da morfina, como disforia, hiperalgesia, constipação e possivelmente no fenômeno de tolerância, e não tem efeitos analgésicos . A M-6-G possui ação analgésica significante, porém meia-vida maior que a própria morfina. [Glicuronização pouco comprometida em pacientes hepatopatas]. Sem efeito teto: Dose depende da analgesia sem efeitos colaterais. A dose habitual de morfina por via oral é de 10 a 60 mg/4-6 h, sendo 0,3 mg/kg para crianças. A morfina de liberação controlada (30 e 60 mg) só deve ser iniciada após controle da dor de 12/12 h. -Ações: Analgesia/ Euforia/ Depressão respiratória por dessensibilização do CO2 em neurônios do centro respiratório/ Depressão reflexo da tosse/ Miose/ Êmese/ TGI- Alivia diarreia e aumenta tônus/ Hipotensão e taquicardia em altas doses/ Aumenta histamina, GH, prolactina, ADH. -Tolerância e dependência: O uso repetido da morfina causa tolerância aos seus efeitos depressor respiratório, analgésico, eufórico e sedativo. No entanto, normalmente não se desenvolve tolerância aos efeitos de constrição pupilar e de constipação. Pode ocorrer dependência física e psicológica com a morfina e alguns dos outros agonistas. -Pacientes que não estão com controle adequado da dor, no segundo degrau da escada analgésica, devem iniciar o tratamento com morfina, nas doses ideais-5 a 10 mg, de 4/4 h, aumentando de acordo com a necessidade. -Dependência psicológica [4 casos/12000]/ Dependência física com parada abrupta/ Pacientes oncológicos desenvolvem rápida tolerância aos efeitos de depressão respiratória/ Não há evidência sob acelerar a morte. 2) METADONA: - A metadona é um opióide sintético, com ação em receptores μ e σ, bloqueio em receptores NMDA e alguma ação em receptores 5-HT (bloqueando a recaptação da serotonina); é altamente lipossolúvel, com grande volume de distribuição e depósito em gorduras. Apresenta um carbono quiral; é comercializado na forma racêmica; a isoforma S tem atividade agonista opióide e antagonismo não competitivo NMDA; já a isoforma R não tem atividade opióide, mas tem ação de bloqueio receptor NMDA e alguma atividade serotoninérgica. Por atuar em receptores opióide e NMDA, tem indicação na dor somática e também na dor neuropática. Cuidado em pacientes idosos e debilitados por risco de acumulação [vida longa]. A metadona é metabolizada principalmente pelo CYP3A4, mas também pelo CYP2D6 e CYP1A2. Desse modo, os fármacos que induzem as enzimas do CYP aceleram o metabolismo da metadona e diminuem seus níveis séricos *Ausência de metabólitos ativos. *Aumenta pressão biliar e constipaçãomenos que morfina. *Pode causar dependência física, com menos neurotoxicidade por não ter metabólito ativo. *A tolerância cruzada aos opióides ocorre nos pacientes registrados em programas de manutenção com metadona para tratar dependência química. Esses pacientes necessitam de doses mais altas do que os indivíduos que nunca utilizaram opióides. 3) OXICODONA: -Opioide sintético que apresenta propriedades agonistas nos receptores μ e κ; como a morfina, tem rápido início de ação por via oral (10 a 15 min), sua duração fica entre 3 e 6 horas. Diferentemente da morfina, parece causar menos sedação, delírio, vômito e prurido, mas mais constipação. A oxicodona é biotransformada pelo sistema enzimático CYP2D6 e CYP3A4 e excreção renal. *Oximorfona 4) FENTANIL: -É potente agonista μ, utilizado durante procedimentos anestésicos. Apresenta rápido início de ação e duração de efeito curto; é empregado para analgesia prolongada em regime ambulatorial ou hospitalar, via bombas de infusão ou cateteres peridurais, ou como adesivos utilizados por via transdérmica. Recomenda-se iniciar a utilização de fentanil transdérmico após controle da dor com opióides de curta duração, por via oral ou parenteral, com a finalidade de verificar a eficácia e a tolerância aos opióides; para determinar a dose apropriada, busca-se a ajuda da tabela de conversão de opióides. -Seu uso é mais apropriado quando o paciente