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1 Clínica de Pequenos | Prof° Débora Almeida | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alicia de Souza Silva | @drabichinho parvovirose canina Etiologia: • Vírus icosaédrico, filamento simples de DNA, não possui envelope nuclear • Variantes: o CPV-01 ou Parvovírus canino do tipo 1: vírus reduzido dos carnívoros o CPV-02ou Parvovírus canino do tipo 2: maior importância clínica, é o que aparece na rotina ▪ Parvovírus canino ▪ Panleucopenia felina Transmissão: • Nasal-fecal-oral, altamente contagioso • Período de incubação: 4 a 7 dias • Fatores predisponentes: animais mais jovens e Rottweiler, Labrador, Pitbull, SRD • Permanece até 1 ano no ambiente • Fômites também transmite • Transplacentário! Patogênese: Após contato com o vírus, ocorre a replicação inicial em tecidos linfoides da faringe e placas de Peyer, a viremia entre 1 a 5 dias depois da exposição e a partir disso, vai para os tecidos alvos (miocárdio, epitélio intestinal e tecidos linfoides). No intestino, ocorre o achatamento das vilosidades e a capacidade absortiva e digestiva é reduzida, fazendo com que ocorra diarreia, hemorragia intestinal, destruição dos tecidos linfoides da mucosa intestinal e dos linfonodos mesentéricos. Em casos mais graves, podendo levar a endotoxemia e choque. Sinais clínicos: • Início súbito de vômito, febre, depressão, dor abdominal • Diarreia sanguinolenta, fétida • Desidratação devido à grande perda de fluidos pelo vômito e pela diarreia • Miocardite neonatal → dispneia, arrtmias, morte súbita • Evolução SUPER rápida! Diagnóstico: • Quais os fatores de risco? É jovem? Raça predisposta? Possui outra enfermidade? Em quais condições mora? É vacinado? • Qual o histórico? Qual a queixa principal? • Exames complementares: o ELISA, SNAP ou PCR o Perfil bioquímico? Apenas pra direcionar tratamento! Não há especificidade. Tratamento: • Suporte, pois não existe tratamento específico o Fluidoterapia parenteral ou oral → restaurar equilíbrio gidroeletrolítico, ácido básico até cessar vômito e animal se alimentar ▪ Fluido recomendado: ✓ Ringer com lactato: é o que mais se aproxima do liquido intracelular ✓ Soro glicosado a 2,5% o Monitorar K+, albuminemia e glicemia • Antibioticoterapia de amplo espectro se houver sepse o Cefazolina, ampicilina → o Ampicilina, cefazolina associada a gentamicina (aminoglicosídeo) o Ceftiofur associada a clindamicina • Restrição alimentar de 12-24hrs!! • Soro hiperimune: Soroglobulin Max → 1mL/Kg durante a fase inicial é melhor!!! • Antiácidos: o Ranitidina 1 a 2mg/kg BID o Omeprazol 0,5-1mg/kg SID • Antieméticos: o Metoclopramida 0,5mg/kg BID o Ondasentrona 0,1-0,2 mg/kg BID o Cerenia 1mg/kg SC SID • Transfusão em casos mais graves! Prevenção: vacinas!! • Em filhotes: 3 doses o Com 45 dias o 9-11 semanas o 12-14 semanas • Adultos: 2 doses • Reforço anual!!! Família Parvoviridae Sub-família Parvovirinae Parvovírus Parvovirose canina =CP-2 Panleucopenia felina Erithovirus Pavovírus humano Sub-família Desovirinae 2 Clínica de Pequenos | Prof° Débora Almeida | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alicia de Souza Silva | @drabichinho coronavirose Etiologia: • Coronavírus canino (CCV) • RNA, filamento único, com envoltório Patogênese: • Vírus epiteliotrófico → tem ação sob as criptas intestinais, causando atrofia e necrose → DIARREIA! • Autolimitante! • Causa surtos esporádicos de enterite, são altamente contagiosos, detectados em animais saudáveis, tende a cometer mais filhotes e em canis, abrigos, a infecção ocorre através