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Endocrinologia 17/05 ATD3 Hipopituitarismo: - Pituitária ou hipófise. Introdução: - Prevalência 46/ 100.000. - Incidência de 4/ 100.000 por ano. - Mortalidade aumenta no hipopituitarismo. - Não é frequente. Hipófise: - Glândula mestre (controla diversas outras glândulas importantes para funções do organismo). • TSH, LH/FSH, GH… • É uma glândula que fica dentro da sela túrcica (ou turca) - lembra uma sela de montaria (osso na frente, embaixo e atrás, e em cima tem a meninge, que deixa passar só a haste hipofisária que chega ao hipotálamo). - Panhipopituitarismo: estamos falando da adeno-hipófise. • ACTH, GH, TSH, FSH/LH, prolactina. • ADH e ocitocina podem não ser afetados, pois são produzidos pelo hipotálamo, e apenas secretos pela neuro-hipófise. - Adeno-hipófise é ligada ao hipotálamo pelo sistema porta hipofitário (hormônios hipotalâmicos inibem ou estimulam a aceno hipófise). Eixo hormonal: - Hipotálamo geralmente estimulando a hipófise, que produz um hormônio que atua em alguma glândula alvo. - Ocorre um feedback negativo da glândula alvo a nível hipofisário e hipotalâmico. • Hipotálamo não faz feedback com a hipófise !! - Existem fatores supra hipotalâmicos (por ex: estresse). - São vários os eixos que podem ser afetados: • CRH —> corticotrofo —> ACTH (corticotrofina) —> córtex das suprarrenais —> cortisol (déficit: é o que mais complica) —> feedback negativo. - Addison (hipocortisolismo 1º): problema nas adrenais gera deficiência do cortisol e aldosterona (SRAA - 90% da nossa aldosterona - grave). - Hipodrenalismo central é mais brando que o primário (da adrenal), pois o SRAA da adrenal ainda vai estar funcionando. Catarina Alipio XXII-B Página 1 Endocrinologia 17/05 ATD3 • TRH —> tireotrofo —> TSH (tireotrofina) —> tireoide —> T3 e T4 —> T4 convertido em T3 na periferia —> feedback negativo. • GnRH (secreção pulsátil) —> gonadotrofos —> LH e FSH (gonadotrofinas) —> gônadas —> esteróides sexuais (estrogênio, progesterona, inibina, testosterona) —> feedback negativo (variável). - FSH estimula espermatogênese e maturação folicular. - LH estimula testosterona e induz ovulação. - 1 hormônio (GnRH) estimulando a produção de 2 hormônios. - TSH, LH, FSH e hCG são glicoproteínas (semelhantes): o LH é quase igual ao hCG (eles tem uma cadeia alfa e uma cadeia beta) - possuem a cadeia alfa idênticas e se diferem pela cadeia beta. • GHRH —> somatotrofo —> GH —> fígado —> IGF-1 (fator de crescimento de condrócitos) —> feedbcak negativo mais via IGF-1. - GHBP: proteína ligadora de GH. - Balanço importante: GHRH estimula o somatotrofo e a somatostatina (SMS) inibe o somatotrofo —> grande oscilação dos níveis de GH. - GH efeitos direto na regulação de sódio e água, glicose… • Dopamina (hipotálamica) inibe o lactotrofo da hipófise a produzir prolactina. - Se deixar de inibir, aumenta a prolactina (—> lactogênese). - Prolactina é um hormônio inibido. - Estradiol estimula diretamente a prolactina (ex: AC pode estimular), mas inibe a ejeção do leite. Lembrar sobre o GH: • Várias ações. • IGF-1 é o hormônio que realmente faz crescer (é dependente do GH) - tem receptor em vários lugares além dos ossos. • GH com efeitos diretos (hiperglicemia e hipertensão). • GHPB: proteína ligadora do GH. - Padrão de secreção dos hormônios hipofisários: tem um padrão de pulsatilidade. • Pessoa normal: tem um padrão de pulsatilidade de liberação hormonal. Catarina Alipio XXII-B Página 2 Endocrinologia 17/05 ATD3 • Em situação de hiperprolactinemia: continua pulsátil e alto, e o LH/FSH ficam muito baixos (suprimidos). - Mulher que está amamentando (alta prolactina), mulher não ovula (FSH/ LH baixos). - Em um quadro de hipopituitarismo podemos estar a frente de 2 situações: • Lesão hipotalâmica ou na haste: - Prolactina vai estar alta. - E todos os outros (TSH, GH, ACTH, FSH/LH) vão estar baixos. - Os hormônios da adenohipófise vão estar baixos porque não vai ter nada de estímulo (não vai hormônio do hipotálamo para adeno- hipófise). - Mas também impediu que chegasse a dopamina (inibidor) na hipófise, = prolactina alta. • Ex: plasil - anti hemático (bloqueia o receptor dopaminérgico, inclusive o recepor D2 à nível