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Natália Pinheiro, Medicina 
Cb 
 
 
 
 
OBJ. 1: ANATOMIA DO SISTEMA AUDITIVO: 
A orelha é dividida em três regiões principais: (1) a orelha 
externa, que coleta as ondas sonoras e as direciona para 
dentro, (2) a orelha média, que conduz as vibrações sonoras 
para a janela do vestíbulo (oval) e (3) a orelha interna, que 
armazena os receptores para a audição e para o equilíbrio. 
 
 
 
 
 
 
ORELHA EXTERNA: 
A orelha externa é formada pela orelha (pavilhão auricular), 
pelo meato acústico externo e pela membrana timpânica; 
 
ORELHA: 
 A orelha é uma aba de cartilagem elástica com formato 
semelhante à extremidade de uma corneta e recoberta por 
pele; 
 A sua margem é a hélice; a parte inferior é o lóbulo; 
 Ligamentos e músculos ligam a orelha à cabeça; 
MEATO ACÚSTICO EXTERNO: 
 O meato acústico externo é um tubo curvado com cerca de 
2,5 cm de comprimento que se encontra no temporal e 
leva à membrana timpânica; 
 
 Próximo a sua abertura externa contém alguns pelos e 
glândulas sudoríferas especializadas chamadas de 
glândulas ceruminosas, que secretam cera de ouvido ou 
cerume. A combinação entre pelos e cerume ajuda a evitar 
a entrada de poeira e de objetos estranhos na orelha. 
Também evita danos à pele delicada do meato acústico 
externo que podem ser causados pela água e por insetos. 
O cerume em geral desidrata e desprendese do meato 
acústico. Entretanto, algumas pessoas produzem muito 
cerume, que pode se tornar compactado e amortecer sons 
MEMBRANA TIMPÂNICA: 
 A membrana timpânica ou tímpano é uma divisão fina e 
semitransparente entre o meato acústico externo e a 
orelha média. 
 A membrana timpânica é coberta por epiderme e revestida 
por um epitélio cúbico simples; Entre as camadas epiteliais 
encontra-se tecido conjuntivo composto por colágeno, 
fibras elásticas e fibroblastos; 
 O rompimento da membrana timpânica é chamado de 
perfuração do tímpano. Ele pode ser causado pela pressão 
de um cotonete, por traumatismo ou por uma infecção na 
orelha média e em geral se cura em 1 mês. 
 
APG 11 
Anatomia e histologia do sistema auditivo; 
Fisiologia da via auditiva; 
Agentes etiológicos causadores de malformações; 
Protocolo de aborto legal (aspectos éticos e legais e o que o SUS aponta). 
 
0 
1 
Natália Pinheiro, Medicina 
ORELHA MÉDIA: 
 A orelha média é uma pequena cavidade, cheia de ar e 
revestida por epitélio, situada na parte petrosa do 
temporal; 
 
 Ela é separada da orelha externa pela membrana timpânica 
e da orelha interna por uma divisão óssea fina que contém 
duas pequenas aberturas: a janela do vestíbulo (oval) e a 
janela da cóclea (redonda) (fig1 e 2); 
 
 Estendendo-se através da orelha média e ligada a ela 
através de ligamentos encontram-se os três menores ossos 
do corpo, os ossículos da audição, que são conectados por 
articulações sinoviais. Os ossos, nomeados por causa de 
seus formatos, são o martelo, a bigorna e o estribo (fig1 
e2); 
 
 O “cabo” do martelo se liga à face interna da membrana 
timpânica. A “cabeça” do martelo é articulada ao corpo da 
bigorna; A bigorna, (osso do meio) se articula com a cabeça 
do estribo; A base do estribo se encaixa na janela do 
vestíbulo (oval); 
 
 Diretamente abaixo dessa janela encontra-se outra 
abertura, a janela da cóclea (redonda), que é encapsulada 
por uma membrana chamada de membrana timpânica 
secundária (fig1); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A parede anterior da orelha média contém uma abertura 
que leva diretamente para a tuba auditiva, conhecida 
também pelo epônimo trompa de Eustáquio (fig1 e 2); 
 
 A tuba auditiva, contendo osso e cartilagem elástica, 
conecta a orelha média com a parte nasal da faringe ou 
nasofaringe (porção superior da garganta); 
 
