Buscar

TCC OK - INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDAES ESPECIAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR 16 12 14

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

6
ANHANGUERA EDUCACIONAL
FACULDADE DE TAGUATINGA
EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA 
Edson Nunes Junior
Erinaldo Firmino Sampaio
INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDAES ESPECIAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Taguatinga-DF
2014
Edson Nunes Junior
Erinaldo Firmino Sampaio
INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDAES ESPECIAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Educação Física da Faculdade Anhanguera de Taguatinga requisito parcial a obtenção do título de Licenciatura em Educação Física.
Orientador: Julio Cesar Sá
Taguatinga-DF
 2014
Edson Nunes Junior
Erinaldo Firmino Sampaio
INCLUSÃO DE ALUNOS COM NECESSIDAES ESPECIAIS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Educação Física da Faculdade Anhanguera de Taguatinga como requisito parcial à obtenção do título de Licenciatura em Educação Física.
Brasília, 24 de novembro de 2014
___________________________________________
 Prof. Julio Cesar Sá
Faculdade Anhanguera de Taguatinga
Licenciatura em Educação Física
___________________________________________
Examinador
___________________________________________
Examinador 
RESUMO
Este trabalho feito através de revisão sistemática de literatura mostra o processo de inclusão de AE (Alunos Especiais) nas escolas de ensino regular, o quanto esses alunos já foram discriminados e que ainda são. Elenca os principais acontecimentos históricos e a criação de leis e decretos que contribuíram para que o processo de inclusão escolar acontecesse, mostram resultados de diversas pesquisas referentes ao despreparo dos professores em lidar com alunos com e sem deficiência em um mesmo ambiente escolar e que mesmo havendo grandes avanços nos últimos anos referentes à formação de professores não foram suficientes para preparar esses docentes para lidar com a heterogeneidade de alunos em sala de aula. Traz também em seu texto a importância de fazer desses alunos membros ativos para que consigam desenvolver positivamente, o que acaba não ocorrendo, por despreparo dos professores e também por falta de material pedagógico.
 
ABSTRACT
This work done through systematic literature review shows the SS process of adding (Special Students) in mainstream schools, how much these students have been broken down and still are. It lists the major historical events and the creation of laws and decrees that contributed to the process of school inclusion happen, show results of various studies relating to teachers' unpreparedness to deal with students with and without disabilities in the same school environment and that even with great advances in recent years relating to teacher education were not enough to prepare these teachers to deal with the heterogeneity of students in the classroom. It also brings in his text the importance of making these students active members so that they can develop positively, which ends up not happening, for lack of preparation of teachers and also for lack of teaching materials.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO	6
2. JUSTIFICATIVA	10
3. OBJETIVOS	11
	3.1 OBJETIVOS GERAIS	11
	3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS	11
4. METODOLOGIA	12
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA	13
	5.1 ALUNOS COM ALGUMA NECESSIDADE ESPECIAL E O 
	PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR	13
	5.2 A ESCOLA E O PROCESSO DE INCLUSÃO	14
	5.3 AVANÇO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E BAIXA 
	CAPACITAÇÃO NO PROCESSO INCLUSIVO	15 
	5.4 O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O PROCESSO DE 
	INCLUSÃO	16
6. DISCUSSÃO	17
7. CONCLUSÃO	18
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS	19
	
1. INTRODUÇÃO
Nos primeiro anos da década de 1930, aplicavam-se as leis eugênicas, ou seja, leis as quais excluíam as pessoas portadoras de deficiência para evitar a proliferação de novos descendentes com o mesmo problema, e fizesse com que as pessoas saudáveis, fortes, equilibradas se multiplicassem na intenção de formar uma raça mais forte. Os profissionais de Educação Física que eram formados na Escola de Educação Física do Exército, principal divulgador da função eugênica, excluiu totalmente os alunos com necessidade especial escolar das suas atividades escolares e até mesmo aqueles menos habilidosos foram colocados de lado. Essa prática discriminatória perdura até os dias atuais (SOARES, 1994; BETTI, 1991).