é incapaz de tolerar morfina (efeitos colaterais intoleráveis) e incapaz de ingesta oral pela própria evolução da doença. Wellington Rocha p5 -Em 10% dos pacientes, síndrome de abstinência física ou depressiva do opiáceo pode ocorrer na troca de morfina para fentanil. Esta situação tem vida curta (poucos dias) e é facilmente tratável com doses resgate de morfina, quando ocorrerem os sintomas. -Na nossa prática clínica diária, recomenda-se a utlização dessa via analgésica, principalmente para os pacientes com tumores de cabeça e pescoço, tumores da região abdominal superior, doença metastática óssea, pacientes impossibilitados da ingestão de analgésicos por via oral e pacientes com oclusão ou suboclusão intestinal. TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO: -O psicólogo da dor pode atuar auxiliando o paciente no melhor entendimento do processo de sua doença, enfocando a subjetividade do processo doloroso no discernimento dos fatores biológicos (sensoriais), psicológicos(afetivos, cognitivos), comportamentais, sociais e culturaisModelo biopsicossocial para compreensão do processo de cronicidade da dor, biofeedback, treinamento de relaxamento e dessensibilização. -O fisioterapeuta atua na dor, por meio da medicina física e da reabilitação. -Existem os bloqueios nervosos temporários e os definitivos, bloqueio neural simpático [substâncias químicas (álcool ou fenol), termoablação ou destruição neurocirúrgica], administração de radiofármacos [diminuição da progressão de metástases] e radioterapia paliativa. -A neurólise do plexo celíaco é indicada para dor nos casos de câncer de estômago, pâncreas, intestino delgado, fígado, supra- renais e rins. -Procedimentos neurocirúrgicos: Neurectomia a céu aberto (nervos periféricos), a rizotomia a céu aberto ou percutânea (uso de radiofrequência), a ganglionectomia (gânglios dorsais das de raízes espinais), a cordotomia (trato espinotalâmico), a ablação intracraniana, a neuroestimulação (nervos periféricos e centrais) e os sistemas implantáveis de infusão de fármacos (cisternal, intratecal e epidural). DROGAS ADJUVANTES: -Na dor oncológica, os ADTs estão mais indicados nos casos de neuropatia diabética, pós-herpética, neurite pós-operatória, dor- fantasma, nas queixas de queimação, formigamento ou sensação de peso. -Os anticonvulsivantes são grupos heterogêneos de drogas utilizadas contra a dor neuropática; são melhor indicadas para dor lancinante, em choque, fisgada ou queimação. Seus principais mecanismos de ação são a potencialização do GABA, a diminuição do glutamato, o bloqueio de canais de sódio e o bloqueio de fibras simpáticas. Carbamazepina e o clonazepam aliviam a dor bloqueando os canais de sódio e, por esta razão, geralmente são descritos como estabilizadores da membrana. *ADTs podem levar a efeitos colaterais anticolinérgicos, como boca seca e ainda visão embaçada, constipação, retenção urinária, hipotensão postural e confusão mental. -Alguns neurolépticos são prescritos para alívio de sintomas (ansiedade, insônia, êmese) e contra dor oncológica (dor neuropática). -Os agonistas α2 são utilizados na dor aguda e crônica. É utilizada em bloqueios somáticos (neuroeixo, periféricos, de Bier) e bloqueios simpáticos. -Os bloqueadores NMDA (cetamina e dextrometorfano) são utilizados para evitar o fenômeno de hiperexcitabilidade e de tolerância aos opióides. -Os corticóides têm apresentado benefícios nas dores neoplásicas, como compressão medular, dor óssea, dor por aumento da pressão intracraniana e dor consequente à compressão de vísceras. Inibem a síntese das prostaglandinas e diminuem o edema ao redor dos tecidos nervosos. Wellington Rocha p5 -Alguns estudos mostraram que as versões da lidocaína em gel e adesivo reduzem a dor da neuropatia pós-herpética, que é uma síndrome comum nos pacientes com câncer. Outros estudos também mostraram que a lidocaína venosa na dose de 1 a 2 mg/kg (máximo de 500 mg) administrados em 1 h, seguidas de infusão