 Ela normalmente encontrase fechada em sua extremidade 
medial (faríngea). Durante a deglutição e ao bocejar, ela se 
abre, permitindo que o ar entre ou saia da orelha média 
até que a pressão nela seja igual à pressão atmosférica. A 
maioria das pessoas já experimentou a sensação de estalo 
na orelha quando as pressões se igualam. Quando as 
pressões estão balanceadas, a membrana timpânica vibra 
livremente conforme as ondas sonoras chegam nela. Se a 
pressão não estiver equilibrada, podem ocorrer dor 
intensa, prejuízo auditivo, zumbido nas orelhas e vertigem; 
 
 A tuba auditiva também é uma rota para patógenos que 
saem do nariz e da garganta para a orelha média, causando 
o tipo mais comum de infecção auditiva. 
 
Além dos ligamentos, dois pequenos músculos esqueléticos também se ligam aos ossículos (fig2); 
 
 O músculo tensor do tímpano, que é inervado pelo ramo mandibular do nervo trigêmeo (V), limita o movimento e aumenta a 
tensão da membrana timpânica, evitando danos à orelha interna por causa de barulhos muito altos; 
 
 O músculo estapédio, que é inervado pelo nervo facial (NC VII) é o menor músculo esquelético do corpo humano. Ao evitar grandes 
vibrações no estribo decorrentes de sons altos, ele protege a janela do vestíbulo (oval), mas também diminui a sensibilidade 
auditiva. Por esse motivo, a paralisia do músculo estapédio está associada à hiperacusia, que é uma audição anormalmente 
sensível; 
 
Como demora uma fração de segundo para que os músculos tensor do tímpano e estapédio se contraiam, eles podem proteger a 
orelha interna de sons altos prolongados, mas não de sons curtos, como o de um tiro. 
 
 
2 
Natália Pinheiro, Medicina 
ORELHA INTERNA: 
A orelha interna também é chamada de labirinto por causa de 
sua série complicada de canais; 
 Estruturalmente, ela é formada por duas divisões 
principais: um labirinto ósseo externo que encapsula um 
labirinto membranáceo interno; (fig3); 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b 
 
b 
 
 
 
 O vestíbulo é a parte central oval do labirinto ósseo. O 
labirinto membranáceo no vestíbulo é formado por dois 
sacos chamados de utrículo e sáculo, que são conectados 
por um pequeno ducto. (fig3); 
 
 
 
 Projetando-se superior e posteriormente ao vestíbulo 
encontram-se três canais semicirculares ósseos, cada um 
deles localizado em ângulos aproximadamente retos um 
em relação aos outros dois. Com base em suas posições, 
eles são nomeados como canais semicirculares anterior, 
posterior e lateral; 
 
 Os canais semicirculares anterior e posterior são 
orientados verticalmente; o canal lateral é orientado 
horizontalmente; 
 
 Em uma extremidade de cada canal encontrase um 
alargamento redondo chamado de ampola; (fig3); 
 
 As partes do labirinto membranáceo que se encontram 
dentro dos canais semicirculares ósseos são chamados de 
ductos semicirculares. Essas estruturas se conectam ao 
utrículo do vestíbulo; (fig3); 
 
 O nervo vestibular, parte do nervo vestibulococlear (VIII) 
consiste nos nervos ampular, utricular e sacular. Esses 
nervos contêm neurônios sensitivos de primeira ordem e 
neurônios motores que formam sinapses com os 
receptores de equilíbrio. Os neurônios sensitivos de 
primeira ordem carregam a informação sensorial 
proveniente dos receptores e os neurônios motores 
carregam sinais de retroalimentação para os receptores, 
aparentemente para modificar sua sensibilidade. Os 
corpos celulares dos neurônios sensitivos encontramse 
localizados nos gânglios vestibulares 
 
 Anteriormente ao vestíbulo encontrase a cóclea, um canal 
espiral ósseo que lembra a casca de um caracol e realiza 
quase três voltas ao redor de um núcleo ósseo central 
chamado de modíolo; 
 
 Ela é dividida em três canais: o ducto coclear, a rampa do 
vestíbulo e a rampa do tímpano (fig4 e 5) 
 
 
LABIRINTO ÓSSEO: 
 É formado por uma série de cavidades na parte petrosa do 
temporal divididas em três áreas: (1) os canais 
semicirculares, (2) o vestíbulo e (3) a cóclea; (fig3); 
 
 O labirinto ósseo é revestido por periósteo e contém a 
perilinfa. Esse líquido, que é quimicamente semelhante 
aolíquido cerebrospinal, reveste o labirinto 
membranáceo, (uma série de sacos e tubos epiteliais 
dentro do labirinto ósseo que têm o mesmo formato geral 
do labirinto ósseo) abrigando os receptores para a 
audição e o equilíbrio. 
 