Acreditava-se que todo escolar deveria passar por exames médicos e caso constatasse qualquer problema físico, este deveria ser proibido de praticar as atividades físicas (FERREIRA NETO, 1999).
Em 1994, na Espanha, foi feita uma Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais: acesso e qualidade, realizada de 7 a 10 de junho. Nessa conferência foi instaurada a Declaração de Salamanca, e nela esclarece o princípio da inclusão, a necessidade de promover aprendizagem para todos e atender as necessidades de cada um.
A Declaração de Salamanca trouxe um conjunto de diretrizes para serem implantadas e direcionadas às práticas inclusivas na escola (BRASIL, 1994, p.3). Em seu texto proclama que as escolas deveriam acomodar todas as crianças sem distinguir nenhuma entre elas e incluí-las.
A discriminação aos alunos com necessidades especiais em âmbito escolar foi reduzida, porém ainda há muito que fazer, pois até mesmo os professores europeus relatam falta de suporte e serviços para atender com excelência seus alunos com necessidades especiais, descrevem falta de preparo e capacidade para ensinar esses alunos. Dessa forma, conclui-se que a falta de preparação profissional não é um obstáculo presente apenas na realidade educacional brasileira, mas sim em todo o mundo. (KLAVINA e KUDLACEK, 2011).
A falta de adaptações necessárias nas aulas de Educação Física pode provocar no AE (Aluno Especial) além de vivências negativas, prejuízo em seu desempenho motor durante as atividades (BLOCK e OBRUSNIKOVA, 2007).
Nos últimos anos, grandes avanços em relação à formação de professores aconteceram, não apenas quanto à legislação, mas em relação à produção do conhecimento acadêmico. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96), aprovada em 20 de dezembro de 1996, merece destaque como marco jurídico-institucional. Pauta em seu texto a reorganização da educação em todos os níveis. Estudos mais recentes reafirmam a necessidade de preparar melhor os professores no que tange a inclusão de alunos com necessidades especiais em rede regular de ensino. Pesquisa recente e de âmbito nacional, afirma o despreparo dos professores em relação a receber alunos especiais em sala de aula (GLAT; FERREIRA; OLIVEIRA; SENNA, 2003). 
Outra pesquisa verificou que os professores não se sentiam capacitados para receber alunos especiais em sala de aula, mesmo acreditando nos méritos da inclusão. Esses profissionais não foram preparados para oferecer o que esses alunos especiais necessitam, mesmo tendo boa vontade não são capazes de produzir muitos resultados positivos. Sem profissionais preparados, os resultados não acontecem e mais, o ritmo do restante pode ser prejudicado. A inclusão é possível e é direito de todos, e se o sistema educacional estiver preparado e com conhecimento específico para lidar com a diferença o sucesso acontecerá de forma natural (CASTRO, 2002). 
Além do despreparo e falta de conhecimento existe uma descrença quanto à capacidade de o AE desenvolver e agir de maneira autônoma (GOFFMAN, 1988; GLAT, 1998).
Incluir de fato um AE significa mais do que apenas possibilitar que este tenha acesso ao mesmo espaço físico que os demais (ABENHAIM, 2005). 
Durante seu processo de aprendizagem, devem-se respeitar suas limitações e fazer com que esses membros especiais sejam membros ativos dentro da escola (ODOM; DIAMOND, 1998; PLACE; HODGE, 2001; KODISH et al, 2006). Durante o processo de inclusão de um aluno com deficiência, o professor deve estar constantemente atento, pois, além da participação ativa desse aluno durante as atividades propostas, deve-se também propor sua interação com os outros alunos durante as aulas (ODOM; DIAMOND, 1998; PLACE;HODGE, 2001; PIVIK; MCCOMAS; LAFLAME, 2002).
A legislação brasileira vigente no momento garante aos alunos especiais o direito ao sistema regular de ensino e assim, o direito a um atendimento especializado conforme sua necessidade educacional (ALVES; DUARTE, 2011).
