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Introdução à Anatomia Terminologia anatômica, termos de posição e cavidades com enfoque em tórax e abdômen Noções básicas e termos de esplancnologia Níveis Organizacionais Nível químico - inclui todas as substâncias químicas necessárias para manter a vida. As substâncias químicas são constituídas de átomos, a menor unidade de matéria, e alguns deles, como o carbono (C), o hidrogênio (H), o oxigênio (O), o nitrogênio (N), o cálcio (Ca), o potássio (K) e o sódio (Na) são essenciais para a manutenção da vida. Os átomos combinam-se para formar moléculas; dois ou mais átomos unidos. Exemplos familiares de moléculas são as proteínas, os carboidratos, as gorduras e as vitaminas. Nível celular - as moléculas, por sua vez, combinam-se para formar o nível celular. As células são as unidades estruturais e funcionais básicas de um organismo. Entre os muitos tipos de células existentes em seu corpo estão as células musculares, nervosas e sanguíneas. Nível tecidual - é o nível tecidual. Os tecidos são grupos de células semelhantes que, juntas, realizam uma função particular. Nível Orgânico - quando diferentes tipos de tecidos estão unidos. Os órgãos são compostos de dois ou mais tecidos diferentes, têm funções específicas e geralmente apresentam uma forma reconhecível. Exemplos de órgãos são o coração, o fígado, os pulmões, o cérebro e o estômago. Nível Sistêmico - Um sistema consiste de órgãos relacionados que desempenham uma função comum. O sistema digestório, que funciona na digestão e na absorção dos alimentos, é composto pelos seguintes órgãos: boca, glândulas salivares, faringe (garganta), esôfago, estômago, intestino delgado, intestino grosso, fígado, vesícula biliar e pâncreas. Tecidos Tecido Epitelial: é composto por células justapostas, com escasso material intercelular. Função: formam membranas de revestimento das superfícies livres (externas e internas) do corpo, e as glândulas. Tecido Conjuntivo: é formado por uma população heterogênea de células rodeadas por grande quantidade de matriz extracelular, constitui o suporte para praticamente todos os órgãos. Funções: Este tecido está relacionado à arquitetura, preenchimento, nutrição, proteção e defesa. Tecido muscular: é formado por uma população de células especializadas na contratilidade, denominadas fibras musculares, que se contraem sob um estímulo apropriado. Função: movimentos do corpo. Tecido nervoso: é formado por células especializadas na capacidade de receber, gerar e transmitir os impulsos nervosos. Cenário A anatomia é o cenário (estrutura) na qual ocorrem os eventos (funções) da vida. As três principais abordagens para o estudo da anatomia são regional, sistêmica e clínica (ou aplicada), que refletem a organização do corpo e as prioridades e os propósitos do estudo. Métodos de Estudos Aqui apresentaremos a anatomia humana macroscópica, o exame das estruturas do corpo que podem ser vistas sem um microscópio. Existem diversas abordagens para estudar a anatomia: Anatomia Regional - é o método de estudo do corpo por regiões, como cabeça, tórax e abdome (anatomia de superfície). Anatomia Sistêmica - é o método de estudo do corpo por sistemas, por exemplo, sistema cardiovascular, sistema respiratório, etc. Anatomia clínica - é o método que enfatiza a estrutura e a função à medida que se relacionam com a prática da medicina e outras áreas da saúde. Anatomia palpatória - é o método que investiga manualmente a superfície corporal. A prática das técnicas de contato proporciona ao profissional de saúde a habilidade de receber informações relativas de cada paciente. Anatomia Regional Anatomia Sistêmica A anatomia sistêmica é o estudo dos sistemas que atuam em conjunto para realizar funções complexas: ● O tegumento comum (dermatologia) ● O sistema articular (artrologia) ● O sistema esquelético (osteologia) ● O sistema muscular (miologia) ● O sistema nervoso (neurologia) ● O sistema circulatório (angiologia) ● O sistema cardiovascular (cardiologia) ● O sistema linfático ● O sistema digestório (gastrenterologia) ● O sistema respiratório (pneumologia) ● O sistema urinário (urologia) ● O sistema genital (ginecologia para mulheres e andrologia para os