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RESUMO MD1 - Materiais protetores

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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Materiais Dentários I – 2020.2 
Materiais Protetores do complexo 
dentina-polpa 
Os principais componentes do complexo 
dentina-polpa é a dentina, que é formada pela 
dentina tubular e pré-dentina; a polpa é dividida em 
camada odontoblástica, zona acelular, zona rica em 
células e corpo pulpar. 
 A dentina é, em sua maioria, constituída de 
material inorgânico, a hidroxiapatita; a composição 
orgânica contém: proteoglicanas, 
glicosaminoglicanas, glicoproteínas, lipídeos e 
água. A dentina ainda pode ser dividida em três 
tipos: 
• Dentina primária: ela é depositada 
fisiologicamente até o momento que o dente 
finaliza a sua erupção; 
• Dentina secundária: é depositada 
fisiologicamente após a raiz ter sido formada; 
• Dentina terciária e esclerosada 
(reacional/reparadora): são formadas por um 
estimulo patológico; 
OBS.: a dentina cariada profunda, não contém bactérias, pois ela 
não está em contato com o oxigênio. 
• Dentina superficial: localiza-se perto da 
junção amelodentinária, e é a mais 
mineralizada; podendo ser dividida entre 
peritubular (ao redor do túbulo dentinário) e 
intertubular (entre os túbulos); 
• Dentina profunda: apresenta menor 
quantidade de dentina intertubular e 
peritubular. 
A polpa é formada de tecido conjuntivo 
altamente especializado, inervado e vascularizado, 
inserido na cavidade pulpar e canais radiculares, 
diretamente ligados ao sistema circulatório através 
do feixe vásculo-nervoso que penetra no forame 
apical. Ela possui mecanismos que são 
responsáveis por limitar os danos causados por 
agentes agressores, como o esclerosamento dos 
túbulos dentinários, a formação da dentina terciária 
e a sensibilidade dolorosa. 
 
 
 
 
OBS.: dependendo da profundidade em que o material de proteção 
for colocado, ele pode alcançar a polpa dentária, causando lesão a 
ela. 
 
 
 
 
 
A idade do paciente é um fato que direciona 
qual estratégia o profissional deve tomar para a 
proteção do complexo. Em um paciente idoso, a 
câmara pulpar é menor, sendo menor a quantidade 
de células ativas, diminuindo a possibilidade de 
reparo pulpar. 
Materiais protetores 
• Características: 
➢ Ter a função de proteger a dentina e a 
polpa de choques elétricos; 
➢ Precisa ser bactericida ou bacteriostático; 
➢ Precisa ser adesivo às estruturas 
dentárias e liberar flúor; 
➢ Remineralizar a dentina; 
➢ Hipermineralizar a dentina sadia; 
➢ Estimular a formação da dentina terciária; 
➢ Ser biocompatível; 
➢ Ser insolúvel ao meio bucal. 
OBS.: não existe um único material que abarque todas essas 
características, dessa forma, faz-se necessário unir alguns materiais 
para utilizá-los. 
• Hidróxido de cálcio 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Materiais Dentários I – 2020.2 
Estimula a formação da dentina esclerosada, 
possuindo um pH alcalino; ele protege a polpa 
contra estímulos térmicos e elétricos, apresentando 
uma ação antimicrobiana. 
Forma de apresentação: pó de hidróxido de cálcio 
(PA); pasta de hidróxido de cálcio e cimento. 
 
Características: têm coloração branca; com alto pH 
(>12); alta solubilidade em água; baixa resistência 
mecânica; biocompatível; não adere as estruturas 
dentais. devem ser utilizados quando a polpa estar 
exposta ou quando existe suspeita da exposição. 
Reação: o hidróxido de cálcio (Ca(OH)2), em 
contato com a polpa se dissocia em íons cálcio e 
hidroxila, gerando, por conta do alto pH, uma 
cauterização química superficial do tecido pulpar. 
Permitindo um reparo pulpar, bem como a formação 
de uma dentina terciária. 
OBS.: a aplicação deve ser feita apenas na região em que a polpa 
estiver exposta. 
 
Características: baixa resistência à compressão; 
alta solubilidade (menor que o pó/pasta) e pH 
alcalino (menor que o pó/pasta, devido ao menor 
teor de hidróxido de cálcio), sendo bactericida ou 
bacteriostático; possui mais resistência mecânica 
do que o pó ou a pasta. 
Reação: atua neutralizando a acidez da dentina 
submetida à cárie; estimulando a formação de uma 
dentina reparadora. Não é só a liberação de 
hidroxila que é responsável pela cicatrização 
pulpar. 
A redução dos microrganimos viáveis próximos à 
polpa também é um fator primordial para a 
reparação pulpar, por isso, componentes 
antimicrobianos (glicol, salicilato e o etileno tolueno 
sulfonamida) foram introduzidos nos cimentos. A 
sua indicação é em cavidades profundas. 
 