A ausência efetiva dos alunos especiais nas aulas deve-se a falta de instrução dos professores, equipamentos inadequados, dificuldade de acesso aos ambientes escolares, e a não compreensão dos demais alunos (GOODWIN; WATKINSON, 2000; PIVIK; MCCOMAS, 2002). A não participação do aluno deficiente nas aulas de Educação física, o faz acreditar que ele não pertence aquele grupo, já com a sua participação total durante as atividades propostas o fará se sentir parte do grupo se beneficiará com esse ato de inclusão (GOODWIN; WATKINSON, 2000).
Batista e Enumo (2004) realizaram estudo sobre as interações sociais de alunos com deficiência intelectual nas escolas para análise dos possíveis benefícios do contato social proporcionados pela escola inclusiva. Relataram que esses alunos sofrem grande rejeição por parte dos outros alunos e que incluir esse aluno fisicamente, sem proporcionar atividades que permitam a eles interagir com os demais alunos não garante uma construção positiva de relações sociais, bem como seus possíveis benefícios. Ellis, Wright e Cronis (1996) chegaram a um resultado bastante parecido, contudo, analisaram que nas atividades fora do horário de aula em que os alunos escolheram as atividades, houve um resultado mais favorável.
Quanto à aprendizagem dos alunos com deficiência, foi relatado por Block e Obrusnikova (2007), que esses alunos sofrem uma perda do seu desempenho motor ocasionado provavelmente pela falta de adaptações no currículo, equipamentos ou métodos de ensino por parte dos seus professores. 
Blinde e McCallister (1998); Hutzler et all (2002), Place e Hodge (2001) também relataram sobre a importância das adaptações nas aulas de Educação Física para alunos com deficiência. Prestar atendimento aos alunos com deficiência pressupõe que o professor seja bem instruído, como também os demais funcionários da escola devem estar preparados com essa situação, a inclusão não se refere somente a interação e convivência desse aluno com os demais e sim, proporcionar a esse estudante acesso livre a todo ambiente escolar. Dessa forma fazendo-lhe se sentir mais independente.
Klavina e Kudlacek (2011) descrevem que a dificuldade encontrada na nossa educação brasileira também é fato nas regiões européias, lá os professores reclamam da falta de suporte e serviços para atender as necessidades de seus alunos com deficiência. 
Leonardo, Bray e Rossato (2009) relatam que tanto as escolas públicas como as particulares têm feito alterações apenas no espaço física da escola para receber os alunos com deficiência, quanto a questão capacitação dos professores e infra-estrutura escolar todas as escolas ficam muito a desejar. Os professores deixam claro a falta de conhecimento a respeito das deficiências de seus alunos (LEONARDO; BRAY; ROSSATO, 2009). 
2. JUSTIFICATIVA
Como estamos nos formando em Licenciatura em Educação Física e provavelmente lecionaremos em salas com alunos sem e com deficiência, achamos por bem pesquisar e adquirir conhecimento antes de passar por essas adversidades no dia a dia. A cada ano que passa é mais frequente encontrar no ensino regular, alunos sem e com deficiencia no mesmo ambiente escolar e conforme os números do IBGE Censo Demográfico 2010, quase 46 milhões de brasileiros, cerca de 24% da população, declararam possuir pelo menos uma das deficiências investigadas (mental, motora, visual e auditiva), é um número muito alto para ser ignorado. Então, achamos de extrema importância entender onde estão os principais problemas e dificuldades encontrados pelos professores, pelo sistema de educação e também pelos alunos deficientes para procurar proporcionar o melhor atendimento possível a esses alunos. Pois, a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008b) aliada ao Decreto Legislativo 186/08 asseguram a eles esse direito e o Sistema Educacional deve se adequar a essa nova realidade. 
3. OBJETIVOS
3.1 OBJETIVOS GERAIS
Relatar a realidade das escolas quanto ao processo de inclusão escolar, as dificuldades encontradas pelos alunos com necessidades especiais e pelos professores nesse processo de inclusão, em especial o professor de Educação Física através de uma revisão de literatura. 