homens) ● O sistema endócrino (endocrinologia) Obs.: Aparelho locomotor (ortopedia) = esquelético + articular + muscular Anatomia clínica A anatomia clínica (aplicada) enfatiza aspectos da estrutura e da função do corpo importantes na prática da medicina, da odontologia e das outras áreas da saúde. Inclui os métodos regional e sistêmico de estudo da anatomia e enfatiza a aplicação clínica. A anatomia clínica costuma incluir a inversão ou reversão do processo de raciocínio normalmente seguido quando se estuda a anatomia regional ou sistêmica. Inclui os métodos regional e sistêmico de estudo da anatomia e enfatiza a aplicação clínica. A anatomia clínica costuma incluir a inversão ou reversão do processo de raciocínio normalmente seguido quando se estuda a anatomia regional ou sistêmica. Por exemplo, em vez de pensar “A ação desse músculo é...”, a anatomia clínica pergunta “Qual seria a consequência da ausência de atividade desse músculo?” Em vez de dizer “O nervo... é responsável pela inervação dessa área da pele”, a anatomia clínica pergunta “A dormência nessa área indica lesão de que nervo?” Anatomia de superfície Terminologia Anatômica Terminologia anatômica internacional (International Anatomical Terminology): permite a comunicação precisa entre profissionais de saúde e cientistas do mundo todo A Terminologia Anatômica (TA) lista os termos em latim e seus equivalentes em português (p. ex., o músculo do ombro é designado musculus deltoideus em latim e músculo deltóide em português) Epônimos, termos que incorporam nomes de pessoas, não são usados na TA porque não indicam o tipo ou a localização das estruturas designadas, alguns epônimos não são acurados, do ponto de vista histórico Epônimos não ajudam a localizar a estrutura no corpo (tuba auditiva - trompa de Eustáquio) Exemplos de epônimos: A maioria dos termos provém do latim e do grego Muitos termos fornecem informações sobre o formato, o tamanho, a localização ou a função de uma estrutura ou sobre a semelhança entre duas estruturas. O músculo deltóide é triangular, como o símbolo de delta, a quarta letra do alfabeto grego. O sufixo “oide” significa “semelhante”; portanto, deltóide significa semelhante a delta. O termo gaster em latim significa estômago ou ventre. Consequentemente, a junção esofagogástrica é o local de união do esôfago ao estômago, o ácido gástrico é secretado pelo estômago, e o músculo digástrico é um músculo dividido em dois ventres. Cavidades do corpo humano → As cavidades são espaços dentro do corpo onde se localizam os órgãos internos. A cavidade dorsal é subdividida em outras duas: Cavidade do crânio, que aloca o encéfalo. Cavidade vertebral, que aloca a medula espinal. A cavidade ventral também é subdividida em duas: Cavidade torácica, que aloca pulmões e coração. Cavidade abdominopélvica. o Cavidade abdominal - que abarca estômago, intestinos, baço, fígado, pâncreas e outros órgãos. o Cavidade pélvica - composta por bexiga, parte inferior do sistema digestório e órgãos do sistema genital Fatores de variação anatômica ● Idade - os testículos no feto estão situados na cavidade abdominal, migrando para a bolsa escrotal e nela se localizando durante a vida adulta; ● Sexo - no homem a gordura subcutânea se deposita principalmente na região tricipital, enquanto na mulher o depósito se dá preferencialmente na região abdominal; ● Raça- nos caucasianos a medula espinhal termina entre a L1 e L2, enquanto que nos afrodescendentes entre a L2 e L3; ● Evolução – cóccix; ● Biótipo – longilíneo / brevilíneo / mediolíneo. “É uma alteração morfológica, que difere do normal, mas não traz prejuízo a função.” Normalidade, Variação, Anomalia e Monstruosidade Alguns conceitos têm significado importante no estudo da forma do corpo humano, por isso é necessário conhecê-los. ● Normal - Anatomicamente, é a forma encontrada em maior quantidade, estatisticamente, dentro de uma população. ● Variação - É uma alteração da forma sem prejuízo da função. Pode ser uma variação interna, como um rim em ferradura, ou uma variação externa, como o formato de um nariz. ● Anomalia - É uma alteração da forma com prejuízo da função (p. ex., polidactilia / mais de cinco dedos na mão ou no pé –, assim como a ausência