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Atos processuais: Estabelece o art. 200 do CPC que os atos das partes, consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade, produzem imediatamente a constrição, a modificação ou a extinção de direitos processuais. São exemplos de atos das partes: apresentação da petição inicial e contestação; interposição de recursos e contrarrazões; desistência da ação ou renúncia à pretensão; a transação; a convenção das partes para a suspensão do processo; sustentação oral; apresentação de razões finais; depoimentos pessoais das partes; pagamento de custas judiciais etc. O art. 203 do CPC dispõe que os atos do juiz consistem em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. O parágrafo segundo do artigo 205 do CPC dispõe que a assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletronicamente, na forma da lei. Destaca-se que a Lei nº 11.276/2006, ao alterar o art. 504 do antigo CPC de 1973, acabou com a expressão despacho de mero expediente, expressão esta muito criticada pela doutrina, o que foi mantido pelo novo CPC em seu artigo 1001. Agora, de acordo com a nova redação do antigo art. 504 e do atual art. 1001 do digesto processual civil, utiliza-se simplesmente a palavra “despacho”. Ressalte-se, por outro lado, que a Lei n° 13.105/2015 modificou o conceito de sentença no art. 203, §1°, do CPC, passando a conceituá-la como: sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 (hipótese de extinção do processo sem resolução do mérito) e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. O artigo 206 do CPC estabelece que, ao receber a petição inicial de qualquer processo, o escrivão ou o chefe de secretaria, autuará, mencionando o juízo, a natureza do feito, o número do seu registro, os nomes das partes e a data do seu início, procedendo da mesma forma em relação aos volumes em formação, constituindo-se em exemplos de atos praticados pelos órgãos auxiliares da justiça. A CLT, no artigo 841, também elenca um exemplo de ato processual realizado pelo escrivão ou chefe da secretaria da Vara do Trabalho, quando determina que o mesmo, no prazo de 48 horas da distribuição da reclamação, remeterá a segunda via da petição ao reclamado, notificando-o para comparecer à audiência. No processo de execução trabalhista, a citação do executado e posterior penhora pelo oficial de justiça (artigos 880 e 883, ambos da CLT) também representam atos processuais praticados pelos auxiliares da justiça. 1.1. Comunicação dos atos: A comunicação dos atos processuais é essencial para a sua validade e o seu desenvolvimento regular do processo para as partes. O CPC estabelece como formas de comunicação dos atos processuais a citação e a intimação. Citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu ou o interessado a fim de se defender (art. 238, do CPC). Intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém (especialmente às partes) dos atos e termos do processo (art. 269, do CPC). O novo CPC trouxe de volta a notificação como forma de comunicação dos atos processuais, nos parágrafos 2º., 3º., e 4º, do artigo 269. O legislador trabalhista pátrio, entretanto, objetivando justificar a autonomia do processo do trabalho, utilizou na Consolidação das Leis do Trabalho, de forma indiscriminada, o termo notificação, como o meio adequado para comunicação de todo e qualquer ato processual realizado no âmbito da justiça laboral (seja citação ou intimação). Logo, a legislação processual trabalhista denomina, igualmente, como notificação a comunicação dirigida ao autor como também ao réu. Todavia, no processo de execução, o art. 880 da CLT previu expressamente a citação do executado pelo oficial de justiça para que se cumpra o julgado ou, tratando-se de pagamento em dinheiro, para que pague no prazo de 48 horas ou garanta a execução sob pena de penhora. Portanto, na reclamação trabalhista, embora o reclamante requeira na inicial a citação do réu, esta se processa através de notificação postal, como ato do serventuário da justiça, e não como ato do juiz, dentro de 48 horas do recebimento da ação, para o comparecimento na audiência de julgamento, que será a primeira desimpedida, depois