Buscar

Mastite bovina e Leptospirose

Prévia do material em texto

Mastite Bovina: Ocorrência e controle
➔ Processo inflamatório da glândula mamária
Ela leva a problemas econômicos devido a produção de leite.
Por muito tempo a atividade de leite era feita por pequenas
propriedades, e à medida que a indústria foi se aperfeiçoando,
viu a necessidade de produzir esse leite com qualidade.
E para isso, novas tecnologias foram incorporadas na produção, e
hoje se tem necessidades e uma legislação que fala sobre a
qualidade do leite.
➔ A saúde da glândula mamária reflete diretamente na
qualidade desse leite.
➔ A inflamação altera a quantidade e qualidade do leite.
O processo inflamatório é diferente do processo infeccioso. Nem
sempre estão relacionados.
Quando isso acontece? Nos animais que sofrem alguma lesão na
glândula ou naqueles animais que têm alta produção.
Etiologia:
A principal são as bacterianas, bactérias que estão presentes nas
glândulas mamárias, como: Staphylococcus aureus,
Streptococcus spp, Streptococcus agalactiae.
➔ Staphylococcus aureus está presente na glândula mamária
sadia.
Tipos de mastite:
Vários agentes, os principais são bacterianos, mas podem ser
causados por fungos e vírus. E ainda pode ser uma doença
sistêmica.
Contagiosa: Para definir agente, medidas de controle. Ela é
passada de individuo para individuo ou acontece pela mão da
pessoa que está manipulando os animais.
Ambiental: O animal se contamina através do meio ambiente.
Coliforme: Bactérias que estão no trato gastrointestinal de
animais sadios e são eliminadas pelas fezes.
CCS (Contagem de Células Somáticas): Teste de quantidade de
células que tem no leite.
Quando o indivíduo tem mastite, ele tem uma grande quantidade
de células somáticas.
➔ Células de descamação da glândula mamária e células de
defesa.
MASTITE CLÍNICA : Observa-se anormalidades no úbere e/ou leite.
Apresenta grau de severidade variado, dependendo em parte do
microrganismo envolvido.
Ex: pus, sangue, edema, lesão, dor.
MASTITE SUBCLÍNICA: Não ocorre alterações visuais no leite e no
úbere, porém alterações no leite podem ser detectadas por
determinados testes e microrganismos podem ser isolados em
exame microbiológico.
A mastite clínica é a ponta do iceberg, pois, se tem mastite clínica,
consequentemente, se tem mastite subclínica.
Para cada caso clínico de mastite se tem 25 casos de mastite
subclínica.
Classificação:
SUB-AGUDA: Presença de coágulos e alteração de cor. Pode ou
não apresentar alterações no úbere.
(Aparecem de repente)
AGUDA: Queda na produção e alterações na composição do leite,
processo inflamatório do úbere.
SUPER AGUDA: Alterações da mastite clínica e sinais clínicos
ocorrem de forma rápida e severa.
(Geralmente mastites ambientais)
CRÔNICA: Mastite de longa duração que pode permanecer como
subclínica ou alterar entre quadros de subclínica e clínica.
Fontes de infecção:
➔ Meio ambiente: Solo, cama, água, moscas;
➔ Ambiente da ordenha: Mãos, material de limpeza do úbere,
equipamento de ordenha.
Importância da mastite subclínica:
1. É 15 - 40 vezes mais prevalente que a forma clínica
2. Normalmente precede a forma clínica
3. Longa duração
4. Detecção difícil
5. Reduz a produção de leite
6. Afeta a qualidade do leite
7. Pode ser causa de novas infecções no rebanho
Fatores predisponentes da mastite:
➔ Manejo
➔ Idade
➔ Estágio lactação
➔ Hereditariedade
➔ Dieta
➔ Traumatismos
➔ Estação do ano
➔ Ordenha manual defeituosa
➔ Ordenha mecânica defeituosa
Manejo:
Desde o tipo de alimento e quando você oferece os alimentos aos
animais, até o ordenho.
Dieta:
A dieta também influencia na qualidade do leite, ela muda a
composição. Pode acidificar, alcalinizar, proliferação de bactérias.
Sabe-se que a adição das substâncias (zinco e vitaminas) para os
animais durante a ordenha, ou antes da lactação são
importantes para reduzir a quantidade de animais que venham
desenvolver as mastites.