de um membro ou parte dele, ou, ainda, algumas síndromes). ● Monstruosidade - É uma alteração acentuada da forma, incompatível com a vida (p. ex., anencefalia). Abreviação Lig. = ligamento M. = músculo A. = artéria V. = veia N. = nervo R. = ramo Ligg. = ligamentos Mm. = músculos Aa. = artérias Vv. = veias Nn. = nervos Rr. = ramo Posição em relação à superfície Posição anatômica Todas as descrições anatômicas são expressas em relação a uma posição anatômica constante, garantindo que as descrições não sejam ambíguas: Indivíduo em pé - A cabeça, o olhar e os dedos voltados anteriormente (para frente) - Os braços ao lado do corpo, com as palmas voltadas anteriormente e - Os membros inferiores próximos, com os pés paralelos. Ao descrever pacientes é preciso visualizar mentalmente essa posição, estejam eles em decúbito lateral, dorsal (deitados de costas) ou ventral (de barriga para baixo). ⤷ Planos Anatômicos Dorso Dorso geralmente refere-se à face superior de qualquer parte do corpo que se saliente anteriormente, como o dorso da língua, nariz ou pé. Também é usado para descrever a face posterior da mão, em oposição à palma. ● Como o termo dorso pode referir-se tanto às faces superiores quanto às faces posteriores em seres humanos, é mais fácil compreender o termo pensando em um animal quadrúpede plantígrado, que caminhe sobre as palmas das mãos e as plantas dos pés, como um urso. Cortes Os cortes oblíquos são “fatias” do corpo ou de qualquer uma de suas partes que não são feitas ao longo de um dos planos anatômicos já mencionados. Na prática, muitas imagens radiológicas e cortes anatômicos não são feitos exatamente nos planos sagital, frontal ou transverso; muitas vezes, são um pouco oblíquos Termos relacionados a movimento A circundução é um movimento circular que consiste em uma sequência de flexão, abdução, extensão e adução (ou na ordem inversa). Oposição é o movimento no qual a polpa do polegar (1º dedo) é aproximada da polpa de outro dedo. Esse movimento é usado para pinçar, abotoar uma camisa e levantar uma xícara pela alça. Reposição descreve o movimento de retorno do polegar da posição de oposição para sua posição anatômica. Protrusão é um movimento anterior (para a frente) como na protrusão da mandíbula, dos lábios ou da língua. Retrusão é um movimento posterior (para trás) como na retrusão da mandíbula, lábios ou língua. Protração e retração são mais usados para descrever os movimentos anterolateral e posteromedial da escápula na parede torácica, causando o movimento anterior e posterior do ombro. Elevação desloca uma parte para cima, como na elevação dos ombros ao ‘’ dar de ombros’’. A depressão desloca uma parte para baixo, como na depressão dor ombros em posição relaxada, da pálpebra superior ao fechar o olho, ou do afastamento da língua do palato. Tórax O tórax é a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome. Cavidade torácica: parede em formato de cone truncado; diâmetro máximo na junção com a parte abdominal do tronco; parede fina (espessura do esqueleto); esqueleto em formato de gaiola. Defina a cavidade torácica e suas limitações. Quais estruturas formam a caixa torácica? Assoalho da cavidade torácica (diafragma) apresenta uma invaginação inferior causada pelas vísceras da cavidade abdominal (protege as vísceras abdominais, e não as torácicas). Contém os principais órgãos dos sistemas respiratório e circulatório. A cavidade torácica é dividida em três espaços principais: compartimento central – mediastino (vísceras torácicas, com exceção dos pulmões); as cavidades pulmonares direita e esquerda. Parede torácica verdadeira inclui a caixa torácica, os músculos que se estendem entre as costelas, a pele, a tela subcutânea, os músculos e a fáscia que revestem a face anterolateral (mesmas estruturas, que cobrem a face posterior, são pertencentes ao dorso). As clavículas e escápulas formam o cíngulo dos membros superiores (ombro): cintura escapular. Parede torácica As cartilagens costais prolongam as costelas anteriormente e contribuem para à elasticidade da parede torácica, garantindo uma fixação flexível para suas extremidades anteriores. As cartilagens aumentam em comprimento da costela I a VII, e depois diminuem gradualmente. As