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TCC - PROCESSO DE LUTO MATERNO

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O PROCESSO DE LUTO MATERNO E A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO 
DO PSICÓLOGO 
 
 
 
RESUMO- O luto perinatal é um momento extremamente doloroso, raramente reconhecido 
pelo meio ambiente e tem diferentes efeitos na psicologia da mãe. Este artigo foi realizado 
sobre os trabalhos de intervenção psicológica em mães enlutadas no hospital e maternidade. 
Este estudo baseia-se em um método qualitativo e visa compreender a importância de perder 
um filho para famílias enlutadas, avaliar a intervenção psicológica em caso de morte e lidar 
sistematicamente com o modo de intervenção psicológica do bebê perdido. Artigos e livros 
sobre o assunto são usados como ferramentas. Os resultados mostram que o intenso trabalho 
psicológico de luto que as famílias sofrem ainda raramente recebe apoio social das instituições, 
podendo a psicologia hospitalar nessas famílias prevenir traumas futuros, evitar o luto 
patológico. Os resultados mostraram que a mãe que vivenciou a tristeza profundamente se 
sente culpada pela família. Daí a importância do papel da psicologia do luto e a importância do 
espaço de escuta, como grupos, porque compartilhar a dor com outros colegas sempre foi um 
meio eficaz de recuperação para àqueles que estão passando pela dor de perder um filho. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Psicologia Hospitalar. Maternidade. Morte 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Este artigo tem como objetivo relatar intervenções psicológicas para um 
grupo de mães que perderam seus entes queridos. Descrevendo a tristeza em 
geral devido à morte de um feto ou recém-nascido, conforme proposto por 
Laconelli (2007), será utilizado o termo luto perinatal. Antes do nascimento ou 
nos primeiros dias de vida, a interrupção da gravidez e a consequente morte do 
filho costumam ser considerados um momento extremamente doloroso, pois o 
processo de estabelecimento da fantasia e representação sobre a criança por 
meio da idealização do bebê é afetado pelo papel dos pais. 
Influências e a interrupção prematura e inesperada, e a morte de um 
bebê pode causar muita dor, o que pode afetar a capacidade dos pais de 
manter o equilíbrio, isso porque a ligação com o bebê existe antes mesmo de 
ele nascer, e se reflete em expectativas e projetos. (Silva & Gramacho, 2005) 
Não objetivando esgotar o tema, aqui se propõe a meramente fazer uma 
breve análises, das consequências psicológicas sofridas pela mãe enlutada e 
da importância do trabalho e assistência psicológica nesse momento. 
Segundo Bertoldi (2012), é necessário que os pais tenham um local para 
expressar sua dor, raiva, medo e culpa. Infelizmente, as tentativas de se parar 
ou aliviar essa dor, ou ignorar o luto que sentem por acreditar que outro filho 
não aparecerá, caso o feto chegue ao resultado morte, ou porque o curto 
tempo de convivência não pode formar um vínculo, tentam fazer com que alivie 
a dor por meio de expressões convincentes, como: "Vocês podem ter outros 
filhos em breve" ou "Deus sabe o que faz, a gente não entende agora, mas 
depois vai entender". 
Para Iaconelli (Iaconelli, 2007) o luto perinatal, consiste na dificuldade 
do luto pela morte do feto ou do recém-nascido, este termo assumido neste 
artigo, é considerado pela sociedade como algo que deve ser evitado. Isso 
porque se opta por negar e racionalizar sem tocar no ponto na dor. 
Neste sentido, a reação das pessoas à notícia da perda é dizer o mínimo 
para os pais do bebê, pois isso trará sentimentos que são interpretados como 
perturbadores e nestes casos, o ideal seria que em todos os hospitais e 
maternidades dispusessem de um local apropriado para receber esses 
familiares e fornecer atendimento imediato para essa situação, com 
profissionais de psicologia que sejam capazes de ouvir e orientar a melhor 
forma de como lidar com o luto. 
O objetivo principal deste trabalho é reunir opiniões de autores em livros 
e artigos sobre como lidar com o luto perinatal e a importância dos psicólogos 
nessa jornada, demonstrando as dificuldades que os familiares encontram, 
bem como o que o psicólogo pode fazer. 
Daí a importância deste tema, pois é uma temática que ocorre todos os 
dias, e com a evolução da psicologia é necessário estar em acompanhamento 
para que se possa ser capaz de fornecer sempre o melhor tratamento 
adequado para o paciente, que no caso em tela, são as mães enlutadas, 
contribuindo para a melhora da sociedade e deste grupo em específico. 
