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Medidas de Associação e Medidas de Impacto Um dos objetivos da pesquisa epidemiológica é o reconhecimento de uma relação causal entre uma exposição particular (fator de risco ou proteção) e um desfecho de interesse (a ocorrência de uma doença ou medida clínica). Para mensurar quantitativamente utilizam-se as Medidas de Associações → Devemos considerar a significância estatística, a validade interna e os vieses ou variáveis de confundimento (demográfico, socioeconômico, ambiental, comportamental). Medidas de Efeito e Associação: Possuem uma abordagem contrafactual → Exposto e Não exposto a um fator / tratados e controlados a um determinado medicamento, como a vacina, por exemplo. EXEMPLO: População exposta a um determinado agente químico = alta incidência acumulada de câncer nesses indivíduos. Verificar, no mesmo período de observação, a incidência acumulada de câncer na população não-exposta. A quantificação da diferença encontrada é o que se chama MEDIDAS DE ASSOCIAÇÃO. ATENÇÃO: O grupo referência deverá corresponder ao valor NATURAL de comparação, que tipicamente representa o menor risco, por exemplo: Dentro das medidas de efeito e associação possuímos as medidas relativas (razão) e as medidas absolutas (diferença). MEDIDAS RELATIVAS OU ABSOLUTAS RAZÃO DIFERENÇA Medidas relativas = RAZÃO: quantas vezes a ocorrência da doença é maior no grupo de expostos em relação ao grupo não-expostos → Varia de ZERO ao INFINITO POSITIVO. Valor = 1 (valor nulo) = frequência das doenças entre os grupos expostos e os grupos não-expostos são iguais, portanto, não existe associação. Valor > 1 (associação positiva) = frequência da doença maior entre os expostos em relação aos não expostos, sugerem que associação seja fator de risco para doença. Valor < 1 (associação negativa) = frequência da doença menor entre os expostos em relação aos não expostos, sugerem que associação seja fator de proteção para doença. • Incidência nos expostos: 10/100=0,1 0,1 x100%= 10%. • Incidência nos não expostos: 50/500=0,1 0,1 x100%= 10%. Risco Relativo: 0,1/0,1 = 1 ⇒ Isto representa a igualdade, isto é, o risco dos expostos e o risco dos não expostos é igual. Medidas absolutas = DIFERENÇA: Informa o quanto a frequência de uma doença no grupo dos expostos excede em relação ao grupo não-expostos, refletindo o número absoluto de casos atribuíveis à exposição. Valores iguais de frequência nos grupos de expostos e não-expostos significa que a diferença entre eles será igual a zero (valor nulo), logo não existe associação. Valores de medidas absolutas entre proporção variam de -1 a +1 e entre taxas variam do infinito negativou ao infinito positivo. • Incidência nos expostos: 10/100=0,1 0,1 x100%= 10%. • Incidência nos não expostos: 50/500=0,1 0,1 x100%= 10%. Risco Relativo: 0,1 - 0,1 = 0 ⇒ Este resultado representa a igualdade, isto é, o risco dos expostos e o risco dos não expostos é igual. Risco Relativo ou Razão de Risco (RR): Quantas vezes é maior o risco de desenvolver a doença entre o grupo tratados (ou expostos) em relação ao grupo controle (não- expostos). É a razão entre o risco no grupo tratado (RT) e o risco no grupo controle (RC): RR = RT / RC Interpretação: RR= 0,06 / 0,03 = 2 → risco de desenvolver a doença entre o grupo não amamentação é duas vezes maior em relação ao grupo controle (amamentação). RR= 0,03 / 0,15= 0,2 → como interpretar? Utilizamos o inverso = 1 / RR = 1 / 0,2 = 5 → O risco de desenvolver a doença entre o grupo não vacinado é cinco vezes maior em relação ao grupo vacinado. Risco Atribuível (RA): É usado para responder o quanto da frequência de adoecimento pode ser evitada, se existisse meios efetivos de eliminação da exposição em questão. O risco de adoecimento no grupo não exposto é devido a quaisquer outras causas que não a exposição de interesse. Aplicado somente nos estudos que permitam estimar a incidência. RA = IAExpostos - IANãoExpostos ATENÇÃO: No estudo transversal as duas analises são possíveis: Se o número de doentes entre os expostos é maior do que o número de doentes entre os não-expostos. Se a frequência do fator de risco nos doentes é maior do que nos sadios. Diferença entre Prevalências (DP): Casos relacionados somente à exposição. DP= PExpostos – PNãoExpostos. Estimativa do tamanho do efeito do tratamento: Redução Absoluta de Risco (RAR): Aplicado nos estudos de intervenção. É a diferença de risco entre o grupo controle (RC) e o grupo tratado (RT), em termos absolutos: RAR = RC – RT Redução Relativo de Risco (RRR) = EFICÁCIA: Expressa a redução percentual de eventos no grupo tratado (RT) em relação aos controles (RC). É também conhecida como EFICÁCIA, que representa a redução relativa do risco obtido com a intervenção: RRR = (1-RR) x 100 = RRR = (1-RT/RC) x 100 = RRR = [(RC – RT)/RC] x 100 Número Necessário para Tratar (NNT): É o inverso da Redução Absoluta de Risco. Esta medida expressa o número de pacientes que devem ser tratados a fim de que um evento adverso adicional seja evitado. EX: se a droga tem um NNT=5, em relação ao evento morte, significa que cinco pacientes devem ser com ela tratados para que uma morte adicional seja evitada. NNT = 1/RAR = NNT = 1/(RC-RT) Odds Ratio = Razão de Chances (OR): Trata-se de uma razão entre as chances de desfecho esperado no grupo de intervenção e no grupo controle. OR = (a/b) / (c/d) = a.d / b.c EXEMPLO: A estimativa do efeito da trombólise IV no IAM pode ser expressa através de: RAR: 12,3% - 9,4% = 2,9% (a diferença entre o grupo controle e o grupo tratado foi de 2,9 unidades percentuais). RR: 9,4 / 12,3 = 0,76 (o grupo tratado com trombolítico apresentou um risco relativo de morte de 0,76 em relação ao grupo controle → intervenção benéfica). RRR: (1- 0,76) x 100 = 24% (a trombólise intravenosa possibilitou uma redução na letalidade pós IAM de 24% em relação ao grupo controle). NNT: 1/RAR = 1/0,029 = 34 (é necessário tratar 34 pacientes com trombolítico para se evitar a morte de um deles, ou seja, a cada 34 pacientes tratados, uma morte é prevenida). OR = (1352 x 12613) / (13086 x 1773) = 0,73 (a chance de morrer no grupo tratado é 0,73 em relação ao grupo controle).
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