de, por fômites, a principal via é a oro-fecal e o período de incubação é de 1 a 4 dias Sinais clínicos: • Anorexia, vômitos, diarreia leve • Pode ser subclínica • Inapetência e depressão Diagnóstico: detecção viral nas fezes, isolamento do vírus, sorologia Tratamento: suporte e antibiótico Prevenção: vacinação! rotavírus canino Etiologia: • RNA, filamento duplo, sem envoltório • Pouca importância clínica • Infecção subclínica Sinais clínicos: • Subclínica • Em filhotes causa enterite aguda • Diarreia aquosa e mucoide Diagnóstico: PCR Tratamento: suporte e antibiótico Prevenção: vacinação! panleucopenia felina Etiologia: • Vírus da Família Parvoviridae • Gostam de células de alta replicação → acaba indo para medula óssea e intestino • Dependem de receptores para entrar na célula e replicar • Vírus da Parvovirose canina? • Pode ficar 1 ano no ambiente e 5-10 meses em fezes • Permanece em temperaturas baixas e resiste a temperaturas de 56°C por até 30min • Resistente ao álcool 70%, iodo e amônia quaternária. • Pode ser inativado por água sanitária, formaldeído 4% e água 90°C por 10min Patogênese: O gato se contamina via oronasal e o vírus dá uma volta pela orofaringe (fica cerca de 12-24hr). O sistema imune tenta combater o vírus e se não der certo, há multiplicação dos vírus. Os macrófagos fazem fagocitose do vírus e o coronavírus passeia pelo corpo, fazendo a viremia. Nessa fase, ainda pode ser feito o controle da infecção pelos anticorpos e pode transmitir e contaminar o ambiente. Se o animal não possui anticorpos o suficiente, continua a infecção. O vírus vai para jejuno e íleo e os sinais clínicos iniciam. A replicação do vírus causa morte dos enterócitos, gerando diarreia, baixa absorção de nutrientes, etc. Devido à perda de proteção do intestino, é comum que tenha translocação bacteriana (Clostridium e Salmonela) pro restante do corpo. A partir disso, o gato pode fazer endotoxemia (sepse pelas toxinas das bactérias) e muitas vezes já é grave. O que também pode acontecer é o vírus migrar para a medula óssea, causando uma panleucopenia (“tudo baixo”). Pode acontecer também do animal estar imunossuprimido e ter a endotoxemia, gerando uma sepse ou CID. Se a gata estiver grávida: ✓ 1º terço da gestação: • Infertilidade • Morte fetal • Reabsorção ✓ 2º terço: • Aborto • Mumificação fetal ✓ 3º terço: • Hipoplasia cerebelar • Atrofia do nervo óptico → filhotes cegos • Retinopatia • Hidrancefalia 3 Clínica de Pequenos | Prof° Débora Almeida | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alicia de Souza Silva | @drabichinho • Irmãos normais, mas com vírus ✓ Até 9 semanas de vida: lesão no cerebelo Transmissão: • Contaminação oronasal → tigelas, gaiolinhas • Eliminado pela urina e, principalmente, pelas fezes → caixinhas sujas! Sinais clínicos: • Doença clínica – comum que a infecção! o 90% de óbito na doença clínica → Geralmente, filhotes! o Morte em 12hr parecendo com envenenamento → cheque séptico, desidratação, hipotermia e coma. • Febre: 40 a 41,6°C • Depressão + anorexia por 3 ou 4 dias • Vômitos tingidos de sangue • Desidratação extrema!!! “cabeça na vasilha de água” • Diarreia → raro e quando tem, o gato já está morrendo. • Palpação abdominal dolorosa com alças espessadas • Ulceração oral, diarreia sanguinolenta ou icterícia como complicantes • Sepse + CID Diagnóstico: • Presuntivo: alterações clínicas e laboratoriais, histórico do paciente • Diferencial: o Septicemia bacteriana aguda (salmonelose) o Intoxicação o Parasitismo intestinal maciço o FELV o Linfoma o Corpo estranho (perfurante) o Toxoplasmose