LABITINTO MEMBRANACEO: 
 O labirinto membranáceo epitelial contém a endolinfa. O 
nível de íons potássio (K + ) na endolinfa é incomumente 
alto para um líquido extracelular e os íons potássio 
desempenham um papel na geração dos sinais auditivos; 
 
3 
4 
Natália Pinheiro, Medicina 
 
 O ducto coclear é uma continuação do labirinto 
membranáceo em direção à cóclea; ele é preenchido por 
endolinfa; 
 
 O canal acima do ducto coclear é a rampa do vestíbulo, que 
termina na janela do vestíbulo (oval); O canal abaixo é a 
rampa do tímpano, que termina na janela da cóclea 
(redonda); 
 
 Tanto a rampa do vestíbulo quanto a rampa do tímpano 
são partes do labirinto ósseo da cóclea; portanto, essas 
câmaras são preenchidas por perilinfa. Essas rampas são 
separadas completamente pelo ducto coclear, exceto por 
uma abertura no ápice da cóclea, o helicotrema; 
 
 A cóclea é adjacente à parede do vestíbulo, na qual a 
rampa do vestíbulo se abre. A perilinfa no vestíbulo é 
contínua com aquela da rampa do vestíbulo. 
 
 A membrana (parede) vestibular separa o ducto coclear da 
rampa do vestíbulo e a lâmina basilar separa o ducto 
coclear da rampa do tímpano (fig5); 
 
 Localizada sobre a lâmina basilar encontrase o órgão 
espiral ou órgão de Corti. Ele é uma lâmina espiral de 
células epiteliais, incluindo células epiteliais de 
sustentação e cerca de 16.000 células ciliadas, que são os 
receptores da audição. Existem dois grupos de células 
ciliadas: as células ciliadasinternas estão organizadas em 
uma única fileira, enquanto as células ciliadas externas 
estão organizadas em três fileiras; 
 
 Na porção apical de cada célula ciliada encontramse entre 
40 e 80 estereocílios, que se estendem para a endolinfa do 
ducto coclear. Apesar de seu nome, os estereocílios são 
microvilosidades longas e semelhantes a pelos organizadas 
em várias fileiras de comprimento graduado. Em suas 
extremidades basais, as células ciliadas formam sinapses 
com os neurônios sensitivos de primeira ordem e com os 
neurônios motores da parte coclear do nervo 
vestibulococlear (VIII). Os corpos celulares dos neurônios 
sensitivos estão localizados no gânglio espiral. Embora as 
células ciliadas externas superem em quantidade as células 
ciliadas internas em uma proporção de três para um, as 
células ciliadas internas formam sinapses com 90 a 95% dos 
neurônios sensitivos de primeira ordem no nervo coclear, 
que transmite a informação auditiva para o encéfalo. Em 
comparação, 90% dos neurônios motores no nervo coclear 
formam sinapses com as células ciliadas externas. 
 
 A membrana tectória é uma membrana gelatinosa flexível 
que cobre as células ciliadas do órgão espiral (Figura 
17.21D). Na realidade, as extremidades dos estereocílios 
das células ciliadas estão em contato com a membrana 
tectória enquanto os corpos das células ciliadas se 
encontram sobre a lâmina basilar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Natália Pinheiro, Medicina 
OBJ 2 VIAS AUDITIVAS: 
 O dobramento dos estereocílios das células ciliadas do 
órgão espiral promove a liberação de um neurotransmissor 
(provavelmente o glutamato), que gera impulsos nervosos 
nos neurônios sensitivos que inervam as células ciliadas; 
 
 Os corpos celulares dos neurônios sensitivos estão 
localizados nos gânglios espirais; 
 
 Os impulsos nervosos passam através dos axônios desses 
neurônios, que formam a parte coclear do nervo 
vestibulococlear (VIII); 
 