hipofisário = aumenta prolactina = aumenta lactogênense). • Lesão na hipófise: típico da síndrome de Sheehan (por exemplo). - Vai ter tudo baixo ,TSH, LH/FSH, GH, ACTH vão estar todos baixos, inclusive a prolactina vai estar baixa também (não vai ser secretada). - Panhipopituitarismo - 2 ou mais setores afetados. - Hipopituitarismo - 1 setor afetado. Etiologias: hipopituitarismo. - Lesões infiltrativas: lesões que fazem com que aquele tecido sofra. —> são hipotalâmicas ou da haste (os fatores hipotalâmcos não chegam na hipófise). • Granulomatose das células de Langherhans (pode afetar a haste e o hipotálamo). • Histiocitose X. • Sarcoidose. • Hemocromatose. - Infecções: • Meningoencefalites. • Tuberculose. • Sífilis. • Abcessos (mais no hipotálamo). - Genéticos: • Mutação de gene PIT-1/ PROP-1. - Fatores de transcrição dos hormônios hipofisários. - Outras: • Radioterapia. • Hipopituitarismo familiar. • Síndrome de Kallman (anosmia) - hipopituitarismo (hipognonadismo hipotalâmico). • Deficiência isolada do GH. • Idiopático. - Tumores: • Adenomas hipofisários (mais comum). • Craniofaringeomas (criança - tumor pega a porção suprasselar). Catarina Alipio XXII-B Página 3 Endocrinologia 17/05 ATD3 • Meningeomas (na região hipofisária). • Gliomas. • Cordomas. • Cordomas. • Pinealomas. • Metástases (CA de mama, pulmão). • Tumores quando pega o hipotálamo, pode ter também diabetes insipidus (não libera ADH). - Outras lesões: • Aneurismas de artéria carótida. • Cistos. • Cirurgia. • TCE. • Sela vazia (pode ter uma sela vazia sem história nenhuma). - Necrose e/ou infarto: • Síndrome de Sheehan. • Apoplexia hipofisária (se for tumor que sofre um quadro de necrose ou hemorragia) - geralmente tem lesão de nervo craniano por ser um quadro súbito. - Autoimunidade: • Hipofisite linfocítica (é raro ter doença autoimune na região da hipófise). - Alterações genéticas: • PIT-1: GH, TSH e PRL. • PROP-1: GH, TSH, LH/ FSH, ACTH, PRL. • São raros mas podem acontecer (pesquisar história familiar). Quadro clínico: - Hipogonadismo: • Diminuição da libido. • Irregularidade menstrual. • Amenorréia. • Infelicidade. • Impotência. • Atrofia de mamas. • Diminuição dos testículos. • Diminuição de pelos pubianos e axilares. • Hipopigmnetação dos mamilos. • Proporções eunocóides (se tiver inicio muito cedo - pré puberal). - Eunuco: pernas e braços compridos em relação ao tronco (quem fica hipogonádico e ainda está em crescimento). - Hipotireoidismo: • Intolerância ao frio. • Constipação. • Fadiga. • Pele ressecada. • Apatia. • Déficit de memória. • Hipotermia. • Bradicardia. - Déficit de GH: • Sintomas de hipoglicemia. • Adiposidade abdominal: GH lipolítico. • Em criança: déficit de crescimento. - Déficit de ACTH: • Fraqueza. • Perda de peso. • Náusea e vômito. • Hipotensão postural. • Sintomas de hipoglicemia. - Déficit de prolactina: (lesão hipofisária). • Agalactia pós parto. - Hiperprolactnemia: (lesão hipotalâmica ou de haste). • Galactorreia. • Diminuição da libido. Catarina Alipio XXII-B Página 4 Endocrinologia 17/05 ATD3 • Irregularidade menstrual. • Amenorreia. - Outros achados: pode ter relação com a doença de base. • Fáceis acromegálicas. • Fáceis cushingóide (mais raro, porque na maioria das vezes é um microadenoma que não causa hipopituitarismo). • Hemianopsia temporal (tumor que pega quiasma óptico). • Cefaleia (lembrara que tem a meninge). • Paresia de musculatura extraocular. - Quadroclínico pode ser bem variado. - Como vem de forma insidiosa, pode demorar para perceber. - Causas adquirias: • 53% era por tumor de hipófise. • 12,3% era por craniofaringemoa (suprasselar). • 10,2% era idiopático. - Síndrome de Sheehan: - Sela vazia: - Tumor hipofisário: • Lesão de III nervo: mais acometido. - Ptose palpebral • Lesão de VI nervo: - Reto lateral —> estrabismo divergente. • Lesão de quiasma óptico: começa no centro e vai aumentando. - No centro: fibras da parte nasal da retina (enxerga o campo temporal da visão) = hemianopsia temporal. • Sofrer apoplexia hipofisária (tumor que cresceu, gerou quadros compressivos súbitos e depois necrosou, regredindo e o paciente ficou com panhipopituitarismo). - Glioma do nervo óptico: tumor suprasselar que afeta o hipotálamo e a