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Gastro - Hemorragia digestiva

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GASTRO – HEMORRAGIA DIGESTIVA 
ALTA 
“Alta”: estômago, esôfago e duodeno → antes do 
ângulo de Treitz (curvatura de fronteira entre o fim do 
duodeno e início do jejuno. 
É relativamente comum; mais prevalente em homens, 
pois as entidades etiológicas são mais comuns em 
homens. 
80 a 85% são auto-resolutivos e cessam 
espontaneamente. 
 
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: 
✓ Hematêmese, melena (sangue escuro nas fezes), 
enterorragia, hematoquezia (menor volume de 
sangue misturado com as fezes quando comparado 
a enterorragia) → situações comuns na emergência 
✓ Sangramento oculto → investigar situações de 
anemia 
✓ Melanêmese (vômito de sangue preto) → rara 
✓ Hipovolemia → choque 
✓ Síncope, dispneia, azia, dor epigástrica, dor 
abdominal difusa, disfagia, icterícia, 
emagrecimento → sintomas mais gerais, 
relacionados à etiologia de base 
 
A manifestação clínica depende do local, volume, 
velocidade e quantidade de sangramento. 
 
DIAGNÓSTICO: 
História clínica + exame físico 
 
EXAME FÍSICO 
✓ Investigar outras causas de sangramento. 
✓ Inspeção da nasofaringe 
✓ Pele (pele fria, úmida e pálida → sangramento 
crônico; telangectasias e edema/eritema palmar → 
doença hepática crônica; circulação colateral e 
aranhas vasculares → doença hepática (cirrose), 
hipertensão portal e varizes de esôfago) 
✓ Fazer palpação abdominal (hepatoesplenomegalia 
→ hipertensão portal) e toque retal são 
fundamentais! 
 
Após confirmar diagnóstico, verificar a amplitude do 
sangramento: hematêmese e enterorragia são 
indicativos de gravidade. 
A diminuição da volemia decorrente do sangramento 
causaria diminuição do retorno venoso e diminuição do 
débito cardíaco, levando à queda da PA, aumento das 
catecolaminas e aparecimento de sinais no exame físico 
(sudorese fria, palidez cutânea e aumento da frequência 
cardíaca). 
Doenças associadas: IRC, insuficiência hepática, 
doenças hematológicas. 
Atenção ao sangramento intra-hospitalar. 
 
CONDUTA INICIAL 
A conduta inicial na hemorragia digestiva deve ser a 
avaliação hemodinâmica! 
Estabilizar hemodinamicamente o paciente deve ser 
prioridade antes mesmo de buscar a causa desse 
sangramento! 
Dessa forma, faz-se o acesso venoso e inicia reposição 
volêmica com cristalóides. 
A monitorização dos sinais vitais é indispensável para 
avaliar a gravidade e adequar a resposta terapêutica. 
EXAMES COMPLEMENTARES 
✓ Hemograma 
✓ Tipagem sanguínea 
✓ Coagulograma 
✓ Elerólitos 
✓ Ureia e creatinina 
 
MEDIDAS GERAIS 
 
 
HIDRATAÇÃO E REPOSIÇÃO VOLÊMICA 
Após avaliação do estado hemodinâmico, inicia-se a 
terapia de reposição hidroeletrolítica, por punção de, no 
mínimo, 2 veias periféricas de grosso calibre. 
De acordo com a perda estimada, repor 3ml de 
cristaloides para cada ml de sangue perdido. 
 
HEMOTRANSFUSÃO 
Quando há choque hipovolêmico ou em condições de 
risco (cardiopata, IRC, insuficiência hepática). 
✓ Hematócrito em torno de 25 e 30% 
✓ Hemoglobina em torno de 7 a 8 g/dl 
✓ 1 un. Concent. Hemáceas = resposta 3% de 
Hematócrito de 1g/dl de Hb 
 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
 
ENDOSCOPIA DIGESTIVA ALTA 
Só agora, depois de garantir a estabilização do paciente, 
é feita a endoscopia. Ela é realizada para ver se há 
sangramento persistente (hemorragia ainda ativa), 
identificar possíveis ressangramentos e realizar 
intervenção terapêutica. 
 
 
 
. 
 
CIRURGIA 
Não é comum. Critérios: 
✓ Falência dos tratamentos menos invasivos 
✓ Sangramento por mais de 24h ou por sangramento 
recorrente 
✓ Necessidade de concentrado de hemácias superior 
a 6 a 8 unidades 
 
SITUAÇÕES DE ALTO RISCO 
✓ + 70 anos 
✓ Hipotensão postural 
✓ Doenças graves associadas 
✓ Sangramento (por mais de 24h ou recorrente) e 
hospitalizados 
✓ Ressangramento 
Na mucosa do 
esôfago/estomago; é uma 
substância que causa 
cicatrização do vaso, 
impedindo o 
Ressangramento 
Aplicação de 
elásticos que 
comprimem o 
mamilo da varize 
hemorrágica, 
estacando o 
sangramento 
✓ Necessidade de concentrado de hemácias superior 
a 6 a 8 unidades. 
 
GASTRO – HEMORRAGIA DIGESTIVA 
BAIXA 
Abaixo ângulo de Treitz; 
95% provêm do cólon (geralmente do lado direito) 
Mais comum em idosos 
 
EVOLUÇÃO CLÍNICA 
Tende a ser autolimitada, com resolução espontânea, 
que geralmente cessa em 48h. 
O quadro clínico pode oferecer indícios do local do 
sangramento, mas não é capaz de diagnosticar com 
precisão a causa. 
Fazer exame retal para ver se o sangramento provém de 
hemorroida! 
 
TRATAMENTO 
Segue os mesmos princípios da hemorragia alta. 
EDA: síndrome de Mallorey-Weis, esofagite erosiva, 
ulcerações por vírus, medicamentos, carcinomas e 
varizes esofágicas (esôfago); úlcera péptica, lesão da 
mucosa péptica, carcinoma/linfoma gástrico, 
malformações vasculares, ulcera medicamentosa e 
ruptura de aneurisma de artéria esplênica (estômago); 
úlcera péptica, malformações vasculares e fistulas 
aortoentéricas (duodeno) etc. 
 
ETIOLOGIA 
✓ Doença diverticular 
✓ Pólipo colônico sangrante 
✓ Colite actínica/ulcerativa/ isquêmica/ por 
citomegalovírus 
✓ Doença de Crohn 
✓ Divertículo de Merckel 
 
COMO DIFERENCIAR HEMORRAGIA 
DIGESTIVA ALTA DA BAIXA?

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