3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
· Relatar a dificuldades dos alunos com necessidades especiais de serem aceitos nas atividades de Educação Física restritiva dos primeiros anos de 1930, sua evolução após a Declaração de Salamanca, a importância de incluir os alunos com necessidades especiais nas atividades do dia a dia, e o respeito pelas suas diferenças. 
· Apresentar a evolução da educação inclusiva nas escolas, sua evolução após a Declaração de Salamanca e sua nova visão inclusiva da escola para todos incluindo alunos sem necessidades especiais e alunos com necessidades especiais.
· Mostrar o despreparo dos professores diante das adversidades da inclusão escolar, o medo do diferente por falta de conhecimento em relação ao tema inclusão de pessoas com necessidades especiais.
· Citar maneiras que o professor de Educação Física pode explorar durante as suas aulas para estimular os alunos com necessidades especiais a participarem ativamente das suas aulas.
· Analisar as leis e normas que asseguram as pessoas com necessidades especiais o direito a inclusão e a sua verdadeira aplicação no dia a dia. 
 
4. METODOLOGIA
Foi realizado um estudo de revisão sistemática da literatura publicado entre os anos de 2007 a 2012, onde a base de consulta foi o site SciELO Brasil – Scientific Electronic Library Online e o Portal de Revistas da USP. A busca foi efetuada a partir de descritores representativos à temática de investigação, que foram utilizados isoladamente e em associação: professores, educação física, educação inclusiva, interação, educação especial, escola, aprendizagem, mediação da aprendizagem, desenvolvimento infantil.
5. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
5.1 ALUNOS COM ALGUMA NECESSIDADE ESPECIAL E O PROCESSO DE INCLUSÃO ESCOLAR
Soares (1994) relata que há tempos atrás a Educação Física era completamente restrita aos mais habilidosos. Os dependentes de necessidades especiais foram completamente excluídos desse processo, isso devido a uma visão moralista de que aqueles dependentes de necessidades especiais deveriam primeiro se tratar, fisicamente e ou mentalmente para se habilitar a prática da Educação Física. Baseado na concepção eugênica de Kehl, seria necessário aplicar as leis eugênicas para se evitar que a população dependente de necessidades especiais aumentasse, dessa forma, seria necessário a exclusão dessas pessoas e proliferar de maneira única, pessoas consideradas fortes, equilibradas, inteligentes e bonitas. 
Betti (1991) autentica a revisão de Soares e ainda relata que a Escola de Educação Física do Exército foi o principal centro divulgador desta função eugênica da Educação Física. Como a Escola de Educação Física do Exército formava os professores de Educação Física da época, depreende-se que na prática, as aulas de Educação Física tinham essa concepção.
Ferreira Neto (1999, p. 122) relata que na obra de Azevedo, a Educação Física como componente curricular, todos os alunos eram examinados por um médico e aqueles que apresentavam qualquer deficiência física era proibido de praticá-la. 
Declaração de Salamanca (7 a 10 de junho de 1994) Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais realizada na Espanha alinhavava em seu texto o princípio da inclusão, que até então, não existia. Em seu texto ressalta as necessidades de ação para conseguir escolas para todos independentemente das condições físicas ou mentais e que os alunos especiais recebam atendimento capaz de suprir suas necessidades.
Aiello-Vaisberg (2002) Dentre as estratégias que colaboram com o processo de inclusãoencontram-se as pesquisas interventivas psicanalíticas, que combatem os atos preconceituosos contra os grupos marginalizados, por meio da abordagem do substrato afetivo-emocional. Compreende-se que os indivíduos que praticam atos de exclusão, praticam porque se negam a se assemelhar aqueles que obtêm limitações físicas ou mentais.
La Master et al., (1998); Odom; Diamond, (1998); Karagiannis; Stainback, (1999); Marchesi, (2001); Rodrigues, (2001); Pivik; Mccomas; Laflame, (2002); Place; Hodge, (2001); Kodisk et al., (2006) durante o processo educacional das crianças com necessidades especiais, essas crianças devem ser incluídas no ensino regular para que elas possam desenvolver suas habilidades como qualquer outra criança, e quanto as suas diferenças, devem ser respeitadas e suas necessidades educacionais atendidas, assim fazendo com que ela se sinta parte do grupo escolar. 