haste. Catarina Alipio XXII-B Página 5 Endocrinologia 17/05 ATD3 - Astrocitoma selar e suprasselar: muito raro. - Macroadenoma hipofisário: contraste mostra (parte mais clara é a hipófise normal e o mais escuro é o tumor). Tumor cresce empurrando a hipófise normal. • Macroademoas (são > 1cm) são a principal causa de panhipopituitarismo). - Germinoma: na região da pineal e metástase dele pegando o hipotálamo. - Tuberculose: tubercuomas na região hipotalâmica. - Condrossarcoma (muito raro): poupou o quiasma óptico. • Exemplo de causa de hipopituitarimso, mas lembrar que esse tumor pode preservar a função. - Pós radioterapia: • Existem células que são mais e outras menos sensíveis. • GH é mais sensível a radioterapia. • TSH é mais resistente. Testes laboratoriais: - Prolactina diminuída (ex: síndrome de Sheeham, paciente que não tem lactação): dosagem de prolactina. - Déficit de ACTH e consequentemente cortisol. • Cortisol basal só é útil em situações de estresse. • Teste de estímulo (ITT). • Dosar ACTH (pouco função). - Déficit de GH: • Teste de estímulo por ITT. • Dosar IGF-1 (importantíssimo em crianças). - Parte da tireoide basta o TSH e o T4 livre concomitantes. • Teste do TRH (na veia): mesmo comportamento vale para o teste com GnRH. - Resposta normal: aumenta muito e cai. - Sem resposta: TSH não sai do lugar (= problema na hipófise - hipotireoidismo 2º). - Resposta tardia: problema no hipotálamo (hipotireoidismo 3º). - No eixo gonadal, a dosagem de FSH e o LH basais podem ser úteis dependendo da idade. • Podemos recorrer ao teste de estímulo com GnRH. • Teste com testosterona ou estradiol. Catarina Alipio XXII-B Página 6 Endocrinologia 17/05 ATD3 - Teste de estímulo com insulina (ITT): • Aplica insulina e provoca hipoglicemia ( e normalmente, aumento dos CR). - Resposta normal = cortisol e GH aumentarem (> 18). - Déficit de resposta/ sem resposta = cortisol e GH não aumentam (< 18). • Após a insulina: - Glicemia < 40: o cortisol foi de 10,7. - Glicemia > 40: o cortisol foi de 14,7. Tratamento: Diante de um paciente em que suspeitamos, achamos ou não a etiologia, e temos os exames laboratoriais (geralmente não é isolado), consequentemente temos que fazer reposição hormonal. - Déficit do eixo adrenal: • Hidrocortisona (preferível em crianças, por se mais “fisiológica”). • Predinisona (mais usado no BRA) - METICORTEN. - 2,5 a 5,0 mg/ dia VO em dose única pela manhã. - 1 comprimido = 5 mg. - Ajeitamos a dose pelo quadro clínico. - Lembrar: situação de estresse - aumentar 3 a 4x a dose basal. - Déficit do eixo da tireoide: • Levotiroxina: 1,3 a 2,0 ug/ kg/ dia VO, dose única, pela manha em jejum. - Dosamos o T4 livre para saber se estamos dando a dose certa. - Déficit do eixo gonadal: • Nos homens: - Testosterona: 200 - 300 mg intra muscular, uma injeção a cada 2 a 3 semanas). • Existem também gel. • Dosamos a testosterona para ver se a dose está boa. • Nas mulheres: - Estrógenos conjugados e progesterona (se não tem útero - só estrógeno): • Estrógenos conjugados (0,625 - 1,25 mg/ dia VO dose única, do 1º ao 24º do mês) + acetato de medroxiprogesterona (5 - 10 mg/ dia VO dose única do 15º ao 24º do mês). • Lembrar: não repõem a fertilidade (tem que dar o próprio LH e FSH - mais complicado). - Déficit de GH: • hGH: dose inicial de 0,006 ug/ kg/ dia SC dose única. • Problema: alto custo. Catarina Alipio XXII-B Página 7 Endocrinologia 17/05 ATD3 - Lembrar: não damos ineralocorticoides, pois o SRAA está preservado. - Tentar tratar a causa de base. • Ex: adenoma de hipófise que não da para fazer cirurgia, podemos propor uma radioterapia para reduzir o crescimento. E a própria radioterapia pode causar o panhipopituitarismo. Tumor hipofisário: • Micro adenoma - < 10 mm. - Sintomas pela expansão do tumor. - Sintomas de excesso hormonal. - Sintomas de falta hormonal. • Macro adenoma - > 10 mm. - Sintomas de excesso hormonal (principalmente no Cushing). - Sintoma associados a localização do tumor: • Dor de cabeça. • Defeitos visuais. • Hiperprolactinemia disconecta. • Diplopia (envolvimento dos seios cavernosos). • Apoplexia hipofisária (isquemia e necrose pela expansão). Catarina Alipio XXII-B Página 8
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