aguda • Sorologia: não diferencia da vacina ou contato prévio • PCR: antígeno tem que estar na amostra e ele detecta a vacina (atenuada) • Kit ELISA cães VPC-2 detecta VPF: vacina até 2 semanas + avaliar teste + clínica + alters labs • Alterações laboratoriais: o Anemia: ▪ Rara pela vida mais longa das hemácias ▪ Hematoquezia ▪ Persistentes = FELV associada o Leucócitos totais: ▪ Grave 50 a 3000 células/mm³ ▪ Branda 3000 a 7000 células/mm³ o Panleucopenia: não é patognomonica e pode não existirem todos os casos. o Neutrófilos: ▪ Início → migração para o intestino ▪ Depois por supressão da medula → neutropenia ▪ Recuperação = neutrofilia com desvio a esquerda o Linfopenia: não está correlacionada a gravidade o Trombocitopenia: correlacionada a supressão grave de medula o ALT e AST: mostra comprometimento hepático geralmente de leve a moderada. Raramente ocorre icterícia. o Azotemia pré-renal = desidratação leve o Hipoalbuminemia: ▪ Perdas pelo TGI ▪ Falta de ingestão ▪ Relacionada a pior prognóstico = redução de perfusão em capilares • Hipopotassemia: Relacionada a anorexia, vômitos, perda intestinal, fluido Tratamento: • Suporte e emergencial • Isolamento! • Objetivos: o Restaurar e manter equilíbrio hídrico, acidobásico e eletrolítico ▪ De acordo com a desidratação + perdas + compatível com a idade ▪ Potássio ▪ Hipoproteinemia + anemia = transfusão ou plasma/coloide o Minimizar as perdas continuas de TGI e propiciar recuperação ▪ Tratamento correto de vomito: ✓ Metoclopramida (0,2 a 0,4mg/kg ou infusão continua) ✓ Ondansetrona (0,2 a 1 mg/kg BID ou TID) ✓ Maropitant (1mg/kg SID SC) ▪ COMIDA! ✓ Soro colorido e doce NÃOO alimenta!!! ✓ Complexo B – deficiência de tiamina ✓ Alta digestibilidade ou o que o gato quiser – sonda? 4 Clínica de Pequenos | Prof° Débora Almeida | Medicina Veterinária UFPA 2019 | Alicia de Souza Silva | @drabichinho ✓ Ciproheptadina (2 a 4 mg/gato) → é hepatotóxico ✓ Vomito persistente/ hipoproteinemia / diarreia grave = parenteral o Evitar infecções secundárias • Filgrastin: não apresenta resposta positiva na panleucopenia e, em teoria, é contraindicado porque estimula a medula óssea. • Como sei se o gato está respondendo bem? o Resposta medular em 24-48 horas o Recuperação hematológica em 1 a 6 dias do início do tratamento o Normal observar formas bizarras de leucócitos o Melhora dos sinais clínicos em 6-7 dias o Qualidade de vida! Vacinação: • Todos os gatos devem ser vacinados! • Doença fatal em 90% dos casos • Estável no ambiente e transmissão por fômites • Locais com colônias e com casos são o maior risco • Anticorpos maternos podem inibir ação da vacina • Filhotes de mães que vivem em local endêmico: o Títulos mais altos e mais duradouros → última vacina tem que ser próxima as 16 semanas (4 meses) • Filhotes: o Sem colostro primeira dose após 4 semanas o Demais começar com 8 semanas e repetir com 2 a 4 semanas o Se local endêmico fazer uma terceira dose próxima de 16 semanas • Abrigos: o Gatos com 4 a 6 semana de idade o Vacinação até 16 semanas de idade o Com intervalos de no máximo 3 semanas entre elas o Gatos com histórico desconhecido e mais de 14 semanas = 1 a 2 doses o Repetir 1 ano após • Duração da imunidade: o Vírus modificado/ inativadas - 2 doses: 6 anos; 7,5 anos o Recomendação: Reforço a cada 3 anos • Imunossuprimidos: o Corticoide → evitar, esperar o Doenças crônicas → vacinar o Doenças agudas (fracos ou febris) → não vacinar o FeLV → vacinar, se possível vacina inativada o FIV → evitar, só em risco e inativada o Gatas prenhes ou amamentação → evitar, somente inativada