de 5 dias, na forma do art. 841 da CLT, ocasião em que o réu (reclamado) apresentará a sua defesa. No caso de endereço incorreto do reclamado ou recusa em receber a notificação postal, fica o servidor do Correio obrigado a devolver a notificação ao juízo ou tribunal de origem, sob pena responsabilidade do servidor, art.741, parágrafo único, da CLT. O Decreto-Lei nº 779/1969, art.1°, II, assegura às pessoas jurídicas de direito público o quádruplo de prazo fixado no art.841 da CLT, vinte dias, entre a data de recebimento da notificação e a data da Audiência, não sendo concedido este prazo às empresas públicas e as sociedades de economia mista que exploram atividade econômica, por serem pessoas jurídicas de direito privado. A citação (notificação) dos entes de direito público também se dá pela via postal, nos termos dos art.841, §1°, da CLT e o Decreto-Lei 779,69, art.1°, II, entendimento consolidado pelo TST, através da decisão em RR 804543/2001, 2ª Turma – DJ 10.03.2006. O Tribunal Superior do Trabalho-TST, através da Súmula 16, firmou o entendimento de que se presume (presunção relativa) recebida a notificação postal no prazo de 48 horas após a sua postagem, constituindo o não recebimento da correspondência ou a entrega após o decurso desse prazo ônus de prova do destinatário. Caso o reclamado (réu) esteja em local incerto e não sabido, o magistrado poderá determinar a citação por edital. Neste caso, o processo correrá a revelia, não sendo necessária a nomeação de curador à lide, sendo inaplicável a regra do art. 72, II, do CPC. No procedimento sumaríssimo, não se admite a citação por edital, nos termos do art. 852-B, II, da CLT, incumbindo ao autor a correta indicação do endereço ou paradeiro do reclamado. Não sendo possível ao autor indicar o paradeiro do réu, compete ao juiz converter o rito de sumaríssimo em ordinário, sob pena de violação ao princípio da inafastabilidade da jurisdição, previsto na Constituição de 1988. Caso o reclamado esteja domiciliado no exterior, a citação será feita mediante carta rogatória, nos moldes do art. 260 e seguintes do CPC. Na hipótese de residir o reclamado em outra cidade ou Município diverso da jurisdição da Vara do Trabalho/Tribunal a citação também se fará por via postal, ou seja, através de notificação postal, também não se aplica a regra do art.247 do CPC. Ressalte-se que o artigo 246 do CPC, que dispõe sobre a informatização do processo judicial, permitindo que a citação seja feita por meio eletrônico. Da mesma forma, o parágrafo único ao art. 273 do CPC, possibilitou que as intimações sejam realizadas por meio eletrônico. Neste contexto, nada impede que no âmbito da Justiça do Trabalho também seja regulada a notificação por meio eletrônico. Quanto à comunicação dos atos, merecem exame os artigos 825, 851, §2°, 852-H, 867, da CLT, bem como os artigos 260 e seguintes do CPC e Súmula 197 do TST. 1.2. Publicidade dos atos: A Emenda Constitucional 45, de 08.12.2004, alterou o art.93 da CF/1988, prestigiando nos incisos IX e X o princípio da publicidade dos julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário. Portanto, a regra é a publicidade dos atos processuais, permitindo-se que a sociedade fiscalize as atividades forenses. Somente excepcionalmente, é admitido que o processo, na Justiça do Trabalho, corra em segredo de justiça, como nas hipóteses de preservação do direito à intimidadeda parte, discriminação por motivo de doença, sexo, discussão relativa a atos de improbidade praticados pelo obreiro, assédio moral ou sexual etc. O art.770 da CLT dispõe que os atos processuais serão públicos, salvo quando o contrário determinar o interesse social, e se realizarão nos dias úteis das 6 às 20 horas. O parágrafo único, do art.770 da CLT, entretanto, menciona que o juiz do trabalho poderá autorizar, expressamente que a penhora pelo oficial de justiça possa ser realizada em domingo ou feriado, o que deve constar no mandado de citação, penhora e avaliação. Também se admite a prática de atos processuais por fac-símile (fax), por correio eletrônico (e-mail), nos termos da Lei nº 9.800/1999, bem como da Súmula 387 do TST.
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