 Esses axônios formam sinapses com neurônios nos núcleos 
cocleares no bulbo naquele mesmo lado. Alguns dos 
axônios dos núcleos cocleares passam por um cruzamento 
no bulbo e ascendem em um trato chamado de lemnisco 
lateral no lado oposto e terminam no colículo inferior do 
mesencéfalo. Outros axônios dos núcleos cocleares 
terminam no núcleo olivar superior em cada lado da 
ponte; 
 
 Diferenças sutis no tempo que demora para que os 
impulsos nervosos provenientes das duas orelhas cheguem 
nos núcleos olivares superiores permitem a localização da 
fonte do som; 
 
 Axônios dos núcleos olivares superiores também 
ascendem no lemnisco lateral em ambos os lados e 
terminam nos colículos inferiores. A partir de cada colículo 
inferior, os impulsos nervosos são transmitidos para o 
núcleo geniculado medial no tálamo e, finalmente, para a 
área auditiva primária do córtex cerebral no lobo temporal 
do cérebro; 
 
 Como muitos axônios auditivos cruzam o bulbo, trocando 
de lado, enquanto outros permanecem no mesmo lado, as 
áreas auditivas primárias direita e esquerda recebem 
impulsos nervosos de ambas as orelhas. 
OBJ 3 AGENTES ETIOLOGICOS CAUSADORES DE 
MALFORMAÇÃO: 
ORELHA INTERNA 
 As meningites e encefalites bacterianas e fúngicas podem 
levar a perdas auditivas uni ou bilaterais de grau profundo. 
Déficits auditivos sutis também podem ocorrer, o que 
justifica a avaliação auditiva de pacientes que não têm 
perda auditiva aparente após meningite bacteriana; 
 
 Os micro-organismos mais comuns das meningites 
bacterianas em crianças e adultos jovens são: 
Streptococcus pneumoniae (47%), Neisseria meningitidis 
(25%) e Streptococcus do grupo B (12%); Ressalta-se, 
ainda, a importância do Haemophilus influenza tipo b que, 
juntamente com o pneumococo e meningococo, é 
responsável por 90 a 99% das meningites na faixa etária de 
2-3 meses a 5-6 anos de idade; 
 
 A meningite causada por Streptococcus pneumoniae pode 
levar à ossificação da cóclea, o que dificulta a reabilitação 
auditiva com implante coclear, que é a técnica para 
protetização auditiva utilizada para as perdas auditivas 
profundas. Nesses casos, a inserção do eletrodo na cóclea 
está inviabilizada; 
 
 A infecção do sistema nervoso central por Brucella também 
pode levar a danos auditivos, com perda auditiva 
neurossensorial em cerca de 20% dos casos . 
 
 Perda auditiva por sífilis atualmente é rara, ocorrendo mais 
frequentemente na fase terciária. Sinais vestibulares 
também podem ser consequências de otossífilis.22; 
 
 A doença de Lyme (infecção pela bactéria Borrelia 
burgdorferi) causa perda auditiva neurossensorial bilateral 
súbita em cerca de 20% dos pacientes acometidos. 
 
 A infecção por Mycoplasma pneumoniae tem sido 
relacionada à perda auditiva. Alguns estudos demonstram 
que tal infecção pode levar a perda auditiva 
neurossensorial súbita uni ou bilateral e perda auditiva 
condutiva (otite média aguda) e mista. O acometimento 
auditivo é comum no estágio inicial da doença e, na maioria 
dos casos, a audição retorna ao normal após o tratamento. 
 
 A meningite criptocócica, embora mais frequente em 
imunodeprimidos, pode ocorrer em indivíduos 
imunocompetentes. Esse tipo de meningite pode levar a 
perda auditiva neurossensorial profunda bilateral e 
disfunção vestibular. Tal dano retrococlear pode resultar 
em empobrecimento dos efeitos do implante coclear, 
prejudicando a reabilitação dos pacientes. 
Natália Pinheiro, Medicina 
ORELHA MÉDIA: 
 A otite média aguda é definida pela presença de fluidos na 
orelha média acompanhados por sinais ou sintomas de 
doença (febre, dor e prejuízo auditivo). Apresenta pico de 
ocorrência aos três anos de vida, sendo menos comum na 
idade escolar, em adolescentes e adultos, porém a terapia 
é similar. Adultos podem apresentar como sequelas a 
perda auditiva condutiva, colesteatoma, otite média 
crônica e perfuração do tímpano. 
 