A metodologia utilizada será de pesquisa bibliográfica sobre o tema luto 
perinatal, onde podem ser encontradas lacunas teóricas e metodológicas 
dentro da literatura científica. Durante a pesquisa realizou-se um estudo mais 
aprofundado sobre o assunto constatando a existência de poucos trabalhos de 
psicologia sobre o assunto em específico, principalmente no que se refere às 
hipóteses de ações práticas junto aos pais enlutados que vivenciaram essa 
situação, ou seja, não há oportunidade de participar de um trabalho psicológico 
intenso nos serviços de saúde do País. 
Diante dessa situação, este trabalho pretende compreender o significado 
do luto perinatal para a pessoa enlutada e analisar a intervenção psicológica. 
1 DESENVOLVIMENTO 
Pode-se reconhecer que os conceitos de saúde e doença mudaram ao 
longo dos anos. Os avanços tecnológicos e científicos têm contribuído para 
mudanças na qualidade da assistência, apresentam mudanças também a 
abordagem para os sintomas e ações de tratamento, levando a um 
atendimento não personalizado e, portanto, a práticas médicas 
desumanizadas. 
No entanto, como se sabe, é impossível falar em saúde e resistência às 
doenças pois, também são formas de promoção da saúde promover a justiça 
social, distribuir melhor os serviços assistenciais à população, desenvolver 
planos de trabalho em saúde nas escolas e estimular os profissionais de saúde 
a uma visão mais social sobre o tema e desta forma, a saúde é intimamente 
relacionada à cultura da população. 
Segundo Chiattone (1987), o conceito de saúde deve ser incluído na 
relação entre os fatores interpessoais do sujeito e o ambiente familiar e de 
convivência, transformando pacientes em humanos. 
Pode-se notar que conhecimento, habilidade e tecnologia podem ser 
usados como escudo para alguns profissionais de saúde, porque é difícil lidar 
com pessoas, não apenas pessoas físicas, mas também sociais e espirituais e 
perceber que a doença se tornou um aspecto físico, social e uma manifestação 
de problemas físicos e psicológicos. 
Quando uma criança está doente, os membros da família também se 
sentem assim e geralmente se culpam pela doença, uma vez que a família 
representa uma estrutura, e quando algum membro da estrutura está doente, 
você pode perceber a falta de estrutura desse grupo. 
Segundo Chiattone, após essa destruição, as famílias buscam o 
equilíbrio anterior redistribuindo sua carga emocional, seja ela hostil ou 
emocional. (CHIATTONE, 1987) Nesse momento, podem-se ver duas posições 
comuns, assumidas pela família. Uma delas é que, quando os familiares 
adotam uma postura superprotetora com a criança hospitalizada, essa carga 
emocional é liberada e devolvida ao paciente, mesmo com algum tipo de 
hostilidade. 
Essa atitude geralmente traz muita culpa da família para as crianças no 
hospital. Outra posição que as famílias costumam assumir é que, ao pensarem 
que o paciente é alguém que está tentando desestabilizar a estrutura familiar, 
vão reagir com hostilidade. 
Ao longo da história, a humanidade, em diferentes culturas, fez com que 
as crianças ocupassem lugares diferentes e sem importância na sociedade. Na 
Idade Média, as crianças eram subestimadas porque eram consideradas 
microcosmos incompletos e adultos sem personalidade. Para Ariès (1981), 
essa forma de ver as crianças pode ser porque não há lugar para a infância 
naquele mundo. Naquela época, a criança morria, muitas vezes sem nome, ou 
outra criança era nomeada imediatamente. 
A partir do século XIX,a morte de uma criança passou a ser considerada 
importante, e conotações religiosas costumavam ser acrescentadas como o 
motivo de sua morte. O abandono quase total desde a Idade Média, a perda de 
um filho nesse século, tornou-se um acontecimento profundamente emocional 
e triste (LAPLANCHE, 2001) e continua até hoje. 