Hereditariedade:
Os animais que são predispostos a desenvolver a mastite, os
filhotes também terão.
Mastite aguda ambiental. Animal com envolvimento já sistêmico.
Traumatismo:
O animal pode vir a machucar a mama, insetos, etc.
Estágio de lactação:
O número de casos de mastite aumenta no início da lactação e
no final da lactação.
Na produção leiteira, vão ter animais que vão parir e o bezerro
não fica junto ao pé da vaca. Pode-se ter uma alta produção, e os
animais desenvolverem stress do parto, e isso pode predispor a
infecções. Alterações de mecanismos de defesa.
Tem ainda os animais que produzem uma grande quantidade de
leite, e que pode ficar retido na glândula, então quando vai fazer
ordenha, tem de tirar todo o resto de leite.
INÍCIO
(Infecções do período sêco)
A vaca fica prenhe, vai parir e produz leite durante um período.
Durante esse período que produz leite, entra em um cio, e é
inseminada novamente. Produzir leite e prenhe.
Mais ou menos 3 meses antes dela parir, vai ser induzido a ela
parar de produzir leite, com hormônios (período sêco).
Muitas vezes os animais desenvolvem uma mastite durante esse
período, e se manifesta no início da lactação.
Geralmente se faz um tratamento com antibiótico na glândula
mamária para diminuir a ocorrência de mastite na próxima
lactação.
FINAL
No final da lactação pode haver aumento da pressão
intramamária, menor eficiência de fagocitose e em função desse
período sêco, a não retirada do leite.
Hormônios induzem um animal a parar de produzir leite.
Estação do ano:
Muito seco, muita chuva influencia.
Estação seca: Poeira, possibilidade de rachaduras nos tetos e
abrir porta de entrada.
Estação com chuvas: Sujeira.
A alimentação também é influenciada conforme estação do ano.
Ordenha manual defeituosa:
Quando se faz ordenha mecânica ou manual, o teto tem de estar
limpo.
Lavar e secar com papel toalha.
Há uma série de normas de higiene.
Protocolos de manejo. Por exemplo: Embebição dos tetos antes da
ordenha, com uma substância que tem ação antisséptica
(geralmente a base de iodo).
Embebição pós-ordenha.
Ordenha manual defeituosa:
O equipamento deve ser lavado todos os dias com água quente,
detergentes, etc. Porque acumula gordura, e a bactéria faz
biofilme.
Diagnóstico da Mastite:
➔ Dor, calor, edema no úbere são indicativos de mastite clínica.
➔ Fazer coleta de leite para o laboratório:
Alterações no leite. Ex: Leite viscoso, leite grumoso.
➔ Glândula com atrofia.
1/4 mamário é separado do outro, e pode acontecer do
animal ter mastite em um teto e não ter no outro, e pode-se
fazer uma mastectomia, ou o proprietário pode secar 1/4
mamário para evitar a disseminação.
➔ Diagnóstico de mastite subclínica: Através do teste CMT.
➔ Diagnóstico de mastite clínica: Caneca de fundo escuro.
Detecta a presença de grumos no leite.
Controle da mastite:
Investigação individual:
- Ação imediata
- Alto custo
Método prático:
- Prevenir novas infecções (manejo)
- Eliminar número grande de infecções
Plano de controle:
1. BEM ESTAR ANIMAL
2. ORDENHA ADEQUADA
3. EMBEBIÇÃO DE TETOS APÓS A ORDENHA
4. TRATAMENTO DOS CASOS CLÍNICOS
5. TRATAMENTO DE VACAS AO SECAR
6. DESCARTE DOS ANIMAIS CRONICAMENTE INFECTADOS
2. Ordenha adequada:
- Usar equipamento de ordenha adequada;
- Retirar os três primeiros jatos;
- Lavar os tetos;
- Secar os tetos com toalha de papel;
- Ordenhar um minuto após estes procedimentos (teto cheio)
- Ajustar teteiras
- Remover teteiras
Sequência de ordenha:
1. Novinhas de primeira cria
2. Vacas que nunca tiveram mastite
3. Vacas curadas
4. Vacas enfermas (ordenha manual do animal com mastite
clínica)
4. Tratar todos os casos clínicos:
Tratamento tópico. Introduz a droga dentro do teto, tem que
tomar cuidado, pois pode machucar.