 Os fatores infecciosos mais comuns nas otites médias 
agudas são: Streptococcus pneumoniae, Hae- mophilus 
influenzae e Mycoplasma pneumoniae. Mais raramente,têm sido relatados Chlamydia trachoma- tis, 
Mycobacterium tuberculosis, Mycobacterium tetani e 
Mycobacterium chelmonae. 
 
 O tratamento da otite média aguda inclui administração de 
antibióticos, entretanto, em alguns casos, há melhora do 
quadro sem o uso desses agentes 
 
 A otite média crônica deve-se a episódios recorrentes de 
otite média aguda. 
 
 A perda auditiva condutiva bilateral é o achado audiológico 
mais frequente. 
 
ORELHA EXTERNA: 
 A otite externa caracteriza-se por infecção do conduto 
auditivo externo, similar à infecção de pele. Tal infecção 
deve-se à tortuosidade e/ou ao estreitamento do conduto 
auditivo externo, que pode ficar mais propenso à retenção 
de materiais irritativos. 
 
 A maceração da superfície tecidual leva à infecção, 
principalmente por Pseudomonas aeruginosa, 
Staphylococcus epidermidis, Staphylococcus aureus e 
Corynebacteria. Geralmente, tal infecção é acompanhada 
de dor intensa. 
 
 A otite externa aguda difusa mais comum é causada por 
Pseudomonas aeruginosa ou Staphylococcus aureus e 
ocorre principalmente em climas quentes e úmidos. A 
infecção pode ocasionar edema difuso do conduto auditivo 
externo e dor intensa. 
 
 Otite externa crônica ocorre devido à irritação do conduto 
auditivo externo, pela drenagem de secre- ção da orelha 
média, em pacientes com otite média crônica supurativa. 
Geralmente, não é acompanhada de dor. Pode raramente 
associar-se a tuberculose, sí- filis e sarcoidose. 
 
 A otite externa invasiva, também conhecida por “otite 
externa maligna”, é causada por Pseudomonas aeruginosa. 
A infecção, quando não tratada corretamente, pode 
comprometer o epitélio escamoso do conduto auditivo e 
áreas adjacentes de tecidos moles, vasos sanguíneos, 
cartilagem e ossos. Causa dor intensa e edema dos tecidos 
circundantes da orelha média, mastoide e drenagem de 
secreção purulenta e de coloração esverdeada pelo 
conduto auditivo externo. Pacientes idosos, diabéticos, 
imunodeficientes e debilitados apresentam alto risco de 
desenvolvimento dessa infecção. 
 
 A otite externa fúngica decorre de infecção fúngica geral 
ou local. O agente infeccioso mais comum é Aspergillus sp 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Natália Pinheiro, Medicina 
OBJ 4 ABORTO LRGAL: 
GESTAÇÃO DECORRENTE DE VIOLENCIA SEXUAL: 
 Primeiro é preciso entender que mais da metade dos 
estupros ocorre durante a vida reprodutiva das mulheres. 
Boa parte delas são meninas e adolescentes. A estimativa 
de gestação em uma mulher vítima de estupro é ao redor 
de 5%. 
 
 Muita coisa foi legislada, normatizada e regulamentada no 
Brasil, uma delas é a Portaria nº 1.508/GM/MS, de 1º de 
setembro de 2005 – Dispõe sobre o procedimento de 
Justificação e Autorização da Interrupção da Gravidez nos 
casos previstos em lei, no âmbito do SUS. Esta é uma 
portaria bastante importante em conjunto com outras 
normas técnicas do Ministério da Saúde, dentre elas: 
Norma Técnica de Atenção aos Agravos da Violência Sexual 
Contra Mulheres e Adolescente, Norma Técnica de 
Atenção Humanizada ao Abortamento, Aspectos Jurídicos 
da Violência Sexual: perguntas e respostas para 
profissionais de saúde, Norma Técnica de Atenção à 
Gestantes com Feto Anencéfalo, Norma Técnica de 
Atenção às Pessoas em Situação de Violência Sexual com 
Registro de Informações e Coleta de Vestígios. 
 