sete primeiras cartilagens apresentam fixação direta e independente ao esterno. As costelas VIII, IX e X articulam-se com as cartilagens costais imediatamente superiores à elas, formando uma margem costal. As cartilagens costais das costelas XI e XII formam proteções sobre as extremidades anteriores dessas costelas e não alcançam nem se fixam a nenhum outro osso ou cartilagem. Os espaços intercostais separam as costelas e suas cartilagens costais umas das outras. Denominados de acordo com a costela que forma a margem superior do espaço – por exemplo, o 4º espaço intercostal situa-se entre as costelas IV e V. 11 espaços intercostais e; dois conjuntos (principal e colateral) de vasos sanguíneos e nervos intercostais. Abaixo da costela XII – espaço subcostal, e o ramo anterior do nervo espinal T12 – nervo subcostal. Costelas Quantas costelas existem, quais são verdadeiras e típicas? A caixa torácica osteocartilaginosa inclui o esterno, 12 pares de costelas e cartilagens costais e 12 vértebras torácicas e discos intervertebrais. As costelas são ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica. Há três tipos de costelas, que podem ser classificadas em típicas e atípicas: Costelas verdadeiras (vertebroesternais) costelas I a VII: fixam-se diretamente ao esterno por meio de suas próprias cartilagens costais. Costelas falsas (vertebrocondrais) costelas VIII, IX e geralmente, X: unem-se à cartilagem das costelas acima delas, conexão com o esterno é indireta. Costelas flutuantes (vertebrais, livres) costelas XI e XII: as cartilagens rudimentares dessas costelas não têm conexão, nem mesmo indireta, com o esterno; elas terminam na musculatura abdominal. Costela atípica – 1ª, 2ª, 11ª e a 12ª São diferentes das costelas típicas. A 1ª costela possui uma tuberosidade para a fixação do músculo Serrátil anterior. A 11ª e a 12ª costela não possuem colo e tubérculo e a 12ª costela é mais curta que a maioria. Costela típica Todas as demais vértebras são típicas. Duas articulações posteriores – as articulações das cabeças das costelas fóvea costal superior da vértebra correspondente (de mesmo número) e as articulações costotransversárias. Exemplo, a cabeça da costela VI articula-se com a fóvea costal superior do corpo da vértebra T6, a fóvea costal inferior de T5 e o disco entre essas vértebras. Caixa Torácica → Coluna torácica As articulações intervertebrais entre os corpos são unidas por ligamentos longitudinais e discos intervertebrais. Vértebras torácicas – arcos costais – facetas costais. Os corpos vertebrais: forma de coração, forames central menor; processos transversos e espinhosos apontam para baixo. T1-T4 e T9-T12 características em comum com as cervicais e lombares. T5-T8 vértebras torácicas típicas; discos mais espessos em relação as cervicais. Vértebras Esterno Osso plano e alongado; sobrepondo-se diretamente às vísceras do mediastino, proteção; corpo T5-T9. O esterno tem mais três partes: manúbrio, corpo e processo xifoide. O manúbrio tem formato trapezoide, centro côncavo palpável na margem superior do manúbrio (incisura) jugular (incisura supraesternal). Manúbrio-esterno: sínfise manubriesternal (sincondrose) – ângulo do esterno (de Louis) Processo xifoide, a menor parte do esterno, fino e alongado, extremamente inferior – vértebra T10. Aberturas do tórax Existem duas aberturas, uma na parte superior e outra na parte inferior. Abertura superior – menor, comunicação com o pescoço e os membros superiores. o Tem como limites: Posterior – a vértebra T1 Lateral – o 1º par de costelas Anterior – a margem superior do manúbrio do esterno o As estruturas que passam entre a cavidade torácica e o pescoço: Traqueia Esôfago Nervos e vasos que suprem e drenam as regiões superiores o No adulto – diâmetro anteroposterior superior do tórax é de 6,6 cm, e o diâmetro transversal é de 11 cm. Abertura inferior – maior, forma o anel de origem do diafragma, que fecha toda a abertura. o Tem como limites: Posterior – vértebra torácica XII (T12) Posterolateral – o 11º e o 12º pares de costelas Anterolaterais – cartilagens costais unidas das costelas VII a X Anterior – articulação xifoesternal o As estruturas que passam do tórax para o abdome pelo diafragma são: Esôfago Veia cava inferior Aorta (passa posteriormente) As excursões do diafragma controlam principalmente o volume e a pressão interna da cavidade torácica. Músculos da parede torácica Os músculos toracoapendiculares estendem-se da caixa torácica (esqueleto axial) até os ossos do membro superior (esqueleto apendicular; atuam nos MMSS) Do mesmo modo, alguns músculos da parede anterolateral do abdome, do dorso e do pescoço inserem-se na caixa torácica. Músculos acessórios da respiração Alguns deles, inclusive os músculos peitoral maior e peitoral menor e a parte inferior do músculo Serrátil anterior, também atuam como músculos acessórios da respiração. Os músculos escalenos descem das vértebras do pescoço até as costelas I e II e atuam como músculos respiratórios acessórios. Os músculos esternocleidomastoideos, cervicais, também se contraem para elevar a caixa torácica, aumentando seu diâmetro longitudinal e contribuindo para a inspiração. Nervos da caixa torácica Músculos associados com a inspiração e expiração Inspiração Expiração Repouso (músculos primários) Diafragma Intercostais externos Retração elástica do tecido pulmonar Tensão superficial Efeito da gravidade sobre as costelas Intercostais internos Forçada (músculos acessórios) ECM Escalenos Peitorais maior e menor Serráteis anterior e posterior Abdominais Iliocostais inferiores Serrátil inferior posterior Quadrado lombar Latíssimo do dorso Fisiologia da inspiração e expiração Inspiração Expiração Diafragma desce Caixa torácica se eleva e se expande Volume intratorácico aumenta Cai a pressão intratorácica Ar proveniente do regime de ‘’ alta pressão’’ flui para o interior (‘’ baixa pressão’’) Diafragma relaxa (sobe) Caixa torácica desce e se contrai Cai o volume intratorácico Aumenta a pressão intratorácica Pressão intratorácita fica maior que a atmosférica e o ar ‘’ flui’’ para fora Quais os movimentos relacionados ao movimento das costelas e externo durante a inspiração? Pleuras Anatomia de superfície ‘’ Latitude’’: costelas e/ou os espaços intercostais ‘’ Longitude’’ Linha mediana (medioesternal) anterior (LMA): interseção do plano mediano com a parede torácica anterior. Linha medioclavicular (LMC): o ponto médio entre clavícula, paralelamente à LMA Linha axilar anterior (LAA): verticalmente ao longo da prega axilar anterior Linha axilar posterior (LAP): verticalmente ao longo da prega axilar posterior Abdome Parede e cavidade abdominal O abdome acomoda grande parte do sistema digestório, glândulas e órgãos anexos e vasos. A cavidade abdominal é delimitada por estruturas ósseas (coluna vertebral, margens costais e ossos da pelve), mas cima de tudo, por estruturas musculares. Elementos esqueléticos Cinco vértebras lombares e seus discos intervertebrais intervenientes. Partes expandidas superiores dos ossos do quadril. Componentes ósseos da parede torácica inferior, incluindo a margem costal (costela XII, à extremidade da costela XI e o processo xifoide). Elementos musculares Laterais à coluna vertebral, os músculos quadrado do lombo, psoas maior e ilíaco reforçam a face posterior da parede. As extremidades distais dos músculos psoas maior e ilíaco passam para a coxa e são os principais flexores da articulação do quadril. As partes laterais da parede do abdome são predominantemente formadas por três camadas de músculos: Transverso do abdome Oblíquo interno do abdome Oblíquo externo do abdome Anteriormente, o músculo segmentado de cada lado abrange a distância entre a parede torácica inferior e a pelve: o reto do abdome – linha mediana alba. A continuidade estrutural entre as partes posterior, lateral e anterior da parede do abdome é promovida por fáscia espessa posteriormente e por lâminas tendineas planas (aponeuroses) derivadas de músculos da parede lateral. Uma camada fascial de espessura variável separada a parede do abdome do peritônio, que reveste a cavidade abdominal. Aplicação prática: TAP Block O bloqueio do plano transverso do abdome é uma técnica regional para fornecer analgesia após operações da parede abdominal inferior. Aplicação prática: Rectus Sheath Block Bloqueio sensitive da parede abdominal Organização da cavidade abdominal Organização geral da cavidade abdominal: Tubo