A bisnaga é de uso individual.
Descartar o leite do animal.
O que são células somáticas (ccs)?
Células epiteliais (secretoras) + células inflamatórias.
Fatores que afetam ccs:
➔ Nível de infecção da glândula mamária
➔ Estação do ano
➔ Estresse térmico
Leptospirose
É uma zoonose.
Doença de notificação obrigatória
Família Leptospiraceae
➔ São bactérias espiroquetas,
➔ Tipicamente eram classificadas de acordo com
determinantesantigênicos.
➔ Gênero Leptospira foi dividido em várias espécies com base
na relação em nível genômico.
➔ O gênero Leptospira é dividido basicamente em 17 espécies,
e em diferentes sorotipos.
➔ Tipicamente as Leptospiras são divididas em duas espécies:
Leptospira interrogans sensu lato (grupo patogênico) e
Leptospira biflexa sensu lato (grupo saprofítico)
➔ Não são apenas os ratos que transmitem, os suínos são tão
importantes quanto.
➔ Transmissão pela urina.
Epidemiologia
➔ Roedores e outros mamíferos silvestres. Eliminam a bactéria
na urina. Outros mamíferos como: Cutias, capivaras,
raposas...
➔ Soro específicos:
L.icterohaemorrhagiae: ratos (cães, bovinos,
suínos, animais silvestres) - Mais patogênica para humano e
cão.
L. canícola: cães (bovinos, suínos e roedores)
L. gryppotyphosa: silvestres e camundongos
L. australis: animais silvestres
L. ballum: animais silvestres
L. bratislava: suínos, equinos, bovinos
Alguns sorotipos têm preferência por determinadas espécies.
É necessário fazer o levantamento sorológico, para saber qual é o
sorovar que prevalece naquela população. Para saber se as
vacinas estão sendo eficientes, porque não existe sorologia
cruzada entre os sorovares (um animais que está vacinado para L.
canícola não está protegido para uma infecção por
L.icterohaemorrhagiae.
Brasil
Mus musculus - camundongo doméstico
Akodon arviculoides - do campo
Nectomys squamipes - rato d’água
Oryzomys nigripes - rato dos arrozais
Rattus norvegicus - ratazana
Cuica, Gambá, preá…
Sorovares mais prevalentes - Brasil:
- Wol�, hardjo - bovinos
- pomona, canícola - suínos
- javanica, ictero - equinos
- ictero - caninos
- ictero, javanica, canícola, pomona - humanos
Todos esses têm a mesma sintomatologia.
Surtos
- Umidade, temperatura e ratos. Muita chuva, algum fator de
ocupação urbana.
- Doença ocupacional (área rural).
É uma bactéria gram-negativa muito sensível às variações
ambientais. Fora do hospedeiro, ela não resiste muito tempo
(resiste bem em pH neutro).
Doença
A doença causa problemas renais (cães, humanos), hepáticos
(cães, humanos) e reprodutivos (suíno, equino e bovino).
- icterohaemorrhagiae (57,10%) - Problema reprodutivo
- bratislava (35,10%)
- autumnalis (3,40%)
- pomona (1,50%)
Contaminação
- Ingestão de alimentos e água contaminada com urina
- A bactéria passa ativamente pela pele íntegra
➔ Gato pode se infectar com leptospirose. Porque se tem
sorologia positiva para gato.
Infecção é diferente de doença - Casos raros têm a doença.
Fatores condicionantes
➔ Condições climáticas
Clima quente
Alta umidade
pH próximo de 7,0
➔ Densidade populacional (aglomeração de animais)
Abundância de diferentes espécies animais
Contato com regiões alagadas, lagoas
➔ Atividade profissional (trabalham diretamente com os
animais)
Nos animais de lactação, as leptospiras podem ser encontradas
no leite, durante a fase sistêmica aguda da doença.
No leite natural, podem sobreviver por algumas horas e no leite
diluído, por alguns dias.