5.2 A ESCOLA E O PROCESSO DE INCLUSÃO
Declaração de Salamanca (BRASIL, 1994) traz um conjunto de diretrizes direcionado às práticas inclusivas nas escolas para serem implantadas. Proclama em seu texto que as escolas devem acomodar todas as crianças sem fazer seleção, sem exclusão, por fim, independentemente de suas condições físicas, intelectuais, sociais, emocionais, lingüísticas ou outras, deveram ser aceitas pela escola.
Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (BRASIL, 2008b) aliada ao Decreto Legislativo 186/08 assegura que na proposta pedagógica da escola a educação especial está inserida, e que tanto os alunos com deficiência, com transtornos globais de desenvolvimento como os superdotados fazem parte do seu público-alvo.
Place e Hodge (2001) para alcançar o sucesso esperado durante o processo de inclusão, as escolas devem concluir as adaptações necessárias.
Pivik; Mccomas (2002) ainda diz que o aluno deve ter acessibilidades a todos os ambientes da escola e que os profissionais ali atuantes, professores e funcionários, devem ter conhecimento da adversidade para agir de maneira positiva e com iniciativa, e ainda, formular políticas públicas voltadas para o incentivo ao processo inclusivo.
Leonardo, Bray e Rossato (2009) tanto as escolas públicas como as privadas não possuem um planejamento pedagógico para receber alunos com necessidades especiais e que a falta de capacitação profissional e infraestrutura são as maiores adversidades encontradas pelos professores, as escolas tem feito adaptações apenas na parte física da escola e esquece o profissional.
5.3 AVANÇO NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES E BAIXA CAPACITAÇÃO NO PROCESSO INCLUSIVO 
Bueno (1999); Carneiro (1999); Magalhães (1999); Glat (2000); Glat; Nogueira (2002 e 2003); Ferreira; Glat; Ferreira; Oliveira; Senna (2003); Braun; Sodré; Pletsch, (2003); Glat; Pletsch (2004); Pletsch (2005); Glat; Pletsch, Oliveira; Antunes (2006); Pletsch; Fontes (2006), estudos recentes sobre a formação dos professores na rede regular de ensino no que tange a condições essenciais de promoverem com eficácia a inclusão de alunos com necessidades especiais, afirmam que mesmo havendo importantes avanços na educação nessa última década, devem-se buscar melhoras na formação de professores, pois, o resultado de uma pesquisa recente relatou que os professores, em âmbito nacional, não estão preparados para lidar com as adversidades de receber alunos com necessidades especiais em suas salas de aula.
Castro (2002) chegou a um resultado semelhante, em uma pesquisa realizada na rede municipal de educação de Santa Maria-RS, analisou a condição e os sentimentos de professores da rede regular de ensino referente à inclusão de alunos com necessidades especiais na sala de aula. O diagnóstico foi claro e unânime, os professores não se sentem capacitados para lidar com essa situação, acreditam nos méritos da inclusão, tem boa vontade, porém, não gostariam de receber essa responsabilidade, pois acreditam não terem o preparo adequado, nem a possibilidade de dar a atenção que esses alunos necessitam por não serem educadores especiais. Esse despreparo que vem desde a formação do magistério não traria resultados positivos, e que poderia atrasar todo o restante da turma. A inclusão escolar é um direito assegurado a todos, só que para funcionar realmente o sistema educacional deve estar preparado para lidar com essas adversidades em sala de aula. 
Correia (1999); Naujorks (2002 e 2003); Beyer (2003) é comum a sensação de medo e de incapacidade dos professores em relação a receber alunos com algum tipo de deficiência ou distúrbios de comportamento em sala de aula. As faltas de informação e de preparo geram essa estranheza e preocupação quanto ao desenvolvimento das práticas pedagógica. 