contínua de 1 a 2 mg/kg/h, alivia a dor neuropática incontrolável dos pacientes internados para receber cuidados paliativos e mantidos com cuidados médicos em casa. TRATAMENTOS ANTI-NEOPLÁSICOS: -Bifosfonados [evitar complicações ósseas e corrigir a hipercalcemia]/ Radioterapia e radiofármacos/ Quimioterapia. EFEITOS ADVERSOS DOS OPIOIDES: -O paraefeito mais comum dos opióides é a constipação, que não melhora com o tempo, e é consequente à diminuição da motilidade do trato gastrintestinal e hipertonia dos esfíncteres. -As náuseas e os vômitos podem ser contornados pela troca da via de administração do opióide, com auxílio dos analgésicos adjuvantes ou pela administração de antieméticos. -Queixas centrais referenciadas, como a hipertermia e a hiperidrose, as alterações comportamentais e as convulsões são explicadas por ligação a receptores (μ, κ, δ) e metabólitos excitatórios. -A tolerância é a necessidade de doses maiores de opióides para manter a analgesia inicial. -A sedação excessiva e a depressão respiratória são os efeitos colaterais mais temidos; o melhor analéptico e preventivo da depressão respiratória é a própria dor; a sedação excessiva é um sinal de aviso que antecede a depressão respiratória. OUTROS OPIODES: *Hidromorfona/ Hidrocodona *Oxicodona/Oximorfona *Sufentanila, alfentanila e remifentanilaPropriedades analgésicas e sedativas durante procedimentos cirúrgicos c/ anestesia. Wellington Rocha p5 *Meperidina agonista κ com alguma atividade μ. Ação breve e potencial toxicidade. *BuprenorfinaO uso principal é na desintoxicação opioide, pois tem sintomas de retirada menos graves e mais curtos em comparação com a metadona. Efeitos adversos: Depressão respiratória, hipotensão, náuseas e tonturas. *PentazocinaAgonista κ e é um antagonista fraco nos receptores μ e δ. Tolerância e dependência no uso continuado. *Nalburfina e bultorfanol Efeito teto na depressão respiratória. ANATGONISTAS OPIOIDES: *Os antagonistas opioides se ligam com alta afinidade aos receptores opioides, mas não ativam a resposta mediada pelo receptor. *NALOXONA: Reverter coma e depressão respiratória. *NALTREXONA: Ação mais rápida. Wellington Rocha p5 Objetivo 03: Wellington Rocha p5 Definir e caracterizar analgesia geral, local e bloqueio. (Farmacologia ilustrada/ Range e Dale) A anestesia geral é um estado reversível de depressão do sistema nervoso central (SNC), causando perda de percepção e de resposta a estímulos. Na Anestesia Geral são administrados fármacos através de um soro colocado numa veia da mão. Estes fármacos permitem que permaneça inconsciente, imóvel e sem dor, durante todo o procedimento cirúrgico. Este tipo de anestesia está indicado para cirurgias da cabeça e do pescoço, tórax e abdómen superior. No caso particular das crianças, são submetidas a Anestesia Geral para evitar movimentos bruscos durante a cirurgia. Esta pode ser aplicada por via endovenosa, inalatória ou ambas. Anestesia Regional: Com este tipo de anestesia pretende-se anestesiar apenas a porção do corpo a ser intervencionada. Está indicada para cirurgias do abdómen inferior, membros inferiores e membros superiores. -Na Anestesia Raquidiana ou Raquianestesia é administrado anestésico local, por intermédio de uma agulha de fino calibre, no líquido que banha a sua medula espinhal - líquido cefalorraquidiano. Neste tipo de anestesia perde a sensibilidade dos membros inferiores e da zona inferior do abdómen. - Na Anestesia Epidural é administrado anestésico local através de um cateter colocado no espaço epidural, espaço virtual que se encontra próximo da sua medula espinhal. Neste tipo de anestesia também se perde a sensibilidade dos membros inferiores e da zona inferior do abdómen, ficando com os membros inferiores dormentes e pesados. Nos Bloqueios de Nervos Periféricos o anestésico local é administrado ao redor dos nervos responsáveis pela sensibilidade e pelo movimento do membro onde vai ser realizada a cirurgia. Na Anestesia Local, pequenas