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Endocrinologia 24/05 ATD3 Obesidade: Obesidade: - Manifesto - obesidade: eu trato com respeito. ❖ Implica em disseminar informações sobre o assunto de maneira responsável. ❖ Deixar o sensacionalismo de lado ao abordar o tema. ❖ Não dar destaque à dietas milagrosas que colocam em risco a saúde o paciente. ❖ Respeitar o paciente com obesidade, respeitar sua condição, não reforçar a ideia errada de que obesidade é culpa de quem tem. ❖ Reconhecer que é uma doença crônica multifatorial. ❖ Investir em políticas públicas de tratamento, protocolos e diretrizes. ❖ Investir a acesso multidisciplinar no tratamento. ❖ Apoiar estudos na área. Definição: - Doença crônica decorrente de um acúmulo de gordura (visceral) corporal. • Acréscimo de gordura além do que deveria ter. - Aumento de gordura visceral associado à doenças que reduzem a expectativa e a qualidade de vida dessas pessoas (diabetes, problemas CV, AVC…). - É uma doença que é recorrente (trata - engorda - trata - engorda = efeito sanfona). • A cada vez que ela engorda de novo ela ganha massa gorda com um metabolismo mais lento. • Essa pessoa vai ficando cada vez mais com o metabolismo mais lento, pois, quando perde, perde massa magra e quando ganha, é massa visceral. • É mais difícil emagrecer e mais difícil manter o peso. - Difícil tratamento: depende do médico, do paciente se dispor a seguir as recomendações, ter tempo, inclui a família..). Prevalência da obesidade: - Evolução da obesidade nos EUA no decorrer dos anos: • 1994 todos os estados dos rua já tinham > 10% de obesos. • 2000 todos os estados com 20 a 24% de pessoas obesas. - No Brasil: • Na crianças, existia uma alta prevalência de deficit de altura (= desnutrição). - Essa prevalência de déficit de altura foi diminuindo conforme os anos foram se passando e o excesso de peso foi aumentando por outro lado. • Nos adolescentes e adultos, o déficit de nutrição foi diminuindo e o excesso de peso (sobrepeso e obesos) foi aumentando. Catarina Alipio XXII-B Página 1 Endocrinologia 24/05 ATD3 - Alguns dados: • A obesidade aumenta de acordo com a idade. • Obesidade cresceu cerca de 60% em 10 anos no Brasil (2006 a 2016), foi de 11,8% para 18,9%. • Índice de obesidade no Brasil cresceu 67,8% entre 2006 e 2018. • Em 14 anos, o Brasil atinge o maior índice de obesidade em adultos (entre 2006 e 2019, o percentual cresceu em 72%). • Agora com o COVID-19, espera-se que esse percentual tenha aumentado mais ainda. • Quem tem menos de 8 anos de estudo (menos estudo - maior obesidade). Consequências: - Se a gente ganha peso de forma não saudável, vai ter infiltração de macrófagos, com infiltração e resistência a insulina que leva à depósito ectópico de gordura (esteatose hepática não alcoólica, esteatohepatite…), resistência à insulina, DM2, doenças cardiovasculares. - Obesidade associada à resistência a insulina, alterações glicêmicos, aumento da PA, dislipdemia aterogênica, estado pró trombótico e pró inflamatório = SÍNDROME METABÓLICA. • Aumenta 2x o risco de doença CV. • 5x mais risco de DM. • 3 a 4x mais risco de IAM. Doenças associadas à obesidade: I. Coração: • Doença arterial coronariana. • Hipertrofia ventricular esquerda. • Angina pectoris. • Arritmia ventricular. • ICC. II. Sistema vascular: • HAS. • AVC. • Edema de MMII. • Veias varicosas. • Doença tromboembolítica. • Doença hemorroidária. III. Sistema respiratório: • Apneia obstrutiva