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Baixa estatura



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Alanna Amorim - 6º semestre - Endocrinoped
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baixa estatura
1- Estatura abaixo do percentil 3
2- Redução da velocidade de crescimento 
3- Altura significativamente abaixo do potencial genético 
CASO CLÍNICO – CASO 01
MCV, sexo masculino, 07 anos, procura ambulatório de endocrinologia acompanhado pela genitora devido a quadro de ser mais baixos que os colegas da mesma idade. Refere que sempre foi menor que os colegas, mas a genitora nunca se preocupou muito, pois a família toda é baixa, mas que resolveu fazer uma avaliação. O menor se alimenta de forma adequada e realiza natação desde os 04 anos. 
AP: nascido de parto normal e a termo, sem intercorrências, peso 3100kg e 50 cm. Nega patologias e uso de medicações.
AF: genitor com 1,65 e genitora 1,55. Nega patologias na família. 
O paciente tem baixa estatura?
1- Sim, pois está no percentil 15.
2- Não, pois está dentro da curva. 
3- Preciso de mais informações para opinar. 
Nessa imagem mostra que o paciente está no amarelo, o percentil 15. 
Qual a importância da altura dos pais?
Primeiro de tudo é importante avaliar o cálculo da estatura alvo do pai e da mãe. Por exemplo:
- Para meninos: altura do pai + altura da mãe + 13/2
- Para meninas: altura do pai + altura da mãe – 13/2
- Resultado: ± 1 desvio padrão (05 cm)
CASO 01: estatura alvo = 165 + 155 + 13= 333/2= 166,5 (alvo genético do paciente)
Colocando na curva...
OBS: paciente continua dentro da curva dele se chegar a 165,6.
A paciente trouxe a caderneta com a curva de crescimento. E isso é muito importante para poder analisar se ele está crescendo de acordo com a curva de crescimento dele. 
OBS: nessa imagem observa-se que a criança cresceu dentro da curva nos últimos meses. 
CASO 02
O paciente tem baixa estatura?
1- Sim, pois está abaixo do percentil 3. 
2- Não, pois depende da altura dos pais.
3- Preciso de mais informações para opinar. 
OBS: a velocidade de crescimento está até adequada, pois está crescendo de acordo com a idade ideal dele. 
CASO 03
O paciente precisa de investigação? 
1- Não, pois está no percentil 50. 
2- Preciso de mais dados para opinar. 
OBS: quando se avalia a velocidade de crescimento dele, percebe-se que houve uma diminuída nessa curva da velocidade. Essa criança merece uma investigação, pois está reduzindo a velocidade do crescimento. Embora esteja dentro da curva de normalidade precisa de uma investigação por conta dessa velocidade inadequada. 
estudo multicêntrico de referência de crescimento da organização mundial da saúde 
1. Tem a curva de crescimento que tem rosa para meninas e azul para os meninos. 
2. Avaliar na curva de velocidade do crescimento 
VELOCIDADE DE CRESCIMENTO 
*na tabela 12-14 em vez de ser 14 é 24. 
OBS: a partir dos 24 meses vai diminuir a velocidade de crescimento até o estirão. 
A velocidade é bem alta nos primeiros anos. Em seguida como reduz a velocidade de crescimento ao longo do tempo. Aumenta novamente no estirão puberal. 
O estirão da menina é antes do estirão do menino, por isso que habitualmente a menina é mais baixa que o menino. 
HMA – história 
· Informações sobre gravidez (se foi uma gestação tranquila, se usou medicamentos, álcool, etc)
· Consanguinidade
· Eventos perinatais, peso e comprimento ao nascer
· Sinais ou história de doença crônica 
· Status psicossocial 
· Trauma ou infecção neurológica 
· História de crescimento da criança (analisar os gráficos)
· Histórico alimentar (amamentação, introdução alimentar e padrão)
· História de crescimento de puberdade dos pais 
antecedentes familiares
· História do crescimento e puberdade dos pais
· Dados sobre altura dos pais
exame físico
COMO AFERIR A ALTURA DA CRIANÇA?
<02 anos: deitada 
>02 anos: supina (estadiômetro de parede). 
INTERVALO DE AFERIÇÕES:
Não deve ser inferior a 03 meses; 
Ideal 06 meses a 01 ano. 
OBS: crescimento não é linear, por isso não deve avaliar a altura com intervalo menor. 
OBS: é muito importante todos esses cuidados porque 1 ou 2 cm fazem muita diferença. 
PROPORÇÕES CORPORAIS 
- Envergadura / altura / segmento superior e inferior
*envergadura = distância dos dedos (paciente fica com os braços abertos)
*Segmento inferior que é da sínfise púbica até o chão e o segmento superior que é da cabeça até a sínfise púbica. É importante avaliar pois será feito uma relação entre os dois, porque muitas vezes uma criança tem baixa estatura por segmento inferior ou segmento superior. 