doses de anestésico local são administradas em redor da lesão que vai ser removida. A medicação pré-anestésica ajuda a acalmar o paciente, aliviar a dor e prevenir os efeitos indesejados do anestésico administrado na sequência ou do próprio procedimento cirúrgico. Bloqueadores neuromusculares facilitam a intubação e a cirurgia. Anestésicos gerais potentes são administrados por inalação e/ou por injeção intravenosa (IV). SELEÇÃO DO ANESTÉSICO E PACIENTE: Sistema cardiovascular, respiratório, fígado, rins, sistema nervoso, gestação. Profundidade anestésica: 1.Estágio I – Analgesia: A perda da sensação de dor resulta da interferênciana transmissão sensorial no trato espinotalâmico. O paciente passa da consciência e da capacidade de conversar para a sonolência. A amnésia e a redução da percepção da dor ocorrem à medida que se aproxima o estágio II. Wellington Rocha p5 2.Estágio II – Excitação: O paciente apresenta delírio e possivelmente comportamento combativo. Ocorre aumento e irregularidade na pressão arterial e na respiração, bem como risco de laringoespasmo. Para diminuir ou eliminar este estágio, são administrados fármacos de ação rápida, IV, antes de administrar anestesia por inalação. 3.Estágio III – Anestesia cirúrgica: Há perda gradual do tônus muscular e dos reflexos conforme o SNC vai sendo deprimido. Ocorre respiração regular e relaxamento dos músculos esqueléticos com eventual perda dos movimentos espontâneos. Este é o estágio ideal para a cirurgia. Monitoração cuidadosa é necessária para evitar o avanço indesejado ao estágio IV. 4.Estágio IV – Paralisia bulbar: Ocorre grave depressão da respiração e dos centros vasomotores. Ventilação e/ou circulação devem receber atenção, para prevenir a morte. ANESTÉSICOS INALATÓRIOS: -Gases inalatórios são usados basicamente para a manutenção da anestesia após a administração de um fármaco IV. -Diminuem a resistência cerebrovascular, resultando em aumento da perfusão cerebral. Eles causam broncodilatação, mas diminuem a ventilação espontânea e a vasoconstrição pulmonar hipóxica. Wellington Rocha p5 -Quanto mais lipossolúvel um anestésico, menor é a concentração necessária para produzir anestesia e, assim, maior é a sua potência. - Em concentrações clinicamente eficazes, os anestésicos gerais aumentam a sensibilidade dos receptores do ácido γ- minobutírico tipo A (GABAA) ao neurotransmissor inibitório GABA. Isso aumenta o influxo de cloreto e hiperpolariza os neurônios. Bloqueio NMDA. ANESTÉSICOS INTRAVENOSOS: -Os anestésicos IV causam indução rápida que, com frequência, ocorre dentro do “tempo de circulação braço-cérebro”. -Os anestésicos IV podem ser usados como agentes únicos para procedimentos curtos ou administrados como infusão para manter a anestesia durante procedimentos longos. Em dosagens baixas, podem ser usados para sedação. -O grau de ligação às proteínas depende das características físicas de cada fármaco, como o grau de ionização e a lipossolubilidade. As moléculas livres, não ionizadas e lipossolúveis atravessam a barreira hematencefálica mais rapidamente. Logo que o fármaco penetra no SNC, ele exerce seu efeito. Como os anestésicos inalatórios, o modo exato de ação dos anestésicos IV é desconhecido. - A lenta titulação de uma dosagem reduzida de anestésico IV é a chave para a indução segura em pacientes com DC diminuído. BLOQUEADORES NEUROMUSCULARES: -Responsáveis por abolir reflexos, de modo a facilitar a intubação traqueal e obter relaxamento muscular conforme necessário para cirurgias. O mecanismo de ação é o bloqueio dos receptores nicotínicos da acetilcolina (ACh) na junção neuromuscular. ANESTÉSICOS LOCAIS: Wellington Rocha p5 -Os anestésicos locais bloqueiam a condução dos impulsos sensoriais e, em concentrações mais altas, os impulsos motores da periferia ao SNC. Os canais de Na+ são bloqueados, prevenindo o aumento transitório na permeabilidade da membrana do nervo ao Na+, o que é necessário para o potencial de ação. -As técnicas