do sono. • Hipoventilação alveolar. • Policitemia secundária (aumento da Hb por falta de oxigênio circulante). • Hipertrofia ventricular direita. IV. Sistema digestório: • Refluxo gastroesofágico (por tecido adiposo aumentado no tronco). • Esofagite por refluxo. • Colelitíase. • Esteatose hepática. Catarina Alipio XXII-B Página 2 Prevalência de comorbidades de acordo com o IMC. Endocrinologia 24/05 ATD3 • Fibrose hepática. • Cirrose hepática. V. Doenças metabólicas/ hormonais: • DM tipo 2. • Gota (hiperuricemia). • Hiperlipdemias. VI. Rins: • Proteinúria. • Trombose da veia renal. VII.Pele: • Estrias. • Acantose nigricans. • Hirsutismo. • Calo plantar. • Papilomas múltiplos. VIII.Doenças osteomusculares: • Osteoartrose de joelhos e coluna. • Agravo de defeitos posturais. • Esporão do calcânio. IX. Neoplasias: • Aumento do risco para endométrio, vesícula biliar, mama, próstata, cólon. • Diagnóstico de nódulos. X. Função sexual e reprodutora: • Gravidez mais difícil. • Diminui performance obstétrica. • Risco de toxemia. • Risco de hipertensão. • Risco de DM gestacional. • Parto prolongado. • Cistos amnióticos. • Fertilidade diminuída. • Irregularidade menstrual. • Cesárea mais frequente. XI. Função psico-social: • Diminuição da autoimagem. • Sentimento de inferioridade. • Isolamento social. • Sucetibilidade a neuroses. • Perda da mobilidade. • Mais faltas em emprego. • Aposentadoria precoce. • Mais licenças médicas. XII.Outras comorbidades: • Aumento de risco cirúrgico e anestésico. • Propensão a acidentes. • Diminui outros achados diagnósticos. Obesidade e covid-19: - Espera-se um aumento da prevalência de obesidade: • Programas de perda de peso suspensos. • Cirurgias eletivas 9ex bariátrica) foram suspensas. • Inatividade física. • Aumento da ingestão de alimentos processados e enlatados. - Maior dificuldade na doença: quadro mais grave da doença !! • De intubação. • De diagnóstico por imagem (ex obeso que não entra no tubo da TC). • De transporte e mobilização do paciente pela equipe de enfermeiros. • Local de internação (difícil) pois precisa de camas específicas. • Obesos não procuram serviços de saúde, pois é mais difícil de se movimentarem. - Por que eles evoluem pior? • Doenças associadas/ comorbidades (HAS, DM…). Catarina Alipio XXII-B Página 3 Endocrinologia 24/05 ATD3 • Eles já tem uma inflamação subclínica (TNF alfa, IL-6…) pelo aumento da gordura visceral. • Tropismo viral pelo tecido adiposo (expressão elevada de ECA2). - Alta taxa de obesidade (> 50%) em pacientes COVID que necessitam de ventilação mecânica. Causas de obesidade: - Causas primárias: dependentes do gene. • “Os genes não mudaram, o ambiente sim…”: hoje as atividades diárias requerem menos gastos energéticos (poupado) associado a alimentos muito mais ricos em gorduras e açúcares. • Associadas à genética: o meio ambiente importa pouco, o que importa mais é a genética. - Monogênica (não sindrômica): mutação em um único gene. - Sindrômica: síndrome associada à obesidade/ obesidade faz parte da síndrome. • Poligênica: diversos fatores que levam à obesidade (mutações em vários genes com o passar do tempo gene + muito meio ambiente para influenciar no ganho de peso) - obesidade comum. - Causas secundárias: agravam mais o quadro de ganho de peso. • Neurológicas (tumores, traumas, irradiação no SNC): pode levar a lesão do centro da fome e da saciedade - resposta não mais adequada. • Endocrinológicas (hipotireoidismo, Cushing). • Psicológicas (depressão, ansiedade, transtornos alimentares). • Induzidas por drogas (anti depressivos, anti psicóticos, anti convulsivantes, glicocorticóide, beta bloqueadores, glitazonas, sulfonilureias). Obesidade monogênica não sindrômica: - Causa muito mais rara. - Via da fome e saciedade: no hipotálamo. • Tecido adiposo produz a leptina (LEP) quando ele fica cheio (quanto mais tecido adiposo, mais leptina o organismo vai ter). • LEP se liga ao seu receptor: - Via orexigênica: diminui produção de NPY (hormônio da fome). - Via anorexigênica: aumenta a produção de POMC que age no MC4R. • Diminui a fome e aumenta o gasto energético. - Qualquer mutação em um desses genes, pode causar a obesidade.Genes únicos que causamobesidade (monogenética). - Mutação do gene da leptina: ‣ Descrita em 3 famílias paquistanesas: mutação gerando uma proteína truncada, com níveis indetectáveis de leptina. ‣ Crianças com peso normal ao nascimento, obesidade de início precoce com aumento da massa gorda, hiperfagia (leptina diminui a fome), hiperinsulinemia, hipogonadismo hipogonadotrófico, cariótipo normal, temperatura Catarina Alipio XXII-B Página 4 Endocrinologia 24/05 ATD3 basal normal, velocidade d crescimento normal, função adrenal, tireoideana e densidade mineral óssea normal, infecções na infância. ‣ Tratamento com R-Methuleptin. - Mutação do gene MC4R: ‣ MC4R = receptor final que faz com que haja diminuição da fome e aumento do gasto energético). ‣ Mutação comum ( 3 a 4% dos obesos com obesidade de início precoce e severa). ‣ Defeito monogênico mais comum causando obesidade em humanos. ‣ Crianças obesas e grandes (altas) e elas tem uma ingestão energética muito alta (hiperfágicas). Obesidade sindrômica: - Síndromes associadas: praden Willi, laurence- Moon/ Bardet-Bied, alstrom, cohen, tuner, lipodistróofia familiar, soto, weaver, osteodistrofia hereditária de Albright. - Síndrome de Prader-Willi: prevalência de 1:25 mil nascimentos. • Atividade fetal diminuída. • Hipotonia muscular neonatal. • Hiperfagia de início aos 12 - 18 meses. • Obesidade. • Retardo mental. • Desenvolvimento sexual incompleto. • Baixa estatura. • Trata com cirurgia bariátrica (deixa o estômago um pouco maior). Obesidade poligênica: é a mais comum. - Genes candidatos para desenvolvimento da obesidade. • Polimorfismo em várias vias (produção, ação, na insulina, sinalização…). Exemplos: - Regulação da ingestão alimentar pelo SNC: • Leptina e receptor da leptina. • Colecistoquinina e receptores. • GLP1. • Receptores de dopamina. • Receptor de MC3R. • Grelina. - Modulação da ação da insulina e metabolismo da glicose no tecido alvo: • Insulina. • Receptor da insulina (INSR). • Receptores de sulfonilureia. • Adiponectina. - Gato energético, metabolismo lipídico e metabolismo do tecido adiposo: • Perilipina (protetor do adipócitos para liberação adequada). • Hormônio sensitivo lipase. • Lipoproteína lipase. - Influenciam no ganho de peso, na alimentação, onde a gordura vai se acumular, na perda de peso, no gasto calórico… - Estudos mostraram: interação da genética + meio ambiente. - Fatores para obesidade: ambientais. • Ingestão alimentar: - Troca de refeições por lanches. - Ingestão de alimentos altamente palatáveis ricos em açúcar e gordura. - Aumento do tamanho das porções. - Alteração das relações psicoafetivas. Catarina Alipio XXII-B Página 5 Endocrinologia 24/05 ATD3 • Gasto energético: - Aumento do tempo de tela. - Estilo