A morte de uma criança antes ou logo após o nascimento perturba a 
ordem natural da vida. Da mesma forma, são interrompidos sonhos, 
esperanças, expectativas e esperas. O que existe geralmente é armazenado 
no futuro filho. Nessa perspectiva, a forma de entender a morte mudou ao 
longo do tempo, e com ela vem o possível impacto do luto. (Gesteira, 2006) 
Atualmente, existem estudos sobre a relação entre as pessoas e a 
morte, geralmente com foco no processo de luto. Por outro lado, poucos 
estudos envolvem luto perinatal. Este é composto pelos temas proibição e 
rejeição. Vale ressaltar que o luto perinatal merece atenção especial por se 
tratar de uma perda não reconhecida, não apresentada publicamente e não 
vista pela sociedade (Gesteira, 2006). Além disso, terá um impacto 
considerável sobre aqueles que não têm chance de vivenciar essa perda de 
forma mais saudável. 
Todas as dificuldades anteriores mostram a importância de um estudo 
que objetive analisar o processo de morte de crianças como realmente 
relevante. Esse processo deve ser pautado na descrição do processo de 
doença e hospitalização pediátrica, e compreender quais crenças sobre a 
morte permeiam nossa sociedade e como essa crença se estrutura no paciente 
e em seus familiares. Normalmente, crianças doentes e hospitalizadas são 
colocadas em um local de forma passiva e não tem voz, porque os adultos 
tomam decisões que as crianças não podem e não entendem o que está 
acontecendo com eles. Neste trabalho, também objetiva-se aprimorar a 
percepção subjetiva desses temas, acreditando que existe uma maneira de 
lidar com sua vivência de forma significativa, minimizando assim o peso que 
pode ser considerado um risco no processo de hospitalização e de morte. 
Há tempos atrás, ao morre a pessoa era coberta com um véu, em casa 
com a participação de familiares e amigos. E quando amanhecia era chegado o 
momento de dizer adeus aos entes queridos. No entanto, hoje, a negação da 
morte prevalece na maioria dos casos, principalmente quando se trata da morte 
de bebês. A morte ocorreu longe da casa do falecido, o corpo dificilmente 
chega a ir para casa, e o sepultamento é organizado da forma mais rápida 
possível. 
A expressão da emoção é suprimida, o arrependimento e as lágrimas 
são suprimidos. Espera-se que as mães que perderam seus entes queridos 
sejam "fortes", pois precisam cuidar dos filhos que ficaram e se preparem 
rapidamente para o luto. É comum essas mães ouvirem que ainda são jovens e 
podem ter outros filhos. Essa negação da dor constitui uma negação da perda 
e impede a possibilidade de reprodução do bem perdido, bem como de uma 
recuperação e aprendizagem de como lidar com essa dor. (IACONELLI, 2007) 
Há uma falta de compreensão do luto das mães que perderam seus 
entes queridos, porque os desejos dos pais nem sempre são ouvidos durante o 
luto perinatal. Diante da morte de um bebê, o procedimento ritual é um tanto 
alienado e constrangedor. Isso revela que é impossível atribuir a morte de uma 
criança à morte de um bebê. 
Iaconelli (2007) apontou que, no que diz respeito às questões 
relacionadas à morte, a modernidade evita o contato com a dor, e ao negar a 
dor satisfaz as ilusões relacionadas à finitude por meio da tecnologia médica. 
Para os pais que perderam um ente querido, negar a dor tem maior apelo 
social. Quando um bebê que estava por nascer morre, a falta de consciência 
da sociedade sobre a dor é ainda mais séria, como se ele nunca tivesse 
existido para os pais. As mães buscam reconhecimento social para seus filhos 
perdidos, mas muitas vezes ouvem que seus filhos são facilmente substituídos 
e sob pressão tenta acelerar o trabalho do luto. 
Freud entendeu o luto como o trabalho de se adaptar à perda de um 
ente querido como o ego que perde um objeto. Primeiro, identifique os objetos 
perdidos, depois disso, comece a investir em novos objetos. Segundo Freud, o 
luto é uma tarefa física que precisa ser cumprida, ou seja, substituir os desejos 
e memórias do falecido. 
O autor ainda destacou que o luto é uma tarefa mental que não requer 
tratamento, e apontou que algumas condições precisam ser elaboradas no luto, 
como supercomprometimento e subsequente memória de objetos perdidos, 
testes de realidade, luto, reconhecimento social dos temas e contradições de 
perder entes queridos. (FREUD, 1996) 
De acordo com Elizabeth, essa interpretação psicológica da perda é 
realizada em cinco estágios: negação, raiva, barganha, frustração e aceitação. 