 
5.4 O PROFISSIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA E O PROCESSO DE INCLUSÃO
	Valle; Guedes (2003, p. 52-53) Durante as aulas onde se tem alunos com necessidades especiais incluídos aos alunos sem deficiência, os professores de Educação Física devem ter habilidades e competências adequadas para conduzir as aulas com sucesso. Primeiramente, o professor deve entender que todos podem aprender. O que difere é o tempo de conciliação de cada um, desenvolver a autoestima é um ponto muito interessante e que ajudará no processo de aprendizagem, pois, o aluno com necessidades especiais que se sente confortável no ambiente escolar, que se sente parte do grupo, que se sente útil como os demais alunos, provavelmente terá mais atitude no dia a dia das aulas e crescerá com o grupo de alunos. Estimular a autonomia dos alunos mediante a construção de sua aprendizagem, analisar constantemente o progresso de cada aluno respeitando o ritmo de cada um, promover atividades em grupo, pois toda pedagogia diferenciada exige a participação ativa dos alunos e também dos seus pais, reduzindo assim o sentimento de diferença. Propor atividades cognitivas de natureza lúdica e interessante.
	Glat e Nogueira (2002) atualmente o tema inclusão de pessoas com necessidade especiais tem sido foco de muitos discursos a favor da inclusão não apenas no ambiente escolar, mas em diversos setores da sociedade. Porém, essas pessoas continuam sendo vistas e tratadas de forma diferenciada e preconceituosa. As grandes conquistas adquiridas pelas pessoas com necessidades especiais parecem não sair do papel, pois, foram elaboradas leis e normas que dão direito as pessoas com necessidades especiais a inclusão, porém, a realidade é outra. 
	Silva (2007) falar em educação inclusiva tem sido encarado como um grande desafio para os professores devido a falta de conhecimento sobre métodos de estimulação em meio as adversidades que um aluno com necessidades especiais apresentam. 
 
6. DISCUSSÃO
Glat; Pletsch (2004); Pletsch; Fontes (2006) destacam em seu artigo o que diz Bueno (1999b, p. 18), quando diz que é fato que a cada dia mais e mais alunos com necessidades especiais estão sendo incluídos nas salas de aula do ensino regular, porém o que preocupa não é a inclusão desses alunos e sim a falta de capacitação dos profissionais da licenciatura que não recebem um preparo adequado para lidar com toda essa heterogeneidade posta pela inclusão. A partir desse ponto, torna-se extremamente preocupante a situação desses alunos. 
Bueno (1999a e 2001) deixou um modelo inclusivo para ajudar no processo de inclusão, para isso, seria necessário estabelecer duas classes de professores. os chamados Generalistas com o mínimo de conhecimento e capacitação que ficariam responsáveis pelas classes regulares e os professores especialistas capacitados em diferentes situações educacionais e que teriam a responsabilidade de orientar, dar suporte e capacitar os professores generalistas.
Block e Obrusnikova (2007) dizem que a falta de adaptações nas aulas de Educação Física pode causar aos alunos especiais, danos em seu desenvolvimento motor por vivenciarem as atividades de maneira incorreta.
Castro (2002) a inclusão é possível, mas para isso o sistema educacional deve estar preparado e com conhecimentos específicos.
Para Goffman (1988); Glat (1998), Além do despreparoe a falta de conhecimento específico existe uma descrença em relação ao seu desenvolvimento e autonomia.
	Klavina e Kudlacek (2011) esclarecem que a dificuldade enfrentada para se incluir alunos especiais na educação regular não é um problema enfrentado somente pelo Brasil e pelos países menos desenvolvidos, os professores europeus relatam despreparo e falta de suporte para atender adequadamente a essas crianças especiais. 