de vida sedentário. - Cultura do consumo. Como avaliar a obesidade? - Diagnóstico (IMC = peso/ altura2). • Magro - IMC < 18,5 Kg/m. • Normal/ eutrófico - IMC de 18,5 a 24,9 Kg/m. • Sobrepeso - IMC de 25 a 29,9 Kg/m. - Olhar muito bem, se é uma pessoa com muito músculo e pouca gordura ou se é mesmo uma pessoa com acúmulo de gordura na circunferência abdominal (risco CV, de SM…). • Obeso - IMC de 30 a 39,9 Kg/m. - Obeso grau I - IMC de 30 a 34,9 Kg/m. - Obeso grau II - IMC de 35 a 39,9 Kg/m. • Obeso mórbido - IMC ≥ 40 Kg/m. - Valor de IMC muito relacionado ao maior risco de mortalidade e de doenças: • IMC muito baixo - maior risco para infecções. • IMC aumentando - maior risco de mortalidade. - Avaliação da composição corporal: • DXA (padrão ouro): absorciometria por dupla emissão de raios X. - Avaliação em quantidade de distribuição: ✓ Massa gorda. ✓ Massa livre de gordura. ✓ Massa óssea. - Avalia o estado nutricional (ex em idosos que tem muita perda de massa magra). • Bioimpedância: resistência à passagem de corrente. - Pode ser de hemicorpo lateral, ou de corpo inteiro. - Corrente elétrica alternada (800mA, 50MHz). - Mede-se a queda de voltagem no eletrodo proximal. - Calcula-se a proporção de gordura e de massa magra a partir do peso, altura e impedância corporal. - Apesar dela indicar um percentual menor de massa gorda (DXA avalia melhor), ela tem uma boa correlação. • Se iniciar uma avaliação com DXA, deve-se continuar o acompanhamento com DXA, e se iniciar com a bioimpedância, continuar coma bioimpedância. - Anamnese: • História da obesidade (alimentação, estilo de vida, hábitos, exercícios…). • Uso de medicamentos/ drogas - tem alguns medicamentos associados ao ganho de peso. • Antecedentes pessoais: - Possíveis causas de obesidade. - Doenças associadas (osteomusculares . • Antecedentes familiares. - Exame físico: • Avaliar/ inspecionar o depósito de gordura (abdominal ou mais no quadril). • Peso e estatura —> IMC. • Circunferência abdominal (CA): entre o rebordo costal inferior e a crista ilíaca (ou 1 dedo acima da crista ilíaca). - Risco elevado em homens (> 102cm) e mulheres (> 88cm). • PA, FC…. • Ancatose. • Pelos. Estratégias de prevenção e tratamento: ‣ Atividade física. ‣ Orientação dietética. ‣ Mudança na conduta/ estilo de vida. ‣ Cuidados médicos (medicamentos, cirurgias). Catarina Alipio XXII-B Página 6 Endocrinologia 24/05 ATD3 - Prevenção da obesidade: • Importante na obesidade infantil e nas gestantes. ✓ Evitar ganho de peso excessivo na gestação. ✓ Incentivar a amamentação materna. ✓ Orientação alimentar infantil. ✓ Não estocar guloseimas. ✓ Realizar compras saudáveis (verduras, legues, grãos e frutas). ✓ Limitar acesso a doces no dia adia. ✓ Aumentar carga diária de atividade física 9ex subir escadas, optar por ir de bicicleta). ✓ Ter lugares seguros para passeios e práticas esportivas. - Objetivo do tratamento: redução de 5 a 10% do peso inicial e manter. • O que vier depois é vantagem! • Melhora metabólica, de pressão, glicemia. Prescrição nutricional: - Incitar mudança de hábito. - Adequar proporção dos macronutrientes (balanceamento da dieta). - Adequar aporte de energia (balanço de energia). - Tratar comorbidades. - Papel muito importante da nutricionista (adua proporção dos nutrientes na dieta). - Adequar a prescrição à vida da pessoa (financeira, atividades diárias…) - tratamento individual!! Recomendações do Ministério da Saúde: - Base da alimentação: alimentos in natura ou minimamente processados. • Frutas, legumes, raízes, verduras, tubérculos e ovos. • Arroz, feijão, leite e carne. • Farinhas de grãos (milho e trigo) e de raízes (mandioca). - Pequenas quantidades de sal, açúcar, óleos e gorduras. - Limitar uso de alimentos processados (conservas, compostas, queijos e pães). - Evitar alimentos ultraprocessados (biscoitos recheados, salgadinhos de “pacote”, refrigerantes e macarrão instantâneo). - Comer com regularidade e atenção. - Comer em ambientes apropriados. - Comer acompanhado. Dietas balanceadas: - Dieta dos pontos/ pirâmide alimentar/ vigilantes do peso. - Baseiam-se em princípios científicos. - Déficit calórico de 500 a 1000 kcal/ dia (mantendo um mínimo de 1000 a 2000 kcal diária para mulheres e 1200 a 14000 kcal diária para homens). • Carboidratos de 55 a 60%. • Proteínas de 15 a 20%. • Gorduras de 20 a 30%. - Benefícios comprovados em animais (reduz a evolução de doenças como DM, doença CV, câncer, desordens neurológicas como Alzheimer, Parkinson e AVC). Dieta low carb: - Muito pouco carboidrato (< 10%) ou 20 a 50g/ dia. - Pouco carboidrato (< 26%) ou < 130 g/ dia. - Moderado carboidrato (26 a 44%). Catarina Alipio XXII-B Página 7 O tipo de dieta vai depender do tipo de pessoa, e do objetivo de cada um. Endocrinologia 24/05 ATD3 - Alto carboidrato (45%). - Exemplo: • Coma carne, peixe, ovos, vegetais, frutas, nozes, sementes, laticínios com alto teorde gordura, gorduras, óleos saudáveis e talvez até alguns tubérculos e grãos sem glúten. • Não coma açúcar, xarope de milho rico em frutose, trigo, óleos de sementes, gorduras trans, produtos “dieta” e com baixo teor de gordura e alimentos altamente processados. Dieta do jejum intermitente: - Melhora parte da resistência à insulina, metabólica… - Jejum associado a alimentação saudável. - Tem 3 métodos diferentes: • Período de jejum todos os dias (16 horas de jejum e come 8 horas). • Come normal por 5 dias e faz 2 dias de restrição calórica (500/ 600 kcal/dia). • Como 2 dias normais e fica 24 horas de jejum alternando. Dieta do mediterrâneo: - Melhor dieta. - Alto consumo de gordura monoinsaturada (abacate, amêndoas, castanhas, óleo de oliva) em 30 a 40% da dieta. - Alto consumo de vegetais, legumes, grãos, frutas e castanhas. - Moderado consumo de peixes e aves. - Baixo consumo de carne vermelha e produtos lácteos ricos em gorduras. - Baixo a moderado consumo de vinho. Dieta DASH: - DASH = dieta para melhora da hipertensão. - Alto consumo de vegetas e frutas. - Moderado consumo de grãos, peixes, aves e castanhas. - Consumo de sódio (restringe consumo de sódio diário): até 2,3 mg/dia ou até 1,5mg/ dia. - 2000kcal/ dia (não é dieta para emagrecimento pois ela não reduz as calorias). Exercícios físicos: - Adultos: • 150 a 200 minutos de intensidade moderada. • 75 a 100 minutos de atividade vigorosa por semana. • Ideal = chegar ou ultrapassar o limite superior de 300 minutos. - Crianças: • Pelo menos 60 minutos de atividade moderada ou vigorosa por dia. - Limitar o comportamento sedentário: sentar, deitar, assistir TV ou olhar para o telefone ou computador. - Frequência de treino de 3 a 5x por semana. - Intensidade de treino de 60 a 90% da FC máxima. - Duração de 20 a 60 minutos de atividade contínua dependendo da intensidade. - Tipo de atividade: qualquer atividade que utilize grandes grupos musculares que seja mantida constante, rítmica e aeróbia por natureza, e que você GOSTE