 
 
 
 
OBS.: os responsáveis pelo endurecimento do material, na pasta 
catalizadora são os íons cálcio e zinco, na base o salicilato; quando 
misturados reagem formando um sal de dissalicilato. 
OBS.: ao comparar com outros cimentos na odontologia, o pH do 
cimento de Ca(OH)2 é muito mais alto. 
Quando, em pasta única, o endurecimento 
ocorre após a fotoativação, que se dá através da 
aplicação da luz sobre a pasta de hidróxido de 
cálcio, que também é composta por monômeros 
resinosos de alto peso molecular (UDMA ou 
BisGMA e outros dimetacrilatos). O sulfato de bário 
garante a sua radiopacidade. 
OBS.: está em desuso, pois pela presença de monômeros resinosos, 
é desaconselhado seu uso em cavidades profundas. 
➢ Manipulação 
O material em forma de pó (PA) ou pasta 
(associado ao soro fisiológico), não necessita de 
manipulação e é aplicado com auxílio de 
instrumentos especiais (porta hidróxido de 
cálcio/porta amalgama) sobre a exposição pulpar. 
 O cimento é colocado em placa, e 
manipulado com a espátula em torno de 15 a 20s, 
para homogeneizar a pasta, assim poderá ser 
aplicado com o aplicador duplo de hidróxido de 
cálcio. 
• Tipos de proteção 
Devem ser analisados o grau de 
comprometimento pulpar e a profundidade da 
lesão. 
➢ Proteção pulpar indireta 
Hidróxido de 
Cálcio
PÓ
Hidroxido de 
cálcio (puro - pró 
análise)
Pasta
Hidróxio de 
cálcio + água 
destilada ou 
soro fisiológico
Cimento de 
hidróxido de 
Cálcio
Uma pasta
Duas pastas
Pasta base + 
catalizador
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Materiais Dentários I – 2020.2 
Tem a função de manter a vitalidade pulpar, 
reduzir a microinfiltração, estimular a formação de 
dentina reparadora; evitar/reduzir a infiltração e o 
crescimento de bactérias sob as restaurações; 
interagir com as restaurações, melhorando suas 
propriedades de selamento cavitário; dissipar as 
forças de condensação durante a inserção de 
materiais compactáveis. Sendo feita com cimento. 
 
➢ Proteção pulpar direta 
Aplicação do agente protetor diretamente 
sobre o tecido pulpar exposto; com o objetivo de 
manter a vitalidade pulpar, promover o 
reestabelecimento da polpa e estimular a formação 
de dentina reparadora. 
OBS.: a proteção pulpar só deve ser feita se o dente estiver vital 
(observar sangramento abundante do tecido pulpar). 
Sequencia do tratamento: 
 