7. CONCLUSÃO
A discriminação ao aluno portador de necessidades especiais sempre existiu, somente após a Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais em que se instaurou a Declaração de Salamanca que trouxe em seu texto um conjunto de diretrizes focadas no processo de inclusão escolar (BRASIL, 1994, p.3) e em seguida, criou-se a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB 9394/96), que reorganizou a educação em todos os níveis, é que se passou a enxergar com outros olhos o aluno com necessidades especiais. Porém não resolveu de fato os problemas enfrentados pelas escolas, pelos professores e principalmente pelos alunos com necessidades especiais, pois, não adianta a legislação estabelecer que os alunos com necessidades especiais devam receber atendimento especial conforme suas necessidades educativas especiais se os professores não recebem em sua formação essa preparação especial para lidar com essa condição adversa. E não é só o professor que tem que se adequar a inclusão escolar é todas aquelas pessoas que fazem parte da escola, como por exemplo, o diretor, o porteiro, o pessoal da cozinha e da limpeza, etc. A escola também deve sofre suas adaptações físicas para que este AE tenha acesso a todo o ambiente escolar. 
Com todas as condições citadas acima, ainda não seria fácil o processo de inclusão, porém o caminho é este. O que não adianta é estabelecer normas sem dar estrutura para que a coisa realmente aconteça com eficácia. 
 
 
8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABENHAIM, E. Os caminhos da inclusão: breve histórico. In: MACHADO, A. M. et al. (Org). Psicologia e Direitos Humanos: Educação Inclusiva, direitos humanos na escola. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.
AIELLO-VAISBERG, T. M. J. Sofrimento humano e práticas clínicas diferenciadas. In T. M. J. Aiello-Vaisberg & F. F. Ambrosio (Orgs.), Trajetos do sofrimento: Desenraizamento e exclusão (pp. 6-14). São Paulo: Cadernos Ser e Fazer, 2002.
ALVES, Maria Luíza Tanure; DUARTE, Edison. Os caminhos percorridos pelo
processo inclusivo de alunos com deficiência na escola: uma reflexão dos direitos construídos historicamente. Revista Educação Especial, Santa Maria, v. 24, n. 40, p. 207-218, maio/ago, 2011.
BETTI, Mauro. Educação Física e sociedade: a Educação Física na escola brasileira de 1º e 2º graus. São Paulo: Movimento, 1991.
BEYER, H. O. A educação inclusiva: incompletudes escolares e perspectivas de ação. Cadernos de Educação Especial, Santa Maria, n. 22, 2003.
BLOCK, Martin; OBRUSNIKOVA, Iva. Inclusion in Physical Education: A Review of Literature from 1995-2005. Adapted Physical Activity Quartely, Illinois, v. 24, p. 103-124, 2007.
BRASIL. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educativas Especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB (Lei n.o 9394/96). 20 de dezembro de 1996.
BRAUN, P.; PLETSCH, M. D.; SODRÉ, J. A formação inicial e continuada de recursos humanos para a prática docente frente à educação inclusiva. In: NUNES SOBRINHO, F. de P. (Org.). Inclusão educacional – pesquisa e interfaces. Rio de Janeiro: Livre Expressão, 2003.
BUENO, J. G. Crianças com necessidades educativas especiais, política educacional e a formação de professores: generalistas ou especialistas. Revista Brasileira de Educação Especial, v. 3, n. 5, p. 7-25, 1999a.
CARNEIRO, R. C. A. Formação de professores na perspectiva da educação inclusiva. Dissertação (Mestrado - Programa de Pós Graduação em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 1999.
CASTRO, S. A representação social de professores de alunos incluídos em rede regular de ensino. Monografia (Conclusão de curso de especialização em Educação Especial na área da Deficiência Mental) - Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria/RS, 2002.
CORREIA, L. de M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes
regulares. Portugal: Editora Porto, 1999.
FERREIRA NETO, Amarílio. A pedagogia no exército e na escola: a Educação Física brasileira (1880-1950). Aracruz, ES: FACHA, 1999.
GLAT, R.; ANTUNES, K. V. C.; OLIVEIRA, M.; PLETSCH, M. D. A educação especial no paradigma da inclusão: a experiência da rede pública municipal de educação do Rio de Janeiro. In: Encontro Nacional de Didática e Prática de Ensino, 13, 2006, Recife. Anais... Recife, 2006.