DE FAZER!! - Treino de resistência para manter a massa muscular: 8 a 10 exercícios envolvendo os principais grupos musculares trabalhados em séries de 8 a 12 repetições, pelo menos 2 vezes por semana. • Treino de resistência pelo menos 2x por semana. Medicamentos anti-obesidade: - Recomendação: • Falha do tratamento não farmacológico em pacientes: - Com IMC ≥ 30 kg/ m2. - Com IMC ≥ 25 kg/ m2 + fatores de risco (DM, HAS…). Catarina Alipio XXII-B Página 8 Endocrinologia 24/05 ATD3 - CA ≥ 102 cm (homens) e ≥ 88 cm (mulheres). • Sempre individualizar o tratamento. • Reavaliações mensais nos 3 primeiros meses e após a cada 3 meses. • Medicação ineficaz se pede de peso < 5% em 3 meses (depende, se o paciente parou de ganhar peso, não vamos tirar a medicação, pois algum efeito ela está tendo). • Se o paciente for DM utilizar metformina/ análogos de GLP1/ inibidor da SGLT-2 —> não são associados a ganho de peso. • Se o paciente for cardiopata não utilizar os simpatomiméticos. • Evitar medicamentos que predisponham ganho de peso. - Anti-diabéticos, anti-hipertensivo, anti-inflamatórios hormonais, anticonvulsivantes, antipsicóticos, antidepressivos, contraceptivos. Catarina Alipio XXII-B Página 9 Medicamento Ação Dose Reduçã o de peso Anfepramona SNC Noradrenérgico 50 a 100 mg/ dia 3,0 kg Femproporex SNC Noradrenérgico 25 a 50 mg/ dia - Mazinidol SNC - derivado tricícilo Noradrenérgico 1 a 3 mg/ dia - Fentermina SNC Noradrenérgico e possivelmente dopaminérgico 30 a 37,5 mg/ dia 6,3 kg Topiramate SNC AnB convulsivante Modulador do receptor GABA Reduz muito a compulsão alimentar 150 a 300 mg/ dia 6,6 kg (associa do a fentermi na - Qnexa) Lorcaserina SNC Agonista do receptor 5HT2c 10 mg 2x/ dia 5 a 10% Sibutramina SNC Inibidor da recaptacao de serotonina e noradrenalina 10 a 15 mg/ dia 10 a 15% Bupropiona SNC inibidor da recaptação de dopamina e noradrenalina 150 a 300 mg/ dia - Pupropiona + naitrexona (Contrave) SNC inibidor da recaptação de dopamina e noradrenalina + antagonista opióide 150 a 30 mg/ dia + 25 2x ao dia 4,8% LiragrluFda (Saxenda) SNC Agonista do GLP-1 1,8 a 3,0 mg/ dia 5,8 kg Orlistate Interino Inibidor da lipase 60 a 120 mg; 2 a 3x ao dia 2,9 a 3,46 kg Endocrinologia 24/05 ATD3 Tratamento cirúrgico: - Indicações para cirurgia bariátrica: • IMC ≥ 50 Kg/ m2. • IMC ≥ 40 Kg/ m2: - Com ou sem comorbidades. - Sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado na ABS ou na AAE por no mínimo 2 anos e que tenham seguido protocolos clínicos. - IMC estável há pelo menos 2 anos, sem sucesso em tratamentos convencionais prévios ou recidiva do peso verificados por meio de dados colhidos de histórico clínico do paciente. • IMC ≥ a 35kg/m2: - Com comorbidade. - Sem sucesso no tratamento clínico longitudinal realizado na ABS ou na AAE por no mínimo dois anos e que tenham seguido protocolos clínicos. • IMC ≥ 30kg/m2: - Com comorbidades de classificação grave de acordo com o médico. - Pode levar à desnutrição (problema). - deve ser muito bem avaliado. - Comorbidades: ‣ DM/ apneia do sono/ HAS/ displipdemia. ‣ Doenças CV (infarto do miocárdio, angina, ICC, AVC, FA, cardiomiopatia dilatada). ‣ Asma grave não controlada. ‣ Osteostroses/ héraias discais. ‣ RGE com indicação cirúrgica/ CCC / pancreatites de repetição / esteatose hepática. ‣ Incontinência urinária de esforço / infertilididade / disfunção erétil / SOP. ‣ Veias varicosas e doença hemorroidária. ‣ Depressão. - Idade: • Pode fazer em < 