• Agregado de trióxido de mineral (MTA) 
Tem como o objetivo promover o selamento 
das comunicações entre o exterior e o interior do 
dente. 
Estimula a formação de dentina esclerosada, 
reparadora, assemelhando-se aos produtos à base 
de hidróxido de cálcio. Tem uma solubilidade, após 
24h, baixa, quando comparada ao hidróxido de 
cálcio; apresenta melhores propriedades 
mecânicas em comparação ao hidróxido de cálcio. 
Sua atividade antimicrobiana está 
diretamente relacionada à doação de íons hidroxila, 
elevando o pH e, com isso, criando um ambiente 
desfavorável para a sobrevivência de bactérias, de 
forma semelhante ao que ocorre com o hidróxido de 
cálcio. 
OBS.: a atividade antimicrobiana do MTA é menor que a pasta e/ou 
pó do hidróxido de cálcio, porém é maior do que do cimento de 
hidróxido de cálcio; porém seu pH podeser mantido por 15 dias. 
 O MTA é um material com as composições 
semelhantes ao cimento da construção civil 
(cimento de Portland), a principal diferença é que no 
MTA é adicionado o óxido de bismuto para dar as 
propriedades de radiopacidade. Também, o 
tamanho das partículas é menor e mais uniforme, 
comparados ao cimento de Portland. 
Indicações: selar pontos de comunicação entre o 
sistema de canais radiculares e a superfície externa 
do dente; capeamento pulpar direto; retrobturação 
endodôntica; obturação de canais radiculares na 
dentição permanente em combinação com cones 
de guta-percha ou aplicação com brocas lêntulo. 
TIPOS 
MTA cinza Contém pequenas placas de ferro e alumínio, 
sendo composto primariamente de silicato 
tricálcio e silicato dicálcio (dentes posteriores). 
MTA branco Composto primariamente de cálcio, silicona, 
bismuto e oxigênio, não contém ferro (dentes 
anteriores). 
MTA filapex Resina salicilato, resina diluente, resina natural, 
óxido de bismuto, sílica nanoparticulada, trióxido 
agregado mineral, pigmentos (endo). 
Apesar do mecanismo exato de como o MTA 
induz a formação de tecido duro não estar bem 
esclarecido, existem indicações de que o 
mecanismo de iniciação da dentinogênese 
reparadora no capeamento com MTA é similar ao 
do hidróxido de cálcio. 
Suas principais características: 
➢ Liberação de íons cálcio; 
➢ Material odontológico indutor de 
neoformação de cemento perirradicular; 
➢ Alta alcalinidade; 
➢ Baixa solubilidade; 
➢ Alta radiopacidade; 
Hemostasia com 
soro fisiológico e 
algodão estéril;
Fazer aplicação 
de otosporin 
com algodão 
estéril;
remover 
excesso;
fazer aplicação 
do Ca(OH)2 pó; 
Aplicar o 
cimento;
Cimento de 
ionômero de 
vidro;
Fazer a 
restauração.
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Materiais Dentários I – 2020.2 
➢ Tempo de presa de 15min. 
OBS.: diminuição da quantidade de sulfato de cálcio, para obter esse 
tempo, antes era de 2h. 
Benefícios: 
➢ Rápida recuperação óssea e formação 
de cemento; 
➢ Vedamento biológico; 
➢ Permite a utilização em ambiente úmido 
sem perda de propriedades; 
➢ Propriedades antibacterianas; 
➢ Impede infiltração marginal; 
➢ Promove a biocompatibilidade tecidual; 
➢ Boa resistência à compressão; 
➢ Excelente identificação radiográfica; 
➢ Tempo de presa final reduzido ao 
comparado com similares 
Após a sua manipulação, seu pH é de 10,3, 
após 3h, é de 12,5; tornando o meio improprio para 
o crescimento bacteriano; com tempo de presa de 
15min. 
➢ Manipulação: 
Misturar cimento e água destilada com a espátula, 
e fazer a aplicação com a cureta. 
Pulpotomia com MTA: 
 
Manipulação – cimento obturado fillapex: 
Colocar sobre a pasta e manipular com espátula, e 
aplicar com uma broca de lentulo. 
• Cimento de Óxido de Zinco e Eugenol 
(ZOE) 
Suas indicações clinicas, são baseadas nos 
efeitos sedativos causados pelo eugenol; embora 
ele dificulte a adesão de materiais e impeça que a 
resina fotopolimerize. 
É usado na periodontia, como cimento 
cirúrgico; na endodontia, como cimento obturador 
de canal; na prótese, como agente cimentante 
provisório e material de moldagem; e na dentística, 
como restaurador provisório. 
Comercialmente: é apresentado em pó/liquido, 
pasta/pasta ou pronto para uso (não contém 
eugenol). 
Características: 
➢ Possui um baixo pH; 
➢ Não é adesivo ao dente; 
➢ Funciona como isolante térmico e elétrico 
(muito comum em restaurações de 
amalgama antigas); 
➢ Tem uma baixa resistência mecânica; 
➢ Apresentam partículas com ácido 
propriônico, alumina e polímeros; 
➢ Tem ação sedativa (usado quando o 
paciente apresentava um quadro de 
pulpite); 
➢ Propriedades antissépticas; 
➢ Inibe a polimerização de resinas; 
➢ A temperatura e a umidade aceleram o 
tempo de presa; 
➢ Importância do contato com fluidos 
bucais após a inserção na cavidade 
acelerando a presa e as propriedades 
mecânicas; 
➢ Tempo de presa em 25º - 2 a 3’, na 
cavidade oral – 1’ 
Quando à indicação: 
Tipo I – cimentação temporária: é composto por 
duas pastas. 
Pasta 1: ZnO, resina de terebentina – diminui a 
fragilidade do material, estearato de zinco – 
funciona como um plastificador, e acetato de 
zinco – melhora a resistência do cimento; 
Pasta 2: eugenol e óleo de oliva. 
Tipo II – cimentação definitiva 
Tipo III e IV – para restaurações temporárias ou 
bases 
➢ Manipulação: 
Misturar as duas pastas ou o pó e liquido, até atingir 
a consistência de massa de vidraceiro e levar a 
cavidade com um hollemback 3s. 
aplicação do 
MTA
Cimento de 
ionomero de 
vidro
Restauração
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Materiais Dentários I – 2020.2 
Referências: 
Van Noort, R. Introdução aos Materiais 
Dentários. 3ª Edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2010.

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