RELAÇÃO SEGMENTO SUPERIOR / SEGMENTO INFERIOR
AVALIAR ESTIGMAS DE QUE POSSAM INDICAR O DIAGNÓSTICO DE SÍNDROMES GENÉTICAS
AVALIAR SINAIS CLÍNICOS DE DOENÇAS SISTÊMICAS CRÔNICAS 
EXAMES LABORATORIAIS 
· Hemograma: anemia
· Velocidade de hemossedimentação: doença inflamatória crônica 
· TSH e T4 livre: para avaliar doenças tireoidianas 
· PF: afastar parasitose 
· Perfil bioquímico sérico (cálcio, fosforo, fosfatase alcalina, sódio, potássio, ureia e creatina): doenças osteometabólicas e doenças renais 
· Transaminases: doenças hepáticas 
· Albumina: desnutrição 
EXAMES ESPECIALIZADOS 
· Cariótipo: meninas com baixa estatura sem causa aparente (Turner)
· Anticorpos antitransglutaminase e antiendomísio: suspeita de doença celíaca 
· IGF1 e IGFBP3: suspeita de deficiência de GH (pede esses dois porque o GH é liberado de forma pulsátil, desse modo, pode-se pegar picos de GH e a paciente não ter alteração, por isso que solicita o IGF1, que é um hormônio mais estável no ponto de vista plasmático. 
· Testes de estímulos para o GH (pedido quando quer aumentar o GH no sangue). Muito comum pedir o teste de insulina que feito de forma endovenosa, resultando em um paciente hipoglicemiante, o que vai fazer com que aumente o GH que funciona como hiperglicemiante. 
· RNM cranioencefálica 
idade osséa: grealich pyle 
Deve ser feito em todos os pacientes com baixa estatura.
OBS: a criança de 3 anos não tem todos os ossos, diferente da criança de 13 anos que já tem praticamente todos os ossos consolidados. 
OBS: A criança de 3 anos vai ter ainda mais crescimento dos ossos longos do que a criança de 13 anos que vai ter um crescimento menor. 
OBS: É feito um mapa baseado no greulich pyle, que é feito uma comparação do raio x de uma criança com baixa estatura e de outras crianças consideradas normais. Desse modo, o resultado vai avaliar quando idade óssea aquela criança de baixa estatura apresenta. Isso é muito importante porque a estatura final tem muito a ver com a idade óssea, pois as vezes chega uma paciente com 10 anos e com uma idade óssea de 12 anos, isso significa que a idade do osso dele está mais avançado. É preocupante quando a idade óssea está atrasada a idade cronológica, por exemplo, uma criança chega com idade óssea de 6 anos e a criança tem uma idade cronológica de 12 anos, desse modo, a idade óssea dessa criança está bem atrasada e precisa ser investigada, pois provavelmente ela tem algum problema que está levando esse atraso ósseo. 
causas de baixa estatura 
DESNUTRIÇÃO: ingestão proteico calórica inadequada e deficiência de vitaminas e sais minerais. 
DOENÇAS RENAIS: proteinuria (perda de proteína), desnutrição, acidose metabólica, raquitismo e uso de glicocorticoides. 
DOENÇAS CARDÍACAS: hipóxia, acidose e subnutrição. 
DOENÇAS HEMATÓLOGICAS: anemia falciforme e talassemia – anormalidades no eixo GH-IGF1 e IGFBP3
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS: doença celíaca e doenças que cursam com má absorção intestinal 
DOENÇAS RESPIRATÓRIAS: asma, associada a desnutrição e altas necessidades energéticas durante o estresse. Uso de corticoide. 
OSTEOCONDROPLASIA
- EXEMPLO: Tyrion Lannister (também chamado meio- homem ou duende) – GAME OF TRHONES 
ACONDROPLASIA:
· Autossômica dominante
· Redução da velocidade de crescimento principalmente após 02 anos 
· Anomalias esqueléticas: macrocrania, ponte nasal baixa, lordose lombar, mãos curtas e rizomelia (extremidades curtas). 
Eles são bastante parecidos fenoticamentes.
SÍNDROMES GENÉTICAS 
HIPOTIREOIDISMO: efeito importante no crescimento, associado com retardo pubertal e da IO. Geralmente na fase de 8-10 anos. Começaa ter dificuldades no aprendizado, uma criança mais sonolenta, diminui a velocidade de crescimento. 
DEFICIÊNCICA GH: criança fora do potencial genético 
· CONGÊNITA: 
- Peso e altura normais ao nascimento
- Redução de velocidade de crescimento nos primeiros anos de vida
- Baixa estatura proporcional 
- Retardo da idade óssea 
- Aumento de peso
OBS: casos mais graves com frente proeminente, base nasal achatada e mandíbula pequena (facies de boneca).