 É importante a constituição de uma equipe 
multiprofissional para prestar assistência à essas mulheres 
e que seja previamente sensibilizada e capacitada para 
uma atenção empática baseada no respeito à dignidade da 
mulher, na credibilidade de sua fala, expondo todas as 
alternativas possíveis para aquela assistência. A mulher 
deve ser informada de que tem o direito a fazer a 
interrupção da gravidez, mas é preciso esclarecê-la que 
ela pode continuar com a gravidez. Se for esta a vontade 
da mulher, a equipe deve oferecer os cuidados de pré-natal 
de alto risco nesta gestação e ou então os procedimentos, 
serão adotados para a doação do feto ao final da 
maternidade. É importante que a Equipe multiprofissional 
mantenha uma postura neutra, sem julgamentos de valor 
ou imposições. A decisão deve ser da mulher após 
esclarecimento informado. 
 
 A equipe de serviço social deve acompanhar a vítima até a 
delegacia da mulher, para que, com o acolhimento 
necessário, ela faça o boletim de ocorrência e os processos 
de investigação policial ocorram para identificar o 
agressor. Caso a mulher não queira fazer a denúncia e o 
boletim de ocorrência, mantêm-se o direito da mulher de 
acesso à interrupção da gravidez, isto é, a interrupção não 
pode ser cerceada. A mulher tem até 6 meses para 
formular a denúncia nos casos de estupro. 
 
 
 Os procedimentos da saúde são para diminuir danos, 
trazer aspectos benéficos na assistência, tratar e dar 
acesso ao procedimento do aborto legal e não deve 
ser confundido com os procedimentos reservados à 
investigação policial ou judicial; 
 
 A mulher mentir ao solicitar um aborto legal é um 
dos mitos que ocorrem em relação à violência sexual. 
Uma mulher que se submete à todo um processo de 
atendimento multidisciplinar, em equipe com 
psicólogo, assistente social, enfermeiro, médico, 
muitas vezes farmacêutico, anestesista, passa pela 
assinatura de processos bastante rigorosos. É muito 
difícil que isso ocorra. E nos casos de violência sexual, 
para interromper a gestação, não é necessário nem 
B.O., nem exame de corpo de delito e nem 
autorização judicial. O fundamental é o 
consentimento informado da mulher; 
 
 Como medidas asseguradoras da licitude do 
procedimento da interrupção, são cinco termos e 
passos a serem seguidos. Estes cinco documentos são 
anexos da portaria 1.508 e podem ser obtidos e 
impressos para serem utilizados pelos hospitais. 
Pode-se colocar a logotipo da Instituição. Estes 
documentos devem estar anexados ao prontuário e 
ter sua confidencialidade garantida: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Termo de relato circunstanciado – É feito pela mulher que 
solicita a interrupção ou pelo representante legal no caso de 
incapaz. O documento deve conter as informações de dia, 
hora, local em que ocorreu a violência, características, tipo, 
descrição dos agentes violadores, se houveram testemunhas, 
cicatrizes ou tatuagens no violador, características de roupa, 
etc. Este documento deve ser assinado pela mulher e por 
duas testemunhas: no caso o médico que ouviu o relato e um 
enfermeiro, psicólogo ou assistente social. 
2. Parecer técnico – Documento assinado pelo médico 
ginecologista que, após anamnese, exame físico, 
ginecológico e análise do laudo do ultrassom atesta que 
aquela gestação tem idade gestacional compatível com a 
data alegada do estupro. 
3. Aprovação de procedimento de interrupção da gravidez – 
Este documento nada mais é que uma ata, onde se reúne a 
equipe multiprofissional que fez o atendimento. Todos 
assinam com a aprovação desta interrupção, concordando 
com o parecer técnico (que a data da gestação é compatível 
com a data do estupro) e que não há suspeita de falsa 
alegação de crime sexual. 
 