de administração incluem via tópica, infiltração, bloqueio de nervo periférico e bloqueio neuraxial (espinal, epidural ou caudal). As fibras não mielinizadas, pequenas, para dor, temperatura e atividade autônoma são mais sensíveis. -Os anestésicos locais causam vasodilatação, levando à rápida difusão para fora do local de ação e diminuindo a duração quando esses fármacos são administrados sozinhos. Acrescentando o vasoconstritor epinefrina, a velocidade de absorção e de difusão do anestésico local diminui. Isso minimiza a toxicidade sistêmica e aumenta a duração de ação. A função hepática não afeta a duração de ação da anestesia local, que é determinada pela redistribuição, e não por biotransformação. Bloqueio: Interrupção de impulsos sensoriais numa parte do corpo específica [Aines/Anestésico local]. -Visa abolir reflexos anormais/ Bloquear fibras simpáticas que inervam estruturas somáticas/Bloqueio nervos somatomotores. Objetivo 04: Esclarecer a importância dos cuidados paliativos da dor crônica oncológica e sua indicação precoce. (Manual cuidados paliativos/Harisson) Cuidado Paliativo é “uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares, que enfrentam doenças que ameacem a continuidade da vida, por meio da prevenção e do alívio do sofrimento. Requer identificação precoce, avaliação e tratamento da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”. Uma abordagem precoce também permite a prevenção dos sintomas e de complicações inerentes à doença de base, além de propiciar diagnóstico e tratamento adequados de enfermidades que possam cursar paralelamente à doença principal. Uma boa avaliação embasada nos exames necessários, além da definição da performance do paciente, é indispensável para a elaboração de um plano integral de cuidados, adequado a cada caso e adaptado a cada momento da evolução da doença. Os pacientes que enfrentam doenças graves valorizam a chance de se prepararem para a morte. Os médicos podem aumentar o tempo que os pacientes têm para se planejarem para a fase final de sua vida tendo com eles discussões sinceras acerca do prognóstico e dos objetivos da atenção médica. Wellington Rocha p5 Engloba controle da dor e de outros sintomas penosos, além de incorporar cuidados psicossociais e espirituais de acordo com as necessidades do paciente e de sua família. Nos cuidados abrangentes ao FDV, incluem-se controle da dor e dos demais sintomas, apoio psicossocial e espiritual, apoio ao cuidador e à família e discussões sobre as metas do cuidado e planejamento antecipado do cuidado. Para tanto, há necessidade de habilidades de comunicação e conhecimento sobre controle sintomático e sobre os serviços comunitários disponíveis. A abordagem multidisciplinar frequentemente é útil para que seja possível prover cuidados abrangentes ao FDV e devem fazer parte da equipe médicos, enfermeiros, assistentes sociais, religiosos e especialistas em cuidados paliativos, além dos programas de atenção ao doente incurável Pela definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) para Cuidados Paliativos, todos os pacientes portadores de doenças graves, progressivas e incuráveis, que ameacem a continuidade da vida, deveriam receber a abordagem dos Cuidados Paliativos desde o seu diagnóstico. Um dos critérios mais discutidos é o que se refere ao prognóstico de tempo de vida do paciente. O limite designado em seis meses de expectativa de vida poderia ser utilizado para indicação de Cuidados Paliativos exclusivos, uma vez que esse critério foi importado do Medicare americano, que estabelece o tempo de sobrevida esperado como um dos critérios de indicação para assistência de hospice. São critérios do Medicare: • a expectativa de vida avaliada é menor ou igual a seis meses; • o paciente deve fazer a opção por Cuidados Paliativos exclusivos e abrir mão dos tratamentos de prolongamento da vida; • o paciente deve ser beneficiário do Medicare.
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