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aula 4 principio da inalterabilidade contratual

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Princípio da Inalterabilidade Contratual Lesiva 
Por outro lado, a ideia de inalterabilidade torna-se extremamente rígida no que 
tange às alterações contratuais desfavoráveis ao empregado, e tais alterações são 
tendentes à vedação pela normatividade justrabalhista – arts. 444 e 468, CLT. 
Cumpre destacar que no Direito do Trabalho, a fórmula rebus sic stantibus (que é 
uma fórmula atenuadora para a inalterabilidade contratual unilateral, pois esta 
deixou de ser absoluta, podendo ser suplantada por uma compatível retificação de 
cláusulas do contrato ao longo de seu andamento, fazendo assim com que haja uma 
possibilidade retificadora), normalmente é rejeitada. 
Logo, podemos concluir que a inalterabilidade é regra geral e a alterabilidade é 
exceção. Assim, podemos constatar que com fulcro nesse princípio, o contrato de 
trabalho pode ser modificado no decorrer de sua vigência, desde que exista um 
consentimento bilateral por parte dos contratantes. 
Entretanto, apenas o consentimento mútuo não basta, pois o Estado impõe normas 
positivas que regulamentam tais alterações, já que existe um conteúdo mínimo que 
deve ser mantido, haja vista que caso não houve tal conteúdo mínimo, o 
empregador poderia extrapolar seu poder diretivo de modo a causar prejuízos ao 
empregado. 
Assim, com o intuito de proteger aquele que se encontra em posição de 
inferioridade econômica, a legislação, de modo imperativo, determina que a 
alteração seja nula sempre que acarretar prejuízo, direto ou indireto, ao 
trabalhador, mesmo que havido sua concordância. A verificação do prejuízo é feita 
baseando-se nas condições originais estipuladas no contrato. 
Conforme disposição no art. 2º. Da CLT, o empregador deve arcar com os riscos da 
atividade, dessa maneira, as obrigações trabalhistas empresariais são mantidas, 
ainda que por algum motivo relevante o empregador tenha sofrido qualquer 
prejuízo, como, por exemplo, no caso de uma crise econômica geral, ou crise de um 
determinado seguimento econômico, portanto podemos notar que nenhum desses 
motivos serve de atenuantes ou excludentes da responsabilidade trabalhista do 
empregador. 
Não obstante o critério geral do art. 2º. Da CLT e o interpretação jurisprudencial 
referida (em favor da assunção empresarial dos riscos econômicos), é 
inquestionável que a legislação trabalhista, tendeu, em certo momento histórico, a 
incorporar certos aspectos da fórmula rebus sic stantibus, reduzindo assim, os riscos 
trabalhistas do empregador.

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