O autor tem como alvo pacientes terminais, mas aqueles que vivenciaram a 
morte de seus entes queridos também enfrentam dor e tristeza. A primeira 
fase, a negação, geralmente é percebida no momento em que a família recebe 
a notícia. Depois de compreender o status quo de seus entes queridos, as 
pessoas muitas vezes negam as notícias e não acreditam nas informações 
recebidas. Negação manifestada no questionamento da autenticidade das 
inspeções, relatórios e avaliações médicas. “Não, não pode ser verdade.” 
(KÜBLER-ROSS, 2008) 
A maioria das pessoas não permanecerá nesta situação por muito 
tempo. Isso porque negação persistente não permite que a pessoa chegue ao 
segundo estágio de luto, a raiva. Quando o primeiro estágio de negação não 
pode mais ser sustentado, é substituído por sentimentos de raiva, ira, culpa e 
ressentimento. Portanto, surge a pergunta: “Por que isso está acontecendo 
comigo?” (KÜBLER-ROSS, 2008) 
Muitas pessoas apenas atravessam do primeiro estágio para o segundo 
sozinhas, no entanto, nas próximas fases, é extremamente necessário o 
acompanhamento de um profissional da psicologia para a transposição para os 
próximos estágios. Quando se admite que existe a condição informada ou a 
notícia da morte de um ente querido, ocorre a fase da raiva, mas esse tipo de 
consentimento é acompanhado por um sentimento de desobediência e 
injustiça. Nesta fase, lidar com o paciente costuma ser mais difícil, pois a raiva 
se espalha em todas as direções, permitindo que ele veja a Deus e todos ao 
seu redor como responsáveis pela causa de seu sofrimento. 
A próxima etapa, a barganha, começa com uma tentativa de negociação, 
geralmente apresentada por meio de ideais religiosos. Os pacientes costumam 
dizer: “Se Deus decidir me tirar deste mundo sem atender ao meu pedido 
raivoso, se eu apelar com calma, posso ser mais condescendente (KÜBLER-
ROSS, 2008) 
De acordo com o autor, a negociação ocorre de forma semelhante ao 
que uma criança faz com os pais, "Se eu fizer isso, você me dá aquilo", 
tentando ganhar tempo e / ou fazer as coisas voltarem a ser como eram. Este é 
o estágio mais rápido, pois quando o paciente percebe que a negociação não 
resolve e que a perda é irreversível, inicia-se o quarto estágio, a depressão. 
Nesta fase, emoções como tristeza, desolação, culpa, desespero e medo são 
bastante comuns. A depressão é uma ferramenta muito útil como ferramenta 
para se preparar para uma perda iminente. (Bertoldi, 2012) 
Nesse estágio é muito importante a participação do psicólogo, pois é o 
estágio mais difícil e prolongado, podendo permanecer nele por anos, ou nunca 
mais sair. Por isso o luto deve ser acompanhado desde o começo pelo 
profissional, a fim de preparar a mãe para este estágio passando por ele e 
retomando sua vida. 
É necessário permitir que a mãe externalize a sua tristeza, pois assim 
estará mais receptiva a esta situação e valorizará quem puder acompanhá-la 
neste estado depressivo, em vez de lhe pedir constantemente para não ficar 
triste (KÜBLER-ROSS, 2008). Para que finalmente, ela possa passar e superarmais esta etapa e ir ao último estágio, a aceitação. Kübler-Ross apontou que 
aceitação e felicidade não devem ser confundidos, são sentimentos diferentes, 
o estágio de felicidade apenas se parece com a aceitação, que é, na verdade, 
uma fuga dos sentimentos, como se a dor diminuísse e a luta parasse. 
(KÜBLER-ROSS, 2008) 
No entanto, é preciso enfatizar que a autora acredita que as pessoas 
não passam por essas etapas de forma linear, ou seja, podem superar uma 
etapa e depois recuar ou estagnar em uma etapa, ao invés de seguir em frente 
por muito tempo, e até superar rapidamente todas as etapas e aceitarem isto, 
por isso a necessidade que Bertoldi colocou de haver um espaço adequado 
para receber essas mães. (Bertoldi, 2012) 
Kubler-Ross também destacou a importância da esperança nesse 
processo, de acordo com o que leciona a autora, mesmo as pessoas mais 
submissas a essa situação deixam a possibilidade de cura e coisas novas. É 
essa esperança que o apoia no enfrentamento de tanta dor. Parece que a 
situação que você está vivenciando deve ter um certo senso de missão, ou 
apenas um pesadelo ilusório. (KÜBLER-ROSS, 2008) 
Já para Kóvacs, (2000) quando não há esperança no horizonte, 
enfrentamos a própria morte, fazendo uma comparação, de que a mãe se 
sentiria morrer junto ao filho ao perceber sua irrefutável partida, e que somente 
então ela estaria pronta para voltar a viver. Kübler-Ross propõe que, em geral, 
existem dois conflitos que vão causar grande dor, a esperança que substitui o 
desespero, fazendo com que as pessoas ao redor da mãe tenham uma 
sensação de desistência e a segunda fonte de dor que vem do sentimento de 
incapacidade de aceitar a todo custo que o bebê morreu. 