GLAT, R. Capacitação de professores: pré-requisito para uma escola aberta à
diversidade. In: Revista Souza Marques, v. I, p. 16-23, 2000.
GLAT, R.; MAGALHÃES E. F. C. B.; CARNEIRO, R. Capacitação de professores: primeiro passo para uma educação inclusiva. In: MARQUEZINE, M. C. et al. (Org.). Perspectivas multidisciplinares em educação especial. Londrina: Ed. UEL, 1998. p. 373 - 378.
GLAT, R.; FERREIRA, J. R.; OLIVEIRA, E. da S. G.; SENNA, L. A. G. Panorama
Nacional da Educação Inclusiva no Brasil. Relatório de consultoria técnica, Banco
Mundial, 2003. 
GLAT, R.; NOGUEIRA, M. L. de L. Políticas educacionais e a formação de professores para a educação inclusiva no Brasil. Revista Integração, Brasília, v. 24, ano 14, p. 22-27, 2002.
GLAT, R.; PLETSCH, M. D. O papel da Universidade frente às políticas públicas para educação inclusiva. Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro, p. 3-8, 2004.
GOFFMAN, E. Estigma – notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC, 1988.
GOODWIN, Donna; WATKINSON, Jane. Inclusive Physical Education from the Perspective of Students with Physical Disabilities. Adapted Physical Activity Quartely, Illinois, v. 17, p. 144-163, 2000.
HUTZLER, Yesahayu.; FLIESS, Osnat; CHACHAM, Anat; AUWEELE, Yves Van den. Perspectives of Children with Disabilities on Inclusion and Empowerment: Supporting and Limiting factors. Adapted Physical Activity Quartely, Illinois, v. 19, p. 300-317, 2002.
IBGE, Censo Demográfico 2010. ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/Censo_Demografico_2010/Caracteristicas_Gerais_Religiao_Deficiencia/tab1_3.pdf . último acesso 17/12/2014.
KLAVINA, Aija; KUDLACEK, Martin. Physical Education for Students with Special Education Needs in Europe: Findings of the Eusapa Project. European Journal of Adapted Physical Activity, Olomouc, v.4,n. 2, p. 46-62, 2011.
LEONARDO, Nilza Sanches Tessaro; BRAY, Cristiane Toller; ROSSATO, Solange Pereira Marques. Inclusão Escolar: Um Estudo Acerca da Implantação da Proposta em Escolas de Ensino Básico. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.15, n.2, p. 289-306, 2009.
MAGALHÃES, E. F. C. B. Viver a igualdade na diferença: a formação de educadores visando a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais no ensino regular. Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, 1999.
ODOM, Samuel; DIAMOND, Karen; Inclusion of Young Children with Special Needs in Early Childhood Education: The Research Base. Early Childhood Research Quartely, Fairfax, v. 13, n.1, p.3-25, 1998.
PLACE, Kimberly.; HODGE, Samuel. Social Inclusion of Students with Psysical
Disabilities in General Physical Education: A Behavioral Analyses. Adapted
Physical Activity Quartely, Illinois, v. 18, p.389-404, 2001.
PLETSCH, M. D. O professor itinerante como suporte para educação inclusiva em escolas da rede municipal de educação do Rio de Janeiro. Dissertação (Mestrado) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, 2005.
PIVIK, Jayne; MCCOMAS, Joan; LAFLAME, Marc. Barriers and Facilitators to
Inclusive Education. Exceptional Children, Arlington, v. 69, n. 1, p.97-107, 2002.
SILVA, K.F.W. Inclusão escolar de alunos com deficiência mental: possíveis causasdo insucesso. 2007.185f. Dissertação (Mestrado em Educação)- Faculdade de Educação, Programa de Pós-Graduação em Educação, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.
SOARES, Carmem Lúcia. Educação Física: raízes européias e Brasil. Campinas, SP: Autores Associados, 1994. (Coleção educação contemporânea)

Continue navegando