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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS, SAÚDE E TECNOLOGIA – CCSST CAMPUS DE IMPERATRIZ – BOM JESUS CURSO DE ENGENHARIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA EXPERIMENTAL II DOCENTE: PEDRO DE FREITAS FACANHA FILHO EXPERIMENTO 6: VISCOSIDADE – LEI DE STOKES JHESSYCA MANARY IMPERATRIZ-MA 2021 JHESSYCA DANTAS MANARY EXPERIMENTO 6: VISCOSIDADE – LEI DE STOKES Relatório apresentado à disciplina Física Experimental II do curso engenharia de alimentos, como requisito para obtenção de nota. Docente: Dr. Pedro de Freitas Facanha Filho IMPERATRIZ - MA 2021 1 1. INTRODUÇÃO A viscosidade está associada a uma espécie de atrito interno que causa fricção entre as camadas do fluido que se movimentam com velocidades diferentes e é explicada, ao nível microscópico, como devendo-se à transferência de momento linear entre as partículas que compõem o fluido. Tecnicamente ela é caracterizada pelo coeficiente de viscosidade dinâmico, ηη , definido como a razão entre a força de cisalhamento, por unidade de área, à qual o fluido é submetido, e o gradiente de velocidade perpendicular a essa força, que dela decorre.[1] Ao soltarmos uma esfera num liquido viscoso inicialmente a sua velocidade é igual a zero, mas com o passar do tempo a força resultante agindo sobre ela a acelera e eleva sua velocidade até o ponto em que devido à elevação da velocidade, a força viscosa (proveniente da resistência do fluido ao movimento) aumenta e junto com o empuxo e a força peso torna nula a ação de forças sobre a esfera, ou seja, pode-se verificar que a velocidade aumenta não uniformemente com o tempo e atinge um valor limite, que ocorre quando a força resultante for nula. O estado no qual a resultante das forças que atuam em um corpo é nula e este corpo possui velocidade constante e diferente de zero, é denominada equilíbrio dinâmico, para tal situação vale a lei de Stokes, representada na equação.[2] 𝝁 = 𝟐𝑹(𝝆𝒆 − 𝝆𝒇)𝒈 𝟗𝑽 Onde: μ – Viscosidade dinâmica ou absoluta [N.s/m²]; R – Raio da esfera [m]; 𝜌𝑒 – Massa específica da esfera [kg/m³]; 𝜌𝑓 – Massa específica do fluido [kg/m³]; h – Aceleração da gravidade [m/s²]; v – Velocidade de queda da esfera [m/s]; Elaborada por George G. Stokes em 1851, a Lei de Stokes relaciona o tamanho de uma esfera e a velocidade de queda dela. Existem três forças que atuam sobre a esfera: uma força gravitacional descendente (Fg), uma força de flutuação ascendente (Fb) e uma força de arraste de sentido para cima (Fd). A https://www.engquimicasantossp.com.br/2013/11/george-gabriel-stokes.html 2 força gravitacional é uma função “g” (aceleração da gravidade) e a massa da partícula, portanto, diâmetro e densidade da esfera. A força de flutuação é uma função da massa de fluido deslocada pela esfera e assim, o diâmetro e a densidade do fluido. E a força de arraste é uma função do tamanho da esfera e da viscosidade e assim, do diâmetro e da viscosidade do fluido. A Lei de Stokes é geralmente aplicada para o escoamento de um fluido viscoso incompressível em torno de uma esfera para número de Reynolds menor que 1, em que a influência da força viscosa (chamada de Farraste) sobre o movimento da esfera vale: Farraste=6πrμVesf Sendo r o raio da esfera, μ a viscosidade dinâmica e vesf a velocidade do escoamento da esfera ao longo do fluido.