Fatores do agente da bactéria que permitem que ela continue
fazendo infecções e se mantendo na natureza
1. Elevado grau de variação antigênica - Capacidade da
bactéria de mudar, e de se ter na natureza mais de 250
sorovares;
2. Relativo grau de sobrevivência no ambiente em ausência de
parasitismo (180 dias na dependência de teor de umidade,
proteção contra raios solares e pH neutro ou levemente
alcalino);
3. Ampla variedade de vertebrados suscetíveis que podem
hospedar o microrganismo.
Fontes de infecção
➔ Nos roedores a presença de leptospiras na urina pode ser
permanente;
➔ Animais de produção as leptospiras têm sido evidenciadas
na urina e no sêmen e em corrimentos vaginais o que
confirma não só a colonização dos túbulos renais como
também dos órgãos da reprodução e das suas glândulas
anexas.
Infecção
➔ Contato direto ou indireto com urina
➔ Pele, mucosas
➔ Via indireta mais comum - solo, água
➔ Alimentos
➔ Período de incubação – 1 a 2 semanas
Patogenia e patologia
➔ Penetração ativa
➔ mucosas (ocular, digestiva, respiratória e gênito-urinária),
➔ pele escarificada e inclusive da pele íntegra
➔ permanência por tempo prolongado em coleções de água
contaminada
➔ multiplicam-se ativamente no interstício e nos humores
orgânicos (sangue, linfa e líquor)
➔ quadro agudo, septicêmico (leptospiremia).
➔ As lesões primárias são atribuídas à ação mecânica do
microrganismo nas células endoteliais de revestimento
vascular.
➔ Lesão dos pequenos vasos - hemorragias, seguidas da
formação de trombos e do bloqueio de aporte sanguíneo
nas áreas acometidas.
A bactéria faz uma penetração ativa pelas membranas mucosas.
Se multiplica no sangue, linfa e líquor.
Os animais podem desenvolver um quadro agudo de septicemia,
quando a bactéria faz uma leptospiremia.
A grande maioria dos animais têm:
➔ Icterícia – lesão hepática e renal (extravasamento da
bilirrubina)
➔ Uremia – hálito de amônia
➔ Quadro agudo – cão e homem
Duração de 4 dias
A partir da instalação do período de imunidade e leptospirúria,
algumas lesões poderão ser estabelecidas. Reações de
hipersensibilidade do tipo III.
➔ Lesões renais de nefrite intersticial crônica e as oculares,
uveítes
➔ Fase de leptospirúria – meses a anos
Patogenia: Se formam uma grande quantidade de
imunocomplexos na circulação, que não são retirados da
circulação, e começam a se depositar nos tecidos (principalmente
no rim e olho) - hipersensibilidade do tipo III.
A extensão do dano aos tecidos é variável dependendo da
virulência do organismo e da susceptibilidade do hospedeiro.
Edema tecidual e vasculite podem ocorrer em infecção aguda e
grave que resulta na injúria endotelial e manifestações
hemorrágicas, ou infecção aguda.
A leptospira estimula a adesão de neutrófilos e a ativação
plaquetária, que pode contribuir para anormalidades
inflamatórias e de coagulação. (Porque ocorre de maneira
exagerada)
A colonização renal ocorre em muitos cães infectados pois os
organismos replicam e persistem nas células epiteliais tubulares
renais mesmo na presença de anticorpos séricos neutralizantes.
(A bactéria chega no rim, o rim é um órgão que não tem muito
aporte de anticorpos. A bactéria chega, mas a resposta imune
não. Lesão pela presença da bactéria e presença de
imunocomplexos.)
A presença do microorganismo nos rins determina lesões nas
células epitélio-tubulares, edema de parênquima e consequente
diminuição da perfusão renal, que resultam na insuficiência renal
aguda.
Microrganismo no ambiente → Penetração através de membranas
mucosas ou pele → Microrganismos vai para circulação sistêmica.
3 situações:
- O indivíduo que não tem anticorpos → A bactéria entra,
multiplica, faz leptospiremia. Causa dano vascular e pode
levar a uma trombocitopenia;
- O indivíduo que tem títulos de anticorpos mais ou menos →
Curta ou pouca leptospiremia, poucos ou nenhum sinal
clínico;
- O indivíduo que tem uma grande quantidade de
anticorpos→ Eliminar o microrganismo, e não terá sinais
clínicos. Geralmente é conseguido através de vacinação ou
exposição.