 
 
 
Natália Pinheiro, Medicina 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABORTO TERAPÊUTICO – QUANDO HÁ RISCO DE 
MORTE MATERNA: 
 Aconselha-se uma avaliação de no mínimo dois 
profissionais: um médico obstetra e um clínico. Idealmente 
solicita-se a avaliação de um terceiro médico, um 
especialista da patologia da qual se solicita o risco que 
motiva a interrupção; 
 
 Nesses casos, é preciso ter clareza que a interrupção é a 
melhor maneira de preservar a vida da mulher. É o caso, 
por exemplo, da hipertensão pulmonar que chega a ter 
70% de risco de morte materna durante a gestação. Ou 
casos de cardiopatia funcional grau IV, doença renal grave, 
doenças do colágeno, etc. Casos de patologias que 
sabidamente há grandesriscos de complicações 
gravíssimas e são causas frequentes de morte materna em 
nosso país; 
 
 O aborto terapêutico no Brasil costuma ser feito muito 
tardiamente, em situações extremas. Não é pra menos que 
um número importante das mortes maternas no Brasil são 
de causas indiretas, de patologias de base que se 
complicam durante a gestação; 
 
 É importante a equipe ter o apoio de um profissional da 
psicologia, pois estão diante de uma gestação desejada. O 
acompanhamento psicológico desta mulher é 
fundamental. A autorização e o consentimento dela 
também, a não ser em situação “em extremis” em que a 
vontade da mulher não possa ser dada; 
 
 Há casos especiais, como coma e choque e outras situações 
individualizadas que devem ser discutidas pela equipe. 
Nesses casos a decisão da equipe vai prevalecer. Também 
não é necessária autorização judicial. 
 
GESTAÇÃO DE FETO ANENCÉFALO: 
 Desde 2012 o aborto de fetos anencéfalos passou a ser 
legal no Brasil; 
 
 A Resolução nº 1989/2012,16 do Conselho Federal de 
Medicina “dispõe sobre o diagnóstico de anencefalia para 
a antecipação terapêutica do parto e dá outras 
providências. Esta resolução estabelece todos os passos 
que devem ser seguidos para a interrupção da gravidez nos 
casos de anencefalia; 
 
 Informação clara e precisa sobre os riscos que a mulher 
sofre com o evoluir da gravidez diante de uma gestação de 
anencéfalo: 50% dos casos terão polidramnios graves, 
partos traumáticos e distócicos, devido à posições 
anômalas durante o parto com possibilidade de morte 
materna, explosão do líquido amniótico com 
descolamento prematuro de placenta, hemorragias 
maternas, 4% dos casos terminam em histerectomia, 5% 
precisam de transfusão sanguínea no momento do parto. 
Isso mostra a gravidade das características do parto de um 
feto anencéfalo a termo; 
 
 A mulher, com o consentimento informado, avaliação da 
psicologia, enfermagem e serviço social, consente ou não a 
interrupção da gestação. A decisão deve ser da mulher, 
sem juízo de valor, sem imposição de nenhuma atitude que 
possa direcionar sua decisão. Importante é mostrar que a 
inviabilidade do feto já está estabelecida na situação de 
anencefalia; 
 
 Nestes casos, o ultrassom precisa ser assinado por dois 
profissionais que tenham competência para este laudo. 
Além disso, é necessário duas fotos de ultrassom: uma de 
face sagital e outra na situação transversal, mostrando a 
patologia. Isso deve também ficar arquivado no prontuário 
da mulher, assim como o consentimento informado, o 
laudo técnico da equipe multiprofissional. Também é 
muito importante o laudo psicológico da plena capacidade 
de decisão da mulher em tomar esta decisão. 
 
 
 
 Quanto à técnica utilizada, deve-se prevalecer a vontade 
da mulher, se cirúrgica ou medicamentosa. Cada vez mais 
as técnicas medicamentosas tem ganho realce, em razão 
do seu baixo custo, alta efetividade, poucas taxas de 
complicações e eficácia quase igual ao procedimento 
cirúrgico. Após o procedimento, o retorno da mulher se faz 
aos sete dias (como uma revisão puerperal) e 45 dias após 
o procedimento. 
4. Termo de responsabilidade (assinado pela mulher) – 
Este documento contém uma advertência expressa que a 
paciente assina ciência de que ela incorrerá de crime de 
falsidade ideológica e de aborto criminoso caso 
posteriormente se verifique inverídicas as informações. 
5. Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – Termo 
que esclarece sobre os desconfortos, riscos, possíveis 
complicações, como se dará o procedimento de 
interrupção da gestação, quem vai acompanhar, a 
garantia do sigilo (salve solicitação judicial). Este 
documento é assinado pela mulher e deve conter 
claramente expressa a sua vontade consciente de 
interromper a gestação, dizendo também que foi dada 
todas as informações sobre a possibilidade de manter a 
gestação e a adoção ou até a desistência do procedimento 
a qualquer momento