16 anos quando: - Ricos avaliados por 2 cirurgiões bariátricas titulares da SBCBM e pela equipe multidisciplinar. - Consentimento pelo responsável legal. • 16 a 18 anos: - Se Z (quanto ele se desvia do percentil 50) de iMC > +4. - Epífises de crescimento consolidadas. - Sempre que indicado. - Consentimento pelo responsável legal. • > 65 anos: - Avaliar risco benefício: • Risco cirúrgico. • Presença de comorbidades. • Expectativa de vida. • Benefícios do emagrecimento. - Contraindicações: • Limitação intelectual significativa em pacientes sem suporte familiar adequado. • Quadro de transtorno psiquiátrico não controlado, incluindo uso de álcool ou drogas ilícitas, no entanto, quadros psiquiátricos graves sob controle não são contraindicativos obrigatórios à cirurgia. • Doença cardiopulmonar grave e descompensada que influenciem a relação risco-benefício. • Hipertensão portal, com varizes esofagogástricas. • Doenças imunológicas ou inflamatórias do trato digestivo superior que venham a predispor o indivíduo a sangramento digestivo ou outras condições de risco. • Síndrome de Cushing decorrente de hiperplasia na suprarrenal não tratada e tumores endócrinos. Catarina Alipio XXII-B Página 10 Endocrinologia 24/05 ATD3 - Exames pré operatórios: • Vitaminas. • Proteínas. • Hemograma. - Cuidados no pós operatório: ‣ Uso de polivitamínicos. ‣ Suplementação de ferro, vitamina B12 e ácido fólico. ‣ Cálcio (citrato) e vitamina D3. ‣ Avaliar densitometria óssea. ‣ Hipoproteinemia (albumina). ‣ Cuidado com contraceptivos orais. ‣ Avaliar Zn, Cu, Se. ‣ Dumping: hipermosmolaridade e hipoglicemia. Tipos de cirurgias: ➡ By-pass gástrico (75%): • Gastroplastia com desvio intestinal em Y de Roux. • Década de 60. • Redução de 40 a 45% do peso inicial. • Emagrecimento, controle de DM e HAS. • Deixa um pedacinho do estômago e uma grande área de absorção. • Grampeamento de parte do estômago, que reduz o espaço para o alimento, e um desvio do intestino inicial, que promove o aumento de hormônios que dão saciedade e diminuem a fome; perda de absorção (necessário administração devitaminas após cirurgia). ➡ Banda gástrica ajustável (5%): • Criada em 1984 e iniciada no BRA em 1996. • Redução de 20 a 30% do peso inicial. • Aperta a entrada do estômago e faz com que a pessoa consiga comer menos. • Controle da DM. ➡ Gatrectomia vertical (Sleeve): • Desde 2000. • Redução depois - Bypass. • Controle de HAS e dislipdemia. • Deixa um estômago comprido que não faz absorção. • O estômago é transformado em um tubo, com capacidade de 80 a 100 mililitros (ml), não causa desnutrição. ➡ Duodenal switch (5%): • Criada em 1978. • Associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. • Redução de 40 a 50% do peso inicial. • Bom controle de DM e outras doenças metabólicas. • Grande área de desabdorção (= desnutrição). • É a associação entre gastrectomia vertical e desvio intestinal. Nessa cirurgia, 85% do estômago são retirados, porém a anatomia básica do órgão e sua fisiologia de esvaziamento são mantidas. O desvio intestinal reduz a absorção dos nutrientes, levando ao emagrecimento. Manutenção do peso: ✓ Ter alimentos saudáveis em casa. ✓ Tomar café da manha. ✓ Consumo regular de vegetais. ✓ Baixo consumo de alimentos com açúcar e gordura. ✓ Redução de gorduras nas refeições. ✓ Exercícios físicos regulares. ✓ Automonitorização do peso semanal. Catarina Alipio XXII-B Página 11
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