digestório central (sistema digestório) que fica suspenso a partir da parede posterior do abdome e parcialmente a partir da parede anterior do abdome por finas lâminas de tecido (mesentérios). o Mesentério ventral (anterior) para regiões proximais do tubo digestório o Mesentério dorsal (posterior) ao longo de toda a extensão do sistema Vísceras maiores, como os rins, que não estão suspensas na cavidade abdominal por mesentérios, estão associadas à parede do abdome. A cavidade abdominal é revestida por um tecido especializado chamado peritônio. Peritônio O peritônio = pleura, células epiteliais (mesotélio) juntamente com uma camada de suporte de tecido conjuntivo. Projeta-se da parede do abdome, tornando-se um componente dos mesentérios que suspendem as vísceras. o Peritônio parietal reveste a parede do abdome o Peritônio visceral cobre os órgãos suspensos As vísceras abdominais são intraperitoneais ou retroperitoneais: o As estruturas intraperitoneais, como elementos do sistema digestório, estão suspensas a partir da parede do abdome por mesentérios. o As estruturas que não estão suspensas na cavidade abdominal por um mesentério e que se situam entre o peritônio parietal e a parede do abdome estão em posição retroperitoneal. Quais são as vísceras abdominais recobertas por peritônio e as que não são? Intraperitoneais – estomago, intestinos delgado (após a primeiraporção) e grosso, fígado e baço. Extra ou retroperitoneais – aorta, veia cava inferior, pâncreas, primeira porção do intestino delgado e rins. Retroperitônio Compartimentos do retroperitônio: Para-renal anterior (APRS) Para-renal posterior (PPRS) Peri-renal (PRF) PP – peritoneo parietal ARF – fáscia renal anterior (Gerota) LCF – fáscia látero-coronal (Sappey) Pan: pâncreas IVC: veia cava inferior Ao: Aorta Abertura superior do abdome Diafragma separa o abdome do tórax Fixa-se à margem da 8ª, 9ª e 10ª costelas anteriormente Posteriormente, duas extensões musculares (pilares) ancoram firmemente o diafragma à vértebras L3 (D) e L2 (E) Abertura inferior do abdome A parede do abdome é contínua com a parede pélvica na abertura superior da pelve, e a cavidade abdominal é continua com a cavidade pélvica. A margem circular da abertura superior da pelve é formada totalmente por ossos: Posteriormente pelo sacro Anteriormente pela sínfise púbica Lateralmente, margem óssea distinta no osso do quadril. Quadrantes do abdome: Superior direito (QSD) Superior esquerdo (QSE) Inferior direito (QID) Inferior esquerdo (QID) Quadrante superior direito: lobo direito do fígado, a vesícula biliar, o piloro, parte do duodeno, cabeça do pâncreas, glandula suprarrenal direita, rim direito, flexura cólica direita (hepática, componente superior do colo ascendente e metade direita do colo transverso. Quadrante superior esquerdo: lobo esquerdo do fígado, o baço, o estomago, o jejuno, o ílio proximal, o corpo e a cauda do pâncreas, o rim esquerdo, a glandula suprarrenal esquerda, a flexura cólica esquerda, a metade esquerda do colo transverso e o segmento superior do colo descendente. Quadrante inferior direito: localizam-se o ceco, o apêndice vermiforme, a maior parte do íleo, o segmento inferior do colo ascendente, o ovário, a tuba uterina direita, o segmento abdominal do ureter, o funículo espermático direito, o útero (quando aumentado) e a bexiga (quando muito cheia). Quadrante inferior esquerdo: colo sigmoide, o segmento distal do colo descendente. o ovário, a tuba uterina esquerda, o segmento abdominal do ureter, o funículo espermático esquerdo, o útero (quando aumentado) e a bexiga (quando muito cheia). Regiões do abdome O abdome pode ser dividido em nove regiões: 1. Hipocôndrio direito: fígado, vesícula biliar, flexura hepática do colón. 2. Epigástrio: estomago, duodeno e pâncreas. 3. Hipocôndrio esquerdo: baço, colón descendente, cauda do pâncreas, flexura esplênica. 4. Flanco direito: rim direito, cólon ascendente. 5. Mesogástrio: intestino delgado, pâncreas, cólon transverso. 6. Flanco esquerdo: rim esquerdo, cólon descendente. 7. Fossa ilíaca direita: ceco, apêndice, funículo espermático, ovário direito. 8. Hipogástrio: bexiga, útero. 9. Fossa ilíaca esquerda: cólon sigmoide, funículo espermático, ovário esquerdo.