Sinais clínicos (bovinos)
➔ Febre alta (40,5 a 41,5o C)
➔ Hemoglobinúria, icterícia
➔ Anorexia
➔ Aborto em animais prenhes
➔ Queda na produção do leite devido a uma mastite atípica
➔ Leite amarelado ou tingindo de sangue.
Desenvolvem doenças crônicas.
Bovinos
Forma subaguda
➔ Diminuição na produção do leite
➔ Febre é moderada (39a 40,5o C)
➔ Leve icterícia e diminuição da ruminação
Forma crônica
➔ Reprodutiva
➔ Abortos - quinto ao sexto mês de gestação (aborto no final
de gestação) → Fazer sorologia
➔ Retenção de placenta, deficiências reprodutivas e
natimortos
→ Fazer sorologia: Quanto maior a manifestação de anticorpos,
maior a possibilidade do animal ter/tem tido uma infecção.
Sinais clínicos (suínos)
➔ Suínos - reservatório - L.pomona
➔ Prolongado período de leptospiremia (fase de multiplicação
do agente na corrente circulatória e em órgãos), sem
sintomas.
➔ A urina, aos 20-30 dias após a infecção, contém alto título de
leptospiras viáveis e os suínos podem eliminarleptospiras na
urina por período superior a um ano
➔ A maioria das infecções é subclínica e pode passar
despercebida no plantel.
➔ Uma pequena parte dos animais desenvolve a doença,
sendo que, animais com a doença na forma aguda
apresentam anorexia, hipertermia e prostração.
➔ Os suínos se recuperam espontaneamente em uma ou duas
semanas.
➔ Em casos crônicos, a leptospirose causa aborto, natimortos
ou neonatos inviáveis, retorno ao cio nas primeiras semanas
de gestação e infertilidade.
➔ Em casos crônicos:
- Aborto, leitões débeis, meningites
- Sintomatologia nervosa
- Septicemia com icterícia e hemorragias
Sinais clínicos (equinos)
➔ Comprometimento do globo ocular com o aparecimento de
uma conjuntivite recidivante (por causa da deposição de
imunocomplexos no fundo do olho);
➔ Cegueira;
➔ Abortamento esporádico e infertilidade.
Sinais clínicos (cães)
➔ Aguda e fatal em jovens
➔ Hemorragias nas mucosas e pele
➔ Epistaxes, diarréia sanguinolenta
➔ Vômitos e febre 3-4 dias
➔ Forma ictérica - lenta, depressão, febre
➔ Icterícia, hemorragias e hemoglobinúria
➔ Forma urêmica - estomatite ulcerativa
➔ Enterite hemorrágica, uremia
➔ Nefrite intersticial, coma e morte
A forma aguda nos cães, é bem mais grave do que em outras
espécies.
Fase de leptospiremia (presença da bactéria na corrente
circulatória)
Quando o animal está na fase de leptospiremia, começa a ter:
➔ Fígado - Necrose dos hepatócitos, colestase intra hepática,
diminuição da excreção da bilirrubina;
➔ Rim - Infiltrados inflamatórios focais a extensas lesões
- Necrose celular, atrofia tubular e hemorragia renal
- Leptospiras na superfície luminal das células tubulares,
sendo então eliminadas pela urina
Necropsia
➔ Hepatomegalia
➔ Degeneração e fibrose hepática
➔ Congestão pulmonar, petéquias e sufusões pleurais, úlceras
na língua, edema, congestão e necrose renal, hemorragias e
aderência de cápsula renal, congestão, edema e
hemorragias gastrointestinais.
Patologia clínica
➔ (Fazer hemograma e bioquímicos)
➔ Leucocitose (= 20.000 leucócitos/dl) por neutrofilia (os
leucócitos estão aumentados, porém quem está mais
aumentado são os neutrófilos);
➔ Graus variáveis de anemia (lesão, distúrbios de coagulação);
➔ A leucopenia pode ser um achado na fase inicial de infecção
(leptospiremia);
➔ A trombocitopenia faz-se presente geralmente em cães
gravemente afetados;
➔ Exames de função renal revelam frequentemente aumento
dos níveis séricos de uréia e creatinina e variam segundo o
grau de comprometimento renal;
➔ Enzimas hepáticas alamino aminotransferase (ALT) e
fosfatase alcalina (FA), assim como os níveis séricos de
bilirrubina, variam com a gravidade da lesão hepática;
- Uréia, creatinina (lesão renal)
- ALT, bilirrubina e FA (lesão hepática) constituem-se nos
principais exames de monitoramento da evolução do
quadro clínico e, consequentemente, do prognóstico de
animais com leptospirose.