[3] A equação é conhecida como lei de Stokes é válida para fluidos em regimes de escoamento laminar. “Escoamento laminar é aquele em que as partículas se deslocam em laminas individualizadas, sem troca de massa entre elas. O escoamento não laminar é conhecido por escoamento turbulento em que “Escoamento turbulento é aquele em que as partículas apresentam um movimento aleatório macroscópico”.[4] 2. OBJETIVOS • Compreender a influência da força peso (P), força empuxo (E) e força de arrasto (FA) e demais forças sobre o movimento de um corpo, imerso em um fluido viscoso, consoante a segunda Lei de Newton; • Estimar experimentalmente o coeficiente de viscosidade dinâmico de um fluido (η); • Entender, de forma básica, a atuação do campo de velocidades e de pressão, das forças dissipativas, do formato do corpo e do tubo na dinâmica do movimento de um corpo em meio viscoso; • Analisar, a partir da atividade experimental, conceitos inerentes a força de arrasto de Stokes, ao número de Reynolds e ao tipo de fluxo (laminar ou turbulento). https://www.engquimicasantossp.com.br/2013/10/numero-de-reynolds.html https://www.engquimicasantossp.com.br/2015/04/viscosidade-dinamica-e-cinematica.html 3 3. MATERIAIS E MÉTODOS 3.1 MATERIAIS • Conjunto para queda em meio viscoso: Viscosímetro de Stokes – CIDEPE ref. EQ 124; • Corpos de prova esféricos (com massas determinadas em uma balança de precisão e diâmetro medido utilizando um paquímetro); • Glicerina Líquida; • Paquímetro - Vonder (resolução de 0,05 mm); • Cronômetro adaptado; • Béquer - 600 mL. 3.2 MÉTODOS Inicialmente mediu-se a massa e o diâmetro dos corpos esféricos, em seguida calculou-se o volume e a densidade dos mesmos. Obteve-se os valores de viscosidade dinâmica e densidade da glicerina, e logo após mediu- se, com o auxilio de um paquímetro, o diâmetro interno no tubo. Adicionou-se a glicerina no tubo de viscosidade, usando um cronômetro, na mesma queda, e com a esfera no topo do tubo, soltou-se e cronometrou-se os 3 últimos trechos (de 10cm cada trecho) e calculou-se quais trechos apresentam velocidade terminal (velocidade constante). Realizou-se duas medidas de cada corpo esférico. Para concluir calculou-se a viscosidade dos corpos esféricos a partir das medidas obtidas, com e sem a correção de erro, e então calculou-se a força do arrasto e o empuxo. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Tabela 1 – Dados da glicerina Densidade 1,261g/cm³ Viscosidade Entre 800 cP e 1490 cP à 20 °C. Fonte: (Cetesb.sp.gov.br); (NUSSENZVEIG, 2009) e omel.com.br. 4 Tabela 2 – Tubo de Stokes Diâmetro 2,97cm Profundidade 70 cm Fonte: Próprio autor Tabela 3 – Diâmetros e massas dos corpos esféricos Corpo esférico Peteca grande Peteca pequena Esfera metálica Diâmetro 2,755 cm 1,8 cm 1,8 cm Massa 28,1275 g 7,4206 g 23,9516 g Fonte: Próprio autor Tabela 4 – Dados amostrais do tempo percorrido pelos corpos esféricos Corpo esférico Δs(s) 1° linha 2° linha 3° linha 4° linha 5° linha Fundo Peteca grande Tempo (s) 1,01s 1,55s 2,45s 3,37s 4,31s 5,32s Peteca grande 1s 1,53s 2,40s 3,33s 4,26s 5,24s Peteca pequena 1s 3s 5s 7s 9s 11s Peteca Pequena 1s 3s 5s 7s 9s 11 Esfera metálica 1s Esfera metálica 1s Fonte: Próprio autor. De acordo com os dados percebeu-se que somente na peteca grande ocorreu uma alteração no tempo que percorreu o tubo de Stokes, pela influência da densidade da glicerina com a densidade da peteca. No caso da esfera metálica, tendo ela uma densidade maior que a glicerina, a velocidade percorrida no fluido é rápida a ponto de não ser possível cronometrar o tempo. 5 Os cálculos foram obtidos através das seguintes equações: Velocidade da esfera: 𝑽𝒆 = ∆𝒔 ∆𝒕 Eq. 1 Ve = Velocidade do corpo esférico Δs = Variação de espaço Δt = Variação de tempo Densidade da esfera: 𝑃𝑒 = 𝑀𝑒 𝑉𝑒 Eq. 2 Me = Densidade do corpo esférico Me = Massa do corpo esférico Ve = Volume do corpo esférico Velocidade terminal 𝑉𝑒 = 4𝜋𝑟3 3 Eq. 3 Ve = Velocidade terminal do corpo esférico 𝛑 = 3,14 r = raio Correção de erro λ = 1 + 2,1 ∗ 𝑑 𝐷 Eq. 4 λ = Correção de erro D = Diâmetro interno do tubo 6 d = Diâmetrodo corpo esférico Viscosidade (sem correção de erro) ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗𝑉 Eq. 5 ղ = Coeficiente de viscosidade Pe = Densidade do corpo esférico Pl = Densidade do fluido g = gravidade V = velocidade Viscosidade (com correção de erro) ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗λ∗𝑉 Eq. 6 ղ = Coeficiente de viscosidade Pe = Densidade do corpo esférico Pl = Densidade do fluido g = Gravidade V = Velocidade λ = Correção de erro Força de arrasto 𝐹𝑑 = 3𝜋ղDV Eq. 7 Fd = Força de arrasto ղ = Coeficiente de viscosidade D = Densidade do corpo esférico 7 V = Velocidade terminal Empuxo 𝐸 = 𝑃 − 𝐹𝑑 Eq. 8 E = Empuxo P = Peso Fd = Força de arrasto Tabela 5 – Densidades e viscosidades obtidas através dos cálculos Corpos esféricos Peteca grande Peteca pequena Esfera metálica Velocidade terminal (V) 0,125s/cm 5s/cm 70s Velocidade dos corpos esféricos (Ve) 10,943s/cm 3,052s/cm 13,710s/cm Densidade dos corpos esféricos (Pe) 2,1731g/cm³ 4,3686g/cm³ 20,8996g/cm³ Fonte: Próprio autor Calculo da correção de erro da peteca grande: λ = 1 + 2,1 ∗ 2,755 2,97 λ = 2,946 8 Calculo da correção de erro da peteca pequena: λ = 1 + 2,1 ∗ 1,8 2,97 λ = 2,2726 Calculo da correção de erro da esfera metálica: λ = 1 + 2,1 ∗ 1,8 2,97 λ = 2,2726 Calculo da viscosidade (sem correção de erro), da viscosidade (com correção de erro), da força de arrasto e empuxo da peteca grande: ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗𝑉 ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗λ∗𝑉 ղ = 2(1,3775)2∗(2,1731−1,261)∗9,8 9∗0,125 ղ = 2(1,3775)2∗(2,1731−1,261)∗9,8 9∗2,9467∗0,125 ղ = 𝟑𝟎𝟏𝟓, 𝟐 ղ = 𝟏𝟎𝟐𝟑, 𝟐𝟓 𝐹𝑑 = 3𝜋ղDV 𝐸 = 𝑃 − 𝐹𝑑 𝐹𝑑 = 3 ∗ 3,14 ∗ 3015,2 ∗ 2,755 ∗ 0,125 𝑬 = −𝟗𝟕𝟓𝟑, 𝟐𝟏 𝑭𝒅 = 𝟗𝟕𝟖𝟏, 𝟑𝟒𝑵 Calculo da viscosidade (sem correção de erro), da viscosidade (com correção de erro), da força de arrasto e empuxo da peteca pequena: ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗𝑉 ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗λ∗𝑉 ղ = 2(0,9)2∗(4,3686−1,261)∗9,8 9∗5 ղ = 2(1,3775)2∗(2,1731−1,261)∗9,8 9∗2,2726∗5 ղ = 𝟏𝟎𝟗, 𝟔𝟑 ղ = 𝟒𝟖, 𝟐𝟒 9 𝐹𝑑 = 3𝜋ղDV 𝐸 = 𝑃 − 𝐹𝑑 𝐹𝑑 = 3 ∗ 3,14 ∗ 109,63 ∗ 1,8 ∗ 5 𝑬 = −𝟗𝟐𝟖𝟕, 𝟎𝟎 𝑭𝒅 = 𝟗𝟐𝟗𝟒, 𝟒𝟑𝑵 Calculo da viscosidade (sem correção de erro) da esfera metálica ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗𝑉 ղ = 2𝑟2(𝑃𝑒−𝑃𝑙)𝑔 9∗λ∗𝑉 ղ = 2(0,9)2∗(20,8996−1,261)∗9,8 9∗70 ղ = 2(0,9)2∗(20,8996−1,261)∗9,8 9∗2,2726∗70 ղ = 𝟒𝟗, 𝟒𝟖 ղ = 𝟐𝟏, 𝟕𝟕 𝐹𝑑 = 3𝜋ղDV 𝐸 = 𝑃 − 𝐹𝑑 𝐹𝑑 = 3 ∗ 3,14 ∗ 49,48 ∗ 1,8 ∗ 70 𝑬 = −𝟓𝟖𝟕𝟎𝟒, 𝟖𝟒 𝑭𝒅 = 𝟓𝟖𝟕𝟐𝟖, 𝟖𝟎𝑵 Percebeu-se que na peteca grande a viscosidade teve grande influência, pois quanto maior o coeficiente de viscosidade menor é a velocidade de tempo dentro do fluido viscoso, o que pode-se observar na tabela 5 sendo que o experimento que teve o maior intervalo de tempo foi o da peteca grande. A diferença para a peteca pequena foi o intervalo de tempo de somente 2s. Já na esfera metálica obteve-se um coeficiente de viscosidade muito baixo e por isso a velocidade que ela percorreu o fluido viscoso foi tão grande que não deu para marcar o tempo, diferente do ocorrido para a peteca grande. 5. CONCLUSÃO De acordo com o experimento realizado, conclui-se que foi possível calcular força de arrasto e o coeficiente de viscosidade, através da lei de Stokes, e a partir da análise feita da prática, pode-se observar também que quanto maior a densidade da esfera maior vai ser sua velocidade na viscosidade do fluído utilizado, esse fenômeno foi visto quando se utilizou –se a esfera onde não foi possível marcar o tempo em que a bolinha passou por cada 10 trecho, pois ela desceu muito rápido, em relação as outras duas esferas utilizadas. 11 6. REFERÊNCIAS [1]. Vertchenko, L., & Vertchenko, L. (2017). Determinação da viscosidade por meio da velocidade terminal: uso da força de arrasto com termo quadrático na velocidade. Revista Brasileira de Ensino de Física, 39(4). [2]. Silva, R. E. A., de Freitas Azevedo, A. V. R., de Araújo Caldas, A. M., de Araújo Caldas, A. G., & Barbosa, J. C. C. DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE CINEMÁTICA POR MÉTODO DE STOKES ATRAVÉS DE ESTUDO E DESENVOLVIMENTO DE VISCOSIMETRO AUTOMATIZADO. [3].COELHO. P. lei de Stokes [online]. Disponível: < https://www.engquimicasantossp.com.br/2013/10/lei-de-stokes.html>. Acesso em: 17. Out. 2019. [4]. Silva, T. P., da Silva Gama, E., & de Barros, G. D. T. DETERMINAÇÃO EXPERIMENTAL DA VISCOSIDADE ATRAVÉS DO MÉTODO DE STOKES.
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