Portanto, as performances devem primeiro ser direcionadas aos 
comunicados à imprensa e, no sentido de investir em respostas de culpa, 
hostilidade, agressão, negação e medo, tornam as redes de comunicação uma 
forma de fornecer canais de expressão para minimizar o sentimento de perda. 
O trabalho em equipe multidisciplinar deve conscientizar sobre a 
importância da divisão das responsabilidades das mães e da aceitação do 
apoio familiar. Assim é importante perceber, identificar e compreender a 
relevância das vulnerabilidades da mãe que está exposta diante da perda, e o 
psicólogo deve estar atento ao processo pelo qual a família está passando, 
ficando de prontidão e trabalhando com eles para resolver a ansiedade e os 
problemas causados pelos componentes e estágios do luto perinatal. 
 
2 CONCLUSÃO 
Este estudo permitiu uma compreensão aproximada do significado da 
perda perinatal vivenciada pela família, atingindo assim o objetivo proposto. 
Consigo entender como a perda do período perinatal deixa a mãe 
sobrecarregada 
Pessoas que perderam seus entes queridos, especialmente se não 
tiverem apoio psicológico. Este estudo também avaliou intervenções 
psicológicas no caso de luto perinatal e fez recomendações para intervenções 
psicológicas quando o bebê foi morto. No processo de pesquisa, várias 
potencialidades levantadas por este trabalho podem ser determinadas, como a 
compreensão da dor das famílias que perderam seus entes queridos e a 
compreensão dessa perda pelos psicólogos, oportunizando assim a escuta. 
O estudo também buscou desvendar o mistério da morte, principalmente 
a morte perinatal, lembrando os sujeitos do impacto emocional que podem ser 
trazidos caso não recebam os cuidados que merecem, embora este não seja o 
foco do estudo. Vale ressaltar que as pessoas que cuidam e a equipe que 
cuida da família também reconhecem a psicologia e reconhecem sua 
importância e relevância no campo da obstetrícia. Outro ponto do estudo que 
merece destaque é o cuidado doloroso de todos os envolvidos na perda 
perinatal, incluindo os pais que costumam ser excluídos na maioria dos 
estudos, e os cuidados prestados. Por fim, destacam-se os benefícios da 
pesquisa com o método utilizado, por ser propício à construção de um modelo 
de intervenção para essa população. 
 
3 REFERÊNCIAS 
ARIÉS, P. (1981). História social da criança e da família. Rio de Janeiro: 
Editora Guanabara. 
Bertoldi, C. O. (2012). Que dor é essa? Em L. &. Bernardino, O bebê e a 
modernidade: abordagens teórico-clínicas. (pp. 193-203). São Paulo: 
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CHIATTONE, H. B. (1987). A criança e a hospitalização.'. Em V. A. A. Camon 
(Org.), A psicologia no hospital (pp. 40-132). São Paulo: Traço. 
FREUD, S. (1996). Luto e melancolia. . Em S. FREUD, Obras completas de 
Sigmund Freud. (pp. 245-263). Rio de Janeiro: Imago, v. XIV . 
Gesteira, S. M. (2006). O luto no processo de aborto provocado. . Acta Paulista 
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Iaconelli, V. (2007). Luto insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica 
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IACONELLI, V. (2007). Luto insólito, desmentido e trauma: clínica psicanalítica 
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KÓVACS, M. J. (2000). Paciente terminal e a questão da morte. . Em M. J. 
Kóvacs (Org.), Morte e desenvolvimento humano. (pp. 195-212). São 
Paulo: Casa do Psicólogo. . 
KÜBLER-ROSS, E. (2008). Sobre a morte e o morrer. . São Paulo: Martins 
Fontes. 
LAPLANCHE, J. (2001). Vocabulário de Psicanálise. . São Paulo: Martins 
Fontes. . 
Silva, K. M., & Gramacho, P. M. (2005). Discurso de pais enlutados: 
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doi:https://www.psicologia.pt/artigos/textos/A0288.pdf

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