➔ Na urinálise de cães com leptospirose observa-se
geralmente densidade baixa, glicosúria, proteinúria,
bilirrubinúria (que normalmente precede a
hiperbilirrubinemia), acompanhadas de elevação leucócitos
e eritrócitos no sedimento urinário.
Diagnóstico
➔ Sinais clínicos, história, lesões
➔ Exames laboratoriais
➔ Isolamento do agente
➔ Exames diretos urina
➔ Aglutinação em placa
➔ Sorologia pareada
Material enviado para laboratório:
➔ Sangue (pico febril);
➔ Necrópsia, fígado e rins; produtos do aborto (conteúdo do
estômago do feto, fígado, pulmão ou humor vítreo do feto);
➔ Urina, fase de imunidade e leptospirúria;
➔ Pesquisa de anticorpos já é possível a partir da primeira
semana após o início dos sintomas.
Soroaglutinação microscópica (SAM) é o teste de eleição no Brasil,
consiste em misturar o soro ao antígeno.
É importante saber quais são as leptospiras que estão naquela
população.
Então, mistura soro + antígeno, 2 horas em temperatura ambiente,
observar no microscópio, observa-se o anticorpo ligado as
bactérias (aglutinação).
(Porém, esse teste é subjetivo)
Sorologia pareada
O intervalo de tempo entre as amostras deve ser de 10 a 14 dias
para os animais sem histórico de vacinação. 14 a 21 dias nos
animais que já tenham sido vacinados. Sete a 10 dias em animais
que estejam com sinais clínicos da infecção.
Diagnóstico diferencial
- Bovinos – tristeza parasitária bovina
- Suínos – brucelose
Tratamento
Terapia intensiva de suporte dependendo da severidade do
quadro. (Antibióticos)
➔ O prognóstico é reservado quando já está instalada a
insuficiência renal e/ou disfunção hepática.
➔ Desfavorável em pacientes com choque ou coagulação
intravascular disseminada.
Vários antibióticos podem ser utilizados na eliminação da
leptospiremia como penicilina, ampicilina e amoxicilina.
- doxiciclina (5 a 10 mg/Kg BID)
Não devem ser utilizados aminoglicosídeos e estreptomicina até a
total recuperação da função renal.
Controle
➔ Fontes de infecção: identificação (diagnóstico), combate aos
reservatórios sinantrópicos, segregação e tratamento dos
animais de produção e companhia; vigilância
epidemiológica dos doadores de sêmen.
➔ Vias de Transmissão: saneamento do meio, drenagem,
destino adequado de excretas, cadáveres e restos de
animais, higiene e desinfecção das instalações e
equipamentos zootécnicos, armazenagem adequada de
alimentos (volumosos e concentrados). Controle sanitário da
inseminação artificial.
➔ Nos animais suscetíveis: Proteção específica através do
emprego de imunógenos preparados com sorovares de
leptospiras grassantes na região. (vacinas)
➔ Pesquisar fonte de infecção
➔ Evitar águas contaminadas
➔ Drenagem de águas estagnadas
➔ Desinfecção de locais e utensílios
➔ Animais separados por espécie
➔ Controle de compra
➔ Animais confinados
➔ Isolamento eliminação dos doentes
No caso dos cães:
➔ Limpar com água sanitária onde seu animal de estimação
costuma ficar.
➔ Trocar sua água pelo menos 1 vez ao dia e lavar com sabão o
recipiente pelo menos 3 vezes por semana.
➔ Retirar o prato de ração à noite, evitando assim que ratos
urinem em seu alimento.
No caso de animais de produção:
➔ Vacinas - proteção 6 meses a um ano
➔ Possuir todos os antígenos
➔ Bovinos vacinas semestrais
➔ Reduz a liberação, não a infecção
Impedem a doença, mas não impedem a infecção.
➔ Porcas e leitoas - vacinas
➔ 6 semanas de idade
➔ 3 semanas antes da reprodução
➔ Machos - cada 6 meses

Continue navegando